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LOGÍSTICA PDF

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AULA (1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÓPICOS ESSENCIAIS EM 
LOGÍSTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Rosinda Angela da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
02 
CONVERSA INICIAL 
A logística na atualidade é estratégica para o bom desempenho de toda e 
qualquer tipo de negócio, uma vez que é responsável pelo fluxo de pessoas e 
mercadorias no mundo todo. No entanto, logística não é um departamento de 
tarefa única e sim, um complexo agrupamento de atividades chaves para o bom 
atendimento ao cliente. Tais atividades precisam ser organizadas, dirigidas e 
controladas por equipes competentes e com auxílio de recursos tecnológicos 
para o alcance das metas organizacionais. Dada essa relevância, essa aula 
apresentará alguns temas críticos da logística para reflexão e discussão das 
oportunidades de melhorias dos processos envolvidos. 
Caros estudantes! Sejam bem-vindos à aula de Tópicos essenciais em 
logística! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Você já deve ter ouvido algumas vezes a seguinte informação: “a logística 
movimenta o mundo”. Pois acredite, ela é verdadeira! Mas é muito mais que 
isso! A logística tem nos permitido ir cada vez mais longe, entregar produtos em 
locais inóspitos, atender clientes cada vez mais exigentes, suportar as 
estratégias de crescimento das organizações, exportar e importar bens e 
serviços por todo o mundo. Esses motivos não são os únicos, mas são mais que 
suficientes para justificar o estudo dos temas que serão apresentados nessa 
aula. 
A economia mundial é dependente de processos logísticos eficientes e já 
se sabe que empresas que entregam serviços melhores sem aumentar seus 
custos, têm a preferência do cliente. Junto com essa constatação vem o desafio 
para o administrador de equilibrar atendimento de alta performance mantendo 
custos mínimos. 
Como a logística abarca muitos assuntos, nessa aula faremos um 
retrospecto de alguns temas considerados essenciais no complemento da 
formação do gestor. Dentre esses, discutiremos sobre a importância da logística, 
e a integração de quatro cadeias logísticas (abastecimento, produção, 
distribuição, reversa). Na sequência, discutiremos a importância da gestão de 
estoques, os modais de transporte, a distribuição dos produtos. E para finalizar, 
discutiremos a Tecnologia da Informação (T.I) na logística e a importância do 
 
 
03 
reverso da logística e a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) e a 
sustentabilidade dos negócios futuros. 
 
TEMA 1 – LOGÍSTICA EMPRESARIAL 
A logística empresarial abrange inúmeras atividades internas e externas à 
organização, as quais precisam ser organizadas com o foco no cliente. Mas isso 
nem sempre foi assim porque apenas recentemente a logística passou a ser 
considerada uma área estratégica para o sucesso de um empreendimento. 
Compreenda que até recentemente, na maioria das organizações as 
atividades logísticas eram pulverizadas e sem um comando oficial que 
respondesse pela uniformidade do fluxo das atividades, ocasionando perda de 
tempo, negócios e competitividade. Mas, com o tempo, o mercado tornou-se 
mais disputado, pois outros concorrentes começaram a atuar e preencher o gap 
exatamente onde as empresas mais falhavam (e ainda falham): preços altos e 
atendimentos ineficientes. 
Na prática, esses dois elementos estão intrinsecamente ligados, pois, 
uma vez que os atendimentos ineficientes podem gerar atrasos nas entregas, 
avarias em produtos, extravios de mercadorias, altos estoques, entre outros, a 
consequência será custos mais altos. Com custos mais altos, certamente o 
preço para o cliente também é maior. 
Mas, chegar ao status que a logística se encontra no momento, não foi 
tarefa fácil, já que é formada por muitas atividades distintas e que exigem 
múltiplos conhecimentos. Sendo assim, didaticamente a logística foi decomposta 
em quatro grandes áreas para facilitar a compreensão e otimização do fluxo de 
produtos e serviços, as quais são coordenadas pela logística empresarial. Em 
linhas gerais é possível entender a logística através dessa integração: 
 
1.1 Logística empresarial: A partir do agrupamento das atividades logísticas, 
houve a necessidade de entender os impactos e identificar os pontos de 
melhoria. Nas empresas de melhores práticas, isso está encargo da logística 
empresarial, que Ballou (2007) p. 17 explica da seguinte forma 
 
“a logística empresarial estuda como a administração pode prover 
melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes 
e consumidores, através de planejamento, organização e controle 
efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que 
visam facilitar o fluxo de produtos”. (BALLOU, 2007 p. 17). 
 
 
 
04 
Assumindo tais responsabilidades a logística empresarial se tornou então 
uma área de grande expressão desde o desenho das estratégias, planejamento 
das operações, até a execução das atividades de rotina. 
 
1.2 Cadeia de Abastecimento (Logística de Abastecimento, Cadeia de 
Suprimentos, Supply Chain): É a parte da logística responsável pela aquisição 
e reposição de materiais. Observe a definição de Bertaglia (2006) p. 4 
 
a cadeia de abastecimento corresponde ao conjunto de processos 
requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor de acordo com a 
concepção dos clientes e consumidores e disponibilizar os produtos 
para o lugar (onde) e para a data (quando) que os clientes e 
consumidores os desejarem. 
 
Para atender o processo de abastecimento de maneira eficiente, alguns 
elementos são essenciais como: parceria com bons fornecedores de produtos e 
serviços que ofereçam qualidade compatível às necessidades da empresa e 
com preços justos; capacitar o time que gerencia os suprimentos da empresa, 
além de investir em recursos físicos e tecnológicos suficientes para as 
demandas dos setores envolvidos. 
 
1.3 Logística de Produção (Logística de manufatura, logística interna ou 
Intralogística): Essa parte da logística refere-se às atividades realizadas dentro 
da organização, onde as principais são: recebimento de materiais, conferência 
de materiais, movimentação de materiais, embalagem, estocagem, separação 
de itens, formação de pedidos, faturamento, carregamento, expedição. 
 
Cadeia de Distribuição (Logística de Distribuição): Nessa fase da logística, 
os produtos são organizados, embalados e despachados para atender o 
mercado consumidor. Ao deixar a empresa, os produtos serão direcionados aos 
canais de distribuição utilizados pela organização. Segundo Shigunov Neto; 
Gomes (2016) p. 100 
a problemática da distribuição pode ser resumida em quatro perguntas 
básicas: (1). Quanto distribuir? (2). Onde distribuir? (3). Quando 
distribuir? (4). A quem distribuir? O modo específico como os materiais 
são transportados depende de vários fatores, como os canais de 
distribuição que a empresa utiliza os tipos de mercados atendidos, as 
características do produto e o tipo de transporte disponível para levar o 
material, o ponto final da distribuição física é a loja de varejo ou 
diretamente a casa do consumidor. 
 
 
 
05 
Essas decisões são tomadas em parceria com as áreas de marketing e 
estratégia, onde são analisados os impactos de cada questionamento isso por 
todo o processo logístico da organização. 
 
1.4 Cadeia Reversa: A logística reversa é uma temática mais recente no 
contexto organizacional, mas é de extrema importância para que a empresa 
demonstre sua capacidade de gerenciamento dos resíduos gerados por suas 
operações. Leite (2017) define da seguinte maneira: 
a área da logística empresarial que planeja, opera e controlao fluxo e 
as informações logísticas correspondentes a ela (desde a coleta dos 
bens de pós consumo ou de pós-venda, por meio dos processamentos 
logísticos de consolidação, separação e seleção, até a reintegração ao 
ciclo) bem como do retorno dos bens de pós-venda e pós-consumo ao 
ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais reversos, 
agregando-lhes valores de diversas naturezas: econômico, de 
prestação de serviços, legal, logístico, de imagem corporativa, entre 
outros. (LEITE, 2017, p. 31) 
 
O desafio do processo reverso reside no fato que o volume de resíduos 
gerados é grande, muitos estão contaminados por sujidades que não 
possibilitam a reciclagem, além da infraestrutura logística insuficiente para o 
retorno desses resíduos seja para o ciclo produtivo, para o mercado secundário, 
ou até mesmo, para o descarte adequado. 
 
1.5 Operações logísticas integradas 
Ao entender as quatro grandes áreas da logística percebe-se a integração 
existente entre as atividades, as quais devem estar organizadas o suficiente 
para manter o fluxo logístico uniforme. 
A figura a seguir, demonstra essa integração: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
06 
Fonte: http://logisticandoetp.blogspot.com/2012/11/logistica-
integrada_26.html 
 
A visualização dessa integração fez com que as empresas 
compreendessem a importância em manter cada área na melhor performance 
possível. E por isso, nas últimas duas décadas, as empresas, principalmente 
devido ao advento do e-commerce, têm revisto suas táticas logísticas, buscado 
novas metodologias de trabalho e investido em recursos tecnológicos e de 
qualificação de pessoas para atuação nessa área estratégica para os negócios. 
 
TEMA 2 – GESTÃO DOS ESTOQUES 
A gestão de estoques ainda é um desafio para a maioria das 
organizações porque impacta no custo da empresa, mas também no nível de 
serviço que é oferecido ao cliente. No entanto, precisamos compreender que 
depende muito do segmento em que a empresa atua, por exemplo, uma 
indústria ou um comércio, o estoque é o cerne das atividades de produção ou de 
venda, certo? Pois bem, em uma empresa de serviços isso já não é tão 
relevante assim, por isso, temos vários pontos de vista para analisar a gestão 
dos estoques. 
Mas considerando que a empresa mantém estoque para atender seu 
cliente , analisaremos a seguinte situação: 
A empresa decide oferecer Nível de Serviço (NS) igual a 100% para seus 
clientes, então, nesse caso manterá estoques, pois assim que o cliente inserir 
seu pedido, os produtos serão faturados e expedidos, atendendo-o 
imediatamente. Mas é claro que isso gera custos de estoques para a empresa, 
então a empresa pode optar por trabalhar apenas sob encomenda, mas nesse 
caso resta saber se o cliente aceita esperar pela entrega. Sabe-se que 
dependendo do segmento onde a empresa atua, os clientes exigem que o 
produto esteja disponível, ou o mesmo comprará do concorrente. Isso acontece 
com alimentos, bebidas, material de higiene e limpeza, entre outros. 
Empresas de bens de maior valor agregado como veículos, joias, 
confecções, calçados e bolsas de grife, entre outros, buscam trabalhar com 
estratégias mistas de estoque, ou seja, para itens de venda garantida, mantêm 
estoque, para itens mais caros, somente por encomenda. Dois exemplos que 
ilustram a estratégia mista: 
 
 
07 
(1) Uma montadora de veículos produz o seu modelo mais básico que 
apresenta um giro de venda maior (motor 1.0, com poucos ou item que seja 
considerado acessório, cores mais tradicionais) porque sabe que esse item 
venderá. Mas no caso dos seus modelos mais completos, por serem bens mais 
elaborados e por isso custam mais caro, apenas por encomenda. 
(2) Uma indústria de linha branca, por exemplo, pode optar por fabricar 
fogões, refrigeradores, máquinas de lavar, de cores claras e na sua versão 
básica, porque sabe que o mercado consegue absorver. Já os produtos mais 
refinados, também são produzidos conforme o mercado sinaliza que tem 
demanda. 
Essas duas estratégias são conhecidas como produção empurrada (os 
itens de linha básica que apresentam vendas mais uniformes) e produção 
puxada (os itens que são montados e ou produzidos por encomenda). Com isso 
as empresas conseguem atuar em dois mercados distintos e minimizam o capital 
investido em estoque, pelo menos nos itens mais caros. 
Na atualidade temos um novo desafio em termos de gestão de estoques: 
o e-commerce. E porque um desafio? 
É considerado dessa forma porque ainda é difícil de prever o 
comportamento do consumidor em suas compras online e, além disso, a 
concorrência é grande nesse segmento. O cliente aprova a comodidade das 
compras via internet, onde pode procurar o item, comparar o preço e a 
configuração entre várias lojas, obter desconto de frete por valor de compra, 
entre outras facilidades. No entanto, esse mesmo cliente exige cada vez mais 
melhoria do desempenho do estoque das empresas, porque no primeiro 
momento esse cliente quer preço, mas em seguida, ele quer agilidade na 
entrega. 
As lojas que atuam no e-commerce por sua vez têm adotado várias 
estratégias para melhorar no quesito de oferecer variedade ao cliente, mas 
também rapidez na entrega. E isso tem ocorrido através das parcerias firmadas 
com as organizações participantes de sua cadeia de abastecimento e de 
distribuição, tais como: fabricantes, distribuidores, atacadistas, varejistas, 
transportadores, entre outros. Na maioria dos casos, a empresa responsável 
pela venda não possui o estoque e sim, os intermediários realizam o faturamento 
e a entrega do bem adquirido nos sites, estratégia conhecida atualmente como 
Market places. 
 
 
08 
Na prática, uma boa gestão de estoques atende os requisitos definidos 
por Campos e Brasil (2013), p. 115-116: 
Produto certo: material que atenda as especificações feitas; 
Local certo: entregar na localização correta em função das 
necessidades dos processos produtivos; 
Tempo certo: no momento adequado, nem antes, nem depois do 
necessário; 
Estado certo: na forma adequada de acondicionamento, mantendo-se 
assim as características físico-químicas do item. 
Custo certo: com valores adequados dentro dos orçamentos feitos. 
 
 
A gestão do estoque eficiente pode ser desenhada a partir da seguinte 
perspectiva: 
É preciso planejar os estoques, tais como quantidades a serem 
mantidas em estoques. Para isso é o possível utilizar a análise ABC para 
determinar os itens mais críticos e não deixar que falte material que pode colocar 
a operação em risco. 
Para planejar adequadamente as quantidades é preciso conhecer a 
demanda dos itens, ou seja, quanto de 
cada item eu preciso manter em 
estoque? Uma forma de compreender 
isso é utilizar a árvore do produto, 
também conhecido como item explodido. 
Depois de decidir o que manter e 
quanto manter em estoque, é preciso 
controle efetivo para que não ocorram 
perdas de produtos e também porque estoque é considerado dinheiro parado na 
empresa. Além de controlar é preciso avaliar se o estoque está agregando valor 
ao negócio da empresa ou se está apenas consumindo recursos. Para que isso 
possa ser mensurado, utilizam-se indicadores, tais como: 
Acuracidade: Tem o mesmo sentido de precisão (do controle). É 
comumente utilizado após o inventário físico (contagem do estoque). Esse 
indicador basicamente compara se a quantidade de itens encontrados no 
depósito (estoque físico) está de acordo com os registros no sistema 
informatizado. Se o resultado estiver igual a 100% ou muito próximo disso, 
significa que o controle está eficiente. 
Giro do estoque (Rotatividade): Esseindicador representa quantas 
vezes o estoque se renovou em determinado período analisado. Para a 
empresa, quanto mais vezes o estoque se renovar é melhor, pois significa que 
 
 
09 
as vendas estão acontecendo e que os itens não correm o risco de ficarem 
parados por muito tempo. 
Cobertura de estoque: Esse indicador deriva do Giro do Estoque, pois 
se o giro é alto, a cobertura é pequena. Já se o giro é baixo, a cobertura é longa. 
Por exemplo: Se no período de um ano um item girou 2x (foi vendido apenas 2x) 
significa que a cobertura do mesmo foi de 6 meses. Mas, se o item girou 4x no 
ano, significa que a cobertura foi suficiente para 3 meses, se o item girou 6x, a 
cobertura foi suficiente para 2 meses e se o item girou 12x, a cobertura então, foi 
de 30 dias. Logo, é possível concluir que: quanto maior o giro, menor a cobertura 
e vice-versa. 
Nível de Serviço: (entrega completa, entregas no prazo, precisão na 
entrega, facilidade de contato, entre outros). Esse indicador é de extrema 
importância para as organizações porque auxilia a monitorar como o cliente tem 
sido atendido sob vários parâmetros como mencionado inicialmente. Na prática, 
o Nível de Serviço determina o coeficiente de atendimento ao cliente em termos 
de velocidade de entrega e disponibilidade de itens. No entanto, quanto mais 
próximo de 100%, mais altos são os custos de manutenção dos estoques para a 
empresa. Observe o exemplo a seguir: 
Se um determinado apresentar consumo de 1000 peças semanais e a 
empresa deseja manter um Nível de Serviço de pronto atendimento para o 
cliente de 90%, significa dizer que ela precisa manter 900 peças em estoque 
(1000x0,9 = 900 unidades). Dependendo do valor de aquisição desse produto, 
esse custo se torna inviável para a empresa. Observe a seguir as equações para 
calcular tais indicadores: 
Figura 1: Indicadores de estoques 
Acuracidade Número de itens corretos ÷ Número total de itens contados 
Giro de estoque 
ou Rotatividade 
Valor consumido no período ÷ Valor do estoque médio no 
período (x100) 
Cobertura de 
estoque 
Número de dias no período ÷ Giro de estoques (x100) 
Nível de serviço Quantidade de itens entregues ÷ Itens solicitados (x100) 
Fonte: RUSSO, (2013) p. 94 e FENERICH (2016) p.146 
 
É o gerenciamento eficiente desses e outros elementos que auxiliam as 
empresas a utilizarem bem os estoques e atenderem bem os clientes, e no 
mínimo, os benefícios esperados são: 
 Melhor controle sobre a demanda uma vez que as sazonalidades 
serão identificadas mais rapidamente; 
 
 
010 
 Confiabilidade no controle efetivo dos itens estocados; 
 Identificação mais rápida do endereço dos itens no depósito ou 
armazém; 
 Redução de vários custos atrelados aos estoques; 
 Melhor aproveitamento do capital de giro. 
Na prática a gestão de estoques é uma área crítica nas organizações e 
envolve muitos outros temas além desses citados aqui. Compete ao gestor 
buscar atualização constante para acompanhar as mudanças que acontecem 
nesse segmento. 
 
2.1 Custos de estoques 
Em um passado recente, as empresas mantinham grandes volumes de 
estoques em suas plantas porque isso significava que a empresa era bem-
sucedida. Isso já não é mais realidade e por um bom motivo: os custos! 
As empresas finalmente perceberam que o estoque compromete o fluxo 
de caixa da organização. Foi identificado que os valores aplicados nos estoques 
variam de 25 a 40% dos custos totais das operações, representando uma porção 
substancial do capital das empresas. (BALLOU, 2007 p. 204). E que custos sãos 
esses? 
Custo para manter estoque: para manter estoque a empresa certamente 
incorrerá em custo de armazenagem, custo de pessoal que gerencia os 
estoques, custo de capital (custo de oportunidade) uma vez que o valor aplicado 
no estoque poderia ser melhor aproveitado e custos dos juros (normalmente 
paga-se juros para as compras a prazo). Além disso, pode-se acrescentar: 
custos dos impostos dos seguros e custos com perdas, furtos, roubos, 
obsolescência, avarias e danos. 
Custo para emitir e acompanhar pedido de compras: As empresas 
mantêm equipes especializadas de compradores, por exemplo, os quais 
negociam com os fornecedores, inserem e acompanham os pedidos de compras 
(follow-up). Quanto maior o time envolvido nesse processo, maiores são os 
custos. 
Custo de transporte e manuseio: Para que os insumos sejam entregues 
na organização é preciso pagar frete, certo? Então nesse caso esse custo é 
considerado na composição do custo dos estoques. 
 
 
011 
Custo de falta: Às vezes é difícil identificar esses custos, mas eles 
ocorrem seguidamente, como por exemplo, quando o cliente solicita o 
cancelamento do pedido por itens faltantes ou por atraso na entrega. Esse custo 
para empresa decorre das entregas parciais para o cliente, onde a empresa 
precisa reprocessar o pedido (retrabalho) e pagar mais fretes. 
Algumas organizações apresentam custos de estoques maiores que 
outras, pois depende da quantidade estocada e do valor agregado dos itens. 
Diante disso, os custos dos estoques passaram a ser considerados altamente 
nocivos para as empresas e cada vez mais, buscam-se alternativas de minimizá-
los. 
 
2.1.1 Mantendo níveis de estoques adequados 
Identificar a quantidade de itens que devem permanecer em estoques 
nem sempre é uma tarefa fácil, mas os gestores podem trabalhar com as 
seguintes ferramentas: 
Análise ABC (análise de Pareto): É útil para priorizar os itens que serão 
mantidos em estoques, pois já que a empresa precisa investir em estoques que 
sejam dos itens críticos e que agreguem valor para a operação da empresa. De 
forma simples, é possível visualizar a representação da análise ABC dos 
estoques: 
Classe A = 70 % do valor aplicado em 
estoque 
Representa +/- 10% do número de itens estocados 
 
Classe B = 20% do valor aplicado em 
estoque 
Representa +/- 20% do número de itens estocados 
 
Classe C = 10% do valor aplicado em 
estoque 
Representa +/- 70% do número de itens estocados 
 
 
Pelo quadro apresentado percebe-se que há uma relação entre o valor 
aplicado em estoque e a quantidade, então quanto maior o valor, menor a 
quantidade e vice-versa. Esses valores não são estáticos, pois cada empresa 
pode apresentar uma variação. 
LEC (Lote Econômico de Compras): O LEC aponta qual a quantidade 
adequada a ser adquirida a cada pedido de compra (note, quantidade a ser 
comprada pela empresa cliente. Isso não significa que é a mesma quantidade 
que o fornecedor quer produzir e vender). É importante ter isso claro pois 
costuma gerar conflito entre empresa cliente (que comprar 100 peças) e a 
empresa fornecedora (quer vender lotes de 500 peças). Mas é importante 
 
 
012 
conhecê-lo para buscar melhores negociações junto aos provedores. Para 
calcular o LEC, é preciso identificar: 
 
 
 
 
 
Onde: 
Cp = Custo do pedido de compra 
D = Demanda do item no período analisado 
Ca = Custo de armazenagem 
i = Taxa de juros corrente no mercado 
P = Preço do item a ser pago ao fornecedor 
 
Ponto de Pedido (Também chamado de Ponto de Ressuprimento ou 
Ponto de Reposição): Representa a quantidade do estoque parametrizada no 
sistema, que quando o consumo a atinge, dispara um pedido de reposição. 
Observe o gráfico a seguir que traz inúmeras informações envolvidas no 
processo de gestão de estoques: 
Fonte: INEP (2012), p. 17 
 
Depois de observarmos as informações plotadas no gráfico, a que 
conclusões, nós podemos chegar? 
Primeiro, vamos analisar os dados: 
 Estoque Máximo: 6500 unid 
 Estoque de Segurança: 500 unid 
 Tempode Atendimento do fornecedor: 10 dias 
LEC = 2 x Cp x D 
 Ca + i x P 
 
 
013 
 Período analisado: 30 dias 
Será que, com essas informações conseguimos identificar: 
(1) Tamanho do Lote de Compra? 
 Estoque máximo – Estoque de segurança = 6.500 – 500 = 6000 unid 
(2) O Estoque Médio? 
 EM = Estoque total / 2 
 EM = 6500+500 / 2 = 3500 unid 
(3) Consumo Diário? 
 C = Lote de compra / 30 dias = 200 unid / dia 
(4) Cobertura de Estoque para o tempo de ressuprimento? 
 Cobertura: 200unid/dia x 10 dias (Tr) = 2000 unids 
(5) O Ponto de Pedido? 
 PP = CM x Tr + ES (Consumo médio x Tempo de reposição + Estoque de 
Segurança) = 200 unid/dia x 10 dias + 500 unid = 2500 unids 
 
Cada vez mais as organizações buscam soluções para a gestão dos 
estoques e para os recursos computacionais tem sido de grande ajuda. 
Inúmeros softwares têm sido desenvolvidos para atender as necessidades das 
organizações principalmente da área de logística. Esse assunto será retomado 
mais adiante nesse material. 
 
TEMA 3 – GESTÃO DO TRANSPORTE E ARMAZENAGEM 
A gestão do transporte e os recursos de armazenagem são assuntos de 
suma importância para economia do país, principalmente porque parte dos 
centros produtivos estão estabelecidos em locais distantes dos centros 
consumidores. Pela extensão geográfica do Brasil, considere que esse problema 
pode ter proporções gigantes. 
 
3.1 Modais de transporte (características e custos... drones, 
multimodalidade...) 
Um assunto bastante relevante na logística brasileira refere-se ao 
transporte e aos modais disponíveis para as operações. Faremos algumas 
considerações sobre esses assuntos: 
 
 
014 
Os modais de transportes existentes na atualidade são: Aeroviário (aviões 
e drones); Aquaviário (marítimo; cabotagem; navegação de interior); Dutoviário; 
Ferroviário; Marítimo; Rodoviário. As empresas podem utilizar um único modal 
de transporte ou vários, configurando a multimodalidade. 
Algumas características (vantagens/desvantagens) desses modais: 
 
Modal Vantagens Desvantagens 
Aeroviário Rapidez, redução de custos com 
armazenagem, agilidade no 
deslocamento, eficácia para cargas 
urgentes, ideal para cargas urgentes. 
Alto custo, disponibilidade (não tem 
aeroporto em todas as cidades), pouco 
flexível, menor capacidade de carga. 
Aquaviário Pode ser internacional (marítimo) ou 
de cabotagem (costa do país), ideal 
para importação e exportação, 
comporta grandes volumes, 
Necessita de infraestrutura portuária, em 
alguns casos é afetado pelo clima, por 
contas das distâncias percorridas é 
lento, 
Dutoviário O custo da operação é baixo, 
transporta ininterruptamente 24h/dia, 
capacidade de transporte é grande 
Custo de implementação é alto, requer 
infraestrutura e manutenção, útil para o 
transporte de poucos produtos. 
Ferroviário Ideal para grandes distâncias, 
transporta uma infinidade de produtos, 
transporta grandes volumes o que faz 
com que o preço do transporte se 
torne baixo, desafoga o trânsito nas 
rodovias e polui menos. 
Necessita de infraestrutura específica, 
alto custo de implementação, custo 
compensa para grandes distâncias 
Rodoviário Flexibilidade, para todo tipo de carga, 
menor manuseio, rápido, único porta a 
porta (door to door), competitivo para 
médias e curtas distâncias. 
Depende do trânsito, pode ser afetada 
pelo clima (chuvas que causam queda 
de barreiras, por exemplo), intensa 
regulamentação, capacidade restrita de 
carga se comparada aos outros modais, 
é caro para grandes distâncias. 
 
Os gestores da área de logística de transporte convivem diariamente com 
as decisões de como transportar os bens produzidos pelas fábricas até os 
centros consumidores. Então conhecer os custos de transporte é essencial e 
entre tantos elementos considerados, os mais relevantes são: a distância 
percorrida e volume transportado. 
Para exemplificar isso, observe a figura a seguir: 
 
 
 
 
015 
Fonte: Adaptado de INEP (2006) p. 15 
 
Vamos analisar essas informações para encontrar o valor ótimo do 
transporte. Como um gestor de logística frequentemente enfrenta trade off (custo 
de uma escolha), supõe-se que ele tenha as seguintes restrições de sistema 
(premissas): 
1º Atender com carga completa / 2º Atender primeiro o depósito 1, depois 
o depósito e 2 e finalmente, o 3 / 3º Com os menores custos possíveis. 
Demanda depósito 1: 1000 kg (qual o menor custo para esse caso?). 
Carga completa direto da fábrica 2 (4,00 a ton x 1000 kg) = 4000,00 
Demanda depósito 2: 1500 kg (qual o menor custo para esse caso?). 
Carga completa direto da fábrica 1 (4,00 a ton x 1500 kg) = 6000,00 
Demanda do depósito 3: 500 kg (qual o menor custo para esse caso?). 
Carga completa direto da fábrica 1 (6,00 a ton x 500 kg) = 3000,00 
Note que no caso do depósito 3, optou-se atender da fábrica 2, mesmo 
com custo de 6,00 ton (3000,00 total) devido as restrições do sistema 
apresentados: Exigia atendimento com carga completa, na sequencia dos 
depósitos 1, 2 e depois o 3 e menor custo. 
 
3.2 Distribuição (CDAs) 
É cada vez mais comum as empresas buscarem locais distantes dos 
grandes centros para fabricação de seus bens, isso para reduzir os custos 
produtivos. Mas isso só foi possível devido a melhoria da eficiência logística dos 
últimos tempos que tem feito com que as distâncias geográficas não sejam 
dificultadores no atendimento ao cliente. 
No entanto, essa sistemática trouxe outro desafio: equilibrar custos das 
operações logísticas, principalmente de transporte com a rapidez que o cliente 
exige na atualidade. Mas, como no Brasil a matriz de transporte é basicamente 
rodoviária (e já conhecemos as vantagens e desvantagens desse modelo) o 
custo do transporte é demasiado alto impactando diretamente na 
competitividade da empresa. 
O ideal seria que a empresa pudesse sempre despachar lotes completos, 
com grandes quantidades, embalagens máster para praticar custos mínimos. No 
entanto, se a empresa ficar “esperando” essa condição, ela pode perder vendas. 
E como será que as empresas lidaram com esse desafio? 
 
 
016 
A solução foi criar pontos de apoio no meio do caminho como os Centros 
de Distribuição Avançado (CDAs) para que as operações logísticas pudessem 
ser otimizadas, modelo conhecido também como distribuição escalonada. Na 
prática as empresas produzem lotes econômicos de fabricação (LEF) e com isso 
ganham em escala de produção. Depois disso, despacham cargas fechadas 
para os CDAs e mantém o estoque temporariamente ali. 
Conforme os pedidos dos clientes (varejistas ou indústrias mesmo) são 
confirmados, os pedidos são montados e despachados para os clientes. 
Conforme o estoque reduz, as reposições acontecem. 
 
3.3 Rede de Transporte (Cross docking, Milk Run) 
Para melhorar a eficiência da distribuição, ainda foram criadas outras 
soluções que acabaram criando uma rede de transporte que, dependendo das 
características específicas que ocorrem em cada tipo de operação, recebem 
uma nomenclatura. Vamos as principais: 
Cross docking: Não é um local, é um conceito de operação logística que 
Ching explica da seguinte maneira “uma operação do sistema de distribuição em 
que os produtos são recebidos, selecionados e encaminhados para outro 
veículo”. (CHING, 2016 p. 139). 
Na prática, para caracterizar cross docking os bens não podem ficar 
estocados e geralmente os bens são de alto valor agregado, ou pelo menos os 
custos de estocagem e manuseio são altos. Essa 
sistemática exige sincronia e exatidão entre a entrada 
e saída de produtos do armazém. 
Transit point: Outra técnicaque tem sido cada 
vez mais utilizada é o transit point que segundo 
Nogueira (2016) p. 145 “forma de aumentar efetivamente um sistema de 
distribuição sem a necessidade de estocagem do produto, proporcionando assim 
redução nos custos de armazenagem”. 
Considerando os conceitos apresentados de cross docking e transit point, 
analise a figura a seguir: 
 
 
017 
 
Fonte: INEP (2015) p.17 
No caso da figura apresentada poderíamos compreendê-la como um 
cross docking ou um transit point. A diferença estará nas operações que serão 
desenvolvidas no CD e como elas estarão descritas. No caso cross docking os 
produtos serão redistribuídos de acordo com os pedidos que precisam ser 
atendidos a partir do CD, já no transit point, os bens que chegam ao depósito já 
têm destino certo, ou seja, já saíram da fábrica com o direcionamento para 
determinado cliente e o CD será utilizado apenas para passagem, sem 
movimentação nos produtos. 
Milk Run: É uma técnica que visa otimizar coleta dos insumos. Nogueira 
explica da seguinte forma “um sistema de coletas de materiais, que utiliza um 
único equipamento de transporte, normalmente de algum operador logístico, 
para realizar as coletas em um ou mais fornecedores e entregar os materiais no 
destino final, sempre em horários preestabelecidos”. (NOGUEIRA, 2016, p. 137) 
Essa técnica trabalha com os princípios Just In Time (justo no tempo) que 
visa reduzir estoques e otimizar a utilização dos recursos de colaboradores, 
financeiros e ativos (veículos de transporte, equipamento de movimentação 
interna ou outro). 
Merge in transit: Essa técnica é uma combinação do cross docking com o 
JIT. De acordo com o Instituto ILOS, 
“Ele tem sido aplicado à distribuição de produtos de alto valor 
agregado, formado por multicomponentes que tem suas partes 
produzidas em diferentes plantas especializadas. Essa operação 
procura coordenar o fluxo dos componentes, gerenciando os 
respectivos lead times de produção e transporte, para que estes sejam 
consolidados em instalações próximas aos mercados consumidores no 
momento de sua necessidade, sem implicar em estoques 
intermediários”. http://www.ilos.com.br/web/armazenagem-estrategica-
analisando-novos-conceitos/ 
 
 
 
018 
Na atualidade, essas técnicas têm sido utilizadas pelas empresas que 
prestam serviços de logística para o e-commerce, segmento que demanda 
otimizações logísticas frequentes para atender as vendas realizadas via internet 
que tem crescido exponencialmente. 
 
TEMA 4 – TECNOLOGIA APLICADA NA LOGÍSTICA 
A logística é uma área que tem sido extremamente beneficiado pelas 
inovações tecnológicas. 
“Apoiar as operações logísticas em soluções tecnológicas é um fator 
essencial em um mercado cada vez mais competitivo e exigente, não 
somente para realizar o gerenciamento das atividades, mas para 
aprimorá-las constantemente, oferecendo a melhor prestação de 
serviços possível para o cliente. Quem fica parado no tempo em termos 
de tecnologia, fatalmente vai ficar para trás”. (Fischer, 2018, p.30) 
 
Embora existam inúmeras tecnologias disponíveis para logística, nesse 
momento, relembraremos os conceitos das mais utilizadas pelas organizações. 
MRP (Material Requirement Planning) – Em tradução livre significa 
Planejamento das necessidades materiais. Em linhas gerais o MRP é um 
software utilizado pelas organizações para gerar as quantidades a serem 
adquiridas ou produzidas. Parte de um registro da árvore do produto (estrutura 
do produto, ou produto explodido) no sistema informatizado, onde constam todos 
os itens necessários para montar ou fabricar um item. A partir do momento em 
que um pedido é registrado no sistema, o MRP é “rodado”, ou seja, ele calcula 
as quantidades necessárias de insumos para atender aquele pedido. Mas para 
isso, o software considera todos os estoques da empresa (acabado, em 
processo, insumo encomendado, insumo em estoque) e gera a lista líquida. 
ERP (Entreprise Resources Planning) – Em tradução livre significa: 
Sistema de Gestão Empresarial Integrado que segundo Banzato (2011) p. 28 
“são soluções que gerenciam as informações das mais variadas funções 
administrativas da organização em um sistema integrado”. É possível entender 
o ERP como um software que integra os sistemas de vários departamentos e 
fazendo com que as decisões tomadas pelos mesmos interajam, formando a 
base de dados da empresa. Por exemplo: a área da produção precisa de um 
insumo, o responsável registra essa informação no sistema, automaticamente 
aparece para o gestor de estoques. Quando o gestor do estoques confirma esse 
pedido, automaticamente aparece para o gestor de compras, que ao dar 
andamento ao processo, aparecerá para o financeiro (obrigação de pagamento 
 
 
019 
futuro ao fornecedor) e também para área de recebimento de mercadorias. O 
ERP é o responsável pela integração dessas informações. 
WMS (Warehouse Management System – Sistema de gerenciamento 
de armazéns) – Sistemas que agregam inteligência aos processos de 
armazenagem, que consideram as operações de recebimento, estocagem, 
controle, separação, expedição, transferências, inventários, e outros. 
(BANZATO, 2011, p. 29) 
TMS (Transport Management System – Sistema de gerenciamento de 
tranporte) – Através de soluções específicas voltadas ao gerenciamento de 
transporte, frotas, fretes, roteirização, rastreamento de veículos, e outros. 
(BANZATO, 2011, p. 29) 
RFID (Radio Frequency IDentification – Identificação por Radio 
freqüência) – A partir da inserção de etiquetas (alternativa para os códigos de 
barras), o scanner identifica o produto a distância. Essa tecnologia viabiliza a 
comunicação entre os depósitos e os sistemas informatizados de gestão de 
estoques de forma automática. (BANZATO, 2011, p. 30) 
EDI (Electronic Data Interchange – Troca eletrônica de dados) – 
Comunicação eletrônica que propicia que a informação seja integrada em tempo 
real (com uso da internet) suportando a tomada de decisão de reposição de 
itens. (BANZATO, 2011, p. 29) 
Cada empresa deve avaliar qual sua necessidade em termos de 
tecnologia para realizar os investimentos naquilo que trará otimização das 
atividades da logística e melhorar a performance da empresa aos olhos do 
cliente. 
 
TEMA 5 – NOÇÕES DE LOGÍSTICA REVERSA E O PNRS 
A Logística Reversa (LR) é uma das áreas mais recentes em termos de 
estudos logísticos. Isso porque, por muito tempo, as preocupações eram: 
entregar insumos para a produção e produto final para distribuição, sem 
considerar o que seria feito com os resíduos sólidos dos produtos de pós venda 
ou de pós consumo. Em linhas gerais, temos as seguintes situações: 
Produtos de pós venda: a logística reversa é responsável por fazer com 
que produtos advindos de devoluções de compras equivocadas, produtos 
defeituosos, avariados ou de trocas. Esses produtos voltarão ao fabricante, ou 
serão destinados para a assistência técnica para conserto, ou ainda, serão 
 
 
020 
negociados nos mercados secundários (salvados, brechós, feiras de produtos de 
segunda mão e outros). 
Produtos de pós consumo: produtos já utilizados e que chegaram ao 
final da vida útil para o primeiro usuário. Nessa categoria de bens, temos: 
embalagens de produtos contaminantes, produtos que podem ser reciclados, 
resíduos industriais, baterias, lâmpadas, produtos com sujidades de óleos, 
graxas. Nesse caso, o produto voltará a cadeia produtiva após reprocessamento 
ou será descartado adequadamente. 
 
5.1 PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) 
Com o aumento do consumo de inúmeros produtos fabricados com o foco 
da descartabilidade, a sociedade passou a convivercom novos problemas: 
grandes volumes de produtos obsoletos, produtos com partes contaminantes 
descartados inadequadamente no meio ambiente. Esse processo aconteceu no 
Brasil também e com o passar do tempo, inúmeras soluções têm sido 
desenvolvidas, entre elas a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos). 
Vamos discutir alguns elementos essenciais dentro dessa temática 
apresentados por Leite (2017) p. 216 
Responsabilização da implantação da logística reversa: originou a 
partir do conceito do poluidor-pagador, onde a responsabilidade pela logística 
reversa para a cadeia de suprimentos e não para o governo. Essa modificação é 
importante porque, a partir do momento em que as empresas assumem a 
responsabilidade pelo retorno dos produtos já utilizados, elas efetivamente 
conhecem o custo empresarial da sua produção. Esses custos acabarão sendo 
compartilhados entre todas as empresas da cadeia de abastecimento. LEITE 
(2017) p. 216 
Compartilhamento de responsabilidade: incentiva a visão sistêmica em 
toda a cadeia de abastecimento dessa forma demonstrando para as 
organizações que a garantia do sucesso de segmento compete a todos os 
membros e não uma empresa específica. LEITE (2017) p. 216 
Diferenciação entre “resíduo e rejeito”: Essa diferenciação é mais que 
conceitual. Para a PNRS o resíduo representa produtos que possam ser 
reaproveitados de alguma forma e rejeito significa as sobras que de nenhuma 
forma, possam ser reaproveitadas. Isso amplia significativamente a quantidade 
 
 
021 
de produtos a serem incluídos nos programas de logística reversa e os recursos 
e meios a serem utilizados nesses programas. LEITE (2017) p. 216 
Na prática a logística reversa é a essência da PNRS e todas e quaisquer 
soluções desenvolvidas para otimizar as operações da LR pautadas na PNRS, 
auxiliarão as empresas a fazerem sua parte ambientalmente e legalmente. 
 
5.2 Logística Verde 
A Logística Verde é um novo conceito avindo da preocupação crescente 
da sociedade, empresários e governos sobre a preservação do meio ambiente e 
as operações logísticas. Segundo Donato (2008) p. 15 “a logística verde ou 
ecologística é a parte da logística que se preocupa com os aspectos e impactos 
ambientais causados pela logística”. 
Muito já foi feito em prol de justificar o crescimento das empresas sem 
prejudicar muito o meio ambiente, mas na área de logística ainda há muito que 
fazer nas operações de: 
Armazenagem: A manutenção de bens contaminantes estocados em 
locais que podem danificar o meio ambiente. 
Movimentação interna de materiais: uso de empilhadeiras que utilizam 
combustíveis fósseis. 
Emissão de poluentes: provenientes dos combustíveis, quantidade de 
embalagens e envoltórios nos produtos. 
Vazamentos: combustíveis, graxas, óleos, derramamentos de produtos 
tóxicos, embalagens avariadas, entre outros. 
Uma boa gestão logística verde possibilitará que as empresas atendam 
os pressupostos do desenvolvimento sustentável: pessoas, sustentabilidade 
ambiental e sustentabilidade financeira, conhecidos como Triple Botton Line 
(People, Planet, Profit). 
FINALIZANDO 
Nessa aula, discutimos diversos assuntos que envolvem a logística 
empresarial. Foi frisada a importância em compreender que logística, se tratada 
sob o viés estratégico, pode auxiliar a empresa no atingimento dos objetivos de 
atendimento ao cliente. Mas, foi destinado espaço também para trabalhar 
desafios logísticos como a gestão e os custos dos estoques, a matriz de 
transporte brasileira e a importância da tecnologia aplicada à logística para 
melhorar o desempenho. E para finalizar, foi comentado brevemente sobre a 
 
 
022 
logística reversa, tema que fecha o ciclo logístico de uma operação (abastecer – 
produzir – distribuir – regressar) e a visão de que uma empresa precisa trabalhar 
suportada pelo tripé da sustentabilidade: pessoas, planeta e sustentabilidade 
financeira. 
 
REFERÊNCIAS 
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de 
materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2007. 
BANZATO, Eduardo. Tecnologia da informação aplicada à logística. São 
Paulo, IMAM, 2011. 
BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de 
abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2006. 
CAMPOS, Luiz Fernando Rodrigues. BRASIL, Caroline V. de Macedo. 
Logística: teia de relações. Curitiba: InterSaberes, 2013. 
CHING, Hong Yuh. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada. São 
Paulo: Atlas, 2016. 
DONATO, Vitório. Logística verde: uma abordagem socioambiental. Rio de 
Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2008. 
FENERICH, Francielle Cristina. Administração dos sistemas de operações. 
Curitiba: InterSaberes, 2016. 
FISCHER, Fernando. Um mundo de possibilidades. Revista Tecnologística. 
Ano XXIII, nº 260. São Paulo, abril 2018. 
LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa: sustentabilidade e competitividade. 
São Paulo: Saraiva, 2017. 
SHIGUNOV NETO, Alexandre. GOMES, Renata Messias. Introdução ao estudo 
da distribuição física. Curitiba: InterSaberes, 2016 
RUSSO, Clovis Pires. Armazenagem, controle e distribuição. Curitiba: 
InterSaberes, 2013. 
 
Sites consultados: 
Disponível em: <http://www.segs.com.br/demais/118099-inteligencia-artificial-
prospera-em-logistica-de-acordo-com-a-dhl-e-a-ibm.> Acessado em maio de 
2018. 
Disponível em: <https://www.slideserve.com/kemal/log-stica-integrada. > 
Acessado em maio de 2018. 
Disponível em: <www.procfit.com.br/operacoes-logisticas/.> Acessado em maio 
de 2018. 
 
 
023 
Disponível em: <http://www.ilos.com.br/web/modelos-de-nivel-de-servico-e-
otimizacao-dos-estoques-na-cadeia-de-suprimentos/.> Acessado em maio de 
2018.

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