Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA (1) TÓPICOS ESSENCIAIS EM LOGÍSTICA Profª Rosinda Angela da Silva 02 CONVERSA INICIAL A logística na atualidade é estratégica para o bom desempenho de toda e qualquer tipo de negócio, uma vez que é responsável pelo fluxo de pessoas e mercadorias no mundo todo. No entanto, logística não é um departamento de tarefa única e sim, um complexo agrupamento de atividades chaves para o bom atendimento ao cliente. Tais atividades precisam ser organizadas, dirigidas e controladas por equipes competentes e com auxílio de recursos tecnológicos para o alcance das metas organizacionais. Dada essa relevância, essa aula apresentará alguns temas críticos da logística para reflexão e discussão das oportunidades de melhorias dos processos envolvidos. Caros estudantes! Sejam bem-vindos à aula de Tópicos essenciais em logística! CONTEXTUALIZANDO Você já deve ter ouvido algumas vezes a seguinte informação: “a logística movimenta o mundo”. Pois acredite, ela é verdadeira! Mas é muito mais que isso! A logística tem nos permitido ir cada vez mais longe, entregar produtos em locais inóspitos, atender clientes cada vez mais exigentes, suportar as estratégias de crescimento das organizações, exportar e importar bens e serviços por todo o mundo. Esses motivos não são os únicos, mas são mais que suficientes para justificar o estudo dos temas que serão apresentados nessa aula. A economia mundial é dependente de processos logísticos eficientes e já se sabe que empresas que entregam serviços melhores sem aumentar seus custos, têm a preferência do cliente. Junto com essa constatação vem o desafio para o administrador de equilibrar atendimento de alta performance mantendo custos mínimos. Como a logística abarca muitos assuntos, nessa aula faremos um retrospecto de alguns temas considerados essenciais no complemento da formação do gestor. Dentre esses, discutiremos sobre a importância da logística, e a integração de quatro cadeias logísticas (abastecimento, produção, distribuição, reversa). Na sequência, discutiremos a importância da gestão de estoques, os modais de transporte, a distribuição dos produtos. E para finalizar, discutiremos a Tecnologia da Informação (T.I) na logística e a importância do 03 reverso da logística e a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) e a sustentabilidade dos negócios futuros. TEMA 1 – LOGÍSTICA EMPRESARIAL A logística empresarial abrange inúmeras atividades internas e externas à organização, as quais precisam ser organizadas com o foco no cliente. Mas isso nem sempre foi assim porque apenas recentemente a logística passou a ser considerada uma área estratégica para o sucesso de um empreendimento. Compreenda que até recentemente, na maioria das organizações as atividades logísticas eram pulverizadas e sem um comando oficial que respondesse pela uniformidade do fluxo das atividades, ocasionando perda de tempo, negócios e competitividade. Mas, com o tempo, o mercado tornou-se mais disputado, pois outros concorrentes começaram a atuar e preencher o gap exatamente onde as empresas mais falhavam (e ainda falham): preços altos e atendimentos ineficientes. Na prática, esses dois elementos estão intrinsecamente ligados, pois, uma vez que os atendimentos ineficientes podem gerar atrasos nas entregas, avarias em produtos, extravios de mercadorias, altos estoques, entre outros, a consequência será custos mais altos. Com custos mais altos, certamente o preço para o cliente também é maior. Mas, chegar ao status que a logística se encontra no momento, não foi tarefa fácil, já que é formada por muitas atividades distintas e que exigem múltiplos conhecimentos. Sendo assim, didaticamente a logística foi decomposta em quatro grandes áreas para facilitar a compreensão e otimização do fluxo de produtos e serviços, as quais são coordenadas pela logística empresarial. Em linhas gerais é possível entender a logística através dessa integração: 1.1 Logística empresarial: A partir do agrupamento das atividades logísticas, houve a necessidade de entender os impactos e identificar os pontos de melhoria. Nas empresas de melhores práticas, isso está encargo da logística empresarial, que Ballou (2007) p. 17 explica da seguinte forma “a logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos”. (BALLOU, 2007 p. 17). 04 Assumindo tais responsabilidades a logística empresarial se tornou então uma área de grande expressão desde o desenho das estratégias, planejamento das operações, até a execução das atividades de rotina. 1.2 Cadeia de Abastecimento (Logística de Abastecimento, Cadeia de Suprimentos, Supply Chain): É a parte da logística responsável pela aquisição e reposição de materiais. Observe a definição de Bertaglia (2006) p. 4 a cadeia de abastecimento corresponde ao conjunto de processos requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor de acordo com a concepção dos clientes e consumidores e disponibilizar os produtos para o lugar (onde) e para a data (quando) que os clientes e consumidores os desejarem. Para atender o processo de abastecimento de maneira eficiente, alguns elementos são essenciais como: parceria com bons fornecedores de produtos e serviços que ofereçam qualidade compatível às necessidades da empresa e com preços justos; capacitar o time que gerencia os suprimentos da empresa, além de investir em recursos físicos e tecnológicos suficientes para as demandas dos setores envolvidos. 1.3 Logística de Produção (Logística de manufatura, logística interna ou Intralogística): Essa parte da logística refere-se às atividades realizadas dentro da organização, onde as principais são: recebimento de materiais, conferência de materiais, movimentação de materiais, embalagem, estocagem, separação de itens, formação de pedidos, faturamento, carregamento, expedição. Cadeia de Distribuição (Logística de Distribuição): Nessa fase da logística, os produtos são organizados, embalados e despachados para atender o mercado consumidor. Ao deixar a empresa, os produtos serão direcionados aos canais de distribuição utilizados pela organização. Segundo Shigunov Neto; Gomes (2016) p. 100 a problemática da distribuição pode ser resumida em quatro perguntas básicas: (1). Quanto distribuir? (2). Onde distribuir? (3). Quando distribuir? (4). A quem distribuir? O modo específico como os materiais são transportados depende de vários fatores, como os canais de distribuição que a empresa utiliza os tipos de mercados atendidos, as características do produto e o tipo de transporte disponível para levar o material, o ponto final da distribuição física é a loja de varejo ou diretamente a casa do consumidor. 05 Essas decisões são tomadas em parceria com as áreas de marketing e estratégia, onde são analisados os impactos de cada questionamento isso por todo o processo logístico da organização. 1.4 Cadeia Reversa: A logística reversa é uma temática mais recente no contexto organizacional, mas é de extrema importância para que a empresa demonstre sua capacidade de gerenciamento dos resíduos gerados por suas operações. Leite (2017) define da seguinte maneira: a área da logística empresarial que planeja, opera e controlao fluxo e as informações logísticas correspondentes a ela (desde a coleta dos bens de pós consumo ou de pós-venda, por meio dos processamentos logísticos de consolidação, separação e seleção, até a reintegração ao ciclo) bem como do retorno dos bens de pós-venda e pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais reversos, agregando-lhes valores de diversas naturezas: econômico, de prestação de serviços, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. (LEITE, 2017, p. 31) O desafio do processo reverso reside no fato que o volume de resíduos gerados é grande, muitos estão contaminados por sujidades que não possibilitam a reciclagem, além da infraestrutura logística insuficiente para o retorno desses resíduos seja para o ciclo produtivo, para o mercado secundário, ou até mesmo, para o descarte adequado. 1.5 Operações logísticas integradas Ao entender as quatro grandes áreas da logística percebe-se a integração existente entre as atividades, as quais devem estar organizadas o suficiente para manter o fluxo logístico uniforme. A figura a seguir, demonstra essa integração: 06 Fonte: http://logisticandoetp.blogspot.com/2012/11/logistica- integrada_26.html A visualização dessa integração fez com que as empresas compreendessem a importância em manter cada área na melhor performance possível. E por isso, nas últimas duas décadas, as empresas, principalmente devido ao advento do e-commerce, têm revisto suas táticas logísticas, buscado novas metodologias de trabalho e investido em recursos tecnológicos e de qualificação de pessoas para atuação nessa área estratégica para os negócios. TEMA 2 – GESTÃO DOS ESTOQUES A gestão de estoques ainda é um desafio para a maioria das organizações porque impacta no custo da empresa, mas também no nível de serviço que é oferecido ao cliente. No entanto, precisamos compreender que depende muito do segmento em que a empresa atua, por exemplo, uma indústria ou um comércio, o estoque é o cerne das atividades de produção ou de venda, certo? Pois bem, em uma empresa de serviços isso já não é tão relevante assim, por isso, temos vários pontos de vista para analisar a gestão dos estoques. Mas considerando que a empresa mantém estoque para atender seu cliente , analisaremos a seguinte situação: A empresa decide oferecer Nível de Serviço (NS) igual a 100% para seus clientes, então, nesse caso manterá estoques, pois assim que o cliente inserir seu pedido, os produtos serão faturados e expedidos, atendendo-o imediatamente. Mas é claro que isso gera custos de estoques para a empresa, então a empresa pode optar por trabalhar apenas sob encomenda, mas nesse caso resta saber se o cliente aceita esperar pela entrega. Sabe-se que dependendo do segmento onde a empresa atua, os clientes exigem que o produto esteja disponível, ou o mesmo comprará do concorrente. Isso acontece com alimentos, bebidas, material de higiene e limpeza, entre outros. Empresas de bens de maior valor agregado como veículos, joias, confecções, calçados e bolsas de grife, entre outros, buscam trabalhar com estratégias mistas de estoque, ou seja, para itens de venda garantida, mantêm estoque, para itens mais caros, somente por encomenda. Dois exemplos que ilustram a estratégia mista: 07 (1) Uma montadora de veículos produz o seu modelo mais básico que apresenta um giro de venda maior (motor 1.0, com poucos ou item que seja considerado acessório, cores mais tradicionais) porque sabe que esse item venderá. Mas no caso dos seus modelos mais completos, por serem bens mais elaborados e por isso custam mais caro, apenas por encomenda. (2) Uma indústria de linha branca, por exemplo, pode optar por fabricar fogões, refrigeradores, máquinas de lavar, de cores claras e na sua versão básica, porque sabe que o mercado consegue absorver. Já os produtos mais refinados, também são produzidos conforme o mercado sinaliza que tem demanda. Essas duas estratégias são conhecidas como produção empurrada (os itens de linha básica que apresentam vendas mais uniformes) e produção puxada (os itens que são montados e ou produzidos por encomenda). Com isso as empresas conseguem atuar em dois mercados distintos e minimizam o capital investido em estoque, pelo menos nos itens mais caros. Na atualidade temos um novo desafio em termos de gestão de estoques: o e-commerce. E porque um desafio? É considerado dessa forma porque ainda é difícil de prever o comportamento do consumidor em suas compras online e, além disso, a concorrência é grande nesse segmento. O cliente aprova a comodidade das compras via internet, onde pode procurar o item, comparar o preço e a configuração entre várias lojas, obter desconto de frete por valor de compra, entre outras facilidades. No entanto, esse mesmo cliente exige cada vez mais melhoria do desempenho do estoque das empresas, porque no primeiro momento esse cliente quer preço, mas em seguida, ele quer agilidade na entrega. As lojas que atuam no e-commerce por sua vez têm adotado várias estratégias para melhorar no quesito de oferecer variedade ao cliente, mas também rapidez na entrega. E isso tem ocorrido através das parcerias firmadas com as organizações participantes de sua cadeia de abastecimento e de distribuição, tais como: fabricantes, distribuidores, atacadistas, varejistas, transportadores, entre outros. Na maioria dos casos, a empresa responsável pela venda não possui o estoque e sim, os intermediários realizam o faturamento e a entrega do bem adquirido nos sites, estratégia conhecida atualmente como Market places. 08 Na prática, uma boa gestão de estoques atende os requisitos definidos por Campos e Brasil (2013), p. 115-116: Produto certo: material que atenda as especificações feitas; Local certo: entregar na localização correta em função das necessidades dos processos produtivos; Tempo certo: no momento adequado, nem antes, nem depois do necessário; Estado certo: na forma adequada de acondicionamento, mantendo-se assim as características físico-químicas do item. Custo certo: com valores adequados dentro dos orçamentos feitos. A gestão do estoque eficiente pode ser desenhada a partir da seguinte perspectiva: É preciso planejar os estoques, tais como quantidades a serem mantidas em estoques. Para isso é o possível utilizar a análise ABC para determinar os itens mais críticos e não deixar que falte material que pode colocar a operação em risco. Para planejar adequadamente as quantidades é preciso conhecer a demanda dos itens, ou seja, quanto de cada item eu preciso manter em estoque? Uma forma de compreender isso é utilizar a árvore do produto, também conhecido como item explodido. Depois de decidir o que manter e quanto manter em estoque, é preciso controle efetivo para que não ocorram perdas de produtos e também porque estoque é considerado dinheiro parado na empresa. Além de controlar é preciso avaliar se o estoque está agregando valor ao negócio da empresa ou se está apenas consumindo recursos. Para que isso possa ser mensurado, utilizam-se indicadores, tais como: Acuracidade: Tem o mesmo sentido de precisão (do controle). É comumente utilizado após o inventário físico (contagem do estoque). Esse indicador basicamente compara se a quantidade de itens encontrados no depósito (estoque físico) está de acordo com os registros no sistema informatizado. Se o resultado estiver igual a 100% ou muito próximo disso, significa que o controle está eficiente. Giro do estoque (Rotatividade): Esseindicador representa quantas vezes o estoque se renovou em determinado período analisado. Para a empresa, quanto mais vezes o estoque se renovar é melhor, pois significa que 09 as vendas estão acontecendo e que os itens não correm o risco de ficarem parados por muito tempo. Cobertura de estoque: Esse indicador deriva do Giro do Estoque, pois se o giro é alto, a cobertura é pequena. Já se o giro é baixo, a cobertura é longa. Por exemplo: Se no período de um ano um item girou 2x (foi vendido apenas 2x) significa que a cobertura do mesmo foi de 6 meses. Mas, se o item girou 4x no ano, significa que a cobertura foi suficiente para 3 meses, se o item girou 6x, a cobertura foi suficiente para 2 meses e se o item girou 12x, a cobertura então, foi de 30 dias. Logo, é possível concluir que: quanto maior o giro, menor a cobertura e vice-versa. Nível de Serviço: (entrega completa, entregas no prazo, precisão na entrega, facilidade de contato, entre outros). Esse indicador é de extrema importância para as organizações porque auxilia a monitorar como o cliente tem sido atendido sob vários parâmetros como mencionado inicialmente. Na prática, o Nível de Serviço determina o coeficiente de atendimento ao cliente em termos de velocidade de entrega e disponibilidade de itens. No entanto, quanto mais próximo de 100%, mais altos são os custos de manutenção dos estoques para a empresa. Observe o exemplo a seguir: Se um determinado apresentar consumo de 1000 peças semanais e a empresa deseja manter um Nível de Serviço de pronto atendimento para o cliente de 90%, significa dizer que ela precisa manter 900 peças em estoque (1000x0,9 = 900 unidades). Dependendo do valor de aquisição desse produto, esse custo se torna inviável para a empresa. Observe a seguir as equações para calcular tais indicadores: Figura 1: Indicadores de estoques Acuracidade Número de itens corretos ÷ Número total de itens contados Giro de estoque ou Rotatividade Valor consumido no período ÷ Valor do estoque médio no período (x100) Cobertura de estoque Número de dias no período ÷ Giro de estoques (x100) Nível de serviço Quantidade de itens entregues ÷ Itens solicitados (x100) Fonte: RUSSO, (2013) p. 94 e FENERICH (2016) p.146 É o gerenciamento eficiente desses e outros elementos que auxiliam as empresas a utilizarem bem os estoques e atenderem bem os clientes, e no mínimo, os benefícios esperados são: Melhor controle sobre a demanda uma vez que as sazonalidades serão identificadas mais rapidamente; 010 Confiabilidade no controle efetivo dos itens estocados; Identificação mais rápida do endereço dos itens no depósito ou armazém; Redução de vários custos atrelados aos estoques; Melhor aproveitamento do capital de giro. Na prática a gestão de estoques é uma área crítica nas organizações e envolve muitos outros temas além desses citados aqui. Compete ao gestor buscar atualização constante para acompanhar as mudanças que acontecem nesse segmento. 2.1 Custos de estoques Em um passado recente, as empresas mantinham grandes volumes de estoques em suas plantas porque isso significava que a empresa era bem- sucedida. Isso já não é mais realidade e por um bom motivo: os custos! As empresas finalmente perceberam que o estoque compromete o fluxo de caixa da organização. Foi identificado que os valores aplicados nos estoques variam de 25 a 40% dos custos totais das operações, representando uma porção substancial do capital das empresas. (BALLOU, 2007 p. 204). E que custos sãos esses? Custo para manter estoque: para manter estoque a empresa certamente incorrerá em custo de armazenagem, custo de pessoal que gerencia os estoques, custo de capital (custo de oportunidade) uma vez que o valor aplicado no estoque poderia ser melhor aproveitado e custos dos juros (normalmente paga-se juros para as compras a prazo). Além disso, pode-se acrescentar: custos dos impostos dos seguros e custos com perdas, furtos, roubos, obsolescência, avarias e danos. Custo para emitir e acompanhar pedido de compras: As empresas mantêm equipes especializadas de compradores, por exemplo, os quais negociam com os fornecedores, inserem e acompanham os pedidos de compras (follow-up). Quanto maior o time envolvido nesse processo, maiores são os custos. Custo de transporte e manuseio: Para que os insumos sejam entregues na organização é preciso pagar frete, certo? Então nesse caso esse custo é considerado na composição do custo dos estoques. 011 Custo de falta: Às vezes é difícil identificar esses custos, mas eles ocorrem seguidamente, como por exemplo, quando o cliente solicita o cancelamento do pedido por itens faltantes ou por atraso na entrega. Esse custo para empresa decorre das entregas parciais para o cliente, onde a empresa precisa reprocessar o pedido (retrabalho) e pagar mais fretes. Algumas organizações apresentam custos de estoques maiores que outras, pois depende da quantidade estocada e do valor agregado dos itens. Diante disso, os custos dos estoques passaram a ser considerados altamente nocivos para as empresas e cada vez mais, buscam-se alternativas de minimizá- los. 2.1.1 Mantendo níveis de estoques adequados Identificar a quantidade de itens que devem permanecer em estoques nem sempre é uma tarefa fácil, mas os gestores podem trabalhar com as seguintes ferramentas: Análise ABC (análise de Pareto): É útil para priorizar os itens que serão mantidos em estoques, pois já que a empresa precisa investir em estoques que sejam dos itens críticos e que agreguem valor para a operação da empresa. De forma simples, é possível visualizar a representação da análise ABC dos estoques: Classe A = 70 % do valor aplicado em estoque Representa +/- 10% do número de itens estocados Classe B = 20% do valor aplicado em estoque Representa +/- 20% do número de itens estocados Classe C = 10% do valor aplicado em estoque Representa +/- 70% do número de itens estocados Pelo quadro apresentado percebe-se que há uma relação entre o valor aplicado em estoque e a quantidade, então quanto maior o valor, menor a quantidade e vice-versa. Esses valores não são estáticos, pois cada empresa pode apresentar uma variação. LEC (Lote Econômico de Compras): O LEC aponta qual a quantidade adequada a ser adquirida a cada pedido de compra (note, quantidade a ser comprada pela empresa cliente. Isso não significa que é a mesma quantidade que o fornecedor quer produzir e vender). É importante ter isso claro pois costuma gerar conflito entre empresa cliente (que comprar 100 peças) e a empresa fornecedora (quer vender lotes de 500 peças). Mas é importante 012 conhecê-lo para buscar melhores negociações junto aos provedores. Para calcular o LEC, é preciso identificar: Onde: Cp = Custo do pedido de compra D = Demanda do item no período analisado Ca = Custo de armazenagem i = Taxa de juros corrente no mercado P = Preço do item a ser pago ao fornecedor Ponto de Pedido (Também chamado de Ponto de Ressuprimento ou Ponto de Reposição): Representa a quantidade do estoque parametrizada no sistema, que quando o consumo a atinge, dispara um pedido de reposição. Observe o gráfico a seguir que traz inúmeras informações envolvidas no processo de gestão de estoques: Fonte: INEP (2012), p. 17 Depois de observarmos as informações plotadas no gráfico, a que conclusões, nós podemos chegar? Primeiro, vamos analisar os dados: Estoque Máximo: 6500 unid Estoque de Segurança: 500 unid Tempode Atendimento do fornecedor: 10 dias LEC = 2 x Cp x D Ca + i x P 013 Período analisado: 30 dias Será que, com essas informações conseguimos identificar: (1) Tamanho do Lote de Compra? Estoque máximo – Estoque de segurança = 6.500 – 500 = 6000 unid (2) O Estoque Médio? EM = Estoque total / 2 EM = 6500+500 / 2 = 3500 unid (3) Consumo Diário? C = Lote de compra / 30 dias = 200 unid / dia (4) Cobertura de Estoque para o tempo de ressuprimento? Cobertura: 200unid/dia x 10 dias (Tr) = 2000 unids (5) O Ponto de Pedido? PP = CM x Tr + ES (Consumo médio x Tempo de reposição + Estoque de Segurança) = 200 unid/dia x 10 dias + 500 unid = 2500 unids Cada vez mais as organizações buscam soluções para a gestão dos estoques e para os recursos computacionais tem sido de grande ajuda. Inúmeros softwares têm sido desenvolvidos para atender as necessidades das organizações principalmente da área de logística. Esse assunto será retomado mais adiante nesse material. TEMA 3 – GESTÃO DO TRANSPORTE E ARMAZENAGEM A gestão do transporte e os recursos de armazenagem são assuntos de suma importância para economia do país, principalmente porque parte dos centros produtivos estão estabelecidos em locais distantes dos centros consumidores. Pela extensão geográfica do Brasil, considere que esse problema pode ter proporções gigantes. 3.1 Modais de transporte (características e custos... drones, multimodalidade...) Um assunto bastante relevante na logística brasileira refere-se ao transporte e aos modais disponíveis para as operações. Faremos algumas considerações sobre esses assuntos: 014 Os modais de transportes existentes na atualidade são: Aeroviário (aviões e drones); Aquaviário (marítimo; cabotagem; navegação de interior); Dutoviário; Ferroviário; Marítimo; Rodoviário. As empresas podem utilizar um único modal de transporte ou vários, configurando a multimodalidade. Algumas características (vantagens/desvantagens) desses modais: Modal Vantagens Desvantagens Aeroviário Rapidez, redução de custos com armazenagem, agilidade no deslocamento, eficácia para cargas urgentes, ideal para cargas urgentes. Alto custo, disponibilidade (não tem aeroporto em todas as cidades), pouco flexível, menor capacidade de carga. Aquaviário Pode ser internacional (marítimo) ou de cabotagem (costa do país), ideal para importação e exportação, comporta grandes volumes, Necessita de infraestrutura portuária, em alguns casos é afetado pelo clima, por contas das distâncias percorridas é lento, Dutoviário O custo da operação é baixo, transporta ininterruptamente 24h/dia, capacidade de transporte é grande Custo de implementação é alto, requer infraestrutura e manutenção, útil para o transporte de poucos produtos. Ferroviário Ideal para grandes distâncias, transporta uma infinidade de produtos, transporta grandes volumes o que faz com que o preço do transporte se torne baixo, desafoga o trânsito nas rodovias e polui menos. Necessita de infraestrutura específica, alto custo de implementação, custo compensa para grandes distâncias Rodoviário Flexibilidade, para todo tipo de carga, menor manuseio, rápido, único porta a porta (door to door), competitivo para médias e curtas distâncias. Depende do trânsito, pode ser afetada pelo clima (chuvas que causam queda de barreiras, por exemplo), intensa regulamentação, capacidade restrita de carga se comparada aos outros modais, é caro para grandes distâncias. Os gestores da área de logística de transporte convivem diariamente com as decisões de como transportar os bens produzidos pelas fábricas até os centros consumidores. Então conhecer os custos de transporte é essencial e entre tantos elementos considerados, os mais relevantes são: a distância percorrida e volume transportado. Para exemplificar isso, observe a figura a seguir: 015 Fonte: Adaptado de INEP (2006) p. 15 Vamos analisar essas informações para encontrar o valor ótimo do transporte. Como um gestor de logística frequentemente enfrenta trade off (custo de uma escolha), supõe-se que ele tenha as seguintes restrições de sistema (premissas): 1º Atender com carga completa / 2º Atender primeiro o depósito 1, depois o depósito e 2 e finalmente, o 3 / 3º Com os menores custos possíveis. Demanda depósito 1: 1000 kg (qual o menor custo para esse caso?). Carga completa direto da fábrica 2 (4,00 a ton x 1000 kg) = 4000,00 Demanda depósito 2: 1500 kg (qual o menor custo para esse caso?). Carga completa direto da fábrica 1 (4,00 a ton x 1500 kg) = 6000,00 Demanda do depósito 3: 500 kg (qual o menor custo para esse caso?). Carga completa direto da fábrica 1 (6,00 a ton x 500 kg) = 3000,00 Note que no caso do depósito 3, optou-se atender da fábrica 2, mesmo com custo de 6,00 ton (3000,00 total) devido as restrições do sistema apresentados: Exigia atendimento com carga completa, na sequencia dos depósitos 1, 2 e depois o 3 e menor custo. 3.2 Distribuição (CDAs) É cada vez mais comum as empresas buscarem locais distantes dos grandes centros para fabricação de seus bens, isso para reduzir os custos produtivos. Mas isso só foi possível devido a melhoria da eficiência logística dos últimos tempos que tem feito com que as distâncias geográficas não sejam dificultadores no atendimento ao cliente. No entanto, essa sistemática trouxe outro desafio: equilibrar custos das operações logísticas, principalmente de transporte com a rapidez que o cliente exige na atualidade. Mas, como no Brasil a matriz de transporte é basicamente rodoviária (e já conhecemos as vantagens e desvantagens desse modelo) o custo do transporte é demasiado alto impactando diretamente na competitividade da empresa. O ideal seria que a empresa pudesse sempre despachar lotes completos, com grandes quantidades, embalagens máster para praticar custos mínimos. No entanto, se a empresa ficar “esperando” essa condição, ela pode perder vendas. E como será que as empresas lidaram com esse desafio? 016 A solução foi criar pontos de apoio no meio do caminho como os Centros de Distribuição Avançado (CDAs) para que as operações logísticas pudessem ser otimizadas, modelo conhecido também como distribuição escalonada. Na prática as empresas produzem lotes econômicos de fabricação (LEF) e com isso ganham em escala de produção. Depois disso, despacham cargas fechadas para os CDAs e mantém o estoque temporariamente ali. Conforme os pedidos dos clientes (varejistas ou indústrias mesmo) são confirmados, os pedidos são montados e despachados para os clientes. Conforme o estoque reduz, as reposições acontecem. 3.3 Rede de Transporte (Cross docking, Milk Run) Para melhorar a eficiência da distribuição, ainda foram criadas outras soluções que acabaram criando uma rede de transporte que, dependendo das características específicas que ocorrem em cada tipo de operação, recebem uma nomenclatura. Vamos as principais: Cross docking: Não é um local, é um conceito de operação logística que Ching explica da seguinte maneira “uma operação do sistema de distribuição em que os produtos são recebidos, selecionados e encaminhados para outro veículo”. (CHING, 2016 p. 139). Na prática, para caracterizar cross docking os bens não podem ficar estocados e geralmente os bens são de alto valor agregado, ou pelo menos os custos de estocagem e manuseio são altos. Essa sistemática exige sincronia e exatidão entre a entrada e saída de produtos do armazém. Transit point: Outra técnicaque tem sido cada vez mais utilizada é o transit point que segundo Nogueira (2016) p. 145 “forma de aumentar efetivamente um sistema de distribuição sem a necessidade de estocagem do produto, proporcionando assim redução nos custos de armazenagem”. Considerando os conceitos apresentados de cross docking e transit point, analise a figura a seguir: 017 Fonte: INEP (2015) p.17 No caso da figura apresentada poderíamos compreendê-la como um cross docking ou um transit point. A diferença estará nas operações que serão desenvolvidas no CD e como elas estarão descritas. No caso cross docking os produtos serão redistribuídos de acordo com os pedidos que precisam ser atendidos a partir do CD, já no transit point, os bens que chegam ao depósito já têm destino certo, ou seja, já saíram da fábrica com o direcionamento para determinado cliente e o CD será utilizado apenas para passagem, sem movimentação nos produtos. Milk Run: É uma técnica que visa otimizar coleta dos insumos. Nogueira explica da seguinte forma “um sistema de coletas de materiais, que utiliza um único equipamento de transporte, normalmente de algum operador logístico, para realizar as coletas em um ou mais fornecedores e entregar os materiais no destino final, sempre em horários preestabelecidos”. (NOGUEIRA, 2016, p. 137) Essa técnica trabalha com os princípios Just In Time (justo no tempo) que visa reduzir estoques e otimizar a utilização dos recursos de colaboradores, financeiros e ativos (veículos de transporte, equipamento de movimentação interna ou outro). Merge in transit: Essa técnica é uma combinação do cross docking com o JIT. De acordo com o Instituto ILOS, “Ele tem sido aplicado à distribuição de produtos de alto valor agregado, formado por multicomponentes que tem suas partes produzidas em diferentes plantas especializadas. Essa operação procura coordenar o fluxo dos componentes, gerenciando os respectivos lead times de produção e transporte, para que estes sejam consolidados em instalações próximas aos mercados consumidores no momento de sua necessidade, sem implicar em estoques intermediários”. http://www.ilos.com.br/web/armazenagem-estrategica- analisando-novos-conceitos/ 018 Na atualidade, essas técnicas têm sido utilizadas pelas empresas que prestam serviços de logística para o e-commerce, segmento que demanda otimizações logísticas frequentes para atender as vendas realizadas via internet que tem crescido exponencialmente. TEMA 4 – TECNOLOGIA APLICADA NA LOGÍSTICA A logística é uma área que tem sido extremamente beneficiado pelas inovações tecnológicas. “Apoiar as operações logísticas em soluções tecnológicas é um fator essencial em um mercado cada vez mais competitivo e exigente, não somente para realizar o gerenciamento das atividades, mas para aprimorá-las constantemente, oferecendo a melhor prestação de serviços possível para o cliente. Quem fica parado no tempo em termos de tecnologia, fatalmente vai ficar para trás”. (Fischer, 2018, p.30) Embora existam inúmeras tecnologias disponíveis para logística, nesse momento, relembraremos os conceitos das mais utilizadas pelas organizações. MRP (Material Requirement Planning) – Em tradução livre significa Planejamento das necessidades materiais. Em linhas gerais o MRP é um software utilizado pelas organizações para gerar as quantidades a serem adquiridas ou produzidas. Parte de um registro da árvore do produto (estrutura do produto, ou produto explodido) no sistema informatizado, onde constam todos os itens necessários para montar ou fabricar um item. A partir do momento em que um pedido é registrado no sistema, o MRP é “rodado”, ou seja, ele calcula as quantidades necessárias de insumos para atender aquele pedido. Mas para isso, o software considera todos os estoques da empresa (acabado, em processo, insumo encomendado, insumo em estoque) e gera a lista líquida. ERP (Entreprise Resources Planning) – Em tradução livre significa: Sistema de Gestão Empresarial Integrado que segundo Banzato (2011) p. 28 “são soluções que gerenciam as informações das mais variadas funções administrativas da organização em um sistema integrado”. É possível entender o ERP como um software que integra os sistemas de vários departamentos e fazendo com que as decisões tomadas pelos mesmos interajam, formando a base de dados da empresa. Por exemplo: a área da produção precisa de um insumo, o responsável registra essa informação no sistema, automaticamente aparece para o gestor de estoques. Quando o gestor do estoques confirma esse pedido, automaticamente aparece para o gestor de compras, que ao dar andamento ao processo, aparecerá para o financeiro (obrigação de pagamento 019 futuro ao fornecedor) e também para área de recebimento de mercadorias. O ERP é o responsável pela integração dessas informações. WMS (Warehouse Management System – Sistema de gerenciamento de armazéns) – Sistemas que agregam inteligência aos processos de armazenagem, que consideram as operações de recebimento, estocagem, controle, separação, expedição, transferências, inventários, e outros. (BANZATO, 2011, p. 29) TMS (Transport Management System – Sistema de gerenciamento de tranporte) – Através de soluções específicas voltadas ao gerenciamento de transporte, frotas, fretes, roteirização, rastreamento de veículos, e outros. (BANZATO, 2011, p. 29) RFID (Radio Frequency IDentification – Identificação por Radio freqüência) – A partir da inserção de etiquetas (alternativa para os códigos de barras), o scanner identifica o produto a distância. Essa tecnologia viabiliza a comunicação entre os depósitos e os sistemas informatizados de gestão de estoques de forma automática. (BANZATO, 2011, p. 30) EDI (Electronic Data Interchange – Troca eletrônica de dados) – Comunicação eletrônica que propicia que a informação seja integrada em tempo real (com uso da internet) suportando a tomada de decisão de reposição de itens. (BANZATO, 2011, p. 29) Cada empresa deve avaliar qual sua necessidade em termos de tecnologia para realizar os investimentos naquilo que trará otimização das atividades da logística e melhorar a performance da empresa aos olhos do cliente. TEMA 5 – NOÇÕES DE LOGÍSTICA REVERSA E O PNRS A Logística Reversa (LR) é uma das áreas mais recentes em termos de estudos logísticos. Isso porque, por muito tempo, as preocupações eram: entregar insumos para a produção e produto final para distribuição, sem considerar o que seria feito com os resíduos sólidos dos produtos de pós venda ou de pós consumo. Em linhas gerais, temos as seguintes situações: Produtos de pós venda: a logística reversa é responsável por fazer com que produtos advindos de devoluções de compras equivocadas, produtos defeituosos, avariados ou de trocas. Esses produtos voltarão ao fabricante, ou serão destinados para a assistência técnica para conserto, ou ainda, serão 020 negociados nos mercados secundários (salvados, brechós, feiras de produtos de segunda mão e outros). Produtos de pós consumo: produtos já utilizados e que chegaram ao final da vida útil para o primeiro usuário. Nessa categoria de bens, temos: embalagens de produtos contaminantes, produtos que podem ser reciclados, resíduos industriais, baterias, lâmpadas, produtos com sujidades de óleos, graxas. Nesse caso, o produto voltará a cadeia produtiva após reprocessamento ou será descartado adequadamente. 5.1 PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) Com o aumento do consumo de inúmeros produtos fabricados com o foco da descartabilidade, a sociedade passou a convivercom novos problemas: grandes volumes de produtos obsoletos, produtos com partes contaminantes descartados inadequadamente no meio ambiente. Esse processo aconteceu no Brasil também e com o passar do tempo, inúmeras soluções têm sido desenvolvidas, entre elas a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos). Vamos discutir alguns elementos essenciais dentro dessa temática apresentados por Leite (2017) p. 216 Responsabilização da implantação da logística reversa: originou a partir do conceito do poluidor-pagador, onde a responsabilidade pela logística reversa para a cadeia de suprimentos e não para o governo. Essa modificação é importante porque, a partir do momento em que as empresas assumem a responsabilidade pelo retorno dos produtos já utilizados, elas efetivamente conhecem o custo empresarial da sua produção. Esses custos acabarão sendo compartilhados entre todas as empresas da cadeia de abastecimento. LEITE (2017) p. 216 Compartilhamento de responsabilidade: incentiva a visão sistêmica em toda a cadeia de abastecimento dessa forma demonstrando para as organizações que a garantia do sucesso de segmento compete a todos os membros e não uma empresa específica. LEITE (2017) p. 216 Diferenciação entre “resíduo e rejeito”: Essa diferenciação é mais que conceitual. Para a PNRS o resíduo representa produtos que possam ser reaproveitados de alguma forma e rejeito significa as sobras que de nenhuma forma, possam ser reaproveitadas. Isso amplia significativamente a quantidade 021 de produtos a serem incluídos nos programas de logística reversa e os recursos e meios a serem utilizados nesses programas. LEITE (2017) p. 216 Na prática a logística reversa é a essência da PNRS e todas e quaisquer soluções desenvolvidas para otimizar as operações da LR pautadas na PNRS, auxiliarão as empresas a fazerem sua parte ambientalmente e legalmente. 5.2 Logística Verde A Logística Verde é um novo conceito avindo da preocupação crescente da sociedade, empresários e governos sobre a preservação do meio ambiente e as operações logísticas. Segundo Donato (2008) p. 15 “a logística verde ou ecologística é a parte da logística que se preocupa com os aspectos e impactos ambientais causados pela logística”. Muito já foi feito em prol de justificar o crescimento das empresas sem prejudicar muito o meio ambiente, mas na área de logística ainda há muito que fazer nas operações de: Armazenagem: A manutenção de bens contaminantes estocados em locais que podem danificar o meio ambiente. Movimentação interna de materiais: uso de empilhadeiras que utilizam combustíveis fósseis. Emissão de poluentes: provenientes dos combustíveis, quantidade de embalagens e envoltórios nos produtos. Vazamentos: combustíveis, graxas, óleos, derramamentos de produtos tóxicos, embalagens avariadas, entre outros. Uma boa gestão logística verde possibilitará que as empresas atendam os pressupostos do desenvolvimento sustentável: pessoas, sustentabilidade ambiental e sustentabilidade financeira, conhecidos como Triple Botton Line (People, Planet, Profit). FINALIZANDO Nessa aula, discutimos diversos assuntos que envolvem a logística empresarial. Foi frisada a importância em compreender que logística, se tratada sob o viés estratégico, pode auxiliar a empresa no atingimento dos objetivos de atendimento ao cliente. Mas, foi destinado espaço também para trabalhar desafios logísticos como a gestão e os custos dos estoques, a matriz de transporte brasileira e a importância da tecnologia aplicada à logística para melhorar o desempenho. E para finalizar, foi comentado brevemente sobre a 022 logística reversa, tema que fecha o ciclo logístico de uma operação (abastecer – produzir – distribuir – regressar) e a visão de que uma empresa precisa trabalhar suportada pelo tripé da sustentabilidade: pessoas, planeta e sustentabilidade financeira. REFERÊNCIAS BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2007. BANZATO, Eduardo. Tecnologia da informação aplicada à logística. São Paulo, IMAM, 2011. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2006. CAMPOS, Luiz Fernando Rodrigues. BRASIL, Caroline V. de Macedo. Logística: teia de relações. Curitiba: InterSaberes, 2013. CHING, Hong Yuh. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada. São Paulo: Atlas, 2016. DONATO, Vitório. Logística verde: uma abordagem socioambiental. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2008. FENERICH, Francielle Cristina. Administração dos sistemas de operações. Curitiba: InterSaberes, 2016. FISCHER, Fernando. Um mundo de possibilidades. Revista Tecnologística. Ano XXIII, nº 260. São Paulo, abril 2018. LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa: sustentabilidade e competitividade. São Paulo: Saraiva, 2017. SHIGUNOV NETO, Alexandre. GOMES, Renata Messias. Introdução ao estudo da distribuição física. Curitiba: InterSaberes, 2016 RUSSO, Clovis Pires. Armazenagem, controle e distribuição. Curitiba: InterSaberes, 2013. Sites consultados: Disponível em: <http://www.segs.com.br/demais/118099-inteligencia-artificial- prospera-em-logistica-de-acordo-com-a-dhl-e-a-ibm.> Acessado em maio de 2018. Disponível em: <https://www.slideserve.com/kemal/log-stica-integrada. > Acessado em maio de 2018. Disponível em: <www.procfit.com.br/operacoes-logisticas/.> Acessado em maio de 2018. 023 Disponível em: <http://www.ilos.com.br/web/modelos-de-nivel-de-servico-e- otimizacao-dos-estoques-na-cadeia-de-suprimentos/.> Acessado em maio de 2018.
Compartilhar