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SAÚDE MENTAL Rosimeire Areias - meirynhaareias@gmail.com Mestranda em Gestão Sanitária Esp. Instrumentação Cirúrgica Esp. Enfermagem do Trabalho Esp. Auditoria em Saúde Esp. Docência do Ensino Superior Esp. Enf. em Ginecologia e Obstétrica Esp. Enfermagem Obstétrica Esp. Linhas de Cuidado em Enf. – DCNT Esp. Enfermagem Obstétrica Esp. Vigilância em Saúde 06/10/2018 1 História da Psiquiatria Os primeiros hospitais psiquiátricos As instituições para loucos, ao decorrer da história, receberam diversas denominações: (hospícios, asilos, manicômios, hospitais psiquiátricos) Século XV - Surgiram as primeiras instituições na Europa (Espanha em Zaragoza, e na Itália em Florença, Pádua e Bérgamo) Finalidade - esconder o que não se desejava ser visto. 2 História da Psiquiatria Primeiro hospício: Fundado pelo Frei Jofré, em Valência, na Espanha, em 1410. Instituição: Hospital geral com caráter de albergues para pobres. No século XVII os manicômios abrigavam além dos doentes mentais, marginalizados da sociedade, que igualmente perturbavam a ordem social, dentre os quais se cita os mendigos, desempregados, criminosos, prostitutas, doentes crônicos, alcoólatras e pessoas sem domicílio. Depósitos de marginalizados (excluídos e enclausurados, não eram cidadãos doentes e não-doentes) 3 A clausura deixa de ser sinônimo de exclusão e passa a assumir um caráter terapêutico: era necessário isolar o paciente em locais adequados – nos manicômios – afastando-o do meio do qual gerava os distúrbios. Nova concepção de loucura A loucura no Brasil - objeto de intervenção do Estado a partir da chegada da família Real. Mudanças - exigindo um controle efetivo sobre o crescimento da sociedade. Medicina – mecanismo reordenador do social - desenhar o projeto do qual emerge a psiquiatria brasileira. O tratamento oferecido aos loucos era de péssima qualidade. Os doentes mentais ficavam sob a responsabilidade das santas casas de misericórdia, sendo abrigados em porões. O atendimento não incluía cuidados médicos, a principal finalidade era fornecer abrigo, alimento e cuidados religiosos aos alienados. Era necessário reestruturar o atendimento prestado a estas pessoas. Início das instituições hospitalares no Brasil 1830 - Sociedade de Medicina - reconhecidos como doentes mentais, e mereciam um espaço próprio para tratamento e recuperação. A medicina reivindicava os espaços para tratar a doença mental - abertura de instituições específicas para esta clientela, com o lema: “Aos loucos o hospício!”. tivessem o direito ao tratamento médico e cuidado de saúde. Classe médica - forma de tratamento, foi iniciada a luta pela abertura dos hospitais psiquiátricos. Este movimento resultou na instalação do primeiro hospital psiquiátrico brasileiro. 1852 - foi inaugurado - durante o Segundo Reinado, denominado Hospício de Alienados Pedro I, no Rio de Janeiro. 1852 a 1886 - instituições psiquiátricas criadas em todo território nacional, devido a necessidade de atender a esta demanda. Diagnóstico da situação dos loucos no Rio de Janeiro Somente são observadas no interior da instituição; a sociedade não percebe essas mudanças. A imagem do paciente psiquiátrico como louco perigoso e incapaz ainda é muito presente, persistindo a antiga idéia do isolamento. Não há ações efetivas no hospital psiquiátrico de reinserção na sociedade, de retorno do paciente ao seu meio familiar e social. Nº de reinternações reafirmando a ineficiência deste modelo excludente. Repensar essa prática que não vê o paciente como o ator principal, não o valoriza enquanto beneficiário do sistema. As ações devem atender às necessidades do paciente HOUVE MUDANÇAS ? OMS diz que: “ Saúde é o estado de completo bem estar físico, mental e social” Não existe definição "oficial" de saúde mental. Diferenças culturais, julgamentos subjetivos, e teorias relacionadas concorrentes afetam o modo como a "saúde mental" é definida (OMS). Saúde mental é um termo usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional. Tal conceito implica num critério de valores (valorativo), já que, lida com a ideia de bem-estar e mal-estar. A saúde Mental pode incluir a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as atividades e os esforços para atingir a resiliência psicológica. Admite-se, que o conceito de Saúde Mental é mais amplo que a ausência de transtornos mentais" Saúde Mental DADOS EPIDEMIOLÓGICOS 400 milhões de pessoas em todo o mundo (OMS). Entre 75% e 85% das pessoas que sofrem desses males não têm acesso ao tratamento adequado. No Brasil 23 milhões de pessoas; 5 milhões em níveis de moderado a grave. 09/20/09 9 REFORMA PSIQUIÁTRICA Reorientação do modelo assistencial; Mudança na maneira de cuidar: da cultura da internação ao acolhimento da crise; É amparada pela lei 10.216/2001; O atendimento é feito em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Residências Terapêuticas, Ambulatórios, Hospitais Gerais, Centros de Convivência; As internações, quando necessárias, são feitas em hospitais gerais ou nos Caps/24 horas. Os hospitais psiquiátricos de grande porte vão sendo progressivamente substituídos. 09/20/09 10 TRANSTORNOS MENTAIS Pode ser entendida como uma variação mórbida do normal, capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social, ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive. Formas de Manifestações Toda a psicopatologia leve, onde a pessoa tem a Noção (mesmo que vaga) de seu problema. NEUROSES PSICOSES Tem contato com a realidade, porém há manifestações psicossomáticas, que são notadas por este, e que Servem de aviso para a pessoa procurar um tratamento psicológico, ou psiquiátrico. É um fator comum a ansiedade exacerbada Existem classificações básicas de doenças mentais: Manifestações /Classificações É o medo a alguma situação. Medo de ambientes fechados: claustrofobia; Medo de água (hidrofobia); Medo de pessoas (sociofobia). FOBIAS TRANSTORNO DE ANSIEDADE O indivíduo têm ataques de ansiedades antes ou depois de realizar algo, ou muitas vezes nem realizá-lo. Comum em pequena escala na maioria das pessoas, seu excesso é denominado como patológico (TAG). Há inúmeras classificações menores, temos: Manifestações /Classificações Também chamada de distimia ou depressão maior. Caracteriza por intenso retraimento e medo do mundo exterior. Causa baixa auto-estima e pode levar ao suicídio. . DEPRESSÃO SÍNDROME DE BURNOUT É a consequência de um grande estímulo estressor, como conflitos no trabalho ou família. Causa apagamento e falta de vontade. Há inúmeras classificações menores, temos: FREUD citou, em uma de suas obras, que :Todas as pessoas têm um pouco de neurose em si, e é normal no ser humano ser um pouco neurótico, sendo apenas o excesso chamado de patológico. Síndrome de Burnout É um distúrbio psíquico que se caracteriza pelo esgotamento físico, mental e psíquico do indivíduo. Esse transtorno se desenvolve devido ao acúmulo de estresse no trabalho. Burnout ( inglês) pode ser traduzida como "queimar por completo". A Sb resulta da junção de burn (queima) e out (exterior), caracterizando um tipo de estresse ocupacional, causado por um desgaste físico e emocional, resultante de um comportamento agressivo e irritadiço. As principais características desta síndrome são definidas pelo desânimo, falta de perspectiva profissional e baixo astral, este transtorno acomete principalmente profissionais que trabalham em contato direto com pessoas, como: Profissionais das áreas de educação, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários,bombeiros, policiais, sendo predominante nos profissionais de saúde ( Maslach e Jackson 1981, cit . por Silva, 2000 e Borges el tal., 2002). SÍNDROME DE BURNOUT X TRABALHO Na perspectiva social-psicológica de Maslach & Leiter (1999) em relação a SB, tem sido definido como um fenômeno multidirecional, constituída de três dimensões: Exaustão Emocional (EE): Despersonalização (DE): Reduzida realização profissional (rRP): 17 Reduzida realização profissional (RRP) Despersonalização (DE) Exaustão Emocional (EE) SÍNDROME DE BURNOUT Sintomas Típicos da SB Sensação de esgotamento físico e emocional que reflete em: SINTOMAS EMOCIONIAIS Atitudes negativas (Pessimismo), Absenteismo (Isolamento) Agressividade Mudanças bruscas de humor Irritabilidade Dificuldade de Concentração (Lapsos de memória) Avaliação negativa do desempenho profissional; Ansiedade; Depressão Baixa auto-estima; SINTOMAS DA SÍNDROME: Manifestações físicas Dor de cabeça; Cansaço; Sudorese; Palpitação; Pressão alta Dores musculares; Insônia; Crises de asma; Distúrbios gastrintestinais; SINTOMAS DA SÍNDROME: Alterações Comportamentais Baixo rendimento pessoal (Impotência); Cinismo; Comportamento paranóico (tentativa de suicídio) e/ou Depressão; Faltas no trabalho; Impaciência; Ímpeto de abandonar o trabalho; Maior consumo de café, álcool e remédios; ESTATISTICAS Cerca de 30% dos profissionais brasileiros sofrem de Burnout, o estágio mais avançado do estresse (Isma-BR). A SB causa um prejuízo de aproximadamente 4,5% no PIB ao ano, contribuindo para um gasto de saúde pública de aproximadamente 5,5 bilhões de reais com as doenças relacionadas ao estresse no trabalho. Comparando-se o desempenho de portadores de Burnout com os demais trabalhadores, verifica-se diferença de cinco horas a menos para os primeiros. DADOS ESTATISTICOS A OMS revela que até 2020 a depressão será a doença mais incapacitante do mundo”. (A Tribuna, fev/17). “Transtornos mentais são terceira maior causa de afastamento do trabalho”. (Agência Brasil, abr/17) “Síndrome de Burnout atinge 30% dos trabalhadores brasileiros”. (G1, fev/17) ANÁLISE DE DADOS De acordo com Os fatores do ambiente de trabalho que influenciam no desenvolvimento da síndrome de Burnout mais encontrados nos estudos analisados foram: (Areias, 2012) Sobrecarga de trabalho (24%), Condições de trabalho inadequadas (22%), Relação interpessoal conflituosa (19%), Falta de expectativa profissional (13%), Falta de autonomia e ambiguidade de funções (9%) Insatisfação salarial (4%). ATENÇÃO A ESSES SINTOMAS!! Problemas de relacionamento com colegas, clientes e chefes, a falta de cooperação entre os colegas de trabalho, de equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal e também de autonomia são grandes causadores do nível máximo de estresse. No dia-a-dia, a pessoa fica ainda arredia, isolada, passa a ser irônica, cínica e a produtividade cai. Fortes candidatos são aqueles conhecidos como workaholics, que se identificam bastante com o trabalho, vivem para ele e têm níveis de exigência muito altos. CONSEQUENCIAS Essa soma de mal-estares pode levar ao alcoolismo, ao uso de drogas e até mesmo ao suicídio. Conscientize-se de que o consumo de álcool e de outras drogas para afastar as crises de ansiedade e depressão não é um bom remédio para resolver o problema; Há casos de pessoas que saíram de férias, descansaram e estavam bem, mas, ao voltar ao trabalho, apresentaram os sintomas novamente. 34 COMO SE TEM O DIAGNÓSTICO Busque a ajuda profissional, por meio do levantamento da história do paciente e seu envolvimento e realização pessoal no trabalho. O ideal é procurar um especialista no tema e fazer exames psicológicos minuciosos e analisar se os problemas enfrentados estão relacionados ao ambiente de trabalho ou à profissão. É necessário avaliar se é o ambiente profissional que causa o estresse ou se são as atitudes da própria pessoa que passam a ser o estopim. É necessária maior atenção aos fatores relacionados ao ambiente de trabalho que influenciam no surgimento da síndrome de Burnout, visto que esta síndrome interfere diretamente no ambiente de trabalho e relações interpessoais com o cliente. . TRÊS FOCOS DURANTE O TRATAMENTO PSICOTERÁPICO: O tratamento inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Junto à terapia, os especialistas aconselham melhorar a qualidade de vida, prevenir o estresse, garantir boa saúde física, dormir e alimentar-se bem, praticar atividades físicas regulares e exercícios de relaxamento também ajudam a controlar os sintomas. profissão ambiente de trabalho trabalho com foco nos sintomas DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO Mudanças no estilo de vida é a melhor forma de prevenir ou tratar a SB Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (Portaria n 1339, de 18 de novembro de 1999). 1. Demência em outras doenças específicas ( F02-8 – CID 10) 2. Delirium, não sobreposto à demência (F05-0-CID 10) 3. Transtorno cognitivo leve (F06-7 – CID 10) 4. Transtorno orgânico de personalidade (F07-0 – CID 10) 5. Transtorno mental orgânico ou sintomático não especificado (F09-0 – CID 10) 6. Alcoolismo crônico (RT) (F10-2 – CID 10) 7. Episódios depressivos (F32 – CID 10) 8. Estado de estresse pós-traumático (F43-1 – CID 10) 9. Neurastenia (inclui síndrome de fadiga) (F48-8 – CID 10) 10. Outros transtornos neuróticos especificados (inclui neurose profissional) (F48-8 – CID 10) 11. Transtorno do ciclo vigília-sono devido a fatores não orgânicos (F51-2 – CID 10) 12. Sensação de estar acabado (síndrome de burnout, síndrome de esgotamento profissional (Z73 – CID 10) Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (Portaria n 1339, de 18 de novembro de 1999). TAG- TRANSTORNOS DE ANSIEDADE GENERALIZADO SINTOMAS DO TAG SINDROME DO PÂNICO Causa grande aflição e medo perante alguma situação. SINDROME DO PÂNICO SINDROME DO PÂNICO SINDROME DO PÂNICO Sintomas de Humor /Afetivos Distúrbio Depressivo Maior Transtorno Bipolar O risco de tentativas de suicídio em pessoas com TB é grande; Os pacientes podem abusar do álcool e de outras substâncias, piorando os sintomas em alguns casos, as duas fases se sobrepõem; Os tratamento para o TB pode demorar muito tempo (anos). Quadro de disartria, ataxia e tremores, associados a quadro de confusão mental e sonolência. Pode progredir para convulsões, coma e morte. Transtorno Bipolar O carbonato de Lítio é a droga de escolha para episódios maníacos. Atentar pata os níveis da medicação: Estreita margem entre o nível terapêutico e tóxico. Esquizofrenia Esquizofrenia Habilidade motora desorganizada ou anormal Comportamento motor anormal Resistência a instruções, postura inadequada e bizarra ou uma série de movimentos inúteis e excessivos Sintomas negativos Embotamento afetivo, alogia, apatia, anedonia e isolamento social. Esquizofrenia Esquizofrenia Esquizofrenia Esquizofrenia – Tratamento Álcool e outras drogas Fatores predisponentes ao uso abusivo Redução de danos Outros Distúrbios de Personalidade É um distúrbio psiquiátrico de ansiedade, que se caracteriza pela presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões. Entende-se por obsessão pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela queira. É a repetição de determinado ato diversas vezes ao dia, não controlável e causador de grande ansiedade, portadores dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo terrível pode acontecer-lhes. A ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da famíliainteira. TOC - Transtorno Obsessivo-Compulsivo. TOC - Classifica – se em dois tipos: Transtorno Obsessivo-Compulsivo Subclínico: as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa; b) Transtorno Obsessivo-Compulsivo propriamente dito: as obsessões persistem até o exercício da compulsão que alivia a ansiedade. Trata-se de um problema multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos e histórico familiar também estão entre as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade. TOC - Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Causas Resolução nº 32- 14 de Dezembro 12/2017 Resolução nº 32- 14 de Dezembro 12/2017 Resolução nº 32- 14 de Dezembro 12/2017 Resolução nº 32- 14 de Dezembro 12/2017 Resolução nº 32- 14 de Dezembro 12/2017 PNAP Objetivos Gerais da Rede de Atenção Psicossocial Objetivos Especifico da Rede de Atenção Psicossocial Objetivos Especifico da Rede de Atenção Psicossocial Componentes de Rede de Atenção Psicossocial Componentes de Rede de Atenção Psicossocial Composição da EMAE em Saúde Mental 90 Competência da EMAE em Saúde Mental Serviços Residenciais Terapêuticos Serviços Residenciais Terapêuticos Programa de Volta Para Casa LEI No 10.216 DE 6 DE ABRIL DE 2001 DISPÕE SOBRE A PROTEÇÃO E OS DIREITOS DAS PESSOAS PORTADORAS DE TRANSTORNOS MENTAIS E REDIRECIONA O MODELO ASSISTENCIAL EM SAÚDE MENTAL. 95 COMPETE AO ESTADO Art. 3o É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais. 96 INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os seus motivos. Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica: I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça 97 REDE DE SAÚDE MENTAL Essa rede pode contar com ações de saúde mental na: Atenção Básica Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Serviços Residenciais terapêuticos (SRTs) Leitos hospitalares gerais Ambulatórios Programa de Volta para a Casa 98 POR QUE SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Necessidade de ampliação do acesso aos cuidados em saúde mental; Onde há cobertura de ES estas equipes tendem a ser o primeiro ponto de contato com a rede de saúde e de SM; Alta prevalência dos transtornos mentais; 80% dos problemas de saúde podem ser resolvidos na AP, inclusive os problemas de SM; A AP deve ser a principal porta de entrada do sistema de saúde. 09/20/09 99 VANTAGENS PARA INTEGRAR A SM NA AP Redução do estigma; Melhora no acesso ao cuidado; Redução da cronificação e melhora na integração social; Proteção dos direitos dos pacientes; Melhores resultados na atenção na comunidade; Promoção da capacidade dos profissionais em atender SM. 09/20/09 100 ALGUNS PRINCÍPIOS É fundamental que as equipes da AP possam ofertar às pessoas em sofrimento psíquico e àquelas com TM as atividades realizadas pela unidade – ações com alto impacto e efetividade; É recomendado que os médicos generalistas se qualifiquem para a prescrição medicamentosa necessária; Apoio matricial de psiquiatras aos médicos de família com estratégias remotas (Telessaúde, telefone, etc.) 09/20/09 101 ALGUNS PRINCÍPIOS Em situações de pacientes com riscos graves, deve-se procurar os leitos de hospitalidade noturna, de preferência evitando-se o hospital psiquiátrico (leitos em HG, emergências gerais, CAPS III, CAPS AD III); A internação, sempre que possível, será conduzida pelas equipes de saúde mental em conjunto com as equipes da AP. A responsabilidade continua sendo da AP; É fundamental a contrução de projetos terapêuticos antes e após a internação 09/20/09 102 FORMAÇÃO CONTINUADA É imprescindível a capacitação continuada das equipes de SM e das ESF; Ela pode se dar por: Intervenções conjuntas Discussão de casos Leituras compartilhadas Reuniões sistemáticas 09/20/09 103 PORTARIA N.º 336/GM EM 19 DE FEVEREIRO DE 2002 Estabelece que os Centros de Atenção Psicossocial poderão constituir-se nas seguintes modalidades de serviços: CAPS I, CAPS II e CAPS III, definidos por ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional, conforme disposto nesta Portaria 104 CONCEITO Os CAPS são instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico. Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural concreto, designado como seu “território”, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida quotidiana de usuários e familiares. Os CAPS constituem a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica. 105 OBJETIVO O objetivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários; É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos. 106 Prestar atendimento em regime de atenção diária; Gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico eficiente e personalizado; Dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na AP; Regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua área; Coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades hospitalares psiquiátricas que atuem no seu território; Manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam medicamentos para a saúde mental. OS CAPS VISAM 107 DIAS E HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO DOS CAPS Os CAPS funcionam, pelo menos, durante os cinco dias úteis da semana (2ª a 6ª feira). Seu horário e funcionamento nos fins de semana dependem do tipo de CAPS: CAPS I – municípios com população entre 20.000 e 70.000 habitantes Funciona das 8 às 18 horas De segunda a sexta-feira CAPS II – municípios com população entre 70.000 e 200.000 habitantes Funciona das 8 às 18 horas De segunda a sexta-feira Pode ter um terceiro período, funcionando até 21 horas 108 DIAS E HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO DOS CAPS CAPS III – municípios com população acima de 200.000 habitantes Funciona 24 horas, diariamente, também nos feriados e fins de semana. CAPSi – municípios com população acima de 200.000 habitantes Funciona das 8 às 18 horas De segunda a sexta-feira CAPSad: CAPS para usuários de álcool e drogas, para atendimento diário à população com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas, como álcool e outras drogas. Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com a finalidade exclusiva de tratamento de desintoxicação. 109 TIPOS DE PROFISSIONAIS QUE TRABALHAM NOS CAPS – EQUIPES MÍNIMAS CAPS I • 1 médico psiquiatra ou médico com formação em saúde mental • 1 enfermeiro • 3 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico • 4 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesãoCAPS II • 1 médico psiquiatra • 1 enfermeiro com formação em saúde mental • 4 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo, professor de educação física ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico • 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão CAPS III • 2 médicos psiquiatras • 1 enfermeiro com formação em saúde mental • 5 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário de nível superior • 8 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão 110 CAPSi • 1 médico psiquiatra, ou neurologista ou pediatra com formação em saúde mental • 1 enfermeiro • 4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico • 5 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão CAPSad • 1 médico psiquiatra • 1 enfermeiro com formação em saúde mental • 1 médico clínico, responsável pela triagem, avaliação e acompanhamento das intercorrências clínicas • 4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico • 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão Equipe Multiprofissional 111 REDE DE SAÚDE MENTAL De acordo com o porte dos municípios a implantação dos serviços são definidos da seguinte forma: Mun. Até 20.000 hab – rede básica com ações de saúde mental. Mun. Entre 20.000 e 70.000 hab – CAPS I e rede básica com ações de saúde mental Mun. Entre 70.000 e 200.000 hab – CAPS II, CAPSad e rede básica com ações de saúde mental Mun. Com + de 200.000 hab – CAPS II, CPAS III, CAPSad, CAPSi e rede básica com ações de saúde mental e capacitação de SAMU. 112 REDE DE SAÚDE MENTAL Os CAPS podem ser classificados do: - Tipo I – Não exige ter médico psiquiátrico, basta ser generalista capacitado. Tipo II – precisa de médico psiquiátrico Tipo III – Funciona 24 h e faz internações de até 72 h. CAPSad – álcool e drogas CAPSi – Infanto-juvenil 113 Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) Portaria GM nº 154, de 24 de Janeiro de 2008 “Art. 4º § 2º Tendo em vista a magnitude epidemiológica dos transtornos mentais, recomenda-se que cada Núcleo de Apoio a Saúde da Família conte com pelo menos 1 profissional da área de saúde mental” 09/20/09 114 SERVIÇOS RESIDENCIAL TERAPÊUTICO -SRT São casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas com transtornos mentais graves egressas de hospitais psiquiátricos ou hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico, que perderam os vínculos familiares e sociais; moradores de rua com transtornos mentais severos, quando inseridos em projetos terapêuticos acompanhados nos CAPS. São prioritários para implantação de SRTS os municípios-sede de hospitais psiquiátricos e com CAPS. 115 IMPLANTAÇÃO DOS SERVIÇOS RESIDENCIAL TERAPÊUTICO -SRT O gestor municipal deve: Solicitar ao MS o incentivo antecipado no valor de R$ 10.000,00 para cada módulo. Providenciar a casa com espaço físico compatível com o nº de moradores e garantir no mínimo, 3 refeições diárias. Garantir a equipe técnica mínima de suporte. Aprovar a implantação na BIPARTITE. Enviar documentação de cadastramento junto ao MS (Port. nº 246/GM, de 17/02/05. 116 PROGRAMA DE VOLTA PARA CASA Tem por objetivo garantir a assistência, o acompanhamento e a integração social, fora da unidade hospitalar, de pessoas acometidas de transtornos mentais, com história de longa internação psiquiátrica. É parte integrante deste Programa o auxílio-reabilitação, no valor de R$ 240,00, pago ao próprio beneficiário durante um ano, podendo ser renovado, caso necessário. 117 PROGRAMA DE VOLTA PARA CASA Pode ser beneficiária do Programa qualquer pessoa com transtorno mental que tenha passado 2 ou + anos internada, ininterruptamente, em instituições psiquiátricas e também aquela que mora em residência terapêutica ou que tenha vivido em hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico ( manicômio judiciários) pelo mesmo período. 118
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