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LÍNGUA PORTUGUESA Interpretação/Compreensão de Texto - Prática AMBIGUIDADE É o duplo sentido causado por má construção da frase. Exemplo: “Para investigar in loco os casos de corrupção envolvendo inspetores, supervisores e fiscais, o Secretário informou ao Diretor que ele deveria viajar para acompanhar a situação da alfândega dos aeroportos do Rio e de São Paulo. Muitas vezes, a utilização dos pronomes possessivos seu / sua pode tornar a frase ambígua. Exs.: O policial prendeu o ladrão em sua casa. O candidato saiu com o filho; seu nome é João Maria .// Jorge encontrou um amigo e soube que sua mãe viajara. Outros casos de ambiguidade: a) Visitamos o teatro e o museu cuja qualidade artística é inegável. (é o teatro ou o museu que possui qualidade artística?) b) O cliente aborrecido recusou o vinho por causa da safra. (O cliente era aborrecido ou ficou aborrecido naquele momento?) c) A recepção dos noivos foi no salão do clube. (A recepção foi oferecida pelos noivos ou eles foram recepcionados?) d) O motorista falou com o passageiro que era gaúcho. (O motorista era gaúcho ou o passageiro?) e) O pai viu o filho chegando em casa bem tarde.(Quem chegou em casa bem tarde: o pai ou o filho?) Leia a tira a seguir para responder às questões 01 e 02 01.A ambiguidade gerada na tira se deve à (A) impossibilidade prática de se vender o pôr do sol em qualquer circunstância. (B) coincidência entre as formas do verbo “ver”, no gerúndio, e do verbo “vender”, na primeira pessoa do presente do indicativo. (C) incompreensão dos adultos em relação às crianças que ainda se mantêm inocentes no que diz respeito às práticas comerciais extremas. (D) habilidade inata das crianças de perceberem que a língua é guiada pelo princípio da economia das formas. B 02.O aspecto linguístico que desfaz a ambiguidade presente na tira é: (A) o possível emprego do verbo “vender” no futuro. (B) a pressuposição desencadeada pela palavra “também”. (C) a identificação da criança por meio do pronome “eu”. (D) o uso da locução verbal “estou vendo” na fala da criança. D Discriminar ou discriminar? Os dicionários não são úteis apenas para esclarecer o sentido de um vocábulo; ajudam, com frequência, a iluminar teses controvertidas e mesmo a incendiar debates. Vamos ao Dicionário Houaiss, ao verbete discriminar, e lá encontramos, entre outras, estas duas acepções: a) perceber diferenças; distinguir, discernir; b) tratar mal ou de modo injusto, desigual, um indivíduo ou grupo de indivíduos, em razão de alguma característica pessoal, cor da pele, classe social, convicções etc. Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às diferenças, supõe um preciso discernimento; o termo transpira o sentido positivo de quem reconhece e considera o estatuto do que é diferente. Discriminar o certo do errado é o primeiro passo no caminho da ética. Já na segunda acepção, discriminar é deixar agir o preconceito, é disseminar o juízo preconcebido. Discriminar alguém: fazê-lo objeto de nossa intolerância. Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade. Nesse caso, deixar de discriminar (no sentido de discernir) é permitir que uma discriminação continue (no sentido de preconceito). Estamos vivendo uma época em que a bandeira da discriminação se apresenta em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo discriminações históricas. Mas há, por outro lado, quem veja nessas propostas afirmativas a forma mais censurável de discriminação. É o caso das cotas especiais para vagas numa universidade ou numa empresa: é uma discriminação, cujo sentido positivo ou negativo depende da convicção de quem a avalia. As acepções são inconciliáveis, mas estão no mesmo verbete do dicionário e se mostram vivas na mesma sociedade. 01.A afirmação de que os dicionários podem ajudar a incendiar debates confirma-se, no texto, pelo fato de que o verbete discriminar (A) padece de um sentido vago e impreciso, gerando por isso inúmeras controvérsias entre os usuários. (B) apresenta um sentido secundário, variante de seu sentido principal, que não é reconhecido por todos. (C) abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que se costuma atribuir a esse vocábulo. (D) faz pensar nas dificuldades que existem quando se trata de determinar a origem de um vocábulo. (E) desdobra-se em acepções contraditórias que correspondem a convicções incompatíveis. e 02.Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade. Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra: (A) Os homens são desiguais porque foram tratados com o mesmo critério de igualdade. (B) A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de um mesmo critério para casos muito diferentes. (C) Quando todos os desiguais são tratados desigualmente, a desigualdade definitiva torna-se aceitável. (D) Uma forma de perpetuar a igualdade está em sempre tratar os iguais como se fossem desiguais. (E) Critérios diferentes implicam desigualdades tais que os injustiçados são sempre os mesmos. b T RT 4ª. REGIÃO Técnico Judiciário Área Administrativa Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 01 e 02. A vida é uma tapeçaria que elaboramos, enquanto somos urdidos dentro dela. Aqui e ali podemos escolher alguns fios, um tom, a espessura certa, ou até colaborar no desenho. Linhas de bordado podem ser cordas que amarram ou rédeas que se deixam manejar: nem sempre compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos. Nem todos somos bons condutores; ou não nos explicaram direito qual o desenho a seguir, nem qual a dose de liberdade que podíamos – com todos os riscos – assumir. (LUFT, L. O rio do meio. São Paulo: Mandarim, 1997, 3. ed, p. 105) 01. O texto aponta para (A) a liberdade do ser humano em estabelecer os rumos de sua própria vida, sem deixar de reconhecer a existência de limites e dificuldades nesse direcionamento. (B) os conflitos que aparecem durante as primeiras fases da vida de uma pessoa, impedindo-a de se transformar num adulto consciente e capaz de resolver seus próprios problemas. (C) as falhas de uma formação inadequada a que estão sujeitos os seres humanos, impossibilitando- lhes um direcionamento dos rumos de sua vida segundo parâmetros socialmente aceitáveis. (D) o pleno desenvolvimento de potencialidades atingido por algumas pessoas, ainda que elas estejam subordinadas a estruturas sociais preestabelecidas. (E) o papel das normas sociais aceitas pelo grupo na determinação da vontade de cada um em relação aos objetivos de sua própria vida, normas que sempre preponderam sobre decisões de cunho pessoal. (A) 02. Entende-se corretamente que, no 2o parágrafo, a autora aborda (A) a determinação no traçado de objetivos que possam nortear, desde o início, as escolhas que se colocam na vida de cada pessoa, impostas pelos valores cultivados no meio social em que se insere. (B) os problemas decorrentes de uma formação incompleta, ou até mesmo deformada, que resultam em futuros empecilhos na condução de uma vida menos subordinada às imposições do meio social. (C) a plena independência que deve constituir o legado de cada pessoa, possibilitando-lhe escolhas livres, desvinculadas das normas de comportamento adotadas pelo grupo social a que pertence. (D) as múltiplas maneiras de construção da melhor forma de viver, ou porque se deseja liberdade plena nas opções feitas, ou porque se torna mais fácil optar pelo pertencimento a um determinado grupo. (E) as dificuldades surgidas ao longo da vida, que podem resultarem avanços à medida que são superadas ou acabam se transformando em obstáculos verdadeiramente intransponíveis. (E) TRT 3ª. REGIÃO Técnico Judiciário Área Administrativa Atenção: As questões de números 1 e 2 referem-se ao texto que segue. Lições dos museus Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma invenção moderna: nasceram durante a Revolução Francesa, no final do século XVIII. Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres e se serviram de bens, mobiliário e objetos de arte. O quebra-quebra era um jeito de decretar que acabara o tempo dos privilégios. A Assembleia Nacional debateu durante meses para chegar à conclusão de que os restos do luxo dos aristocratas deviam ser considerados patrimônio da nação. Seriam, portanto, reunidos e instalados em museus que todos visitariam, preservando agradavelmente a lembrança de tempos anteriores. A questão em debate era a seguinte: será que fazia sentido preservar o passado, uma vez que estava começando uma nova era em que os indivíduos não mais seriam julgados por sua origem, mas por sua capacidade e potencialidades pessoais? Não seria lógico destruir os vestígios de épocas injustas para começar tudo do zero? Prevaleceu o partido segundo o qual era bom conservar os restos do passado iníquo e transformá-los em memórias coletivas. Dessa escolha nasceram os museus e, logo depois, a decisão de preservar os monumentos históricos. Na mesma época, na Europa inteira, ganhou força o interesse pela História. A justificativa seria: lembrar para não repetir. Não deu muito certo, ao que tudo indica, pois nunca paramos de repetir o pior. No fundo, não queremos que o passado decida nosso destino: o que nos importa, em princípio, é sempre o futuro. (Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 330-331) 01. Os museus nasceram durante a Revolução Francesa e foram criados depois de debates da Assembleia Nacional, findos os quais se concluiu que (A) o futuro, embora se anunciasse melhor do que o passado, deveria ser alimentado pela memória dos privilégios de que os nobres eram merecedores. (B) o passado, apesar das amplas lições que pode inspirar em tempos futuros, só deve ser preservado quando documenta os feitos dos cidadãos comuns. (C) a guarda dos bens da aristocracia deveria caber provisoriamente ao Estado, que decidiria o futuro do que pertencia aos antigos aristocratas. (D) os bens dos antigos aristocratas deveriam ser mantidos como um patrimônio coletivo, prestando-se à conservação da memória histórica. (E) a destruição de todos os vestígios da antiga nobreza era necessária para a preservação das liberdades conquistadas pelos revolucionários. (D) 02. Atente para as seguintes afirmações: I. Da leitura do 1o parágrafo, depreende-se que, a princípio, os bens dos nobres passaram às mãos de revolucionários, configurando-se então uma apropriação de caráter particular, ainda não público. II. No 2o parágrafo, informa-se que a posição vencida nos debates da Assembleia Nacional foi a de quem advogava em favor da preservação dos bens apreendidos, para que não se perdesse a memória dos méritos da aristocracia. III. No 3º. Parágrafo, manifestando uma opinião pessoal, o autor do texto julga imprescindível a existência de museus, uma vez que eles acabam exercendo uma função educativa, cuja importância há muito vem se demonstrando. Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em (A) II e III. (B) I. (C) II. (D) III. (E) I e II. (B)