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Ressocialização do Apenado no Sistema Prisional Brasileiro

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RESUMO 
O tema ressocialização é de grande abrangência por conta das inúmeras preponderância, as práticas adotadas pela humanidade como uma maneira de punir é extensa, entre elas manifestar-se há possibilidade de Ressocialização do apenado no intermédio de maneira produtiva. O objetivo deste trabalho é analisar as dificuldades que o apenado sofre com o decorrer da Ressocialização e demostrar que há possibilidade de ressocialização do apenado no meio social de maneira produtiva.
A metodologia utilizada baseia-se em pesquisa explorativa do tipo bibliográfica no sentido de eleger um referencial teórico que propiciasse uma base sólida temática. Este trabalho se divide em capítulos, em que no primeiro trataremos sobre a evolução da pena, retratando o conceito de pena e ressocialização. Nesse sentido, o objetivo é analisar suas teorias e os princípios constitucionais. No segundo capítulo, trataremos sobre o sistema prisional brasileiro, tendo em vista a situação dos presídios, o retorno do ex detento na sociedade e a reincidência do agressor. No terceiro capítulo, o foco será na socialização e ressocialização. E por fim, faremos algumas considerações, apontando os principais fatores para pode minimizar e transformar o apenado através da sociedade e do sistema penitenciários. 
Palavra-chave: Ressocialização. Reincidência. Sistema Penitenciário. 
ABSTRACT
The resocialization theme is of great scope because of the preponderance particles, as the practices adopted by humanity as a way of punishing is extensive, as they manifest themselves by a possibility of Resocialization of the distressed nonintermediate in a productive way. This work is to analyze the problems that are to be used with the decoding of Ressocialization and to demonstrate that it has possible to ressocialize the distressed. The methodology used is based on an exploratory research of the bibliographic type in the sense of choosing a theoretical framework that would provide a thematic basis. This work is divided into chapters, in which there is no first treatise on the evolution of the pen, portraying the concept of pen and resocialization. This sense is this enfant its evaluation and its constitutional constituencies. In the second chapter, dealing with the Brazilian prison system, considering the situation of prisons, the return of the former detention and the recidivism of the aggressor. In the third chapter, the focus will be on socialization and resocialization. And finally, we will make some considerations, following the main factors to be able to minimize and transform the distressed through the society and the penitentiary system.
Keyword: Resocialization. Recidivism. Penitentiary system.
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO 	7
1 BREVE HISTÓRICO DA PENA 	9
1.1 Conceito de pena e Ressocialização	13
1.2 Princípios da pena	14
O SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO E A SUA SITUAÇÃO	16
O retorno a sociedade do ex detento	20
2.3 Reincidência do Agressor	22
3 SOCIALIZAÇÃO E RESSOCILIZAÇÃO	24
3.1 O trabalho como forma de Ressocialização do presidiário	26
3.2 A importância das penas alternativas na Ressocialização do Apenado	.27
3.3 Apoio da família no processo de Ressocialização 	28
CONCLUSÃO 	29
REFERÊNCIAS 	32
INTRODUÇÃO 
	Este trabalho aborda sobre a Ressocialização e socialização do ex-detentos e detentos observando a situações do sistema prisional Brasileiro, que atualmente, encontra-se precária, pela alta superlotação e os altos números de reincidência. Devido ao aumento progressivo e contínuo da violência e prática delituosa. 
	A sociedade Brasileira entrou num rápido processo de mudança e conhecimento enfrentando as dificuldades, dessa maneira, fica difícil a participação da sociedade para reduzir tais problemas, estando está munido de preconceito e medo. Manifestando a resistência em colaborar com a recuperação do apenado, por não confiar na mudança de tal indivíduo. 
	O sistema penitenciário, atualmente não recupera o detento, devido as condições precárias, não favorecendo a recuperação social do preso como ressaltar a Lei de Execução Penal (LEP), pois vigiar, punir e encarcerar não é o suficiente; visto que traz consequências imediata no cumprimento da pena privativa de liberdade, devido a lentidão do poder Público e a falta de presídios em resolver os grandes problemas sociais, sendo necessário que o Estado resolva as situações dos encarcerados na recapacitação moral e social. 
	Em termo geral a prisão é uma agressão psicológica e corporal, ao ser considerado preso o sujeito transforma-se em objeto, número e coisa, tendo a sensação de que não existe garantias e segurança pessoal. O adequado seria a pena de prisão ser um recolhimento rápido para preparar o sujeito de volta ao retorno a sociedade. 
	A Lei de Execução Penal visa o andamento das condições para que o preso ao sair do seu lar, amigos, etc. possa refletir no que ele fez. A sociedade na prática julga o preso, o senso comum é que ele deve sofrer muito mais do que a justiça defini, esquecendo que a privação de sua liberdade já seria uma punição máxima. 
	A ineficiência do sistema penitenciário é clara gerando muitas preocupações que não consegue cumprir o seu objetivo que é de recuperar, reintegrar, ressocializar e o seu retorno seja, em condições satisfatório e adequado. 
	A ressocialização realmente cumpre o seu efeito, pois seria fundamental que fosse efetivada a implantação de programas profissionais e educacionais, assim abrindo a reintegração em sociedade, restaurando ele ao contexto social, deixando de lado esse estigma de ex-detentos. 
	A Ressocialização do apenado é uma das dificuldades enfrentadas na sociedade, muitos entendem que um ex-detentos não irá conseguir viver em harmonia novamente em meio às regras imposta pela sociedade, e com isso o apenado tem inúmeras dificuldades que ao longo da história este fato tem se agravado. A parti daí, surge o seguinte questionamento: quais as principais dificuldades que o ex-detentos enfrentam para a ressocialização e reintegração na sociedade. 
	A metodologia é a bibliográfica, procurando explicar e discutir o determinado tema com base de referências teóricas em materiais extraídos da internet, livros, salientando-se, esse tipo de pesquisa tem a finalidade de colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito, dito sobre determinado assunto.
	Assim, estrutura-se, o presente trabalho, em três capítulos principais, primeiramente, discorre sobre o breve histórico da pena, retratando o conceito de pena e ressocialização e os princípios da pena. 
	No segundo capítulo, estuda o sistema prisional brasileiro, com o objetivo de apresentar a sua situação e retorno do ex detento na sociedade e a reincidência do agressor. 
	E o último capítulo, por sua vez, é dedicado aos estudos sobre a socialização e a ressocialização, finalizando está com uma conclusão dos assuntos ora abordado.
BREVE HISTÓRICO SOBRE A PENA 
	Procurar quando a pena se iniciou, seria um processo árduo, pois não é fácil de encontrá-la, haja vista que a pena é tão antiga, quanto o tempo do surgimento do ser humano. Bitencourt menciona que o sujeito que propor se aprofundar na história da pena, provavelmente se perderia, pois, a mesma não tem uma data exata de surgimento. [1: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal, volume 1: parte geral. 13 eds. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 39.]
		A história da pena e do Direito Penal, ambas se encontram visceralmente ligadas, uma vez que história do Direito Penal se encontra fracionadas em períodos, sendo eles, vingança privada, vingança divina, vingança pública, humanitário e científico. Conforme ressalta Shecaira e Correa júnior ao aprofundar nos períodos, eles devem ser estudados se forma autônoma. [2: SHECAIRA, Sérgio Salomão; CORREA JUNIOR, Alceu. Teoria da Pena: Finalidades, direito positivo, jurisprudência e outros estudos de ciência criminal. São Paulo:Editora Revista dos Tribunais, 2002.]
		Nos tempos primórdios não se existia ideia de regra, sanção ou culpa, desta maneira a vingança privada era posta como uma condição de punição, como ressalta Noronha era caracterizado por reação conjunta do grupo contra o agressor, não possuía existência a proporcionalidade entre o crime cometido e pena aplicada. A vingança privada não era tida como uma instituição jurídica.[3: NORONHA, E. Magalhães. Direito Penal. Volume 1. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. Página]
		No decorrer da história, observa-se o Código de Hamurabi (2.000 a.C), esse código é considerado o mais antigo, trazendo a Lei de Talião, onde é possível identificar a reciprocidade rigorosa do crime, a punição poderia ocorrer da mesma maneira a quem cometeu, castigo igual à culpa, sendo “olho por olho, dente por dente”, sendo de caráter vingativo. Foi adotado em vários documentos, revelando-se um grande avanço na história do Direito Penal, era tida como caráter pessoal sendo que a vítima ou qualquer sujeito da família cometiam o mesmo ato contra o criminoso. [4: DUARTE Falcão Maercio Evolução História do Direito Penal {online} Disponível na internet https://jus.com.br/artigos/932/evolucao-historica-do-direito-penal/1. Acessado em 02 de abril em 2018.]
	Ao aprofundar estudos, nota-se tamanha severidade como por exemplo o artigo 209 e 210 do Código de Hamurabi, o qual cita que alguém se ousa bater em um mulher, a qual encontrava-se gestante e se a mesma viesse a sofrer aborto, o sujeito 
que praticou o ato, deveria pagar 10 (dez) ciclos e se a mulher viesse a óbito, era autorizado matar o filho de quem à matou.
	Nota-se que a religião influenciava de formar decisiva na vida dos povos e a repressão nessa fase era tida como “ira” da divindade, desta forma se deu início ao período Vingança Divina, sendo que um dos principais Códigos da época foi conhecida como Código de Manu, o qual não se tratava de um verdadeiro código e sim de uma coletâneas de normas onde abrangia vários assuntos e preceitos com a finalidade de regular a convivência social. 
	Que trazia em seu cerne de forma poética e imaginosa as regras as quais constava com dois versos, segundo os indianos essa metrificação teria sido inventada por um Santo chamado Valmiki, esse código determinava o corte de dedos de ladrões, evoluindo para os pés e as mãos nos casos de reincidência. O corte da língua para homem de bem, a queima do adúltero em chama ardente, a entrega da adúltera para animais carnívoros. O código foi imposto no Ano de 1.500 a.C. [5: FARIAS Guilherme. Código de Manu. {online} Disponível na internet em http://www.ebah.com.br/contet/ ABAAABtQsAD/código-manu. Acessado de 05 de abril de 2018. ]
	O período da Vingança Pública surgiu como um fortalecimento do Estado, se tornando a maior organização social, com desenvolvimento do poder político, neste período a pena perdeu sua índole sacra e a autoridade pública passou a impor as sanções de formas representativas aos interesses da sociedade. A pena de morte era aplicada nesta época, os condenados tinham seus bens apreendido e na maioria das vezes era estendida além do réu, podendo atingir seus parentes.[6: Idem 04]
	O Período Humanitário surgiu como uma reação as tiranias praticadas pela administração da justiça Penal. Neste período ganhou destaque através do movimento cultural conhecido como Iluminismo ou Filosofia das luzes, com ideias voltadas ao caráter humanitário. Salienta MARTINS: [7: MARTINS, Jorge Henrique Schaefer. Penas Alternativas.Curitiba: Juará, 1999. P. 23]
	
Na segunda metade do séc. XVIII, consolida-se a corrente de pensamento contrária a crueldade e aos absurdos que se cometiam em nome do Direito Penal absolutista. As ideias político-filosóficas e jurídicas emergentes já não admitiam que o Direito Pena pudesse utiliza-se de tantas frequências e de forma tão abusiva, dos castigos corporais, dos suplícios os mais diversos, dos trabalhos forçados e da pena de morte. 
	Este período entende-se que o pensamento predominante da época indo de encontro a qualquer crueldade e se rebelava contra qualquer arcaísmo. Durante o chamado período científico o qual também é conhecido como período criminológico. 
	Como foi denominado na época, surgindo uma doutrina que influenciou o Pensamento o qual se tornou notável o entusiasmo cientifico onde se despertou no Século XIX, aproximadamente no ano de 1850, onde se propaga até os dias atuais, repercutindo inclusive no âmbito criminal, caracterizando-se pela irrupção das ciências penais do direito punitivo, desta maneira foi deixado de lado a forma de tratar o delinquente e passando a vê-lo como um sujeito com personalidades conforme ressalta Puig Peña. [8: PUIG Penã,MIR Santiago. El derecho penal en el Estado social y democrático . Barcelona, Ed. Ariel Derecho, 1994. P. 38]
Procedendo o estudo histórico observa-se que existiram algumas concepções relacionado a pena e sua finalidade, de acordo com CAETANO, com a finalidade de conceituar a pena, existem 03 (três) teorias, sendo elas: a teoria absoluta, a teoria relativa, e a teoria mista, sendo que cada qual com seu grau de punição, conforme será descrito a seguir:[9:  SILVA, Haroldo Caetano da, Manual de Execução Penal, 2º edição, Ed. Bookseller, Campinas, 2002: P. 35.]
Teoria Absoluta da Pena 
A finalidade da pena nessa teoria era meramente a justiça, de maneira que aquele que cometesse o crime, o culpado, deveria pagar com a punição, sendo a pena. Desta maneira o sujeito que cometeu o crime, obtinha que livre arbitro, á capacidade de distinguir entre o certo e o errado. Caso o sujeito optasse em executar o crime, o mesmo deveria receber uma sanção de conforme sua conduta. Conforme ressalta BITENCOURT. [10: BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da pena de prisão: causas e alternativas. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. P. 106 e 107.]
	A teoria absoluta como instrumento de retribuição, desta maneira a pena seria recompensar e retribuir o mal do crime. Conforme afirma CAETANO[11: Idem 10.]
Pela teoria absoluta ou retributiva, a pena apresenta a característica de retribuição, de ameaça de um mal contra o autor de uma infração penal. A pena não tem outro propósito que não seja o de recompensar o mal com outro mal. Logo, objetivamente analisada, a pena na verdade não tem finalidade. É um fim em si mesma.
	Ao descrever sobre a teoria absoluta nota-se que há uma retribuição peculiar, com a finalidade de punir o sujeito para que sirva de entendimento, pois ao infringir uma norma jurídica o sujeito será penalizado, desta maneira a retribuição seria pagando mal causando um o mal ao criminoso. 
Teoria Relativa da Pena 
	A teoria relativa da pena especificasse da teoria da pena absoluta. A teoria tem o objetivo de prevenção, impedindo na tentativa de novos delitos pelo culpado. 
Para as teorias preventivas, a pena não visa retribuir o fato delitivo cometido e sim prevenir a sua comissão. Se o castigo ao autor do delito se impõe, segundo a lógica das teorias absolutas, quia pecctum est, somente delinquiu, nas teorias relativas a pena se impõe ut ne peccetur, isto é, para que não volte a delinquir[12: Idem 11 P. 121]
	A medida que a Teoria Absoluta possui a finalidade de realizar justiça, a teoria relativa, possui o objetivo de prevenir que novos delitos venham acontecer. 
	A teoria relativa consiste em prevenir a prática de novas infrações, desta forma não sendo primordial a punição do condenado, ou seja, a prevenção é sua finalidade, procurando um objetivo útil para a sua punição não parando na ideia de efetuar justiça, mas de necessidade social, objetivando também não somente ao delinquente, mas prevenindo para que não ocorra novos crimes, conforme consta ao olhar de Noronha. [13: Idem 03. P. 223	]
	Para Feuerbach, a função preventiva da pena se divide em prevenção geral voltada à coletividade, tendo como instrumento a intimidação e a prevenção especial voltada ao próprio delinquente. [14: FOUCALT, Michel. Vigiar e Punir.Nascimento da prisão.28. ed. Petrópolis: vozes, 2004. p.78. ]
	O objetivo da teoria prevenção geral é evitar crimes que venham ser cometidos no futuro, a teoria preventiva pressupõe a existência de uma ameaça da lei aos homens, como uma forma de violentar psicologicamente a não realização dos lícitos penais. 
	De acordo com Bitencourt que “a teoria da prevenção especial procura evitar a prática do delito, mas, ao contrário da prevenção geral, dirige-se exclusivamente ao delinquente em particular, objetivando que não volte a delinquir”.[15: Idem 11. Pag. 196]
Teoria Mista ou Eclética
	A teoria mista é uma retribuição ao apenado pela prática do delito, para o mesmo não cometer a nova realização de um delito. A pena tem o objetivo de retribuir, porem tem o propósito de reeducar o delinquente, esta teoria é a junção 
	Ao ponto de vista de Mirabete fundiram-se as duas correntes, sendo ela de natureza retributiva. A finalidade desta teoria não é somete a prevenção, mas a educação com a correção, tem seu aspecto moral na retribuição.[16: MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direto Penal, Parte Geral, 22º edição, São Paulo, editra Atlas, 2005, p. 245.]
	Estas teorias procuram o balanceamento com a finalidade de justificar a pena, desta forma respeitando o princípio da dignidade humana, atendendo o desejo da sociedade, desta maneira trazendo segurança, respeito e paz social. 
	Bitencourt afirma:[17: Idem 11. Pag. 74]
 As teorias mistas ou unificadoras tentam agrupar em um conceito único os fins da pena. Esta corrente tenta escolher os aspectos mais destacados das teorias absolutas e relativas. Merkel foi, no começa do século, o iniciador desta teoria eclética na Alemanha. No dizer de Mir Puig, entende-se que a retribuição, a prevenção geral e a prevenção especial são distintas aspectos de um mesmo e complexo fenômeno que é a penal.
	Tendo em vista que a teoria mista é denominada também unificadora, tem a finalidade com o único conceito dos fins da pena. Desta forma esta corrente tenta escolher os aspectos mais destacados das teorias absolutas e relativas. 
Conceito da Pena e Ressocialização 
	A pena é uma sanção que o Estado exerce no seu poder de punir, a quem vier cometer um ato ilícito. Para FERREIRA significa “Punição, castigo imposto por lei a algum crime, delito ou contravenção”[18: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. P. 974]
	Salienta MASSON: [19: MASSON, Cleber. Direito Penal -Parte Geral-vol.1, 6ª edição, São Paulo: Método, 2012. P.540]
Pena é espécie de sanção penal consistente na privação ou na restrição de determinados bens jurídicos do condenado, aplicada pelo Estado em decorrência do cometimento de uma infração penal, com as finalidades de castigar seu responsável, readapta-lo ao convívio em comunidade e, mediante a intimidação endereçada a sociedade, evitar a pratica de novos crimes ou contravenções penais.
	Desta maneira a pena de sanção penal imposta pelo Estado em consequência atribuída ao agente que comente uma infração penal. Tendo em vista que a pena consiste na privação ou na retribuição de determinados bens jurídicos, pois o objetivo é de punir o responsável, reinseri-lo ao convívio em sociedade e evitar o cometimento de nossos crimes e contravenções penais.
	A Ressocialização visa a entrada do apenado na sociedade, salienta Shecaira e Corrêa para que o indivíduo possua condições de retornar ao convívio social, se faz necessário uma efetiva readaptação e criação de mecanismos, para que o mesmo não tenha traumas e nem sequelas, objetivando a recuperação individual do preso, sendo um instrumento de educar para a convivência social.[20: SHECAIRA, Sergio Salomão e CORRÊA JUNIOR, Alceu, Pena e Constituição. São Paulo: RT, 1995. P. 44.]
	Nesse mesmo sentindo, Santos certifica que a Ressocialização “é a reintegração do delinquente na sociedade, presumivelmente recuperado”. A Ressocialização tornou-se mais do que o fim de uma pena, transformou-se em um “instrumento de várias funções”, não é somente reeducar o apenado para voltar a conviver com a sociedade mais visa a reinvenção social eficaz. [21: SANTOS, J. Seixas. Dicionário de Criminologia. 3ª ed. Campinas: Conan, 1995. P. 193]
Princípios da pena
São revestidos de força de normas, cujos quais guiam o interprete e o aplicador da lei no processo de individualização das penas. Conforme Amaral Junior conceituando acerca do princípio elucidando que é mais geral que a regra, permitindo avaliações flexíveis, quanto às regras, admite as exceções, uma vez que a regra é elaborada para ser aplicada há uma situação concreta. Desta maneira é elaborada para um específico número de atos ou fatos.[22: SOARES, Samuel Silva Basílio. A execução penal e ressocialização do preso. {online} Disponível na internet. http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=18393&revista_caderno =22. Acessado em 04 de maio de 2018.][23: AMARAL Júnior, A.; PERRONE-Moíses, C. (Org.). O Cinquentenário da Declaração Universal dos Direitos do Homem. São Paulo: Edusp, 1999. {online} Disponível na internet.  http://www.revistapsicologia.ufc.br/ index.php?option=com_content&view=article&id=1%3Adireitos-sociais-direitos&catid=29%3Aano-i-edicao-i&Itemid=54&limitstart=6 > Acesso em 03 de maio de 2018.]
	Os princípios dão significados às normas presente, pelo seu elevado grau de abstração, sendo aplicado ao direito com o poder de tornar concreto.
 	Os princípios têm como base a o artigo 5º Constituição Federal e o artigo 121, parágrafo 5º do Código Penal.[24: BRASIL. Lei n° 5º de 05 de outubro de 1988. Direitos e garantias fundamentais. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília. DF, P.01 – Seção 01 (Publicação Original).][25: BRASIL. Lei n° 121º de 05 de outubro de 1988. Direitos e garantias fundamentais. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília. DF, Coleção de Leis do Brasil - 1940, P 187 Vol. 7 P.23911 – Seção 01 (Publicação Original).]
Personalidade ou responsabilidade pessoal
Para este princípio tem como base o artigo 5º XLV da CF, que traz em sua redação que nem uma pena passará do condenado, não atingindo a outrem, ou seja, sendo ela personalíssimo do sujeito que cometeu o crime, desta maneira, apenas o delinquente pode ser responsabilizado pela pena.[26: Artigo 5º XLV – CF “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”.]
Princípio da Legalidade
Não existe pena sem que mesma esteja estabelecida por lei, portanto para que seja crime, deve estar previsto em lei. Conforme consta no artigo 5º XXXIX da CF.[27: Artigo 5º XXXIX – CF. “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”]
Princípio da Inderrogabilidade
Provada a prática delitiva, a pena deve ser imposta devendo atingir sua eficácia sendo essencial o agente ser responsabilizado, o Estado Juiz deve aplicar e executar a pena ao sujeito que cometeu a inflação penal, tendo uma única exceção, o perdão judicial, com fundamento no artigo 121, parágrafo 5º do CP. 
Princípio da Proporcionalidade
Com base no artigo 5º XLVI da CF, possui natureza mista contém características de princípio e regra em questão, sendo um instrumento de suma importância para a manutenção do valor moral da Constituição, com capacidade e equilibro, princípios e valores desta forma tendo como finalidade buscar meios para fatos descritos. Sendo assim deve-se existir um equilíbrio entre o crime e a penalidade, ou seja, a pena deve ser proporcional a gravidade do crime cometido. O juiz e o Ministério público devem ter essa noção.[28: Artigo 5º XLVI – “A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda debenções; c) multa; d) prestação a social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos. ]
Princípio da Individualização da pena
Conforme consta no artigo 5° XLVI da CF, a sanção aplicada a cada criminoso no concurso de agente, sendo assim cada pessoa envolvida no crime, poderá obter uma pena diferente, cada um pagará pelo crime que cometeu, ou seja, a pena deve ser aplicada individualmente devendo cada um responder de acordo e na medida da colaboração no crime. [29: Idem 29]
Princípio da Humanidade. 
Pode ser entendido como princípio da humidade, que as penas devem ser humanas com respeito a pessoa, a sua integridade física e moral, proíbe penas desumanas, dolorosas, não admitindo penas vexatórias, desta maneira quando o sujeito condenado e julgado no comprimento da sua pena, a ele deve ser preservado a sua física e moralmente, segundo o artigo 5º XLVII e XLIX da CF. Sendo assim os princípios é a base norteadora do direito. [30: Artigo 5° XLVII e XLIX – Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, IXI; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis e XLIX - é assegurado aos presos o respeito á integridade física e moral”.]
O SISTEMA PRISIONAL E A SITUAÇÃO DOS PRESÍDIOS BRASILEIROS
Na Lei de Execução Penal encontra-se constituída as normas fundamentais que norteiam os direitos e obrigações do sujeito criminoso no curso da implementação da pena. Desta forma possui a finalidade atuar como um instrumento de preparação para o retorno ao convívio social do preso.
O sistema prisional adotado no Brasil é o sistema progressivo, pois a sua finalidade é a ressocialização do condenado. Pelo caminho da progressão de regime, saltando do regime prisional fechado, para o semiaberto e o aberto sendo que na pena privativa de liberdade, passará regime do mais rigoroso cumprindo um sexto da pena no regime anterior, provando bom comportamento carcerário que será comprovado pelo diretor do estabelecimento, conforme consta no artigo 112 da Lei de Execução Penal, possui característica na medida que permite a reinserção do apenado à sociedade, antes do fim da sua pena. 
O processo de ressocialização tem como um dos primeiros problemas a superlotação no sistema carcerário.
 Diante desta situação se torna quase impossível efetuar um tratamento individualizado de cada preso, a lei de execução versa ao condenado o direito social, desta forma possibilitando a conservação de sua dignidade e a manutenção de indispensáveis relações sociais com a sociedade e não restringindo ao isolamento, muito menos retribuindo o mal do mesmo jeito a qual ele praticou. [31: Idem 23]
	Compreende-se que o sistema prisional brasileiro está precário. Os presídios se tornaram superlotados, provocando a violência sexual entre os confinados, as drogas são presentes dentro dos presídios, doenças graves multiplicam-se. 
	O sistema penitenciário brasileiro não consegue realizar seu objetivo que é recuperar o apenado e devolve-lo o a sociedade com condições apropriados.[32: GOMES, Patrícia da Silva. Ressocialização do sentenciado. Governador Valadares. Ed Saraiva. 2008. p. 19. ]
	A superlotação por conta do elevado número de presos, é um dos problemas do sistema penal, por conta dessa situação muitos dormem no chão das celas, banheiros e até perto de buraco de esgoto, nas celas mais lotadas os detentos chega a dormi pendurados em rede ou amarrados nas grades das celas. [33: CAMARGO, Virginia da Conceição. Realidade do Sistema Prisional. out. 2006. {online} Disponível na internet em:< http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2971/Realidade-dosistema-prisional>. Acesso em: 13 mar. 2018.]
	Dentro das prisões ocorre pouca ventilação, a água é pouco por dia, a superlotação desobedece às normas e Princípios Constitucionais que estão presentes na Lei de Execução Penal, art.88 que ordena que o condenado será alojado em cela individual que inclui dormitório, lavatório e aparelho sanitário. 
	Por conta da lotação do sistema prisional, é ineficaz o estabelecimento determinado para os presos que esperam o julgamento, pois as delegacias, penitenciarias, cadeiras públicas foram modificadas para pessoas que não são tratados como tais. O problema da superlotação este ligado ao problema da rebelião, pois tem acontecido em todo o país com frequência, a exigência é de melhores condições nos presídios. Salienta Foucault , sobre os motivos das rebeliões: [34: FOLCAULT, Michel. Vigiar e Punir. 28 ed. Petrópolis: Vozes,26º Ed. Editora Vozes. 2004.P. 107 e 108]
Nos últimos anos, houve revoltas em prisões em muitos lugares do mundo. Os objetivos que tinham suas palavras de ordem, seu desenrolar tinham certamente qualquer coisa paradoxal. Eram revoltas contra toda miséria física que dura há mais de um século: contra o frio, contra a sufocação e o excesso de população, contra as paredes velhas, contra a fome, contra os golpes.
 Mas também revoltas contra as prisões-modelos, contra os tranquilizantes, contra o isolamento, contra o serviço médico ou educativo. Revoltas cujos objetivos eram só materiais? Revoltas contraditórias contra a decadência, e ao mesmo tempo contra o conforto; contra os guardas, e ao mesmo tempo contra os psiquiatras? De fato, tratava-se realmente de corpos e de coisas materiais em todos esses movimentos: como se trata disso nos inúmeros discursos que a prisão tem produzido desde o começo do século XIX. O que provocou esses discursos e essas revoltas, essas lembranças e invectivas foram realmente essas pequenas, essas ínfimas coisas materiais.
Em muitos lugares do mundo, nos últimos anos aconteceu revolta nas prisões, tendo como principal fim, as palavras de ordem, essas reinvindicações eram contra tratamentos desumanos que violavam a integridade física, o grande aumento da população carcerária, o frio, a sufocação, a fome, as paredes velha, os golpes, serviço médico, educativo e o isolamento. Essas revoltas se davam em desfavor do conforto, problemas na decadência, os tratamentos em relação aos guardas essas reinvindicações eram de cunho material e pessoal. 
Os presídios estão se tornando cada vez mais acumulação de seres humanos, o sujeito preso sofre mais com agressões dos próprios agentes e policiais, os quais encontram-se despreparados para cumprir sua função, o Estado por sua vez, não os qualificando para executar o seu trabalho, agressões e abusos que cometem os agentes penitenciários e policiais, depois de tentativas de fugas e rebeliões os presos sofrem a chamada correição, a qual tem por sua natureza de castigo, que nada mais é do que um espancamento que ocorre após a contenção dessas insurreições. A desqualificação e despreparo desse agente faz com que ele só contenha as rebeliões pelo caminho da violência, cometendo vários abusos e impondo aos presos uma espécie de disciplina carcerária.[35: ASSIS, Rafael Damasceno. A realidade atual do Sistema Penitenciário Brasileiro {online} Disponível na internet em https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3481/A-realidade-atual-do-sistema-penitenciario-brasileiro Acessado em 20 de meio de 2018.]
Muitos detentos acabam adquirindo doenças que se proliferam, como doenças sexualmente transmissíveis como por exemplo, a AIDS, tuberculose, as condições higiênicas são precárias nas cadeias, pois a falta de desinformação, alguns deles não tem conhecimento de que estão contaminados. De acordo com o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais pontua que um dos fatores preocupantes é a saúde dos detentos, estatísticas mostrou que 12% uma escala de 2.000 (dois mil) presos, falecerem por tuberculoses, doença essa que é respiratória.[36: JESUS, Damásio E. Sistema Penal Brasileiro: Execução das Penas. Volume 1. 36º Ed. Editora Saraiva. 2015.]
 Possuindo um quadro agravante devido ao sujeito está em um local onde se encontra uma pessoa contaminada. Esta realidade é de responsabilidade do Estado, o qual deve providencias tratamento e local adequado[37: SANTIS Bruno Morais Di. A EvoluçãoHistórica do Sistema Prisional na Publicação Oficial do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, nº 11, setembro/dezembro de 2012. Revista Liberdades. P04]
Tratando da assistência à saúde do preso e do internado, determina o art. 14 da Lei de Execução Penal - LEP/1984: [38: BRASIL. Lei n° 7.210 de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1984.]
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado, de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico. § 2º Quando o estabelecimento penal não tiver aparelhamento para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.
	A má alimentação dos presos seus sedentarismos, uso de drogas e a falta de higiene, os presos adquirem as várias doenças no interior das prisões, as mais comuns é do aparelho respiratório, hepatite, pneumonia e outras. A superlotação, a sua precariedade e a sua insalubridade tornam as prisões no ambiente sujeito a essas variadas doenças, desencadeadas no sistema prisional. 
	Normalmente quem entra no sistema sem doença alguma, acaba adquirindo essas doenças, tornando a sua saúde fragilizada, estimasse nas pesquisas que 20% dos presos brasileiros ao adentrar no sistema carcerário, eles adquirem a doença AIDS, praticado por ato de outros presos, uso de drogas injetáveis e homossexualismo.
	 Há também um grande número de presos com distúrbios mentais, deficiências físicas paraliticas e semiparalíticas, câncer e a saúde dentária na prisão resume-se na extração de dentes, este é o tratamento odontológico, desta forma perde-se a índole de ressocialização.[39: Idem 36]
Dados do Ministério Público da Justiça, o Brasil possui cerca de 500.000 (quinhentos mil) detentos, sendo uma superlotação dos presídios, nota-se o descumprimento da Lei de Execução Penal. A qual dispões no artigo 84 que a lotação deve ser compatível com a estrutura e finalidade no estabelecimento penal e prevê que se deve ter um órgão específico. 
Pois deverá ser responsável por delimitar a capacidade de cada estabelecimento sendo o Conselho Nacional de Política Criminal, sendo o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, o qual analisará o número adequado de vagas de acordo com os estabelecimentos. [40: Idem 23]
	De acordoo com Camargo “Nós temos depósitos humanos, escolas de crime, fábrica de rebeliões”. O Brasil tem um dos maiores sistemas prisional, é clara as condições desumanas, essa superlotação fere e desobedece as normas e princípios constitucionais que estão presentes na Lei de Execução Penal, artigo 88 o qual ressalta que o sujeito condenado deve ter uma cela individual com dormitório, aparelho sanitário e lavatório, sendo requisitos básicos, não o tornando insalubre pela concorrência dos fatores, deve-se ter uma espaço adequado, sendo de no mínimo 06 (seis) metros quadrados, conforme consta no artigo.[41: SENNA, Virdal. Sistema Penitenciário Brasileiro. fev. 2008 {online}. Disponível na internet em:< http://www.webartigos.com/articles/4242/1/Sistema-Prisional/pagina1.html>. Acesso em 13 mar. 2018.]
 O retorno a sociedade do ex- detento 
	A princípio, uma das principais dificuldades enfrentadas pelo ex-detento no retorno a sociedade, localiza-se no próprio sistema prisional, onde o gera uma verdadeira cultura, onde as ações e costumes realizados dentro da prisão constitui efeitos negativos na vida do ex detento complicando o retorno a sociedade. 
	De acordo com Assis o auto índice de reincidência é o resultado do tratamento que o condenado recebe durante a prisão, porém é também o preconceito que os ex-detentos recebem ao sair da prisão e a falta de oportunidade.[42: ASSIS, afael Damasceno de. A Realidade Atual do Sistema Penitenciário Brasileiro. Revista CEJ, Brasília, Ano XI, n. 39, p. 74-78, out./dez. 2007.P. 75]
 
 Essa realidade é um reflexo direto do tratamento e das condições a que o condenado foi submetido no ambiente prisional durante o seu encarceramento, aliada ainda ao sentimento de rejeição e de indiferença sob o qual ele é tratado pela sociedade e pelo próprio Estado ao readquirir sua liberdade. O estigma de ex-detentos e o total desamparo pelas autoridades faz com que o egresso do sistema carcerário se torne marginalizado no meio social, o que acaba o levando de volta ao mundo do crime, por não ter melhores opções.
Quem passa pelo Sistema Penitenciário Brasileiro, mesmo tendo cumprido a pena que foi determinado pelo Estado, estará marcado pelo estigma de ser ex-detentos, com isso, as dificuldades são inúmeras que os mesmos sofrem, como por exemplo a dificuldade de conseguir um emprego e a ressocialização. 
	Mesmo depois de ter cumprido a pena o ex detendo ficará com a mancha de ser ex-presidiário, e com isso dificultando de conseguir um emprego e a sua ressocialização. Existem os preconceitos, as barreiras para conseguir emprego dificuldades de se readaptar. O sistema prisional cumpre com a penalidade, ou seja, o sistema pune, mas não cumpre com a função de reeducar o ex-detento. No Brasil grande são as dificuldades, inclusive os elevados números de vagas nas prisões que não dá a eles as melhores condições de sobreviverem de forma digna. 
	No Brasil existe diversas instituições que se dedicam unicamente a reinserção dos ex detentos no mercado de trabalho. Este mecanismo facilita a reinserção do ex presidiário, atendendo as necessidades básicas e imediatas dos que saem das prisões, fazendo a ponte entre empresas e presídios. Com objetivo de preparar os detentos e os empresários Há entidades que colocam os ex-detentos em setores produtivos e remunerados. [43: Idem 23]
	O sistema prisional tem como ideais a reeducação do apenado. O objetivo da pena é punir e reeducar, transformar para que o crime não venha se cometido mais vezes. É fundamental que o ex-apenado no seu reingresso na sociedade cumpra sua função social, principalmente a sua recolocação no mercado de trabalho, de acordo com a Lei com LEP é dever do estado, no que dispõe que a assistência ao preso e ao internado, almejando assim prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.
	O preconceito social ainda é muito grande, para a ressocialização do preso, e além do preconceito os ex-detentos tem muitos obstáculos existente no retorno a sociedade como no retorno ao trabalho.
	Esse retorno a sociedade é dever do estado assegurando a eles de acordo com a Lei de execução penal no artigo 22 que diz que “assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à sociedade”. E no artigo 25 nos enfatiza ainda mais que a assistência ao egresso a sociedade.[44: ][45: ]
				Lei de Execução Penal Art.25
Na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
Na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
	Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso
 II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego, sendo assim deve o Estado dar a orientação necessária, apoiando para o retorno na sociedade se necessário for dar ele a alimentação, alojamento adequado pelo prazo de 2 meses, podendo ser prorrogável por única vez com comprovação da assistente social. 
	De acordo com Silva Os fatores que levam a um número de alto de reincidência é a falta de acolhimento dos responsáveis, esse estigma de prisão juntamente com o preconceito da sociedade, a impossibilidade de sustento e muitas vezes a falta de apoio da familiar, a falta de moradia, a dificuldade de encontrar um trabalho, torna o grande número de presos novamente ao sistema carcerário muitos deles acabam entrando no crime organizado por faltas de oportunidades e a falta de acompanhamento desses ex-condenado. Para Silva os [46: SILVA, Evandro Lins e. De Beccaria a Filippo Gramática, in sistema penal parao terceiro milênio. 4. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2011.p.40]
	
 Reincidência do Agressor 
	Para Souza Nucci no direito penal, a reincidência criminal significa o agente que praticou um novo delito, ou seja, de uma maneira geral nos traz que é repetir o ato criminoso depois da condenação com sentença transitada em julgado pelo mesmo crime cometido anteriormente. [47: NUCCI, Guilherme Souza. Curso de Direito Penal - Vol. 1 - Parte Geral. Forense, 11/2016. p.776 [Minha Biblioteca]. ]
	Dessa maneira para a configuração da reincidência é necessário que o agente que cometeu o crime cometa um novo crime depois do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, sendo que não cabia mais nenhum recurso. 
	Hoje o número de reincidência no Brasil é muito alto, esta informação é confirmada por vários estudos. Em 2015 foi publicado pelo (IPEA) instituto de pesquisa aplicada um relatório de pesquisa onde diz que a cada 4 ex-presos um vem a ser condenado de novo dentro de 5 ANOS.
 	Atingindo assim o taxa de 24,45% o nome dessa pesquisa é reincidência criminal no Brasil, nesta pesquisa diz que cerca de 70% a reincidência. O percentual até junho de 2014 de detentos era de 607,731 no sistema penal Brasileiro de acordo com dados do infopen departamento penitenciário nacional. 	
	Dados mostra que a polução carcerária cresceu desde do ano de 2002, dados mostra que era cerca de 239.345 detentos, esses números indica um quantidade significante de cerca de 153% em 12 anos, sendo que a quantidade de vagas livre no sistema era 376.669, que deixou um deficiência de 231.062 vagas. Sendo assim a capacidade não é suficiente para abrigar a quantidade de presos que tem, a própria estrutura física das penitenciárias é insustentável.[48: Fonte: http://www.isaudebahia.com.br/noticias/detalhe/noticia/quais-sao-os-fatores-que-favorecem-a-reincidencia-criminal/ acessado em 30/04/2018]
Um levantamento feito enfopen do ministério da justiça continua mostrando a grande quantidade do números de presos do Brasil, os números continuam disparando a taxa de encarceramento por habitante é muito alta e o déficit de vagas também. Dados que é de junho de 2015 até 2016.O Brasil é a tornou a terceira maior população carcerária do mundo, chegando em números de 727 mil passando só a Rússia, mais mantendo menos que os estados unidos e china.
Os números incluem os presos provisórios e os presos com sentença, com condenação, equiparando com 1990 quando a história se iniciou relatada pelo ministério de justiça, essa quantidade multiplicou-se 8 vezes, saltando de 90.000.00 para 727 mil pessoas, no mesmo período a população cresceu apenas 39%.
Faltam lugares em todos os estados, para dar conta dessa quantidade de detentos, hoje seria necessário multiplicar os números de vagas, o crescimento da polução carcerária, vagas vem diminuindo pouco a pouco desde de 2014 quando seu ápice de 376 mil.
 Diminuiu para 371 mil em 2015 e baixou ainda mais um pouco em 2016, para 368.mil, a alta taxa é de presos provisórios, que é de 40%, sendo a mesma taxa de 
2014, o resultado da superlotação com a taxa de ocupação nacional é de 197%, o Estado aprisionar em média de 48 pessoas em lugar destinado apenas para 10.[49: http://www.gazetadopovo.com.br/justica/populacao-carceraria-do-brasil-e-a-3-maior-do-mundo-indica-estudo-0mdi66lmb0ead6rhllv5rdz9x acessado em 02/05/2015]
	São muitos fator que elevam esses números, um deles é a falha estatal que não a faz a forma correta de reeducar, transformando ele para a vida do apenado, a falta de acesso à educação, de oportunidades de trabalho ao término da pena, também ausência de formação profissional, o vício das drogas, a vida horrível dentro dos presídios, à segregação social. Essa alto grau de reincidência revelam a precariedade e ineficácia do sistema carcerário Brasileiro.
	Os estabelecimentos penais tornam-se um lugar onde os presos aprendem mais crimes ao sair da prisão, vem o desprezo por parte do estado e da sociedade sendo indiferentes com eles, e ainda incluímos a falta de políticas públicas, tais problemas despertam a atenção para o papel da ressocialização.[50: http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-reincidencia-criminal-em-decorrencia-da-precariedade-do-sistema-carcerario-brasileiro,590035.html acessado em 03/05/2015]
	Vemos diante desse cenário a ineficácia da lei de execução penal e a precariedade no sistema prisional. a qual no seu artigo da Lep em seu artigo 88 diz que “que o condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
	Enfatizando no parágrafo único da Lei diz que é direito básico do condenado ter um cela individual, e isso não vem acontecendo vemos uma violação à Lei de Execução Penal a LEP, violando assim um dos direitos básicos.
SOCIALIZAÇÃO E RESSOCILIZAÇÃO
	A reinserção do sujeito na sociedade é obrigação do Estado como da sociedade, visto que se refere a um assunto de extrema complexidade. O sistema penitenciário tem o objetivo de reabilitar e Ressocializar os detentos, com o método de penalizar o transgressor pelo mal que o mesmo causou, transformando e reeducando, porem isso não é encontrado na prática, por conta que o sistema penitenciário não atende ao que se propõem a realizar. 
 Em 1984, foi promulgou-se a Lei de Execução Penal – LEP, nesta Lei é estabelecido que o penitenciário tenha direito a assistência médica educação, religião que é prenunciada no Artigo 11 da LEP “assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar ao retorno à convivência em sociedade” 
Neste sentido Bitencourt (2012, p.130) salienta: [51: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral, 1 – 17. Ed. Rev., ampl. E atual. De acordo com a Lei n. 12.550, de 2011. – São Paulo: Saraiva, 2012. p.130]
[...] A Lei de Execução Penal (LEP), já em seu art.11, destaca como objetivo do cumprimento de pena a reintegração social do condenado, que é indissociável da execução da sanção penal. Portanto, qualquer modalidade de cumprimento de pena em que não haja a concomitância dos dois objetivos legais, quais sejam, o castigo e a reintegração social, com observância apenas do primeiro, mostram-se ilegal e contrária à Constituição Federal. 
	O sentido da Ressocialização no sistema prisional deve ser o de reinserção social como é ajudar e apoia o preso. Para Albergaria, a Lei de Execução Penal pretende atingir a reintegração do apenado a sociedade, a Lei da execução Penal é um instrumento jurídico para realização da política penitenciaria nacional, a sua finalidade é transforma o estabelecimento prisional em escola de alfabetização e profissionalização do preso. [52: ALBERGARIA, Jason. Das penas e da execução penal. 3.ed. Belo horizonte: Del Rey, 1996, p.21.]
	De modo que se busca a Ressocialização do detento, a Lei de Execução Penal métodos que os detentos tenham direitos de trabalho quanto à sociedade.
	Assim, a LEP ordena no Art. 32sobre esse assunto:
Art. 32: Na atribuição do trabalho deverão ser elevadas a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado. 
1° - Deverão ser limitados, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo.
2° - Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade. 
3° - Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado. 
	Haja vista, que é dever do Estado oferecer trabalho com o objetivo de realizar a reinserção dos presos a sociedade, sendo exigida a remuneração do trabalho realizado. 
Art. 29: O trabalho do preso remunerado mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a três quartos do salário mínimo.1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
À indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinado judicialmente e não reparados por outros meios;
À assistência à família;
As pequenas despesas pessoais;
Ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. 
	É ordenado ao Estado aderir parâmetros educacionais e Ressocializadoras que detenha a finalidade de conceder aos detentos condições humanizadas enquanto estiverem presos. De acordo com a LEP, consiste em serviços que atendam às necessidades pessoais dos presos, oferecendo condições para que eles sejam reintegrados, assim diminuindo os números de reincidência.
3.1 O trabalho como forma de Ressocialização do presidiário 
	
	De acordo com MIRABETTI “a concepção do trabalho penitenciário seguiu historicamente a evolução experimentada na conceituação da pena privativa de liberdade". O trabalho nas prisões é compreendido como uma atividade dos internados no estabelecimento penal ou fora dele, com remuneração. [53: MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de direito penal.São Paulo: Atlas, 2004. p.89]
	De acordo com as Regras Mínimas da Organização Nacional dos Direitos Humanos (ONU) o trabalho nas prisões não necessita contribuir para aumentar a 	capacidade de os presos ganharem sua vida honesta depois da liberação.
Já na LEP, em seu Art.28, o trabalho para o detento tem o objetivo de eficiência e educativa. Destaca-se, que o trabalho é um dever do presidiário, o que constata no Art.31 caputs e art. 39, inciso V da LEP.[54: Artigo 28. capul, da LEP. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, lera finalidade educativa e produtiva.]
	Os tipos de trabalho desenvolvidos nas prisões podem ser agrícolas, industriais e intelectuais com o objetivo de alcançar a Reincidência dos presos. Para que se consiga a eficácia do trabalho é importante que õ preso se sinta realizado pelo prazer funciona o trabalho penal efetua funções que possibilita atividades que também reduz à pena, assim cabe ao Estado conceder trabalho que possa ser efetuado no sistema penitenciário. 
	
3.2 A importância das penas alternativas na Ressocialização do Apenado 
	É notório a falência do Sistema Penitenciário Brasileiro, vale destaca entre os problemas encontrados é notório a falência do Sistema penitenciário Brasileiro, vale destaca entre os problemas encontrados o desrespeito com os presos, razões que estabelece com que os presos sejam desumanizados.
	 Leal (1998) ratifica a falência do sistema carcerário e revela a falta de dignidade humana existente nesse confinamento.[55: LEAL, C. B. Prisão: Crepúsculo de uma era. Belo Horizonte: Del Rey, 1998.]
	Em 1984, com a Reforma Penal que legitimou o tipo de pena diferenciada, nomeada como penas alternativas, passando a ser as seguintes: prestações de serviço à comunidade ou entidades públicas, limitação de fim de semana, multa, prestações pecuniárias, perdas de bens e valores, interdição temporária de direitos. 
Para Damásio Evangelista de Jesus, podemos enumerar 6 pontos positivos para execução das penas alternativas: [56: JESUS, Damásio Evangelista de.Op cit., p. 30.]
1 - Diminuem o custo do sistema repressivo;
2- Permitem ao juiz adequar a reprimenda penal à gravidade objetiva do fato e as condições pessoais do condenado. Como disse o Ministro RENAN CALHEIROS, elas têm capacidade de “retribuir a culpa, reparar o dano e satisfazer os fins preventivos da pena”
3- Evitam o encarceramento do condenado nas infrações penais de menor potencial ofensivo;
4 - Afastam o condenado do convívio com outros delinquentes;
5 - Reduzem a reincidência;
6 - O condenado não precisa deixar sua família ou comunidade, abandonar suas responsabilidades ou perder seu emprego.
	A pena alternativa permite ao condenado exerce ocupação justa, lazer, aprendizado, simultaneamente, protegendo o detento de continua a convivência com delinquentes, fato esse que desvaloriza sua individualidade.
	As penas alternativas podem trazer muitos benefícios para a sociedade, pois ajudará na redução dos gastos pelo Estado, diminuirá a superlotação no sistema penitenciário e a sociedade aprendera a lidar com essas pessoas, deixando o preconceito, reduzem o número de reincidência, o apenado continua suas atividades profissionais, sem se afasta dos seus familiares. 
3.3 Apoio da família no processo de Ressocialização 
	O sujeito ao ser preso envolve sua família, assim, o envolvimento da família é essencial o auxílio ao detento no cumprimento de sua pena. A família é fundamental, como uma parceira para trabalhar a autoestima de seu ente; dando uma estrutura nas relações familiares. De acordo com Saraceno[57: SARACENO, Chiara. Sociologia da Família. Lisboa: Estampa, 1997. p.59]
As famílias como agregações sociais, ao longo dos tempos, assumem ou renunciam funções de proteção e socialização dos seus membros, como resposta às necessidades da sociedade pertencente. Nesta perspectiva, as funções da família regem-se por dois objetivos, sendo um de nível interno, como a proteção psicossocial dos membros, e o outro de nível externo, como a acomodação a uma cultura e sua transmissão. A família deve então, responder às mudanças externas e internas de modo a atender às novas circunstâncias sem, no entanto, perder a continuidade, proporcionando sempre um esquema de referência para os seus membros.
	Nessa acepção, no processo, a família tem um papel essencial, criando o vínculo entre o detento e a sociedade e que tem uma influência no cumprimento de sua pena. Nota-se que a família é o ambiente no qual o sujeito irá receber um processo de socialização, onde o sujeito recebe relações compartilhada e pessoais. 
	Percebe-se a importância da família no desempenho da pena privativa de liberdade de seu ente, uma vez que o legislador à conserva os direitos do menor infrator, manteve o vínculo do menor, oferecendo a ele a chance de termina sua pena perto de seus pais, dando a oportunidade de se recuperar 83% dos detentos recebem visitas – 54,3% semanais e 22,3% quinzenais, muitas famílias deixam de visitar seus filhos, pais, maridos etc. Foi realizado um projeto no Presidio Lemos Brito, através do serviço social com a finalidade de resgatar a identidade familiar dos presos. 
	E estimulado a visita para os detentos semanalmente, as visitas são recebidas pela manhã para conversa em espaço reservado. Essas visitas cumprem uma função essencial, com o objetivo de trocar afeto entre seus familiares e ajudar a diminuir o estresse causado pelo sistema prisional.
CONCLUSÃO

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