Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo para a 2ª avaliação - IED FONTES DO DIREITO Expressão metafórica para os modos de formação das normas jurídicas, ou seja, sua entrada no ordenamento. Fontes materiais : matéria prima do direito; são as relações sociais. O costume de uma sociedade, mesmo na tradição de civil law, sempre será considerado fonte material do direito. Fontes formais : especialmente na civil law (influenciado pelo positivismo jurídico), são identificadas nos atos normativos editados pelo Estado (lei em sentido material) Miguel Reale: “toda fonte pressupõe uma estrutura de poder” Fatores materiais: fatores de ordem social que auxiliam na criação/modificação das normas jurídicas, gerando dispositivos jurídicos válidos. > TEORIA DO CONFLITO SOCIAL: resultado de uma luta contínua entre interesses opostos. > TEORIA FUNCIONALISTA: expressão dos interesses gerais da sociedade; ex.: paz. Fontes formais: as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam. Para que um processo jurídico constitua fonte formal é necessário que tenha o poder de criar o Direito. Fontes próprias : as leis no sentido amplo ou material e as leis no sentido estrito ou formal. Fontes impróprias : assumem função de fontes do direito por excepcionalidade (doutrina, jurisprudência, costumes) Fontes principais (lei em sentido amplo, sem lacunas) e fontes acessórias (costumes). A Lei enquanto fonte do direito apenas a lei em sentido material é considerada fonte formal do direito Lei em sentido formal: atos aprovados pelo legislativo ex .: lei que estabelece o nome de uma rua; como se volta a uma rua específica, é chamada de lei de efeito concreto; é apenas lei em sentido formal Lei em sentido material: generalidades abstração; enunciados linguísticos abstratos (tese) e genéricos (nenhuma situação concreta específica) JURISPRUDÊNCIA coletânea de decisões proferidas pelos tribunais sobre determinada matéria jurídica; o conjunto uniforme e constante de decisões judiciais, sobre determinadas questões jurídicas; a Jurisprudência pode antecipar o legislador, traçando o rumo do direito.; não se forma por decisões isoladas, mas sim após uma série de decisões no mesmo sentido.; é a fonte viva do direito. Súmula é o resumo de vários julgamentos de um tribunal sobre determinada matéria, quando as decisões são no mesmo sentido. Exemplo: Constatada a repetição dos julgamentos sobre a mesma matéria e no mesmo sentido, o STF decidiu aprovar uma súmula, resumindo esse entendimento. Daí nasceu a súmula 688 de sua jurisprudência, a qual diz: “É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13.º salário.”; uniformização da jurisprudência. Súmula vinculante: ou seja, uma súmula que, diferentemente das demais, passa a ser obrigatória não só para os órgãos do Poder Judiciário, mas também para os da administração pública em geral. DOUTRINA conjunto de estudos elaborados por inúmeros juristas, cujo objetivo é sistematizar e explicar todos os temas relativos à matéria do direito. É composta de estudos e teorias metódicas, divulgadas por meio de livros, monografias, artigos, e ainda sentenças pronunciadas pelos juízes mais experientes e testados. Funções: estudo aprofundado das normas e princípios, organização do conteúdo jurídico; desenvolve alternativas que provocam o aperfeiçoamento do direito ; analogia legal, ou seja, o trabalho do estudioso concentrado nas lacunas da lei, assuntos os quais esta não trata ou não alcança, ou mesmo quando a lei é explicitamente defeituosa O indivíduo dedicado à doutrina jurídica é um cientista, pois é movido pela investigação, pelo processo empírico. Objeto: as normas emitidas nos mais diversos formatos. FATORES DO DIREITO Elementos que condicionam os fenômenos sociais e induzem transformações no direito. Os fatores que influenciam a vida social provocando-lhe mutações irão induzir igual efeito no setor jurídico, determinado alterações no Direito Positivo. > O que é o Direito Positivo? É o ordenamento jurídico em vigor num determinado país e numa determinada época. Para o filósofo italiano Icílio Vanni, os fenômenos sociais estão sujeitos a um princípio análogo a uma lei biológica, segundo a qual o ser vivo possui elementos estáveis que raramente se modificam, mas quando isso ocorre as consequências são da maior importância. Fatores naturais : geográfico, demográfico, antropológico. Fatores culturais : econômicos, invenções, moral (favorece o direito positivo emprestando-lhe valores), religião, educação e ideologia. Forças atuantes na legislação: política, opinião pública, grupos organizadores e medidas de hostilidade (ex.: greves) Ideologias estática e dinâmica da interpretação Estática: o juiz não cria o direito, apenas declara o sentido que já existia de forma subjacente ao texto legal Dinâmica: propõe que se faça diferença entre texto legislativo e norma jurídica, esta resultando da atividade do intérprete e admitindo-se que os juízes contribuem com o legislador para a criação do direito As decisões judiciais são fontes formais do direito Atos administrativos normativos: mesmo sendo dotados de abstração e generalidade não são editados pelo legislativo; editados pelo executivo; ex.: decreto; sempre que um regulamento for editado pelo executivo com generalidade e abstração, será uma lei em sentido formal. Vício de ilegalidade: quando um regulamento extrapola os limites daquilo que lhe cabia disciplinar Vício de inconstitucionalidade: se um regulamento é editado para disciplinar determinada situação que não tenha sido previamente objeto de lei A jurisprudência em geral e o precedente em especial constituem “lei em sentido material” a partir de uma compreensão do ordenamento jurídico informada pela ideologia dinâmica da interpretação. Princípio geral de legalidade e lei em sentido material Tudo aquilo que não é proibido é permitido esse dispositivo faz alusão à lei em sentido material de Princípio da legalidade estrita/princípio da reserva de lei: existem certas matérias a respeito das quais, por sua sensibilidade, apenas pode haver inovação na ordem jurídica por meio de lei em sentido formal. Reserva de lei porque apenas a lei em sentido formal pode alterar a ordem jurídica. Ex.: direito penal e tributário Reserva de lei complementar: espécie normativa que tem quorum de aprovação qualificado, equivalente a maioria absoluta dos membros do Congresso INTERPRETAÇÃO JURÍDICA Os juízes (intérpretes autênticos) não criam, mas produzem direito ao completar o trabalho do autor do texto normativo. A interpretaçãose expressa na produção de um novo texto (a norma) a partir de um primeiro texto (a Constituição, uma lei, um regulamento ou um regimento.) > A norma jurídica é o fruto da interpretação HERMENÊUTICA =/= INTERPRETAÇÃO A hermenêutica é teórica e visa estabelecer princípios, critérios, métodos, orientação. A interpretação é de cunho prático, aplicando os ensinamentos da hermenêutica. Métodos de interpretação Quanto ao resultado 1.1 Declarativa : quando o intérprete chega a conclusão que as palavras da lei são precisamente adequadas ao caso. 1.2 Restritiva : quando o intérprete restringe uma lei que foi dito mais do que necessário. O legislador foi infeliz na hora de digitar a lei, e acabou dizendo mais do que a Lei diz. Ex.: a lei diz “descendente” quando na realidade queria dizer filho. 1.3 Restritiva: Nesse caso o intérprete extende o campo de incidência da norma. Quanto aos meios 2.1: Literal/gramatical : análise do valor semântico das palavras empregadas no texto, sintaxe, pontuação, etc. 2.2: Lógico: 2.2.1: Lógica interna: o intérprete submete a lei a uma análise, ignorando os aspectos exteriores da sua criação; analisa a lei, não o fato social 2.2.2: Lógica externa: o intérprete analisa os acontecimentos que ocasionaram a criação desta lei. Os fatos sociais são mais relevantes do que na lógica interna. 2.2.3: Lógica do razoáve l: o intérprete apoia critérios mais flexíveis, em prol de uma maior adequação com novos hábitos sociais 2.3: Interpretação sistemática: considerar a norma no contexto do restante do ordenamento no qual a lei se encontra, para que seu julgamento tenha um embasamento mais amplo e justo 2.4: Histórico: tendo em vista que as normas jurídicas evoluem gradativamente. Os intérpretes deverão pesquisar as raízes históricas do direito positivo. 2.5: Teleológica : uma norma jurídica é interpretada de acordo com a sua finalidade, e não de acordo com a vontade do legislador. O intérprete terá o trabalho de harmonizar os velhos princípios aos novos fatos. Os vários métodos de interpretação baseados nos modelos hermenêuticos são utilizados pelo intérprete para não haver chances de injustiças por má compreensão das leis. Hermenêutica constitucional A interpretação constitucional é uma grande ferramenta de construção do direito O texto constante nas leis aprovadas pelo legislativo está sendo considerado a partir da constituição e as normas jurídicas vão sendo reconstruídas pelo judiciário Interpretação de acordo com a constituição Interpretação literal Quando o texto em sua literalidade tem mas de um significado possível e estes dois significados são compatíveis com a constituição, escolhendo-se aquele que de maior efetividade a mesma É também uma espécie de interpretação teleológica; uma das finalidades da lei é implementar os valores constitucionais Interpretação conforme a constituição quando apenas uma das possibilidades de interpretação da lei é compatível com a constituição a lei tem mais de uma interpretação possível, mas somente uma delas é compatível com a constituição Declaração de nulidade parcial sem redução de texto Dizer qual interpretação é inconstitucional, permitindo-se ao intérprete posterior escolher dentre as interpretações ainda possíveis Ex.: consideração de uma lei que crie um tributo sem explicitar qual é a data de início de sua cobrança Aplicação direta de um direito fundamental ao caso concreto Independente da existência da lei Mínimo imprescindível A discricionariedade do poder judiciário para a implementação de um direito fundamental é menor do que a discricionariedade do poder judiciário Ihering afirmou que “a essência do Direito é a sua realização prática”, o que significa que o Direito existe é para ser vivido, para ser aplicado, para regrar efetivamente a vida social Presunções e ficções A presunção é uma técnica jurídica que a partir da verificação de determinados fatos, estabelece a verdade acerca de outros fatos Presunção absoluta (juris et de juris): Não admite prova em contrário. Ex.: presunção de conhecimento da lei Presunção relativa (juris tantum): admite prova em contrário. Ex.: presunção de filiação decorrente do casamento, que pode ser desconstituída pelo marido em ação especificamente ajuizada para negar a paternidade da criança. Ficções: o legislador, por necessidade, aplica a uma categoria o regulamento próprio de outra/o direito cria uma realidade que não existe no mundo dos fatos. Ex.: pessoa jurídica
Compartilhar