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Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Curso: Medicina Disciplina: Anatomia Humana Sistêmica NEUROANATOMIA Monitora: Julyara Pinheiro Belém/2012 Neuroanatomia =P 2 Introdução ao sistema nervoso ------------------------------ 03 Medula espinhal ----------------------------------------------- 07 Nervos espinhais e plexos ------------------------------------ 13 Sistema nervoso autônomo----------------------------------- 18 Tronco encefálico---------------------------------------------- 21 Cerebelo --------------------------------------------------------- 25 Diencéfalo------------------------------------------------------- 28 Telencéfalo------------------------------------------------------ 33 Nervos cranianos ---------------------------------------------- 36 Via olfatórias --------------------------------------------------- 43 Via gustativa --------------------------------------------------- 44 Via auditiva ---------------------------------------------------- 46 Via óptica ------------------------------------------------------ 50 Vias ascendentes --------------------------------------------- 54 Vias descendentes ------------------------------------------- 57 Núcleos da base---------------------------------------------- 59 Classificação funcional no córtex------------------------ 66 Neuroanatomia =P 3 INTRODUÇÃO AO SISTEMA NERVOSO CONCEITO É uma extensa e complexa organização de estruturas pelas quais as reações internas do organismo são correlacionadas, controladas e integradas, além de ajustá- lo ao meio ambiente. Conceitos importantes em neuroanatomia: - Substância cinzenta: tecido nervoso possuindo neuróglia, corpos neuronais e axônios predominantemente amielínicos. - Substância branca: tecido nervoso possuindo neuróglia e axônios predominantemente mielínicos. - Núcleo: massa de substância cinzenta no interior de substância branca, ou grupos de neurônios com a mesma função e morfologia. - Gânglio: grupamento de corpos neuronais fora do sistema nervoso central. - Nervo: grupamento de axônios fora do sistema nervoso central. - Córtex: substância cinzenta em uma camada fina na superfície do cérebro ou cerebelo. - Tracto: feixe de fibras nervosas com aproximadamente a mesma origem, função e destino. - Fascículo: refere-se a um tracto mais compacto. - Lemnisco: é empregado a alguns feixes de fibras sensitivas que levam impulso ao tálamo. Neuroanatomia =P 4 - Funículo: divisão da substância branca da medula espinhal, contém vários tractos ou fascículos. - Decussação: fibras nervosas que cruzam obliquamente o plano mediano e que possuem aproximadamente a mesma direção. -Comissura: fibras nervosas que cruzam o plano mediano perpendicularmente e que seguem direções opostas. - Fibras de projeção: fibras que saem do limite de determinada área ou órgão. - Fibras de associação: fibras que interligam pontos distante de um mesmo órgão ou área sem abandoná-lo. DIVISÃO O sistema nervoso precisa ser visto como um todo, porém sua divisão é necessária para facilitar o entendimento de sua anatomia e funcionamento. O sistema nervoso pode ser dividido de acordo com aspectos anatômicos, embriológicos e funcionais. - Divisão anatômica cérebro encéfalo cerebelo mesencéfalo Sistema Nervoso Central tronco encefálico ponte (SNC) medula espinhal bulbo espinhais nervos cranianos Sistema Nervoso Periférico (SNP) gânglios e terminações nervosas Neuroanatomia =P 5 - Divisão embriológica telencéfalo Prosencéfalo cérebro diencéfalo Mesencéfalo mesencéfalo metencéfalo cerebelo e ponte Rombencéfalo mielencéfalo bulbo - Divisão funcional aferente Sistema Nervoso Somático eferente aferente simpático Sistema Nervoso Visceral eferente (sistema nervoso autônomo) parassimpático Neuroanatomia =P 6 ORGANIZAÇÃO MORFOFUNCIONAL A unidade funcional do sistema nervoso é o neurônio, formado tipicamente por um corpo celular (centro metabólico, faz a síntese das proteínas neuronais e é responsável pelos processos de degradação e renovação celular), vários dendritos (recebem os estímulos e os traduzem em potencial de ação) e um axônio (é capaz de gerar e conduzir o potencial de ação). É constituído tanto por um sistema sensorial, formado por neurônios sensitivos que conduzem impulsos vindos da superfície do corpo (pele) ou do interior do organismo (vísceras, músculos..) para a medula ao para o tronco encefálico. Há também as fibras motoras que transmitem impulsos vindos do sistema nervoso para os órgãos, fazendo com que realizem suas funções, como por exemplo, a contração de um músculo esquelético.Neuroanatomia =P 7 Medula espinhal INTRODUÇÃO É uma estrutura de formato alongado e cilíndrico, localizada incompletamente no interior do canal vertebral. Superiormente, ao nível do forame magno do osso occipital, limita-se com o bulbo e inferiormente, ao nível de L2, estreita-se formando o cone medular, estrutura que descende ainda mais continuando com uma delgada estrutura formada por meninge e nervos, denominada de filamento terminal. Na medula espinhal a substância branca (axônios), encontra-se externamente e a substância cinzenta (corpos neuronais) internamente. ANATOMIA EXTERNA DA MEDULA ESPINHAL - Menínges e líquor Antes de começar a falar da medula espinhal propriamente dita é importante ressaltar que esta é envolvida por membranas fibrosas chamadas de meninges, que são em número de três: - Dura-máter: é a mais externa e bastante resistente. Envolve toda medula como se fosse um saco (saco dural), superiormente continua com a dura- máter encefálica e inferiormente termina ao nível de S2. É vascularizada e bastante inervada. O espaço epidural localiza-se entre a dura-máter e o canal vertebral, contém tecido adiposo e o plexo venoso vertebral interno. - Aracnóide: membrana muito delicada justaposta à dura-máter, nela encontra-se as trabéculas aracnóideas, que fazem a união desta com a pia-máter. É Neuroanatomia =P 8 avascular. O espaço subdural situa-se entre a aracnóide e a dura-máter e é considerado um espaço virtual, contém pequena quantidade de líquido. - Pia-máter: é a mais interna e mais delicada, é aderida intimamente ao tecido nervoso, é bastante vascularizada. A medula espinhal termina ao nível de L2, porém a pia-máter continua na forma de filamento terminal, que perfura o saco dural (nesse nível passa a ser chamado de filamento da dura-máter espinhal) e termina no hiato sacral. O espaço subaracnóideo localiza-se entre a aracnóide e a pia-máter, contém o líquor. O líquor é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. Sua função é primordial é proteção mecânica do sistema nervoso central (princípio de Pascal), além de diminuir o peso (princípio de Arquimedes). - Intumescências A medula não possui diâmetro uniforme em toda a sua extensão, existem áreas que são ligeiramente mais dilatadas, denominadas intumescências. Há a intumescência cervical, localizada ao nível da coluna cervical, corresponde ao nível de origem dos grandes raízes nervosas que formam o plexo braquial (inervação dos membros superiores). As raízes nervosas formadoras do plexo lombossacral (inervação dos membros inferiores) saem da intumescência lombar. A formação dessas estruturas ocorre principalmente pelo aumento da concentração de neurônios nessas regiões. - Sulcos longitudinais da medula espinhal Neuroanatomia =P 9 A fissura mediana anterior e o sulco mediano posterior dividem longitudinalmente a medula espinhal em uma metade esquerda e outra direita. No sulco lateral anterior e no sulco lateral posterior fazem conexão respectivamente as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. Na medula cervical existe ainda o sulco intermédio posterior, localizado entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior. Então no sentido ântero-posterior percorrendo toda a superfície da medula espinhal temos: fissura mediana anterior, sulco lateral anterior, sulco lateral posterior, sulco intermédio posterior (somente na coluna cervical) e sulco mediano posterior. - Segmentos medulares Cada nervo espinhal é formado por uma raiz dorsal (sensitiva) e uma raiz ventral (motora), a conexão da medula com os nervos espinhais marca os segmentos medulares. Existem 31 pares de nervos espinhais (8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo), que correspondem a 31 segmentos medulares. - Topografia da medula espinhal A medula espinhal termina ao nível de L2, abaixo deste nível encontra-se apenas meninges e raízes nervosas. Sendo que o cone medular é a porção terminal na medula, o filamento terminal é composto principalmente por pia-máter e as raízes nervosas que descendem a partir daí são denominadas em conjunto de cauda equina. ANATOMIA INTERNA DA MEDULA ESPINHAL Neuroanatomia =P 10 A medula espinhal é formada por duas porção principais, uma interna formada por substância cinzenta (corpos neuronais) e outra externa formada por substância branca (axônios mielínicos). - Substância cinzenta Há duas grandes massas laterais da cada lado da medula as quais distinguimos três colunas ou cornos (coluna ou corno anterior, lateral,que só existe de T1 à L2,e posterior), essas massas são interligadas medialmente por uma faixa estreita composta pela substância intermédia central e lateral. No centro da substância cinzenta encontra-se o canal central da medula ou canal ependimário. A substância cinzenta é encontrada em menor quantidade na região torácica, diferentemente das regiões cervical e lombar (intumescências). - Substância branca A substância branca inteira é dividida, de cada lado da medula, em três funículos. O funículo anterior, situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior; o funículo lateral, situado entre o sulco lateral anterior e o sulco lateral posterior e o funículo posterior, entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior. Na porção cervical da medula o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil e cuneiforme. - NÚCLEOS DA MEDULA ESPINHAL Os neurônios medulares não estão dispostos de maneira uniforme na substância cinzenta, agrupam-se em núcleos mais ou menos definidos. Esses núcleos são organizados de acordo com sua localização nas colunas ou cornos medulares. Neuroanatomia =P 11 - TRACTOS E FASCÍCULOS DA SUBSTÂNCIA BRANCA DA MEDULA ESPINHAL - Vias ascendentes fascículo grácil Funículo posterior fascículo cuneiforme tracto espino-talâmico lateral Funículo lateral tracto espino-cerebelar posterior tracto espino-cerebelar anterior Funículo anterior tracto espino-talâmico anterior Neuroanatomia =P 12 - Vias descendentes (*Vias piramidais e **Vias extra-piramidais) tracto rubro-espinal** Funículo lateral tracto retículo-espinal lateral** tracto cortico-espinal lateral* tracto vestíbulo-espinal** Funículo anterior tracto retículo-espinal anterior** tracto vestíbulo-espinal ** trato cortico-espinal anterior* trato tecto-espinal** Neuroanatomia =P13 Nervos espinhais e plexos INTRODUÇÃO São aqueles que fazem conexão com a medula espinhal, responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e parte da cabeça. Há 31 pares de nervos espinhais e estão distribuídos em: oito pares de nervos cervicais; doze pares de nervos dorsais ou torácicos; cinco pares de nervos lombares; cinco pares de nervos sacrais e um par de nervos coccígeo.Os nervos espinhais são de função mista, pois desempenham tanto funções motoras (transmitem mensagens dos centros nervosos para os órgãos) quanto sensitivas (transmitem estímulos dos órgãos para os centros nervosos). A raiz sensitiva ou dorsal liga-se ao sulco lateral posterior da medula através dos filamentos radiculares posteriores, nela encontra-se o gânglio sensitivo da raiz dorsal ( corpos de neurônios pseudo-unipolares). A raiz motora ou ventral dos nervos espinhais se liga ao sulco lateral anterior através dos filamentos radiculares anteriores, os corpos dos neurônios da raiz motora localizam-se na coluna anterior e lateral da medula espinhal. Da união das duas raízes forma-se o tronco do nervo espinhal que é misto. FIBRAS DOS NERVOS ESPINHAIS As fibras que compõem o nervo espinhal podem ser aferentes viscerais, quando originadas em visceroceptores e responsáveis pela sensibilidade das viscerais, ou aferentes somáticas, quando originadas em exteroceptores (localizados na superfície corporal) ou em proprioceptores (localizados em músculos e articulações). Além disso, há fibras eferentes ou motoras viscerais, que terminam em viscerais, músculo liso, cardíaco ou glândulas, e fibras eferentes somáticas, que terminam em músculo esquelético. Neuroanatomia =P 14 somáticas exteroceptivas (temperatura,dor, pressão, tato..) Fibras aferentes proprioceptivas (consciente e inconsciente) viscerais visceroceptores somáticas músculos estriados esqueléticos Fibras eferentes viscerais músculos lisos, cardíacos e glândulas TRAJETO DO NERVO ESPINHAL Raiz dorsal ramo dorsal + tronco do nervo Raiz ventral espinhal Forame ramo ventral intervertebral Os ramos dorsais são menores e se destinam aos músculos e à pele da região dorsal do tronco, da nuca e da região occipital. Os ramos ventrais representam praticamente a continuação do tronco do nervo espinhal, se dirigem para musculatura, pele, ossos e vasos dos membros e região ântero-lateral do pescoço e do tronco. Os ramos ventrais dos nervos espinhais torácicos tem trajeto paralelo seguindo o seu espaço intercostal, considerados assim unissegmentares, o que não ocorre com os ramos ventrais dos outros segmentos, pois suas fibras se misturam formando os plexos, por isso são considerados plurissegmentares. PLEXO CERVICAL É formado pelos ramos ventrais dos quatro nervos cervicais espinhais superiores (C1-C4), inerva alguns músculos do pescoço, o diafragma e áreas da pele Neuroanatomia =P 15 na cabeça, pescoço e tórax. Cada ramo ventral faz anastomose com o subsequente formando três alças de convexidade lateral (C1 com C2, C2 com C3 e C3 com C4). Dessas três alças derivam ramos que constituem as duas partes do plexo cervical (superficial e profunda). A parte superficial é constituída por fibras essencialmente sensitivas, inervam o pavilhão da orelha, a pele do pescoço e a região próxima à clavícula. A parte profunda do plexo é constituída por fibras motoras, destinando-se à musculatura ântero-lateral do pescoço e ao diafragma. O nervo frênico é formado por fibras motoras que derivam de C3, C4 e C5, desce para se distribuir no diafragma. PLEXO BRAQUIAL O membro superior é inervado pelo plexo braquial situado no pescoço e na axila, formado por ramos ventrais dos quatro nervos espinhais cervicais inferiores (C5,C6,C7,C8) e do primeiro torácico (T1). O plexo braquial tem localização lateral à coluna cervical e passa posteriormente à clavícula e acompanha a artéria axilar. Os ramos ventrais de C5 e C6 formam o tronco superior; o ramo anterior de C7 forma o tronco médio; e os ramos anteriores de C8 e T1) formam o tronco inferior. Cada tronco possui uma divisão anterior e uma posterior, que se unem para formar os fascículos. As divisões anteriores dos troncos superior e médio formam o fascículo lateral; a divisão anterior do tronco inferior forma o fascículo medial; e as divisões posteriores dos três troncos formam o fascículo posterior. O fascículo posterior origina os nervos axilar e radial, o fascículo lateral origina o nervo musculocutâneo e a raiz lateral do nervo mediano e o fascículo medial origina a raiz medial do nervo mediano e o nervo ulnar. Neuroanatomia =P 16 PLEXO LOMBAR Este plexo está situado na parte posterior do músculo psoas maior, anteriormente aos processos transversos das vértebras lombares. É formado pelos ramos ventrais dos três primeiros nervos lombares e pela maior parte do quarto nervo lombar (L1, L2, L3 e L4) e um ramo anastomótico de T12. L1 mais ramo de T12 formam três ramos que são o nervo ìlio-hipogástrico, o nervo ílio-inguinal e a raiz superior do nervo genitofemoral. L2 se trifurca dando a raiz inferior do nervo genitofemoral, a raiz superior do nervo cutâneo lateral da coxa e a raiz superior do nervo femoral. L3 concede a raiz inferior do nervo cutâneo lateral da coxa, a raiz média do nervo femoral e a raiz superior do nervo obturatório.L4 fornece o ramo anastomótico a L5 e em seguida se bifurca dando a raiz inferior do nervo femoral e a raiz inferior do nervo obturatório. Ramos terminais fascículos divisões troncos raízes n. axilar Raiz medial do n. mediano Raiz lateral do n. mediano Neuroanatomia =P 17 PLEXO SACRAL O plexo sacral é formado pelo tronco lombossacral ( L4 - L5) e ramos ventrais de S1-S4.O ramo anastomótico de L4 se une ao L5 constituindo o tronco lombossacral. Em seguida o tronco lombossacral se une com S1 e depois sucessivamente ao S2, S3 e S4. O ramo terminal mais importante é o nervo isquiático, é o mais calibroso e mais extenso nervo do corpo humano, pois suas fibras podem descer até os dedos dos pés. Esse nervo é constituído por duas porções, que são os nervos fibular comum (L4, L5, S1 e S2) e tibial, formado por L4, L5, S1, S2 e S3. O nervo fibular comum já na fossa poplítea dirige-se obliquamente para baixo e lateralmente se bifurcando em nervos fibulares superficial e profundo. Neuroanatomia =P 18 Sistema Nervoso Autônomo INTRODUÇÃO O sistema nervoso pode ser dividido em uma porção somática eoutra visceral, a porção visceral relaciona-se com a inervação de estruturas viscerais e é muito importante para a homeostase, possui uma parte aferente (conduz impulsos originados em visceroceptores para o sistema nervoso central) e outra parte eferente (traz impulsos dos grandes centros nervoso até as estruturas viscerais, terminando em músculo liso, cardíaco e glândulas). Denomina-se então sistema nervoso autônomo apenas a porção eferente do sistema nervoso visceral.É importante pontuar que existe uma diferença muito importante entre o componente eferente o sistema nervoso visceral e do somático, o primeiro apresenta dois neurônios em sua via, enquanto o segundo apenas um. ORGANIZAÇÃO GERAL DO SNA Há dois neurônios na via, um deles possui seu corpo dentro do SNC, formando núcleos, e o outro no SNP, formando gânglios. Os neurônios que possuem seus corpos em gânglios são denominados neurônios pós-gânglionares e os que possuem seus corpos em núcleos são chamados de pré-ganglionares, esses neurônios são elementos fundamentais na organização periférica do SNA. Na medula os núcleos autônomos podem ser encontrados de T1-T2 ( coluna lateral), L1-L2 e S2-S4. O axônio do neurônio pré-ganglionar constitui a chamada fibra pré-ganglionar, assim denominada porque localiza-se antes de uma gânglio. O axônio do neurônio pós- ganglionar é chamado de fibra pós-ganglionar. Desse modo a direção do impulso é a seguinte: Neurônio pré-ganglionar fibra pré-ganglionar neurônio pós-ganglionar fibra pós-ganglionar órgão Neuroanatomia =P 19 DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO O SNA é dividido em dois sistemas, o simpático e o parassimpático, que diferem anatomicamente e fisiologicamente, e na maioria das situações são antagonistas. - Sistema nervoso simpático Seus neurônios pré-ganglionares localizam-se na medula torácica e lombar (T1-L2), por isso é considerado um sistema tóraco-lombar. Os neurônios pós- ganglionares, localizam-se longe das vísceras e consequentemente próximos à coluna vertebral em gânglios, que podem ser paravertebrais (agrupados no tronco simpático, estrutura localizada de cada lado da coluna vertebral e se dispõe da base do crânio até o cóccix) ou pré-vertebrais ( localizam-se anteriormente à coluna vertebral e à aorta abdominal, têm-se os gânglios celíacos, aórtico-renais, mesentérico superior e mesentérico inferior). As fibras pré-ganglionares são curtas e as pós-ganglionares são longas. Em relação ao neurotransmissor utilizado nas sinapses observa-se acetilcolina na fibra pré-ganglionar e adrenalina na fibra pós-ganglionar. - Sistema nervoso parassimpático É a parte craniossacral do SNA, ou seja, suas fibras se originam de certos nervos cranianos e da porção sacral da medula espinhal. Seus neurônios pré- ganglionares localizam-se no tronco encefálico (núcleos dos seguintes nevos cranianos: oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago) e na medula sacral, por isso é considerado um sistema crânio-sacral. Os neurônios pós-ganglionares localizam-se perto ou no interior das vísceras (como por exemplo, pode-se citar o plexo submucoso situado na parede do tubo digestivo). As fibras pré-ganglionares são longas e as pós-ganglionares são curtas. Em relação ao neurotransmissor utilizado nas Neuroanatomia =P 20 sinapses observa-se tanto na fibra pré-ganglionar quanto na fibra pós-ganglionar, acetilcolina. SNA SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO Neurônio pré-ganglionar Corno lateral da medula espinhal (T1-L2) Tronco encefálico (núcleo dos nervos cranianos) e de S2-S4 na medula espinhal Neurônio pós-ganglionar Próximo à coluna vertebral (gânglios para e pré-vertebrais), portanto longe das vísceras Próximo ou no interior das vísceras Fibra pré-ganglionar Curta Longa Fibra pós-ganglionar Longa Curta Neurotransmissor Fibra pré-ganglionar colinérgica e pós-ganglionar adrenérgica Fibra pré-ganglionar e pós- ganglionar colinérgica Neuroanatomia =P 21 Tronco encefálico INTRODUÇÃO O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo, ou seja, conecta a medula espinhal com as estruturas encefálicas localizadas superiormente. A substância branca do tronco encefálico inclui tratos que recebem e enviam informações motoras e sensitivas para o cérebro e também as provenientes dele. Dispersas na substância branca do tronco encefálico encontram-se massas de substância cinzenta denominada núcleos, que exercem efeitos intensos sobre funções como a pressão sangüínea e a respiração. Na sua constituição entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas, que por sua vez, se agrupam em feixes denominados tractos, fascículos ou lemniscos. Muitos dos núcleos do tronco encefálico relacionam-se com 10 dos 12 pares de nervos cranianos. O tronco encefálico divide-se em bulbo, ponte e mesencéfalo. BULBO É contínuo inferiormente com a medula espinhal e superiormente com a ponte, desses modo é a porção mais inferior do tronco encefálico. O limite entre o bulbo e a medula espinhal está ao nível do forame magno do osso occipital.O limite superior do bulbo se faz no sulco bulbo-pontino, que corresponde à margem inferior da ponte. A superfície do bulbo é percorrida por dois sulcos paralelos que se continuam na medula, a fissura mediana anterior e o sulco mediano posterior do Neuroanatomia =P 22 bulbo. A primeira termina em um estrutura denominada forame cego, já a segunda encerra-se onde o canal central se abre no quarto ventrículo. No bulbo também observa-se o sulco lateral anterior, o sulco lateral posterior e o sulco intermédio posterior. Entre a fissura mediana anterior e os sulcos laterais anteriores encontra-se uma estrutura denominada pirâmide, formada por fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula. Na parte caudal do bulbo, as fibras deste tracto cruzam obliquamente o plano mediano e constituem a decussação das pirâmides.Entre os sulcos lateral anterior (filamentos do nervo hipoglosso) e lateral posterior( filamentos dos nervos glossofaríngeo, vago e raiz encefálica do acessório) temos a área lateral do bulbo, onde se observa uma eminência oval, a oliva, formada por uma grande quantidade de substância cinzenta. Entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior, encontra-se a área posterior do bulbo, dividida em fascículo grácil e fascículo cuneiforme pelo sulco intermédio posterior (igual a medula). Estes fascículos são constituídos por fibras nervosas ascendentes, provenientes da medula, que terminam em duas massas de substância cinzenta, os núcleos grácil e cuneiforme. Estes núcleos determinam o aparecimento de duas eminências: o tubérculo grácil, mais medial, e o tubérculo cuneiforme, mais lateral, ambos ajudam na formação do pedúnculo cerebelar inferior. PONTE É parte do tronco encefálico entre o bulbo e o mesencéfalo. Situa-se anteriormente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenóide. Na linha mediana observa-se o sulco basilar (aloja a artéria basilar), e lateralmente as fibras convergem para formar o pedúnculo cerebelar médio, que se penetra no hemisfério cerebelar. Considera-se como limite entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio o ponto de emergência do nervo Neuroanatomia =P 23trigêmeo (V par craniano). Anteriormente separa-se do bulbo pelo sulco bulbo- pontino, de onde emergem de cada lado os nervos abducente, vestíbulo-coclear e facial. Posteriormente não apresenta demarcação com o bulbo. MESENCÉFALO Localiza-se entre a ponte e o cérebro, atravessando-o há o aqueduto cerebral (liga o VI ao III ventrículo, e ao seu redor encontra-se a substância periaquedutal), estrutura essa que separada o mesencáfalo em uma porção ventral, formada pelos pedúnculos cerebrais e uma porção dorsal (tecto), que contém os corpos quadrigêmeos (colículos mesencefálicos). Internamente percebe-se que o pedúnculo cerebral é dividido pela substância negra, em uma parte dorsal, o tegmento (nessa região encontra-se o núcleo rubro) e outra ventral, a base do pedúnculo. Essa divisão também pode ser percebida externamente, pelo sulco lateral do mesencéfalo e pelo sulco medial do pedúnculo cerebral( local de onde emerge o nervo oculomotor). Entre os dois pedúnculos cerebrais há um espaço denominado fossa interpeduncular, que tem como assoalho a substância perfurada posterior. Posteriormente encontram-se os corpos quadrigêmeos, formado por dois colículos superiores e dois inferiores divididos por um sulco em forma de cruz, logo abaixo dos dois colículos inferiores emerge o nervo troclear. Cada colículo possui um braço, que o liga ao corpo geniculado (estrutura do diencéfalo). Neuroanatomia =P 24 - Fossa rombóide Estrutura formada pela porção posterior da ponte e parte do bulbo, forma o assoalho do IV ventrículo e possui forma de losango. É limitada ínfero-lateralmente pelos pedúnculos cerebelares inferiores e pelos tubérculos grácil e cuneiforme, súpero-lateralmente limita-se pelos pedúnculos cerebelares superiores. É percorrida pelo sulco mediano, que superiormente termina no aqueduto cerebral e inferiormente no canal central do bulbo. De cada lado do sulco mediano há a eminência medial, limitada lateralmente pelo sulco limitante, que de cada lado forma duas depressões, a fóvea superior (mais cranial) e a fóvea inferior ( mais caudal). Entre as suas fóveas superiores a eminência medial dilata-se para formar os colículos faciais (fibras do nervo facial), a lateralmente à elas há a área vestibular.Na porção inferior na eminência medial encontra-se os trígonos do nervo hipoglosso e do nervo vago (correspondem aos seus núcleos), lateralmente à eles observa-se a fóvea inferior. Percorrendo transversalmente da área vestibular até o sulco mediano encontram-se as estrias medulares do IV ventrículo. Superiormente encontra-se o véu medular superior e inferiormente as tênias do quarto ventrículo, que se unem na minha mediana formando o óbex. Neuroanatomia =P 25 Cerebelo INTRODUÇÃO O cerebelo constitui a parte posterior e inferior do encéfalo, dorsalmente ao bulbo e à ponte, repousa nas fossas cerebelares do osso occipital. Separa-se do lobo occipital pela tenda do cerebelo. Também no cerebelo, como no cérebro, a substância cinzenta está na periferia e a substância branca no interior. Os pedúnculos cerebelares superiores (vias eferentes na maioria), ligam o cerebelo ao mesencéfalo, os pedúnculos cerebelares médios (vias aferentes) à ponte e os pedúnculos cerebelares inferiores (vias aferentes e eferentes) ao bulbo. É o centro coordenador dos movimentos e intervém também no equilíbrio do corpo e na orientação, sua função primária é detectar diferença entre movimentos intencionais e reais, além de tentar corrigir erros. ANATOMIA Possui uma porção ímpar e mediana, o vérmix, ligado a duas grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares. O vérmix é pouco separado dos hemisférios na face superior do cerebelo, o que não ocorre na face inferior, onde dois sulcos são bem evidentes o separam das partes laterais. A superfície apresenta sulcos de direção predominantemente transversal, que delimitam as folhas do cerebelo. Existem também sulcos mais pronunciados, as fissuras do cerebelo, que delimitam lóbulos, cada um deles podendo conter várias folhas. Neuroanatomia =P 26 DIVISÃO FILOGENÉTICA DO CEREBELO 1. Arquicerebelo (vestibulocerebelo):é a parte mais antiga, compreende os lobos caudais, flóculo e nódulo, faz conexões vestibulares por isso recebe aferência dos núcleos vestibulares do tronco encefálico. Coordena a atividade muscular e mantém o equilíbrio. 2. Paleocerebelo (espinocerebelo): faz conexões com a medula, ocupa a zona mediana ( relacionada com a musculatura proximal) e paramediana (relacionada com movimentos distais como a marcha) dos hemisférios cerebelares.É responsável pela manutenção da postura, do tônus e da coordenação motora. 3. Neocerebelo (cerebrocerebelo): relacionado à coordenação motora, movimentos finos e assimétricos. Faz conexões com o córtex cerebral e ocupa a maior parte do cerebelo. Neuroanatomia =P 27 NÚCLEOS CEREBELARES -Denteado: é o mais externo, recebe aferência do cerebrocerebelo. - Interpósito: é o globoso mais o emboliforme, recebem aferência do espinocerebelo - Fastigial: é o mais interno e recebe aferência do vestibulocerebelo Neuroanatomia =P 28 Diencéfalo INTRODUÇÃO O diencéfalo juntamente com o telencéfalo formam o cérebro. O cérebro é a parte mais desenvolvida e maior do encéfalo. O diencéfalo é uma estrutura ímpar que só é vista na porção mais inferior de cérebro. Compreendem as seguintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo,subtálamo e metatálamo, todas relacionadas com o III ventrículo. TÁLAMO Duas massas de substância cinzenta de forma ovóide localizada lateralmente no diencéfalo. Em sua porção anterior há o tubérculo anterior do tálamo, que delimita o forame interventricular, posteriormente há o pulvinar do tálamo, que se projeta sobre os corpos geniculados lateral e medial. A face superior e medial estão relacionadas ao os ventrículos, cada face medial se comunica com a do lado oposto pela aderência intertalâmica. A face lateral do tálamo separa-se do telencéfalo pela cápsula interna, já a face inferior continua com o hipotálamo e subtálamo. A face superior separa-se da face medial pela tênia do tálamo, nessa região observa-se o plexo coróide e a estria medular do tálamo. Todos os impulsos sensitivos, antes de chegar ao córtex, passam por um núcleo talâmico, exceto os olfatórios. Alguns impulsos como dor, temperatura e tato protopático são interpretados aí, porém a sensibilidade talâmica não é discriminativa. Desse modo o tálamo possui funções relacionada com a sensibilidade, motricidade, comportamento emocional e ativação do córtex. Neuroanatomia =P 29 - Composição interna: Consiste principalmente de substância cinzenta, porém sua face superior coberta por uma camada de substancia branca. - Substância branca: é formada pelo extrato zonal do tálamo (recobrindo o tálamo superiormente), que possui como projeções a lâmina medular externa ( face lateral) e a lâmina medular interna (subdivide a substância cinzenta em uma porção anterior, uma media e uma lateral.- Substância cinzenta: é formada por vários núcleos que se são organizados em cinco grupos: - Grupo anterior: núcleos situados no tubérculo anterior do tálamo, está relacionado ao sistema límbico. - Grupo posterior: formado pelo pulvinar e pelos corpos geniculados lateral e medial. - Grupo medial: é formado pelos núcleos dorso medial e intramamilares,o primeiro é responsável por ativar o córtex cerebral e o segundo por funções do sistema límbico. - Grupo mediano: composto por núcleos próximos à aderância intertalâmica, possuem função visceral. - Grupo lateral: formado pelos núcleos ventral anterior , ventral lateral (motricidade somática), ventral póstero-lateral e ventral póstero-medial (ambos fazem parte de vias sensitivas) HIPOTÁLAMO Neuroanatomia =P 30 Corresponde a uma pequena área no SNC responsável por fenômenos vitais dentro do organismo animal e, dada a sua importância, evolutivamente foi privilegiada pela sua localização na parte central do cérebro, protegida pela calota craniana.É a parte do diencéfalo que se encontra localizada ventralmente ao tálamo, inferiormente ao sulco hipotalâmico e forma o assoalho do terceiro ventrículo.Apresenta como limite anterior o quiasma óptico e a lâmina lateral, e como limite posterior os corpos mamilares.Suas principais estruturas são: quiasma óptico (recebe fibras mielínicas do nervo óptico), túber cinéreo (situa-se atrás do quiasma óptico, é uma área cinzenta), corpos mamilares (localizam-se na parte anterior da fossa interpecuncular), infundíbulo (se prende ao túber cinéreo e à hipófise), eminência mediana, recesso supra-óptico, recesso hipofisário e neuro hipófise. - Núcleos do hipotálamo:são organizados em áreas mediais e laterais no sentido ântero- posterior. - Região supra-óptica: núcleo supraquiasmático, núcleo supraóptico e núcleo paraventricular. - Região tuberal: núcleo ventromedial, núcleo dorsomedial e núcleo arqueado. - Região mamilar: núcleos mamilares e núcleo posterior. - Funções do hipotálamo: - Controle do SNA: porção anterior controla o parassimpático e a porção posterior o simpático. - Regulação da temperatura corporal: porção anterior contém o centro de perda de calor e a porção posterior o centro de conservação de calor. - Regulação do comportamento emocional. Neuroanatomia =P 31 - Regulação do sono (porção anterior) e da vigília (porção posterior). - Regulação da ingestão de alimento: fome e saciedade. - Regulação da ingestão de água: sede. - Regulação da diurese. - Regulação do sistema endócrino - Regulação e geração do ritmo circadiano - Conexões do hipotálamo: - Com o sistema límbico: hipocampo, corpo amigdalóide e área septal. - Com a área pré-frontal: comportamento emocional. - Conexões viscerais: vísceras aferentes (fibras solitárias - hipotalâmicas) vísceras eferentes (fibras hipotálamo - espinhais). - Conexões com a hipófise: tracto hipotálamo-hipofisário e tracto túbero- infundibular. - Conexões sensoriais: comunicação retino-hipotalâmica (regulação do ritmo circadiano), conexão com mamilos e região genitária. SUBTÁLAMO Pequena área na parte posterior do diencéfalo, é a zona de transição entre o tálamo e o tegmento do mesencéfalo. É limitado superiormente pelo tálamo, lateralmente pela cápsula interna e medialmente com o hipocampo, é de difícil visualização e não tem relação com o III ventrículo. Possui os núcleos subtalâmicos, e a zona incerta, região formada pelo núcleo rubro, substância negra e formação reticular. O subtálamo faz regulação da motricidade somática através do circuito pálido-subtálamo-palidal. Neuroanatomia =P 32 EPITÁLAMO Limita posteriormente o III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, na transição do mesencéfalo. Possui as seguintes estruturas anatômicas: glândula pineal (elemento mais evidente, repousa no tecto do mesencéfalo), comissura das habênulas, comissura posterior (locais onde se prendem a glândula pineal anteriormente), recesso pineal (prolongamento da cavidade ventricular entre as comissuras posterior e das habênulas), recesso supra-pineal, trígono das habênulas (região entre a glândula pineal e o tálamo, continua anteriormente com as estrias medulares do tálamo), eminência epitalâmica, intumescência habenular. No período da noite, a inervação simpática da pineal é ativada, liberando noradrenalina, assim aumento os níveis de melatonina em cerca de 10 vezes. Essa glândula tem ação inibitória sobre as gônadas, além de regular o ritmo circadiano. Neuroanatomia =P 33 Telencéfalo INTRODUÇÃO É a porção do SNC conhecida como cérebro, é dividido em dois hemisférios pela fissura longitudinal do cérebro, unidos somente no fundo desta por uma estrutura denominada corpo caloso. No interior do telencéfalo há cavidades conhecidas como ventrículos laterais, um direto e outro esquerdo. Cada hemisfério possui três pólos (frontal, occipital e temporal), três faces (súpero-lateral, face medial e inferior) e duas margens (superior e inferior). A superfície dos hemisférios são marcadas por numerosas fendas, chamadas de fissuras e sulcos, que são separadas entre si por eminências denominadas giros. DIVISÃO EM LOBOS Em cada hemisfério cerebral há diversos sulcos que ajudam a delimitar os lobos, que são em número de cinco (frontal, parietal, occipital, temporal e ínsula).Dois sulcos são muito importantes: - Sulco lateral: é visível na face súpero-lateral, separa o lobo temporal, mais inferior, dos lobos frontal e parietal, mais superiores. Possui uma parte posterior que é maior e termina no lobo parietal, e duas porções anteriores, a porção ascendente e anterior, que terminam no lobo frontal. - Sulco central: inicia-se na face medial, atravessa a margem superior, e dirigi-se para baixo e para frente até atingir o sulco lateral. Separa os lobos frontal e parietal, e é ladeado por dois giros, o giro pré-central e o giro pós-central. Neuroanatomia =P 34 FACES CEREBRAIS (anatomia de cada lobo de acordo com as faces). - Face súpero-lateral: LOBOS SULCOS GIROS Frontal pré-central, frontal superior e frontal inferior pré-cental, frontal superior, frontal médio, giro frontal inferior (orbital, triangular e opercular) Temporal temporal superior e temporal inferior. temporal superior, temporal médio, temporal inferior, temporais transversos (anterior, médio e posterior). Parietal pós-central e intraparietal pós-central , lóbulo parietal superior e lóbulo inferior, angular e supramarginal. Occipital inconstantes e irregulares inconstantes e irregulares Ínsula circular da ínsula e central da ínsula curtos e longos da ínsula - Face medial Nessa face além dos sulcos e giros encontra-as algumas estruturas inter- hemisféricas,são elas: - Corpo caloso: interliga os dois hemisférios e é a maior comissura. É formado por um grande número de fibras mielínicas que cruzam o plano sagital mediano e penetram nos hemisférios. Em corte sagital do cérebro, podemos identificar as divisões do corpo caloso: tronco do corpo caloso, esplênio do corpo caloso (dilatação posterior ao tronco) joelho do corpo caloso( curva anterior ao tronco), este último se afina para formar o rostro do corpo caloso, que se continua em uma fina lâmina, a lâmina rostral até a comissura anterior. - Fórnix: inicia-se abaixo do esplênio do corpo caloso e arqueando-se em direção à comissura anterior. Feixe complexo de fibras que são separadas nas extremidades e unidas no centro, a porção intermédia central é o corpo do fórnix e as extremidades anteriores são as colunas do fórnix e as pernas do fórnix, são as extremidades Neuroanatomia =P 35 posteriores. As colunas terminam no corpo mamilar correspondente. Os pernas divergem e penetram de cada lado no corno inferior do ventrículo lateral, onde se ligam ao hipocampo, nessa região encontra-se as fímbrias do hipocampo. No ponto em que as pernas do fórnix se separam, observa-se a comissura do fórnix. - Septo pelúcido: localiza-se entre o corpo caloso e o fórnix, formado por duas delgadas lâminas de tecido nervoso que delimitam uma cavidade muito estreita, a cavidade do septo pelúcido. O septo pelúcido separa os dois ventrículos laterais. - Comissura anterior: localiza-se ao nível da junção entre o rostro do corpo caloso e a lâmina terminal, é um feixe de fibras que cruzam a linha mediana. LOBOS SULCOS GIROS Frontal e parietal sulco do corpo caloso, sulco do cíngulo (ramo marginal e ramo subparietal). Esses sulcos atravessam o lobo frontal e o parietal. frontal superior, pré-cúneos (lobo parietal), lóbulo paracentral e giro do cíngulo (sua porção póstero-inferior é denominada istmo do giro do cíngulo) Temporal - - Occipital Calcarino e o parieto-occipital cúneos, e occipito-temporal medial Ínsula - - É importante ressaltar que inferiormente ao rosto do corpo caloso há uma região denominada área septal, que é formada por uma pequena parte dos giros frontal médio, giro do cíngulo e giro reto. - Face inferior LOBOS SULCOS GIROS Frontal olfatórios e orbitários Giro reto e giros orbitários Temporal Occípito-temporal, colateral (continua anteriormente como sulco rinal) e hipocampal, Temporal inferior, occípito-temporal medial, giro para- hipocampal (curva anterior que forma o úncus, posteriormente continua com o giro occípito-temporal medial). Occipital - - Parietal - - Ínsula - - Neuroanatomia =P 36 Nervos cranianos INTRODUÇÃO Nervos cranianos são os nervos periféricos que fazem conexão com o encéfalo. A maioria liga-se ao tronco encefálico, exceto o nervo óptico (liga-se ao diencéfalo) e o nervo olfatório (liga-se ao telencéfalo). Há 12 pares de nervos cranianos que recebem uma nomenclatura específica, sendo numerados em algarismos romanos, de acordo com a sua origem aparente, no sentido súpero- inferior. Os componentes funcionais dos nervos cranianos aferentes e eferentes, são semelhantes aos dos nervos espinhais, porém essas fibras possuem função tanto geral quando especial, observe os esquemas abaixo: - Componente aferente: desenvolveram-se durante a evolução órgãos de sentido mais complexos que são os órgãos da visão, audição, gustação e olfação, por isso os receptores destes órgãos são denominados “especiais” para distinguí-los dos demais receptores que, por serem encontrados em todo o resto do corpo, são denominados gerais, são elas: - Fibras aferentes somáticas gerais – originam-se em exteroceptores e proprioceptores, conduzindo impulsos de temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção; - Fibras aferentes somáticas especiais – originam-se na retina e no ouvido interno relacionando-se com visão, audição e equilíbrio; - Fibras aferentes viscerais gerais – originam-se em visceroceptores e conduzem, por exemplo, impulsos relacionados com a dor visceral; - Fibras aferentes viscerais especiais – originam-se em receptores Neuroanatomia =P 37 gustativos e olfatórios, que são considerados viscerais por estarem localizados em sistemas viscerais como os sistemas digestório e respiratório. - Componente eferente: Para entender a classificação funcional das fibras eferentes dos nervos cranianos devemos recordar a origem embriológica dos músculos estriados esqueléticos. A maioria destes músculos deriva dos miótomos dos somitos e são, por este motivo, chamados de músculos estriados miotômicos, porém há músculos que derivam dos arcos branquiais, os músculos estriados branquioméricos. Entretanto, os arcos branquiais são considerados formações viscerais e as fibras que inervam os músculos deles originados são consideradas fibras eferentes viscerais especiais, para diferenciá-las das eferentes viscerais gerais (parassimpático) relacionadas com a inervação dos músculos lisos, cardíacos e das glândulas. As fibras que inervam músculos estriados miotômicos são denominadas fibras eferentes somáticas. Neuroanatomia =P 38 NERVO OLFATÓRIO ( I ) - Componente funcional: aferente visceral especial – sensitivo - Origem real: região olfatória das fossas nasais - Origem aparente no encéfalo: bulbo olfatório - Origem aparente no crânio: lâmina crivosa do osso etmóide - Função: conduz impulsos olfatórios NERVO ÓPTICO (II) - Componente funcional: aferente somático especial – sensitivo - Origem real: retina - Origem aparente no encéfalo: quiasma óptico - Origem aparente no crânio: canal óptico - Função: conduz impulsos visuais Neuroanatomia =P 39 NERVO OCULOMOTOR (III) - Componente funcional: eferente somático e eferente visceral geral – motor - Origem real: núcleo oculomotor e núcleo de Edinger Westphal - Origem aparente no encéfalo: sulco medial do pedúnculo cerebral - Origem aparente no crânio: fissura orbital superior - Função: inerva os músculos extrínsecos do olho, exceto o reto lateral e o oblíquo superior (somático), função parassimpática através de contração da pupila e acomodação (visceral). NERVO TROCLEAR (IV) - Componente funcional: eferente somático – motor puro. - Origem real: núcleo do nervo troclear - Origem aparente no encéfalo: véu medular superior - Origem aparente no crânio: fissura orbital superior - Função: inervação do músculo oblíquo superior NERVO TRIGÊMEO (V) - Componente funcional: aferente somático geral e eferente visceral especial – misto - Origem real: gânglio trigeminal e núcleo motor do V par - Origem aparente no encéfalo: entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio - Origem aparente no crânio: V1 (ramo oftálmico): fissura orbital superior / V2 (ramo maxilar): forame redondo / V3 (ramo mandibular): forame oval - Função: inervação motora dos músculos da mastigação, tensor do tímpano e tensor do véu palatino e a porção sensitiva inerva a face, mucosa bucal, 2/3 anteriores da língua, dentes, conjuntiva ocular, maior dura-máter craniana. Neuroanatomia =P 40 NERVO ABDUCENTE (VI) - Componente funcional: eferente somático geral – motor - Origem real: núcleo abducente - Origem aparente no encéfalo:sulco bulbopontino - Origem aparente no crânio: fissura orbital superior - Função: inervação motora do músculo reto lateral NERVO FACIAL (VII) - Componente funcional: eferente visceral especial ( músculos mímicos), eferente visceral geral ( inervação parassimpática das glândulas lacrimais, nasais,palatinas, sublinguais e submandibulares), aferente visceral geral (palato mole e cavidade nasal), aferente visceral especial ( paladar para os 2/3 anteriores da língua) e aferente somático geral ( inerva meato auditivo externo e ouvido externo) – misto - Origem real: núcleo facial e núcleo salivatório superior (sensitivos), núcleos do tracto solitário(motor) - Origem aparente no encéfalo: sulco bulbopontino - Origem aparente no crânio: forame estilomastóideo NERVO VESTIBULO-COCLEAR (VIII) - Componente funcional: aferente somático especial – sensitivo - Origem real: gânglio vestibular e gânglio espiral - Origem aparente no encéfalo: sulco bulbopontino - Origem aparente no crânio: penetra no osso temporal, mas não sai do crânio - Função: audição e equilíbrio Neuroanatomia =P 41 NERVO GLOSSOFARÍNGEO (IX) - Componente funcional: eferente visceral especial (inervação dos músculos constritor superior da faringe e estilofaríngeo), eferente visceral geral (inervação parassimpática da parótida), aferente visceral geral (mucosa faríngea e 1/3 posterior da língua) aferente visceral especial ( 1/3 posterior da língua) e aferente somático geral (meado auditivo externo a ouvido externo) – misto - Origem real: núcleo ambíguo e núcleo salivatório superior (sensitivo), núcleos do tracto solitário e dorsal sensorial - Origem aparente no encéfalo: sulco lateral posterior do bulbo - Origem aparente no crânio: forame jugular NERVO VAGO (X) - Componente funcional: eferente visceral especial (inervação dos músculos da laringe), eferente visceral geral (inervação parassimpática para as vísceras torácicas e abdominais), aferente visceral geral (mucosa laríngea e viscerais torácicas e abdominais) aferente visceral especial ( gustação na porção anterior da epiglote) e aferente somático geral ( sensibilidade do meado acústico externo, ouvido externo e meninges) – misto - Origem real: núcleo ambíguo e núcleo motor do X par (motor), núcleos do tracto solitário,dorsal sensorial e espinal (sensitivo) - Origem aparente no encéfalo: sulco lateral posterior do bulbo - Origem aparente no crânio: forame jugular Neuroanatomia =P 42 NERVO ACESSÓRIO (XI) - Componente funcional: eferente visceral especial (inervação dos músculos trapézio e esternocleidomastóideo) e eferente visceral geral (vísceras torácicas) – motor - Origem real: núcleo espinal acessório - Origem aparente no encéfalo: sulco lateral posterior do bulbo e da medula - Origem aparente no crânio: forame jugular NERVO HIPOGLOSSO (XII) - Componente funcional: eferente somático geral – motor - Origem real: núcleo do nervo hipoglosso - Origem aparente no encéfalo: sulco lateral anterior do bulbo - Origem aparente no crânio: canal do nervo hipoglosso - Função: inervação motora dos músculos da língua Neuroanatomia =P 43 Órgãos do sentido VIA OLFATÓRIA A região olfatória localiza-se na porção superior de ambas as fossas nasais, ocupando a mucosa que reveste a concha nasal superior e o recesso esfeno-etmoidal, principalmente. A via é a seguinte: O estímulo chega em receptores olfatórios (cílios olfatórios), localizados nas vesículas olfatórias, que são pequenas dilatações das células olfatórias (neurônios bipolares), localizadas na mucosa olfatória e correspondem ao primeiro neurônio da via (neurônios I). Esses neurônios se aglomeram para formar os filamentos olfatórios, que quando atravessam a lâmina crivosa do etmóide se tornam nervo olfatório ( I par craniano), tais neurônios fazem sinapse com as células mitrais localizadas no bulbo olfatório, formando o glomérulo olfatório (exatamente a região onde ocorre a sinapse), esses neurônios seguem pelo tracto olfatório e formam as estrias olfatórias lateral (os impulsos que seguem por essa parte da via, são aqueles conscientes e se dirigem para o córtex olfatório primário: úncus e giro para-hipocampal) e medial ( segue para a área septal e comissura anterior). - Particularidades da via olfatória: possui apenas neurônios I e II; neurônio I se localiza em um mucosa e não em um gânglio; não passa pelo tálamo; área de projeção é do tipo alocórtex e não isocórtex e é totalmente homolateral (as informações que chegam de um lado, são interpretadas no córtex do mesmo lado. Neurônio I (células olfatórias) Neurônio II (células mitrais) tracto olfatório (mucosa olfatória) ( bulbo olfatório) estria olfatória lateral estria olfatória medial Neuroanatomia =P 44 VIA GUSTATIVA Seus receptores estão localizados na língua, especificamente nas papilas fungiformes, folhadas e circunvaladas, e são denominados corpúsculos gustativos, lembrando que as papilas filiformes não possuem essas estruturas. Deste modo o estímulo é recebido por esses corpúsculos, e dependendo da porção da língua há uma inervação diferenciada. Os 2/3 anteriores transmitem o estímulo através de via facial, por meio do nervo corda do tímpano, que chega ao sistema nervoso central como nervo intermédio (VII par). O 1/3 posterior e a porção anterior da epiglote são inervadas pelo nervo glossofaríngeo e vago, respectivamente. O neurônio I da via encontra-se no gânglio geniculado (VII par), gânglio inferior do nervo vago e gânglio inferior do nervo glossofaríngeo, esse neurônio faz sinapse com o neurônio II localizado no tracto solitário, no tronco encefálico. Desse tracto surgem fibras solitário-talâmicas que vão para o tálamo e fazem sinapse com o neurônio III, tanto do mesmo lado quanto to lado oposto. Daí as informações chegam no giro pós-central (área 43 de Brodmman), através das radiações talâmicas. Existem 5 gostos básicos: o amargo (porção posterior da língua), o ácido ( porção póstero-lateral), o doce (porção anterior), o salgado (porção ântero-lateral) e o umami. Neurônio I Neurônio II (tracto solitário) Neurônio III (tálamo) (núcleo geniculado, ( tronco encefálico) inferior do IX e X) radiações talâmicas área 43 de Brodmman Neuroanatomia =P 45 VIA AUDITIVA - Anatomia É o órgão responsável pela audição e pelo equilíbrio. A maior parte da orelha fica no osso temporal, que se localiza na caixa craniana. A orelha está dividida em três partes: orelhas externa, média e interna (antigamente denominadas ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno). - Orelha externa: é formada pelo pavilhão auditivo/auricular e pelo meato acústico externo. Todo o pavilhão auditivo (exceto o lóbulo) é constituído por tecido cartilaginoso recoberto por pele, tendo como função captare canalizar os sons para a orelha média. O pavilhão auricular é composto pelas seguintes estruturas: hélice, antélice, concha da orelha, escafa, fossa triangular, trago, antitrago, incisura intertrágica, e lóbulo da orelha. Os músculos que fazem o posicionamento da orelha são os seguintes: temporoparietais (superior), auricular anterior e auricular posterior.O meato auditivo externo estabelece a comunicação entre a orelha média e o meio externo, tem cerca de três centímetros de comprimento e está escavado em nosso osso temporal. É revestido internamente por pêlos e glândulas, que fabricam uma substância gordurosa e amarelada, denominada cerume ou cera. O canal auditivo externo termina na membrana timpânica. - Orelha média: começa na membrana timpânica e consiste, em sua totalidade, de um espaço aéreo denominado cavidade timpânica, no interior do osso temporal. A cavidade timpânica comunica-se com a nasofaringe através da tuba auditiva (óstio faríngeo da tuba auditiva). Dentro desta cavidade estão três ossículos articulados entre si, cujos nomes descrevem sua forma: martelo, bigorna e estribo.O Neuroanatomia =P 46 cabo do martelo está encostado na membrana timpânica; o estribo apóia-se na janela oval, um dos orifícios dotados de membrana da orelha interna que estabelecem comunicação com a orelha média, o outro orifício é a janela redonda. - Orelha interna: é parte essencial do órgão da audição, recebendo as últimas ramificações do nervo vestíbulococlear. Pode ser chamado de labirinto, e é dividido em uma porção óssea e outra membranácea. - Labirinto ósseo: localiza-se no interior do osso temporal e é formado pela cóclea (é o órgão receptor do som, enrola-se ao redor do midíolo, estrutura que contém em seu interior o gânglio espiral. A rampa vestibular comunica- se com o vestíbulo, a rampa timpânica com a janela redonda e a escala média possui o ducto coclear que abriga o órgão de corti, nesse ducto também há endolinfa. Separando a rampa vestibular do ducto coclear, tem-se a membrana vestibular. Separando o ducto coclear da rampa do tímpano , tem-se a membrana basilar, que contém células de sustentação, células ciliadas e células externas, sendo que acima destas ultimas há a membrana tectorial ), canais semicirculares ( são três, anterior, posterior e lateral, localizados acima do vestíbulo. Cada canal tem uma dilatação denominada ampola, esses canais tem função de definir a posição da cabeça) e vestíbulo(é a parte central, posterior à cóclea e anterior aos canais semicirculares, em sua parede lateral encontra-se a janela oval). Tanto a escala vestibular quanto a escala timpânica estão cheias de perilinfa e se comunicam nas extremidades através de um pequeno orifício, a helicotrema. -Labirinto membranáceo: é um sistema de tubos e espaços epiteliais preenchidos pela endolinfa. É na sua maior parte circundado pelo espaço perilinfático e tecido conjuntivo de sustentação. Os dois espaços, tanto o espaço endolinfático quanto o perilinfático se encontram envoltos pelo labirinto ósseo. O ducto coclear e os ductos semicirculares acompanham a configuração dos canais Neuroanatomia =P 47 correspondentes ; no vestíbulo, a estrutura membranácea não apresentam estreita relação com a cavidade na qual está contida, formando dois sacos, o utrículo (é maior e ocupa a porção posterior e superior do vestíbulo) e o sáculo (é menor). Tanto no sáculo quando no utrículo há células ciliadas que transmitem sinais de equilíbrio estático. - Fisiologia da audição O som consegue se propagar em três meios diferentes: o ar,sólido e hídrico.A propagação do som no ar ocorre através da orelha externa, que possui função de coletar e encaminhar as ondas sonoras até a orelha média, amplificar o som, auxiliar na localização da fonte sonora e proteger a orelhas média e interna. Após isso a onda sonora colide com a membrana timpânica, fazendo-a vibrar com uma determinada freqüência e amplitude que depende da freqüência e intensidade desse som. Associada à membrana timpânica tempos os ossículos, onde o estribo faz conexão com a base da cóclea, através da janela oval, que vibra com som semelhante ao original. O papel mais importante do ouvido médio é a equalização das impedâncias da orelha média (vibrações aéreas que invadem a membrana timpânica) e da interna (variações de pressão nos compartimentos líquidos da orelha interna). A cóclea, especificamente as células ciliadas, possui a capacidade de fazer a transdução do som de uma mecânica para um impulso nervoso, - Interpretação do som (via auditiva) Os receptores da audição localizam-se no órgão de corti, situado na cóclea. O neurônio I localiza-se no gânglio espiral, seu prolongamento central constitui a porção coclear do nervo vestíbulo-coclear, e termina na ponte fazendo sinapse com o Neuroanatomia =P 48 neurônio II, localizado no núcleo coclear dorsal e ventral. Esses axônios podem cruzar para o lado oposto e ascender cranialmente para formar o lemnisco lateral do lado oposto, que terminam fazendo sinapse com o neurônio III localizado nos colículos inferiores, sendo que algumas fibras podem ser homolaterais. O neurônio III, passando pelo braço do colículo inferior, faz sinapse com o neurônio IV da via que localiza-se no corpo geniculado medial. Seus axônios formam as radiações auditivas que atravessam a cápsula interna chegando á área auditiva do córtex ( áreas 42 e 43 de Brodmman, no giro temporal transverso anterior). - Peculiaridades da via: possui muitas fibras homolaterais, possui muitos núcleos envolvidos na via. Neurônio I VIII par Neurônio II leminsco lateral Neurônio III (colículos (gânglio espiral (núcleos cocleares inferiores) - cóclea) ventrais e dorsais) Braço do colículo inferior NeurônioIV(Corpo geniculado medial) Área auditiva Radiações auditivas (atravessam a cápsula interna) (41 e 42 de Brodmman – giro temporal transverso anterior) - Vias vestibulares Os receptores estão localizados na porção vestibular do ouvido interno, são as cristas dos canais semicirculares e as máculas do utrículo e do sáculo, são considerados receptores proprioceptivos. O neurônio I localiza-se no gânglio vestibular, onde seu prolongamento central constituem a porção vestibular do VIII Neuroanatomia =P 49 par craniano, suas fibras fazem sinapse com o neurônio II, localizado nos núcleos vestibulares, no bulbo e na ponte. Se a via for inconsciente, os axônios do neurônio II se dirigem para o córtex cerebelar através do corpo justa-restiforme, que passa pelo pedúnculo cerebelar inferior. Porém se o impulso for consciente, o neurônio II, faz sinapse com neurônio III localizado nos núcleos dos nervos cranianos III, IV , VI e XI, dos quais seus axônios terminam no giro pré-central. - via inconsciente Neurônio I VIII par Neurônio II pedúnculo cerebelar inferior córtex cerebelar (gânglio vestibular(núcleos vestibulares - vestíbulo) bulbo e ponte) -via consciente Neurônio III (núcleo do III, IV, VI e XI) Córtex pré-central Neuroanatomia =P 50 VIA ÓPTICA - Anatomia do olho O bulbo do olho está contido em uma cavidade óssea, a órbita, que é formada por partes dos ossos frontal, maxila, zigomático, esfenóide, etmóide, lacrimal e palatino e está imerso na gordura orbital. O globo ocular é formado por três túnicas: - Túnica fibrosa (esclerótica): é o branco do olho, resistente tecido fibroso e elástico que envolve externamente o olho (globo ocular) A maior parte da esclerótica é opaca e chama-se esclera, onde estão inseridos os músculos extra- oculares que movem os globos oculares( reto superior, reto inferior, reto lateral, reto medial, obliquo superior e oblíquo inferior), dirigindo-os a seu objetivo visual. A parte anterior da esclerótica chama-se córnea. É transparente e atua como uma lente convergente. A linha de união entre a esclera e a córnea é denominada junção esclerocorneal. - Túnica vascular: compreende a coróide, o corpo ciliar e a íris. A coróide está situada abaixo da esclerótica e é intensamente pigmentada . Esses pigmentos absorvem a luz que chega à retina, evitando sua reflexão. É intensamente vascularizada e tem a função de nutrir a retina. Possui uma estrutura muscular de cor variável denominada íris, a qual é dotada de um orifício central(pupila) cujo diâmetro varia, de acordo com a iluminação do ambiente . O corpo ciliar prolonga-se da ora serrata da retina, até a margem periférica da íris e junção esclerocorneal, sua superfície interna é revestida pela parte ciliar da retina, é composto pelo orbículo ciliar (estrutura que estende-se desde a ora serrata até os processos ciliares), processos ciliares (pregueamento para dentro da coróide) , e músculo ciliar Neuroanatomia =P 51 (composto por fibras meridionais e circulares, é o principal agente no processo da acomodação visual), o ligamento suspensor do cristalino está preso no corpo ciliar. A íris divide o espaço entre o cristalino e a córnea em câmaras anterior (limitada anteriormente pela córnea e posteriormente pela íris e parte central do cristalino) e câmara posterior (pequena câmara situada anteriormente ao ligamento suspensor do cristalino e processos ciliares). Ainda na íris encontra-se fibras radiais e circulares, sendo que pode ocorrer midríase ( contração das radiais e relaxamento das circulares, controle simpático) ou miose (dilatação das radiais e contração das circulares, controle parassimpático). No adulto as duas câmaras se comunicam através da pupila. Na câmara anterior e posterior há o humor aquoso, e o corpo vítreo preenche a concavidade da porção óptica da retina, e está inserida ao nível da ora serrata. - Túnica interna/nervosa: é formada pela retina, sua superfície externa encontra-se em contato com a coróide e a interna com o corpo vítreo, posteriormente continua-se com o nervo óptico e anteriormente termina na ora serrata. Há duas regiões especiais na retina: a fóvea central da retina e o ponto cego ou disco do nervo óptico. A fóvea está no eixo óptico do olho,e é uma depressão central da mácula lútea, em que se projeta a imagem do objeto focalizado, e a imagem que nela se forma tem grande nitidez. É a região da retina mais altamente especializada para a visão de alta resolução. A fóvea contém apenas cones e permite que a luz atinja os fotorreceptores sem passar pelas demais camadas da retina, maximizando a acuidade visual. O ponto cego marca a saída do nervo óptico, não é sensível à luz. Na retina encontram-se dois tipos de células fotossensíveis: os cones e os bastonetes. Quando excitados pela energia luminosa, estimulam as células nervosas adjacentes, gerando um impulso nervoso que se propaga pelo nervo óptico. Os cones fornecem imagem mais nítida e mais rica em detalhes. Há três tipos de cones: um que se excita com luz vermelha, outro com luz verde e o terceiro, com luz azul. São os Neuroanatomia =P 52 cones as células capazes de distinguir cores. Os bastonetes não têm poder de resolução visual tão bom, mas são mais sensíveis à luz que os cones. Em situações de pouca luminosidade, a visão passa a depender exclusivamente dos bastonetes. - Aparelho lacrimal É formado pela glândula lacrimal, canalículos lacrimais, o saco lacrimal e o ducto nasolacrimal. A glândula lacrimal fabrica a maior parte da lágrima que banha o olho, localiza-se superior e lateralmente ao bulbo ocular e alojada na fossa lacrimal. A lágrima serve para limpar, facilitar o ato de piscar e nutrir o olho. Os ductos lacrimais drenam a lágrima da glândula lacrimal até os pontos lacrimais (arredondadas na porção medial das bordas das pálpebras). Entre os dois pontos lacrimais há a carúncula lacrimal, deles a secreção se dirige para os canalículos lacrimais um superior e outro inferior. O saco lacrimal é a parte dilatada do sistema de escoamento lacrimal que se situa na fossa do osso lacrimal, e é o local para onde drenam os canalículos lacremais. Sua porção superior é fechada e continua inferiormente com o ducto nasolacrimal, que desemboca no meato nasal inferior e recebe o excesso da lágrima. Observe abaixo o percurso da lágrima: glândula lacrimal pontos lacrimais canalículos lacrimais saco lacrimal ducto nasolacrimal concha nasal inferior Neuroanatomia =P 53 - Trajeto das fibras Fotorreceptores células bipolares células ganglionares nervo óptico trato óptico (neurônio I) (neurônio II) (neurônio III) Corpo geniculado lateral (neurônio IV) área 17 de Brodmman radiações ópticas ( bordas do sulco calcarino ) Retina lateral Retina nasal Trato óptico Neuroanatomia =P 54 VIAS ASCENDENTES São aquelas que levam aos centros nervosos os impulsos nervosos originados nos receptores periféricos. Em cada uma das vias há o receptor, o trajeto periférico, o trajeto central e a área de projeção cortical. Se a via for inconsciente é formada geralmente por dois neurônios,já se for consciente é formado geralmente por três. VIAS DO FUNÍCULO POSTERIOR - Fascículo grácil: sensibilidade dos MMII e parte inferior do tronco, é mais medial. - Fascículo cuneiforme: sensibilidade dos MMSS e parte superior do tronco, é mais lateral. -Função de ambos: levar
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