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te falanges das mãos, bem como ossos do meta- carpo e metatarso em associação com múltiplas malformações venosas e/ou linfáticas. � Proteus: múltiplos tumores subcutâneos hamar- tomatosos, nevus verrucosos pigmentados com hemi-hipertrofia, lipomatose abdominal, paqui- dermia palmar e plantar, hipertrofia dos corpos vertebrais, macrocrania e malformações venosas e linfáticas. O modo de herança da síndrome de Proteus ainda é desconhecido. � Síndrome de Bannayan-Riley-Ruvalcaba: esse distúrbio autossômico dominante foi defini- do em nível molecular por mutações da linha- gem germinativa do gene PTEN (homólogo da fosfatase-tensina do cromossomo 10), um gene supressor tumoral localizado no cromossomo 10q. Há superposição clínica e fenotípica com a síndrome de Cowden. Clínica cirúrgica | Vascular SJT Residência Médica - 201584 As manifestações clínicas principais são macroce- falia, lipomas múltiplos (encapsulados ou difusamente infiltrativos), pólios hamartomatosos do íleo distal e do colo, tireoidite de Hashimoto, máculas pigmentadas na glande do pênis e malformações vasculares. Essas últi- mas lesões são capilares, venosas ou arteriovenosas e geralmente representam um componente secundário da síndrome. Existem exemplos extremos da síndro- me de Bannayan-Riley-Ruvalcaba com hemiipertrofia, assimetria dos membros inferiores, lipomatose e MAV extensas. Esses pacientes devem ser acompanhados por longo prazo, porque existe risco de desenvolverem tu- mores malignos, principalmente carcinoma da mama. Malformações arteriovenosas As malformações arteriovenosas (MAVs) são o resultado de conexões diretas entre os sistemas arte- rial e venoso e usualmente estão presentes ao nasci- mento, sendo que a maioria só se torna evidente na infância e frequentemente aumenta de tamanho du- rante a puberdade ou com as gestações. Coloração roxa ou avermelhada da pele sobrejacente pode ser confu- dida com malformações capilares (mancha “vinho do porto”), porém exame mais detalhado mostrará tem- peratura elevada, veias dilatadas e frêmito à palpação. Essas lesões podem ser agressivas, com complicações locais como isquemia cutânea, levando a ulceração, in- fecção ou hemorragia. MAVs de grande porte podem causar insuficiência cardíaca de alto débito pelo gran- de shunt que existe entre os sistemas arterial e venoso. As MAVs podem ser classificadas em quatro estágios, dependendo de sua agressividade: � Estágio I (quiescente): observam-se mancha róseo-azulada, aumento da temperatura local, com shunt arteriovenoso visto à ultrassonografia Doppler; � Estágio II (fase de expansão): além das carac- terísticas do estágio I, observam-se aumento do volume, pulsação, sopro ou frêmito e veias tortu- osas/engurgitadas; � Estágio III (fase de destruição): além das carac- terísticas do estágio II, observam-se mudanças distróficas da pele, ulceração, sangramento, dor persistente ou necrose tecidual; � Estágio IV (fase de descompensação): além das características do estágio III, observa-se a ocor- rência de insuficiência cardíaca. A ultrassonografia Doppler deve ser o primeiro exame na avaliação das MAVs, mostrando múltiplas artérias alimentadoras com fluxo diastólico aumentado e retorno venoso de alta velocidade, com fluxo sisto- diastólico. A ressonância magnética é o melhor exame para se avaliar a extensão das MAVs e sua relação com tecidos adjacentes, especialmente com os tecidos ósseo e muscular. A angiorressonância utilizando o gadolínio é excelente na visualização das artérias nutridoras e das veias de drenagem das MAVs, sendo de especial impor- tância no planejamento terapêutico. Atualmente, a ar- teriografia com subtração digital é realizada quando o tratamento exigir a embolização de artérias nutridoras. O tratamento das MAVs extensas pode ser extre- mamente complexo e deve ser reservado para pacien- tes sintomáticos. A combinação de embolização das artérias nutridoras + escleroterapia das veias de dre- nagem + ressecção completa do tecido residual pode ser necessária nos casos mais complexos. Em alguns pacientes, além da embolização com molas, os ramos arteriais podem ser oduídos com stents recobertos ou endopróteses MAVs extensas são difíceis de tratar e sua recorrência é comum, em virtude da presença de inúmeras artérias nutridoras e veias de drenagem. A compressão elástica deve ser a opção para o ma- nejo das MAVs extensas nos estágios I e II. As lesões nos estágios III e IV deverão ser tratadas em razão dos sintomas associados e do risco de hemorragia grave. O objetivo principal é alcançar alívio dos sintomas e não a cura. Portanto, o tratamento deverá ser personalizado, tendo como alvo as áreas das malformações com poten- cial de causar isquemia ou hemorragia. A embolização arterial é realizada utilizando-se N-butil cianoacrilato ou molas; na escleroterapia das veias de drenagem usa- -se, preferencialmente, o álcool absoluto. As compli- cações da embolização arterial e da escleroterapia das veias de drenagem são: necrose da pele, lesão neuroló- gica, embolia pulmonar e choque anafilático. Figura 6.16 Síndrome de Parkes-Weber (malformação capilar-lin- fático-arteriovenosa). Mancha capilar azulada em todo o membro, na nádega e no tórax com crescimento excessivo generalizado e escoliose. 6 Insuficiência venosa de membros inferiores 85 Figura 6.17 Síndrome de Parkes-Weber (malformação capilar-linfático-arteriovenosa). Mancha capilar azulada em todo o membro, na nádega e no tórax com crescimento excessivo generalizado e escoliose. Malformações vasculares combinadas Fluxo acelerado Klippel-Trenaunay (MCV, MCLV) Parkes Weber (MCAV, FCAV, MCLA) Proteus (MC, ML, MCV, MCLV) Síndrome de Bannayan-Riley- -Ruvacalba (MAV) Maffucci (MV, encondroma) Tabela 6.12 MAV: malformação arteriovenosa; FCAV: fístula capilar-arteriovenosa; MCAV: malformação capilar-arteriovenosa; MCLA: malfor- mação capilar-linfático-arteriovenosa; MCLV: malformação capilar-linfático-venosa; MC: malformação capilar; MCV: malformação capilar-venosa; ML: malformação linfática; MV: malformação venosa. Capítulo trombose venosa 7 7 Trombose venosa 87 Tromboflebite superficial A tromboflebite superficial é uma condição bas- tante frequente, em que há trombose de uma veia superficial e reação inflamatória da veia e dos tecidos perivenosos. Dessa maneira, seu quadro clínico carac- teriza-se por dor no trajeto venoso, aparecendo ver- melhidão ao longo desse trajeto e endurecimento da veia, que é palpada como um cordão duro e doloroso. Sua principal causa é o trauma por procedimen- tos médicos e de enfermagem, podendo chegar a 50% dos casos de cateterismo com dissecção de veia, mas sendo também muito comum nas simples infusões ve- nosas, por irritação do endotélio, influenciando aí a osmolaridade e o pH do líquido infundido e o tempo de infusão. Outro aspecto que tem se tornado mais co- mum nos últimos anos é a tromboflebite pela injeção de drogas por viciados, frequentemente diluídas em líquidos impróprios e irritantes. As tromboflebites são também comuns como complicação de varizes, surgin- do em cerca de 15% dos pacientes com essa afecção. Em muitos casos a tromboflebite superficial pode surgir sem nenhuma causa aparente, podendo ser o primeiro sintoma de uma vasculite, como a tromboangiíte obli- terante, doença de Buerger, de uma síndrome paraneo- plásica ou ainda de trombofilia. A tromboflebite superficial é de modo geral um quadro benigno, entretanto pode evoluir para trom- bose profunda, principalmente se a veia atingida for grande como as veias safenas, ou podem surgir con- juntamente com trombose profunda, principalmente nas tromboflebites extensas e múltiplas. O diagnóstico é clínico, encontrando-se na ins- peção e palpação as alterações descritas acima. Nos casos de tromboflebite de veia safena magna que atin- ja a coxa ou em tromboflebites múltiplas deve ser re- alizado um exame ultrassonográfico para excluir um trombo extenso, penetrando