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ESCOLAS JURÍDICAS Por escolas jurídicas, pode-se entender como um conjunto de autores, pensadores, os quais individualmente procuram responder três questões principais: O que é Direito, como funciona o Direito e como deve ser estruturado o Direito. Existem dois grandes grupos dentro das escolas jurídicas, as escolas moralistas e as escolas positivistas. As escolas moralistas se dividem em Jusnaturalismo Grego, Escola Medieval Teológica e Escola do Direito Natural Racional. FUNDAMENTOS JURÍDICOS Entende-se por fundamentos ou conteúdos jurídicos, segundo GAMA: Os diferentes modos de pensar em torno de assuntos jurídicos refletindo sobre a realidade ou alterando a concepção a seu respeito. Pode-se dizer que é gerado um sistema complexo de pensamentos com o fim de explicar a formação e o desenvolvimento das regras jurídicas. Essa tendência dos juristas e filósofos em atribuir conteúdo as regras jurídicas de determinada época fez surgir as correntes de pensamento jurídico. Por correntes entende-se “os grandes caminhos percorridos pelo pensamento jurídico, pelo qual grande número de juristas perseguiu uma fundamentação universal para o direito ou uma explicação exaustiva para o fenômeno jurídico.”[6] Partir-se-á, na sequência, para o estudo das correntes jurídicas, seus corifeus, seus pressupostos, suas explicações acerca do direito, etc. ESCOLA MORALISTA/ JUSNATURALISTA A escola moralista se conceitua da seguinte maneira: nada mais é do que a forma moral e natural do ser humano agir, são regras que a própria sociedade impõe ao indivíduo Os autores da corrente jusnaturalista acreditam que o direito é condicionado por valores, princípios, obrigações e também à regras da própria natureza, influenciando, desta forma, a vida em sociedade. Estas condições formam as leis, que são pré-determinadas, já que o direito natural é algo dado, inscrito na natureza das coisas, independente do juízo que o homem possa ter sobre a mesma. A corrente do jusnaturalismo defende que o direito é independente da vontade humana, ele existe antes mesmo do homem e acima das leis do homem, para os jusnaturalistas o direito é algo natural e tem como pressupostos os valores do ser humano, e busca sempre um ideal de justiça. Defende que o direito é independente da vontade humana, ele existe antes mesmo do homem e acima das leis do homem, para os jusnaturalistas o direito é algo natural e tem como pressupostos os valores do ser humano, e busca sempre um ideal de justiça. Leis de caráter universal, imutável. Acreditam que o direito é dado através da “natureza das coisas”, independente do juízo que os homens tenham. Exemplo: a capacidade única da mulher de engravidar e gerar leite materno é um direito natural delas, pois apesar de ser um direito não escrito, influencia no direito criado pelos homens (benefícios trabalhistas que as mulheres têm). Pressupõem que o direito é justo, correto e conforme os mandamentos da moral. DIREITO POSITIVO/ JUSPOSITIVISMO O direito positivo é aquele que o Estado impõe à coletividade, e que deve estar adaptado aos princípios fundamentais do direito natural. A escola positivista pode ser definida como um sistema de normas que regula o comportamento social, influenciando as ações dos indivíduos. O Direito seria um instrumento de governo e por traz dele existe uma vontade política, que constitui na fonte do Direito, ou seja, regras impostas por leis. Só É Válida A Palavra Que Está Na Lei O Ordenamento Juridico É Valido Quando É Escrito, Positivado Direito positivo consiste no conjunto de todas as regras e leis que regem a vida social e as instituições de determinado local e durante certo período de tempo. A Constituição Federal é um exemplo de direito positivo, pois assim como as outras leis e códigos escritos, serve como disciplina para o ordenamento de uma sociedade. a corrente juspositivista (juspositivismo) acredita que só pode existir o direito e consequentemente a justiça através de normas positivadas, ou seja, normas emanadas pelo Estado com poder coercivo, podemos dizer que são todas as normas escritas, criadas pelos homens por intermédio do Estado. Também conhecido por juspositivismo, o direito positivo é mutável, uma vez que as leis que regem o funcionamento de determinada nação podem ser alteradas ao longo do tempo, levando em consideração fatores que condizem com a realidade vivida por esta sociedade específica. São regras mutáveis e variam de acordo com o poder político. A CORRENTE PREDOMINANTE ATUALMENTE É A CORRENTE DO JUSPOSITIVISMO. Nessa escola, destacam-se pensadores como: Thomas Hobbes que defendia a tese de que o estado natural do homem é um estado de guerra, em que o homem é levado a um processo destrutivo; Jean-Jacques Rousseau que acredita que o homem é naturalmente bom, porém a civilização é a responsável pelos desvios morais do mesmo e Hans Kelsen que desconsiderava qualquer questão sobre as forças sociais que criam o Direito. ESCOLA EXEGÉTICA/EXEGESE Exegese significa o comentário minucioso ou a interpretação de um texto ou palavra. Como o próprio nome diz, pois exegese significa ater-se à obra literária minunciosamente, a Escola Exegética tem como base apenas o uso da letra da lei como forma de aplicação do Direito. Ela também é chamada de Escola Legalista e Escola Racionalista e afirma que todo o Direito está contido na lei e apenas nesta. Os adeptos de tal Escola entendem que a lei é absoluta, devendo o juiz extrair o significado dos textos para assim aplicá-lo ao caso concreto. O Direito, para os legalistas, seria o conjunto de normas emanadas e positivadas pelo Estado, ou seja, qualquer outra norma de uso social ou costume deveria ser ignorada. O magistrado deveria exercer apenas a sua função de aplicador da lei, sempre em conformidade com a vontade do legislador, em detrimento dos seus conceitos pessoais e valorativos. A ideia principal dos juristas dessa escola consiste no fato de que o intérprete deve apenas buscar a chamada “mens legislatoris”, ou seja, a vontade do legislador, o que ele queria dizer ao elaborar a lei. Desse modo não importará se a sociedade mudou ou evoluiu, a interpretação será sempre aquela voltada ao passado, à época da elaboração da norma. Essa escola não aceitava quaisquer outras fontes senão a própria lei, esta representava todo o Direito existente, havia o endeusamento das codificações que eram consideradas obras perfeitas e completas, não se aventando a possibilidade de lacunas ou a atividade criativa da jurisprudência. A ideia principal dos juristas dessa escola consiste no fato de que o intérprete deve apenas buscar a chamada “mens legislatoris”, ou seja, a vontade do legislador, o que ele queria dizer ao elaborar a lei. Desse modo não importará se a sociedade mudou ou evoluiu, a interpretação será sempre aquela voltada ao passado, à época da elaboração da norma. Por essa razão, o método utilizado era normalmente o gramatical ou literal, pois para esses teóricos as palavras carregavam a vontade originária do legislador. Essa escola não aceitava quaisquer outras fontes senão a própria lei, esta representava todo o Direito existente, havia o endeusamento das codificações que eram consideradas obras perfeitas e completas, não se aventando a possibilidade de lacunas ou a atividade criativa da jurisprudência. NORMATIVISMO JURÍDICO A teoria normativista, ou teoria pura do direito, compreende o conjunto de estudos do austríaco Hans Kelsen que reduz o Direito a um só elemento: a norma jurídica.[27]Compreende,pois, “a corrente que define, desenvolve, e fundamenta o direito exclusivamente com elementos jurídicos.”[28]Para Kelsen, o Direito é uma ciência que tem objeto de investigação próprio, desvinculado de qualquer outra ciência, que é a norma jurídica, assim como pugna por um direito geral positivo, sendo a sua teoria de abrangência universal.Nas palavras de Kelsen: Em síntese, o normativismo jurídico consiste em reduzir o Direito e o Estado à norma, bem como vislumbrar o Direito como ciência autônoma, independente das demais ciências humanas. Tal concepção contribuiu no sentido de que o Direito passou a ser considerado como ciência nas elucubrações dos juristas e dos jusfilósofos. Contribui, também, ao conceber o Direito como um conjunto de normas escalonadas e sistemáticas, numa unidade denominada ordenamento jurídico, onde uma norma se subordina a outra, chegando à norma fundamental. Analogamente, pode-se dizer que o Direito Brasileiro se estrutura da mesma forma, sendo a norma fundamental a Constituição Federal, e as demais normas subordinadas a ela denominadas de normas infraconstitucionais. SOCIOLOGISMO JURÍDICO O sociologismo, ou escola sociológica, surgiu com Émile Durkheim, sociólogo do século XIX que influenciou o Direito com seus estudos. O sociologismo compreende a reunião de conceitos que vislumbram o Direito sob o prisma predominante do fato social, considerando-o mero componente dos fenômenos sociais suscetível de ser estudado segundo nexos de causalidade, assim como ocorre nas ciências naturais É, pois, a corrente que se embasa no fato social para explicar o Direito. Aplica- se, aqui, o método sociológico, isto é, investigar a partir do “princípio fundamental de que os fatos sociais devem ser estudados como coisas”[35], assim como o produto dos estudos da Sociologia Jurídica. Nesse sentido, identifica o Direito não com lei ou com jurisprudência, mas com o fato social. Desvincula o Direito do Estado, concebendo-o como simples fenômeno social, primeiro formado pelo povo na forma de costume e depois transformado em lei estatal Portanto, na visão sociológica, o Direito é vislumbrado parcialmente, uma vez que as normas são identificadas como fato social. Devido ao brocardo ubi jus, ubi societas a escola sociológica ganha força no final do século XIX, considerando a existência do direito como simples fenômeno social de controle É também importante citar dentro das escolas positivistas de caráter sociológico, o grande pensador Émile Durkheim, que defende a tese de que o Direito é um fenômeno social e o meio em que ele surge, se desenvolve é a sociedade, pois a idéia do Direito liga-se à idéia de conduta de organização e de mudança. Concluímos assim que a escola moralista se fundamenta basicamente em Deus, natureza e razão humana. Já a positivista, contrária à moralista, considera o Direito como um produto da vontade política.
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