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Sustentabilidade na Arquitetura Brasileira

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1 
Sustentabilidade na Arquitetura Brasileira 
Luana Dall’Agnol (1) Liliany Schramm da Silva Gattermann (2) Mariane Gampert 
Spannenberg Casa (3) 
(1) Escola de Arquitetura e Urbanismo, IMED, Brasil. E-mail: luanadallagnol@yahoo.com.br 
(2) Escola de Arquitetura e Urbanismo, IMED, Brasil. E-mail: liliany.silva@imed.edu.br 
(3) Escola de Arquitetura e Urbanismo, IMED, Brasil. E-mail: marianescasa@imed.edu.br 
Resumo: Este artigo trata da questão da sustentabilidade na arquitetura produzida em nosso país. 
Primeiramente, faz-se uma abordagem do tema a nível internacional, enfocando que seu início se deu a 
partir da década de 70, com a primeira crise energética decorrente dos grandes desastres no meio 
ambiente, o aspecto ambiental tornou-se de extrema importância no cenário internacional. Após quase 
duas décadas, a preocupação com o desenvolvimento sustentável passou a fazer parte dos programas da 
arquitetura estrangeira de modo definitivo, trazendo novos paradigmas. Na seqüência, o artigo elucida o 
conceito de arquitetura sustentável, qual seja: a correta aplicação de elementos arquitetônicos e 
tecnologias construtivas para minimizar os impactos ambientais e conseqüentemente diminuir os 
desperdícios das edificações. As justificativas para o emprego emergencial da sustentabilidade na 
arquitetura será tratada a seguir, enfatizando que as cidades nunca abrigaram tantas pessoas, e essa 
intensa urbanização acarreta no aumento do consumo de seus recursos naturais, como água e energia, e 
o aumento da poluição gerada. Torna-se necessário, portanto, o equilíbrio entre o crescimento 
populacional e o meio ambiente para a formação de cidades sustentáveis capazes de atender às 
necessidades da atual população sem comprometer as futuras gerações, e que as cidades se desenvolvam 
em favor da maioria, que são os mais pobres. O enfoque brasileiro é o tema a seguir, tratando 
inicialmente do contexto histórico brasileiro e a questão da sustentabilidade na arquitetura, planejada ou 
não, desde o descobrimento até nossos dias; após se trata dos principais materiais e técnicas sustentáveis 
empregados atualmente; em seguida, se faz um resumo de algumas obras brasileiras com aspectos 
sustentáveis. Por fim, conclui-se com as dificuldades e perspectivas futuras sobre o assunto no Brasil. 
Palavras-chave: arquitetura contemporânea; sustentabilidade; Brasil. 
Abstract: This article deals with the question of the sustentabilidade in the architecture produced in our 
country. First, a boarding of the subject becomes the international level, focusing that its beginning if 
gave from the decade of 70, with the first decurrent energy crisis of the great disasters in the 
environment, the ambient aspect became of extreme importance in the international scene. After almost 
two decades, the concern with the sustainable development started to be part of the programs of the 
foreign architecture in definitive way, bringing new paradigms. In the sequence, the article elucidates the 
concept of sustainable architecture, which is: the correct application of elements architectural and 
constructive technologies to minimize the ambient impacts and consequently to diminish wastefulnesses of 
the constructions. The justifications for the emergencial job of the sustentabilidade in the architecture 
will be treated to follow, emphasizing that the cities had never sheltered as many people, and this intense 
urbanization causes the increase of the consumption of its natural resources, as water and energy, and 
the increase of the generated pollution. One becomes necessary, therefore, the balance between the 
population growth and the environment for the formation of sustainable cities capable to take care of to 
the necessities of the current population without compromising the future generations, and that the cities 
if develop for the majority, that are poor. The Brazilian approach is the subject to follow, initially 
treating to the Brazilian historical context and the question of the sustentabilidade in the architecture, 
planned or not, since the discovery until our days; after one is about the main materials and sustainable 
techniques used currently; after that, if it makes a summary of some Brazilian workmanships with 
 
 
 
2 
sustainable aspects. Finally, one concludes with the difficulties and future perspectives on the subject in 
Brazil. 
Keywords: architecture contemporary; sustentabilidade; Brazil. 
1. INTRODUÇÃO 
Atualmente, conta-se com tecnologias anteriormente jamais pensadas, avançados programas de 
computação gráfica, simuladores que prevêem o comportamento da edificação em qualquer momento do 
ano. A arquitetura contemporânea deve estar conciliada com tudo isto, fazendo uso de todas estas 
ferramentas. Segundo MONTANER (2001), “ o desafio atual consiste em demonstrar que arquitetura 
ecológica além de ser necessária globalmente e correta socialmente pode ser muito atraente do ponto de 
vista estético, conceitual e cultural.” A produção contemporânea de qualidade deve observar todos estes 
itens e fazer valer a preocupação com o meio ambiente, a casa de todos, o mundo. É da responsabilidade 
de todos sua conservação e manutenção, e tem na arquitetura, neste momento, um papel fundamental, 
para ajudar na reversão dos fatores que tanto preocupam a sociedade. 
2. ARQUITETURA SUSTENTÁVEL DESDE O PROJETO 
Para FERNANDEZ, “se a construção consome algo como metade dos recursos não renováveis do mundo 
– em combustíveis, metais, etc – se deve analisar ou discutir o modo como a arquitetura se acomoda a 
essa situação”. 
Para se construir de modo sustentável, deve-se levar em conta a preocupação com o uso de materiais 
certificados, que venham de fornecedores legalmente estabelecidos e que professem as mesmas crenças 
em relação à diminuição dos impactos ambientais e das emissões de gases poluentes. É também freqüente 
o uso de materiais considerados ecologicamente corretos, como os reciclados ou os oriundos de projetos 
sociais. Depois de tudo, ainda há um estudo detalhado de como se portará a construção e de como serão 
tratados os resíduos gerados por ela de modo a não afetar (ou reduzir drasticamente este efeito) o 
ambiente que circunda o imóvel. 
Através destes cuidados, a arquitetura sustentável procura elaborar prédios que sejam cada vez mais 
eficientes energeticamente. Assim, não é incomum a utilização de materiais alternativos e totalmente 
diferenciados do que se encontraria em uma construção “não sustentável” nas áreas de iluminação e 
ventilação do prédio. A energia solar ou a eólica, dependendo da localidade em que se encontra a obra, 
são freqüentemente adotadas como formas limpas e de emissão praticamente zero, podendo assumir parte 
ou a totalidade da responsabilidade por esses itens. 
Um cuidado especial é dado ao posicionamento da casa e a disposição das janelas conforme o 
deslocamento do sol no horizonte e a direção do vento. O uso de vidros duplos é também um aliado 
importante para garantir que a casa seja bem iluminada ao longo do dia pela luz do sol. Esse 
procedimento é responsável por uma economia enorme de energia que seria gasta na iluminação artificial 
e na refrigeração desses lugares, e bastante usual na arquitetura sustentável, bem como a escolha de 
lâmpadas mais econômicas no lugar das lâmpadas usuais. Também a ventilação mais natural nos 
ambientes (casas, prédios, escolas, escritórios,...), ao invés de ar-condicionado ou aquecedores, que são 
altamente poluentes à natureza, é outro modo de promover a sustentabilidade. 
Outro item importante para a arquitetura sustentável é a utilização racional da água nos empreendimentos. 
Uma questão definida como básica é o aproveitamento da água da chuva para regar plantas e jardins, 
lavar áreas externas e ser usada nas descargas sanitárias. Desta forma, a economia de água é absurda e 
pode chegar até a trinta por cento emrelação a uma construção “normal”. 
A arquitetura sustentável também tem profunda preocupação com o destino correto dos resíduos gerados 
na própria obra. Para isso, preconiza que os entulhos oriundos da construção podem ser usados como 
aterros, na fabricação de tijolos e o restante pode ser reciclado de várias outras formas e aplicado de 
 
 
 
3 
inúmeras maneiras diferentes, reduzindo os custos e a necessidade de descarte desses resíduos nos aterros 
sanitários. 
Seguindo todos os parâmetros e mantendo-se dentro das especificações da arquitetura sustentável, os 
prédios são avaliados e recebm um selo de acordo com os parâmetros de sustentabilidade adotados na 
construção. Desta forma, valoriza-se o imóvel e garante-se uma vida plena e menos estressante para toda 
uma comunidade. Tudo isso, graças à arquitetura sustentável. 
3. EXEMPLOS DE MATERIAIS COM CERTIFICAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL 
3.1. Blocos de entulho 
Blocos feitos a partir de entulhos moídos. Reaproveitam-se os restos de construções demolidas ou de 
reformas. Estes podem receber vigas em seu interior ou não. 
3.2. Madeira manufaturada 
São tábuas de madeira feitas a partir de serragem e madeiras de construções demolidas e restos de 
madeira (Fig. 01), diminuindo assim o entulho resultante de construções. 
 
Fig. 01 – Madeira manufaturada. Fonte: http://www.ecologiaurbana.com.br/residencia-sustentavel/materiais-
sustentaveis-conheca-os-materiais-verdes-para-sua-construcao/ 
3.3. Blocos de pedra 
São blocos de pedra mesmo. Podem ser usados em construções no lugar dos blocos comuns. 
3.4. Madeira certificada 
Madeira certificada é madeira extraída legalmente e que muitas vezes vem de árvores plantadas 
especialmente para este fim. 
3.5. Telhado verde 
Pode-se colocar uma cobertura vegetal sobre o telhado, o que permita uma melhor regulação da 
temperatura interna da residência, evitando desperdícios com aquecimento e resfriamento do local. O 
ecotelhado, como é chamado, consegue absorver grande parte da água das chuvas, o que pode ajudar a 
evitar enchentes. Mas deve-se ter cuidado com sua execução: é necessário escolher bem a planta que será 
usada e estruturar as camadas de terra que serão o substrato para estas plantas. 
3.5. Tijolos de terra 
Com relação ao emprego da terra, há basicamente duas opções: paredes estilo pau-a-pique que são feitas 
com uma mistura de terra argilosa, água e palha que é colocada em uma estrutura de madeira trançada, 
podendo levar reboco e outros acabamentos; a outra opção são os tijolos de adobe – estes tijolos são feitos 
 
 
 
4 
com terra crua, água e palha, podendo inclusive serem manufaturados no local da obra. Tijolos de terra 
em geral geram um bom conforto térmico e acústico. Outra opção são os tijolos de terra-cimento (Fig. 02) 
ou blocos de terra comprimida, que levam terra, água e um pouco de cimento: geralmente não precisam 
de argamassa e reduzem a utilização de estruturas de ferro na construção. 
 
Fig. 02 – Tijolo de terra-cimento. Fonte: http://baudopermacultor.blogspot.com.br/2011/05/tijolo-solocimento.html 
As desvantagens que podemos encontrar ao usar materiais “verdes” são principalmente devidas à falta de 
habilidade e vontade dos trabalhadores comuns em utilizar este tipo de material, pois geralmente há uma 
resistência devido ao hábito de utilizar outros materiais, o que pode resultar em blocos e tijolos mal feitos 
ou descontentamento por parte dos trabalhadores. 
A utilização de Materiais Verdes na construção civil e a arquitetura sustentável têm-se mostrado muito 
proveitosa, como comprovam as experiências recentes dos países desenvolvidos, devendo-se assim 
estimular o uso destes materiais nas construções brasileiras, gerando um desenvolvimento sustentável em 
todas as áreas. 
É claro que os custos de construção das casas sustentáveis são, em média, trinta por cento maiores do que 
os custos envolvidos na construção de uma casa pelo método tradicional. No entanto, analisando-se mais 
de perto e com mais atenção, vê-se que este custo inicial maior se refletirá em um ganho posterior 
considerável que pode superar com folga qualquer elevação de valores que se experimente na época da 
construção das edificações sustentáveis. 
4. OBRAS SUSTENTÁVEIS 
4.1. Nova sede do CREA-PR 
O novo prédio do CREA-PR terá nove pavimentos e um sub-solo, atendendo à legislação urbanística de 
Curitiba. Foram previstos: o reuso da água, a retenção de água pluvial e a iluminação natural na maior 
parte dos ambientes. O projeto destaca os seguintes itens: 
- ocupação dos vazios urbanos, evitando-se novos loteamentos; 
- baixo consumo energético durante a construção e reaproveitamento de águas, com tratamento adequado 
para cada uso; 
- baixa produção de resíduos durante a construção; 
- opção por materiais e insumos “ambientalmente corretos” (baixa emissão de carbono, extrativismo 
responsável e qualificação social dos agentes envolvidos). 
 
 
 
5 
 
Fig. 03 – Nova sede do CREA-PR. Fonte: http://revistacrea.crea-pr.org.br/construcao-da-nova-sede-do-crea-pr-
comeca-no-segundo-semestre/ 
O sistema construtivo escolhido para a obra foi o pré-fabricado, pois atende às condições do sítio urbano 
e do terreno, sem espaço para grandes canteiros de obras. O valor da obra não é revelado pelo CREA-PR, 
mas o investimento será maior do que seria se feito com materiais e métodos tradicionais. “É preciso 
ressaltar que o que é impagável é o compromisso com o meio ambiente”, disse o arquiteto Jeferson 
Dantas Navolar. 
Enquanto o prédio estiver em construção, o CREA-PR pretende se adaptar à família das ISO para que 
seus funcionários saibam como utilizar o prédio. “Ele só vai se tornar efetivamente sustentável se quem 
for habitá-lo estiver integrado com o conceito”, afirma o arquiteto Navolar. 
4.2. Casa sustentável sem tijolos 
Casas sustentáveis que levam menos tempo para ficarem prontas são a promessa de seis jovens 
profissionais, engenheiros civis e arquitetos, entre 25 e 28 anos. A empresa, fundada em 2009 com sede 
em Curitiba, tem construído casas de uma maneira diferente da convencional: sem tijolos. A estrutura é 
feita com madeira autoclavada de reflorestamento – tratamento especial que pode durar até cem anos, 
segundo os profissionais – e isolamento térmico com lã de vidro ou garrafas pet, reduzindo a produção de 
resíduos e de emissão de carbono. A proposta é garantir construções concluídas em prazos mais curtos, 
com menos mão-de-obra e mais benefícios para o meio ambiente. O projeto do governo denominado 
“Minha Casa, Minha Vida” já teve 300 casas construídas com esta técnica. 
 
Fig. 04 – Casa sustentável sem tijolos. Fonte: http://construcaocivilpet.wordpress.com/2013/05/02/sem-tijolo-casa-
sustentavel-leva-menos-tempo-para-ficar-pronta/ 
 
 
 
6 
“A gente consegue fazer a obra em um quarto de tempo de uma obra convencional economizando em 
80% de resíduos e a emissão de carbono, com o dobro de conforto térmico e acústico, com quatro vezes 
menos mão de obra e com uma garantia muito maior de orçamento porque a obra é toda industrializada”, 
afirma um dos sócios da Tecverde, o engenheiro civil Caio Bonatto, de 26 anos. 
Para tornar isso possível, Bonatto conta que foram feitas diversas pesquisas de tecnologia em vários 
lugares do mundo até encontrarem, na Alemanha, o que queriam. Mas o trabalho dos sócios não foi 
apenas importar a tecnologia: eles a adaptaram para a realidade brasileira após uma série de estudos. 
Com relação ao tempo de execução, os sócios exemplificam que uma casa sustentável, de médio a alto 
padrão (200 m²), leva entre três e quatro meses para ficar pronta, enquanto que a mesma casa de alvenaria 
demora de doze a dezoito meses para ser concluída. Ainda dizem que o valor da casa construída 
sustentavelmente é de aproximadamente R$ 360 mil – o mesmo preço de uma construção convencionalcom o mesmo tamanho e padrão. 
As paredes são executadas com uma estrutura de madeira autoclavada com isolamento térmico e acústico 
entre as chapas de madeira. Uma chapa de madeira de OSB, que é estrutural, dá a resistência a impacto e 
possibilita que se fixe móveis, rede, igual a uma residência de alvenaria. Uma película controla a umidade 
para evitar a incidência de mofo. E uma chapa de cimento faz o revestimento final, podendo-se aplicar 
sobre a mesma qualquer tipo de revestimento: textura, cerâmica, pintura. 
4.3. Cinco edifícios sustentáveis no Brasil 
O Brasil já ocupa a quarta posição no ranking mundial de construções sustentáveis, de acordo com o 
órgão internacional Green Building Council (Conselho de Construções Verdes). 
O primeiro prédio sustentável brasileiro foi erguido em 2004 e, de 2007 até abril de 2012, o país já 
registrou um total de 526 empreendimentos sustentáveis. 
4.3.1. Complexo Comercial Rochaverá 
O Rochaverá foi um dos primeiros empreendimentos do Brasil a reunir vários dos conceitos de Green 
Building e a conquistar a certificação LEED, categoria Gold. Isso porque todo o projeto foi concebido 
dentro de quatro premissas: redução do consumo de energia e dos custos operacionais e de manutenção; 
diminuição do uso de recursos ambientais não renováveis; melhoria da qualidade interna do ar; e ganhos 
de qualidade de vida e da saúde dos usuários. 
 
Fig. 05 – Complexo Comercial Rochaverá. Fonte: http://blogs.estadao.com.br/planeta/2011/03/10/leed-com-
jeitinho-brasileiro/ 
4.3.2. Eldorado Business Tower 
Edifício de arquitetura marcante e imponente na Av. das Nações Unidas, região da Marginal Pinheiros da 
capital de São Paulo, obteve o LEED C&S – Platinum, certificação Greenbuilding pelo USGBC (United 
 
 
 
7 
States Greenbuilding Council). Segundo o Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), os principais 
resultados que demonstram a alta performance ambiental do Eldorado Business Tower são: 
- 33% de economia no consumo de água potável, comparado ao padrão norte-americano; 
- 100% de economia de água potável para irrigação; 
- 18% de economia no consumo de energia; 
- 74% de todo o resíduo gerado na obra foi desviado de aterros; 
- 30% de todo o material empregado é de origem reciclada; 
- 50% de todo o material adquirido é de origem local; 
- 95% de toda a madeira é certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council) 
- 25% de redução da vazão e volume de água lançada na rede pública durante as chuvas. 
 
Fig. 06 – Eldorado Business Center. Fonte: http://www.cte.com.br/site/ver_noticia.php?id_noticia=1269 
4.3.3. Ventura Corporate Towers 
Composto por duas torres, o empreendimento comercial atualmente é ocupado pela Petrobrás e pelo 
BNDES. Localizado na Cidade Nova, no Rio de Janeiro, o empreendimento contou com diferentes 
diretrizes que reduzem o impacto sobre o meio ambiente tanto na obra como no dia a dia. Juntas, suas 
duas torres, com 36 andares cada uma, totalizam 170 mil m² de área construída, sendo 106 mil m² de área 
locável. 
 
Fig. 07 – Ventura Corporate Towers. Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=984060&page=2 
O prédio, inteligente, permite que a intensidade da luz seja avaliada através de sistemas 
computadorizados. Em dias nublados, por exemplo, a luz artificial é intensificada nos ambientes. Já em 
dias ensolarados, o computador reduz a intensidade luminosa. Vidros especiais também foram instalados 
para garantir a iluminação natural e o conforto térmico no interior do empreendimento. Além disso, há 
um sistema de controle de descarte de entulho e reciclagem de lixo. 
 
 
 
8 
4.3.4. Edifício Cidade Nova 
Localizado na Rua Ulisses Guimarães, 565, Cidade Nova, no Rio de Janeiro, foi construído pela Bracor, 
com arquitetura assinada pelo escritório Ruy Resende. A categoria Core&Shell indica que as partes 
interna e externa são sustentáveis. O prédio possui seis fachadas compostas por grandes planos de vidro 
isotérmicos que barram a radiação solar. 
 
Fig. 08 – Edifício Cidade Nova. Fonte: http://www.vidrado.com/noticias/meio-ambiente/edificio-cidade-nova-
vanguarda-da-sustentabilidade/ 
Com consultoria ambiental da Cushman & Wakefield, a construção segue normas que diminuem o 
impacto sobre o meio ambiente, como captação e reúso de água, concepção de paisagismo e área verde 
proporcionais à edificação, redução de consumo de energia, menos emissão de CO₂, controle de ar 
condicionado individual e disponibilização de vagas especiais para veículos de baixa emissão de 
poluentes. O Edifício Cidade Nova abriga a Universidade Petrobrás. 
4.3.5. Primeira Escola totalmente sustentável da América Latina 
A primeira escola ecológica do país foi inaugurada em maior de 2001 em um dos bairros mais carentes do 
Rio de Janeiro: Santa Cruz, zona oeste da cidade. O Colégio Estadual Erich Walter Heine tem instalações 
que captam a água da chuva para ser usada nos sanitários, jardins e na limpeza da escola, como economia 
de 50% da água potável. As lâmpadas LED em todo o edifício reduzem em até 80% o consumo de 
energia. Há também painéis solares para a geração de energia limpa. 
Projetada em forma de catavento para melhor ventilação, a escola possui telhado verde com vegetação 
que absorve o calor, em uma região em que a temperatura ultrapassa os 40 graus celsius no verão, e 
sistema de captação de água da chuva que é destinada posteriormente para as descargas dos banheiros, 
jardins e limpeza. Também tem coleta seletiva e espaço para armazenar lixo para ser reciclado. Possui: 
bicicletário e vagas especiais para veículos com baixa emissão de poluentes e acessibilidade a alunos com 
necessidades especiais; tratamento acústico nas salas de aula, corredores e ambientes internos próximos 
às salas; análise prévia da qualidade do solo para a construção e uso de 70% da permeabilidade natural do 
terreno; reaproveitamento de 100% do material de entulho gerado durante a obra. 
 
Fig. 09 – Colégio Estadual Erich Walter Heine. Fonte: http://ecotelhado.blog.br/index.php/2012/07/ 
 
 
 
9 
A escola está entre as 121 instituições no mundo com certificação Leed Schools (de liderança em energia 
e design ambiental) e é a primeira escola de ensino médio profissionalizante da região, a qual possui um 
dos menores índices de desenvolvimento humano do município. 
O investimento na escola foi de R$ 11 milhões. A certificação para construções verdes dialoga com a 
necessidade cada vez maior de soluções que interliguem construção civil e sustentabilidade. Segundo 
dados da USP, de 40 a 75% dos recursos extraídos da natureza são utilizados nesse setor, responsável por 
grandes impactos ambientais ao longo do processo de produção de matéria-prima, transporte, montagem e 
descarte. 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com relação aos profissionais do setor, observou-se que engenheiros, arquitetos e demais formados na 
área da construção civil têm grandes dificuldades de integrar os conhecimentos de forma a atingir o 
objetivo de elaborar um projeto sustentável. Fatores que geram a depleção da camada de ozônio, inversão 
térmica, chuva ácida entre outros, são pouco conhecidos. E isso pode ser observado na prática, pois em 
relação aos métodos sustentáveis que podem ser incluídos nos projetos de arquitetura, a maioria dos 
arquitetos optou por alguns métodos como o da colocação de aquecedores solares, ou pela inclusão de 
sistemas de reaproveitamento das águas pluviais. Além do melhor aproveitamento da iluminação e 
ventilação natural através da forma da casa e dos materiais específicos de baixo impacto ambiental. Outra 
barreira que existe para os projetistas são os clientes que não têm interesse em adotar métodos 
sustentáveis para execução da obra quando isso implicar em um aumento inicial dos custos. 
Conclui-se que apesar dos arquitetos terem certo conhecimento sobre a arquitetura sustentável e se 
preocuparemem incorporar conceitos sustentáveis em seus projetos, ainda falta um conhecimento mais 
detalhado sobre o assunto, para que o profissional possa efetivamente contribuir com a preservação do 
meio ambiente, diminuindo assim o impacto ambiental sobre o meio ambiente. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
MONTANER, Josep Maria. A beleza da Arquitetura Ecológica. In: A Modernidade Superada. 
Arquitetura, arte e pensamento do século XX. Barcelona: Gustavo Gili, 2001, p. 195. 
FERNANDEZ, Roberto. Las ciudades imposibles <http://archivo-elciudadano.com.ar/20/11/2004/ 
cultura/ciudades.php>. Acesso em 03 out. 2013. 
 
Nova Sede do Crea-PR será referência em sustentabilidade. <http://www.cimentoitambe.com.br/nova-
sede-do-crea-pr-sera-referencia-em-sustentabilidade/>. Acesso em 04 out. 2013. 
‘Sem tijolo’, casa sustentável leva menos tempo para ficar pronta. 
<http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2013/04/sem-tijolo-casa-sustentavel-leva-menos-tempo-
para-ficar-pronta.html>. Acesso em 04 out. 2013. 
Materiais sustentáveis – conheça os materiais verdes para sua construção. 
<http://www.ecologiaurbana.com.br/residencia-sustentavel/materiais-sustentaveis-conheca-os-
materiais-verdes-para-sua-construcao/>. Acesso em 03 out. 2013. 
Tijolo solocimento. <http://baudopermacultor.blogspot.com.br/2011/05/tijolo-solocimento.html>. 
Acesso em 05 out. 2013. 
LEED com jeitinho brasileiro. <http://blogs.estadao.com.br/planeta/2011/03/10/leed-com-jeitinho-
brasileiro/>. Acesso em 04 out. 2013. 
Eldorado Business Tower é o primeiro edifício certificado Leed Platinum da América Latina. 
<http://www.cte.com.br/site/ver_noticia.php?id_noticia=1269>. Acesso em 05 out. 2013. 
 
 
 
10 
Ventura Corporate Towers. 
<http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=984060&page=2>. Acesso em 02 out. 2013. 
Edifício Cidade Nova – vanguarda da sustentabilidade. <http://www.vidrado.com/noticias/meio-
ambiente/edificio-cidade-nova-vanguarda-da-sustentabilidade/>. Acesso em 04 out. 2013. 
Primeira escola verde do Brasil já “dá frutos” no Rio de Janeiro. 
<http://ecotelhado.blog.br/index.php/2012/07/>. Acesso em 02 out. 2013.

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