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Centro de Engenharias e Ciências Exatas Curso de Química Bacharelado Disciplina de Quím. Analítica Experimental I Determinação do teor de Peróxido de Hidrogênio por Iodometria. Requisito parcial de nota referente a disciplina de Quím. Analítica Experimental II, ministrada pela prof.ª Josiane C. Dragunski e entregue pelos alunos: • Eduarda Ballmann • Guilherme Javorski • Jaqueline P. Pagnoncelli • Renata Schimiloski Toledo – Paraná Outubro de 2018 1.INTRODUÇÃO A utilização de um padrão é muito importante para análises quantitativas e qualitativas. Pois assim, pode-se comparar o padrão com as espécies analisadas, por este ser o principal parâmetro de exatidão. Os padrões possuem uma variabilidade em suas medidas, nas quais devem ser conhecidas. 1 Existem dois tipos de padrões, o primário e o secundário. O padrão primário é a substância de origem analítica conhecida e confiável, proveniente de uma síntese ou de purificação de compostos técnicos. Por meio desse padrão, é conhecido sua estabilidade e grau de pureza. Já o padrão secundário, é a substância cujo grau de pureza é determinado com a referência de um padrão primário, mas é preciso que este esteja dentro do tempo de validade.1 A concentração de uma solução padrão, deve permitir que a resposta do analista seja a mais segura possível em seu resultado, isto é, este resultado deve estar dentro do sistema de confiabilidade.1 Com isto, o preparo de soluções, sendo esta uma técnica que pode ser realizada a partir de um sólido qualquer que consiste na dissolução de determinada massa do sólido em determinado volume de um solvente apropriado, deve ser realizada cuidadosamente, para que se obtenha a concentração desejada. No caso de compostos inorgânicos, o solvente utilizado é quase sempre a água. A massa de sólido a ser pesada depende de dois fatores: da concentração da solução e do volume de solução que se deseja preparar. Para o preparo da solução, utiliza-se um balão volumétrico de volume apropriado. A concentração da solução a ser preparada deve ser determinada dependendo da finalidade de sua utilização.2 Ao analisar a solução padrão e o preparo de solução, agora cabe a entender sobre a iodometria, pode-se dizer que o princípio iodo-iodeto apresenta um potencial padrão intermediário e pode ser usado para oxidar substâncias fortemente redutoras e por outro lado, reduzir substancias oxidantes relativamente fortes. Devido a esse fator, são utilizados dois métodos iodométricos: o método direto e o indireto.3 O método direto usa uma solução padrão de iodo (I2), preparada pela dissolução do iodo em solução aquosa de iodeto de potássio (KI). Neste método o iodo é usado diretamente na titulação como oxidante.3 Já o método indireto consiste na dosagem de espécies oxidante por meio da adição de um excesso de iodeto (I-). Este é oxidado e após isto é titulado com uma solução padrão de tiossulfato de sódio (Na2S2O3), sendo que para a padronização desta utiliza-se como padrão primário o dicromato de potássio (K2Cr2O7) em meio ácido e iodeto em excesso.3 Um exemplo prático que se realiza por iodometria é a determinação no teor de peróxido de hidrogênio. Este é um composto inorgânico molecular de fórmula química H2O2. É um líquido incolor à temperatura ambiente, forte oxidante, solúvel em água, viscoso e odor irritante. Quando em solução aquosa é conhecido como água oxigenada, podendo ser produzida a partir da reação de qualquer peróxido com água ou ácidos diluídos.4 2.OBJETIVO Padronizar uma solução de Tiossulfato de sódio, previamente preparada, e determinar o teor de peróxido de hidrogênio presente na água oxigenada por meio da técnica de Iodometria. 3.METODOLOGIA 3.1. Padronização da solução 0,1 mol L-1 de Na2S2O3 Pesou-se entre 0,080g e 0,085g de K2Cr2O7 em um béquer pequeno e anotou-se sua massa, transferiu-se quantitativamente para um erlenmeyer. Em seguida adicionou-se 50 ml de água destilada e dissolveu-se cuidadosamente. Levou-se o erlenmeyer na capela e adicionou-se 8 mL de HCl concentrado. Pesou-se 2g de KI e adicionou-se ao erlenmeyer juntamente com as outras substâncias. Na bureta adicionou-se Na2S2O3, e então iniciou-se a titulação, sob agitação constante até a obtenção da coloração castanho-esverdeada, ao obter essa coloração adicionou-se 3mL de solução de amido, a coloração da solução passa a ser azul escuro/ negra, então prosseguiu-se com a titulação até o ponto de viragem de azul escuro para verde claro. Realizou-se o procedimento em duplicata, e em seguida realizou-se os cálculos da concentração da solução de tiossulfato em mol L-1. 3.2. Determinação do teor de peróxido de hidrogênio por iodometria. Com auxílio de uma pipeta, pipetou-se 10mL da amostra e transferiu-se para um balão de 250mL, completou-se o menisco com água destilada. Transferiu-se para um béquer. Pipetou-se 25mL da solução e transferiu-se para um erlenmeyer, adicionou-se 10mL de ácido sulfúrico 2,0mol/L, 1g de iodo de potássio e 3 gotas de solução neutra de molibdato de amônio a 3%(m/v). Iniciou- se a titulação com a solução padrão de tiossulfato de sódio constante até a obtenção da coloração castanho-esverdeada, ao obter essa coloração adicionou- se 1mL de solução de amido, a coloração da solução passa a ser azul escuro/ negra, então prosseguiu-se com a titulação até o ponto de viragem de azul escuro para verde claro. Realizou-se o procedimento em duplicata, e em seguida calculou-se o teor de peróxido de hidrogênio na água oxigenada. 4.RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1. Padronização da solução de Na2S2O3. Primeiramente, pesou-se cerca de 0,0831g de K2Cr2O7 e 2,0135g de KI. Sendo assim, transferiu-se cuidadosamente a massa de K2Cr2O7 com o auxilio de 50 ml de água destilada para o erlenmeyer, em seguida adicionou-se 8 ml de HCl concentrado e a massa pesada do KI, formando assim uma coloração marrom avermelhado por conta do iodo. O amido só pode ser adicionado perto do ponto de viragem, onde a concentração de iodo já havia diminuído. Caso contrário, o iodo reagiria com o amido. Por meio da reação (1) e a partir da massa de K2Cr2O7 pesada, calculou-se o número de mols que havia formado de iodo. 1 Cr2O72 + 6 I- + 14H+ 2 Cr3+ + 3I2 + 7 H2O (1) 𝑛 = 𝑚 𝑀 → 𝑛 = 0,0831𝑔 𝑀294,18𝑔/𝑚𝑜𝑙 → n= 2,825.10-4 mols de Cr2O72- Feito isso, calculou-se o numero de mols do I2 que formou na reação: 1 mol de Cr2O72 - 3 mols de I2 2,825.10-4 mols - X X= 8,474.10-4 mols de I2 Esse número de mols encontrado de I2 é o que foi formado no erlenmeyer, ou seja, anterior a adição de tiossulfato de sódio. Quando adicionado o Na2SO4, este reagiu com o iodo formando iodeto e tetrationato, conforme a reação (2). 1 I2 + 2S2O32- 2 I- + S4O62 (2) Sabendo o número de mols do iodo formado, pode-se calcular o número de mols de S2O32- da reação: 1mol de I2 - 2 mol de S4O62 8,474.10-4 mols - X X= 1, 695.10-3 mols de S4O62 O volume adicionado de S2O32 foi de 17,2ml, onde seu ponto de viragem obteve uma cor verde claro. Feito isso, calculou-se então a concentração S2O32 que foi utilizado para a formação do iodeto. 𝐶 = 𝑛 𝑉 → 𝐶 = 1,695.10−3 mols 0,0172 𝐿 → C= 0,098 mols/L de S4O62 Utilizou-se a concentração de outra equipe para que pudesse fazer uma media de concentrações de S2O32. Sabendo-se que a outra equipe teve uma concentração de 0,097 mol/L, assim calculou-se a media: 𝑀 = 0,097 mols L +0,098 mols L 2 → 0,0975 mol/L de S2O32 4.2. Determinação do teor de peróxido de hidrogênio por iodometria. Por diante, para determinar o teor de peróxido de hidrogênio por iodometria, utilizou-se 25 ml de uma solução, previamente preparada com 10 ml de água oxigenada e diluída em um balão volumétrico de 250 ml. Adicionou-se a esses 25ml, 10 ml de ácido sulfúrico 2,0 mols/L, aproximadamente 1g de iodeto de potássio e mais 3 gotas da solução neutra de molibdato de amônio a 3% (m/v). A reação ocorrida foi a seguinte: H2O2 + 2 I- + 2 H+ I2 + 2 H2O (3) O molibdato adicionado teve a função de catalisar a reação (3), e o ácido serviu para deixar o meio ácido para que a reação ocorresse. Em seguida, titulou- se em duplicata, com tiossulfato de sódio padronizado anteriormente. O volume da bureta utilizada na primeira titulação foi de 17,8 ml e na segunda foi de 18,0 ml. De acordo com a reação 2, pode-se calcular o número de mols do S2O32- : 1 I2 + 2S2O32- 2 I- + S4O62- reação 2 n=C.V → n= 0,0975 mol/L . 0,0178 L → n= 1,735.10-3 mols de S2O32- Sendo assim, pela estequiometria da reação 2, calculou-se o número de mols do I2. 2 mols de S2O32- - 1mol de I2 1,735.10-3 mols - X x= 8,677.10-4 mols de I2 Com base na reação 3 e sabendo-se o número de mols de I2, pode-se calcular a massa H2O2 que foi utilizada na reação: H2O2 - I2 X - 8,677.10-4 mols X= 8,677.10-4 mols de H2O2 𝑛 = 𝑚 𝑀 → 8,677.10 − 4 mols = 𝑚 34 𝑔/𝑚𝑜𝑙 → m= 0,0295 g de H2O2 Em suma, como a amostra foi diluída de 10 ml em um balão de 250 ml, então resulta que a amostra foi diluída 25 vezes. Sendo assim para saber a massa que contem no frasco de peróxido de hidrogênio: X = massa do H2O2 . 25 X = 0,0295 g . 25 X = 0,737 g de H2O2 Feito isso, por fim calculou-se o volume determinado para a amostra e a porcentagem por (v/v). Sabendo-se que a densidade do H2O2 é de 1,02g/mol 𝑑 = 𝑚 𝑉 → 1,02𝑔/𝑚𝑜𝑙 = 𝑜,737 𝑔 𝑉 → V= 0,72 ml de H2O2 25 ml – 100% 0,75 ml - X X= 2,9 % (v/v) Realizou-se o mesmo cálculo desta titulação para a segunda, usando um volume de 18ml, e obteve-se uma porcentagem de 2,88%. Com isto, realizou-se a média entre as porcentagens, obtendo-se o seguinte resultado: 𝑚 = 2,9+2,88 2 → m= 2,89% (v/v) de peróxido na água oxigenada. E que de acordo com a embalagem de H2O2 continha cerca de 3% de peróxido de hidrogênio. 5.CONCLUSÃO O objetivo da aula prática foi concluído com êxito, obtendo-se uma concentração parecida com aquela preparada de tiossulfato de sódio. Também, por meio da técnica de iodometria, ou seja, pela titulação do iodo, encontrou-se o teor de peróxido de hidrogênio muito próximo do valor estabelecido pelo fabricante, considerando a data de validade que já estava vencida. 6.REFERÊNCIAS [1] – LEITE, Flávio; Validação em Análise Química; 4ª Ed.; Campinas, SP: Editora Átomo, 2002. [2] – NOVAES, Cruz; Laboratório Integrado de Química e Bioquímica (LABIC); Preparação de Soluções por Dissolução; Inovalab, 2012. [3] – Iodometria – USP. Disponível em: http://www.iqsc.usp.br/iqsc/servidores/docentes/pessoal/mrezende/arquivos/aula1 6.pdf [4] – Peróxido de Hidrogênio; Débora Silva (2015). Disponível em: http://www.estudopratico.com.br/peroxido-de-hidrogenio-caracteristicas- aplicacoes-e-agua-oxigenada/
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