Buscar

TÉCNICAS USADAS PARA AVALIAR A EXPOSIÇÃO INTERNA medicina nuclear

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
FACULDADE JK 
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA 
 
 
JOSÉ VANDERLEI OLIVEIRA DOS REIS 
 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICAS USADAS PARA AVALIAR A EXPOSIÇÃO INTERNA DE 
PACIENTES DEVIDO A INCORPORAÇÃO DE MOLIBDÊNIO COMO 
IMPUREZA EM ELUATOS DE TECNÉCIO EM MEDICINA NUCLEAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA 
2012 
2 
 
José Vanderlei Oliveira Dos Reis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICAS USADAS PARA AVALIAR A EXPOSIÇÃO INTERNA DE 
PACIENTES DEVIDO A INCORPORAÇÃO DE MOLIBDÊNIO COMO 
IMPUREZA EM ELUATOS DE TECNÉCIO EM MEDICINA NUCLEAR 
 
 
 Trabalho de conclusão de curso 
apresentado ao curso superior de tecnologia 
em radiologia como requisito parcial a 
obtenção do titulo de graduação da 
Faculdade JK orientador: Profª. Esp. Maria 
Elvira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA 
2012 
3 
 
Jose Vanderlei Oliveira Dos Reis 
 
 
 
 
TÉCNICAS USADAS PARA AVALIAR A EXPOSIÇÃO INTERNA DE 
PACIENTES DEVIDO A INCORPORAÇÃO DE MOLIBDÊNIO COMO 
IMPUREZA EM ELUATOS DE TECNÉCIO EM MEDICINA NUCLEAR 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado à 
Faculdade JK, como parte das exigências para 
obtenção do titulo de graduação de tecnologia em 
radiologia. 
 
 
 
 
Brasília ______de____________de_______ 
 
 
 
________________________________________________ 
Profº Esp. Presidente: Walter Reis Calheiros 
Faculdade JK 
 
 
____________________________________________________ 
Profª Esp. Orientadora: Maria Elvira de Jesus do Amaral 
Faculdade JK 
 
 
_________________________________________________ 
Profª Esp. Convidada: Eunice Bonfim Viegas 
Faculdade JK 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta monografia aos meus pais que tanto 
me apoiaram nos momentos mais difíceis da 
minha vida, a minha noiva que sempre confiou no 
meu entusiasmo, e nunca mediu esforços para me 
ajudar, e a peça fundamental na minha vida a 
DEUS. Obrigado por tudo! 
5 
 
Agradeço primeiramente a DEUS, que se fez presente em todos os momentos da 
minha vida. 
A minha família, em especial aos meus pais José Pereira de Oliveira e Maria 
Natividade Reis Oliveira e minhas irmãs Sâmara Oliveira e Patrícia Oliveira e minha noiva 
Simone Pereira Rodrigues pelo amor, compreensão, confiança, por entenderem minhas 
ausências e por sempre estarem me apoiando em minhas escolhas. 
A minha orientadora, pelo profissionalismo, dedicação, paciência e incentivo durante 
o desenvolvimento desse trabalho. 
A todos os professores pelo grandioso trabalho desenvolvido durante a formação 
acadêmica, pela dedicação a nos transmitir uma das maiores virtudes que se pode ter: o 
conhecimento. Agradeço especial ao professor Isaac Wallace pelo entusiasmo, e motivação 
em me ajudar sempre quando procurei para tirar minhas duvidas. 
Aos meus colegas, Pedro Augusto, Paula de Fatima, Gleyson Ricardo, Josenildo 
Alves, Gesuilson Fernandes, Joanilma Cordeiro, Antonia Cordeira, Frankismaria Ferreira, 
Benevaldo Soares, obrigado pelo carinho e força ao longo desses anos, vocês foram muito 
mais que amigos, que Deus possa retribuir tudo o que vocês fizeram por mim, pois amizade 
são fundos significativos na vida de qualquer ser humano. Obrigado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os nossos pais amam-nos porque somos seus 
filhos, é um fato inalterável. Nos momentos de 
sucesso, isso pode parecer irrelevante, mas nas 
ocasiões de fracasso, oferecem um consolo e uma 
segurança que não se encontram em qualquer 
outro lugar. 
(Bertrand Russell) 
7 
 
RESUMO 
 
O tecnécio-99m é usado em medicina nuclear para obtenção de diagnóstico por imagens, é 
extraído a partir da eluição do gerador de 99Mo. A exposição interna de pacientes devido a 
incorporação de molibdênio em eluatos em medicina nuclear provoca no paciente uma dose 
extra de radiação, pois na coluna de alumina ( Al2O3 ) está contida o 99Mo, O Tecnécio é 
gerado a partir do decaimento do Mo-99. Ambos estão presentes no gerador, mas apenas o 
tecnécio em teoria, deve sair do seu interior. O gerador de 99Mo pode ser extraído no 
momento da eluição aumentando a dose do paciente e degradando a qualidade da imagem. 
Segundo a IAEA ( agencia internacional de energia atômica ) os limites para dose interna de 
molibdênio em eluatos podem chegar a: 0.15 microCi por miliCi 99m Tc. O único 
radionuclídeo desejado no eluato é o tecnécio, qualquer outro é considerado como impureza 
radionuclídica e é indesejável, pois resultará em dose extra de radiação para o paciente e não 
vai contribuir para o benefício clínico. Os geradores passam por um controle de qualidade 
rigoroso antes de serem entregues ao consumidores pelo IPEN ( instituto de pesquisas 
energéticas nucleares ) entretanto cada laboratório deve fazer seu controle de qualidade. O 
objetivo deste trabalho foi avaliar o teor de 99Mo nas eluições do gerador de 99Mo/99mTc. 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chaves: Tecnécio-99m. Molibdênio99. Eluato. Radionuclídeo. Medicina nuclear. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
FIGURA 1 Estrutura do átomo: prótons, elétrons e nêutrons..................................................18 
 
FIGURA 2 Ilustra do modelo atômico de Thomson também denominado “pudim de passas 
...................................................................................................................................................23 
 
FIGURA 3 Esquema da emissão da radioatividade.................................................................24 
 
FIGURA 4 Núcleo emitindo radiação gama............................................................................25 
 
FIGURA 5 Núcleo emitindo radiação B- e B+.......................................................................26 
 
FIGURA 6 Ilustração da produção de fontes radioativas por fissão nuclear. Repare-se na 
existência de uma reação em cadeia que, geralmente, este tipo de processo desencadeia......28 
 
FIGURA 7 Elemento emitindo radiação..................................................................................................29 
 
FIGURA 8 Meia vida..............................................................................................................32 
 
FIGURA 9 Decaimento Radioativo...........................................................................................................33 
 
FIGURA 10 Núcleo de um Reator Nuclear lEA-Rl do IPEN-CNEN/SP..............................39 
 
FIGURA 11 Cíclotron.............................................................................................................40 
 
FIGURA 12 Gerador................................................................................................................43 
 
FIGURA 13 Funcionamento do gerador 99Mo/99mTc..............................................................45 
 
FIGURA 14 Blindagem de tecnécio para contagem de molibdênio....................................... 48 
 
FIGURA 15 Organograma para avaliação radioquiímica........................................................50 
 
9 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 1 Localização do (99Mo/99mTc) na tabela periódica...............................................20 
 
TABELA 2 Relação Massa e Meia vida.................................................................................31TABELA 3 Principais Radiofármacos e suas caracteristicas.....................................................36 
 
TABELA 4 Tipos de Radioisótopos Produzidos em Cíclotron, o Tipo o Tempo De Meia Vida 
e o Tipo de Decaimento que Cada Elemento Apresenta....................................................................40 
 
TABELA 5 Controle de Pureza..........................................................................................................51 
 
TABELA 6 Medidas Farmacêuticas..................................................................................................51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
ABREVIATURAS E UNIDADES DE MEDIDA 
 
α Partícula Alfa 
 
β+ Partícula Beta (+) ou Pósitron 
 
λ Constante De Decaimento 
 
γ Gama 
 
A Atividade 
 
Ao Atividade Inicial 
 
BNL Brookhaven National Laboratory 
 
Bq Becquerel 
 
MeV Mega Elétron. Volt 
 
Mo Molibdênio 
 
Tc Tecnécio 
 
Ci Curie 
 
M Massa Residual 
 
Mo Massa Inicial 
 
X Quantidade de Meias-Vidas 
 
D Deutério 
11 
 
 
e+ Pósitron 
 
HNO3 Ácido Nítrico 
 
99mTcO4 Adição de Solução de Pertecnetato de Sódio Estéril, Epirogênica Livre 
 
keV Quiloelétron Volt 
 
NaI(Tl) Iodeto de Sódio Dopado com Tálio 
 
p Próton 
 
PET Tomografia por Emissão de Pósitrons 
 
SMN Serviço de Medicina Nuclear 
 
SPECT Tomografia Computadorizada por Emissão de Fóton Único 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ABEN Associação Brasileira de Energia Nuclear 
 
AIEA Agência Internacional de Energia Atômica 
 
CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear 
 
EP European Pharmacopeia 
 
ICRP International Commission on Radiological Protection 
 
IEN Instituto de Engenharia Nuclear 
 
IPEN Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares 
 
IRD Instituto de Radioproteção e Dosimetria 
 
NCRP National Council on Radiation Protection e Measurements 
 
ONU Organização das Nações Unidas 
 
USP United States Pharmacopeia 
 
NRU National Research Universal 
 
LEU Low Enriched Uranium 
 
HEU High Enriched Uranium 
 
 
 
 
13 
 
 
SUMÁRIO 
 
I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15 
 1.1 Objetivo Geral. ................................................................................................... 16 
 1.2 Objetivos Específicos. ........................................................................................ 16 
 1.3 Justificativa. ....................................................................................................... 16 
II. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 17 
 2.1 Descoberta dos Raios X. ..................................................................................... 17 
 2.2 Histórico da Radioatividade....................................................................................17 
 2.3 Histórico da Medicina Nuclear ........................................................................... 18 
2.3.1 Histórico do Tecnécio.. ................................................................................19 
 2.3.2 Histórico do Molibdênio .................................................................. ..........20 
III. METODOLOGIA .................................................................................................. 21 
 3.1 Métodos.............................................................................................................. 21 
 3.2 Medicina Nuclear ............................................................................................... 21 
 3.3 Nucleo Atômico......................................................................................................22 
 3.4 Radioatividade........................................................................................................23 
3.4.1 Efeitos Biológicos da Exposição à Radioatividade....................................24 
 3.5 Tipos de Radiações.................................................................................................25 
3.5.1 Radiação Gama..........................................................................................25 
3.5.2 Radiação Beta............................................................................................26 
3.5.3 Radiação Alfa.............................................................................................26 
 3.6 Fusão Nuclear.........................................................................................................27 
3.7 Fissão Nuclear........................................................................................................27 
 3.8 Elementos Radioativos...........................................................................................28 
3.8.1 Tecnécio.....................................................................................................29 
3.8.2 Molibdênio....................................................................................................30 
 3.9 Meia Vida................................................................................................................31 
3.9.1 Decaimentos Radioativos..............................................................................32 
IV. RADIOFÁRMACOS ............................................................................................. 34 
 4.1 Principais Radiofármacos ................................................................................... 35 
 4.2 Produção de Radioisótopos ................................................................................. 36 
 V. PRODUÇÃO DO 99Mo ........................................................................................... 38 
 5.1 Produção por Reatores Nucleares.......................................................................... 38 
 5.1.1 Ciclotron.....................................................................................................39 
14 
 
VI. TIPOS DE GERADORES ..................................................................................... 41 
 6.1 Geradores Cromatográficos que utilizam coluna de alumina ............................... 41 
6.1.2 Gerador de Sublimação...................................................................................41 
6.1.3 Gerador de Extração por Solvente..................................................................41 
6.1.4 Gerador Cromatografico tipo Gel...................................................................41 
6.1.5 Caracteristicas Gerais de um Gerador............................................................42 
6.2 Funcionamento de um Gerador............................................................................44 
 VII. TIPOS DE IMPUREZA ....................................................................................... 46 
 7.1 Pureza Radioquimica .......................................................................................... 46 
 7.2 Pureza Radionuclidea .........................................................................................46 
 7.3 Pureza Quimica .................................................................................................. 47 
 7.4 Controle de Qualidade Radionuclídica ................................................................ 47 
 7.5 Técnica usada para avaliar Impureza Radionuclídica .......................................... 48 
 7.6 Técnica usada para avaliar Impureza Radioquímica ............................................ 49 
VIII. CONCLUSÃO DE ANÁLISE............................................................................. 52 
XI. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 53 
X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 54 
SITES ........................................................................................................................... 57 
ANEXOS ...................................................................................................................... 59 
ANEXO 1. Distribuição dos Sistemas de Medicina Nuclear no Brasil ....................... 59 
 
 
 
 
 15
 
I. INTRODUÇÃO 
 
A medicina nuclear é uma especialidade médica relacionada à imagiologia que se 
ocupa das técnicas de imagem, diagnóstico e terapêutica utilizando partículas ou nuclídeos 
radioativos. A medicina nuclear está para a fisiologia como a radiologia para a anatomia. A 
medicina nuclear permite observar o estado fisiológico dos tecidos de forma não invasiva, 
através da marcação de moléculas participantes nesses processos fisiológicos com isótopos 
radioativos. Estes denunciam sua localização com a emissão de partículas detectáveis, sob a 
forma de raios gama (fóton) (THRALL; ZIESSMAN, 1995). 
A detecção localizada de muitos fótons gama com uma câmara gama permite formar 
imagens ou filmes que informem acerca do estado funcional dos órgãos. A maioria das 
técnicas usa ligações covalentes ou iônicas entre os elementos radioativos e as substâncias 
alvo, mas hoje já existem marcadores mais sofisticados, como o uso de anticorpos específicos 
para determinada proteína, marcados radioativamente. A emissão de partículas beta ou alfa, 
que possuem alta energia, pode ser útil do ponto de vista terapêutico, para destruir células ou 
estruturas indesejáveis. Centros de medicina nuclear existem em regra apenas nos hospitais 
centrais, ou em clínicas privadas. (THRALL; ZIESSMAN, 1995). 
 Radiofármacos marcados com 99mtc são os principais agentes para diagnósticos 
utilizados nas clínicas de medicina nuclear, em função de uma série de características físicas 
do radionuclídeo e pela praticidade dos radiofármacos serem preparados no local de uso, por 
meio de uma reação de complexação entre um agente complexante (fármaco) e o 99mtc. 
Entretanto, durante esta reação podem ser geradas algumas impurezas que proporcionam a 
formação de produtos com baixa qualidade ou com características diferentes das desejadas. 
(MARQUES; OKAMOTO; BUCHPIGUEL, 2001). 
A maioria dos radiofármacos são marcados com 99mTc obtido do gerador de 
99Mo/99mTc. Antes do procedimento de marcação, o eluato precisa ser avaliado quanto às 
purezas radionuclídica, química e radioquímica, além do pH. Esse estudo objetiva avaliar a 
qualidade dos eluatos provenientes dos geradores de 99Mo/99mTc utilizados em serviços de 
medicina nuclear. 
 
 
 
 16
1.1 Objetivo Geral 
 
Estudo das técnicas usadas para avaliar a presença de impurezas radioniclídicas em 
eluatos em medicina nuclear. 
 
1.2 Objetivos Específicos 
 
Discutir os princípios da radioquímica importantes ao entendimento das técnicas de 
diagnóstico por imagem em medicina nuclear e as características do 99mTc levando em 
consideração o seu processo de produção, eluição e controle de qualidade na aplicação desses 
radiofármacos no paciente para a obtenção do diagnóstico por imagem. Elucidar a 
importância da radioproteção como ferramenta indispensável das atividades operacionais que 
utilizam radiação ionizante. 
 
1.3 Justificativa 
 
A importância do estudo das aplicações médicas do tecnécio (99mTc) se dá pelo fato de 
que nos últimos 30 anos esse radioisótopo vem sendo empregado como importante ferramenta 
utilizada em diagnóstico por imagem de várias doenças e disfunções de órgãos que compõem 
o corpo humano. Atualmente grande quantidade de compostos produzidos a base do 99mTc são 
utilizados em medicina nuclear gerando um volume de exames correspondentes a 80% dos 
procedimentos de rotina clínica no setor de diagnóstico por imagem por meio de 
radiofármacos. A realização desse trabalho de revisão bibliográfica consiste na elucidação da 
importância dos procedimentos utilizados em medicina diagnóstica por imagem que fazem o 
uso das radiações ionizantes, tanto ao fator de otimização dos exames quanto ao sucesso 
frente aos índices de cura verificados na terapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17
II. REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1 Descoberta Dos Raios X 
 
Em novembro de 1985, o físico alemão Wilhelm C. Roentgen durante a realização 
dos seus experimentos analisava a condutividade dos gases. Durante o desenvolvimento do 
experimento, observou a emissão de luz por meio de uma folha de papel anteriormente tratada 
como platinocianeto de bário, uma descarga elétrica foi emitida enquanto percorria por um 
gás a baixa pressão. Esse tipo de radiação, durante sua emissão tinha a capacidade de penetrar 
objetos materiais, ao mesmo tempo em que, o tubo de vidro no qual se aplicava a descarga 
elétrica ficava com coloração fluorescente (XAVIER A. M. et al. 2007). 
 A partir de então se relacionou uma ligação entre os raios X e a fluorescência. O 
físico surpreso iniciou investigações e com isso certificou-se de que estava diante de algo 
novo. Posteriormente, em 28 de dezembro de 1985 Roentgen entregou a sociedade físico-
médica na Alemanha, um prévio relatório onde descrevia sua descoberta. Os objetos 
tornavam-se transparentes diante dos novos raios até então desconhecidos e chamados de 
raios-X (XAVIER A. M. et al. 2007). 
 
2.2 Históricos da Radioatividade 
 
Em 1896, Antonie-Henri Becquerel descobriu a radioatividade estudando a 
fluorescência de sais de urânio, o físico verificou que este liberava um novo tipo de radiação 
sendo capaz de escurecer um filme radiográfico, de modo que a velocidade de emissão é 
diretamente proporcional à concentração da amostra. Essa descoberta apontou o início da 
Física Nuclear e passou a representar um dos maiores feitos da humanidade (XAVIER A. M. 
et al. 2007). 
 A construção de tubos de raios catódicos e o aparecimento dos elétrons favoreceram 
essa descoberta. Após a descoberta de Roentgen, com experimentos adicionais Becquerel 
chegou à conclusão de que radiações penetrantes originavam-se do próprio elemento e não 
tinha nenhuma relação com o fenômeno de fluorescência. Essa radiação foi chamada de 
radioatividade e posteriormente passou a ser investigada por importantes nomes como J. J. 
Thompson e por vários outros cientistas da época, que reproduziam experiências quando 
acontecia algo de novo na época. (XAVIER A. M. et al. 2007). 
 18
 Após a descoberta de Becquerel em 1900, Ernest Rutherford e o físico francês Pierre 
Curie identificaram, de forma independente, dois tipos distintos de emissões dos elementos 
radioativos, radiações que foram denominadas de partículas alfa (α) formada por partículas de 
carga positiva, e beta (β) formada por partículas de cargas negativas. No mesmo ano o físico 
francês Paul U. Villard identificou outra espécie de radiação eletromagnética que denominou 
radiação gama (γ) que não apresentava carga elétrica. As radiações alfa e beta sãocorpusculares, enquanto a gama é uma onda eletromagnética, semelhante ao raio X, 
diferenciando-se apenas pelo conteúdo de energia, pois os raios gama são afetados pelo 
campo elétrico (XAVIER A. M. et al. 2007). 
Analisando seus experimentos Rutherford propôs a existência do núcleo atômico e 
verificou que a radioatividade com a emissão das partículas α, β e γ, era um fenômeno que 
ocorria com os núcleos instáveis de alguns elementos químicos. Com esse fenômeno pôde-se 
verificar a existência do decaimento radioativo o que evidenciava que os átomos se 
transformavam em novos elementos químicos. (XAVIER A. M. et al. 2007). 
 
 FIGURA.1 Estrutura do Átomo: Prótons, Elétrons e Nêutrons 
 
 
Fonte: Tauhata, 2002 
 
2.3 Histórico da Medicina Nuclear 
 
 A história começou com as descobertas da radioatividade natural por Henri 
Becquerel, em 1896, e de elementos radioativos naturais por Marie e Pierre Curie, em 1898 
(descobertas pelas quais os três cientistas receberam o Prêmio Nobel de Física de 1903). 
Entretanto, foi o “princípio do traçador”, proposto pelo químico húngaro George de Hevesy 
(1), em 1913, que realmente forneceu o fundamento biológico para a especialidade. Ele 
 19
confirmou o princípio através de experiências com nitrato de chumbo marcado com o 
nuclídeo radioativo 210Pb, mostrando sua absorção e seu movimento em plantas. Por esse 
feito, Hevesy recebeu o Prêmio Nobel de Química de 1943 (ROBILOTTA CC 2006). 
 
2.3.1 Histórico do Tecnécio 
 
 Em 1877, D. I. Mendeleyev previa algumas das propriedades do elemento de massa 
atômica aproximadamente 100, ou seja, o elemento 43, baseado na lei periódica por ele 
descoberta. Pouco depois, S. K em anunciava a descoberta do elemento de massa atômica 100 
e descrevia algumas das suas propriedades e os seus resultados mais tarde foram confirmados 
por G. Mallet em 1898. Estes trabalhos foram esquecidos até que, em 1925 W. Noddack e 
colaboradores anunciaram terem isolado de minérios de platina e columbite o elemento de 
número atômico 43 e deram o nome de masúrio, da província alemã de Masurland. E assim, 
pela primeira vez, foi atribuído um nome ao elemento 43, que até então era conhecido por 
ekamanganês, como também o germânio foi chamado eka-sihcio antes da sua descoberta 
definitiva (MORAIS 2005). 
 Os trabalhos de Noddack foram retomados e criticados por Pradant e Von Hevesy, 
pois eles não conseguiram obter o elemento isolado. Entretanto conseguiram isolar 
quantidades substanciais do elemento 75, cujo nome, rênio, tomou-se internacionalmente 
reconhecido. E assim, dos seis elementos que, segundo os trabalhos de Moseley ainda 
faltavam entre o hidrogênio e o urânio, restavam somente quatro para se descobrir os 
elementos de número atômico (MORAIS 2005). 
Somente em 1937, consegue-se descobrir o primeiro dos quatro elementos ainda 
desconhecidos, devendo-se essa descoberta a Cario Perrier e Segré que, bombardearam 
átomos de molibdênio com nêutrons no cíclotron da Universidade da Califórnia em Berkeley 
e conseguiram a transmutação daquele no elemento 43. Dessa maneira, foram efetuados os 
primeiros estudos das propriedades químicas com quantidades inferiores a gramas do novo 
elemento. Uma vez que este elemento foi o primeiro a ser obtido artificialmente, foi proposto 
pelos descobridores, em 1947, o nome de tecnécio e o símbolo Tc, do grego xs-xyexio, que 
significa artificial, foram aprovados, em 1949, pela comissão dos elementos novos da união 
internacional de química (MORAIS 2005). 
 
 
 
 20
TABELA 1: Localização do (Mo/Tc) na Tabela Periódica 
 
Fonte: (Tecnologia Eletromecânica 2009) 
 
2.3.2 Histórico do molibdênio 
 
Em 1778 Carl Wilhelm Scheele reagiu o mineral molibdenita (MoS2) com ácido 
nítrico obtendo um composto com propriedades ácidas que chamou de "acidum molibdenae" 
(a palavra molibdênio provém do grego "molybdos" que quer dizer como o chumbo, pois era 
confundido com este elemento), mas sem ter a interação com o elemento 42 que o fez ser um 
mero cientista químico. Em 1782 Hjelm isolou o metal impuro mediante a redução do 
composto anterior com carbono, mas não foi ele que descobriu o carbono. O molibdênio não é 
encontrado livre na natureza e os seus compostos foram confundidos com outros elementos 
(carbono e chumbo) até o século XVIII. 
O molibdênio foi usado muito pouco, apenas em laboratório, até finais do século 
XIX, quando uma empresa o empregou como agente ligante e observou as boas propriedades 
destas ligas contendo molibdênio, que não teve um efeito muito grande para a vida deles ou 
da sua vida moralmente, sendo então apenas um simples elemento na tabela periódica, como 
qualquer outro elemento (MORAIS 2005). 
Metal branco-prateado, muito resistente e menos dúctil que o tungstênio, faz parte do 
grupo VIb da tabela periódica ponto de ebulição elevado no estado natural encontra-se no 
estado sólido (MORAIS 2005). 
 
 21
III. METODOLOGIA 
 
3.1 Métodos 
 
Levantamento bibliográfico consiste na busca de uma problematização de um projeto 
de pesquisa a partir de referências publicadas, analisando e discutindo as contribuições 
científicas. É uma técnica que oferece ao pesquisador bagagem teórica de conhecimentos que 
possibilita o desenvolvimento de trabalhos científicos (NEVES 1996). 
A pesquisa para o levantamento bibliográfico referente ao assunto abordado foi 
desenvolvida por meio de bases de dados como SCIELO, LILACS e livros. Foi realizado um 
estudo qualitativo e os critérios de inclusão para o desenvolvimento da revisão de literatura 
foram artigos originais procedentes de autores que são referência no assunto investigado, que 
avaliam as associações entre os diversos fatores relacionados às técnicas que avaliam a 
incorporação de molibdênio como impureza em eluatos de tecnécio (NEVES 1996). 
Segundo (NEVES 1996), pesquisa qualitativa compreende um conjunto de diferentes 
técnicas interpretativas que visam a descrever os componentes de um sistema de significados. 
“É uma análise direcionada cujo objetivo é a obtenção de dados descritivos mediante contato 
direto e interativo do pesquisador com a situação de estudo.” Nesse tipo de análise, o 
pesquisador procura entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da 
situação estudada, e a partir daí faz-se uma possível interpretação dos dados obtidos (NEVES 
1996). 
 
3.2 Medicina Nuclear 
 
 Medicina Nuclear caracteriza-se em uma modalidade médica que utiliza 
técnicas para formar imagens do corpo, permite a caracterização funcional dos tecidos, 
acrescentando dados à avaliação anatômica realizada por outros métodos de imagens, como a 
tomografia computadorizada, ressonância magnética ou ultrassom, utiliza também 
radionuclídeos com finalidade diagnóstica e terapêutica de um grande número de doenças, 
especialmente o câncer (SAPIENZA et al. 2001). 
 Os radiofármacos utilizados necessitam mostrar uma afinidade com o órgão ou 
tecido que está analisado. Dessa forma ele é absorvido no órgão de interesse e essa absorção 
ocorre diferentemente entre os órgãos em condições normais e patológicas. Dentre os 
 22
elementos químicos existentes o mais utilizado como marcador dos radiofármacos é o 
tecnécio (99mTc ) (ANDRADE et al. 2010). 
 Em medicina nuclear não ocorrem efeitos farmacológicos, sendo uma técnica não 
invasiva que permite avaliar a função e não só a morfologia do órgão. Do ponto de vista do 
paciente, as técnicas são simples e apenas requerem administração de um radiofármaco e as 
reações adversas são excepcionais. Habitualmente, os materiais radioativos são administrados 
in vivo nos pacientes por inalação, via oral ou endovenosa, e apresentam distribuiçãopara 
determinados órgãos ou tipos celulares (SAHA, 2006). 
Esta distribuição pode ser ditada por características do próprio elemento radioativo, 
como no caso das formas radioativas do iodo, que as semelhanças do iodo não radioativo é 
captadas pela tireoide que o emprega na síntese hormonal. Outras vezes, o elemento 
radioativo é ligado a outro grupo químico, formando um radiofármaco com afinidade por 
determinados tecidos, como no caso dos compostos à base de fosfato ligados ao 99mTc, que 
são captados pelos ossos. O diagnóstico em medicina nuclear avalia a anatomia e, 
principalmente, a fisiologia de um determinado órgão ou tecido, por intermédio de um 
radioisótopo traçador. O desenvolvimento de aceleradores e reatores nucleares possibilitou o 
avanço tecnológico na produção de radioisótopos, permitindo a evolução dos meios de 
diagnósticos médicos. Nem todos os elementos radioativos, naturais ou artificiais, podem ser 
utilizados na medicina nuclear. Nesta especialidade os principais radionuclídeos empregados 
são: iodo (131I), índio (111In), gálio (67Ga), tecnécio (99mTc), tálio (201Tl) samário (153Sm). 
Destes elementos, o mais usado em medicina nuclear é o radionuclídeo 99mTc (SAHA, 2006). 
 
3.3 Núcleo Atômico 
 
Em 1897, J.J. Thomson admitiu que os elétrons devessem fazer parte de uma 
estrutura atômica e que pelo fato do átomo ser eletricamente neutro deveria haver alguma 
estrutura que estabilizasse a carga negativa dos elétrons. (HARVEY, 1969). J.J. Thomson 
apresentou um modelo atômico denominado “pudim de passas”. Neste modelo a carga 
positiva do átomo estava localizada por todo seu volume e os elétrons (15 as “passas”) se 
encontravam vibrando em torno de pontos fixos no interior dessa esfera de carga representada 
pela figura do “pudim” (HALLIDAY, 1995). 
 
 
 
 23
 FIGURA 2. Ilustra do Modelo Atômico de Thomson também Denominado “Pudim de Passas” 
 
 Fonte: Ribeiro 2007 
 
 Rutherford queria lançar partículas alfa em uma folha metálica delgada e medir seu 
desvio ao atravessar a mesma. Sendo as partículas alfa 7300 vezes mais pesada do que os 
elétrons e emitidas espontaneamente, para surpresa do cientista, uma fração muito pequena 
destas partículas foram espalhas com ângulos de aproximadamente 180 graus. Logo, 
Rutherford concluiu que para haver o desvio da partícula alfa, teria que haver uma força 
muito grande que somente seria obtida se a carga positiva do átomo ao invés de estar 
espalhada, como sugeria Thomson, esta estivesse no centro do átomo. ( HALLIDAY,1995) 
Ernest Rutherford e colaboradores introduziram o conceito de que o átomo é 
indivisível e que teria um núcleo pesado, com carga positiva e vários elétrons com carga 
negativa, cujo número varia de acordo com o elemento. (TAUHATA, 2002). 
No mesmo ano, Ernest Rutherford, caracterizou dois tipos de radiações: alfa 
(formada por partículas de carga positiva) e beta (partículas de carga negativa).As partículas 
alfa sofriam um desvio menor , possuindo portanto uma massa maior em relação à beta. Em 
1932 o cientista James Chadurck descobriu através de seus experimentos que outro tipo de 
partículas era produzida em consequência do bombardeamento de partículas alfa no berílio, 
esta apresentava massa cujo valor era igual da massa do próton. No entanto, este tipo de 
partícula não apresentava carga elétrica, sendo assim chamada de nêutron. (HARVEY, 1969). 
 
3.4 Radioatividade 
 
Radioatividade e a emissão espontânea de energia a partir de átomos instáveis é a 
propriedade que alguns tipos de átomo apresentam de emitir energia e partículas subatômicas, 
o que se convenciona chamar de decaimento radioativo ou desintegração nuclear. As teorias 
físicas modernas atribuem a origem da radioatividade a um grau de instabilidade interna do 
 24
átomo (nuclídeo pai), que ao se converter em outro átomo (nuclídeo filho) alcança maior 
estabilidade (S.M FARIAS 2012). 
 
 FIGURA 3: Esquema da emissão da radioatividade 
 
Fonte: (Cenen, 2006) 
 
Cada elemento radioativo, seja natural ou obtido artificialmente, se transmuta (se 
desintegra ou decai) a uma velocidade que lhe é característica. Para se acompanhar a duração 
(ou a vida) de um elemento radioativo foi preciso estabelecer um parâmetro, dado pelo tempo 
que leva para um elemento radioativo ter sua atividade reduzida à metade da atividade inicial, 
esse tempo foi denominado meia-vida. As radiações emitidas pelas substâncias radioativas 
são principalmente partículas alfa, partícula beta e raios gama. A radioatividade é uma forma 
de energia nuclear, usada em medicina (radioterapia), e consiste no fato de alguns átomos 
como os do urânio, rádio e tório serem instáveis (S.M FARIAS 2012). 
 
3.4.1 Efeitos Biológicos da Exposição à Radioatividade 
 
Os efeitos biológicos das radiações estão essencialmente associados à transferência 
de energia para os tecidos. Os efeitos dependem do tipo de radiação, da sua energia, da dose 
recebida, das características dos tecidos e particularmente da fase de divisão celular entre 
outros fatores. As radiações podem causar dois tipos de efeitos no organismo: determinístico e 
estocástico. Os efeitos determinísticos são observados após pouco tempo de exposição, são 
também muitas vezes chamado de efeitos somáticos precoces ou simplesmente precoces 
(RIBEIRO 2011). 
 25
Estão relacionados ao mau funcionamento ou perda de função de tecidos ou órgãos, 
essencialmente devido à morte de um número significativo de células. Estes efeitos estão 
associados à exposição de doses elevadas de radiação. Para este existe um limiar de dose 
abaixo do qual a probabilidade de ocorrência do efeito é nula, e um segundo limiar a partir do 
qual a probabilidade de efeito é 100%. No entanto, atendendo à variabilidade da sensibilidade 
individual, a probabilidade de ocorrência de um determinado efeito varia entre estes dois 
limiares e por isso deixaram de se chamar efeitos não estocásticos, como anteriormente era 
usual (RIBEIRO 2011). 
 
3.5 Tipos de Radiações 
 
3.5.1 Radiação Gama 
 
É uma radiação emitida pelo núcleo atômico com excesso de energia, em um estado 
excitado, após transição de próton ou nêutron para nível de energia com valor menor, gerando 
uma estrutura mais estável. Por depender da estrutura nuclear, a intensidade e a energia com 
que é emitida permite caracterizar o radioisótopo. É uma radiação bastante penetrante e, 
conforme sua energia, capaz de atravessar grandes espessuras. O núcleo resultante desse 
processo, ainda com excesso de energia, procura estabilizar-se, emitindo esse excesso em 
forma de onda eletromagnética, da mesma natureza da luz, denominada radiação gama ( 
TAUHATA, 2002). 
 
 FIGURA: 4 Núcleo Emitindo Radiação Gama 
 
Fonte: IPEN 2006 
 
 
 26
3.5.2 Radiação Beta 
 
 Quando existe no núcleo um excesso de nêutrons em relação a prótons, é através da 
emissão de uma partícula negativa, um elétron, resultante da conversão de um nêutron em um 
próton. É a partícula beta negativa ou, simplesmente, partícula beta. No caso de existir 
excesso de cargas positivas (prótons), é emitida uma partícula beta positiva, chamada 
pósitron, resultante da conversão deum próton em um nêutron. Portanto, a radiação beta é 
constituída de partículas emitidas por um núcleo, quando da transformação de nêutrons em 
prótons (partículas beta) ou de prótons em nêutrons pósitrons (TAUHATA, 2002) 
 
 FIGURA: 5. Núcleo emitindo radiação B- e B+ 
 
 
Fonte: Ipen 2006 
 
3.5.3 Radiação Alfa (α) 
 
Este tipo de radiação ocorre quando o númerode prótons e nêutrons é aumentado, 
tornando o núcleo instável como consequência da repulsão elétrica entre os prótons, podendo 
ocasionar a emissão por parte do núcleo de partículas constituídas por dois prótons e dois 
nêutrons (núcleo de 4He), descartando 2 cargas elétricas positivas ( 2 prótons e 2 nêutrons) 
totalizando 4 núcleons. Os elementos que emitem partículas alfa possuem número atômico 
elevado, de modo que a emissão pode ocorre até espontaneamente. (TAUHATA, 2002) 
Segundo autores não existem isótopos estáveis com número atômico maior que 83, a 
grande parte destes emitem radiação alfa com o intuito de estabilizar o núcleo. Por ser 
portadora de duas cargas positivas a perturbação causada por esta em movimento é maior do 
que a de um elétron de alta energia. Sabendo disso, percebe-se que a perda de energia é maior 
quando ocorrem colisões (BIRAL, 2002). 
 
 27
3.6 Fusão Nuclear 
 
Fusão nuclear é a união dos prótons e nêutrons de dois átomos para formar um único 
núcleo atômico, de peso superior àqueles que lhe deram origem. Nesse processo, é liberada 
uma quantidade de energia equivalente à diferença entre a energia de ligação do novo átomo e 
a soma das energias dos átomos iniciais. São as reações de fusão nuclear que fornecem a 
energia irradiada pelo Sol, pela fusão de quatro átomos de hidrogênio para formar um átomo 
de hélio. Dados espectroscópicos indicam que esse astro é constituído de 73% de tomos de 
hidrogênio e 26% de átomos de hélio, sendo o restante fornecido pela contribuição de vários 
elementos. Para que ocorra o processo de fusão, é necessário superar a força de repulsão 
elétrica entre os dois núcleos, que cresce na razão direta da distância entre eles. Como isso só 
se consegue mediante temperaturas extremamente elevadas, essas reações também se 
denominam reações termonucleares (CAVAGNOLI et al., 2012). 
Durante muito tempo, a única reação de fusão nuclear realizada na Terra era a 
utilizada na bomba de hidrogênio, em que a explosão atômica fornece a temperatura 
necessária (cerca de quarenta milhões de graus Celsius) para que a fusão tenha início. A fusão 
nuclear controlada proporcionaria uma fonte de energia alternativa relativamente barata para a 
produção de eletricidade e contribuiria para poupar as reservas de combustíveis fósseis como 
o petróleo, o gás natural e o carvão, que decrescem rapidamente. As reações controladas 
podem ser obtidas com o aquecimento de plasma (gás rarefeito com elétrons e íons positivos 
livres), mas se torna difícil conter os plasmas nos altos níveis de temperatura requeridos para 
as reações de fusão autossustentadas, pois os gases aquecidos tendem a expandir-se e escapar 
da estrutura circundante (CAVAGNOLI et al., 2012). 
 
3.7 Fissão Nuclear 
 
 Os núcleos atômicos são constituídos de prótons, partículas com carga elétrica 
positiva e nêutrons, partículas eletricamente neutras. Os átomos, por sua vez, são também 
nêutrons, uma vez que carregam elétrons de carga negativa em número igual ao de prótons. 
Dessa forma, pode-se tentar agregar nêutrons no interior do núcleo sem alterar o 
balanceamento de cargas e foi, dessa forma, que se descobriu o processo de fissão nuclear. Na 
fissão, utilizam-se nêutrons para bombardear os núcleos de alguns elementos químicos, e esta 
colisão/interação provoca o fissionamento, isto é, a quebra do núcleo em pedaços menores, 
seguindo-se a liberação de novos nêutrons e de energia (calor), que pode ser aproveitada para 
 28
diversos fins. As partículas liberadas em cada fissionamento causam a fissão de outros 
núcleos que também liberam partículas e energia, e assim dá-se uma reação em cadeia, com 
liberação de muita energia, que pode alimentar as usinas (CAVAGNOLI et al., 2012). 
 
FIGURA 6: Ilustração da produção de fontes radioativas por fissão nuclear. Repare-se na existência de uma 
reação em cadeia que, geralmente, este tipo de processo desencadeia. 
Fonte: (http://www.oxfordreference.com/pages/VED 2006) 
 
3.8 Elementos Radioativos 
 
Os elementos químicos denominados como radioativos, são aqueles que apresentam 
o fenômeno da radioatividade, que consiste na emissão de radiação alfa, beta ou gama pelo 
fato de possuírem instabilidade nuclear (excesso de energia). Toda e qualquer faixa de 
radiação transporta energia, e a energia proveniente dos elementos radioativos (S.M FARIAS 
2012). 
Os elementos radioativos possuem um período de tempo que seu átomo precisa para 
desintegrar-se. Assim surgiu o termo meio-vida ou período de semidesintegração como o 
tempo necessário para desintegrar a metade dos átomos radioativos. Radioatividade (ou 
radiatividade) é a propriedade de determinados tipos de elementos químicos radioativos 
emitirem radiações, um fenômeno que acontece de forma natural ou artificial (S.M FARIAS 
2012). 
 
 29
FIGURA 7: Elemento emitindo radiação 
 
 
Fonte: Oliveira 2001 
 
3.8.1 Tecnécio 
 
 O 99mTc é conhecido popularmente como um marcador de tecido, que preenche 
praticamente todos os requisitos em medicina nuclear, pois tem facilidade de marcar 
fármacos, o que o torna aplicável para estudos de quase todos os órgãos e sistemas do corpo 
humano. Este fato deve-se às características físicas e químicas do 99mTc. Com relação às 
características físicas, o 99mTc possui meia-vida de 6 horas, e emissão gama com energia de 
140 keV, adequada ao detector de iodeto de sódio ativado com tálio (NaI(Tl)) (DILWORTH 
et al., 1998; JURISSON et al., 1993). 
O tempo de meia-vida do 99mTc é suficiente para a preparação dos radiofármacos, 
administração e aquisição das imagens e suficientemente curto para minimizar a dose de 
radiação absorvida pelo paciente (OLIVEIRA et al., 2006). 
 Na forma de pertecnetato, tal como é obtido do gerador, o 99mTc é quimicamente 
estável. Contudo, como o 99mTc é um metal de transição (pertence ao grupo 7 da Tabela 
Periódica) pode existir em nove estados de oxidação (-1 a +7), oque lhe dá a possibilidade de 
formar complexos de coordenação com numerosos agentes quelantes. A coordenação de 
agentes quelantes ao 99mTc é feita quando o metal se encontra em estados de oxidação 
inferiores ao sétimo. A redução do metal do estado de oxidação VII para outros estados de 
 30
oxidação é realizada normalmente com cloreto estanoso (JURISSON et al., 1993; OLIVEIRA 
et al., 2006). 
 
3.8.2 Molibdênio 
 
O 99Mo pode ser produzido por diversas reações nucleares em reatores nucleares e 
em cíclotrons. Em reatores nucleares, a produção pode ser de duas maneiras: pela fissão do 
235U ou pela ativação direta de alvos de 99Mo natural ou enriquecido. Atualmente o 
molibdênio-99 é produzido em, pelo menos, 19 países, com quatro maiores produtores 
situados na União Europeia (Bélgica, Holanda), Canadá e África do Sul. Mais de 90% do 
fornecimento mundial de isótopos médicos é realizado por: MDS Nordion (Canadá, usando o 
reator NRU - National Research Universal), Covidien (ex-Mallinckrodt, usando reatores na 
Bélgica e Holanda), Institut National des Radioéléments (usando vários reatores europeus), e 
NTP Radioisótopos (Pty) Ltd. (África do Sul, usando o Safári reator) (NAGAI; 
HATSUKAWA, 2009). 
 Apenas a Austrália e a Argentina utilizam urânio de baixo enriquecimento (LEU - 
Low Enriched Uranium) para a produção de isótopos. Enquanto a produção da Argentina é 
pequena, a Austrália pretende se tornar um produtor em larga escala dentro de próximos anos. 
Além disso, países como Índia e China participam da produção em pequena escala por meio 
da ativação de nêutrons (sem o uso de alvos de urânio), principalmente para os usuários locais 
(NAGAI; HATSUKAWA, 2009). 
Os maiores produtores do mundo atualmente utilizamo urânio altamente enriquecido 
(HEU – High Enriched Uranium) nos seus programas de produção de isótopos. O nível de 
enriquecimento dos alvos varia de 36-45% na África do Sul, e cerca de 93% no Canadá. De 
95-99% de todo o 99Mo é produzido pela irradiação de alvos HEU, e menos de 5% da 
produção mundial de 99Mo é derivada da irradiação de alvos LEU (NAGAI; HATSUKAWA, 
2009). 
 A demanda mundial atual de 99Mo é de aproximadamente 450.000 GBq/semana, 
sendo 50% destinado ao mercado dos Estados Unidos. Os produtores preveem um 
crescimento de 5/10% na demanda anual de 99Mo durante a próxima década, somente para os 
Estados Unidos, e 8-12% de crescimento na demanda mundial (HANSELL, 2008). 
 
 
 
 31
3.9 Meia Vida 
 
 A meia vida de um elemento radioativo é o intervalo de tempo em que uma 
amostra deste elemento se reduz à metade. Este intervalo de tempo também é chamado de 
período de semidesintegração. À medida que os elementos radioativos vão se desintegrando, 
no decorrer do tempo, a sua quantidade e atividade vão reduzindo e, por consequência, a 
quantidade de energia emitida por ele, em razão da radioatividade, também é reduzida (S.M 
FARIAS 2012). 
Uma característica interessante dos elementos radioativos é que em virtude da 
desintegração que eles sofrem, a massa que eles possuem é reduzida; nos períodos de 
semidesintegração, a massa é reduzida pela metade, deixando ainda a outra metade por se 
desintegrar, que também passará pelo período de semidesintegração e assim sucessivamente. 
E este processo vai acontecendo repetidamente de tal forma que a massa é reduzida, mas 
nunca chega a ser zero (S.M FARIAS 2012). 
 
TABELA 2 : Relação Massa e Meia Vida 
 
 
Fonte: (S.M FARIAS 2012). 
M = massa residual (kg) 
Mo = massa inicial (kg) 
X = quantidade de meias-vidas 
 
 32
 FIGURA 8: Meia vida 
 
Fonte: CENEN 2012 
 
 3.9.1 Decaimentos Radioativos 
 
 Alguns tipos de átomos instáveis apresentam a propriedade de emitir energia e 
partículas subatômicas, o que se convenciona chamar de decaimento radioativo ou 
desintegração nuclear. A instabilidade dos núcleos atômicos, espontânea ou induzida, reduz, 
por emissão de radioatividade, a massa do material radioativo, que se transforma de forma 
progressiva em outra substância; o urânio é considerado um elemento que sofre tal 
transformação (LAMONT, 2005). 
A velocidade de transmutação de um elemento radioativo é determinada pela 
constante de desintegração (ou tempo de vida), ou seja, é o valor que mede a probabilidade de 
um átomo radioativo sofrer uma transformação na unidade de tempo considerada. É 
determinada também, pelo tempo de meia-vida (semidesintegração), definido como o tempo 
necessário para que uma quantidade de substância radioativa reduza sua massa à metade 
(LAMONT, 2005). 
 A natureza probabilística da desintegração radioativa conduz à definição do conceito 
de meia vida dos elementos. Os períodos de semidesintegração oscilam entre milésimos de 
segundos e bilhões de anos como nos isótopos mais estáveis do urânio e do tório. Numerosos 
métodos radiocronológicos têm sido desenvolvidos na determinação do desequilíbrio em 
séries de radionuclídeos de urânio. Muitos desses são usados no estudo de processos 
geológicos; o 230Th demonstra ter maior vantagem na meia-vida quando removido do urânio 
 33
por meio do processo químico, levando aproximadamente cinco mil anos para ganhar 
equilíbrio com seu parente, 234U (LAMONT, 2005). 
 
FIGURA 9: Decaimento Radioativo 
 
Fonte: UFSC, 2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34
IV. RADIOFÁRMACOS 
 
Os radiofármacos são compostos sem ação farmacológica, que tem na sua 
composição um radionuclídeo, e são utilizados em Medicina Nuclear para diagnóstico e 
terapia de várias doenças. É uma substância que, por sua forma farmacêutica, quantidade e 
qualidade de radiação, podem ser utilizado no diagnóstico e tratamento dos seres vivos 
qualquer que seja a via de administração utilizada. Diante dos estudos realizados pode-se 
dizer que radiofármacos são moléculas ligadas a elementos radioativos que são utilizados em 
uma especialidade médica denominada medicina nuclear. 
As características físico-químicas do radiofármaco determinam a sua 
farmacocinética, isto é, a sua fixação no órgão-alvo, metabolização e eliminação do 
organismo, enquanto que as características físicas do radionuclídeo determinam a aplicação 
do composto em diagnóstico ou terapia (SAHA, 2006). 
Quando a finalidade é diagnosticar patologias, utiliza-se na composição dos 
radiofármacos, radionuclídeos emissores de radiação gama. Quando a finalidade é terapêutica, 
o efeito deletério da radiação é utilizado para destruir células tumorais. Nesse caso, os 
radiofármacos são compostos por radionuclideos emissores de radiação particulada α ou β que 
possuem pequeno poder de penetração, mas são altamente energéticas, ionizando o meio que 
atravessam e causando uma série de efeitos que resultam na morte das células tumorais. 
Radiofármacos de tecnécio meta estável 99mTc são os mais utilizados para a obtenção 
de imagens em medicina nuclear (ALMEIDA et al. 2010). 
Os radiofármacos compreendem: os geradores de radionuclídeos e os conjuntos de 
reativos liofilizados para marcar com 99mTc ou Kits. Os kits para a preparação de 
radiofármacos podem ser preparações liofilizadas para serem reconstituídas ou combinadas 
com radionuclídeos na preparação final de radiofármacos. Essas substâncias apresentam-se 
em várias formas químicas e físicas, e permitem conduzir a radiação a locais pré-definidos do 
corpo. Grande parte da radiação gama emitida por essas drogas atravessa o tecido e escapa do 
corpo, permitindo sua detecção e quantificação externamente, sem alterar o estado ou função 
do órgão. 
A forma bioquímica deve permitir sua incorporação ao compartimento biológico 
desejado, onde sua cinética deve ser adequada, ou seja, permanecer em circulação durante 
certo tempo, ou localizar-se em certo tipo de tecido para a realização de um exame de 
qualidade. É importante que o radionuclídeo seja facilmente incorporável à estrutura do 
 35
fármaco sem alterar suas propriedades químicas. Como características ideais, os 
radiofármacos devem apresentar alta afinidade por seu sítio de união específico, pequena taxa 
de dissociação e um baixo grau de metabolização. Os radiofármacos podem ser injetados, 
inalados ou ingeridos, e devem apresentar alta taxa de excreção, de tal maneira que sua 
eliminação seja a mais rápida possível logo após a finalização do exame, reduzindo assim a 
dose (ALMEIDA et al. 2010) 
 
4.1 Principais Radiofármacos 
 
De acordo com IPEN(1996), as principais aplicações dos radiofármacos são as 
seguintes: 
• Tálio-201: utilizados para avaliar o fluxo sanguíneo e detecção de áreas isquêmicas 
do coração e infarto do miocárdio. 
• Irídio-111: é utilizado para diagnóstico de trombose, atrite reumatóide, 
arteroesclerose e alguns tipo de câncer, também pode ser usado para a marcação de 
leucócitos. 
• Flúor-18: com ampla aplicação na neurologia, cardiologia e oncologia administrado 
na forma de fluordioxigucose, é utilizado para avaliação do metabolismo da glicose. 
Substâncias marcadas com isótopos: 
• Iodo anfetamina: este composto é marcado com Iodo-123 e Iodo-131: são 
empregados para diagnosticar doenças cerebrais e fluxo sanguíneo cerebral 
• Iodofenilpentadecanioco: pode ser marcado com Iodo-123: muito utilizado em 
cardiologia para obtenção do miocárdio, sendo este uma alternativa ao Tálio-201 
• Anticorpo monoclonal: ao ser marcadocom tecnécio-99 auxilia o diagnóstico de 
carcinoma colo retal (imunocintilografia) 
• Peptídios: ao serem marcados com tecnécio-99, auxiliam o diagnóstico de tumores 
específicos , sendo mais vantajosos do que os anticorpos monoclonais murínicos, pelo fato de 
não produzirem reações alérgicas 
• Reativos liofilizados de eritrócitos: são usados na diagnóstico de hemorragia 
digestiva , marcado pelo tecnécio-99 
• HMPO: marcado com tecnécio-99 faz o mapeamento e seletivo de tumores , 
doenças cerebrais oriundas da interação fármaco-receptor e disfunções cerebrais. 
 
 
 36
TABELA 3: Principais radiofármacos e suas características 
 
Fonte: (Dilworth et al., 1998) 
 
4.2 Produções dos Radioisótopos 
 
A produção de radioisótopos para procedimentos biomédicos, tais como os 
diagnósticos por imagens ou terapias, só foi possível graças à descoberta de que certas reações 
nucleares podiam ser provocadas no interior de reatores nucleares ou então pelo 
bombardeamento de alguns tipos de materiais por partículas carregadas em aceleradores. Nos 
reatores, as reações nucleares são feitas por nêutrons, enquanto que nos aceleradores as 
reações são feitas com partículas eletricamente carregadas, como prótons, nêutrons, partículas 
dentre outras. Muito embora o 99Mo para o gerador de tecnécio seja produzido em 
reatores, e os diagnósticos usando este radioisótopo representam cerca de 90% de todos os 
procedimentos efetuados em medicina nuclear em todo o mundo, este capítulo será focado na 
utilização de aceleradores de baixa energia (< 50 MeV para prótons e < 20 MeV para 
nêutrons) para produções de radioisótopos. 
 Uma grande vantagem no uso de aceleradores está no fato de que, em geral, os 
materiais do alvo e do produto são quimicamente diferentes, o que facilita muito os processos 
de separação após a irradiação. Por outro lado, alguns fatores devem ser levados sem 
consideração, tais como pesquisas adequadas sobre quais os melhores elementos que devem 
ser irradiados e em quais condições para que a separação seja possível, obtenção de altas 
Atividades Específicas, com a mínima produção de impurezas ou outros isótopos 
indesejáveis, selecionando para isto uma janela adequada de energia de irradiação. Como já 
 37
mencionado neste trabalho, os aceleradores atualmente disponíveis no mercado podem ser 
classificados em três categorias distintas. 
Em primeiro lugar, se encontram aqueles aceleradores instalados em universidades 
ou centros especializados de pesquisas, máquinas tipicamente multi-partículas com energia 
entre 30 e 50 MeV. Depois, encontram-se os aceleradores instalados em hospitais, que 
geralmente são dedicados apenas às produções de radioisótopos para tomografias PET (11C, 
13N, 15O e 18F). Estes cíclotrons aceleram prótons com energia no intervalo de 10 a 19 MeV, e 
em alguns casos muito específicos podem também acelerar nêutrons com energia entre 5 e 9 
MeV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38
V. PRODUÇÃO do 99Mo 
 
 O 99Mo pode ser produzido por diversas reações nucleares em cíclotrons, reatores 
nucleares. Existem vários métodos de separação do 99mTc do 99Mo, e a escolha desses 
métodos depende do modo de preparo e das características do 99Mo (NIETO 2004). 
 
 5.1 Produções por Reatores Nucleares 
 
O reator nuclear é visto como uma fonte de feixe de nêutrons para a área de produção 
de radioisótopos. A grande vantagem do uso de reator nuclear é a facilidade de irradiação, já 
que não é gerada alta quantidade de calor no alvo. Em geral, os radioisótopos produzidos são 
ricos em nêutrons, decaindo por β-, que é o modo de decaimento adequado para o uso em 
terapia. Os radioisótopos, em geral não são livres de carregadores. No reator nuclear, a 
produção pode ser feita de duas maneiras: pela fissão do urânio ou pela reação 99Mo (n, γ) 
(NIETO 2004). 
. Em uma reação de fissão em cadeia, um núcleo de um material físsil absorve um 
nêutron, fissionasse e libera nêutrons adicionais. Estes por seu turno que podem ser 
absorvidos por outros núcleos físseis, liberando mais nêutrons. O núcleo dos reatores 
nucleares é formado por: 
• Combustível nuclear, onde se processam as fases da reação de fissão nuclear 
• Combustível nuclear; 
• Um fluído refrigerante; 
• Barras metálicas usadas para controlar a operação do reator e 
• Um material que ajuda a manter a fissão nuclear, chamado moderador 
(MORAIS 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 39
FIGURA 10. Núcleo de um Reator Nuclear lEA-Rl do IPEN-CNEN/SP. 
 
Fonte: lEA-Rl do IPEN-CNEN/SP. 
 
5.1.2 Cíclotron 
 
O cíclotron é um acelerador de partículas nucleares subatômicas. Ele produz uma 
grande quantidade de prótons (partículas pesadas com uma carga elétrica positiva) e coloca-os 
em movimento a uma taxa acelerada ao longo de uma órbita circular, dentro de uma câmara 
controlada por campos eletromagnéticos poderosos alternantes. Assim, as partículas ganham 
energia e são esmagadas, colididas contra um alvo a uma velocidade quase igual a da luz. Os 
átomos, em uma substância colocada neste alvo, são transformados pelo seu bombardeamento 
em isótopos instável e radioativo, por meio de uma reação nuclear (SILVA 2001). 
Dessa forma, o campo elétrico acelera os íons, formados na região diametral, para o 
interior de um dos dois eletrodos, chamados de “D’s”, descrevendo uma órbita circular 
mediante um campo magnético. Com o aumento da velocidade da partícula, o raio do feixe 
aumenta gradualmente, numa trajetória em espiral, até que ele é deslocado em direção ao alvo 
a ser bombardeado. A energia final resultante é a soma das contribuições individuais do 
sistema. A tecnologia envolvida na construção e operação dos cíclotrons tem melhorado 
significativamente ao longo da última década. Os quais são agora máquinas estáveis, 
controladas por computadores e que podem produzir uma grande variedade de radioisótopos, 
a tecnologia ligada a essas máquinas tem se tornado cada vez mais complexa, entretanto o 
conhecimento básico sobre seus princípios e limitações é de extrema importância para se 
entender sobre os problemas que podem surgir durante as operações normais (SILVA., 2012). 
 40
FIGURA 11: Cíclotron 
 
 Fonte: IPEN 
 
Na interação projétil-alvo, por meio de reações nucleares, os elementos químicos do 
alvo são transformados em isótopos instáveis e radioativos e, portanto, tornam-se emissores 
de radiação ionizante. Além disso, há a existência de uma fonte de radiação cinco proveniente 
dos nêutrons secundários produzidos pelo feixe principal de partículas ao incidir sobre o alvo 
e sobre as estruturas do próprio acelerador quando este está em funcionamento, induzindo, 
desta forma, a radioatividade em componentes internos da máquina e nas paredes do recinto, 
que, por sua vez, continuam emitindo radiação mesmo quando o cíclotron não está operando 
(SILVA., 2012) 
As vantagens da produção dos radioisótopos em cíclotron e a flexibilidade das 
condições de radiações, produção de radionuclídeos de alta atividade especifica, livres de 
carregador, deficientes de nêutrons, decaindo em geral para B+ ou captura eletrônica, que são 
maneiras ideais em uso para diagnóstico. Exemplos de radionuclídeos produzido em cíclotron 
(SILVA 2001). 
TABELA 4: Tipos de Radioisótopos Produzidos em Cíclotron, o Tipo o Tempo De Meia Vida e o Tipo de 
Decaimento que Cada Elemento Apresenta. 
Nuclídeo T1/2(h) Decaimento 
18F 1,8 B+ 
123I 13,3 γ 
67Ga 78,3 γ 
201Tl 73,1 γ 
111In 67,2 γ 
Fonte: (SILVA 20012). 
 41
VI. TIPOS DE GERADORES6.1 Geradores Cromatográfico que utiliza Coluna de Alumina 
 
A técnica está baseada na diferença entre o coeficiente de distribuição do molibdato e 
pertecnetato no óxido de alumínio. O íon molibdato é fixado na alumina e quando mistura 
com solução salina, ela retira o pertecnetato, o que resulta na separação dos ânions. Esta 
técnica é a mais adequada para separar o 99MTc do 99Mo, quando o molibdênio é obtido como 
um produto de fissão do 235U (MORAIS 2005). 
 
6.1.2 Gerador de Sublimação 
 
Desde a descoberta do tecnécio, por Perrier e Segre, estudou-se a volatilidade do óxido 
de tecnécio ( Tc2 O7 ) e eles demonstraram que a técnica de sublimação pode ser utilizada 
para separar o tecnécio do rênio ou do molibdênio. Mas são Robson e Boyd que explicamcam 
a diferença de volatilidade entre o óxido de molibdênio e o heptóxido de tecnécio e a 
utilização desta técnica para preparação do 99mTc como fonte para a Medicina Nuclear 
(MORAIS 2005). 
 
6.1.3 Gerador de Extração por Solvente 
 
Quando o tecnécio esta junto com o molibdênio numa mistura de pH neutro, o 
tecnécio é extraído por solventes orgânicos como álcoois, cetonas ou aminas, quando o pH é 
alcalino, o tecnécio é extraído com cetonas, piridinas ou piperidinas e quando o pH é ácido, o 
tecnécio é retirado com algumas álcoois. Alem demonstrou que para separar o 99Tc do 99Mo , 
deve-se utilizar metil etil cetona e que a separação possui eficiência alta (MORAIS 2005). 
 
6.1.4 Gerador Cromatográfico tipo Gel 
 
Nesta técnica, uma substância amorfa formada por molibdênio e outro cátion funciona 
como um trocador de íons. Quando o molibdênio é irradiado formando 99Mo, por decaimento 
radioativo forma-se o 99mTc que é retirado com solução salina (MORAIS 2005). 
 
 42
6.1.5 Características gerais de um Gerador 
 
O campo da medicina nuclear teve grande impacto com o desenvolvimento do 
gerador 99Mo/99mTc. O gerador original foi desenvolvido no Brookhaven National Laboratory 
(BNL) em 1957, por Walter Tucker e Margaret Greene. O primeiro pesquisador a utilizar 
99mTc foi Dr. Claire Shellabarger no BNL em 1960 ( ECKELMAN,1995 ). 
Somente em 1961, quando o Argonne Cancer Research hospital adquiriu seu 
primeiro gerador de 99mTc, várias outras instituições iniciaram a utilização deste 
radionuclídeo, que se tornou rotineira a partir do final dos anos 60, experimentando desde 
então um crescimento exponencial . A partir de 1966, os geradores de 99mTc passaram a ser 
produzidos e distribuídos, e nesta época foi desenvolvido um gerador encapsulado e 
esterilizado por E. R. Squibb e Sons. Desde então, o uso de 99mTc tornou-se comum e uma 
variedade 7 compostos marcados, foram desenvolvidos para aplicação na medicina nuclear. 
(ECKELMAN,1995). 
 A partir deste ano o IPEN vem produzindo geradores cromatográficos em coluna de 
alumina, utilizando o molibdênio obtido por fissão do 235U importado do Canadá. Atualmente, 
sete tipos de geradores são oferecidos à classe médica, com atividades de 99mTc de 9,25 até 74 
GBq ( 250 mCi até 2000 mCi ) (NIETO,1998). 
Durante o período de 1956 a 2006, o monopólio de produção de radioisótopo 
pertenceu, por lei, à comissão nacional de energia nuclear. A partir do ano de 2006 foi 
flexibilizado o monopólio para a produção de radionuclídeos de meia vida curta, o que inclui 
aqueles utilizados em medicina nuclear como, por exemplo, o 18F e o 99mTc. O IPEN produz e 
comercializa geradores de 99Mo/99mTc e os distribui a todos os serviços de medicina nuclear 
do Brasil. A embalagem do gerador contém 13 frascos com vácuo, 13 frascos de solução 
salina isotônica (SANTOS-OLIVEIRA, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 43
 FIGURA 12: Gerador 
 
 Fonte. IPEN 
 
O tradicional sistema gerador cromatográfico que utiliza 99Mo oriundo da reação 
nuclear 235U, adsorvido em óxido de alumínio, constitui o principal método atualmente 
empregado para obtenção de 99mTc. Esta técnica envolve a eluição do pertecnetato (99mTcO4) 
com solução salina. O 99Mo (elemento pai) é retido numa substância inerte, como alumina, 
decaindo para o 99mTc (elemento filho), sendo então, separado com cloreto de sódio, sob a 
forma de pertecnetato de sódio (Na 99mTcO4-). Nesse método o 99mTc é separado com elevada 
eficiência (> 90%), com excelente perfil de eluição , é de fácil operação e manuseio, além de 
requerer pouca massa de alumina para a adsorção, devido à alta atividade específica do 99Mo, 
constituindo assim a técnica mais adequada de separação do 99mTc pelo 99Mo, quando este é 
obtido como um dos produtos da fissão do 235U. O tecnécio-99m é produzido na forma de 
pertecnetato 99mTcO4, que não se liga à coluna de alumina, e assim pode ser eluído facilmente 
com uma solução salina (solução de NaCl). Após uma eluição uma nova retirada com 
atividade máxima só poderá ser realizada aproximadamente 24 horas (SANTOS-OLIVEIRA, 
2008). 
Antes dos geradores serem comercializados eles devem passar por um controle de 
qualidade, certificando que este atende aos requisitos necessários para a aplicação médica. 
Além do controle antes da comercialização, cada instituição deve realizar testes de controle de 
qualidade, alguns deles são o de pureza radionuclídica, que analisa a quantidade de outros 
 44
radionuclídeos no eluato. No caso do gerador de 99Mo/99mTc, o contaminante mais comum é o 
próprio 99Mo (SANTOS-OLIVEIRA, 2008). 
 
6.2 Funcionamento do Gerador 
 
Vários sistemas de geradores foram explorados no decorrer dos anos. O gerador mais 
importante e utilizado na medicina nuclear é o gerador de 99Mo / 99mTc Após a produção de 
99Mo ele é quimicamente purificado e passa por uma coluna de troca aniônica composta de 
alumínio ( Al3 O2 ). A coluna carregada é colocada num invólucro de chumbo, com tubos 
inseridos nas extremidades da coluna para permitir sua eluição. O gerador de 99mTc trata-se de 
um invólucro blindado que contém 99Mo radioativo dentro de um frasco selado. Este 99Mo é 
utilizado, pois a partir do seu decaimento pode ser gerado o 99mTc .O gerador deveria ser 
trocado semanalmente, para que o serviço de medicina nuclear não trabalhe com geradores de 
alta atividade inicial. Porém isto depende da demanda de cada serviço, pois existem 
geradores com atividade de 250 mCi até de 2000 mCi, que são utilizados conforme sua 
necessidade (ARAÚJO, 2005). 
O gerador consiste de um pequeno frasco contendo 99Mo radioativo diluído em 
alumina (Al2 O3). Como o 99Mo ao decair gera 99mTc , logo o frasco contém molibdênio 
misturado com tecnécio. Para retirar o 99mTc do gerador, utiliza-se um frasco com solução 
salina para que se misture ao frasco gerador e consiga remover o 99mTc . O frasco com solução 
salina é colocado na entrada do gerador onde há uma agulha curta e fina, que serve para a 
retirada da solução salina, e outra agulha mais longa para que o ar entre no frasco. Na saída do 
gerador é colocado outro frasco com vácuo. A solução então irá circular devido a diferença de 
pressão, por uma tubulação muito fina até a coluna de molibdênio e agregar o 99mTc e assim, 
chegar pela tubulação de saída até o frasco com vácuo. ´´ Como o frasco contém 99mTc , após 
a eluição, ele deve ser blindado para proteção do trabalhador. Após um período de 
crescimento ideal (aproximadamente 24 horas), o gerador pode ser novamente eluído com 
rendimento teórico máximo de 99mTc (ARAÚJO, 2005) 
 A cada dia, uma atividade menor de 99mTc é eluída devido ao próprio decaimento do 
elemento pai. N Geradores que demoram a chegar ou que não foram eluídos por muito tempo, 
podem apresentar uma quantidade significante de99Tc no eluato. O que pode prejudicar na 
marcação dos fármacos já que não se comporta quimicamente da mesma forma que o 99mTc 
.Os radiofármacos que se destinam ao diagnóstico clínico efetuado em câmara cintilográfica 
(gama-câmara) têm na sua composição um radionuclídeo emissor de radiação gama. Nesse 
 45
caso, é preferível que o radionuclídeo incorporado no radiofármaco não emita radiação beta, 
uma vez que esse tipo de radiação apenas serviria para aumentar a dose de radiação absorvida 
pelo paciente; além de provocar degradação de imagem devido à energia das partículas beta, 
estabilidade. (ARAÚJO, 2005) 
 
FIGURA 13: Funcionamento do Gerador 99Mo/99mTc 
 
 
 Fonte: IPEN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46
VII. TIPOS DE IMPUREZA 
 
7.1 Pureza Radioquímica 
 
A presença de tecnécio em qualquer outra forma química além do Na 99mTcO4 será 
considerada como impureza radioquímica, pois interfere diretamente no processo de marcação 
dos fármacos, provocando um aumento da dose de radiação no paciente e um 
empobrecimento da qualidade das imagens(THRALL et al .,2003). 
Cada radiofármaco possui uma pureza radioquímica em torno de 90%. A presença 
dessas impurezas tem origem na decomposição do radiofármaco, pH, presença de agentes 
oxidantes ou redutores. No eluato, a valência desejável do 99mTc 7+ , na forma de pertecnetato 
(TcO4-). A padronização é feita pela United States Pharmacopeia (USP), e estabelece que no 
mínimo 95% do 99mTc presente no eluato esteja na valência 7+ . Para melhor entender essa 
característica deve-se pensar que se 5% da atividade do 99mTc deve permanecer livre na forma 
de pertecnetato de sódio, os outros 95% correspondem a pureza radioquímica desejável, não 
havendo outras impurezas (THRALL et al .,2003). 
 
7.2 Pureza Radionuclídica 
 
O único radionuclídeo desejado no eluato do gerado 99Mo/99mTc é o 99mTc, qualquer 
outro radionuclídeo presente na amostra e considerado impureza raionuclídica. A pureza 
radionuclídica pode ser verificada pela determinação da energia e tipo de radiações emitidas 
pelo radiofármaco (THRALL et al., 2003). 
A determinação do 99Mo, considerado uma impureza radionuclídica, é importante 
para prevenir exposição desnecessária do paciente à radiação beta, um aumento da dose 
absorvida de radiação devido à meia vida relativamente longa 66hs, e a degradação da 
imagem devido à radiação gama com energia de 740 keV, contribuindo para um diagnóstico 
inadequado. A quantidade de 99Mo no eluato é sujeita a limites estipulados pela NCR4 ( 
Nuclear Regulatory Commission ) e deve ser testada em cada eluição. Talvez a forma mais 
fácil e mais utilizada de fazer este teste seja tirar proveito de sua energia de 740 e 780 KeV 
dos fótons de molibdênio, fazendo uma contagem de duplo pico. O eluato é colocado num 
recipiente de chumbo com espessura suficiente para barrar os fótons de 140KeV do 99mTc, 
bloqueando apenas 50% dos fótons do 99Mo (THRALL et al., 2003). 
 47
Ajustando o calibrador de dose para o radionuclídeo 99Mo pode ser feita uma 
estimativa da atividade em µCi na amostra. A medida da atividade de 99mTc é feita sem 
blindagem, e então a relação entre o 99Mo e o 99mTc pode ser calculada (THRALL et al., 
2003). 
O limite permitido pela NCR é de 0,15µCi de 99Mo para cada 1mCi de 99mTc na dose 
administrada ao paciente, como a meia vida do 99Mo é maior que a do 99mTc, esta razão 
aumenta com o tempo, isto raramente constitui um problema, mas se a leitura inicial mostrar 
valores de 99Mo próximo as limites máximo permitido, a dose a ser fator de crescimento 
calculado matematicamente. Do ponto de vista prático, a atividade do 99Mo pode ser adotada 
como fixa e calculado o decaimento do 99mTc 
(THRALL et al., 2003). 
 
7.3 Pureza Química 
 
Outras impurezas não radionuclídicas também podem estar presentes no 
radiofármaco. A pureza química é a fração de material na forma química desejada, esteja ou 
não marcada. As impurezas químicas têm origem na degradação do produto ou adição 
inadvertida antes, durante ou após a marcação destacando-se a presença em excesso de íons 
de A12 O3. Este controle de qualidade visa avaliar a presença de da alumina da coluna (A12 
O3). Para geradores de fissão a concentração máxima de alumina permitida 10µg/ml. Um teste 
colimétrico utiliza o ácido aurinotricarbolixílico. Areação para uma amostra proveniente do 
eluato. Os níveis aceitáveis são quando a cor do eluato é menos intensa que a cor padrão. A 
comparação é feita visual e qualitativa, e não se usa avaliação quantitativa (THRALL et al., 
2003). 
 
7.4 Controle de Qualidade Radionuclídica 
 
Para a realização do controle de impureza radionuclídica, um procedimento que pode 
ser aplicado no próprio SMN é o método de atenuação. Nos casos em que o radionuclídeo e 
potenciais contaminantes emitem radiação gama com energias muito diferentes, pode ser 
usada uma técnica de triagem simples. Um exemplo é a determinação de 99Mo no eluato de 
um gerador de 99mTc (FRIER, 2000). 
Inicialmente, são efetuadas as medidas das atividades do eluato e da radiação de 
fundo, ajustando o activímetro para o canal do 99mTc. Depois o activímetro é ajustado para o 
 48
canal correspondente ao 99Mo. O eluato é colocado em uma blindagem de chumbo de seis mm 
de espessura, suficiente para atenuar 100% dos fótons de 140 keV do 99mTc e bloquear cerca 
de 50% dos fótons de 740 keV do 99Mo (FERREIRA et al, 2008; ANDRADE e LIMA, 2008). 
 
FIGURA 14 - Blindagem de tecnécio para contagem de molibdênio 
 
Fonte: BENCKE, 2001 
 
Observa-se que a determinação do teor de 99Mo utilizando a atenuação com 
blindagem de chumbo é um método semi- quantitativo para determinação desse contaminante 
quando comparado ao método analítico por espectrometria gama através da avaliação de 
espectros de radiação. Entretanto, apesar da utilização de atenuadores não ser um método 
preciso, é um método fácil, rápido e satisfatório para ser utilizado nos serviços de medicina 
nuclear, uma vez que a análise por espectrometria gama necessita de um investimento maior 
do serviço em equipamentos e técnicos especializados (ANDRADE e LIMA, 2008). 
 
7.5 Técnica usada para avaliar pureza Radionuclídica 
 
Finalidade: Avaliar a quantidade de 99Mo presente na amostra de 99m Tc para cada 
eluição do gerador de 99Mo, com um procedimento simples de ensaio, utilizando um 
calibrador de dose. Este teste deve ser feito a cada eluição do gerador. Essa avaliação é feita 
de forma automática pelo curiômetro, ou seja, nos resultados apenas comparamos os valores 
obtidos e demonstramos com calculosa amostragem estudada. 
1º Passo: Colocar a canister e sua blindagem sem a eluição no curiômetro. 
2º Passo: Colocar o frasco de eluição com a blindagem no canister. 
3º Passo: Colocar o frasco de eluição não blindado no curiômetro. 
 49
Dessa maneira demonstramos na leitura do curiômetro, a porcentagem e calculamos 
manualmente o quanto de 99Mo está presente na eluição. Segundo a Nuclear Regulatory 
Commission (NRC), não deve ultrapassar (COSTA et al. 2009). 
 
 0,15 µCi 99Mo Equivale 0,15 kBq 99 Mo 
 mCi 99mTc MBq 99mTc 
 
 
7.6. Técnica usada para avaliar Impureza Radioquímica 
 
 Finalidade: Avaliar o quanto de impurezas o paciente está recebendo, como 99mTcO 
(tecnécio livre) e 99mTcO (colóide), e verificar se a quantidade está de acordo com a NCR e a 
pureza está com um valor aceitável conforme a bula de cada medicamento (COSTA et al. 
2009). 
1º Passo: Em local reservado, separar as placas cromatográficas e fitas de

Continue navegando

Outros materiais