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Coordenação de Cursos Coordenação de Laboratórios de Química QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA Química Licenciatura Elaborado/Adaptado: Profa. Dra. Viviane Gomes Bonifacio Anápolis, 2016 1 PROCEDIMENTOS NO LABORATÓRIO E ITENS DE SEGURANÇA Por que devemos nos preocupar com a segurança nos Laboratórios? Segundo a Declaração dos Direitos Humanos todo homem tem direito à vida e precisamos nos preocupar em preservá-la. Uma forma de preservá-la é preocupar-se com a sua segurança no ambiente de trabalho e, se você trabalha em um laboratório, precisa conhecer os riscos a que está exposto e como melhorar suas condições de segurança. Porque os acidentes acontecem? A variedade de riscos nos laboratórios é muito ampla, devido à presença de substâncias letais, tóxicas, corrosivas, irritantes, inflamáveis, além da utilização de equipamentos que fornecem determinados riscos, como alteração de temperatura, radiações e ainda trabalhos que utilizam agentes biológicos e patogênicos. As conseqüências para ocorrência de acidentes nos laboratórios são muitas, podemos citar alguns exemplos, como: intoxicações, queimaduras, choques elétricos, incêndios, explosões, contaminações por agentes biológicos, interações com radiações e muito mais. Resumidamente as causas são: instruções não adequadas, supervisões insuficientes do executor e ou inapta, uso incorreto de equipamentos ou materiais de características desconhecidas, alterações emocionais e exibicionismo. Para evitar os acidentes, todo o trabalho em laboratório deve ser precedido por uma pesquisa, objetivando: - Propriedades químicas, físicas e toxicológicas dos produtos químicos utilizados; - Procedimentos de segurança; - Medidas de primeiros socorros em caso de acidentes. Em um laboratório devem-se ter os seguintes cuidados: - O laboratório deve estar sempre organizado, não deixar sobre as bancadas materiais estranhos ao trabalho, como bolsas, livros e blusas; - Evitar roupas, calçados e pertences inadequados como: saias, bermudas, shorts, roupas com tecidos sintéticos, braceletes, correntes, anéis ou outros adereços e calçados abertos; - Os cabelos longos devem ser mantidos presos durante a permanência em qualquer laboratório; - É necessário ter calma na realização de experimentos e em eventuais situações de emergência; - Evitar movimentos bruscos. Trabalhar com seriedade evitando brincadeiras, sempre estar atento e cauteloso; - Conhecer o local e operação dos equipamentos de segurança disponíveis em seu laboratório; - Lavar as mãos antes e após os experimentos; - Nunca esfregar as mãos no rosto e nos olhos; - Não cheirar diretamente os frascos de nenhum produto químico; 2 - Evitar sentar ou debruçar na bancada; - Usar sempre os equipamentos de proteção individual; - Não misturar ou manusear sólidos e líquidos desconhecidos, apenas por curiosidade; - Ler atentamente o procedimento antes de iniciar o experimento, em caso de dúvidas, perguntar é a melhor solução. Planejar sua experiência, procurando conhecer os riscos envolvidos, precauções a serem tomadas e como descartar corretamente os resíduos. - Ler o rótulo dos frascos antes de utilizá-los. Nunca abrir frascos reagentes antes de ler o rótulo e não testar substâncias químicas pelo odor ou sabor. - Ao manusear um frasco de reagente, sempre pegar de modo que sua mão proteja o rótulo e incliná- lo de modo que o fluxo escoe do lado oposto ao rótulo. Em caso de contato, o rótulo poderá ser danificado ou inutilizado; - Posicionar as tampas dos frascos sobre as bancadas com a boca para cima, evitando que ocorra contaminação do reagente, bem como do próprio aluno; - Não jogar cacos de vidro em lixo comum, mas sim em um recipiente preparado para isto; - Usar luvas antitérmicas sempre que manusear peças de vidro que estejam quentes; - Não utilizar materiais de vidro quando trincados; - De preferência, usar chama na capela e somente nos laboratórios onde for permitido; - Nunca ligar equipamentos elétricos sem antes verificar a voltagem correta; - Não colocar alimentos nas bancadas, armários e geladeiras dos laboratórios; - Não são permitidos ou mesmo se alimentar, beber ou fumar dentro do laboratório. - Não retorne reagentes aos frascos originais, mesmo que não tenham sido usados. Evite circular com eles pelo laboratório; - Nunca pipete líquidos com a boca. Neste caso, use bulbos de borracha ou trompas de vácuo; - Comunicar todos os acidentes ocorridos ao responsável; - Limpar imediatamente qualquer derramamento de reagentes (no caso de ácidos e bases fortes, o produto deve ser neutralizado antes de proceder a sua limpeza). Em caso de dúvida, consultar o responsável antes de efetuar a remoção. Equipamentos de Segurança Óculos de segurança Óculos de segurança com proteção lateral são itens indispensáveis em laboratórios de química. Esse item de segurança vai protegê-lo de quaisquer respingos de produtos químicos agressivos e fragmentos de vidros, eventualmente produzidos na quebra de qualquer item de vidraria. Lentes de contato não são recomendadas porque vapores corrosivos ou líquidos podem ficar presos entre elas e seus olhos, o que irá agravar o problema. Normalmente os óculos são fabricados em policarbonato, nylon ou acetato, as lentes são em cristal oftálmico, resina ou policarbonato, incolores ou coloridas e devem ser altamente resistentes a impactos e riscos. 3 Guarda-pó O guarda-pó tem a função de protegê-lo de respingos de produtos químicos e queimaduras com líquidos quentes e por chama direta. Para maior proteção deve ter mangas longas, comprimento até o joelho, de preferência serem confeccionados em tecido de algodão e possuírem sistemas de fechamento com botões de pressão na frente e nas mangas, para eventual retirada rápida, em caso de emergência. O tecido de algodão é escolhido por reter melhor os respingos e ser pouco inflamável em comparação com os tecidos sintéticos (guarda-pós de tecidos sintéticos são totalmente desaconselhados). A cor branca é a mais utilizada em laboratórios de química. Procedimento para Descarte de Resíduos - Os resíduos de solventes de reações e de evaporadores rotativos devem ser colocados em frascos apropriados para descarte, devidamente rotulados. Evite misturar os solventes. Sugere-se a seguinte separação: Solventes clorados, Hidrocarbonetos, Álcoois e Cetonas, Éteres e Ésteres, Acetatos e Aldeídos. Sempre que possível indique também os componentes percentuais aproximados, pois este tipo de resíduo costuma ser incinerado por empresas especializadas que exigem uma descrição minuciosa do material que recebem. Verifique se é viável recuperar estes resíduos no seu laboratório. - Os resíduos aquosos ácidos ou básicos devem ser neutralizados antes do descarte, e só então descartados. Para o descarte de metais pesados, metais alcalinos e de outros resíduos, consulte antecipadamente o seu professor. - O uso de solução sulfocrômica para limpeza vem sendo proibido na maioria dos laboratórios. Caso precise utilizá-la, nunca faça o descarte diretamente na pia. 4 Materiais de laboratório em química analítica Nome Função Figura Balão volumétrico Usado para preparação de soluções. Bastão de vidro ou Bagueta Bastão maciço de vidro. Serve para agitar e facilitar as dissoluções, mantendo as massas líquidas em constante movimento. Também auxilia na filtração. Béquer Serve para dissolver substâncias, efetuar reações químicas. Pode ser aquecido sobre o tripé com tela de amianto. Bico de Bunsen Fonte de aquecimento mais usado no laboratório. Bureta Serve para dar escoamento a volumes variáveis de líquidos. Não deve ser aquecida. É constituída de tubo de vidro uniformemente calibrado, graduado em décimos de mililitro.É provida de um dispositivo que permite o fácil controle de escoamento. Cadinho Usado para calcinação, isto é, aquecimento a seco muito intenso de substâncias. Pode ser aquecida diretamente à chama do bico de Bunsen, apoiado sobre triângulo de porcelana, platina, amianto etc. Cápsula de porcelana Peça de porcelana utilizada em sublimações ou evaporações de líquidos e soluções. 5 Dessecador Usado para resfriamento de substâncias em atmosfera contendo baixo teor de umidade. Erlenmeyer Utilizado para titulações, aquecimento de líquidos, dissolução de substâncias e realização de reações químicas. Pode ser aquecido sobre o tripé com tela de amianto. Espátula Material de aço ou porcelana, usado para transferência de substâncias sólidas. Deve ser lavada e enxugada após cada transferência. Funil analítico Usado para filtração para retenção de partículas sólidas. Deve conter em seu interior um filtro que pode ser de papel, lã de vidro, algodão vegetal, dependendo do material a ser filtrado. O funil não deve ser aquecido. Pêra Usada para pipetar soluções. Pipeta graduada Consiste de um tubo de vidro estreito geralmente graduado em 0,1 mL. É usada para medir pequenos volumes líquidos. Encontra pouca aplicação sempre que se deseja medir volumes líquidos com maior precisão. Não deve ser aquecida. Pipeta volumétrica É constituída por um tubo de vidro com um bulbo na parte central. O traço de referência é gravado na parte do tubo acima do bulbo. É usada para medir volumes de líquidos com elevada precisão. Não deve ser aquecida. Piseta Usada para lavagem de materiais através de jatos de água destilada, álcool ou outros solventes. Proveta ou Cilindro graduado Recipiente de vidro ou plástico utilizado para medir e transferir volumes de líquidos. Não deve ser aquecida. 6 Suporte universal Utilizado em várias operações como: filtrações, suporte para condensador, sustentação de peças, etc. Vidro de relógio Peça de vidro de forma côncava. É usado para cobrir béquers, em evaporações, pesagens de diversos fins. Não pode ser aquecido diretamente na chama do bico de Bunsen. 7 REGRAS DE SOLUBILIDADE PARA COMPOSTOS IÔNICOS: ÍON REGRA EXCEÇÃO Metais alcalinos (Li+, K+, Na+) Solúveis - Amônio (NH4+) Solúveis - NO3- (nitratos) Solúveis - NO2- (nitritos) Solúveis Pouco solúvel: Ag+ e Hg22+ ClO- (hipoclorito) Solúveis - MnO4- (permanganato) Solúveis - SO42- (sulfato) Solúveis Ca2+, Ba2+, Sr2+ e Pb2+ Pouco solúveis: Ag+ e Hg22+ F- (fluoreto) Insolúveis Ag+, NH4+ ,Cu2+, Pb2+ e alcalinos Br- (brometo) Solúveis Ag+, Pb2+, Hg2+, Hg22+, Cu+ Cl- (cloreto) Solúveis Ag+, Pb2+, Hg22+, Cu+ e Au+ I- (iodeto) Solúveis Ag+, Pb2+, Hg2+, Hg22+ e Cu+ CN- (cianetos) Insolúveis NH4+ e alcalinos Pouco solúveis: alcalinos terrosos SCN- (tiocianato) Solúveis Ag+, Pb2+, Hg22+, Cu+, Cd2+ Fe(CN)6 3- (ferricianeto) Insolúveis NH4+ e alcalinos Pouco solúveis: alcalinos terrosos Fe(CN)6 4- (ferrocianeto) Insolúveis NH4+ e alcalinos Pouco solúveis: alcalinos terrosos CH3COO- (acetato) Solúveis Pouco solúveis: Ag+ e Hg22+ S2- (sulfeto) Insolúveis NH4+ e alcalinos Pouco solúveis: alcalinos terrosos CO32- (carbonato) Insolúveis NH4+, K+ , Na+, Li+, Rb+ e Cs+ HCO3- (bicarbonato ou Hidrogenocarbonato) Solúveis Fe2+, Fe3+ e alcalinos terrosos PO43- (fosfato) Insolúveis NH4+ e alcalinos C2O42- (oxalato) Insolúveis NH4+ e alcalinos CrO42- (cromato) Insolúveis NH4+ e alcalinos OH- (hidróxidos) Insolúveis Alcalinos, Ba2+ , Sr2+ , NH4+ Pouco solúveis: Ca2+ EXPERIMENTO NO. 01: EVIDÊNCIAS DE REAÇÕES QUÍMI CAS 8 I – INTRODUÇÃO A maioria das reações que ocorrem em solução aquosa envolve íons, gerados em processos de dissociação ou de ionização. Considere, por exemplo, a reação que se processa quando soluções aquosas de nitrato de alumínio e hidróxido de potássio são misturadas de acordo com a equação abaixo, chamada de equação global: Al(NO3)3 (aq) + 3 KOH (aq) Al(OH)3 (s) + 3 KNO3(aq) A partir desta equação e do conceito de eletrólitos, pode-se deduzir que os reagentes - Al(NO3)3 e KOH - assim como um dos produtos - KNO3 - estão dissociados no meio de reação enquanto que o Al(OH)3 precipitou. Por esse motivo, pode ser conveniente substituir a equação acima, pela equação iônica total, que expressa o que ocorre realmente em solução: Al3+ (aq) + 3 NO3- (aq) + 3 K+ (aq) + 3 OH- (aq) Al(OH)3 (s) + 3 K+ (aq) + NO3- (aq) O cátion potássio e o ânion nitrato, que não são alterados no decorrer da reação, são denominados íons expectadores e não são incluídos na equação iônica simplificada: Al3+ (aq) + 3 OH- (aq) Al(OH)3 (s) Esta equação, além de destacar apenas as espécies químicas que participam efetivamente da transformação, sugere que qualquer substância que forneça OH- (aq) reage com qualquer substância que forneça Al3+ (aq), produzindo um precipitado de hidróxido de alumínio Al(OH)3. A equação iônica simplificada evidencia ainda a conservação de carga e de massa na transformação química, pois são iguais em ambos os lados da equação. Naturalmente, a escolha de um destes tipos de equação para representar uma transformação química depende de que aspecto da transformação pretende-se realçar. Eletrólitos fortes e fracos: Um eletrólito é toda substância que, ao dissolver-se em água, fornece íons à solução. Como conseqüência a solução torna-se condutora de eletricidade quando dois eletrodos conectados aos pólos de uma bateria são mergulhados na solução. Os não-eletrólitos, por sua vez, são as substâncias que não liberam íons em solução - as partículas de soluto dispersas são neutras (sem carga elétrica). Estas soluções não conduzem eletricidade. Há duas categorias de eletrólitos: os eletrólitos fortes (como a maioria dos sais e os ácidos e bases fortes), e os eletrólitos fracos, como os ácidos e bases fracas. Os eletrólitos fortes sofrem dissociação completa em solução, enquanto que nos eletrólitos fracos somente uma parte das moléculas se dissocia. Um exemplo de eletrólito fraco é o ácido fluorídrico cuja solubilização em água pode ser representada pela equação abaixo: HF (aq) + H2O (l) H3O+ (aq) + F- (aq) 9 Como a ligação H-F é relativamente forte, apenas uma pequena parte das moléculas de fluoreto de hidrogênio dissolvidas dissociam-se em íons hidroxônio e fluoreto hidratados. Em soluções de HF em concentração 1,0 mol L-1, por exemplo, em média 97% das moléculas dissolvidas permanecem na forma molecular, e apenas 3% dão origem aos íons hidratados. Por causa deste tipo de comportamento, que caracteriza os eletrólitos fracos, as soluções destes eletrólitos apresentam condutividade elétrica relativamente baixa. Reações iônicas em solução aquosa: a) Precipitação: Pode-se obter um precipitado em solução quando duas soluções de compostos solúveis em água são misturadas entre si. Esta mistura pode reagir formando um novo composto que é insolúvel em água. Exemplo: AgNO3(aq) + NaCl(aq) AgCl (s) + NaNO3(aq) nitrato de prata cloreto de sódio cloreto de prata nitrato de sódio Neste exemplo, tanto nitrato de prata como cloreto de sódio são sais solúveis em água, porém a mistura de soluções destes sais resulta em cloreto de prata que é insolúvel, precipitando. O nitrato de sódio é solúvel. A consulta à uma tabela de solubilidades pode predizer se haverá formação de precipitado. b) Formação de um gás: Frequentemente resulta da reação de um ácido ou base com um sal, e o gás geralmente será constituído de dois não metais. Exemplo: H2SO4 (aq) + Na2CO3 (aq) Na2SO4(aq)+ H2O(l) + CO2 (g) Neste exemploo carbonato (CO32-) reage com o ácido sulfúrico formando o ácido carbônico (H2CO3) que, por ser pouco estável, decompõe-se em água e CO2. A equação iônica representativa é: 2 H+ (aq) + CO32-(aq) H2CO3(aq) H2O(l) + CO2 (g) Outro exemplo é a formação de ácido sulfídrico, volátil, a partir da reação de sulfeto com ácido resultando no odor de ovo podre: K2S (aq) + 2 HCl (aq) H2S (g) + 2 KCl (aq) c) outras evidências: Além dos fenômenos descritos acima, também são sinais da ocorrência de reações químicas, mudança de coloração, mudança de temperatura e a dissolução de sólidos, com formação de sais simples ou de complexos solúveis. 10 Reação Evidência observada Fe3+ (aq) + 6 SCN- (aq) [ Fe (SCN)6] 3- (aq) Amarelo incolor vermelho Mudança de cor H2SO4(aq) + H2O (l) H3O + (aq) + HSO4- (aq) + calor Liberação de calor Al(OH)3(s) + OH-(aq) [ Al (OH)4]- (aq) Precipitado dissolve II –OBJETIVOS Identificar as espécies presentes nas amostras recebidas, baseadas nas reações químicas realizadas, bem como nas regras de solubilidade e de força de eletrólitos. III - PARTE EXPERIMENTAL Material: Reagentes: Para cada equipe, 6 tubos de ensaio contendo 10 mL das soluções abaixo: (Identificar as soluções como: 1; 2; 3; 4; 5; 6) Por equipe Solução aquosa de hidróxido de sódio (NaOH) 15 tubos de Ensaio por equipes para as reações Solução aquosa de carbonato de sódio (Na2CO3) Suporte para tubos de ensaio Solução aquosa de ácido sulfúrico (H2SO4) Pipetas de Pasteur Solução aquosa de sulfato de cobre II (CuSO4) Solução aquosa de sulfeto de sódio (Na2S) Solução aquosa de acetato de zinco II Zn(CH3COO)2 Procedimento: Cada equipe receberá do professor seis soluções aquosas, em tubos de ensaio numerados, que podem ser as soluções descritas acima, sem conhecer a ordem da distribuição dessas soluções nos tubos. Cada grupo deverá identificá-las, baseados nas reações realizadas e com auxílio de uma tabela de solubilidade e de eletrólitos fracos e fortes. Misturar alíquotas (de cerca de 1 mL ou seja 20 gotas) das soluções, duas a duas, observando se há diferença entre os estados inicial e final de cada mistura de reação. Observação: Uma vez que o experimento a ser realizado tem caráter qualitativo, não é necessário medir volumes com exatidão. Por outro lado, é importante minimizar o consumo de reagentes e a produção de resíduos. DESCARTE: NÃO DESPEJAR NA PIA. 11 IV - INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÃO: Anotar na tabela abaixo, todas as observações referentes a cada mistura de reação (formação de precipitado, cor de precipitado, produção de gás, odor, etc.) Soluções 1 2 3 4 5 6 1 xxxx 2 xxxx xxxx 3 xxxx xxxx xxxx 4 xxxx xxxx xxxx xxxx 5 xxxx xxxx xxxx xxxx xxxx Procure identificar os íons presentes na mistura final para saber se a transformação ocorreu. Para isso, escreva a possível reação que deveria ocorrer em cada tubo e consultando a tabela de solubilidades de sais e força de eletrólitos, determine se a reação ocorreu ou não. Escrever as equações químicas (global e iônica simplificada) correspondentes a cada transformação ocorrida. Analisar os resultados obtidos para os diversos sistemas químicos e associar o número do tubo de ensaio à solução correspondente. Baseado nos resultados encontrados durante o experimento identifique as soluções recebidas para análise: a) Solução 1: b) Solução 2: c) Solução 3: d) Solução 4: e) Solução 5: f) Solução 6: V – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: WEISS, G.S.; GRECO, T.G.& RICKARD, L.H. - Experiments in General Chemistry. New York: Millersville University, 1993. p. 41- 50. RUSSEL, J.B. Química Geral. 2ª ed. Coordenação de Maria Elizabeth Brotto; tradução e revisão por Márcia Guekezian et al São Paulo : Makron, 1994. p. 543-547, 577-581. Pawlowsky e colaboradores – Experimentos de Química Geral. 2 ed. Editora da UFPR, 1996, 72. 12 VI - EXERCÍCIOS: 1) Escreva as reações químicas que levaram à identificação de cada uma das soluções testadas no experimento. 2) Um aluno recebeu no laboratório dois tubos de ensaio (A e B) contendo soluções aquosas incolores. Alíquotas das duas soluções foram tratadas com ácido sulfúrico, sulfato de sódio, carbonato de sódio e cloreto de bário. Os resultados foram organizados na tabela abaixo: Sabendo-se que os tubos A e B poderiam conter soluções aquosas de H2SO4, Na2SO4, BaCl2 e Na2CO3, identifique o conteúdo destes tubos justificando sua resposta através das equações químicas globais balanceadas que representam as reações ocorridas. 3) Soluções aquosas de iodeto de potássio, cloreto de bário e nitrato de sódio estão contidas em três frascos, rotulados A, B e C (Não necessariamente nesta ordem). Observa-se experimentalmente que: - As soluções A e C reagem com nitrato de prata produzindo um precipitado, enquanto que a solução B não reage. - Somente a solução C reage com carbonato de sódio produzindo um precipitado. Com base nestas informações, identifique as soluções contidas nos frascos A, B e C. Escreva as equações das reações químicas utilizadas na identificação. 4) Ocorrerá uma reação se forem misturados soluções de Cloreto de Bário (BaCl2) e Sulfato de Alumínio [Al2 (SO4)3]? Se ocorrer, escreva a equação simplificada. 5) Escreva a equação iônica simplificada, balanceada, para a reação que ocorre quando se misturam os seguintes pares de soluções aquosas: (a) HCl e AgNO3 (b) SrCl2 e Na2CO3 (c) FeCl3 e NaOH (d) HNO3 e NaCN (e) HCl e RbOH (f) Na2SO4 e Pb(NO3)2 Tratamento: H2SO4 Na2SO4 Na2CO3 BaCl2 Tubo A Efervescência Nada ocorre Nada ocorre Precipitado Branco Tubo B Nada ocorre Nada ocorre Nada ocorre Precipitado Branco 13 I - INTRODUÇÃO Muitas vezes as transformações químicas são consideradas como processos não-reversíveis, que prosseguem em extensão total, consumindo todos os reagentes, desde que estes tenham sido adicionados em quantidades estequiométricas. Logicamente, se um dos reagentes estiver em excesso, este excesso permanecerá sem sofrer transformação. Entretanto, na maioria das transformações químicas os reagentes não são totalmente transformados em produtos, devido a características inerentes à própria reação. Isto ocorre mesmo que os reagentes estejam em quantidades estequiométricas. A transformação química não prossegue até a extensão total, ou seja, conversão completa de reagentes em produtos. Como os reagentes sobram sem se transformar, não é possível prever, com base na equação que representa a transformação, a quantidade de produto que se obterá. Assim, é necessário pesquisar por que estas transformações se comportam desse modo e como se pode expressar esta extensão. II – OBJETIVOS Identificação de íons pelo seu comportamento frente a determinados reagentes. III - PARTE EXPERIMENTAL Material Soluções (0,1 mol L-1) 250 mL Por equipe AgNO3 12 tubos de Ensaio por equipe HCl 2 béqueres pequenos por equipe K3[Fe(CN)6] Suporte para tubos de ensaio KSCN Pipetas de Pasteur FeSO4 1 papel de filtro Fe(NO3)3 1 funil pequeno por equipe + suporte 1 vidro de relógio 1 espátula Estufa ~70°C Parte A - Caracterizando o íon Ag+ EXPERIMENTO NO. 02: EQUILÍBRIO QUÍMICO 14 Em três tubos de ensaio, coloque em cada um cerca de 1,0 mL ( 20 gotas) de solução de nitrato de prata em concentração 0,1 mol L-1. Em seguida adicione a um dos tubos 3 gotas de solução de HCl (lave bem o conta-gotas antes de coletar a solução). Ao outro tubo, adicione 3 gotas de solução recém preparada de hexacianoferrato (III) de potássio (ou ferricianeto de potássio) cuja fórmula é K3[Fe(CN)6] e ao terceirotubo adicione solução de KSCN (tiocianato de potássio). Observe o que ocorrem em ambos os tubos e anote na tabela I abaixo: Tabela I: reações do íon prata: Íon: Adição de HCl Adição de K3[Fe(CN)6] Adição de KSCN Ag+ Parte B - Caracterizando os íons de Ferro (II) e Ferro (III) Coloque em três tubos de ensaio 1 mL de solução de FeSO4 em concentração 0,1 mol L-1 (sal de Fe2+) e em outros três tubos 1 mL de solução de Fe(NO3)3 0,1 mol L-1 (sal de Fe3+). Lave sempre o conta gotas antes de trocar de solução. Rotule com uma caneta estes tubos como contendo Fe II ou Fe III, respectivamente. Adicione (com conta-gotas limpo) 5 gotas de solução de tiocianato de potássio (KSCN) em um dos tubos contendo Fe2+ e em um contendo Fe3+. Houve evidência de transformação química? Os íons Fe2+ e Fe3+ exibiram o mesmo comportamento? Anote na tabela abaixo sua observação. Repita o teste do item acima para os reagentes HCl (ácido clorídrico diluído – 5 gotas) e hexacianoferrato de potássio - K3[Fe(CN)6] – 10 gotas - nos tubos remanescentes. Tabela II Tubo: Adição de KSCN Adição de HCl Adição de K3[Fe(CN)6] Fe2+ Fe3 Parte C - Investigando a seguinte transformação: 15 Ag+ (aq) + Fe2+ (aq) Ag (s) + Fe 3+(aq). íon prata íon Ferro (II) prata metálica íon Ferro (III) Transfira a um béquer 10 mL de solução de sulfato ferroso (FeSO4) 0,1 mol L-1, medidos com uma proveta. Em seguida, adicione ao béquer 10,0 mL de solução de nitrato de prata (AgNO3) 0,1 mol L-1 também medidos com uma proveta. Observe o que ocorre durante 5 minutos. Deve ocorrer precipitação de prata metálica de acordo com a reação acima. Deixe a mistura em repouso por mais alguns minutos, até que toda o precipitado sedimente. Nesse momento (quando a reação tiver cessado) veja se as características observáveis do sistema (cor, volume da solução, quantidade de prata depositada) ainda se alteram com o passar do tempo. Filtre a amostra utilizando papel de filtro e um funil. Recolha o filtrado em um béquer. Leve o precipitado à estufa para secagem por ± 10 minutos. Em seguida adicione 20 gotas deste filtrado em três tubos de ensaio, rotulados de tubos A, B e C (cerca de 1 cm de altura). Efetue os testes da tabela III abaixo para identificar a possível presença dos íons que participam da reação, ou seja, Fe2+, Fe3 e Ag+. A identificação pode-ser efetuada pela comparação com os testes já efetuados nas etapas anteriores (tabelas I e II). Tabela III Tubo Procedimento Evidência Observada Íons detectados A Adicione 20 gotas de KSCN B Adicione 20 gotas de K3[Fe(CN)6] C Adicione 3 gotas de HCl Ao precipitado de prata que ficou no papel de filtro adicione um pouco (10 mL) de solução de Fe(NO3)3, coletando em um béquer limpo. O que ocorreu? Proponha a reação que possa ter ocorrido com a adição do nitrato de ferro III ao precipitado no papel de filtro. Reação proposta:________________________________________________________________________ Justificativa (com base nos resultados da tabela IV):_____________________________________________ ____________________________________________________________________________________ 16 IV – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS WEISS, G.S.; GRECO, T.G.& RICKARD, L.H. - Experiments in General Chemistry. New York: Millersville University, 1993. p. 41- 50. RUSSEL, J.B. Química Geral. 2ª ed. Coordenação de Maria Elizabeth Brotto; tradução e revisão por Márcia Guekezian et al São Paulo : Makron, 1994. p. 543-547, 577-581. V - EXERCÍCIOS 1) As maçãs podem ser conservadas por longo tempo quando mantidas em atmosfera com concentração de O2 baixa. Considere as informações abaixo: O2(atmosférico) O2(dissolvido no fluido das células dos tecidos) a) Logo que são colhidas, o açúcar contido nas maçãs tende a se decompor. Isto se dá, gradativamente, através de reações que dependem da disponibilidade de oxigênio. Uma delas é a que envolve a conversão da glicose em ácido pirúvico. C6H12O6(aq) + O2 (dissolvido) CH3COCOOH(aq) - Reação irreversível Glicose Enzimas ácido pirúvico b) O oxigênio necessário à deterioração das maçãs encontra-se dissolvido no fluido das células dos tecidos, em equilíbrio com o oxigênio atmosférico, ou seja: O2(atmosférico) O2(dissolvido no fluido das células dos tecidos) Com base nestas informações, explique porque a baixa concentração de O2 pode evitar a deterioração da fruta. 2) Escreva todas as reações químicas ocorridas nos testes desta aula. 17 I - INTRODUÇÃO Todos os processos que ocorrem em um sistema isolado (onde não ocorre troca de matéria ou de energia com as vizinhanças) atingem um estado de equilíbrio. No estado de equilíbrio, as propriedades macroscópicas do sistema (pressão, temperatura, volume, coloração e outras) permanecem inalteradas com o tempo. Por exemplo, na transformação: NO2 (g) + CO(g) NO(g) + CO2(g) Depois que os dois reagentes gasosos são misturados num balão de vidro à temperatura ambiente, a cor da mistura varia gradualmente de um castanho-escuro para uma tonalidade mais clara, indicando um consumo parcial do dióxido de nitrogênio. Uma vez atingido este ponto, não se pode perceber qualquer alteração na aparência do sistema, a menos que alguma interferência externa venha a afetar o estado de equilíbrio. É conveniente lembrar que a simples constância nas propriedades macroscópicas do sistema não caracteriza necessariamente uma situação de equilíbrio. Por exemplo, quando o gás metano (CH4) queima numa chama de maçarico, observa-se que em cada ponto da chama a coloração e a temperatura são diferentes entre si, mas são constantes no decorrer do tempo. Esta situação é chamada do estado estacionário e não deve ser confundida com o estado de equilíbrio. Equilíbrios químicos são sempre dinâmicos. Quando se diz que um sistema atingiu o equilíbrio, não se quer sugerir que toda transformação foi interrompida ou completada. Ao invés disso, as reações direta e inversa continuam ocorrendo, porém com velocidades iguais. O equilíbrio que se estabelece na reação de íons ferro (III) e tiocianato (SCN-), ambos em solução aquosa, pode ser usado como exemplo: [Fe(OH2)6]3+(aq) + SCN-(aq) [Fe (SCN)(OH2)5]2+(aq) + H2O vermelho Quando em solução, os íons Fe (III) permanecem envolvidos por seis moléculas de água ao seu redor formando uma “esfera de coordenação”, representada por [Fe(OH2)6]3+ (aq). Porém, quando a solução de Ferro(III) é misturada com uma de tiocianato, este rapidamente substitui uma molécula de água na esfera de coordenação do Fe3+ (aq) para produzir um novo complexo no qual SCN- está ligado ao ferro (III). Este produto pode ser representado como [Fe(SCN)(OH2)5]2+ (aq) e tem uma coloração vermelho alaranjada característica. A equação química é representada por duas setas () pois à medida que a concentração do produto aumenta, a reação reversa (ou seja, de liberação do tiocianato) começa a ocorrer com velocidade cada vez maior. EXPERIMENTO No. 03: FATORES QUE AFETAM O ESTADO DE EQUILÍBRIO 18 Finalmente, a velocidade da reação reversa iguala-se à reação direta e, portanto, as concentrações não mais variam. Neste ponto o estado de equilíbrio foi atingido. O Princípio de Le Chatelier Henry Le Chatelier, procurando regularidade numa grande quantidade de dados experimentais sobre equilíbrio químico, resumiu suas conclusões noPrincípio que tem o seu nome: “Uma mudança em qualquer dos fatores que determinam as condições de equilíbrio de um sistema fará com que o sistema reaja para reduzir os efeitos da mudança”. Assim, o aumento na concentração de uma das espécies químicas em equilíbrio provoca uma reação no sentido de consumir a espécie adicionada. Da mesma forma, se a temperatura da mistura de reação é aumentada, a transformação no sentido endotérmico é favorecida, de modo a utilizar a energia disponível. Um aumento de pressão, causado por diminuição no volume do sistema em equilíbrio, favorece a transformação que diminui o número de moléculas de gás no sistema, de forma a compensar parcialmente os efeitos da alteração de volume. II – OBJETIVOS Analisar o comportamento de sistemas em equilíbrio após mudanças na temperatura da mistura de reação e na concentração de reagentes e produtos. III – PARTE EXPERIMENTAL MATERIAL Soluções Por equipe Ácido nítrico Concentrado 9 tubos de Ensaio por equipe Ácido sulfúrico Concentrado 1 tubo de ensaio com tampa Ácido nítrico 3,0 mol L-1 Suporte para tubos de ensaio Dicromato de potássio 0,1 mol L-1 Pipetas de Pasteur Cromato de potássio 0,2 mol L-1 Fio de cobre Hidróxido de sódio (pastilhas) Banho de gelo Nitrato de prata 1,0 x 10 -3 mol L-1 Cloreto de sódio 0,1 mol L-1 Hidróxido de amônio 25% Observação: Uma vez que os experimentos a serem realizados têm caráter qualitativo, as quantidades citadas abaixo são apenas indicativas. Não é necessário, portanto, medir massas ou volumes com extrema precisão. Por outro lado, é importante minimizar o consumo de reagentes e a produção de resíduos. Parte A) O efeito da mudança de temperatura sobre o estado de equilíbrio 19 Atenção: 1) O procedimento deve ser realizada em capela 2) Escolha uma rolha que se adapte ao tubo de ensaio antes de iniciar o procedimento Colocar uma pequena quantidade de ácido nítrico concentrado (1 mL) em um tubo de ensaio e mergulhe a extremidade de um fio de cobre neste ácido. Aguarde até a formação de um gás castanho, retire o fio de cobre e tampe o tubo com a rolha.. Arrolhar o tubo de ensaio, deixar que ele atinja a temperatura ambiente e mergulhá-lo em um banho de gelo por 5 a 10 minutos. Observar o resultado. Parte B) O equilíbrio dicromato / cromato em solução aquosa Colocar cerca de 1 mL ( 20 gotas) de solução de dicromato de potássio 0,10 mol L-1 em três tubos de ensaio (A, B e C). Em outros três tubos de ensaio (D, E e F) repetir o procedimento com uma solução de cromato de potássio 0,20 mol L-1. Aos tubos B e E adicionar uma pastilha de hidróxido de sódio, agitar as soluções e compará-las com as contidas nos tubos A e D. Aos tubos C e F adicionar algumas gotas de ácido sulfúrico concentrado (CUIDADO A REAÇÃO PODE SER ALTAMENTE EXOTÉRMICA ESPIRRANDO LÍQUIDO). Agitar os tubos e comparar seu conteúdo com os tubos A e D. Anotar os resultados. Parte C) Solubilização e precipitação de sais de prata ( AgCl é sal pouco solúvel em solução aquosa e Ag(NH3)2Cl(aq) é solúvel em solução aquosa. Adicionar 0,5mL de solução aquosa de AgNO3 1,0 . 10-3 mol/L a um tubo de ensaio que já contenha 0,5mL de solução aquosa de NaCl 0,10 mol/L. Observar o resultado. Adicionar ao mesmo tubo algumas gotas de hidróxido de amônio (solução concentrada de amônia). Observar o resultado obtido. Adicionar, finalmente, gotas de HNO3(aq) 3,0 mol/L à mistura e verificar o efeito. IV – INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Escrever as equações químicas que representam as transformações reversíveis analisadas em cada experiência. Formular uma explicação para os resultados observados, com base na definição de estado de equilíbrio e no Princípio de Le Chatelier. V – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, P.W. Physical Chemistry. 4th. Ed. Oxford: University Press, 1990 p.209-39. KOTZ, J.C. Chemistry and chemical reactiviti. New York: Saunders College, 1991.p.659-689. PIMENTEL, G.C. Química: uma ciência Experimental. 4ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1963.p. 206-238. 20 PIMENTEL, G.C. & SPRATLEY, R.D. Química: Um tratamento moderno. São Paulo: Edgard Blucher, 1974.p.69-79. VI – EXERCÍCIOS 1) O esmalte dos dentes consiste numa substância insolúvel chamada hidroxiapatita. A dissolução da hidroxiapatita é chamada de desmineralização e o processo contrário é chamado de mineralização. Sabendo- se que o açúcar absorvido pelos dentes produz H+ quando fermenta, explique porque comer doces contribui para formação de cáries. A equação de desmineralização / mineralização é a seguinte: Ca5(PO4)3OH(s) 5Ca2+(aq) + 3PO43-(aq) + OH-(aq) hidroxiapatita 2) Uma das causas de incêndios florestais é a combustão espontânea de compostos orgânicos, segundo a reação genérica: Compostos orgânicos + O2(g) CO2(g) + H2O(g) Explique porque os dois fatores abaixo podem contribuir para tal fato: a) Aumento da pressão parcial de O2(g) (ou seja, aumentar sua concentração). b) A baixa umidade relativa do ar em dias quentes. 3) Escreva todas as equações químicas ocorridas no experimento. 21 I – INTRODUÇÃO Ácidos e bases fazem parte da vida na Terra. Os íons carbonato (CO32-) e hidrogeno carbonato (HCO3-) das rochas e o dióxido de carbono (CO2) do ar atmosférico estão presentes nas águas naturais, assim como outras substâncias como o boratos, fosfatos, arsenatos, silicatos e amônia. Além disso, vulcões e fontes termais fornecem águas fortemente ácidas devido à presença de HCl e SO2. As atividades biológicas como a fotossíntese e respiração influenciam a quantidade de íons hidrônio (H3O+, geralmente representado por H+(aq)) nas águas naturais pelo uso ou produção de CO2, a substância ácida mais comum na natureza. Com todas estas espécies e reações ocorrendo no meio ambiente, os ácidos e bases têm sido estudados há centenas de anos. Os próprios termos são bastante antigos. “ácido” vem do latim acidus que significa azedo. Foi provavelmente aplicado ao vinagre porém foi estendido a outras substâncias de sabor azedo. “Alcalino”, outro termo para as bases, deriva da palavra árabe para as cinzas que vêm da queima de certas plantas. Potassa, ou carbonato tem sabor amargo o termo foi aplicado mais genericamente para substâncias que têm esta característica. Finalmente o termo “sal”, que é encontrado em muitas línguas, provavelmente significa o sal marinho ou cloreto de sódio, apesar do termo agora ter um sentido bem mais amplo. Durante sua pesquisa, visando melhorar os métodos de controle de qualidade da cerveja, o bioquímico dinamarquês Sörensen criou o conceito de pH. Na verdade, a idéia que ele tinha em mente era a seguinte: porque expressar a acidez de um meio aquoso por meio de [H3O+], já que os valores são geralmente, as potências negativas de 10? Não seria mais prático trabalhar apenas como expoente de 10, e de preferência com valor positivo? Assim, ele definiu: Potencial hidrogeniônico da solução: pH = -log [H3O+] Potencial hidroxiliônico da solução: pOH = -log[OH-] Quando a solução é neutra, [H3O+] = [OH-] = 1,0 x 10-7 mol L-1 e então: pH = -log [H3O+] = -log [1,0 x 10-7] = 7,0 pOH = -log [OH-] = -log [1,0 x 10-7] = 7,0 Quando a solução é ácida, tem-se [H3O+] > [OH-]. Exemplo: vinagre (solução de ácido acético) [H3O+] = 1,0 x 10-3 mol L-1 pH = 3,0 [OH-] = 1,0 x 10-11 mol L-1 pOH = 11 Quando a solução é básica, tem-se [H3O+] < [OH-] EXPERIMENTO No. 04: ESCALAS DE pH E MEDIDAS DE pH DO SOLO 22 Exemplo: a clara de ovo [H3O+] = 1,0 x 10-8 mol L-1 pH = 8,0 [OH-] = 1,0 x 10-6 mol L-1 pOH = 6,0 Escala de pH: Maior acidez neutra maiorbasicidade pH 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 [H3O+] (mol L-1) 100 10-1 10-2 10-3 10-4 10-5 10-6 10-7 10-8 10-9 10-10 10-11 10-12 10-13 10-14 [OH-] (mol L-1) 10-14 10-13 10-12 10-11 10-10 10-9 10-8 10-7 10-6 10-5 10-4 10-3 10-2 10-1 100 pOH 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 II – OBJETIVOS Investigar o pH de diferentes solos através do uso de diferentes indicadores de pH e comparar os resultados entre si. III - PARTE EXPERIMENTAL Material: Extrato de repolho roxo (será providenciado pelo professor) Por equipe HCl 0,2 mol L-1 Carbonato de cálcio NaOH 0,2 mol L-1 Sulfato de ferro (II) CaCl2 0,2 mol L-1 Papel indicacor Vinagre 10 Tubos de ensaio grande por equipe Ácool Etílico 1 Chapa de aquecimento Detergente com amoníaco 1 Béquer de 500 mL Por apresentar cores diversas conforme a acidez ou basicidade do meio em que se encontra, o extrato de repolho roxo pode constituir-se em um bom indicador universal de pH. Nesse sentido pode substituir, ainda que para menor número de faixas de pH, os papéis indicadores universais, que só podem ser adquiridos em lojas especializadas e não são encontráveis em todas as regiões do país. Neste experimento será utilizado extrato de repolho roxo para a construção de uma escala de pH e em seguida utilizar esta escala para determinar o pH do solo. Parte A) Utilizando o extrato de repolho roxo, prepare uma escala padrão de pH de acordo com a tabela abaixo. Solução de HCl de partida 0,2 mol/L e NaOH 0,2 mol/L. Considere que 20 gts de qualquer solução aquosa equivalem a 1 mL. 23 Solução Preparo pH aproximado A 5 mL de HCl + 5 mL de extrato de repolho 1 B 5 mL de água destilada + 5 gotas de vinagre + 5 mL de extrato de repolho 3 C 5 mL de álcool + 5 mL de extrato de repolho 5 D 5 mL de água destilada + 5mL de extrato de repolho 6 E 5 mL de água destilada + 1 gota de detergente com amoníaco + 5mL de extrato de repolho 9 F 5 mL de água destilada + 10 gotas de detergente com amoníaco + 5mL de extrato de repolho 10 G 5 mL de NaOH + 5 mL de extrato de repolho 13 Parte B) Determinação do pH do solo Coloque um pouco de água destilada em um béquer e aqueça até a ebulição. Coloque em um tubo de ensaio uma colher rasa da amostra do solo, adicione solução de CaCl2 (do laboratório) até a altura de 2 cm acima do sólido e agite bem e coloque no béquer com água quente por 10 min. Espere esfriar e sedimentar (ou centrifugar de acordo com a orientação do Professor), retire com o conta-gotas o líquido sobrenadante, passando-o para outro tubo. Determine o pH desta solução de solo de duas diferentes maneiras a seguir: - com papel indicador: pegue uma tira de papel de uma caixa de papel indicador de pH e mergulhe na solução por alguns instantes. Em seguida compare a cor resultante no papel com a escala de cores na CAIXA da qual foi utilizado o papel. Anote o resultado na tabela abaixo. Observação: o papel indicador não é reutilizável, portanto evite desperdícios e evite molhar a caixa de papel. - com a escala do extrato de repolho roxo: Adicione às soluções do solo algumas gotas do extrato de repolho roxo. Compare a cor resultante nas soluções de solo com as cores da escala padrão preparada na parte A. Anote o resultado na tabela abaixo. Amostra de solo pH medido com papel indicador pH medido com a escala de repolho 24 Parte C) Corrigindo o pH do solo Se o pH do solo for menor que 6, adicione ao tubo uma pequena quantidade de carbonato de cálcio (ponta de espátula), agitando vigorosamente e verifique o que ocorreu com o pH. Se o pH da amostra do solo for maior que 7, adicione uma pequena quantidade de sulfato de ferro II (ponta de espátula), agitando vigorosamente verificando o que ocorre com o pH. pH antes da correção:____________________ pH após a correção:_____________________ IV - BIBLIOGRAFIA Revista “Química Nova na Escola”, vols 1 e 8. V - EXERCÍCIOS 1) soluções aquosas do indicador azul de bromotimol, adquirem a seguinte coloração de acordo com o pH da solução na qual ele está presente: amarela em pH < 6,0; verde em pH entre 6,0 e 7,6 azul em pH >7,6. Que cor você espera observar se alguns miligramas deste indicador forem adicionados a uma solução: a) de ácido clorídrico 0,1 mol L-1 b) ácido clorídrico 5,0 x 10 –7 mol L-1 c) cloreto de sódio 0,1 mol L-1 d) hidróxido de sódio 0,1 mol L-1 2) Se um refrigerante apresenta pH = 3, qual a concentração, em g L-1 , de prótons em 1 litro deste refrigerante? Ele é ácido, neutro ou básico? 3) Escreva as equações químicas no processo de correção de solos ácidos: H+ (aq) + CO32- (aq) 4) Escreva as equações químicas no processo de correção de solos alcalinos. OH- (aq) + Fe2+ (aq) 25 I - INTRODUÇÃO Ácidos e bases fazem parte do princípio da vida na terra. Os íons carbonato, hidrogeno, carbonato das rochas e o dióxido de carbono do ar atmosférico, estão presentes nas águas naturais, assim como outras substâncias, como boratos, fosfatos, arsenatos, silicatos e amônia. Além disso vulcões e fontes termais fornecem águas fortemente ácidas, devido à presença de HCl e SO2. As atividades biológicas como fotossíntese e respiração, influenciam a quantidade de íons hidrônio nas águas naturais pelo uso ou produção de CO2, a substância ácida mais comum na natureza. Ácidos e bases fortes Em água alguns ácidos são melhores doadores de prótons que outros e algumas bases são melhores aceptores de prótons que outras (usando a definição de ácidos e bases de J.N. Brönsted). Em meio aquoso, um ácido forte como HCl ou uma base forte como NaOH, a ionização considerada completa: HCl(g) + H2O(l) H3O+(aq) + Cl-(aq) NaOH (s) Na+ (aq) + OH- (aq) As concentrações dos íons hidrônio e hidróxido, são iguais às concentrações iniciais do ácido ou da base forte. O pH da solução é definido como: pH = - log [H3O+] enquanto que pOH = - log [OH-]. A concentração de [OH]- está relacionada à de [H3O]+ através do produto de ionização da água Kw, que a 25C será: Kw = [H3O+].[OH-1] = 1,0 x 10-14 A relação entre pH e pOH pode ser obtida da forma: obtendo-se o log de cada lado da equação multiplicado por -1, obtém-se: - log Kw = - log { [H3O+].[OH-] } = - log [H3O+] - log [OH-] = + 14,00 sabendo-se que: -log X = p X, ou seja: pKw = pH + pOH = 14,00 Ácidos e Bases Fracos EXPERIMENTO No. 05: ÁCIDOS, BASES E HIDRÓLISE DE SEUS SAIS 26 Em contraste aos ácidos e bases fortes os ácidos e bases fracas não se dissociam completamente em solução. A ionização ocorre parcialmente segundo as equações: HNO2(aq) + H2O(l) H3O+(aq) + NO2- (aq) N2H4 (aq) + H2O(l) OH-(aq) + N2H5+ (aq) As constantes de equilíbrio destas reações são chamadas de constante de dissociação ou de constantes de ionização dos ácidos ou bases respectivamente: Ka = [H3O+][NO2-] = 4,5 x 10-4 Kb = [OH-][N2H5+] = 9,8 x 10-7 [HNO2] [N2H4] As constantes de ionização de ácidos (Ka) ou de bases (Kb) são determinadas experimentalmente por métodos similares ao deste experimento. O pH de uma solução de concentração conhecida do ácido ou da base são determinados, estes dados são usados para determinar o valor da constante de ionização. Pelo fato de que ácidos e bases fracos não se dissociam completamente define-se grau de ionização, cujo símbolo é : = [concentração de ácido ou base dissociado] [concentração de ácido ou base inicial] Sais de Ácidos e / ou Bases Fracas Ânions provenientes de ácidos fracos e cátions provenientes de bases fracas, após sua dissolução e ionização emágua, reagem com a água atuando como bases e ácidos fracos, em um processo conhecido como hidrólise. NaNO2 (s) Na+ (aq) + NO2- (aq) NO2- (aq) + H2O (l) HNO2 (aq) + OH- (aq) Na verdade o íon NO2- está atuando como uma base fraca e a constante de equilíbrio da reação será a constante de ionização desta base: Kb = [HNO2][OH-] [NO2-] Os valores de Kb raramente são apresentados em tabelas pois podem ser calculados como: Kb = [HNO2][OH-] [H3O+] = [HNO2] [H3O+][OH-] = 1 Kw = Kw [NO2-] [H3O+] [H3O+][NO2-] Ka Ka Kw = Ka Kb II – OBJETIVOS 27 - Determinar o pH de soluções salinas através do uso de indicadores ácido-base na forma de soluções e também em papel indicador; - Determinar as constantes de dissociação das substâncias investigadas; III – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Material e reagentes Por equipe Água destilada não fervida Pisseta Solução NaCl 1,0 molL-1 10 Tubos de ensaios adequados para a centrífuga Solução NaC2H3O2 1,0 molL-1 3 Béquer de 250 ou 500 mL Solução Na2SO4 1,0 molL-1 Bastão de vido Solução NaHSO4 1,0 molL-1 Pipetas de Pasteur Solução Na2CO3 1,0 molL-1 Papel indicador Solução NH4Cl 1,0 molL-1 Vidro de relógio Solução NH4C2H3O2 1,0 molL-1 Solução de HCl 1,0 molL-1 Solução de NaOH 1,0 molL-1 Azul de timol Alaranjado de metila Vermelho de metila Fenolftaleína Azul de bromotimol Alizarina Chapa aquecedora Parte A) Determinação de pH pelo uso de papel indicador - Ferva 200 mL de água destilada durante 5 min para remover o dióxido de carbono (CO2) dissolvido em água pois este é um ácido fraco que pode afetar as leituras de pH do experimento. - Lave cinco tubos de ensaio pequenos três vezes com a água destilada fervida. - Em seguida lave cada tubo com a solução cujo pH será medido (as soluções a serem utilizadas estão relacionadas na Tabela I). - Coloque em torno de 1 mL (20 gotas) das soluções a serem testadas nos tubos. - Coloque nove pedaços de papel indicador sobre um vidro de relógio limpo e marque com caneta de retro-projetor sobre o vidro de 1 a 9. 28 - Lave um conta-gotas com a água destilada fervida e depois com a solução a ser testada (as soluções a serem testadas estão relacionadas na Tabela I). - Pingue uma gota de solução com o auxílio do conta-gotas na ponta do papel indicador e faça a leitura de pH consultando a escala que vem na embalagem do papel. - Anote os pH’s lidos na Tabela I. Parte B) Determinação de pH pelo uso de soluções indicadoras - Aos tubos da parte A adicione 3 a 4 gotas de indicador em cada um dos tubos. (o indicador deve ser escolhido dentre os apresentados na Tabela II). - Observe a cor desenvolvida e estime a faixa de pH da solução de acordo com a Tabela II. Para reduzir a largura da faixa escolha outro indicador e repita o procedimento em um novo tubo. Tabela I: pH’s das soluções medidos com indicadores e com papel indicador. Solução pH medido Papel indicador Soluções indicadoras 1. Água destilada não fervida 2. Água destilada fervida 3. Solução NaCl 1,0 molL-1 4. Solução NaC2H3O2 1,0 molL-1 5. Solução Na2SO4 1,0 molL-1 6. Solução NaHSO4 1,0 molL-1 7. Solução Na2CO3 1,0 molL-1 8. Solução NH4Cl 1,0 molL-1 9. Solução NH4C2H3O2 1,0 molL-1 Tabela II: Variação de cores dos indicadores nas faixas de pH: Indicador Faixa de pH Variação de cor Azul de timol 1,2 a 2,8 Vermelho para amarelo Alaranjado de metila 3,1 a 4,5 Vermelho para amarelo Vermelho de metila 4,2 a 6,3 Vermelho para amarelo Azul de bromotimol 6,0 a 7,6 Amarelo para azul Azul de timol 8,0 a 9,6 Amarelo para azul Fenolftaleína 8,3 a 9,5 Incolor para rosa Alizarina 10,0 a 12,1 Vermelho para roxo Descartes: Nenhuma das soluções usadas é tóxica. Misture todos os resíduos em um béquer e usando fenoftaleína como indicador neutralize a solução resultante com HCl 1,0 mol/L (até desaparecimento da cor 29 rosa) ou com NaOH 1,0 mol/L (até aparecimento da cor rosa). Descarte a solução final na pia com água corrente. IV – RESULTADOS E DISCUSSÕES 1. Cálculo de Ka e Kb. Para cada uma das soluções, a partir dos pH’s medidos, preencha a Tabela III abaixo calculando as constantes de ionização dos ácidos e bases conjugados. Tabela III: Constantes de dissociação de sais Soluto Reação Expressão de Valor calculado a partir dos valores de pH Kb Ka Kb Ka NaCH3COO Na2SO4 NaHSO4 Na2CO3 NH4Cl V – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS John C. Kotz and Keith F. Purcell, Chemistry Chemical Reactivity, Capítulo 17 – The Chemistry of Acids and Bases, p. 699-751. Geral S. Weiss, Thomas G. Greco, Lyman H. Rickard. Experiments in General Chemistry. Capítulo 18 – Weak Acids, Weak Bases, and their Salts. p. 161-172. John B. Russel, Química Geral, 1982, Capítulo 16 – Soluções Aquosas: Equilíbrios Ácido-Base, p.490-531. 30 INTRODUÇÃO Uma solução-tampão consiste de um par ácido fraco/base conjugada que resiste variações no pH quando pequenas quantidades de ácidos ou bases lhe são adicionadas ou quando ocorre diluições. Os químicos utilizam tampões toda vez que necessitam manter o pH de uma solução em um nível constante e pré-determinado. Os bioquímicos são particularmente interessados em tampões uma vez que o funcionamento dos sistemas biológicos é criticamente dependente do pH. As soluções-tampão são regidas pela equação de Henderson-Hasselbalch, a qual consiste meramente em um rearranjo da expressão da constante de equilíbrio Ka, para a dissociação de um ácido, HA = H+ + A- , Ka = ([H+].[A-])/[HA] Isolando [H+] e tomando o logaritmo da expressão resultante, obtém-se [H+] = Ka.[HA]/[A-] -log[H+] = -logKa + log([A-]/[HA]) Finalmente, usando as definições de pH e pKa , escreve- pH = pKa + log([A-]/[HA]) . (Eq. de Henderson-Hasselbalch) Se a solução é preparada com uma base fraca B e seu ácido conjugado, a equação de Henderson- Hasselbalch tem a forma: pH = pKa + log([B]/[BH+]). Essa equação indica que o pH de uma solução que consiste de um par ácido fraco/base conjugada -se às formas ácidas HA ou BH+, da forma ácida e a razão entre as concentrações da base e do ácido conjugados. A adição de ácido ou base a uma solução tampão interfere com os seguintes equilíbrios, exemplificados para o caso de um ácido fraco HA e sua base conjugada, A-. HA + H2O = A- + H3O+ A- + H2O = HA + OH Nesta experiência você irá inicialmente preparar a solução-tampão acetato que consiste no par conjugado CH3COONa e CH3COOH. A seguir você testará as propriedades dessa solução tampão (com respeito à adição de ácidos e bases e à diluição), comparando-as com as de uma solução aquosa não- tamponada de pH similar. Na prática, quando misturamos as quantidades calculadas do ácido e da base conjugados para preparar um tampão, o pH resultante não é exatamente o esperado teoricamente. A principal razão dessa EXPERIMENTO No. 06: PREPARAÇÃO DE SOLUÇÃO TAMPÃO E AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE TAMPONANTE 31 discrepância é que o pH é governado pelas atividades do ácido e da base conjugados, e não por suas concentrações. Por esse motivo, após preparar o tampão com as quantidades calculadas, em geral faz-se necessário um pequeno ajuste no pH (pela adição de uma solução básica ou ácida diluídas) para obter o pH desejado. Nesta prática não faremos isto, pois o objetivo é entender como o tampão funciona e não prepará- lo com o pH exato. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Material e reagentes Por equipes Solução de hidróxido de sódio NaOH 1,0 molL-1 4 balões volumétricos de 100 mL Solução de ácido clorídrico (HCl) 1,0 mol L-1 Bequer de 100 ou 125 mL Solução de ácido acético(CH3COOH) 1,0 mol L-1 Bastão de vido Cloreto de sódio (NaCl) Pipeta de pasteur Acetato de sódio (CH3COONa) Papel indicador Mistura de indicadores Espátula Centrífuga Pipeta volumétrica de 50 mL Banho-Maria 4 Pipetas graduadas de 10 mL Chapa aquecedora Proveta de 100 mL I – Preparação das Soluções Tampão A partir de ácido acético concentrado (98,8% p/p, 1,05 g/cm3, 60,05 g/mol), cuja concentração molar é 17,45 molL-1, prepare 0,5 L de solução de ácido ácetico 1 molL-1. Prepare 100 mL de cada uma das seguintes soluções tampão acetato/ácido acético e usando a equação de Henderson-Hasselbalch, calcule o pH esperado para cada uma delas: a) 0,002 M em CH3COONa e 0,588 M em CH3COOH b) 0,020 M em CH3COONa e 0,580 M em CH3COOH c) 0,100 M em CH3COONa e 0,500 M em CH3COOH d) 0,300 M em CH3COONa e 0,300 M em CH3COOH e) 0,500 M em CH3COONa e 0,100 M em CH3COOH f) 0,580 M em CH3COONa e 0,020 M em CH3COOH Utilizando-se o pH-gâmetro meça o pH de cada uma das soluções. II – Determinação da capacidade tamponante das soluções tampões Para cada uma das soluções tampão preparadas proceda conforme abaixo. 1) Adição de um ácido forte Prepare 50 mL de HCl 1 M a partir de HCl concentrado (cuja concentração é 12,1 mol/L). A uma alíquota de 50 mL da solução tampão preparada adicione 1 mL de HCl 1M. Considerando o equilíbrio 32 CH3COO- + H+ = H3COOH + H2O, calcule o pH esperado da solução após a adição do HCl e complete a tabela abaixo. CH3COO- H+ CH3COOH Mols iniciais Mols finais Meça o pH da solução resultante. Compare com o valor calculado e discuta os motivos as possíveis diferenças. Utilizando os valores experimentais de pH calcule a variação de pH da solução tampão após a adição do ácido: pH = pH (final) – pH (inicial). 2) Adição de uma base forte Em outra alíquota de 50 mL da solução tampão preparada, adicione 1 mL de NaOH 1,0 M. Considerando a reação de hidrólise do ânion acetato, CH3COOH + OH- = CH3COO- + H2O, calcule o pH esperado da solução após a adição do NaOH e complete a tabela abaixo. CH3COOH OH- CH3COO- Mols iniciais Mols finais Meça o pH da solução resultante. Compare com o valor calculado e discuta os motivos para possíveis diferenças. Utilizando os valores experimentais de pH calcule qual foi a variação de pH da solução tampão após a adição do ácido: pH = pH (final) – pH (inicial). Com os dados obtidos experimentalmente preencha a tabela abaixo. Adição de ácido Adição de base Solução PH inicial PH final pH PH inicial PH final pH Construa um gráfico de pH em função do pH inicial da solução tampão. Discuta o efeito da composição das soluções sobre a capacidade tamponante. 3) Efeito da diluição sobre a capacidade tamponante Tome a solução tampão que apresentou a maior capacidade tamponante e a partir dela prepare duas soluções diluídas, empregando os fatores de diluição 1:2 e 1:10. - Determine o pH das soluções diluídas e compare com o valor medido para a solução original. - Discuta a razão para as possíveis diferenças, analisando as condições de validade da equação de Handerson-Hasselbalch e a forma como todos os fatores nela envolvidos podem ser afetados pela diluição. - Discuta o que ocorreria com o pH de uma solução não tamponada submetida às mesmas diluições. - Diluição 1: 2 Diluição 1:10 Solução PH inicial PH final pH PH inicial PH final pH 33 BIBLIOGRAFIA 1) A. Vogel, Química Analítica Qualitativa, Editora Mestre Jou, São Paulo (1981) Ver. p. 60. 2) P. W. Atkins e L. Jones, Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente, Bookman, Porto Alegre (2001). Ver Cap. 11. 3) J. B. Russel, Química Geral, Editora McGrawHill, São Paulo (1982) Ver. Cap. 16, p.521. 4) D. A. Skoog, D. M. West e F. J. Holler, Fundamentals of Analytical. Chemistry, Saunders College Publishing (1997). Ver Chapter 10, p. 200. 5) D. Harris, Exploring Chemical Analysis, W. H. Freeman and Company, N. York (1997) Ver. Chapter 10. 34 I - INTRODUÇÃO A análise de cátions se faz necessária para a determinação qualitativa das espécies presentes em uma amostra, ou seja, através da sua peculiaridade em relação a certas reações, os cátions podem ser identificados e separados em diferentes grupos. A análise química qualitativa se dá em problemas químicos onde é necessário confirmar ou não, a presença de determinadas espécies na amostra de interesse. Os métodos qualitativos para a determinação de cátions são sistemáticos: os mesmos são agrupados em cinco grandes grupos e essa classificação é feito conforme a semelhança do comportamento químico dessas espécies. Por exemplo, o grupo de cátions desse experimento possui uma característica em comum: formam cloretos dos respectivos cátions insolúveis, por isso sua análise se dá no mesmo protocolo analítico. Nas práticas 4 e 5 serão apresentados dois grupos de cátions a serem identificados, de modo a expor o funcionamento e dinâmica da análise qualitativa de cátions. Os protocolos para os outros grupos podem ser facilmente encontrados nas referências descritas ao final desse experimento. 2 - OBJETIVOS Separar e identificar os cátions do grupo I 3 - PARTE EXPERIMENTAL |Material e reagentes Por equipe Solução de amostra contendo os cátions do grupo I; 10 Tubos de ensaios adequados para a centrífuga Solução de HCl 0,2 mol L-1; Pipetas de pasteur Solução de HCl 6 mol L-1; Solução de ácido acético 6 mol L-1; Solução de K2CrO4 1 mol L-1; Solução de NH3 6 mol L-1; Solução de HNO3 6 mol L-1; Papel tornassol. Centrífuga; Banho-Maria; Pipetas pasteur; EXPERIMENTO NO. 07: SEPARAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS CÁTIONS DO GRUPO I: Ag+, Hg22+ e Pb2+ 35 Procedimento para separação e identificação dos cátions Colocar em um tubo de ensaio 10 gotas da solução contendo os cátions deste grupo, Adicionar 10 gotas de HCl 0,2 mol L-1, agitar e centrifugar. Verificar se a precipitação foi completa pela adição de 1-2 gotas de HCl, centrifugar e separar. Denominar o precipitado de Precipitado I e o sobrenadante de Sobrenadante I. Lavar o precipitado com 2 mL de água contendo 3 gotas de HCl 6 mol L-1. Agitar bem. Centrifugar e juntar o líquido sobrenadante ao Sobrenadante I. Ao Precipitado I adicionar 4 mL de água destilada. Aquecer em banho-maria durante 3 min, agitando constantemente. Centrifugar rapidamente, separar o sobrenadante e denominar o precipitado de Precipitado II. O sobrenadante, que deve ser denominado de Sobrenadante II, pode conter Pb2+, adicionar a este 2 gotas de ácido acético 6 mol L-1 e 4 gotas de solução de K2CrO4 1,0 mol L-1. A formação de um precipitado amarelo de PbCrO4 confirma a presença de Pb2+. A centrifugação pode auxiliar a identificação do sólido, pois a fase líquida é de cor alaranjada. O Precipitado II e pode conter AgCl e Hg2Cl2. Lavar o Precipitado II com 4 mL de água destilada e aquecer em banho-maria, centrifugar, separar e testar a presença de Pb2+ no líquido sobrenadante (como no Sobrenadante II). Continuar a lavagem até que não ocorra reação positiva para chumbo. Ao precipitado lavado adicionar cerca de 2 mL de NH3 6 mol L-1 e agitar bem. O aparecimento de um precipitado de cor negra ou cinza escuro indica a presença de Hg22+. Centrifugar, e separar o líquido Sobrenadante III, que pode conter Ag(NH3)2+. A presença de Ag+ pode ser confirmada pela adição ao Sobrenadante III de cerca de 3 mL de HNO3 6 mol L-1. Verificar com o papel tornassol se a solução está ácida. A formação de um precipitado branco de AgCl indica a presença de Ag+. Tabela 1 - Resumo das reações referente a identificação de cátions do grupo I Reagente Ag+ Hg22+ Pb2+ HClAgCl ppt branco Hg2Cl2 ppt branco PbCl2 ppt branco Aquecimento da suspensão obtida no teste anterior AgCl Hg2Cl2 Solúvel NH3 Solúvel Ag(NH3)2+ Hg(NH2)Cl + Hg(s) ppt castanho Pb(OH)2 ppt branco OBS: COLOCAR NO RELATÓRIO TODAS AS REAÇÕES. V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M. Química Geral e Reações Químicas, vol. 1 e 2. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. BACCAN, N.; ALEIXO, L. M.; STEIN, E.; GODINHO, O. E. S. Introdução à Semimicroanálise Qualitativa. Campinas: Editora UNICAMP, 7a ed., 1997. VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa; São Paulo: Editora Mestre Jou, 1981. 36 1 – OBJETIVOS Separar e identificar os cátions dos grupos II. 2 – PARTE EXPERIMENTAL Material e reagentes Por equipe Solução de amostra contendo os grupos II 10 Tubos de ensaios adequados para a centrífuga Solução de HCl 6 mol L-1; Solução de NH3 6 mol L-1; Solução de (NH4)2CO3 1,5 mol L-1; Solução fosfato de sódio 1,0 mol L-1; Solução de ácido acético 6 mol L-1; Solução de acetato de sódio 3 mol L-1; Solução de K2Cr2O7 0,2 mol L-1; Solução de HCl concentrado; Solução NH4OH 6 mol L-1; Solução de (NH4)2SO4 2,5 mol L-1; Solução (NH4)2C2O4 0,25 mol L-1; Água destilada quente Papel indicador Filamento de platina para teste de chama. Centrífuga; Banho-Maria; Pipetas pasteur; Bico de Bunsen Colocar em um tubo de ensaio cerca de 20 gotas da mistura de cátions do grupo II, adicionar 5 gotas de HCl 6 mol L-1 e em seguida NH3 6 mol L-1 gota a gota com agitação até o meio se tornar básico. Aquecer a solução em banho-maria e juntar cerca de 15 gotas de solução de (NH4)2CO3 1,5 mol L-1. Agitar vigorosamente a solução para homogeneizar, aquecer o tubo cerca de 5 minutos e centrifugar. Testar se a precipitação foi quantitativa juntando algumas gotas de (NH4)2CO3 1,5 mol L-1. Se ainda EXPERIMENTO No. 08: IDENTIFICAÇÃO E SEPARAÇÃO DOS CÁTIONS DO GRUPO II Mg2+, Ca2+, Sr2+, Ba2+ 37 houver precipitação, repetir esse procedimento até não haver mais precipitação pela adição de carbonato de amônio. Separar o Precipitado I do Sobrenadante I. O sobrenadante I deve conter Mg2+ e sua presença deve ser confirmada pela reação com fosfato de sódio, devido a consequente formação de um precipitado branco cristalino de MgNH4PO4.6H2O. Lavar o precipitado I, que deve conter os carbonatos de cálcio, estrôncio e bário, com cerca de 2 mL de água quente, centrifugar e desprezar o sobrenadante. Ao precipitado adicionar ácido acético 6 mol L-1 gota a gota até a completa dissolução. A seguir, juntar 5 gotas de acetato de sódio 3 mol L-1 e 10 gotas de K2Cr2O7 0,2 mol L-1 e agitar a solução. Aquecer em banho-maria, centrifugar e verificar se a precipitação foi completa. Após a precipitação quantitativa, centrifugar e separar o sobrenadante II. O precipitado amarelo (Precipitado II) formado deve ser o BaCrO4, enquanto o sobrenadante II deve conter os íons Ca2+ e Sr2+. Lavar o Precipitado II várias vezes com água destilada, centrifugar e desprezar o sobrenadante. Dissolver o resíduo com algumas poucas gotas de HCl concentrado e confirmar a presença de Ba2+ pelo teste de chama, cuja coloração deverá ser verde-amarelada. Ao líquido Sobrenadante II, adicionar 3 gotas de NH4OH 6 mol L-1, cerca de 10 gotas de (NH4)2SO4 2,5 mol L-1, agitar e aquecer à ebulição. Centrifugar e testar se a precipitação foi quantitativa, adicionando-se mais uma gota de sulfato de amônio 2,5 mol L-1 ao sobrenadante. Se houver formação de mais precipitado, agitar, aquecer à ebulição e centrifugar. O precipitado branco formado (Precipitado III) deve ser o sulfato de estrôncio e o Sobrenadante III deve conter os íons Ca2+. Lavar o Precipitado III diversas vezes com água destilada quente, centrifugar e desprezar o sobrenadante. Dissolver o resíduo com algumas gotas de HCl concentrado e fazer o teste de chama, cuja coloração vermelho-carmim confirma a presença de estrôncio. Ao Sobrenadante III, adicionar 3 gotas de (NH4)2C2O4 0,25 mol L-1, agitar e deixar repousar cerca de 2 minutos. A formação de um precipitado branco de CaC2O4, confirma a presença de cálcio. Centrifugar e desprezar o sobrenadante. Lavar o precipitado várias vezes com água destilada e desprezar a água de lavagem. Dissolver o resíduo com algumas gotas de HCl concentrado e fazer o teste de chama, cuja coloração vermelho-tijolo, indica a presença de cálcio. OBS: COLOCAR NO RELATÓRIO TODAS AS REAÇÕES. III - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M. Química Geral e Reações Químicas, vol. 1 e 2. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. BACCAN, N.; ALEIXO, L. M.; STEIN, E.; GODINHO, O. E. S. Introdução à Semimicroanálise Qualitativa. Campinas: Editora UNICAMP, 7a ed., 1997. VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa; São Paulo: Editora Mestre Jou, 1981. 38 1 – OBJETIVOS Separar e identificar os cátions dos grupos III. 2 – PARTE EXPERIMENTAL Material e reagentes Por equipe Solução de amostra contendo Fe3+, Cr3+, Al+3, Mn2+ 1 Pinça de madeira Solução de HCl 6 mol L-1; 10 Tubos de ensaios adequados para a centrífuga Solução de NH3 6 mol L-1; 1 Tubo de ensaios grande Solução de NH4Cl 2 mol L-1; Solução de NaOH 4 mol L-1; Solução de H2O2 3%; Solução de NH4SCN 1 mol L-1; Solução HNO3 6 mol L-1; Sal PbO2; 1 Espátula Centrífuga; Banho-Maria; Pipetas pasteur; Bico de Bunsen Papel tornassol (azul e vermelho) Procedimento para a determinação dos cátions do grupo III : Fe3+, Cr3+, Al+3, Mn2+ Colocar em um tubo de ensaio cerca de 20 gotas da mistura de cátions do grupo III adicionar 10 gotas de HCl 6 mol L-1 e em seguida NH3 6 mol L-1 gota a gota com agitação, até o meio ficar básico (verifique com papel tornassol). Colocar duas gotas de NH3 6 mol L-1 em excesso. Aquecer com cuidado durante 1 minuto, centrifugar e retirar o sobrenadante rapidamente, colocando-o em outro tubo de ensaio. Lavar o precipitado duas vezes com cerca de 2 mL de NH4Cl 2 mol L-1. O precipitado será denominado Precipitado I e o líquido sobrenadante denominado Sobrenadante I. O Precipitado I pode conter Fe(OH)3, Cr(OH)3, Al(OH)3 e Mn(OH)2. EXPERIMENTO No. 09: IDENTIFICAÇÃO E SEPARAÇÃO DOS CÁTIONS DO GRUPO III 39 Precipitado I Adicionar ao precipitado 1 mL de NaOH 4 mol L-1 e 1 mL de H2O2 3%, agitar bem e aquecer em banho-maria cerca de 5 minutos até cessar o desprendimento de O2. Centrifugar e transferir o líquido sobrenadante a outro tubo de ensaio. O Precipitado II deve conter Fe(OH)3 e MnO(OH)2, enquanto o Sobrenadante II deve ter CrO42- e Al(OH)4-. Crômio e Alumínio podem ser identificados no líquido Sobrenadante II, onde uma cor amarela da solução serve para identificar a presença de Crômio. Para a identificação do Al3+, adicionar HCl 6 mol L-1 à solução até o meio ficar ácido (use papel tornassol), em seguida adicionar algumas gotas de NH3 6 mol L-1 até o meio ficar alcalino, agitar bem e aquecer com cuidado. A formação de um precipitado branco gelatinoso indica a presença de Alumínio. Precipitado II Para identificar Fe3+ e Mn2+, lavar o Precipitado II duas vezes com água destilada quente e desprezar o sobrenadante. Dividir o precipitado em duas porções (colocar uma das porções em um tubo grande para facilitar o aquecimento), ao precipitado do tubo pequeno adicionar cerca de 3 gotas de HCl 6 mol L-1 e juntar 2 gotas de solução de NH4SCN 1 mol L-1. O aparecimento de uma cor vermelha intensa devido ao complexo Fe(SCN)63-, indica a presença de Ferro. Ao precipitado do tubo grande, adicionar HNO3 6 mol L-1 até dissolvê-lo e em seguida PbO2 sólido. Agitar e aquecer CUIDADOSAMENTE diretamente na chama do bico de bunsen durante 1-2 minutos. Esfriar, diluir com água e deixar em repouso. O aparecimento de uma cor violeta na soluçãodevido ao MnO4- indica a presença de Manganês. III - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M. Química Geral e Reações Químicas, vol. 1 e 2. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. BACCAN, N.; ALEIXO, L. M.; STEIN, E.; GODINHO, O. E. S. Introdução à Semimicroanálise Qualitativa. Campinas: Editora UNICAMP, 7a ed., 1997. VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa; São Paulo: Editora Mestre Jou, 1981. 40 Material e reagentes Solução de amostra I Solução de AgNO3 5% Solução de amostra II Solução de BaCl2 5% Solução de amostra III Solução de HNO3 3 mol L-1 Solução de amostra IV Solução de NH4OH 3 mol L-1 Solução de amostra V Solução de HCl 3 mol L-1 Solução de amostra VI Solução de FeCl3 5 % HNO3 Concentrado Solução de H2SO4 3 mol L-1 H2SO4 Concentrado Solução de CuSO4 5% Solução alcoólica de Iodo Solução de MgSO4 5% Solução Alcoólica de Fenolftaleína Solução de CaCl2 5% Álcool Etílico P.A. Solução de Pb(NO3)2 5% Sal de molibidato de sódio Solução de FeSO4 5% Solução de NaOH 3,0 mol L-1 Banho-Maria Centrífuga Bico de Bunsen Pipetas de pasteur; Espátula Papel tornassol (azul e vermelho) Por equipe 1 Pinça de madeira 10 Tubos de ensaios adequados para a centrífuga 1 Tubo de ensaios grande Reagentes Grupos de Ânions I II III IV V VI AgNO3 Branco ou amarelo pálido Branco ou branco que escurece Branco Coloridos - - BaCl2 - - Branco Branco Branco HNO3 Insolúvel Insolúvel - - Sulfato: insolúvel; Fluoreto: solúvel. - EXPERIMENTO N°. 10: ANÁLISE QUALITATIVA DE ÂNIONS 41 Ânions do grupo I: Cl-, SCN- e [Fe(CN)6]4- A característica principal destes ânions é de não reagir com o cloreto de bário, uma vez que seus sais de bário são solúveis. Além disso, formam sais de prata, insolúveis em HNO3 diluído. O cloreto, tiocianato e ferrocianeto de prata são brancos, enquanto que o brometo e o iodeto de prata são amarelo- pálidos. Teste para cloreto, tiocianato e ferrocianeto Reagir 1 mL da solução de análise I com 10 gotasAgNO3 5% e com BaCl2 5%, separadamente. Haverá precipitação com nitrato de prata. Testar a solubilidade destes precipitados adicionando 2 mL de HNO3 3,0 mol L-1. Não haverá dissolução do precipitado. Reações de confirmação: Cloreto: tomar em um tubo de ensaio cerca de 1 mL da solução análise I e acidificar com ácido nítrico 3,0 mol L-1 e precipitar com uma solução de nitrato de prata 5%. Centrifugar e separar o precipitado do sobrenadante. . A formação de um precipitado branco facilmente solúvel numa solução de hidróxido de amônio 3,0 mol L-1 confirma a presença de cloreto (esta reação não se processa em soluções diluídas). Ag+ + Cl- AgCl(s) Ferrocianeto: tomar em um tubo de ensaio uma pequena porção da solução de análise I, acidificar com HCl 3 mol L-1 e reagir com solução de cloreto férrico 5%. A formação de um precipitado azul caracteriza a presença de ferrocianeto. 4Fe3+ + [Fe(CN)6]4- Fe4[Fe(CN)6]3(s) Também pode ocorrer a formação de uma coloração vermelho intensa, na solução. Neste caso, fica caracterizada a presença de tiocianato. 6Na+ + 6Fe3+ + 6SCN- Na3[FeSCN)6] + 3Na+ Ânions do grupo II: NO2-, CH3COO- e S2O32- O reconhecimento destes ânions é baseado no fato de não reagirem com cloreto de bário, uma vez que seus sais de bário são solúveis, e por formarem sais de prata solúveis em ácido nítrico diluído. O acetato, quando em soluções diluídas, não reage com nitrato de prata. Assim, sempre que uma solução de análise não reagir com AgNO3 e BaCl2 (o que a classificaria como sendo do grupo VI), deve-se concentrar a solução de análise juntando-se mais sal e reagindo novamente com o nitrato de prata e cloreto de bário. Diferenciação entre nitrito, acetato e tiossulfato: Reação do sal de análise com ácido sulfúrico diluído: a) Desprendimento de gás avermelhado indica nitrito. NO2- + H2SO4 2Na+ + SO42- + H2O + N2O3(g) N2O3(g) + ½ O2(g) 2NO2(g) b) Desprendimento de gás incolor com odor característico de vinagre indica acetato. CH3COO- + H2SO4 CH3COOH(g) c) Desprendimento de gás incolor com odor característico de enxofre queimado indica tiocianato. S2O32- + H2SO4 SO2(g) + S(s) 42 Reações de confirmação: Nitrito: tomar em um tudo de ensaio parte da solução de análise II e reagir com solução de sulfato de cobre 5%. A formação de uma solução de coloração verde confirma a presença de nitrito. 2NO2- + Cu2+ Cu(NO2)2 Acetato: Tomar em um tubo de ensaio grande entre 1 e 2 mL da solução de análise II. Juntar com cuidado cerca de 3 gotas de solução de cloreto férrico, acrescentar a esta mistura cerca de 3 vezes o volume de água destilada e aquecer. A formação de um precipitado marrom avermelhado confirma a presença de acetato. 3CH3COO- + Fe3+ Fe(CH3COO)3 Fe(CH3COO)3 + 2H2O 2CH3COOH + FeCH3COO(OH)2(s) Tiossulfato: tomar em um tubo de ensaio entre 1 e 2 mL de solução alcoólica de iodo e sobre esta juntar igual quantidade do solução de análise II. O descoramento imediato da solução de iodo confirma a presença de tiossulfato. S2O32- + 2I2 S4O62- + 2I- Ânions do grupo III: CO32- e HCO3- Os ânions deste grupo reagem tanto com cloreto de bário quanto com nitrato de prata, formando sais insolúveis. Teste para carbonato e bicarbonato Reagir, em tubos de ensaio separados, 1 mL da solução de análise III com AgNO3 e BaCl2. Haverá formação de precipitados brancos "sujos" em ambos os casos. Tomar parte da solução de análise III e reagir com ácido sulfúrico diluído. O desprendimento de gás, caracterizado por rápida efervescência, indica carbonato e bicarbonato. HCO3- + H2SO4 CO2(g) + HSO4- + H2O CO32- + H2SO4 CO2(g) + SO42- + H2O Diferenciação entre carbonato e bicarbonato: 1. Tomar, em um tubo de ensaio, parte da solução de análise III e reagir com sulfato de magnésio 5%. Observar: a. Formação imediata de precipitado branco confirma carbonato. CO32- + MgSO4 MgCO3(s) + SO42- b. Não ocorre reação. No entanto, através de aquecimento por alguns minutos, ocorre formação de precipitado branco. Neste caso, confirma bicarbonato. 2HCO3- + MgSO4 Mg(HCO3)2 +SO42- Mg(HCO3)2 (aquecimento) MgCO3(s) + H2O + CO2(g) 2. Tomar em um tubo de ensaio pequeno, parte da solução de análise III e juntar, com o auxílio de uma pipeta, sem encostar no tubo de ensaio, uma a duas gotas de solução alcoólica de fenolftaleína. Observar: 43 a. Formação imediata de coloração vermelha confirma carbonato. b. Nada ocorre ou então ocorre formação de leve coloração ou precipitado de cor rosa (ou ainda turvação branca), confirma bicarbonato. Ânions do grupo IV: PO43- O ânion fosfato forma um sal de bário insolúvel, de coloração branca (Ba3(HPO4)2). Ao reagir com nitrato de prata, forma um sal insolúvel de cor amarela forte (Ag3PO4). Teste para fosfato Reagir separadamente 1 mL da solução de análise IV com nitrato de prata e cloreto de bário. Observar. Confirmação do fosfato: Tomar uma alíquota da solução de análise IV em um tubo de ensaio e reagir com reativo nitromolíbdico (0,2 g de molibdato de sódio + 2 mL de HNO3 conc.). A formação de um precipitado amarelo claro confirma a presença de fosfato. HPO42- + 12 (NH4)2MoO4 + 23 HNO3 (NH4)3PO4.12MoO3(s) + NO3- + 21 NH4NO3 + 12 H2O Ânions do grupo V: SO42- e F- O reconhecimento destes ânions baseia-se na formação de sais de bário insolúveis e da não reatividade frente ao nitrato de prata. Uma exceção é o sulfato, que no caso de soluções concentradas, também precipita na presença de íons prata. Teste para sulfato e fluoreto Reagir, em tubos de ensaio separados, 1 mL da solução de análise V com AgNO3 e BaCl2. Deve ocorrer formação de precipitado branco apenas no caso da reação com cloreto de bário. Testar a solubilidade do precipitado através da adição de ácido nítrico diluído (duas vezes o
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