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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Medicina Veterinária Disciplina Anatomia Animal Aplicada à Zootecnia ROTEIRO TEÓRICO-PRÁTICO SOBRE SISTEMA REPRODUTOR FEMININO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS Prof. André Luiz Quagliatto Santos - Responsável. Profa. Lucélia Gonçalves Vieira – Colaboradora. Uberlândia/ 2018 Órgãos de reprodução na fêmea incluem os ovários, produtores de óvulos e hormônios como a progesterona e estrogênios; as tubas uterinas, que transportam os óvulos para o útero; o útero no qual ocorre o desenvolvimento embrionário e fetal; a vagina e os órgãos externos que constituem a vulva. As mamas também são consideradas parte do sistema reprodutor feminino. Ovários Os ovários são órgãos pares situados ao nível da entrada da pelve, a cada lado dos cornos do útero. Estão relacionados com a face dorsal do ligamento largo do útero (mesométrio), ao qual se prendem através do mesovário e do ligamento próprio do ovário. Especificamente, na cadela e na gata os ovários situam-se, dorsalmente na região sublombar, caudalmente aos rins. Na égua, os ovários distanciam-se cerca de 8 a 10 cm da parede dorsal; na porca os ovários localizam-se no terço médio da cavidade abdominal, enquanto na vaca, até o terço ventral da cavidade abdominal. Os ovários são homólogos aos testículos e possuem, como estes, funções exócrina e endócrina. A função exócrina dos ovários consiste na elaboração dos óvulos, desde a ovogênese até sua liberação na ovulação. A função endócrina compreende a secreção de hormônios estrogênicos e de progesterona, que atuam no desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, regulam o ciclo estral e agem durante a gestação. Ao contrário dos testículos, os ovários permanecem na cavidade abdominal. A forma e localização dos ovários são variáveis segundo a espécie e o estado funcional do indivíduo. Nas fêmeas uníparas ou bíparas, isto é, aquelas que usualmente procriam um ou dois filhotes de cada vez, o ovário tem forma elipsoidal, comprimido lateralmente. Apresenta para descrição duas faces: lateral e medial, duas bordas: borda livre e borda mesovárica, e duas extremidades: extremidade tubárica e extremidade uterina. A borda livre dirige-se dorsal ou, algumas vezes, caudalmente. A borda mesovárica dá inserção ao mesovário, que é uma prega peritoneal contínua com o ligamento largo do útero. A extremidade tubárica relaciona-se com o infundíbulo da tuba uterina e a extremidade uterina prende-se ao corpo do útero por meio do ligamento próprio do ovário. A superfície livre do ovário é de cor branco-amarelada, lisa nas fêmeas jovens e irregular nas adultas. Nestas últimas, ela apresenta um ou mais folículos ováricos vesiculares, além de inúmeras pequenas áreas de aspecto cicatricial, que correspondem a folículos atrésicos. Os folículos ováricos vesiculosos aparecem na superfície ovárica sob a forma de saliências arredondadas, translúcidas, de diversos tamanhos. Em certas fases do ciclo estral e da gestação, parte do corpo lúteo aparece na superfície do ovário, modificando, às vezes de maneira acentuada, o contorno do órgão. Nas fêmeas idosas, os ovários estão diminuídos de tamanho e sua superfície torna-se ainda mais irregular, devido à presença de grande número de corpos brancos (corpos lúteos que regrediram). Nas fêmeas de ruminantes adultas, o ovário direito é geralmente um pouco maior que o esquerdo, refletindo possivelmente sua maior atividade funcional. Nas vacas os ovários medem cerca de 4 a 6 cm de comprimento; na égua 8 a 12 cm; nos pequenos ruminantes 1,5 a 2 cm; na porca 4 a 5 cm, na cadela 1 a 1,5 cm e na gata 0,8 a 1 cm. Em fêmeas multíparas, como por exemplo, a porca e a cadela, o ovário assemelha-se a uma amora, devido à grande quantidade de folículos vesiculosos em desenvolvimento que aparecem na sua superfície. O ovário da égua tem uma forma característica de grão de feijão e apresenta em sua superfície uma depressão profunda, denominada fossa ovárica. É apenas ao nível desta fossa que se dá a liberação de óvulos. Constituição anatômica do ovário Um corte longitudinal através dos ovários mostra internamente uma zona medular de tecido conjuntivo frouxo, rica em vasos sanguíneos, o estroma, e uma estrutura densa, a zona parenquimatosa externa. A camada externa é envolta por uma túnica albugínea, que recobre uma camada simples de células da gônada. Na égua existe uma relação inversa. Nessa espécie animal, o estroma, rico em vasos sanguíneos, envolve em forma de uma cúpula a zona parenquimatosa, a qual alcança a superfície ovárica somente na margem da fossa da ovulação. Na zona parequimatosa, são encontradas em grande número as estruturas funcionais dos ovários, os folículos e o corpo amarelo. Ovogênese A formação dos gametas, nos ovários é chamada de ovogênese. No feto, as células germinativas primordiais migram do saco vitelino para os ovários em desenvolvimento onde se diferenciam em ovogônias, são células diplóides (2n), que se dividem, por mitose, para produzirem milhões de células germinativas. Mesmo antes do nascimento, a maioria dessas células germinativas degenera; processo conhecido com atresia. Contudo, umas poucas se desenvolvem em células maiores, chamadas de ovócitos primários, que entram na prófase da meiose I, durante o desenvolvimento fetal, mas não completam essa fase até depois da maturidade sexual. Cada ovócito primário é envolvido por uma camada de células foliculares, e toda a estrutura passa a ser chamada de folículo primário. Ao nascimento, os ovários da maioria das espécies domésticas contêm centenas de milhares de folículos primários à espera de que seu desenvolvimento prossiga. Em todos os animais, múltiplos folículos primários começam seu desenvolvimento adicional durante um único ciclo estral (formando os folículos secundário, terciários ou maduros). Nos animais monotócicos (que não têm ninhadas e normalmente concebem apenas um filhote por gestação, como a vaca e a égua), em geral um folículo se desenvolve mais rapidamente do que outros, e somente um óvulo é liberado durante a ovulação. O restante dos folículos em desenvolvimento regride, tornando-se folículos atrésicos. Nos animais politócicos, como os carnívoros e suínos, que normalmente geram duas ou mais crias por gestação, vários folículos costumam desenvolver-se e ovular aproximadamente ao mesmo tempo. Os óvulos podem vir todos de um mesmo ovário. O folículo maduro é um folículo grande, cheio de líquido, que logo se romperá e expelirá um ovócito, no processo chamado de ovulação. O corpo lúteo (estrutura glandular) contém os remanescentes do folículo maduro ovulado. O corpo lúteo produz progesterona e estrogênios e depois degenera, transformando-se em tecido fibroso chamado corpo albicans. Tubas uterinas As tubas uterinas são dois condutos sinuosos que unem cada ovário a um corno uterino correspondente. As tubas transportam o óvulo liberado na superfície do ovário até a cavidade uterina. Elas dão passagem também aos espermatozóides, que progridem na tuba no sentido útero-ovárico. A fecundação ocorre normalmente no terço médio da tuba uterina. Cada tuba mede aproximadamente 20 cm na vaca e 15 cm nos pequenos ruminantes. Pode ser dividida em três partes: infundíbulo, ampola e istmo. As tubas são envolvidas por uma prega peritoneal derivada do ligamento largo do útero, denominada mesossalpinge. O infundíbulo é a extremidade ovárica da tuba, correspondente à sua parte mais dilatada. Tem forma afunilada e apresenta no centro um orifício, o óstioabdominal da tuba uterina. Na face interna do infundíbulo encontram-se pequenas pregas dispostas de modo radiado; estas pregas correspondem ás fímbrias do infundíbulo. O óstio abdominal da tuba uterina abre-se diretamente na cavidade peritoneal. O óvulo, ao ser expulso do ovário, é captado pelo infundíbulo. Daí ele passa à ampola e ao istmo. O diâmetro da ampola é um pouco maior que o do istmo e este se continua diretamente com o corno uterino. Útero O útero é o órgão no qual o ovo fecundado se implantará e onde se desenvolvem o embrião e o feto, até o nascimento. A forma, tamanho e posição do útero variam de acordo com alguns fatores, como idade e gestação. Assim, nas nulíparas, o útero é pequeno, de paredes espessas e musculosas, e situa-se inteiramente na cavidade pélvica, relacionando-se com o reto, dorsalmente, e com a bexiga ventralmente. Nas multíparas, por outro lado, ele é maior e situam-se parte na cavidade abdominal e parte na cavidade pélvica. Além disto, suas paredes são mais finas. Nas fêmeas gestantes, o útero está completamente alojado na cavidade abdominal. O útero é dividido em três porções: cornos, corpo e colo (cérvix). Os cornos uterinos são em número de dois (útero bicórnio) e são neles que se desenvolve o embrião. As bases dos cornos uterinos continuam-se com o corpo e os ápices com as tubas uterinas. Externamente, os dois cornos estão unidos medianamente por uma prega peritoneal, o ligamento intercornual, que mascara a divisão interna entre eles. Na realidade, o exame da cavidade dos cornos revela que suas paredes mediais estão fundidas, constituindo o septo intercornual, o qual mantém a separação entre os dois cornos por uma distância caudal bem maior do que se apresenta exteriormente. Cada corno apresenta uma borda livre, que se estende do ápice até o ligamento intercornual e uma borda mesométrica, na qual se prende o ligamento largo do útero. O corpo do útero, nos ruminantes, é muito reduzido. Seu comprimento é de cerca de 2 cm na vaca e 1 cm nos pequenos ruminantes. Nele abrem-se os dois cornos. A mucosa do corpo e dos cornos uterinos apresenta saliências arredondadas, denominadas carúnculas do útero, que são áreas desprovidas de glândulas e que se expandem grandemente durante a gestação. As carúnculas constituem a parte materna da placenta e unem-se aos cotilédones da placenta fetal. O conjunto formado pela carúncula e o cotilédone correspondente denomina-se placentomo. A cérvix ou colo é um estreito canal, de paredes musculares bastante espessas, limitado cranialmente pelo óstio interno do útero e caudalmente pelo óstio externo do útero. O óstio interno comunica o canal da cérvix com o corpo do útero e o óstio externo com a vagina. A cérvix projeta-se dentro da cavidade vaginal por cerca de 1 a 2 cm, constituindo esta parte a porção vaginal da cérvix. A parede do canal da cérvix forma de 4 a 6 pregas circulares, que se encaixam uma na outra, ajudando a manter fechada a cavidade do útero. A mucosa da cérvix secreta um material viscoso que oclui o canal cervical durante a gestação. Parede do útero: Em um corte na parede do útero, são identificadas três camadas: camada mucosa (endométrio), camada muscular (miométrio) e camada serosa (perimétrio). A camada mucosa ou endométrio reveste internamente a cavidade uterina. Na sua superfície desemboca um grande número de glândulas tubulares uterinas. Na vaca e nos pequenos ruminantes, encontram-se, no endométrio, algumas elevações chamadas de carúnculas, nas quais a placenta se fixa firmemente durante a gestação com o auxilio de cotilédones. Sobre a mucosa, encontra-se um envoltório muscular com duas camadas de músculo liso, o miométrio. Durante a prenhez, a quantidade de músculo da parede uterina aumente drasticamente, tanto no tamanho das células (hipertrofia) como no número delas (hiperplasia). Ligamentos do útero e ovário: O ligamento largo do útero é uma dupla lâmina de peritônio que se estende das laterais do útero até as paredes da pelve. Este ligamento ajuda a manter o útero em posição. A tuba uterina situa-se dentro de um pequeno mesentério denominado mesossalpinge. Da mesma forma o ovário situa-se dentro de um pequeno mesentério denominado mesovário. A maior parte o ligamento largo, inferior à messossalpinge e ao mesovário, e que serve como mesentério para o próprio útero, é o mesométrio. Coletivamente, o mesométrio, a mesossalpinge e o mesovário constituem o ligamento largo. Vagina A vagina é um órgão tubular situado longitudinalmente na cavidade pélvica, estendendo-se desde a parte vaginal da cérvix até o vestíbulo vaginal. A vagina constitui o órgão copulador feminino. Apresenta grande capacidade de dilatação, limitada apenas pela parede óssea da pelve. Em estado normal, as paredes dorsal e ventral da vagina permanecem colabadas, ficando a cavidade vaginal reduzida a uma fenda. O fundo de saco formado entre a parede da vagina e a parte vaginal da cérvix constitui o fórnix vaginal. Embora o fórnix seja contínuo em torno da parte vaginal da cérvix, pode-se reconhecer nele as partes dorsal, ventral e laterais. No limite da vagina com o vestíbulo encontra-se uma prega mucosa, a carúncula himenal. A mucosa da vagina apresenta-se percorrida por pregueações longitudinais, que se denominam rugas da vagina. Vestíbulo da vagina Nos animais domésticos, o vestíbulo da vagina é longo e situado internamente, ao contrário do vestíbulo humano, que é curto e constitui uma das partes do pudendo feminino. O vestíbulo da vagina continua-se caudalmente com a vulva. Em sua parede ventral encontra-se um orifício, o óstio externo da uretra. A mucosa do vestíbulo é também pregueada e apresenta numerosos nódulos linfáticos, além das glândulas vestibulares. As glândulas vestibulares maiores encontram-se a cada lado na parede lateral do vestíbulo, onde desembocam seus ductos excretores. As glândulas vestibulares menores estão situadas ventralmente e dispõem-se ordenadamente em série, abrindo-se por meio de numerosos ductos no assoalho do vestíbulo. Estas glândulas mantém a mucosa da vagina umedecida, o que facilita a cópula. Durante o cio, o odor dessa secreção estimula sexualmente o macho. Vulva A vulva ou pudendo feminino é constituída por dois lábios vulvares bastante desenvolvidos, que se unem dorsal e ventralmente nas comissuras vulvares dorsal e ventral. Os lábios delimitam uma abertura em forma de fenda, disposta dorsoventralmente, denominada rima da vulva. Clitóris O clitóris é o órgão erétil da fêmea, homólogo ao pênis. Situa-se no assoalho do vestíbulo, próximo à comissura ventral da vulva. A porção saliente do clitóris constitui a glande do clitóris, que está protegida por uma prega mucosa, denominada prepúcio do clitóris. A glande está presa ao corpo do clitóris, o qual é formado pela união de dois pequenos ramos. Estes últimos prendem-se no ísquio. Mamas A mama é constituída, no seu conjunto, por um número variado de unidades glandulares distribuídas bilateralmente, simétricas e paralelas à linha mediana ventral. A glândula mamária dos carnívoros e dos suínos tem o mesmo nome e, a vaca, cabra e égua, recebe o nome de úbere. Do ponto de vista anatômico-microscópio, a glândula mamária é uma glândula sudorípara exócrina modificada, tubuloalveolar composta, que surge somente nos mamíferos. O leite, como secreção característica da glândula mamária, serve para a alimentação do recém-nascido. Além disso, oferecem anticorpos, presentes em grandes concentrações no primeiro leite secretado após o parto (colostro), dando uma imunidade passiva ao lactante. O leite do ruminante, especialmenteo dos bovinos, é sob o aspecto da sua composição, um nutriente de alta qualidade para o homem. O termo úbere designa o conjunto das mamas dos ruminantes. Existem quatro mamas na vaca e duas nos pequenos ruminantes. Na vaca, as mamas estão agrupadas em duas para cada antímero, e nos pequenos ruminantes existe uma para cada antímero. O úbere situa-se na região púbica. O sulco intermamário situa-se ao nível do plano mediano e separa as mamas de cada antímero. Na vaca existe um sulco transverso, que separa as mamas craniais das caudais. Numa vista lateral, o úbere da vaca apresenta-se mais ou menos arredondado. As mamas craniais e caudais de ambos os antímeros estão intimamente unidas, de modo que o sulco transverso muitas vezes apresenta-se como uma discreta linha demarcatória. O tamanho do úbere é uma das características exteriores importantes no julgamento de uma vaca leiteira. Entretanto, isto não significa que toda vaca possuidora de úbere volumoso seja necessariamente grande produtora de leite. Constituição da mama Cada mama compõe-se de uma papila mamária ou teto (a) e um corpo da mama. O tamanho do corpo da mama e da papila mamária apresentam variações individuais e, além disso, dependem da condição funcional da mama (glândula mamária lactante ou não-lactante). O corpo da mama e a papila mamária são recobertos por pele modificada, sendo glabra (sem pêlos) nas papilas, e no corpo da mama apresenta uma concentração de pêlos, variando conforme a espécie animal. A pele da mama normalmente desliza um pouco sobre o tecido cutâneo. No caso de uma inflamação da glândula mamária, isso não ocorre. Dor, edema e aumento da temperatura são quase sempre consequências inevitáveis que ajudam no diagnóstico das mamites. Num corte longitudinal que passa pela papila e pelo corpo, as seguintes estruturas podem ser observadas: o corpo, constituído principalmente pela glândula mamária, dividida por septos conjuntivos em lobos, que, por sua vez, se dividem em lóbulos (compostos por alvéolos glandulares são os secretores do leite) e por um sistema de ductos excretores. Estes últimos, à medida que correm em direção à papila, reúnem- se em ductos maiores – ductos lactíferos – para finalmente abrirem-se numa grande cavidade denominada seio lactífero (espaço de coleta e armazenamento). O seio lactífero constitui-se de uma parte glandular, situada no corpo da mama, e uma parte papilar, também conhecida como seio papilar, que se estende como o nome indica, na papila mamária. A parte papilar do seio lactífero comunica-se com o exterior por meio de um estreito canal, o ducto papilar. As papilas mamárias têm forma cilíndrica e sua extremidade livre é afilada. As papilas craniais são geralmente mais longas que as caudais. Papilas acessórias ou supranuméricas (politelia) são relativamente frequentes e encontradas em diversos graus de desenvolvimento, que vão desde pequena elevação na pele, sem presença de ducto papilar e seio lactífero, até uma estrutura com todos os componentes de mama normal (polimastia). O ducto papilar é uma estreita passagem situada na extremidade livre da papila mamária, com cerca de 8 a 14 mm de comprimento. O ducto papilar apresenta um aparelho muscular constituído de fibras longitudinais profundas, que se agrupam formando pequenos feixes. As fibras longitudinais estão envolvidas por uma camada circular, que constitui o músculo esfíncter da papila. Esta musculatura mantém o ducto papilar fechado, impedindo que o leite acumulado no seio lactífero alcance o exterior. A parte papilar do seio lactífero ocupa a maior porção da papila. É uma cavidade ampla, limitada pela delgada parede da papila. Os elementos musculares da parede da papila consistem inicialmente de uma camada longitudinal profunda, que se continua com a do ducto papilar. Dorsalmente, ela desaparece gradativamente. A camada circular é constituída apenas por esparsas fibras musculares. Entre as fibras musculares encontra- se grande quantidade de fibras elásticas. Vasos sanguíneos são abundantes na parede da papila, principalmente ao nível de seu terço médio. Alguns autores denominam esta área de corpo cavernoso da papila. Esta rede vascular apresenta-se desenvolvida apenas nos bovinos. O suprimento sanguíneo para o úbere vem principalmente da artéria e veia pudenda externa. O úbere dos pequenos ruminantes localiza-se na região púbica, como nos bovinos. Consiste de duas mamas, com uma glândula mamária em cada uma. O comprimento das papilas varia grandemente de tamanho e forma. Pêlos finos são encontrados tanto no corpo como na papila. O ducto papilar tem uma estrutura semelhante à das vacas. O seio lactífero é proporcionalmente maior que nos bovinos. A parede da papila possui menor quantidade de vasos sanguíneos. O ducto papilar é maior na ovelha que na cabra e na vaca. A estrutura do corpo da mama nos pequenos ruminantes assemelha-se à dos bovinos. Nas porcas o número normal de mamas é de sete pares, com o primeiro par logo caudal à junção do esterno e o último par na região inguinal. O número de pares pode variar de quatro a nove mamas normais, às vezes sendo encontradas mamas supranumerárias. Nas cadelas são encontrados cinco pares de mamas alinhados simetricamente em grupos torácicos, abdominal e inguinal. Sistema suspensor da mama Além da pele, o úbere está mantido em sua posição por meio de dois potentes conjuntos de lâminas conjuntivas. O primeiro é formado pelas lâminas laterais. Estas partem do tendão pré-púbico, têm aproximadamente de 10 a 15 cm de largura e estendem-se ventralmente pelas bordas laterais do úbere. Da face profunda destas lâminas partem feixes conjuntivos, denominadas lamelas suspensoras, que se incorporam ao tecido conjuntivo interlobar. As lâminas laterais são mais desenvolvidas em animais idosos. As lâminas mediais constituem outro conjunto de sustentação do úbere e alguns autores acreditam ser o mais importante dos dois. Elas são constituídas por dois feixes de tecido conjuntivo, no qual predominam fibras elásticas. Dirigem-se ventralmente, passando entre as metades direita e esquerda do úbere. Das lâminas mediais também partem lamelas suspensoras, que auxiliam na fixação do úbere. O conjunto de lâminas mediais é também conhecido como ligamento suspensor do úbere. SISTEMA REPRODUTOR FEMININO – PARTE PRÁTICA 1- Observe em um cadáver a topografia e morfologia dos órgãos que compõem o sistema reprodutor feminino. Verifique que as mesmas estão alojadas em grande parte na cavidade pelvina. 2. Identifique em peças isoladas os ovários das diferentes fêmeas dos animais domésticos. 3. Identifique nas tubas uterinas: - Infudíbulo; - Ampola; - Ístmo; - Fímbrias do infundíbulo; - Óstio abdominal da tuba uterina; - Óstio uterino da tuba uterina; - Mesossalpinge; - Bolsa ovárica. 4. Identifiquem no útero as seguintes estruturas: - Cornos, corpo e colo ou cérvix uterino; - Ligamento intercornual; - Carúnculas uterinas; - Óstio interno do útero; - Óstio externo do útero; - Observe as pregas da cérvix; - Parte vaginal da cérvix; - Mesométrio; - Septo intercornual. 5. Na vagina observe as seguintes estruturas: - Fórnix vaginal; - Rugas da vagina; - Vestíbulo da vagina; - Óstio externo da uretra. 6. Observe a vulva ou pudendo feminino e identifique: - Lábios vulvares; - Comissuras vulvares dorsal e ventral; - Rima da vulva; - Clitóris. 7. Nas mamas identifique: - Corpo; - Tetos(as) ou papila mamária; - Seio lactífero glandular; - Seio lactíferopapilar; - Ducto papilar.
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