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– 1.Cite os principais ossos do neurocrânio e viscerocrânio. O crânio é o arcabouço ósseo da cabeça e contém 22 ossos, sem contar os ossos das orelhas médias. Divide-se em neurocrânio e viscerocrânio. O neurocrânio em adultos é formado por uma série de oito ossos: quatro ossos ímpares centralizados na linha mediana (frontal, etmoide, esfenoide e occipital) e dois pares de ossos bilaterais (temporal e parietal). O viscerocrânio é formado por ossos irregulares sendo três ossos ímpares centralizados ou situados na linha mediana (mandíbula, etmoide e vômer) e seis ossos pares bilaterais (maxilas; conchas nasais inferiores; e zigomáticos, palatinos, osso nasal e lacrimal) 2.Descreva os principais acidentes ósseos do crânio nas normas frontal, lateral, occiptal, superior, basilar e face interna da base do crânio. Os acidentes ósseos são irregularidades nos ossos e podem ser ponto de passagem de alguma estrutura, como artérias e ligamentos, ou ponto de inserção muscular (processo) ou pontos de articulação. Na Norma Vertical (crânio visto de cima) tem-se as Suturas: Coronal, sagital, lambdoide; os Pontos: bregma e lambda; as Tuberosidades parietais e o Forame parietal. Na Norma Lateral (crânio visto de lado) temos os Ossos: frontal, parietal, occipital, temporal, zigomático, esfenoide. As Suturas principais: escamosa, coronal, lambdóide, occipitomastóidea. A Fossa temporal, as Linhas temporais, o Arco zigomático, o Meato acústico externo, a Fossa mandibular, o Processo estiloide e o Processo mastoide. Na Norma Frontal (crânio visto de frente) há os Túberes frontais, os Arcos superciliares, a Glabela, a Borda supra-orbital: incisura supra-orbital, o Dorso do nariz: ossos nasais, lâmina perpendicular do etmóide, processos frontais da maxila, a Espinha nasal anterior, a Concha nasal inferior, o Forame infra-orbital, forame zigomaticofacial e a Mandíbula. Na Norma Occipital (crânio visto de trás) há a Protuberância occipital externa, a Linha nucal superior, a Linha nucal suprema, o Plano occipital, o Plano nucal, a Linha nucal mediana. A Norma Basal (crânio visto de baixo) é formada pelos processos palatinos dos ossos maxilar e palatino, pelo vômer, processos pterigóides, faces inferiores das asas maiores, processos espinhosos e parte do corpo do esfenóide, faces inferiores da porção petrosa e escamosa dos temporais e pela face inferior do occipital. Há o Palato duro, o Arco arveolar, o Forame palatino maior, as Coanas, as Porção basilar do occipital, o Forame oval, a Fossa mandibular, o Processo estiloide, o Processo mastóide: incisura mastoidea, o Forame lácero, o Canal carótico, o Forame jugular, o Forame estilomastóideo, o Forame magno, o Côndilos occipitais, o Canal do núcleo hipoglosso, a Fossa condilar, o Canal condilar. Assim, os principais orifícios de cada Norma são: para a Norma anterior: Forame supra- orbital; Fissura orbital superior; Fissura orbita inferior; canal óptico; Forame infra-orbital; Forame mentual e os pontos craniométricos: Násio e glabela. Para a Norma superior tem-se que os Forames Parietais e os pontos craniométricos Bregma e Lambda merecem destaque. Na Norma Occipital tem- se o Forame mastoideo e o ponto craniométrico Ínio. Na Norma Lateral tem-se o poro e meato acústico externo e os pontos craniométricos Ptério e Astério. Na Norma Basal tem-se o Forame e canal incisivo, Forames palatinos maiores e menores, Fossa Pterigoidea, Forame espinhoso, Forame oval, Canal carótico e Forame estilomastoideo (sendo estes visto somente na orientação basilar). Além do Forame jugular, Forame Magno, Canal do hipoglosso, Forame mastoideo, canal condilar e os pontos craniométricos Básio e Opistio. Na Base interna do crânio temos: Canal do Hipoglosso, Poro e meato acústico interno, Canal Optico, Fissura orbital superior, Forame redondo, oval e o espinhoso 3. Descreva morfofuncionalmente o bulbo. O bulbo (ou medula oblonga) se estende a partir do primeiro par de nervos espinais cervicais até o sulco bulbopontino. A superfície anterior (ventral) do bulbo está separada da parte basilar do osso occipital e do ápice do dente do áxis pelas meninges e pelos ligamentos occipitoaxiais. Inferiormente, a superfície posterior (dorsal) do bulbo ocupa a incisura da linha mediana entre os hemisférios cerebelares. Seu limite superior se encontra no nível do sulco bulbo-pontino (margem inferior da ponte) e seu limite inferior se encontra no nível do forame magno. O bulbo é composto de núcleos vitais e substância branca que formam todos os tratos descendentes e ascendentes comunicando a medula espinal e as várias partes do encéfalo. A maioria das fibras no interior desses tratos cruzam para o lado oposto através da região piramidal do bulbo, permitindo que um lado do encéfalo receba informações do outro lado e mande informações para o lado oposto do corpo. Como a medula espinal, o bulbo dá origem a muitas raízes de nervos; no entanto, estas são as raízes dos nervos cranianos, e não dos nervos espinais. Seis dos 12 pares de nervos cranianos originam-se nesta região. A substância cinzenta do bulbo consiste em vários núcleos importantes dos nervos cranianos e retransmissores sensoriais. O núcleo ambíguo e o núcleo hipoglosso são os centros de onde surgem os nervos glossofaríngeo (IX), acessório (XI) e hipoglosso (XII). Os núcleos vestibulares são os centros de onde se originam os nervos vestibulococleares (VIII). Os nervos vagos (X) originam-se dos núcleos do vago, um em cada lado do bulbo, adjacente ao quarto ventrículo. O núcleo grácil e o núcleo cuneiforme retransmitem informações sensitivas ao tálamo, e os impulsos são então retransmitidos ao córtex cerebral pelos núcleos talâmicos. Os núcleos olivares inferiores e os núcleos olivares acessórios da oliva medeiam impulsos que passam do prosencéfalo e mesencéfalo através dos pedúnculos cerebelares inferiores ao cerebelo. No interior da substância branca do bulbo estão todos os tratos sensitivos (ascendentes) e motores (descendentes), que se estendem entre a medula espinal e outras partes do encéfalo. Uma parte da substância branca forma as pirâmides, isto é, protuberâncias na face anterior do bulbo. Elas são formadas pelos tratos motores maiores que passam do cérebro para a medula espinal. No interior da oliva encontra-se o núcleo olivar inferior. Os neurônios deste núcleo retransmitem impulsos provenientes dos proprioceptores (receptores que monitoram as posições da articulação e dos músculos) para o cerebelo. Os núcleos associados às sensações de tato, propriocepção consciente, pressão e vibração estão localizados na parte posterior do bulbo. Estes núcleos, os núcleos grácil e cuneiforme, recebem neurônios provenientes dos fascículos grácil e cuneiforme. Muitos axônios sensitivos ascendentes formam sinapses nesses núcleos, e os neurônios pós-sinápticos, em seguida, retransmitem a informação sensitiva para o tálamo, no lado oposto do encéfalo. O Bulbo recebe informações de vários órgãos do corpo, controlando as funções autônomas, chamadas de vida vegetativa, como: batimentos cardíacos, respiração, pressão do sangue, reflexos de salivação, tosse, espirro e o ato de engolir. Assim, suas principais funções são: via nervosa, centro nervoso (tosse, espirro, secreção lacrimal e piscar, deglutição, secreção salivar), centro cardio inibitório, centro respiratório. Os acidentes anatômicos principais que diferenciam o bulbo da medula espinal são as pirâmides e olivas, presentes na sua extremidade superior ligeiramente expandida. 4. Descreva morfofuncionalmente a ponte. A ponte é uma grande massa ovóide e está situada no tronco encefálico e localizada entre o bulbo e o mesencéfalo. Está situada ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela turca do esfenoide. Inferiormente, é delimitada pelo sulcobulbo-pontino e superiormente, é dividida do mesencéfalo pelo sulco ponto- mesencefálico. Na sua base, apresenta estriações transversais em razão dos numerosos feixes de fibras que a percorrem. As fibras convergem de cada lado para formar um feixe, o pedúnculo cerebelar médio, que penetra no hemisfério cerebelar correspondente. Na parte ventral da ponte emergem os nervos abducente, facial e vestibulococlear. Os núcleos na ponte recebem impulsos sensitivos para as sensações somáticas provenientes da cabeça e face, e fornecem impulsos motores que controlam a mastigação por meio dos nervos trigêmeos. Os núcleos na ponte fornecem impulsos motores que controlam o movimento do bulbo do olho por meio dos nervos abducentes. Os núcleos também recebem impulsos sensitivos para o paladar e fornecem impulsos motores para regular a secreção de saliva e lágrimas, e a contração dos músculos da expressão facial por meio dos nervos faciais. Além disso, recebem impulsos sensitivos provenientes do aparelho vestibular e fornecem impulsos nervosos para o aparelho por meio dos nervos vestibulococleares. Estes nervos conduzem impulsos relacionados com a estabilização e equilíbrio. Ela atua no controle da respiração, é um centro de transmissão de impulsos para o cerebelo e atua ainda, como passagem para as fibras nervosas que ligam o cérebro à medula. A região anterior da ponte forma uma grande estação de retransmissão sináptica, consistindo em centros de substância cinzenta espalhados, chamados núcleos da ponte. Numerosos tratos da substância branca entram e saem destes núcleos, cada um dos quais fornece uma conexão entre o córtex de um hemisfério cerebral e aquele do hemisfério oposto do cerebelo. A região posterior contém tratos ascendentes e descendentes com os núcleos dos nervos cranianos. Outros núcleos localizados na ponte são: a área pneumotáxica e a área apnêustica. Com a área respiratória rítmica, as áreas pneumotáxica e apnêustica ajudam a controlar a respiração. 5. Descreva morfofuncionalmente o mesencéfalo. É a menor parte do tronco encefálico. Interpõe-se entre a ponte e o diencéfalo. É atravessado por um estreito canal, o aqueduto cerebral, que une o III ao IV ventrículo. Na face anterior encontra uma depressão que separa o mesencéfalo da ponte chamada de sulco pontino superior. Na face posterior do mesencéfalo distingue-se uma lâmina quadrigêmea, os colículos. Os colículos superiores recebem informações visuais e os colículos inferiores fazem parte da via auditiva. O mesencéfalo é responsável por algumas funções como a visão, audição, movimento dos olhos e movimento do corpo. A parte anterior do mesencéfalo contém um par de tratos chamados pedúnculos cerebrais. Eles contém axônios de neurônios motores corticospinais, corticobulbares e corticopontinos, que conduzem impulsos nervosos do cérebro para a medula espinal, bulbo e ponte, respectivamente. Os pedúnculos cerebrais também contêm axônios de neurônios sensitivos, que se estendem do bulbo até o tálamo. A parte posterior do mesencéfalo, chamada teto, contém quatro elevações arredondas chamadas de colículos. Os colículos superiores atuam como centros reflexos para determinadas atividades visuais. Por intermédio dos circuitos neurais da retina para os colículos superiores, e destes para os músculos extrínsecos do bulbo do olho, os estímulos visuais induzem os movimentos do bulbo do olho a acompanhar as imagens em movimento e a examinar imagens estacionárias. Outros reflexos dos colículos superiores são o reflexo de acomodação, que ajusta o formato da lente para visão de perto em relação à visão à distância, e os reflexos que controlam os movimentos dos olhos, cabeça e pescoço em resposta aos estímulos visuais. Os colículos inferiores, são parte da via auditiva retransmitindo impulsos dos receptores para a audição, situados na orelha, para o tálamo. Estes dois núcleos também são centros reflexos para o reflexo de sobressalto. O mesencéfalo contém as substâncias negras direita e esquerda, que são núcleos grandes com pigmentação intensamente escura. Os neurônios que liberam dopamina se estendem da substância negra até os núcleos da base, e ajudam a controlar as atividades musculares subconscientes. A perda desses neurônios está associada à doença de Parkinson. Além disso, existem os núcleos rubros direito e esquerdo, que parecem avermelhados em razão do rico suprimento sanguíneo e de um pigmento contendo ferro nos seus corpos celulares neuronais. Os axônios provenientes do cerebelo e do córtex cerebral formam sinapses nos núcleos rubros, que atuam com o cerebelo para coordenar os movimentos musculares. O núcleo mesocefálico, presente na substância cinzenta que envolve o aqueduto do mesencéfalo, é o único núcleo na parte central do sistema nervoso que não é uma estação de retransmissão sináptica entre neurônios. Este núcleo contém corpos celulares de neurônios sensitivos (unipolares) que conduzem sinais proprioceptivos (a percepção ou sensibilidade da posição e tensão do músculo) provenientes dos músculos esqueléticos da cabeça. Os núcleos oculomotores no mesencéfalo fornecem impulsos motores que controlam os movimentos do bulbo do olho, enquanto os núcleos oculomotores acessórios fornecem controle motor para os músculos lisos, que regulam a constrição da pupila e as alterações no formato da lente por meio dos nervos oculomotores. Os núcleos trocleares no mesencéfalo fornecem impulsos motores que controlam os movimentos do bulbo do olho por meio dos nervos trocleares. 6. Descreva morfofuncionalmente o cerebelo. Está localizado no metencéfalo e ocupa a face inferior e posterior da cavidade do crânio. O cerebelo encontra-se posteriormente ao bulbo e à ponte, e inferiormente à parte posterior do cérebro. A fissura transversa do cérebro, é ocupada pelo tentório do cerebelo, ou seja, uma prega de dura-máter, semelhante a uma tenda, que está presa ao temporal e ao occipital, que suporta a parte posterior do cérebro, separando-o do cerebelo. A área central é o verme, e os lobos são os hemisférios do cerebelo. Cada hemisfério consiste em lobos separados por fissuras profundas e distintas. Os lobos anterior e posterior controlam os aspectos subconscientes dos movimentos do músculo esquelético. O lobo floculo- nodular, na face inferior, contribui para o equilíbrio e a estabilização. O córtex do cerebelo, consiste em substância cinzenta em uma série de cristas paralelas finas, chamadas folhas. Abaixo da substância cinzenta encontram-se os tratos da substância branca, chamados, em conjunto, de árvore da vida, pois se assemelham aos ramos de uma árvore. Os pedúnculos cerebelares inferiores conduzem informação sensitiva do aparelho vestibular da orelha interna e dos proprioceptores espalhados por todo o corpo para o cerebelo; seus axônios se estendem do núcleo olivar inferior do bulbo, e dos tratos espinocerebelares da medula espinal, até o cerebelo. Os pedúnculos cerebelares médios são os maiores; seus axônios conduzem impulsos para os movimentos voluntários (aqueles que se originam nas áreas motoras do córtex cerebral) para os núcleos da ponte. Dos núcleos, os impulsos passam para o cerebelo. Os pedúnculos cerebelares superiores contêm axônios que se estendem do cerebelo até os núcleos rubros do mesencéfalo e a diversos núcleos do tálamo. O cerebelo consiste em dois hemisférios e uma comprimida área central chamada de verme. A foice do cérebro é a porção das meninges que se estende parcialmente entre os hemisférios. Três pares de feixes de fibras nervosas chamados pedúnculos cerebelares sustentam o cerebelo e lhe proporcionam os tratos para comunicação com o restante do encéfalo. O cerebelo, órgão do sistema nervoso supra-segmentar, deriva da parte dorsal do metencéfalo e fica situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribuindo para a formaçãodo teto do IV ventrículo. Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está separado do lobo occipital por uma prega da dura-máter denominada tenda do cerebelo. Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior, respectivamente. 7. Descreva as estruturas e as suas localizações no diencélafo. O diencéfalo estende-se do tronco encefálico até o cérebro e circunda o terceiro ventrículo; inclui o tálamo, hipotálamo e epitálamo. Projetando-se do hipotálamo encontra-se a hipófise. Partes do diencéfalo na parede do terceiro ventrículo são chamadas de órgãos circunventriculares. Os tratos ópticos que conduzem os neurônios provenientes da retina entram no diencéfalo. O tálamo está disposto na porção laterodorsal do diencéfalo. A porção lateral da face superior do tálamo faz parte do assoalho do ventrículo lateral, sendo revestida por epitélio ependimário. A porção medial, junto com o teto do terceiro ventrículo, constitui o assoalho da fissura transversa do cérebro. O hipotálamo é separado do tálamo pelo sulco hipotalâmico. O epitálamo limita posteriormente o terceiro ventrículo acima do sulco hipotalâmico na transição com o mesencéfalo. O subtálamo não está relacionado diretamente com as paredes do terceiro ventrículo. Ele está localizado abaixo do tálamo sendo limitado lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo hipotálamo. Ele pode ser observado em cortes frontais. 8) Descreva morfuncionalmente o tálamo. O tálamo é constituído por duas massas ovoides de tecido nervoso situadas bilateralmente ao III ventrículo (de modo que ele compõe a sua parte lateral). Sua extremidade anterior é o tubérculo anterior do tálamo e a posterior é o pulvinar do tálamo (localizado acima do corpo geniculado medial). A aderência intertalâmica une os dois corpos ovoides talâmicos. O tálamo é composto por substancia cinzenta e possui vários núcleos. Sua parte dorsal é revestida por uma fina lâmina de substancia branca (extrato zonal do tálamo). Os núcleos talâmicos são numerosos e podem ser divididos em posterior, mediano, anterior, medial e lateral. Uma lâmina de substância branca, em forma de Y, chamada lâmina medular medial, divide a substância cinzenta dos lados direito e esquerdo do tálamo. A lâmina medular medial consiste em axônios mielinizados que entram e saem dos diversos núcleos do tálamo. Funcionalmente, o tálamo atua distribuindo às áreas especificas do córtex impulsos que recebe das vias sensitivas, exceto os impulsos olfatórios. Atua, também na motricidade, através dos núcleos ventral anterior e lateral, interpostos com os circuitos pálido corticais e cerebelo corticais. O tálamo contribui com as funções motoras, transmitindo informação do cerebelo e dos núcleos da base para a área motora primária do córtex cerebral. Também retransmite impulsos nervosos entre áreas diferentes do cérebro e participa na regulação das atividades autônomas e na manutenção da consciência. Os axônios que conectam o tálamo ao córtex cerebral passam pela cápsula interna, uma faixa espessa de substância branca lateral ao tálamo. Relaciona-se com o comportamento emocional por meio dos núcleos do grupo anterior, integrantes do sistema límbico e do núcleo dorsomedial com suas conexões com a área pré frontal. 9) Descreva morfofuncionalmente o hipotálamo. O hipotálamo encontra- se abaixo do tálamo, sendo responsável pela formação da parede e assoalho do terceiro ventrículo. O hipotálamo é composto por substância cinzenta que se agrupa em vários núcleos. O Fornix divide o hipotálamo em uma área medial e uma área lateral. Ele é composto por corpos mamilares, estruturas pequenas e arredondadas que salientam na face inferior do encéfalo, posteriormente ao infundíbulo, e que funcionam como relés para os neurônios olfatórios. O túber cinéreo, contem neurônios que transportam hormônios reguladores do hipotálamo para a adeno- hipofise através do infundíbulo pelas veias do sistema porta-hipofisário. O infundíbulo é uma estrutura em forma de pedúnculo. Por ele há a passagem de fibras nervosas dos núcleos hipotalâmicos e do túber cinéreo em direção à neuro hipófise, transportando oxitocina e ADH. O quiasma óptico é formado pela decussação de alguns neurônios do nervo óptico. A região mamilar (área hipotalâmica posterior), adjacente ao mesencéfalo, é a parte mais posterior do hipotálamo. Inclui os núcleos mamilares e os núcleos posteriores do hipotálamo. Os núcleos mamilares são duas pequenas projeções arredondadas que atuam como estações retransmissoras para a sensação do olfato. A região tuberal (área hipotalâmica intermédia), a parte mais larga do hipotálamo, inclui os núcleos dorsomedial, ventromedial e arqueado, mais o infundíbulo peduncular, que conecta a hipófise ao hipotálamo. A eminência mediana é uma região ligeiramente elevada que envolve o infundíbulo. A região supraóptica (área hipotalâmica rostral) situa-se acima do quiasma óptico (ponto de cruzamento dos nervos ópticos) e contém os núcleos paraventricular es do hipotálamo, supraóptico, anterior do hipotálamo e supra- quiasmático. Os axônios provenientes dos núcleos supraóptico e paraventriculares formam o trato hipotálamo-hipofisial, que se estende do infundíbulo até o lobo posterior da hipófise. A região pré-óptica (área hipotalâmica lateral), anterior à região supraóptica, é normalmente considerada parte do hipotálamo, porque participa com o hipotálamo na regulação de determinadas atividades autônomas. A região pré-óptica contém os núcleos pré-ópticos laterais e mediais O hipotálamo controla e integra atividades da divisão autônoma do sistema nervoso, que regula a contração dos músculos liso e cardíaco, e a secreção de muitas glândulas. Os axônios estendem-se do hipotálamo até os núcleos simpáticos e parassimpáticos no tronco encefálico e na medula espinal. Com o sistema límbico, o hipotálamo participa nas expressões de raiva, agressão, dor e prazer, e nos padrões comportamentais relacionados com a excitação sexual. O hipotálamo produz o ADH e a Ocitocina. Além disso, regula a ingestão de alimento por meio dos núcleos arqueado e paraventriculares. Também contém um centro da sede. Quando determinadas células no hipotálamo são estimuladas pela elevação da pressão osmótica do líquido extracelular, provocam a sensação de sede. A ingestão de água restaura a pressão osmótica ao normal, removendo a estimulação e aliviando a sede. Se a temperatura do sangue que flui pelo hipotálamo está acima do normal, o hipotálamo instrui a divisão autônoma do sistema nervoso a estimular atividades que promovam a perda de calor. Atua também na regulação dos ritmos circadianos e dos estados de consciência, pois o núcleo supraquiasmático estabelece os padrões de despertar e do sono, que ocorrem em um ritmo circadiano. 10) Descreva morfofuncionalmente o epitálamo e subtálamo. O epitálamo está localizado superiormente ao mesencéfalo e, separado deste pela comissura posterior. Apresenta formações endócrinas e não endócrinas. A principal formação endócrina é a glândula pineal (localizada inferiormente o esplênio do corpo caloso). A glândula pineal atua sobre as gônadas (testículos ou ovários), e produção cíclica de melatonina. O órgão subcomissural é outra formação endócrina do epitálamo, está localizado abaixo da comissura posterior e participa do controle da glândula supra-renal. As formações não endócrinas do epitálamo são: Trígono das habênulas (contendo os núcleos habenulares); Comissura das habênulas; Estrias medulares; E a comissura posterior. Com exceção da comissura posterior, todos os outros estão relacionados com o sistema límbico. A comissura posterior apresenta fibras nervosas provenientes do núcleo parassimpático do nervo oculomotor, influenciando no reflexo consensual. O subtálamoestá localizado entre o tálamo (superiormente) e o mesencéfalo (inferiormente), e entre a cápsula interna (lateral) e hipotálamo (medial). O subtálamo é a menor formação diencéfalica, sua principal formação é o núcleo subtalâmico, relacionado com o controle do movimento somático. 11) Descreva as estruturas e limites do telencéfalo. Durante o desenvolvimento embrionário, quando o tamanho do encéfalo aumenta rapidamente, a substância cinzenta do córtex aumenta muito mais rápido do que a substância branca mais profunda. Como resultado, a região cortical se enrola e se dobra sobre si mesma. As pregas resultantes são denominadas giros ou convoluções. Os sulcos mais profundos entre as pregas são as fissuras; os sulcos mais rasos entre as pregas são os sulcos. A fissura longitudinal, separa o cérebro em metades direita e esquerda, chamadas hemisférios cerebrais. Os hemisférios estão conectados internamente pelo corpo caloso, uma faixa larga de substância branca contendo axônios, que se estende entre os hemisférios no assoalho da fissura longitudinal. Cada hemisfério cerebral subdivide-se ainda em diversos lobos. Os lobos são nomeados segundo os ossos que os recobrem: lobos frontal, parietal, temporal e occipital. O sulco central separa o lobo frontal do lobo parietal. Um giro principal, o giro pré-central - localizado imediatamente anterior ao sulco central -, contém a área motora primária do córtex cerebral. O giro pós-central, localizado imediatamente posterior ao sulco central, contém a área somatossensitiva primária do córtex cerebral. O sulco lateral do cérebro separa o lobo frontal do lobo temporal. O sulco parietoccipital separa o lobo parietal do lobo occipital. A ínsula, não é vista na superfície do encéfalo, porque se situa no interior do sulco lateral do cérebro, profundamente aos lobos temporal, frontal e parietal. 12. Quais são os limites anatômicos dos lobos cerebrais. Cada hemisfério do cérebro é dividido em lobos: frontal, parietal, temporal, occipital e insular. O lobo parietal está separado posteriormente do lobo occipital por um sulco pouco delimitado na face lateral do cérebro mas bem visível em sua face medial, o sulco parieto- occipital. Os lobos temporais se estendem anteriormente, nas faces laterais dos hemisférios. Cada lobo temporal está separado das porções inferiores dos lobos frontal e parietal por um profundo sulco lateral. Cada hemisfério cerebral é subdividido em cinco lobos por sulcos e fissuras profundas. O sulco central (sulco de Rolando) separa o lobo frontal do lobo parietal. O sulco central se estende perpendicularmente da fissura longitudinal ao sulco lateral. O sulco lateral (sulco de Silvius) se estende lateralmente da face inferior do cérebro para separar os lobos frontal e temporal. O giro pré-central, uma importante área motora, está posicionado imediatamente na frente do sulco central. As funções do lobo frontal incluem a iniciação dos impulsos motores voluntários para os movimentos dos músculos esqueléticos, análise de experiências sensoriais e respostas relacionadas com a personalidade. Os lobos frontais também medeiam respostas relacionadas com memória, emoções, raciocínio, julgamento, planejamento e comunicação verbal. O lobo parietal funciona na compreensão da fala e na articulação de pensamentos e emoções. Ele também interpreta as texturas e formas dos objetos quando eles são manipulados. O lobo temporal, localizado abaixo do lobo parietal e da porção posterior do lobo frontal, está separado de ambos pelo sulco lateral e contém centros da audição que recebem fibras sensoriais da cóclea da orelha interna. Este lobo também interpreta um pouco de experiências sensoriais e armazena memória de experiências auditivas e visuais. O lobo occipital forma a porção posterior do cérebro e não está separado distintamente dos lobos temporal e parietal. Encontra-se superiormente ao cerebelo do qual está separado por uma expansão da camada meníngea chamada tentório do cerebelo. As principais funções do lobo occipital referem- se à visão. Ele integra os movimentos do olho direcionando e enfocando o olho, e também é responsável pela associação visual - correlaciona imagens visuais com experiências visuais prévias e outros estímulos sensoriais. O lobo insular, um lobo profundo do cérebro que não pode ser visto na superfície, encontra-se profundamente ao sulco lateral e está coberto por porções dos lobos frontal, parietal e temporal. Sua função é pouco conhecida, exceto que integra outras atividades cerebrais. Supõe-se também que tem alguma função na memória. 13. Descreva funcionalmente as áreas do cérebro. A área motora primária (área 4) está localizada no giro pré-central do lobo frontal. Cada região na área motora primária controla as contrações voluntárias de músculos ou grupos de músculos específicos. A estimulação elétrica de qualquer ponto na área motora primária provoca a contração de fibras musculares esqueléticas específicas, no lado oposto do corpo. A área da fala de Broca (áreas 44 e 45) está localizada no lobo frontal, próxima do sulco lateral do cérebro. A fala e a compreensão da linguagem são atividades complexas que abrangem diversas áreas motoras, de associação e sensitivas do córtex. Na maioria das pessoas essas áreas da linguagem estão localizadas no hemisfério esquerdo. O planejamento e a produção da fala, na maioria das pessoas, ocorrem no lobo frontal esquerdo. A partir da área da fala de Broca, os impulsos nervosos passam para as regiões pré-motoras que controlam os músculos da laringe, faringe e boca. Os impulsos da área pré- motora resultam em contrações musculares coordenadas específicas. A área de associação somatossensitiva (áreas 5 e 7) encontra-se imediatamente posterior e recebe influxos da área somatossensitiva primária, bem como do tálamo e de outras partes do encéfalo. Esta área nos permite determinar a forma e a textura exatas de um objeto sem precisarmos olhar para ele, determinar a orientação de um objeto com relação a outro quando são palpados e sentir a relação de uma parte do corpo com a outra. Também atua no armazenamento de memórias de experiências passadas, permitindo que comparemos sensações atuais com experiências anteriores. O córtex pré- frontal (área de associação frontal) é umaárea extensa, na parte anterior do lobo frontal, áreas 9,10,11 e 12. Esta área apresenta numerosas conexões com outras áreas do córtex cerebral, tálamo, hipotálamo, sistema límbico e cerebelo. O córtex pré-frontal relaciona-se com a formação da personalidade, intelecto, capacidade complexa de aprendizado, lembrança de informação, iniciativa, julgamento, previsão, raciocínio, consciência, intuição, humor, planejamento para o futuro e desenvolvimento de ideias abstratas da pessoa. A área de associação visual (áreas 18 e 19), localizada no lobo occipital, recebe impulsos sensitivos da área visual primária e do tálamo. Relaciona experiências visuais presentes e passadas, e é essencial para o reconhecimento e a avaliação do que é visto. A área de associação auditiva (área 22), localizada inferior e posteriormente à área auditiva primária, no lobo temporal, permite que reconheçamos um som específico como fala, música ou ruído. A área de Wemicke (área posterior da linguagem) (área 22 e, possivelmente, as áreas 39 e 40), uma ampla região nos lobos parietal e temporal esquerdos, interpreta o significado da fala, por meio do reconhecimento das palavras faladas. Está ativa quando traduzimos palavras em pensamentos. A área de integração comum (áreas 5, 7, 39 e 40) é limitada pelas áreas de associação somatossensitiva, visual e auditiva. Recebe impulsos nervosos provenientes destas áreas e da área gustatória primária, área olfatória primária, tálamo e partes do tronco encefálico. Esta área integra as interpretações sensitivas provenientes das áreas de associaçãoe os impulsos originados de outras áreas, permitindo a formação de pensamentos com base em uma variedade de influxos sensitivos. A área pré- motora (área 6) é uma área de associação motora, situada imediatamente anterior à área motora primária. Os neurônios nessa área se comunicam com o córtex motor primário, áreas de associação sensitiva no lobo parietal, núcleos da base e tálamo. A área pré- motora lida com o aprendizado das atividades motoras de natureza complexa e sequencial. Gera impulsos nervosos que induzem a contração de grupos específicos de músculos em uma sequência específica como, por exemplo, quando escrevemos nosso nome. A área pré- motora também atua como um banco de memória para tais movimentos. A área dos campos oculares frontais (área 8), no córtex frontal, é algumas vezes incluída na área pré-motora. Esta área controla os movimentos voluntários de busca dos olhos - como estes que estamos usando para ler esta frase. Área sensitiva Primária (1, 2, 3) está localizada posteriormente ao sulco central no giro pos central do lobo parietal. Há terminações das vias sensitivas que transportam informações de sensibilidade geral relativas a temperatura, tato, pressão, dor, propriocepção do corpo para o córtex do cérebro. Essas sensações atingem a área sensitiva somática primária. A área visual primária (área 17), localizada na extremidade posterior do lobo occipital principalmente na face medial (próxima da fissura longitudinal), recebe impulsos que conduzem informação visual e está implicada na percepção visual. A área auditiva primária (áreas 41 e 42), localizada na parte superior do lobo temporal, próxima do sulco lateral do cérebro, recebe informação dos receptores auditivos e está implicada na percepção auditiva. A área gustatória primária (área 43), localizada na base do giro pós-central, superiormente ao sulco lateral do cérebro no córtex parietal, recebe impulsos gustatórios e está implicada na percepção gustatória. A área olfatória primária (área 28), localizada na face medial do lobo temporal, recebe impulsos para o olfato e está implicada na percepção olfatória. 14) Descreva a organização interna do cérebro. A substância branca cerebral consiste em axônios mielinizados agrupados em três tipos de tratos, sendo eles os Tratos de associação, que contêm axônios que conduzem impulsos nervosos entre os giros no mesmo hemisfério, podendo ser curtos (conexão de giros adjacentes) ou longos (conectam giros separados, formando fascículos). Os Tratos comissurais que contêm axônios que conduzem impulsos nervosos dos giros em um hemisfério cerebral para os giros correspondentes no outro hemisfério cerebral. Três importantes grupos de tratos comissurais são o corpo caloso, a comissura anterior e a comissura posterior. Os Tratos de projeção contêm axônios que conduzem impulsos nervosos do cérebro para as partes inferiores do SNC (tálamo, tronco encefálico ou medula espinal) ou a partir das partes inferiores do SNC para o cérebro. Um exemplo é a cápsula interna, uma faixa espessa de substância branca que contém axônios ascendentes e descendentes. As fibras de projeção corticofugais convergem de todas as direções para formar a densa massa de substância branca subcortical da coroa radiada. Grande número de fibras segue para o corpo estriado e para o tálamo e atravessa fibras comissurais do corpo caloso a caminho. A coroa radiada é contínua com a cápsula interna, a qual contém a maioria das fibras de projeção corticais. Em cada hemisfério encontram-se os núcleos da base (massas de substância cinzenta). Dois dos núcleos da base estão lado a lado, imediatamente laterais ao tálamo. Eles são o globo pálido, que está mais próximo do tálamo, e o putame, que está mais próximo do córtex cerebral. Juntos, o globo pálido e o putame são chamados de núcleo lentiforme. O terceiro dos núcleos da base é o núcleo caudado, que possui uma “cabeça” grande conectada a uma “cauda” menor por um “corpo” recurvado fino e alongado. Juntos, o núcleo lentiforme e os núcleos caudados são conhecidos como corpo estriado. Estruturas próximas que estão funcionalmente ligadas aos núcleos da base são a substância negra, do mesencéfalo, e os núcleos subtalâmicos, do diencéfalo. O claustro é uma lâmina fina de substância cinzenta situada lateralmente ao putame. 15) Qual a composição estrutural e funcional do sistema límbico. O sistema límbico é um grupo funcional de estruturas que forma um anel ao redor do diencéfalo. O sistema límbico participa nos comportamentos emocionais (medo, raiva, prazer e excitação sexual) e na interpretação de estímulos internos e externos (unindo funções conscientes com as funções autônomas e aspectos de memória e restauração). Formado por um grupo de estruturas que desempenham papel no controle das respostas emocionais e comportamentais. Composto por bulbos olfatórios, septo pelúcido, fórnice (feixe de fibras que passam abaixo do corpo caloso em direção aos corpos mamilares do hipotálamo), giro do cíngulo, corpo amigdaloide, hipocampo (parte do cérebro localizada no assoalho do ventrículo lateral próximo ao corpo amigdaloide), corpos mamilares e núcleos talâmicos e hipotalâmicos. O lobo límbico é uma margem do córtex cerebral na face medial de cada hemisfério. Inclui o giro do cíngulo, que se situa acima do corpo caloso, e o giro para- hipocampal, que se encontra no lobo temporal abaixo. O hipocampo é uma parte do giro para-hipocampal que se estende até o assoalho do ventrículo lateral. O giro denteado situa-se entre o hipocampo e o giro para-hipocampal. A tonsila é composta de diversos grupos de neurônios localizados próximos da cauda do núcleo caudado. Os núcleos septais estão localizados dentro da área septal, formada pelas regiões sob o corpo caloso e o giro paraterminal. Os corpos mamilares do hipotálamo são duas massas arredondadas próximas da linha mediana, perto dos pedúnculos cerebrais. Dois núcleos do tálamo, o núcleo anterior e o núcleo medial, atuam nos circuitos límbicos. Os bulbos olfatórios são corpos achatados da via olfatória, que repousam na lâmina cribriforme. O fórnix, as estrias terminais, as estrias medulares, o fascículo medial do telencéfalo e o trato mamilotalâmico são ligados por feixes de axônios mielinizados interligados. 16) Descreva morfofuncionalmente os ventriculos cerebrais. O ventrículo lateral é habitualmente dividido numa parte central e em cornos frontal (anterior), occipital (posterior) e temporal (inferior). O corno frontal se situa no lobo frontal. Ele é limitado anteriormente pela face posterior do joelho e do rostro do corpo caloso e seu teto é formado pela parte anterior do tronco do corpo caloso. Os cornos frontais dos dois ventrículos laterais são separados pelo septo pelúcido. O contorno coronal do corno frontal é aquele de um triângulo achatado em que a cabeça arredondada do núcleo caudado forma a parede lateral e o assoalho. O corno frontal se estende posteriormente até o forame interventricular. A parte central se situa entre os lobos frontal e parietal e se estende do forame interventricular até o esplênio do corpo caloso. As partes centrais dos ventrículos laterais estão separadas pelo septo pelúcido, que contém as colunas dos fórnices em sua margem inferior. A parede lateral da parte central do ventrículo é formada pelo núcleo caudado superiormente e pelo tálamo inferiormente. O limite entre o tálamo e o núcleo caudado é marcado por um sulco, que é ocupado por um fascículo de fibras nervosas, a estria terminal, e pela veia talamoestriada. O limite inferior da parte central do ventrículo e sua parede medial são formados pelo corpo do fórnice. O fórnice é separado do tálamo pela fissura corióidea. O plexo corióideo oclui a fissura corióidea e cobre parte do tálamo e do fórnice. A parte central do ventrículo lateral se alarga posteriormentee se torna contínuo com os cornos occipital e temporal no trígono colateral ou no átrio. O corno occipital se curva posteromedialmente até o lobo occipital. Seu contorno tem geralmente a forma de um diamante ou de um quadrado e os dois lados são frequentemente assimétricos. As fibras do tapete do corpo caloso separam o ventrículo da radiação óptica e formam o teto e a parede lateral do corno occipital. As fibras do esplênio do corpo caloso (fórceps occipital) passam medialmente ao se curvarem de volta ao lobo occipital e produzem uma elevação arredondada na parede medial superior do corno occipital. O terceiro ventrículo é uma cavidade na linha mediana semelhante a uma fenda, situado entre o tálamo e o hipotálamo. Caudalmente o terceiro ventrículo é contínuo com o aqueduto do mesencéfalo, um tubo estreito que passa por toda a extensão do mesencéfalo e que é contínuo, por sua vez, com o quarto ventrículo, uma ampla cavidade em forma de tenda situada entre o tronco cerebral e o cerebelo. O teto do terceiro ventrículo é uma fina camada ependimal que se estende de suas paredes laterais até o plexo corióideo, que cobre a fissura corióidea. Acima do teto está o corpo do fórnice. O limite posterior do terceiro ventrículo é marcado por um recesso suprapineal acima da glândula pineal, um recesso pineal (epifisial), que se estende até o pedículo da glândula pineal, e pela comissura posterior. Abaixo da comissura o terceiro ventrículo é contínuo com o aqueduto do mesencéfalo. O quarto ventrículo se comunica com o espaço subaracnóideo da cisterna magna pela abertura mediana do quarto ventrículo e com aquele do ângulo cerebelopontino pela abertura lateral do quarto ventrículo, caudalmente ele é contínuo com o canal central vestigial da medula espinal. O sistema ventricular contém o líquido cerebrospinal (LCS), que é secretado principalmente pelos plexos corióideos localizados nos ventrículos laterais, no terceiro e no quarto ventrículos. O LCS flui dos ventrículos laterais para o terceiro ventrículo, passa depois pelo aqueduto do mesencéfalo e chega ao quarto ventrículo. Ele sai do quarto ventrículo pela abertura mediana do quarto ventrículo e pela abertura lateral do quarto ventrículo para chegar ao espaço subaracnóideo que circunda o encéfalo. O quarto ventrículo se situa entre o tronco encefálico e o cerebelo. Rostralmente ele é contínuo com o aqueduto do mesencéfalo e caudalmente com o canal central da medula espinal. Ao corte sagital o quarto ventrículo tem um perfil triangular característico e o ápice de seu teto em forma de tenda faz protrusão na face inferior do cerebelo. O aqueduto do mesencéfalo é um pequeno tubo, quase circular ao corte transversal. Ele se estende por um quarto dorsal do mesencéfalo e é circundado pela substância cinzenta central. Ele começa imediatamente atrás e abaixo da comissura posterior, onde é contínuo com a face caudal do terceiro ventrículo. Caudalmente ele é contínuo com a luz do quarto ventrículo na junção do mesencéfalo com a ponte. Os colículos superior e inferior são dorsais ao aqueduto do mesencéfalo e o tegumento do mesencéfalo é ventral. 17) Descreva onde o líquido cérebro espinal (líquor) é produzido? O líquido cerebrospinal (LCS) é um líquido claro incolor, composto basicamente de água, que protege o encéfalo e a medula espinal contra lesões químicas e físicas. Além disso, transporta pequenos volumes de oxigênio, glicose e outras substâncias químicas necessárias do sangue para os neurônios e neuróglia. O LCS contém pequenas quantidades de proteínas, ácido láctico, ureia, cátions (Na+, K+, Ca2+, Mg2+), ânions (CL e HC03) e alguns leucócitos. O liquido é secretado para o interior dos ventrículos pelos capilares do plexo coroide, e também por células do epêndima que circundam os vasos sanguíneos do cérebro e formam o canal central da medula espinal. As células epiteliais do plexo corióideo têm as características de células de transporte e secretoras. Suas superfícies apicais, através das quais é secretado o LCS, possuem microvilosidades e suas superfícies basais apresentam interdigitações e dobras. Há junções de oclusão nas extremidades apicais das células epiteliais, que são permeáveis a substâncias de pequeno peso molecular. Em virtude das junções oclusivas entre as células ependimárias, a substância que entra no LCS proveniente dos capilares corióideos não vaza por entre as células; pelo contrário, precisa passar através das células ependimárias. Esta barreira hematoliquórica permite que determinadas substâncias entrem no LCS, mas exclui outras, protegendo o encéfalo e a medula espinal contra substâncias potencialmente prejudiciais transmitidas pelo sangue.Os capilares fenestrados no estroma do plexo corióideo se situam logo abaixo das células epiteliais. Uma barreira hematoliquórica (sangue-LCS) está situada no epitélio do plexo corióideo. A maior parte do LCS é secretada pelos plexos corióideos nos ventrículos laterais, no terceiro e quarto ventrículos. O terceiro ventrículo é uma cavidade fissiforme estreita ao longo da linha mediana, superior ao hipotálamo e entre as metades direita e esquerda do tálamo. O quarto ventrículo situa-se entre o tronco encefálico e o cerebelo. Há também uma pequena contribuição do revestimento ependimário dos ventrículos e do líquido extracelular do parênquima cerebral. 18) Descreva as meninges A dura máter é a meninge mais externa, ela é espessa e resistente, composta por tecido conjuntivo fibroso. Ao redor do encéfalo ela apresenta-se como uma estrutura de duplas paredes. A camada externa da dura-máter adere intimamente aos ossos do crânio, servindo como periósteo dos ossos do crânio. A camada interna da dura-máter continua com a dura- máter da medula espinal. As duas camadas da dura-máter que envolvem o encéfalo estão fundidas entre si, na maior parte do encéfalo. Diferentemente da dura-máter espinal, há duas camadas. Assim, a camada externa é a periosteal e a camada interna é a meníngea. As duas camadas da dura-máter em torno do encéfalo são fundidas, exceto onde se separam para formar os seios venosos da dura-máter. Estes seios drenam o sangue venoso do encéfalo, transportando-o até as veias jugulares internas. O espaço epidural (extra-dural) é um espaço potencial entre a camada periosteal da dura-máter e os ossos do crânio. Três extensões da dura-máter separam as partes do encéfalo. A foice do cérebro separa os dois hemisférios (lados) do cérebro. A foice do cerebelo separa os dois hemisférios do cerebelo. O tentório do cerebelo separa o cérebro do cerebelo. A aracnoide é a meninge média localizada abaixo da dura-máter. Ela está intimamente aderida à superfície interna da dura-máter, sendo separada desta por um curto espaço, o espaço subdural. Entre aracnoide e pia-máter há o espalho subaracnoide, que contem liquido cerebroespinal. A pia-máter é a mais interna. Ela é uma delicada membrana vascular de tecido conjuntivo frouxo. Adere-se ao encéfalo e á medula espinal mergulhando profundamente nos sulcos e fissuras dessas estruturas. Nos tetos do ventrículo, a pia-máter e células ependimárias associadas tornam-se modificadas e contribuem na formação dos plexos coroides. 19) Onde o líquor circula e qual o seu trajeto no sistema nervoso central? O LCS formado nos plexos corióideos de cada ventrículo lateral flui para o terceiro ventrículo através dos forames interventriculares, que são aberturas ovais estreitas. Mais LCS é adicionado pelo plexo corióideo no teto do terceiro ventrículo. O líquido flui pelo aqueduto do mesencéfalo, que passa através do mesencéfalo, em direção ao quarto ventrículo. O plexo corióideo do quarto ventrículo contribui com mais líquido. A partir do quarto ventrículo, um pequeno volume de LCS desce para o canal central da medula espinal, enquanto grande parte do LCS entra no espaço subaracnóideo por meio de trêsaberturas no teto do quarto ventrículo, sendo uma abertura mediana única e um par de aberturas laterais. O LCS circula no espaço subaracnóideo em tomo da superfície do encéfalo e da medula espinal. Entretanto, a maior parte do LCS flui para as cisternas interpeduncular e colicular. O LCS das várias cisternas subaracnóideas flui superiormente pelos sulcos e fissuras nas faces medial e superolateral dos hemisférios cerebrais. O LCS também penetra nas extensões do espaço subaracnóideo ao redor dos nervos cranianos, sendo as mais importantes aquelas que circundam os nervos ópticos. O LCS é gradualmente reabsorvido pelo sangue por meio das granulações aracnóideas, extensões digitiformes da aracnoide-máter que se projetam nos seios venosos da dura-máter, especialmente no seio sagital superior. Como as velocidades de formação e reabsorção são iguais, a pressão e o volume do LCS são normalmente constantes. O espaço subaracnóideo contendo LCS estende-se para os centros das granulações aracnóideas. O LCS entra no sistema venoso por duas vias: (1) a maior parte do LCS entra no sistema venoso por transporte através das células das granulações aracnóideas para os seios venosos da dura-máter; (2) parte do LCS desloca-se entre as células que formam as granulações aracnóideas SITUAÇÃO PROBLEMA Mulher, 65 anos, sem história prévia de hipertensão arterial ou outras comorbidades, foI levada à emergência pela filha, apresentando perda súbita da consciência após episódio de crise convulsiva e desvio da comissura labial para a direita. Após despertar, apresentou-se afásica, com paresia grau III, hipoestesia e arreflexia em membro superior esquerdo, além de paralisia facial central do mesmo lado. A filha relatou episódios anteriores semelhantes, com melhora espontânea. Realizada RM, evidenciaram-se múltiplas áreas hiperintensas em região frontotemporal e frontoparietal à direita e temporoccipital à esquerda (Figura 1). Após a realização de eco-Doppler de artérias vertebrais e carótidas além de nova RM com gradiente Echo, foi feito diagnóstico de acidente vascular encefálico (AVE) hemorrágico associado a angiopatia amiloide. A) Descreva a organização do telencéfalo. Delimite os lobos cerebrais e seus principais giros e sulcos. O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo, e uma pequena linha mediana situada na porção anterior do III ventrículo. Os dois hemisférios cerebrais são incompletamente separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo o assoalho é formado por uma larga faixa de fibras comissurais, denominada corpo caloso, principal meio de união entre os dois hemisférios. Os hemisférios possuem cavidades, os ventrículos laterais direito e esquerdo, que se comunicam com o III ventrículo pelos forames interventriculares. Cada hemisfério possui três pólos: Frontal, Occipital e Temporal; e três faces: Súpero-lateral (convexa); Medial (plana); e o Inferior ou base do cérebro (irregular), repousando anteriormente nos andares anterior e médio da base do crânio e posteriormente na tenda do cerebelo. O Sulco Lateral é o sulco que separa o lobo frontal do lobo temporal. Ele é subdividido em ascendente, anterior e posterior. O Sulco Central separa o lobo parietal do frontal. O sulco central é ladeado por dois giros paralelos, um anterior, giro pré-central, e outro posterior, giro pós-central. As áreas situadas adiante do sulco central relacionam-se com a motricidade, enquanto as situadas atrás deste sulco relacionam-se com a sensiblidade. O Sulco Parieto-occipital separa o lobo parietal do occipital. O lobo Frontal apresenta o Sulco Pré-central: mais ou menos paralelo ao sulco central. O Sulco Frontal Superior: inicia-se na porção superior do sulco pré-central e dirigi-se anteriormente no lobo frontal. É perpendicular a ele. O Sulco Frontal Inferior: partindo da porção inferior do sulco pré-central, dirige-se para frente e para baixo. Além disso, seus giros são: Giro Pré-central: localiza-se entre o sulco central e o sulco pré-central. Neste giro se localiza a área motora principal do cérebro (córtex motor). Giro Frontal Superior: localiza-se acima do sulco frontal superior. Giro Frontal Médio: localiza-se entre o sulco frontal superior e inferior. Giro Frontal Inferior: localiza- se abaixo do sulco frontal inferior. O giro frontal inferior do hemisfério esquerdo é o centro cortical da palavra falada O lobo temporal apresenta Sulco Temporal Superior: inicia-se próximo ao pólo temporal e dirige-se para trás paralelamente ao ramo posterior do sulco lateral, terminando no lobo parietal. Sulco Temporal Inferior: paralelo ao sulco temporal superior é geralmente formado por duas ou mais partes descontinuas. Além disso, seus giros são Giro Temporal Superior: localiza-se entre o sulco lateral e o sulco temporal superior. Giro Temporal Médio: localiza-se entre os sulcos temporal superior e o temporal inferior. Giro Temporal Inferior: localiza-se abaixo do sulco temporal inferior e se limita com o sulco occípito-temporal. Afastando-se os lábios do sulco lateral, aparece o seu assoalho, que é parte do giro temporal superior. A porção superior deste assoalho é atravessada por pequenos giros transversais, os giros temporais transversos, dos quais o mais evidente é o giro temporal transverso anterior, sendo o centro cortical da audição. O lobo Parietal possui Sulco Pós-central: localiza-se posteriormente ao giro pós-central. É paralelo ao sulco central. Sulco Intraparietal: geralmente localiza-se perpendicular ao sulco pós-central (com o qual pode estar unido) e estende-se para trás para terminar no lobo occipital. Possui o Giro Pós- central: localiza-se entre o sulco central e o sulco pós-central. É no giro pós-central que se localiza uma das mais importantes áreas sensitivas do córtex, a área somestésica. Lóbulo Parietal Superior: localiza-se superiormente ao sulco intra-parietal. Lóbulo Parietal Inferior: localiza-se inferiormente ao sulco intraparietal. Neste, descrevem-se dois giros: o giro supramarginal, curvando em torno da extremidade do ramo posterior do sulco lateral, e o giro angular, curvando em torno da porção terminal e ascendente do sulco temporal superior. O lobo occipital ocupa uma porção relativamente pequena da face súpero-lateral do cérebro, onde apresenta pequenos sulcos e giros irregulares e inconstantes. O lobo da ínsula é visualizado afastando-se os lábios do sulco lateral. A ínsula tem forma cônica e seu ápice, voltado para baixo e para frente, é denominado de límen da ínsula. Sulco Central da Ínsula: parte do sulco circular, na porção superior da ínsula, e dirige-se no sentido antero-inferior. Divide a ínsula em duas partes: giros longos e giros curtos.Sulco Circular da Ínsula: circunda a ínsula na sua borda superior. Giros Longos da Ínsula: estão localizados posteriormente ao sulco central da ínsula. Giros Curtos da Ínsula: estão localizados anteriormente ao sulco central da ínsula B) Identifique os lobos acometidos. Cite as principais funções de cada lobo cerebral. A partir da análise do problema, é possível concluir que a paciente teve um acidente vascular encefálico (AVE) no hemisfério direito do cérebro, uma vez que teve perda de funções do lado esquerdo (hipoestesia e arreflexia em membros superiores esquerdo, além de paralisia facial central do mesmo lado). A afasia (perda da capacidade de compreender ou formular a linguagem) indica que os lobos frontal e parietal foram acometidos, já que são responsáveis por planejamento, comunicação verbal, compreensão da fala e formulações de palavras para expressar emoções. O lobo parietal funciona na compreensão da fala e na articulação de pensamentos e emoções. O lobo parietal também interpreta as texturas e formas dos objetos quando eles são manipulados. As principais funções do lobo occipital referem- se à visão. Ele integra os movimentosdo olho direcionando e enfocando o olho, e também é responsável pela associação visual - correlaciona imagens visuais com experiências visuais prévias e outros estímulos sensoriais. O lobo temporal contém centros da audição que recebem fibras sensoriais da cóclea da orelha interna. Este lobo também interpreta um pouco de experiências sensoriais e armazena memória de experiências auditivas e visuais. As funções do lobo frontal incluem a iniciação dos impulsos motores voluntários para os movimentos dos músculos esqueléticos, análise de experiências sensoriais e respostas relacionadas com a personalidade. Os lobos frontais também medeiam respostas relacionadas com memória, emoções, raciocínio, julgamento, planejamento e comunicação verbal. C) Descreva as principais áreas de Brodmann. Quais áreas de Brodmann foram provavelmente acometidas neste caso? A classificação de Brodmann determinou a correspondência entre áreas especificas do córtex com funções determinadas. As áreas de Brodmann 1, 2 e 3 são o córtex somatosensorial primário, área 4 é o córtex motor primário, área 17 é o córtex visual primário, e áreas de 41 e 42 correspondem ao córtex auditivo primário. A área motora primária corresponde a área 4 de Brodmann, determinando movimentos de grupos musculares do lado oposto. A área da Broca corresponde as áreas 44 e parte da área 45 de Brodmann no hemisfério dominante. Assim, Segundo as descrições da RM e os sintomas relatados pela filha da paciente, provavelmente houve comprometimento da Área da fala de Broca, pois a paciente se apresentava afásica (perda da fala e da compreensão da linguagem). Além disso, pode ter ocorrido comprometimento da Área Motora Primária que envolve o controle voluntario de músculos, já que ela apresentou paresia grau III, hipoestesia e arreflexia em membro superior esquerdo, além de paralisia facial. A área somatossensitiva primária (1, 2 e 3) pode ter sido acometida em razão da perda da sensação de tato. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 1) Quais estruturas compõe o Sistema Nervoso Periférico? Qual a diferença de um núcleo para um gânglio? O SNP inclui todos os neurônios, exceto os do SNC. Consiste em vias de fibras nervosas entre o SNC e todas as estruturas do corpo. Composto por 12 pares nervos cranianos e 31 pares de nervos espinais. O gânglio se restringe aos acúmulos de neurônios fora do sistema nervoso central, enquanto um núcleo diz respeito aos corpos celulares de neurônios no SNC. 2) Quais são os componentes funcionais dos neurônios aferente e eferente? Quais são as suas respectivas funções. Qual a função do neurônio internuncial? Os neurônios Aferentes recebem as informações da pele ou outros órgãos sensoriais e levam para o SNC. Eles relacionam o meio interno com o externo. Os Eferentes conduzem impulso nervoso do SNC ao efetuador (musculo ou glândula). Os Neuronios Internunciais fazem a união entre os neurônios eferentes e aferentes. O corpo celular destes está localizado dentro do SNC. Pode atuar conectando os hemisférios. 3) Um paciente apresenta Acidente Vascular Cerebral no lobo parietal esquerdo. Em qual hemicorpo (direito ou esquerdo) ele apresentará restrição motora? Após definir o hemicorpo acometido, explique o motivo da sua escolha. Como o AVC ocorreu no lobo parietal esquerdo, houve comprometimento do hemicorpo direito, o qual é o lado não dominante, pois ele relaciona-se com a capacidade de entendimento espaço temporal. Dessa forma, pode ocorrer apraxias (incapacidade de realizar movimentos de forma voluntária) e as agnosias (incapacidade de reconhecer objetos) nesse tipo de AVC. 4) Defina brevemente o Sistema Nervoso Autônomo. O sistema nervoso autônomo é composto por dois sistemas, sendo eles o Simpático e o Parassimpático. A divisão autônoma do sistema nervoso pertence a parte periférica do sistema nervoso e consiste em neurônios sensitivos autônomos, nos órgãos viscerais e nos vasos sanguíneos que conduzem informações para centros de integração, no sistema nervoso central (SNC); em neurônios motores autônomos que se propagam do SNC para diversos tecidos efetores, regulando a atividade do músculo liso, do músculo cardíaco e de muitas glândulas; e em parte entérica, uma rede especializada de nervos e gânglios formando uma rede de nervos independentes no interior da parede do trato gastrintestinal. Depois que o sistema nervoso autônomo recebe informações sobre o corpo e o ambiente externo, ele responde estimulando os processos corporais, geralmente pela divisão simpática, ou inibindo-os, pela divisão parassimpática. O caminho de um nervo autônomo envolve duas células nervosas. Uma delas está localizada no tronco cerebral ou na medula espinhal. É conectada por fibras nervosas à outra célula, localizada em um grupo de células nervosas (chamada gânglios autônomos). As fibras nervosas desses gânglios se conectam com os órgãos internos. A maioria dos gânglios para a divisão simpática está localizada bem do lado de fora da medula espinhal, dos dois lados. Os gânglios para a divisão parassimpática estão localizados próximos ou nos órgãos a que estão conectados. 5) Defina os nervos cranianos. Nervos cranianos são os que fazem conexão com o encéfalo. Os núcleos que dão origem a dez dos doze pares de nervos cranianos situam-se em colunas verticais no tronco do encéfalo e correspondem à substância cinzenta da medula espinhal. Os 12 pares de nervos cranianos recebem uma nomenclatura específica, sendo numerados em algarismos romanos, de acordo com a sua origem aparente, no sentido rostrocaudal. Eles estão ligados com o córtex do cérebro pelas fibras corticonucleares que se originam dos neurônios das áreas motoras do córtex, descendo principalmente na parte genicular da cápsula interna até o tronco do encéfalo. Os nervos cranianos sensitivos ou aferentes originam-se dos neurônios situados fora do encéfalo, agrupados para formar gânglios ou situados em periféricos órgãos dos sentidos. Os nervos cranianos motores são III Nervo Oculomotor, IV – Nervo Troclear, VI – Nervo Abducente, XI – Nervo Acessóri e XII – Nervo Hipoglosso. Os nervos cranianos sensitivos são I – Nervo Olfatório, II – Nervo Óptico e VIII – Nervo Vestibulococlear. Os nervos mistos são V – Trigêmeo, VII – Nervo Facial, IX – Nervo Glossofaríngeo e o X – Nervo Vago. 6) Descreva morfofuncionalmente (brevemente) os doze pares de nervos cranianos. O nervo olfatório é um nervo sensitivo. Tem início na mucosa olfatória, localizada no terço superior da cavidade nasal. É formado por neurônios bipolares, cujo prolongamento periférico se estende para a mucosa, enquanto que o prolongamento central atravessa a lâmina cribriforme do osso etmóide, penetrando na fossa anterior do crânio. Esses axônios fazem sinapse com células mitrais que formam os bulbos olfatórios. Os axônios das células mitrais se projetam formando os tratos olfatórios, que após um curto trajeto se dividem em duas estrias olfatórias: medial e lateral. O nervo óptico origina-se nas células ganglionares da retina. Os axônios dessas células atravessam o canal óptico, alcançando a fossa média do crânio. As fibras do nervo óptico sofrem cruzamento parcial, formando o quiasma óptico (estrutura pertencente ao hipotálamo). As fibras provenientes da parte nasal da retina cruzam no quiasma óptico para o lado oposto, enquanto que as fibras da parte temporal da retina permanecem do mesmo lado. Após o cruzamento das fibras no quiasma óptico, forma-se o trato óptico, que contém fibras cruzadas do olho contralateral (fibras da parte nasal da retina), e fibras não cruzadas do olho ipsilateral (fibras da parte temporal da retina). O nervo óptico é sensitivo e está envolvido com a visão. O nervo oculomotor contém fibras pré-ganglionares parassimpáticas. É um nervo motor, que realiza a maior parte da inervação dos músculos extra-oculares.Possui dois núcleos no mesencéfalo (um somático e outro visceral). O nervo oculomotor alcança a orbita após atravessar a fissura orbitária superior. Inerva os músculos: levantador da pálpebra, reto inferior, reto superior, reto medial e obliquo inferior. Envia fibras autônomas parassimpáticas para a inervação do músculo ciliar (realiza acomodação visual) e o músculo esfincter da pupila (miose). A estria olfatória lateral envia os estímulos para o únco e giro parahipocampal. O nervo troclear é o único a ter origem posterior no tronco encefálico. É um nervo motor, que controla o músculo oblíquo superior. O nervo trigêmeo é misto, com uma pequena parte motora e uma grande parte sensitiva (conectada com o gânglio do trigêmeo). Possui três raízes, cada uma delas forma os nervos: ofltálmico (primeira divisão do trigêmeo V1), maxilar (segunda divisão do trigêmeo V2) e mandibular (terceira divisão do trigêmeo V3). Todas as divisões são sensitivas, exceto a V3 que é mista (motora e sensitiva). O trigêmeo é responsável pelas sensibilidades geral e proprioceptiva da cabeça, cavidades nasal e oral e, inervação dos músculos da mastigação (musculo masseter, musculo temporal, músculo pterigóideo lateral e músculo pterigóideo medial), e ventre anterior do músculo digástrico. O nervo abducente é motor, que supre o músculo reto lateral do olho, responsável pela abdução do olho (desvio lateral). O nervo abducente em seu trajeto intra-craniano, passa no interior do seio cavernoso. O nervo facial, é misto, contendo fibras pré-ganglionares parassimpáticas. Ele contém uma grande raiz motora e uma pequena raiz sensitiva. O facial entra no meato acústico interno (junto do núcleo vestibulococlear), atravessa a parede posterior da cavidade timpânica (orelha média), local onde emite um ramo denominado de núcleo corda do tímpano (que se liga ao nervo lingual do trigêmeo), suprindo os dois terços anteriores da língua (inervação gustativa). O facial deixa o crânio pelo forame estilomastóideo, emite ramos para os músculos estilo-hióideo e o ventre posterior do músculo digástrico. Atravessa o parênquima da glândula parótida (sem inervá-la), e na margem anterior dessa glândula se divide em cinco ramos terminais, que se distribuem para os músculos da expressão facial (incluindo o m. platisma do pescoço). Os ramos terminais são: temporais, zigomáticos, bucais, marginal da mandíbula e cervical. O nervo facial apresenta componentes autônomos parassimpáticos que suprem as glândulas submandibulares, sublinguais e lacrimais. O oitavo par de nervo craniano. É um nervo sensitivo, formado pelos nervos: vestibular e coclear. Suas fibras se originam da orelha interna nas cristas ampulares do vestíbulo, e no ducto coclear. Atravessam o meato acústico interno (junto do núcleo facial). Este nervo está relacionado com o equilíbrio (posição e manutenção da cabeça em relação ao tronco) e a audição. O nervo Glossofaríngeo é misto. Sua parte sensitiva recebe informações provenientes do terço posterior da língua, úvula, faringe. Inerva os músculos estilofaríngo e o constritor superior da faringe. Apresenta inervação especial para a língua (gustação do 1/3 posterior), e componente autônomo parassimpático, inervando a glândula parótida. O nervo glossofaríngeo emerge do sulco póstero- lateral do bulbo, atravessa o forame jugular (junto aos nervos vago e acessório, e a veia jugular interna). O nervo vago era denominado de pneumogástrico, por seu trajeto pelas regiões torácica e abdominal. O nervo vago é um nervo misto, o maior nervo craniano e parassimpático do corpo. Sua origem é na fossa rombóide, no trígono do nervo vago (local do seu núcleo). Emerge no sulco póstero-lateral do bulbo e deixa a cavidade craniana pelo forame jugular. Desce no pescoço posteriormente a veia jugular interna. Cruza anteriormente a artéria subclávia (medialmente ao nervo frênico). Atravessa a cavidade torácica, posteriormente ao hilo do pulmão. Distribui-se na cavidade abdominal até a flexura esquerda do colo. Inerva (estímulos parassimpáticos) as vísceras do pescoço, tórax e abdome (até o final do colo transverso). O nervo Acessório é um nervo motor, com duas raízes (uma bulbar, outra espinal). A origem da raiz espinal do nervo acessório é proveniente da coluna anterior da medula espinal (dos cinco primeiros segmentos medulares). Essa raiz ascende em direção ao forame magno, entrando na cavidade craniana e, une-se com a raiz bulbar. Juntas, as raízes deixam a cavidade craniana por meio do forame jugular. No pescoço o nervo acessório está localizado profundamente ao músculo esternocleidomastóideo, seguindo o trajeto sobre o músculo levantador da escápula. Supre os músculos esternocleidomastóideo e trapézio. O hipoglosso é um nervo motor, suprindo os músculos da língua. Origina-se do núcleo do nervo hipoglosso, localizado no trígono do nervo hipoglosso (no bulbo). Atravessa o canal do nervo hipoglosso. Envia fibras nervosas que se comunicam com a alça cervical. 7) Defina morfofuncionalmente os nervos espinais. Existem 31 pares de nervos espinais, sendo 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccigeo. Com exceção do primeiro par de nervos cervicais, os nervos espinais deixam o canal vertebral através dos forames intervertebrais. O promeiro par de nervos cervicais emerge entre o osso occipital e o atlas. O segundo até o sétimo emerge entre a sétima vertebra cervical e primeira vertebra torácica. Eles são formados a partir da união das raízes ventral e dorsal que deixam ou entram na medula espinal. As raízes ventrais apresentam axônios de neurônios motores que saem das colunas anterior e lateral da medula. Os corpos celulares desses neurônios motores estão localizados na medula espinal. As raízes dorsais apresentam axônios de neurônios sensitivos que penetram nas colunas posteriores da medula. Os corpos celulares desses neurônios se situam fora da medula, no gânglio da raiz dorsal (gânglio espinal) em cada raiz dorsal. Após a união das raízes, todos os nervos espinais se tornam mistos, contendo prolongamentos de neurônios motores e sensitivos (somáticos e viscerais). 8) Defina um plexo nervoso. Os axônios provenientes dos ramos anteriores dos nervos espinais, exceto os nervos torácicos T2-T12, não seguem diretamente para as estruturas do corpo que inervam. Ao contrário, formam redes nos lados direito e esquerdo do corpo, unindo-se a uma quantidade variável de axônios provenientes dos ramos anteriores dos nervos adjacentes. Esta rede de axônios é chamada plexo. O plexo cervical (de C1-C4 ) proporciona as ligações nervosas com a cabeça, o pescoço e os ombros. O plexo braquial (C5-T1) proporciona as ligações com o tórax, os ombros, os braços, os antebraços e as mãos. O plexo lombar (T12-L4 ) proporciona as ligações com as costas, o abdômen, a virilha, as coxas, os joelhos e as panturrilhas. O plexo sacral (L4 - S4) proporciona as ligações com a região pélvica, as nádegas, os genitais, as coxas, as panturrilhas e os pés. Os nervos espinhais no tórax não se juntam a um plexo. São nervos intercostais, localizados entre as costelas. 9) Defina dermátomo e miótomo. Dermátomos são os territórios cutâneos inervados por fibras de uma única raiz dorsal. Recebe o nome da raiz que o forma, correspondem, portanto, aos 31 pares de nervos espinhais: 8 cervicais; 12 torácicos; 5 lombares; 5 sacrais; 1 coccígeo. A pele que recobre todo o corpo é inervada por neurônios sensitivos somáticos que conduzem impulsos nervosos da pele para a medula espinal e tronco encefálico. Os miótomos são o grupo de músculos inervado pelas fibras motoras de um único nervo espinhal. 10) Descreva a sintopia de um nervo espinal. Escolha um nervo do Membro Superior (MS) e descreva a sua sintopia. O nervo ulnar é um nervo espinal e se origina das raízes nervosas C8 a T1 (e ocasionalmente carrega fibras doC7) que fazem parte do fascículo medial do plexo braquial, e descende o aspecto póstero-medial do úmero. Ele percorre inferiormente o aspecto póstero-medial do úmero, passando por trás do epicôndilo medial (no túnel cubital) no cotovelo, onde é exposto por vários centímetros. Ele entra no compartimento anterior (flexor) do antebraço entre as cabeças umeral e ulnar do flexor ulnar do carpo, situando-se debaixo das aponeuroses do flexor ulnar do carpo, lado a lado da ulna. Ali ele abastece um músculo e meio (o flexor ulnar do carpo e a metade medial do flexor profundo dos dedos) e segue com a artéria ulnar, viajando inferiormente com ela até a parte mais profunda do músculo flexor ulnar do carpo. No antebraço ele se ramifica os ramos musculares do nervo ulnar; ramos musculares do nervo ulnar; ramos dorsais do nervo ulnar. Depois de viajar pela ulna, o nervo ulnar entra a palma da mão pelo canal de Guyon. O nervo ulnar e a artéria passam superficialmente pelo flexor retináculo da mão, via o canal ulnar. Aqui ele se ramifica nos seguintes ramos superficial do nervo ulnar e ramo profundo do nervo ulnar. Descrevendo a sintopia de um nervo do Membro Superior temos o nervo axilar ou circunflexo. Ele se origina a partir do fascículo posterior do plexo braquial na altura da axila levando fibras nervosas das vértebras C5 e C6. O nervo axilar percorre através do espaço quadrangular com a artéria umeral circunflexa posterior e a veia, inervando os músculos deltoide e redondo menor. O nervo fica primeiro atrás da artéria axilar, e em frente do músculo subescapular, e passa para baixo da borda inferior desse músculo. Ele então recua, acompanhado da artéria circunflexa posterior do úmero, através de um espaço quadrangular delimitado acima pelo redondo menor, abaixo pelo redondo maior, medialmente pela cabeça longa do tríceps braquial, e lateralmente pelo colo cirúrgico do úmero, e divide-se em ramo anterior, posterior e colateral para o ramo da cabeça longa do tríceps braquial. O nervo axilar inerva três músculos no braço: deltóide (músculo do ombro), redondo menor (um dos músculos do manguito rotador) e a cabeça longa do tríceps braquial. Ele também carrega informações sensoriais a partir da articulação do ombro, assim como a pele cobrindo a região inferior do músculo deltóide (que é inervado pelo ramo do nervo cutâneo lateral superior do braço do nervo axilar).
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