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1 | L o g í s t i c a LOGÍSTICA Nome: __________________________________________________________ Escola: __________________________ Horário: ________________________ 2015 – Prof.ª Renata Verri 2 | L o g í s t i c a 3 | L o g í s t i c a ÍNDICE UNIDADE 1: INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA .............................................................................................. 3 UNIDADE 2: GESTÃO DE ESTOQUES .................................................................................................... 8 UNIDADE 3: ARMAZENAGEM ............................................................................................................. 21 UNIDADE 4: FERRAMENTAS PARA A ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES ............................................. 29 UNIDADE 5: DISTRIBUIÇÃO ................................................................................................................ 47 UNIDADE 6: EMBALAGEM .................................................................................................................. 65 UNIDADE 7: TRANSPORTES ................................................................................................................ 71 UNIDADE 8: JUST IN TIME (JIT) .......................................................................................................... 82 UNIDADE 9: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP) .................................................... 91 UNIDADE 10: SISTEMAS DE QUALIDADE E ORGANIZAÇÃO ............................................................... 96 UNIDADE 11: LOGÍSTICA REVERSA ................................................................................................... 100 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................... 110 2 | L o g í s t i c a 3 | L o g í s t i c a UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Poucas áreas de estudo têm um impacto tão significativo no padrão de vida da sociedade como a logística. Praticamente todas as áreas da atividade humana são afetadas, direta ou indiretamente pelo processo logístico. Tente imaginar uma campanha publicitária de vários milhões de dólares e quando o comprador vai procurar o produto ele não o encontra na loja. Como seria possível comprar uma camisa de seda feita na China em uma loja em São Paulo? Porque um quilo de tomate é tão barato no campo e custa tão caro no supermercado? Qual deve ser a embalagem ideal para um iogurte? E para uma bijuteria? As dúvidas citadas, assim como muitas outras, exemplificam a influência da logística do nosso dia-a-dia e por isso é tão importante o nosso entendimento do processo logístico. A Logística existe desde os tempos mais antigos quando, na preparação das guerras, os líderes militares já utilizavam este instrumento de organização e transporte associado às atividades militares por muitos séculos. As guerras eram longas demais e nem sempre ocorriam próximas de onde estavam as pessoas. Eram necessários grandes deslocamentos, exigindo que as tropas carregassem todo equipamento indispensável. Era preciso ter uma organização logística para possibilitar a chegada de carros de guerra, grandes grupos de soldados e transportar armamentos pesados aos locais de combate Pelos recursos disponíveis na época, essa organização era muito grande e envolvia diversos estudos, como preparação de soldados, transporte, armazenagem de gêneros alimentícios para as tropas, munições, armas, etc. Com a evolução tecnológica, a logística passou a abranger outros ramos da administração, sendo absorvida pelos civis, porém recebendo a influência e a experiência militares. Após essa evolução gradativa, houve um grande avanço nos processos logísticos, que culminaram mais acentuadamente após a Segunda Guerra Mundial. Nessa ocasião, os EUA experimentaram um crescimento rápido devido, em parte, à demanda reprimida dos anos de depressão, valendo-se da posição satisfatória do mercado americano no panorama mundial, cujo 4 | L o g í s t i c a objetivo era produzir e vender com lucros altíssimos. Assim sendo, qualquer indício de ineficiência na distribuição dos produtos fabricados poderia ser tolerada para que se alcançassem esses lucros. Ao mesmo tempo, do outro lado do mundo o Japão iniciava uma da mais respeitadas evoluções da logística, até hoje reverenciada e referência em todo o mundo, diante da determinação do país em se restabelecer econômica e moralmente. A logística, embora já praticada sem tanto destaque, começava a surgir como uma modalidade de grande importância na economia mundial, passando por várias etapas. Entre elas: 1950 – 1970: O Período de Desenvolvimento O período entre o início de 1950 até a década de 1960 representa a época de decolagem para a teoria e a prática da logística. O marketing estava bem estabelecido em muitas instituições educacionais e orientava muitas empresas, entretanto professores de marketing e de administração não estavam totalmente satisfeitos com o que havia sido criado. Em 1954, o professor de marketing Paul Converse observou que as empresas prestavam muito mais atenção na compra e na venda de produtos do que na sua distribuição física. Nessa mesma época, o escritor e consultor de administração de empresas, Peter Drucker alertou que essa operação de distribuição de bens e produtos era, até então, a operação de negócio mais desprezada, porém mais promissora no mundo futuro. Início dos Anos 70 Deu-se início o evento-chave para o desenvolvimento da logística empresarial. O estudo desse projeto foi conduzido para determinar o papel que o transporte aéreo poderia desempenhar a tal distribuição física. O início desse estudo descrevia que o alto custo do transporte aéreo não necessariamente deteria o uso desse serviço, mas que a chave para sua aceitação deveria ser o seu menor custo total, decorrente da soma de taxas do frete aéreo e do menor custo devido à diminuição de estoques, obtido pela maior velocidade da movimentação por via aérea. Nessa época, a troca do alto custo do transporte aéreo, porém com o cumprimento da entrega em tempo hábil, seria compensador o qual ficou denominado custo total. A matéria evoluiu, até que hoje existe uma definição mais apurada de logística, podendo ser considerada a área da administração que cuida desde a compra da matéria-prima ou mercadorias, até a entrega do produto acabado ou mercadoria ao cliente, compreendendo 5 | L o g í s t i c a recebimento, armazenagem, produção, separação, transporte e entrega ao cliente na hora certa, no lugar certo e ao menor custo possível. Atividades Primárias e de Apoio Atividades Primárias: A denominação de atividade primária identifica aquelas que são de importância fundamental para a obtenção dos objetivos logísticos de custo e nível de serviço que o mercado deseja, e essas atividades são consideradas primárias, porque contribuem com a maior parcela do custo total da Logística ou são essenciais para a coordenação e para o cumprimento da tarefa logística. São as seguintes: TRANSPORTE É uma das atividades logísticas mais importantes, simplesmente porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. É essencial porque nenhuma organização moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados para serem levados, de alguma forma, até ao consumidor final. Ele refere-se aos vários modelos disponíveis para se movimentar matéria-prima, materiais, produtos e serviços. MANUTENÇÃO DE ESTOQUES Geralmente, não é viável providenciar produção ou entrega instantânea a clientes. Para se atingir um grau razoável de disponibilidade do produto, é necessáriomanter estoques, que agem como amortecedores entre a oferta e a demanda. Os estoques também representam grande parte dos custos logísticos. A grande preocupação da administração de estoques envolve manter seus níveis o mais baixos possível, e ao mesmo tempo prover a disponibilidade desejada pelos clientes. PROCESSAMENTO DE PEDIDOS Também é uma atividade primária. Sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico em termos do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes, em relação, principalmente, à perfeita administração dos recursos logísticos disponíveis. É também a atividade primária que dá partida ao processo de movimentação de materiais e produtos bem como a entrega desses serviços. 6 | L o g í s t i c a Essas três atividades são fundamentais para que possamos cumprir a missão da organização, e, por isso, elas são chamadas de atividades primárias. Atividades de Apoio: As atividades consideradas de apoio são aquelas que dão suporte ao desempenho das atividades primárias, para que seja possível obter sucesso. Essas atividades de apoio são: ARMAZENAGEM É o processo que envolve a administração dos espaços necessários para manter os materiais estocados, que podem ser internamente, na fábrica, como em locais externos, mais próximos dos clientes dos clientes. Essa ação envolve fatores como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, equipamentos de movimentação, recuperação do estoque, projetos de docas ou baías de atracação, necessidades de recursos financeiros e humanos. MANUSEIO DE MATERIAIS Está associado com a armazenagem e também à manutenção dos estoques. Essa atividade envolve a movimentação de materiais no local de estocagem, que pode ser tanto estoque de matéria-prima como de produtos acabados. Pode ser a transferência de materiais do estoque para o processo produtivo ou deste para o estoque de produtos acabados. Pode ser também a transferência de um depósito para outro. EMBALAGEM Dentro da Logística tem como objetivo movimentar produtos com toda a proteção e sem danificá-los. Um bom projeto de embalagem do produto auxilia a garantir perfeita e econômica movimentação sem desperdícios. Além disso, as dimensões adequadas favorecem a armazenagem. SUPRIMENTOS É a atividade que proporciona ao produto ficar disponível, no momento exato, para ser utilizado pelo sistema logístico. É o procedimento de avaliação e da seleção das fontes de fornecimento, de definição das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado. É uma área importantíssima de apoio logístico e, também, um setor de obtenção de enormes reduções de custos da organização. PLANEJAMENTO Refere-se primariamente às quantidades agregadas que devem ser produzidas bem como quando, onde e por quem devem ser fabricadas. É a base que servirá de informação à programação detalhada da produção dentro da fábrica. É o evento que permitirá o cumprimento 7 | L o g í s t i c a dos prazos exigidos pelo mercado. SISTEMA DE INFORMAÇÃO É a função que permitirá o sucesso da ação logística dentro de uma organização para que ela possa operar eficientemente. São as informações necessárias de custo, procedimentos e desempenho essenciais para o correto planejamento e controle logístico. Portanto, uma base de dados bem estruturados, com informações importantes sobre cliente, sobre volume de vendas, sobre os padrões de entregas e sobre os níveis dos estoques e das disponibilidades físicas e financeiras que servirão como base no apoio a uma administração eficiente e eficaz das atividades primárias e de apoio ao sistema logístico. Atividades para revisão 1. O que é Logística? 2. Quando surgiu a Logística? 3. Entre os anos 50 e 70 a Logística começou a “tomar forma”. Nessa época, qual era a maior preocupação das empresas? E qual foi o alerta feito por um estudioso? 4. O que você entende por Atividades Primárias? Dê exemplos. 5. O que você entende por Atividades de Apoio? Dê exemplos. 8 | L o g í s t i c a UNIDADE 2 GESTÃO DE ESTOQUES Administração Sãoconsiderados estoques todos os bens e materiais mantidos por uma organização para suprir demandas futuras, ou seja, é a diferença entre a aquisição e a demanda momentânea. Os estoques podem ser encontrados em várias formas, como: matéria-prima, produto em processo, produto acabado, materiais, embalagens e produtos necessários para a manutenção, reparo e suprimentos de operações, não necessariamente utilizados no processo de fabricação, acomodados em armazéns apropriados ou em almoxarifados. O controle ou gestão de estoques engloba todas as atividades, procedimentos e técnicas que permitem garantir a qualidade correta, no tempo certo, de cada item ao longo da cadeia produtiva, tanto dentro como fora das organizações. Para gerenciar os estoques é preciso levar em conta duas funções que norteiam sua finalidade, sendo a alimentação da produção e o suprimento das vendas. A primeira função tem como objetivo a produção continuada, almejando a eliminação dos riscos de paradas na produção resultantes de problemas com o abastecimento, melhorando a eficiência do processo produtivo. Já a segunda função é suprir as vendas com estoques que visam atender à sazonalidade da demanda e, por consequência, melhorar o serviço de atendimento ao cliente. Controle de Estoque O controle de estoques é importante para qualquer tipo de empresa e significa investir “dinheiro”, portanto deve ser racionalmente dimensionado. Existe uma inter-relação do setor de suprimentos com os setores de produção, financeiro e de vendas principalmente, visto que a falta de itens em estoque pode acarretar sérios problemas de desempenho operacional, causando grandes prejuízos à empresa, como aumento de custos e despesas financeiras, ociosidade de recursos e redução da lucratividade. Nivelamento de Estoque O nivelamento determina a condição ideal do fluxo financeiro dos estoques. Em uma primeira abordagem, a gestão econômica dos estoques busca mantê-los em constante equilíbrio em relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. Usuario Realce Usuario Realce 9 | L o g í s t i c a Tal fator somente é obtido ao manter os estoques mínimos, sem correr o risco de não tê- los em quantidades suficientes e necessárias para manter um fluxo de produção de uma encomenda em equilíbrio com o fluxo de consumo. A quantidade ideal de estoque mínimo deve ser bem mensurada, considerando, entre outros, os seguintes parâmetros: Possíveis atrasos na entrega por parte do fornecedor; Possíveis variações nas médias de vendas; Identificação da sazonalidade. Devemos considerar dois fatores fundamentais para a determinação dos estoques: 1) Quanto maior a quantidade estocada, maiores serão os custos com a manutenção dos estoques. Por outro lado, vemos um aspecto a ser levado em conta que é a garantia da não paralisação da empresa por falta de material. 2) Qualquer redução nas quantidades em estoque reduz também os custos de estocagem, mas aumenta os custos de obtenção dos materiais, o que pode provocar a paralisação das atividades da empresa por falta de material. É preciso levar em conta que a gestão dos estoques apresenta os seguintes sintomas: Quando mal planejada gera: Incapacidade de cumprir promessas de entrega do produto final; Crescimento do estoque quando a demanda foi inferior à prevista; Falta constante de espaços de armazenagem; Aumento dos itens de materiais obsoletos, entre outros. Quando bem planejada verifica: Melhoria nas relações com usuários; Redução dos custos dos materiais comprados; Redução dos custos com perdas de estoque, entre outros. Exercícios 1. O que é Estoque? 2. Paragerenciar estoques é necessário levar em consideração duas funções que norteiam sua finalidade. Quais são elas? Comente. 10 | L o g í s t i c a 3. Por que o Controle de Estoques é importante? Quais consequências a falta de controle pode trazer à empresa? 4. Quais são os fatores fundamentais para a determinação dos estoques? 5. O que a Gestão de Estoques gera quando é mal planejada? 6. O que a Gestão de Estoques verifica quando é bem planejada? Ferramentas para Controle de Estoques Sabemos que é praticamente impossível conhecer a demanda do mercado consumidor. Logo, torna-se importantíssimo manter determinado nível de estoque para assegurar a disponibilidade de produtos, bem como minimizar os custos de produção e movimentação. Vejamos algumas ferramentas que nos auxiliam nesta tarefa: Nível de Serviço: Este indicador informa como está o atendimento ao cliente. Com esse modelo, procura-se manter estoques capazes de atender a qualquer solicitação do mercado, definindo-se um percentual de grau de atendimento. O ideal é que este percentual seja igual ou superior a 95%. ࡺí࢜ࢋ ࢊࢋ ࡿࢋ࢘࢜ç = º ࢊࢋ ࢋ࢚࢘ࢋࢍࢇ࢙º ࢊࢋ ࢙ࢉ࢚ࢇçõࢋ࢙ . Ex: Uma empresa recebeu 3100 pedidos de um de seus clientes. Cada pedido solicitava, em média, 1,5 item. Foram entregues ao todo 4400 itens. Calcule o nível de serviço para este cliente. Resolução: Exercícios 1. No mês de janeiro, o almoxarifado de uma empresa recebeu 432 pedidos de um determinado item. Destes, apenas 391 pedidos foram atendidos. Calcule o NÍVEL DE SERVIÇO apresentado e comente o resultado. 11 | L o g í s t i c a 2. O almoxarifado de uma empresa recebeu no ano de 2011 um total de 7800 requisições de material, com um número médio de 4, 5 itens por requisição. Foram entregues ao todo 34800 itens. Calcule o nível de serviço deste almoxarifado e comente o resultado. 3. Uma empresa recebeu 1842 pedidos de um item, sendo que destes, foram entregues 1790. Calcule o nível de serviço apresentado pela empresa e comente o resultado. 4. No mês de fevereiro, o almoxarifado de uma empresa recebeu 7.344 pedidos de um determinado item. Destes, apenas 7.245 pedidos foram atendidos. Calcule o nível de serviço apresentado e comente o resultado. 5. O almoxarifado de uma empresa recebeu no ano de 2011 um total de 3.290 requisições de material, com um número médio de 3 itens por requisição. Foram entregues ao todo 8.700 itens. Calcule o nível de serviço deste almoxarifado e comente o resultado. 12 | L o g í s t i c a 6. Uma empresa recebeu 45.600 pedidos de um item, sendo que destes, foram entregues 43.800. Calcule o nível de serviço apresentado pela empresa e comente o resultado. 7. O almoxarifado de uma empresa recebeu no mês passado um total de 4.555 requisições de material, com um número médio de 7 itens por requisição. Foram entregues ao todo 31.800 itens. Calcule o nível de serviço deste almoxarifado e comente o resultado. Estoque de Segurança: É a quantidade mínima de peças que precisam estar em estoque, com a função de cobrir as possíveis variações do sistema, que podem ser: eventuais atrasos no tempo de fornecimento, rejeição do lote de compra ou aumento na demanda do produto. Sua finalidade é não afetar o processo produtivo e, principalmente, não acarretar transtornos aos clientes por falta de material e, consequentemente, atrasar a entrega do produto ao mercado consumidor. Para entendermos melhor a utilização do estoque de segurança, utilizaremos o MÉTODO DO GRAU DE RISCO. Este é o modelo mais simples e fácil de utilizar e não requer nenhum conhecimento profundo de matemática. Tal modelo usa um fator de risco dado em porcentagem, que é definido pelo administrador em função de sua sensibilidade de mercado e informações que colhe junto a vendas e suprimentos. ES = C . k Onde: ES = Estoque de Segurança C = Consumo médio no período k = Coeficiente de grau de risco 13 | L o g í s t i c a Exemplo: Uma empresa necessita definir o Estoque de Segurança de determinado produto que tem uma demanda média mensal de 600 unidades e, para tanto, o gerente de logística definiu um grau de risco de 35%. Nesse caso, qual seria o estoque de segurança? Resolução: Exercícios 1. Uma empresa quer definir o Estoque de Segurança de determinado produto que tem uma demanda média trimestral de 1300 unidades e, para isso, o gerente de logística definiu um grau de risco de 25%. Nesse caso, qual seria o estoque de segurança? 2. Uma empresa possui um Estoque de Segurança mensal de seu produto ‘X’ de 513 peças. Sabendo que o grau de risco para esse produto é de 27%, calcule a demanda média mensal. 3. A empresa CN possui uma demanda bimestral média de 1200 unidades seu principal produto. Sabendo que o Estoque de Segurança de 180 peças, calcule o coeficiente de grau de risco. 4. Uma empresa possui um Estoque de Segurança mensal um produto de 200 peças. Sabendo que o grau de risco para esse produto é de 16%, calcule a demanda média mensal. 14 | L o g í s t i c a 5. Uma empresa possui uma demanda mensal média de 910 unidades seu principal produto. Sabendo que o Estoque de Segurança de 182 peças, calcule o coeficiente de grau de risco. 6. A empresa Paper quer definir o Estoque de Segurança de determinado produto que tem uma demanda média semestral de 5600 unidades e, para isso, o gerente de logística definiu um grau de risco de 31%. Nesse caso, qual seria o estoque de segurança? 7. Uma empresa quer definir o Estoque de Segurança de determinado produto que tem uma demanda média trimestral de 1800 unidades e, para isso, o gerente de logística definiu um grau de risco de 35%. Nesse caso, qual seria o estoque de segurança? 8. Uma empresa possui um Estoque de Segurança mensal de seu produto ‘X’ de 134 peças. Sabendo que o grau de risco para esse produto é de 20%, calcule a demanda média mensal. 9. Uma empresa possui um Estoque de Segurança mensal um produto de 500 peças. Sabendo que o grau de risco para esse produto é de 10%, calcule a demanda média mensal. 10. Uma empresa possui uma demanda mensal média de 320 unidades de um produto. Sabendo que o Estoque de Segurança de 128 peças, calcule o coeficiente de grau de risco. 15 | L o g í s t i c a 11. A empresa "Super Peças Ltda." quer definir o Estoque de Segurança de determinado produto que tem consumo médio semestral de 8700 unidades e, para isso, o gerente de logística definiu um grau de risco de 30%. Nesse caso, qual seria o estoque de segurança? 12. Uma empresa possui uma demanda mensal média de 870 unidades de um produto. Sabendo que o Estoque de Segurança de 174 peças, calcule o coeficiente de grau de risco. Giro de Estoque: Giro de Estoque é um tipo de indicador que demonstra o desempenho de um Estoque. O Giro de Estoque serve para medir, de uma forma padronizada, a qualidade de um estoque. O indicador de giro de estoque pode ser aplicado a qualquer tipo de estoque, independente da sua complexidade ou tamanho. O resultado apresentado pelo giro de estoque representa a quantidade de vezes que cada um dos itens, foi renovado dentro de um determinado período. Dizer que o giro de um estoque foi 1, durante um mês, significa dizer que tudo que tinha no estoque foi vendido e o estoque foi reposto por produtos novos. Citando um exemplo, imagine um estoque de bebidas, com um único tipo de bebida. Vamos supor que no início do mês, tenhamos 10 garrafas em estoque.Durante alguns dias, 5 garrafas foram vendidas.Notando a diminuição do nível de estoque, o Fornecedorfoi acionado e foram compradas mais 10 garrafas. O mês continuou e mais 5 garrafas foram vendidas, totalizando 10 vendas no mês.Dessa forma, o mês terminou com 10 garrafas no estoque. Como o mês iniciou com 10 garrafas e terminou com 10 garrafas, podemos dizer que a média de estoque neste mês foi de 10 garrafas. Sendo assim, podemos calcular o Giro de Estoque como sendo o total de vendas dividido pela média de estoque, isto é, 10 dividido por 10, que é igual a 1. Nesse caso, o Giro de Estoque igual a 1 significa que todos os produtos foram renovados 1 vez durante o mês. Se o número fosse menor 16 | L o g í s t i c a do que 1, teríamos uma indicação de que alguns dos produtos que iniciaram o mês na prateleira, ainda estão lá. Dentre as tantas vantagens de se ter um estoque com alto giro, podemos citar: O produto não envelhece na prateleira; Não precisa de muito espaço para armazenamento; O pagamento ao Fornecedor é fracionado; Em caso de acidente, incêndio ou roubo, perde-se menos. ࡳ࢘ ࢊࢋ ࡱ࢙࢚࢛ࢋ = ࢂࢇ࢘ ࢚࢚ࢇ ࢊࢇ࢙ ࡿࢇíࢊࢇ࢙ࢂࢇ࢘ ࢊ ࡱ࢙࢚࢛ࢋ ࡹéࢊ ࢊ ࡼࢋ࢘íࢊ Exemplo:De julho a dezembro de 2014, a empresa KW apresentou a seguinte movimentação, em R$: Mês Estoque Inicial Entradas Saídas Estoque Final Estoque Médio Julho 100.000,00 78.000,00 94.300,00 Agosto 67.000,00 25.670,00 Setembro 18.900,00 100.020,00 Outubro 35.900,00 17.770,00 Novembro 99.567,00 101.000,00 Dezembro 45.000,00 5.000,00 Total De acordo com a tabela, calcule o Giro de Estoque. Resolução: 17 | L o g í s t i c a Giro de Estoque 1. De janeiro a junho de 2014, a empresa Panem Ltda. apresentou a seguinte movimentação em R$: Mês Estoque Inicial Entradas Saídas Estoque Final Estoque Médio Janeiro 90.000,00 67.000,00 80.000,00 Fevereiro 78.000,00 34.000,00 Março 45.000,00 90.000,00 Abril 12.000,00 15.000,00 Maio 56.000,00 23.000,00 Junho 14.000,00 38.000,00 Total De acordo com a tabela, calcule o Giro de Estoque. 2. A empresa Forks teve total de saídas de 780.000 unidades de um determinado item. O estoque médio do período foi de 240.000 unidades. Qual foi o giro do estoque? 3. Uma empresa teve saídas de um produto de 5250 unidades e o estoque médio dessa peça foide 1250 unidades. Qual foi o giro do estoque desta peça? 18 | L o g í s t i c a 4. De julho a dezembro de 2014, a empresa Lenovo Computadores apresentou a seguinte movimentação, em R$: Mês Estoque Inicial Entradas Saídas Estoque Final Estoque Médio Julho 114.980,00 34.000,00 110.000,00 Agosto 123.500,00 33.600,00 Setembro 67.800,00 100.000,00 Outubro 79.056,00 78.900,00 Novembro 34.555,00 45.678,00 Dezembro 12.890,00 30.980,00 Total De acordo com a tabela, calcule o Giro de Estoque. 5. De Julho a Setembro, a empresa Sugar apresentou a seguinte movimentação, R$: Mês Estoque Inicial Entradas Saídas Estoque Final Estoque Médio Julho 117.000,00 85.642,00 23.564,00 Agosto 134.788,00 198.767,00 Setembro 63.450,00 149.781,00 Total De acordo com a tabela, calcule o Giro de Estoque. 19 | L o g í s t i c a 6. De janeiro a agosto de 2014, a empresa Honolulu Equipamentos Náuticos apresentou a seguinte movimentação, em R$: Mês Estoque Inicial Entradas Saídas Estoque Final Estoque Médio Janeiro 85.000,00 112.900,00 107.650,00 Fevereiro 90.812,00 45.630,00 Março 67.800,00 100.000,00 Abril 79.056,00 78.900,00 Maio 59.712,00 34.530,00 Junho 67.890,00 100.870,00 Julho 32.000,00 47.120,00 Agosto 13.600,00 57.200,00 Total De acordo com a tabela, calcule o Giro de Estoque. 7. No primeiro quadrimestre, a empresa Ômega apresentou a seguinte movimentação, em R$: Mês Estoque Inicial Entradas Saídas Estoque Final Estoque Médio Janeiro 52.234,00 35.555,00 47.890,00 Fevereiro 24.888,00 27.344,00 Março 45.891,00 51.200,00 Abril 36.500,00 51.289,00 Total De acordo com a tabela, calcule o Giro de Estoque. 20 | L o g í s t i c a 8. No ano de 2014, a empresa Maps apresentou a seguinte movimentação, em R$: Mês Estoque Inicial Entradas Saídas Estoque Final Estoque Médio Janeiro 100.000,00 37.800,00 89.000,00 Fevereiro 190.000,00 157.000,00 Março 57.089,00 56.899,00 Abril 113.000,00 157.000,00 Maio 59.879,00 45.800,00 Junho 112.000,00 97.077,00 Julho 25.900,00 32.890,00 Agosto 32.400,00 23.789,00 Setembro 57.000,00 50.000,00 Outubro 13.000,00 18.000,00 Novembro 27.000,00 43.000,00 Dezembro 103.000,00 98.000,00 Total De acordo com a tabela, calcule o Giro de Estoque. 21 | L o g í s t i c a UNIDADE 3 ARMAZENAGEM Na moderna administração, a armazenagem pode ser conceituada como um conjunto de atividades relacionadas à função de abastecimento, a qual requer meios, métodos é técnicas adequadas, bem como instalações apropriadas, e que tem como propósito o recebimento, a estocagem e a distribuição de materiais. Estruturas de Armazenagem O propósito da armazenagem está fixado em uma estrutura básica, formada pelo tripé recebimento, estocagem e distribuição. Estas atividades básicas dessa estrutura podem sem assim descritas: Recebimento: trata-se de um conjunto de operações que envolvem a identificação do material recebido, o confronto do documento fiscal com o pedido, a inspeção qualitativa e quantitativa do material e a sua aceitação formal. Estocagem: é um conjunto de operações relacionadas à guarda do material. A estocagem constitui um dos pontos mais vitais na formação do conjunto de atividades da armazenagem, exigindo técnicas específicas para alcançar a eficiência da racionalização e da economia desejada. Distribuição: refere-se a um conjunto de operações próprias relacionadas à expedição do material, envolvendo a acumulação do que foi recebido da estocagem, a embalagem adequada e a respectiva entrega ao requisitante. Em relação à estrutura de armazenagem, é preciso considerar um fator de fundamental importância que é justamente o layout do armazém, o qual determina o grau de acessibilidade ao material, os modelos de fluxo de material, os locais de áreas obstruídas, a eficiência de mão-de- obra e a segurança do pessoal e do próprio armazém, entre outras atribuições. 22 | L o g í s t i c a O professor Mauricio Kuehne Jr., da Universidade Federal de Santa Catarina, afirma que para um layout eficiente, o armazém precisa: 1. Assegurar a utilização máxima do espaço. 2. Propiciar a melhor movimentação de materiais. 3. Garantir a estocagem mais econômica em relação às despesas de equipamento, espaço, danos de material e mão de obra do armazém. 4. Propiciar flexibilidade máxima para satisfazer as necessidades de mudança e estocagem e movimentação. 5. Fazer do armazém um modelo de boa organização. Ele ainda continua, definindo cinco passos para projetar um eficiente layout de armazém: 1. Definir a localização dos obstáculos. 2. Localizar as áreas de recebimento e expedição. 3. Localizar as áreas primárias, secundárias, de separação de pedidos e estocagem. 4. Definir o sistema de localização do estoque. 5. Avaliar as alternativas do layout do armazém. Cada alternativa de layout do armazém deve ser muito bem avaliada a fim de determinar se ela atinge os objetivos desejados. Cada layout do armazémdeve ser criteriosamente analisado, favorecendo e facilitando sua utilização, obedecendo aos critérios a seguir: Intensidade de uso Estocar as mercadorias de maior rotatividade o mais perto possível do ponto de uso; Estocar as mercadorias de menor rotatividade no espaço mais profundo possível. Semelhança Os itens recebidos e expedidos juntos devem ser estocados próximos; Os itens que possuem uma forte correlação com respeito ao tipo devem ser estocados próximos. Tamanho Estocar mercadorias pesadas, volumosas e de difícil movimentação próximas ao seu ponto de uso. Propiciar vários locais e tamanhos de estocagem Os itens pesados devem ser estocados em áreas com teto baixo e os leves e de fácil movimentação em áreas com pé-direito alto. Não levar em conta o tamanho dos itens individuais e sim o tamanho do estoque total de um item. 23 | L o g í s t i c a Características dos materiais Projetar o layout para acomodar apropriadamente os itens perecíveis; Propiciar um layout eficiente, com técnicas de estocagem, para maximizar a utilização do espaço para itens com formatos diferentes e que possam ser comprimidos Planejar a proteção dos materiais perigosos a fim de evitar incêndios e proteger outros materiais no caso de um acidente Elaborar o layout da compatibilidade dos itens estocados dentro da proximidade de cada um Programar o layout para maximizar a proteção dos itens de segurança pela localização. Utilização do espaço Conservar o uso do espaço ao maximizar a concentração das mercadorias na estocagem, maximizar a utilização do espaço cúbico e minimizar as perdas nos vãos de estocagem; Projetar o layout em torno de obstáculos e outras limitações à utilização do espaço; Os corredores devem ser retos e os principais devem levar até às portas; Os corredores devem ter largura suficiente para permitir uma operação eficaz, sem desperdício de espaço; Todos os lados da estocagem devem ter acesso por um corredor; Evitar o bloqueio do estoque; As pilhas de material devem ser uniformes, retas, estáveis e de fácil acesso; Fazer a marcação dos corredores para melhor conservação; Evitar espaços vazios dentro das áreas de estocagem; Manter registros dos locais de estoque. Equipamentos Utilizados Na busca constante pela rapidez e flexibilidade de armazenagem, algumas empresas desenvolvem, constantemente, equipamentos altamente produtivos e personalizados para cada tipo de operação. Vejamos alguns deles: Empilhadeira: equipamento motorizado que pode ser frontal ou lateral. Utilizada para transportar e empilhar volumes em geral. Guindaste: equipamento motorizado, dotado de lança fixa ou móvel, destinado à movimentação de carga pesada e de grande dimensão. 24 | L o g í s t i c a Carro pórtico: equipamento motorizado dotado de plataforma de carga que se destina à movimentação de madeiras, tubos e chapas, bem como materiais de embalagem padronizada. Trator de armazém: equipamento motorizado que se destina ao reboque de carrinhos industriais. Empilhadeira manual: equipamento sem autopropulsão, montado sobre rodízios, cujo emprego caracteriza-se pelo baixo custo de aquisição e de operação. Ponte rolante e pórtico: equipamento locomotor com deslocamento totalmente desenvolvido em trilhos no sentido longitudinal e deslocamento do dispositivo de movimentação de carga em toda a largura da unidade, podendo inclusive ser dotado de ganchos, caçambas, pinças, garra e eletroímãs, cujo emprego é recomendado para movimentação de cargas pesadas. Elevador de material: acionado por motor elétrico e comandado manual ou automaticamente, montado em estrutura, destinado exclusivamente a transporte vertical. Talha: pode ser acionada tanto manualmente como por motor, e pode ser fixa ou montada em monotrilho, viga ou pórtico com dispositivo de suspensão, constituída por corrente ou cabo, cujo emprego se caracteriza pelo baixo custo de aquisição e de operação. 25 | L o g í s t i c a Transportadores de esteira: mecanismos destinados ao transporte contínuo de granéis ou volumes, geralmente estruturas metálicas construídas com fitas que deslizam tracionadas eletronicamente. Carros de tração manual: sem autopropulsão, utilizados para movimentação de material leve e em curta distância para auxílio a operações mecanizadas. São carrinhos construídos segundo sua destinação, para transporte de estados, engradados, caixas, cilindros, botijões, tambores etc. Entre eles, destacamos alguns: Carrinho hidráulico: serve para levantar e transportar cargas sobre pallets ou estrados e tem capacidade para transportar até 2000 kg. Carrinho tartaruga: usado para transportar mercadorias volumosas de até 1200 kg. Carrinho de mão simples: transporta fardos, caixas e volumes diversos até 300 kg. Carrinho para tambor: serve para transportar tambores de forma segura por meio de trava de segurança. Carro plataforma: transporta volumes em geral até 800 kg. Alavanca com rodas: é utilizada para levantar cargas pesadas e fazer pequenos transportes. Pode ser utilizada inclusive para pequenas manobras com cargas volumosas e pesadas. 26 | L o g í s t i c a Movimentação Interna É a operação de deslocamento físico de materiais dentro das instalações de armazenamento. Essa movimentação pode acontecer de três formas: manual, mecanizada ou automatizada. Manual: quando as operações são executadas pela força humana sem auxílio de equipamentos. Mecanizada: as operações utilizam equipamentos de movimentação de materiais dirigidos por pessoas. Automatizada: quando as operações são desenvolvidas por meio de computador. Cabe uma observação quanto à movimentação manual, é necessário obedecer certas normas. A Organização Internacional da Saúde (OIS) recomenda o seguinte: Homens Mulheres Idade Peso até Idade Peso até < 16 15 kg < 18 8 kg > 16 a 18 anos 20 kg >18 a 21 anos 10 kg >18 a 40 anos 32 kg >21 anos 23 kg >40 anos 20 kg >40 anos 10 kg Para facilitar a movimentação interna dos materiais, há vários tipos de equipamentos auxiliares, tais como: Pallets: Também denominados estrados, são tablados projetados para facilitar o acondicionamento e a movimentação de materiais por meio de empilhadeiras e carrinhos hidráulicos. Podem ser de madeiras, plástico ou papelão rígido. Os pallets são utilizados na maioria das aplicações que envolvem carga unitizada, fornecendo a base para o transporte, manuseio e armazenagens. Sua utilização é indicada para indústrias e armazéns que exijam rápida e racional estocagem de grandes quantidades de carga. 27 | L o g í s t i c a Ainda é preciso observar as medidas-padrão dos pallets para suportar o empilhamento de cargas, como segue: Medidas de Pallets (em mm) Local Medida Padrão Brasil 1.200 x 1.000 PBR1 Brasil 1.250 x 1.050 PBR2 Japão 1.100 x 1.100 JIS Europa 1.200 x 800 Europallet Gaiola: Trata-se de uma armação de metal, semelhante a uma caixa, com altura de um metro e fechada dos quatro lados com tela. Serve para acondicionamento de volumes pequenos e pode ser empilhada e transportada por carrinho hidráulico ou empilhadeira. Caçamba: Semelhante à gaiola, com armação de metal, fechada dos quatro lados com chapas de metal ondulado. Utilizada para acondicionar peças pequenas a granel. 28 | L o g í s t i c a Exercícios 1. Em que “tripé” está apoiada a estrutura da armazenagem? 2. Em quais categorias dividem-se os equipamentos de movimentação de carga? 3. O veículo automotor é movimentado por quais propulsões? 4. A ponte rolante e o pórtico são incluídos em que categoria de movimentação de carga? 5. Quais as três formas de movimentação interna de um armazém? 6. De acordo com as normasda Organização Internacional da Saúde (OMS), um homem e uma mulher com 30 anos podem suportar que peso para a movimentação manual? 7. Qual o padrão do pallet PBR 1? 29 | L o g í s t i c a UNIDADE 4 FERRAMENTAS PARA A ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES Várias são as ferramentas disponíveis para administrar armazéns. Vejamos algumas delas: Curva ABC dos materiais A Curva ABC é um método de controle criado na Itália por VilfredoParetto, em meados do século XIX, com a finalidade de medir a distribuição de renda da população no país. Esse método revelou que cerca de 20% da população acumulava 80% da riqueza local. Em uma organização, o método da curva ABC é muito utilizado para a administração de estoques, mas também para a definição de políticas de vendas, para o estabelecimento de prioridades, para a programação da produção, entre outras aplicações. O método determina os pontos básicos merecedores de atenção especial. Para entendermos melhor a utilização da Curva ABC, seguiremos o exemplo a seguir: Itens A: São os itens mais importantes e devem receber atenção no primeiro momento de estudo. É nos itens A que as primeiras decisões devem ser tomadas, por conta de sua importância monetária. Os dados aqui classificados correspondem, em média, a 80% do valor monetário total e no máximo 20% dos itens estudados. Itens B: São os itens intermediários que deverão ser tratados logo após os itens da Classe A. Correspondem, em média, a 15% do valor monetário total do estoque e, no máximo, 30% dos itens estudados. Itens C: São os itens de menor importância, embora volumosos em quantidade, mas com valor monetário reduzido, permitindo maior espaço de tempo para sua análise e tomada de ação. Deverão ser tratados, somente, após todos os itens das classes A e B. Em geral, somente 5% do valor monetário total representa esta classe. 30 | L o g í s t i c a Exemplo: Foram levantados os itens do estoque da Fábrica de Peças Ltda. a fim de negociar valores menores com fornecedores. Para tanto, o Gerente de Materiais utilizou a Curva ABC para solucionar este problema. Os dados apurados estão a seguir: PRODUTO CUSTO UNITÁRIO CONSUMO MENSAL VALOR MENSAL A1 R$ 40,00 350 B2 R$ 70,00 300 C3 R$ 20,00 35 D4 R$ 5,00 15 E5 R$ 10,00 78 F6 R$ 30,00 100 G7 R$ 30,00 30 H8 R$ 15,00 26 I9 R$ 29,00 90 J10 R$ 15,00 3 A seguir, iremos ordenar os dados de acordo com o valor mensal total de cada item, em ordem decrescente desses valores. PRODUTO CUSTO UNITÁRIO(R$) CONSUMO MENSAL VALOR MENSAL (R$) % % ACUMULADA CURVA TOTAL Para classificarmos os itens e A, B ou C, adotaremos o seguinte critério: 31 | L o g í s t i c a Até 80,99% do Acumulado = item A De 81% a 95,99% do Acumulado = item B De 96% a 100% do Acumulado = item C Logo, para negociar preços menores, o Gerente deverá entrar em contato primeiro com os fornecedores das peças A e B, que correspondem a mais de 80% dos custos e somente 20% dos itens a negociar. Atividades (Curva ABC) 1) Monte a Curva ABC para o estoque da Revenda de Peças abaixo: PEÇA CUSTO UNITÁRIO CONSUMO MENSAL VALOR MENSAL Eixo R$20,00 100 Porca R$ 0,50 1000 Parafuso R$ 1,00 100 Polia 1A R$10,00 2000 Anel R$ 2,50 1000 Anel Liso R$ 1,50 50 Chaveta R$ 0,50 80 Mola R$ 3,00 5000 Arruela R$ 0,50 20 Eixo 3A R$50,00 500 Eixo 5B R$ 5,00 600 Placa R$ 1,00 1000 Polia 2E R$ 8,00 1000 Aro R$ 2,20 400 Anel Fixo R$ 1,50 100 Chave R$ 0,50 100 Luva R$ 3,00 150 Pino R$ 0,70 200 32 | L o g í s t i c a PEÇA CUSTO UNITÁRIO CONSUMO MENSAL VALOR MENSAL % % ACUMULADA CURVA Eixo 3ª R$50,00 500 R$25.000,00 31,69 31,69 A Polia 1ª R$10,00 2000 R$20.000,00 25,35 57,04 A Mola R$ 3,00 5000 R$15.000,00 19,01 76,05 A Polia 2E R$ 8,00 1000 R$ 8.000,00 10,14 86,19 B Eixo 5B R$ 5,00 600 R$ 3.000,00 3,80 89,99 B Anel R$ 2,50 1000 R$ 2.500,00 3,17 93,16 B Eixo R$20,00 100 R$ 2.000,00 2,54 95,70 B Placa R$ 1,00 1000 R$ 1.000,00 1,27 96,96 C Aro R$ 2,20 400 R$ 880,00 1,12 98,08 C Porca R$ 0,50 1000 R$ 500,00 0,63 98,71 C Luva R$ 3,00 150 R$ 450,00 0,57 99,28 C Anel Fixo R$ 1,50 100 R$ 150,00 0,19 99,47 C Pino R$ 0,70 200 R$ 140,00 0,18 99,65 C Parafuso R$ 1,00 100 R$ 100,00 0,13 99,78 C Anel Liso R$ 1,50 50 R$ 75,00 0,10 99,87 C Chave R$ 0,50 100 R$ 50,00 0,06 99,94 C Chaveta R$ 0,50 80 R$ 40,00 0,05 99,99 C Arruela R$ 0,50 20 R$ 10,00 0,01 100,00 C TOTAL R$78.895,00 33 | L o g í s t i c a 2) O Hospital das Clínicas de São Paulo produz e armazena internamente alguns medicamentos. Em função disso, monte a curva ABC desses itens, a fim de descobrir quais medicamentos geram mais custos. MED. CUSTO UNITÁRIO (R$) CONSUMO MENSAL VALOR MENSAL (R$) Med01 R$ 5,00 29 Med02 R$ 30,00 30 Med03 R$ 70,00 26 Med04 R$ 40,00 208 Med05 R$ 15,00 3 Med06 R$ 20,00 32 Med07 R$ 30,00 500 Med08 R$ 10,00 31 Med09 R$ 15,00 26 Med10 R$ 29,00 20 MED. CUSTO UNITÁRIO (R$) CONSUMO MENSAL VALOR MENSAL (R$) % % ACUMULADA CURVA Med07 R$30,00 500 R$15.000,00 53,29 53,29 A Med04 R$40,00 208 R$ 8.320,00 29,56 82,84 A Med03 R$70,00 26 R$ 1.820,00 6,47 89,31 B Med02 R$30,00 30 R$ 900,00 3,20 92,50 B Med06 R$20,00 32 R$ 640,00 2,27 94,78 B Med10 R$29,00 20 R$ 580,00 2,06 96,84 C Med09 R$15,00 26 R$ 390,00 1,39 98,22 C Med08 R$10,00 31 R$ 310,00 1,10 99,33 C Med01 R$ 5,00 29 R$ 145,00 0,52 99,84 C Med05 R$15,00 3 R$ 45,00 0,16 100,00 C TOTAL R$28.150,00 100,00 34 | L o g í s t i c a 3) Faça a análise ABC dos hidratantes comercializados pela da empresa de cosméticos abaixo: MATERIAL CUSTO UNITÁRIO CONSUMO MENSAL VALOR MENSAL Açaí R$ 19,00 170 Algodão R$ 17,00 600 Castanha R$ 17,00 300 Guaraná R$ 19,00 100 Lima R$ 18,00 250 Macadâmia R$20,00 130 Maracujá R$ 18,00 610 Morango R$ 17,00 630 Pera R$ 17,00 100 Pitanga R$ 19,00 280 MATERIAL CUSTO UNITÁRIO CONSUMO MENSAL VALOR MENSAL % % ACUMULADA CURVA TOTAL 35 | L o g í s t i c a 4) Faça a análise ABC dos produtos comercializados pela papelaria abaixo: PROD. CUSTO UNITÁRIO (R$) CONSUMO MENSAL VALOR MENSAL (R$) % % ACUMULADA CURVA TOTAL PRODUTO CUSTO UNITÁRIO CONSUMO MENSAL VALOR MENSAL Caderno 96 fls R$ 22,00 130 R$ 2.860,00 Caderno 200 fls R$ 35,00 100 R$ 3.500,00 Caneta Azul R$ 1,00 5000 R$ 5.000,00 Caneta Preta R$ 1,00 4500 R$ 4.500,00 Caneta Vermelha R$ 1,00 2000 R$ 2.000,00 Lápis R$ 0,98 9000 R$ 8.820,00 Borracha R$ 2,10 600 R$ 1.260,00 Apontador R$ 2,60 100 R$ 260,00Lapiseira R$ 3,40 90 R$ 306,00 Grafite R$ 2,00 100 R$ 200,00 36 | L o g í s t i c a PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) ou FIFO (First In, First Out) Este método é baseado na cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito para ordem de entrada do material na empresa, o primeiro que entrou será o primeiro que sairá, e assim utilizaremos seus valores na contabilização do estoque. Para entendermos melhor, utilizaremos o exemplo a seguir: Ex: A peça “xy” teve no mês passado a seguinte movimentação: Dia 3, entraram 200 peças a R$ 15,00 cada (NF01) Dia 8, entraram 120 peças a R$ 16,00 cada (NF02) Dia 10, saíram do estoque 150 peças (OF 10), Dia 15, entraram 150 peças a R$ 22,00 cada (NF03) Dia 20, saíram do estoque 180 peças (OF11) Dia 22, saíram do estoque 100 peças (OF12) Dia 28, entraram 50 peças a R$ 30,00 cada (NF04) Dia 30, saíram do estoque 30 peças (OF13). Apresente o valor atual do estoque da peça “xy” pelo método PEPS. ENTRADAS SAÍDAS SALDO DATA DOC QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR TOTAL 37 | L o g í s t i c a UEPS (Ultimo que Entra, Primeiro que Sai) ou LIFO (Last In, First Out) Este método também é baseado na cronologia das entradas e saídas, e considera que o primeiro a sair deve ser o último que entrou em estoque, portanto sempre teremos uma valorização do saldo baseada nos últimos preços. É um procedimento muito utilizado em economias inflacionárias, facilitando a contabilização dos produtos para a definição de preços de venda e refletindo custos mais próximos da realidade de mercado. Para entendermos melhor, utilizaremos o mesmo exemplo da aula passada: Ex: A peça “xy” teve no mês passado a seguinte movimentação: Dia 3, entraram 200 peças a R$ 15,00 cada (NF01) Dia 8, entraram 120 peças a R$ 16,00 cada (NF02) Dia 10, saíram do estoque 150 peças (OF 10), Dia 15, entraram 150 peças a R$ 22,00 cada (NF03) Dia 20, saíram do estoque 180 peças (OF11) Dia 22, saíram do estoque 100 peças (OF12) Dia 28, entraram 50 peças a R$ 30,00 cada (NF04) Dia 30, saíram do estoque 30 peças (OF13). Apresente o valor atual do estoque da peça “xy” pelo método UEPS. ENTRADAS SAÍDAS SALDO DATA DOC QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR TOTAL 38 | L o g í s t i c a Custo Médio A avaliação por este método é muito frequente, pois seu procedimento é simples e ao mesmo tempo age como um moderador de preços, eliminando as flutuações que possam ocorrer. Esse processo tem por metodologia a fixação de preço médio entre todas as entradas e saídas. É baseado na cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito normalmente pela quantidade da própria ordem de fabricação e os valores finais de saldo são dados pelo preço médio dos produtos. Para melhor compreendermos, continuaremos a utilizar o exemplo já apresentado. Ex: A peça “xy” teve no mês passado a seguinte movimentação: Dia 3, entraram 200 peças a R$ 15,00 cada (NF01) Dia 8, entraram 120 peças a R$ 16,00 cada (NF02) Dia 10, saíram do estoque 150 peças (OF 10), Dia 15, entraram 150 peças a R$ 22,00 cada (NF03) Dia 20, saíram do estoque 180 peças (OF11) Dia 22, saíram do estoque 100 peças (OF12) Dia 28, entraram 50 peças a R$ 30,00 cada (NF04) Dia 30, saíram do estoque 30 peças (OF13). Apresente o valor atual do estoque da peça “xy” pelo método Custo Médio. ENTRADAS SAÍDAS SALDO DATA DOC QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR TOTAL VALOR MÉDIO 39 | L o g í s t i c a Podemos perceber que o melhor resultado apresentado para uma empresa é pelo método UEPS, pois apresenta um custo operacional de seus produtos maior e um imobilizado em estoque menor, consequentemente reduzindo a carga tributária do Imposto de Renda, entretanto a fiscalização brasileira não aceita este método, pois ele prejudica a arrecadação fiscal. Atividades (PEPS, UEPS e Custo Médio) 1) A empresa "Do-Ré-Mi-Fá" apresentou a seguinte movimentação no mês de novembro: 03/nov NF 01 entrada de 150 peças a R$ 9,00 cada 04/nov NF 02 entrada de 100 peças a R$ 10,00 cada 07/Nov OF 21 saída de 120 peças 09/nov NF 03 entrada de 50 peças a R$ 13,00 cada 12/nov OF 22 saída de 100 peças 17/nov OF 23 saída de 30 peças 20/nov NF 04 entrada 60 peças a R$ 20,00 cada 25/Nov OF 24 saída de 50 peças a. Verifique o controle do estoque, utilizando o método PEPS (FIFO) ENTRADAS SAÍDAS SALDO DATA DOC QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR TOTAL 40 | L o g í s t i c a b. Verifique o controle do estoque, utilizando o método UEPS (LIFO) ENTRADAS SAÍDAS SALDO DATA DOC QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR TOTAL c. Verifique o controle do estoque, utilizando o método Custo Médio ENTRADAS SAÍDAS SALDO DATA DOC QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR TOTAL VALOR MÉDIO 41 | L o g í s t i c a 2) A empresa "Peças Plásticas Ltda." apresentou a seguinte movimentação no mês passado: 01/fev NF11 entrada de 100 peças a R$ 5,00 cada 05/fev NF12 entrada de 140 peças a R$ 6,00 cada 10/fev OF30 saída de 110 peças 11/fev NF13 entrada de 80 peças a R$ 8,00 cada 16/fev OF31 saída de 70 peças 19/fev OF32 saída de 10 peças 23/fev NF14 entrada 50 peças a R$ 11,00 cada 28/fev OF33 saída de 30 peças a. Verifique o controle do estoque, utilizando o método PEPS (FIFO) ENTRADAS SAÍDAS SALDO DATA DOC QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR TOTAL 42 | L o g í s t i c a b. Verifique o controle do estoque, utilizando o método UEPS (LIFO) ENTRADAS SAÍDAS SALDO DATA DOC QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR TOTAL c. Verifique o controledo estoque, utilizando o método Custo Médio ENTRADAS SAÍDAS SALDO DATA DOC QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR TOTAL VALOR MÉDIO 43 | L o g í s t i c a 3) A empresa "Alumínio S/A." apresentou a seguinte movimentação em Janeiro: 03/jan NF35 entrada de 230 peças a R$ 30,00 cada 06/jan NF36 entrada de 100 peças a R$ 31,00 cada 08/jan OF48 saída de 210 peças 11/jan NF37 entrada de 30 peças a R$ 33,00 cada 15/jan OF49 saída de 50 peças 21/jan OF50 saída de 40 peças 22/jan NF38 entrada 80 peças a R$ 36,00 cada 27/jan OF51 saída de 70 peças a. Verifique o controle do estoque, utilizando o método PEPS (FIFO) ENTRADAS SAÍDAS SALDO DATA DOC QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR TOTAL 44 | L o g í s t i c a b. Verifique o controle do estoque, utilizando o método UEPS (LIFO) ENTRADAS SAÍDAS SALDO DATA DOC QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR TOTAL c. Verifique o controle do estoque, utilizando o método Custo Médio ENTRADAS SAÍDAS SALDO DATA DOC QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR UNIT VALOR TOTAL QUANT VALOR TOTAL VALOR MÉDIO 45 | L o g í s t i c a Inventário Físico Periodicamente, as empresas efetuam a contagem física de seus itens em estoque e em processos para comparar a quantidade física com os dados dos registros, a fim de eliminar qualquer erro que possa existir entre os relatórios contábeis e o que realmente existe em estoque. O inventário é importante para a avaliação de valores para fins de balanço de ano fiscal e seu imposto de renda e pode ser classificado em geral ou rotativo. O inventário geral é elaborado no fim de cada ano fiscal de cada empresa, abrangendo a contagem física de todos os itens de uma só vez. Nesse processo, geralmente é necessário que todo o processo operacional da empresa pare. Essa parada é necessária para que possamos efetuar a contagem física de todos os itens de estoques, sem sofrer qualquer interferência e sem erros. O inventário rotativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer tipo de parada no processo operacional, concentrando-se em cada grupo de itens em determinados períodos. Este procedimento é mais vantajoso e econômico, pois não há necessidade de parada da fábrica e por favorecer o aperfeiçoamento do sistema de controle. Os inventários são elaborados e executados sob orientação e controle da área financeira e com documentação especialmente preparada para esse fim. O procedimento de contagem física é feito em duas vezes por duas equipes diferentes. Quando as contagens das equipes coincidem, o inventário daquele item estará encerrado, porém, quando houver divergência, uma terceira equipe fará nova contagem. Após o término do inventário, é elaborada uma análise de possíveis diferenças entre o controle de documentos e a contagem física, onde os itens que apresentarem divergência passarão por análise e posterior ajuste de acordo com as políticas da empresa. Inventário de Bens Patrimoniais Os bens de uso da empresa fazem parte do ativo fixo e devem ser registrados no livro contábil correspondente. Esse mesmo número lançado no livro deve ser gravado de forma permanente no bem adquirido. É possível ainda classificarmos o inventário, conforme o tipo, em: Geral: que considera todos os itens integrantes do estoque; Parcial: que considera determinados itens do estoque e; Específico: que considera itens específicos e é realizado sempre que se constatarem divergências físico-contábeis. 46 | L o g í s t i c a Realiza-se ao final de cada ano, quando o Departamento de Patrimônio envia a todas as unidades um alista de bens permanentes por departamento/seção. Cada departamento deve ter um responsável para acompanhar o inventário que será de responsabilidade do setor de patrimônio ou, na falta deste, algum funcionário do setor contábil, responsável pelos bens de uso da empresa. É responsabilidade do setor de guarda conferir os bens constantes na lista com todos os materiais que se encontram nos departamentos/seções. Caso seja encontrada alguma diferença, deve solicitar nova contagem e se a diferença persistir, o setor de guarda deve comunicar por escrito à seção de patrimônio: Bens que estão na lista e não foram encontrados. Bens encontrados e que não constam na lista. Bens sem as plaquetas de patrimônio. É de responsabilidade da seção de patrimônio: Fazer o inventário geral do patrimônio com o resumo das alterações encontradas nas listas. Movimentar os materiais encontrados para o setor onde se encontra. Tombar os materiais sem plaquetas. Receber materiais. Tombar os materiais adquiridos, existentes e doados. Dar ao material descartado um destino viável (doação, leilão). Questões para Revisão: 1. O que é Curva ABC? 2. O que é o sistema PEPS (FIFO)? 3. O que é o sistema UEPS (LIFO)? 4. O que é o sistema Custo Médio? 5. O que é Inventário Físico? Como pode ser classificado? 6. O que é Inventário de Bens Patrimoniais? 47 | L o g í s t i c a UNIDADE 5 DISTRIBUIÇÃO O conceito de distribuição é bastante abrangente, incluindo tanto os vários caminhos que o produto segue do produtor ao consumidor, como também decisão de transporte, armazenagem, localização de depósitos, filiais, estoques, processamento de pedidos etc. Em suma, inclui todas as atividades relacionadas com a transferência física do produto aos clientes. Canais de Distribuição Canal de Distribuição é a combinação de instituições pelas quais o vendedor vende produtos ao consumidor, ao usuário ou ao consumidor final. Os elementos que estão no processo de distribuição são os membros de um canal. O canal é o caminho percorrido pelo produto para transferir-se do produtor ao consumidor final. Um fabricante pode vender para um atacadista, que venderá para um varejista, que venderá, finalmente, para o consumidor final. A escolha de cada um desses caminhos vincula-se totalmente à administração da empresa. Tanto a abrangência como a importância do estudo da distribuição vêm aumentando. De um lado, porque os clientes tendem a ser cada vez mais exigentes; de outro, porque um sistema de distribuição bem organizado gera sinergias e resultados que podem se transformar em excelente vantagem competitiva. Contribuem, ainda para o aumento da importância desse estudo as recentes e variadas maneiras de realizara comercialização de bens e serviços, que cresceram por força do uso intensivo de variadas formas de comunicação e de tecnologia da informação. Sistemas Milk Run e Cross Docking Conceito de MilkRun O termo MilkRun surgiu a partir da ideia de trazer para a indústria a prática oriunda dos antigos leiteiros norte-americanos, que deixavam galões vazios na porta das suas fazendas fornecedoras e levavam galões cheios no lugar, tendo assim, a matéria-prima no momento que desejavam. MilkRun é o método de acelerar o fluxo de materiais entre plantas, no qual os veículos seguem uma rota para fazer múltiplas cargas e entregas em muitas plantas. O sistema MilkRun surgiu a partir do conceito Toyota Production System (TPS), idealizado pela Toyota do Japão, que visa o Just In Time. 48 | L o g í s t i c a A Toyota desenvolveu um sistema de logística que otimizava seu tempo de trabalho em todas as etapas do processo industrial. Esse sistema englobava desde a captação da matéria-prima – cada uma das plantas enviava sua própria frota de caminhões até as instalações de cada fornecedor para a retirada dos materiais (MilkRun) – até a entrega do produto finalizado aos seus clientes. Temos três formas de coletar pelo sistema MilkRun, a saber: 1. Realizada pela própria indústria, em que a montadora gerencia a melhor rota para seu veículo de coleta, determinando a quantidade de peças necessárias para coletar em cada fornecedor, em uma determinada rota, visando aproveitar melhor a capacidade de seu veículo de transporte. 2. Realizada por terceiro (transportadora), em que a montadora executa o trabalho de encontrar a melhor roteirização e determina a quantidade de peças necessárias que devem ser coletadas de cada fornecedor em cada viagem. 3. Feita por um operador logístico, em que a montadora determina a quantidade de peças a serem coletadas, quando essas peças serão necessárias em suas plantas e um operador logístico executa a tarefa de determinar a melhor roteirização para a coleta, visando sempre atender ao plano de produção da montadora para que a linha de montagem não fique desabastecida de peças ou componentes. Neste caso, o operador logístico executa também o transporte das peças com sua própria frota de veículos ou repassa a operação de transporte para uma transportadora. Como vemos, no sistema denominado convencional (as peças são entregues pelos fornecedores na própria montadora) os custos de transporte estão inseridos no preço do produto, ou seja, a montadora compra no sistema CIF (cost, insurance and freight). Já no sistema denominado MilkRun, a montadora está encarregada de coletar as peças ou componentes diretamente nos fornecedores, ou seja, a montadora compra no sistema FOB (Free on Board) e os custos de transporte ficam a cargo da montadora. 49 | L o g í s t i c a No sistema de coleta programada, MilkRun, os veículos utilizados para o transporte das peças devem maximizar sua capacidade e otimizar a rota. O intuito, neste ponto do sistema, é minimizar os custos de transporte da operação. Com o sistema de coleta programada, o transporte, o transporte das peças para a montadora é realizado apenas quando for solicitado e na quantidade necessária. Desta forma, a montadora não mais recebe quantidade acima da que foi programada para a coleta. O desafio do sistema de coleta programada de peças, MilkRun, é agregar valor à cadeia de suprimentos, reduzindo estoques e perdas. Com a produção de lotes menores, consequentemente, há redução do ciclo de produção e programa-se o que realmente foi planejado para ser executado. Dentro deste aspecto de trabalho pode-se produzir conforme a demanda real. Desta forma, permite-se, mais rapidamente, responder às flutuações da demanda e facilitar o planejamento e programação da produção da empresa. Vantagens do sistema MilkRun O MilkRun se torna uma forma para o método Kanban, que é utilizado na filosofia de trabalho Just In Time. A coleta programada de materiais com os fornecedores oferece, entre outras vantagens: Minimizar o custo do frete, utilizando a total capacidade do veículo de transporte (volume ou peso) com a melhor roteireização possível para coleta das peças nos fornecedores. Potencializar o giro de estoque e disciplinar o fornecedor, aumentando a frequência de abastecimento e alimentando a montadora apenas com as peças necessárias, nas quantidades indispensáveis, na hora solicitada e dentro das embalagens padronizadas. Reduzir o número de veículos dentro da montadora e melhorar a coordenação deles em sua planta fabril. Como as peças são coletadas cada qual em seu fornecedor, existe a redução do número de veículos atendidos para realizar a operação de suprimentos de peças na planta fabril da montadora e, como cada veículo de coleta possui um horário predefinido para a entrega, há maior controle no atendimento das peças em função da mão-de-obra e dos equipamentos necessários para essa operação. Agilizar a operação de carregamento e descarregamento de materiais, de modo a eliminar tempos ociosos quando o veículo de coleta de peças está nos fornecedores e na própria montadora. Nivelar o fluxo diário de recebimento de materiais. 50 | L o g í s t i c a Melhorar os serviços prestados, a embalagem padronizada, o aproveitamento de carga/palete e conseguir maior rapidez na carga e descarga dos veículos de coleta programada de peças. Reduzir o estoque nos fornecedores. Com a obtenção do programa de produção necessário para abastecer a montadora (dia programado para coleta das peças e quantidade a ser fornecida), os fornecedores podem programar-se para a obtenção de suas matérias-primas e gerenciar o estoque em suas cadeias. Melhorar a administração das embalagens reutilizáveis. As embalagens são padronizadas e o operador logístico reabastece o fornecedor conforme sua necessidade e em função do programa de coleta de peças. Portanto, cada fornecedor tem um número determinado de embalagens dentro do ciclo de coleta de peças (fornecedor – montadora). Reduzir avarias no transporte. Com as embalagens padronizadas e a operação de transporte realizada por veículos preparados, reduz-se muito o problema de avarias de peças no transporte e na movimentação, por meio de estudos feitos para balancear a carga no veículo (layout) e não danificar as embalagens, mantendo sempre as mesmas pessoas, treinadas, envolvidas no sistema de coleta programada, motorista de veículo do operador logístico, motorista de empilhadeira do fornecedor e da própria montadora. Conceito de Cross Docking É um procedimento que ocorre dentro do sistema produtivo. Ao ser gerado o produto final, ele é enviado diretamente da linha de produção para ser distribuído, não sofrendo armazenagem física. O termo é definido também para quando uma determinada carga chega a um local, é transferida para outro caminhão, avião, navio ou trem (transbordo) para ser distribuída ao cliente, diretamente, sem também ser armazenada. Esse procedimento se aplica, principalmente, à distribuição de produtos altamente perecíveis, que necessitam de distribuição rápida. O Cross Docking permite que a administração dos Centros de Distribuição concentre-se no fluxo de mercadorias e não na armazenagem delas. A aplicação desse sistema busca reduzir ou eliminar, se possível, duas das atividades mais caras realizadas em um armazém, que são a estocagem e o picking. Picking está relacionado com o procedimento de movimentação, ou seja, ao realizá-lo, o operador separa o pedido, etiqueta, identifica e embala os itens que devem ser distribuídos. Ao buscar diminuição de custos pela redução do manuseio de materiais e do nível de estoques, o Cross Docking trabalha com pedidos de ordens dos clientes em menores quantidades, 51| L o g í s t i c a entregues em ritmo mais frequente, mantendo o nível ao cliente. Essa técnica proporciona diversas vantagens tanto para o fornecedor quanto para o cliente. Entre as diversas vantagens identificadas, destacam-se, segundo a EAN Internacional: 1. Redução de Custos: todos os custos associados ao excesso de estoque e à distribuição são reduzidos, já que o transporte é feito em FTL (FullTruckLoad) e de forma mais frequente. 2. Redução da área física necessária no CD: com a redução ou eliminação do estoque, a área necessária no centro de distribuição é reduzida. 3. Redução da falta de estoque nas lojas dos varejistas: devido ao ressuprimento contínuo, em quantidades menores e mais frequentes. 4. Redução do número de estoque em toda a cadeia de suprimentos: o produto passa a fluir pela cadeia de suprimentos, não sendo estocado. 5. Redução da complexidade das entregas nas lojas: é realizada uma única entrega formada por uma variedade de produtos dos seus diversos fornecedores, em um único caminhão. 6. Aumento do turn-over no CD: a rotatividade no centro de distribuição aumenta, já que o sistema opera com entregas em menores quantidades e com mais frequencia. Fluxo da Distribuição Direta e Indireta Os conceitos modernos indicam que a distribuição física pode ser direta ou indireta. Distribuição direta: ocorre sem a participação de outra pessoa jurídica (para comprar e revender) e pode ser realizada por meio da venda pessoal ou do marketing direto. Distribuição indireta: utiliza, no fluxo dos produtos, as figuras do atacado e/ou varejo, podendo ser classificada em intensiva, seletiva e exclusiva. Distribuição intensiva: neste caso, a empresa deseja fazer a distribuição de seus produtos para o maior número possível de consumidores. É o caso da distribuição de cigarros ou refrigerantes, encontrados em diversos pontos da cidade. Distribuição seletiva: quando se leva em conta a imagem do produto. A imagem do ponto de venda deve ser compatível com a que se pretende fixar para o produto. Também se usa quando é preciso que o revendedor ofereça alguns serviços e/ou facilidades, como crédito, assistência técnica, qualidade dos vendedores etc. É recomendável que a empresa que 52 | L o g í s t i c a opte por esse sistema respeite a área geográfica do revendedor selecionado. Esse tipo de distribuição é recomendado principalmente para os bens de compra de médio e/ou alto valor unitário e para alguns bens de especialidade de baixo valor unitário. Distribuição exclusiva: quando os fabricantes escolhem seus revendedores e os autorizam a distribuir de forma exclusiva seus produtos. Aqueles produtos que os fabricantes não têm interesse de popularizar podem ser distribuídos desse modo. Questões para Revisão: 1. Por canal de distribuição, entendemos a combinação de instituições pelas quais o __________________ vende os produtos ao ____________________. 2. O termo “MilkRun” está relacionado a uma antiga prática dos EUA. Que prática é essa? 3. Cite três vantagens do MilkRun. 4. Quais as três formas de coletar por meio do sistema MilkRun? 5. Em logística, especificamente na distribuição, o que significa o termo FOB? E o termo CIF? 6. O que é o sistema Cross Docking? 7. A distribuição indireta pode ser classificada em quantos tipos? Cite-os. 53 | L o g í s t i c a Revisão 1 Para Avaliação de Logística (Data: _________) Nível de Serviço 1. No mês passado, o armazém de uma empresa recebeu 846 pedidos de um determinado item. Destes, apenas 728 pedidos foram atendidos. Calcule o nível de serviço apresentado e comente o resultado. 2. Uma empresa recebeu em 2013 um total de 8510 requisições de material, com um número médio de 10,7 itens por requisição. Foram entregues ao todo 91000 itens. Calcule o nível de serviço. 3. Uma empresa recebeu 1100 pedidos de um item, sendo que destes, foram entregues 1010. Calcule o nível de serviço apresentado pela empresa e comente o resultado. 4. No mês de janeiro, o almoxarifado de uma empresa recebeu 6200 pedidos de um determinado item. Destes, apenas 5900 pedidos foram atendidos. Calcule o nível de serviço apresentado e comente o resultado. 5. O almoxarifado de uma empresa recebeu 5700 requisições de material, com um número médio de 9 itens por requisição. Foram entregues ao todo 49600 itens. Calcule o nível de serviço deste almoxarifado e comente o resultado. 54 | L o g í s t i c a Estoque de Segurança 6. Uma empresa quer definir o Estoque de Segurança de determinado produto que tem uma demanda média trimestral de 1900 unidades e, para isso, o gerente de logística definiu um grau de risco de 35%. Nesse caso, qual seria o estoque de segurança? 7. Uma empresa possui um Estoque de Segurança mensal de 912 peças de um determinado produto. Sabendo que o grau de risco para esse produto é de 20%, calcule a demanda média mensal. 8. A empresa Ômega possui uma demanda bimestral média de 2700 unidades seu principal produto. Sabendo que o Estoque de Segurança de 378 peças, calcule o coeficiente de grau de risco. 9. Uma empresa possui um Estoque de Segurança mensal um produto de 780 peças. Sabendo que o grau de risco para esse produto é de 13%, calcule a demanda média mensal. 10. Uma empresa possui uma demanda mensal média de 450 unidades seu principal produto. Sabendo que o Estoque de Segurança de 81 peças, calcule o coeficiente de grau de risco. 55 | L o g í s t i c a Giro de Estoque 11. De janeiro a junho de 2013, a empresa Jolly Roger apresentou a seguinte movimentação em R$: Mês Estoque Inicial Entradas Saídas Estoque Final Estoque Médio Janeiro 150.000,00 43.000,00 90.000,00 Fevereiro 12.000,00 31.000,00 Março 26.000,00 45.000,00 Abril 10.000,00 9.000,00 Maio 59.000,00 12.000,00 Junho 18.000,00 8.000,00 Total De acordo com a tabela, calcule o Giro de Estoque. 12. De julho a dezembro de 2013, a empresa XYZ apresentou a seguinte movimentação, em R$: Mês Estoque Inicial Entradas Saídas Estoque Final Estoque Médio Julho 131.091,00 22.000,00 100.000,00 Agosto 130.200,00 43.700,00 Setembro 12.800,00 50.000,00 Outubro 80.200,00 77.100,00 Novembro 31.159,00 47.215,00 Dezembro 12.000,00 17.000,00 Total De acordo com a tabela, calcule o Giro de Estoque. 56 | L o g í s t i c a 13. De Julho a Setembro, a empresa Delta apresentou a seguinte movimentação, R$: Mês Estoque Inicial Entradas Saídas Estoque Final Estoque Médio Julho 150.000,00 95.000,00 180.000,00 Agosto 18.000,00 10.000,00 Setembro 15.000,00 80.000,00 Total De acordo com a tabela, calcule o Giro de Estoque. 14. De janeiro a agosto, a empresa ABC apresentou a seguinte movimentação, em R$: Mês Estoque Inicial Entradas Saídas Estoque Final Estoque Médio Janeiro 93.000,00 100.000,00 118.000,00 Fevereiro 35.000,00 15.210,00 Março 18.000,00 36.180,00 Abril 12.000,00 79.154,00 Maio 60.000,00 65.000,00 Junho 70.000,00 72.000,00 Julho 100.000,00 94.000,00 Agosto 100.000,00 96.720,00 Total De acordo com a tabela, calcule o Giro de Estoque. 57 | L o g í s t i c a Revisão 2 Para Avaliação de Logística (Data: _________) Curva ABC 1) Faça a análise ABC dos produtos comercializados pela empresa abaixo: PRODUTO CUSTO UNITÁRIO CONSUMO MENSAL VALOR MENSAL Brinquedo1 R$ 30,00 50 Brinquedo2 R$ 60,00 30 Brinquedo3 R$ 100,00 90 Brinquedo4 R$ 5,00 1500 Brinquedo5 R$ 12,00 96 Brinquedo6 R$1.000,00
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