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Cartilha Bioetica e Bem Estar de Animais de Laboratorios


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2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
R696 Rodriguez, Tania Tavares 
 
Bioética e bem estar de animais de laboratório. / Tania 
Tavares Rodriguez; Edson Barbosa Souza; Tássia Maria Oliveira 
dos Santos. – Salvador: Instituto de Ciências da Saúde/UFBA, 
2013. 
25 p.: il. 
 
 
1. Bioética. 2. Animais. 3. Laboratório. I. Universidade Federal da 
Bahia. Instituto de Ciências da Saúde. Comissão de Ética no Uso 
de Animais do ICS – CEUA 
CDU 614.253 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bioética e Bem Estar de 
Animais de Laboratório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comissão de Ética no Uso de Animais do ICS 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
A discussão sobre o uso científico de animais encontra-se em pleno 
vapor! Novas normas, leis, regulamentações e diretrizes vêm surgindo 
atualmente com o intuito de racionalizar o uso de animais e de qualificar 
os pesquisadores. Muitas delas são novas e nasceram de reivindicações 
da própria sociedade. 
 
As informações disponíveis nesta cartilha visam orientar tanto 
estudantes, quanto técnicos de biotérios e até mesmo pesquisadores ou 
coordenadores de biotérios, a fim de que possam se atualizar e assim, 
trabalharem respeitando os aspectos éticos, obedecendo à legislação 
vigente e utilizando as técnicas mais modernas para o bem-estar de seus 
animais. 
 
Esta cartilha também visa esclarecer as principais dúvidas da sociedade 
acadêmica e da sociedade protetora dos animais. Ela tem por objetivo 
orientá-los sobre quais materiais complementares acessar e de como 
proceder ao realizar o refinamento, a redução e a substituição, 
obedecendo ao princípio básico dos três R’s, a fim de obter melhores 
resultados, visto que um animal bem cuidado traz resultados mais 
fidedignos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
 
5 
A quem interessa essa cartilha? 
 
 
 
A você que a está lendo agora, 
seja estudante ou pesquisador, 
esta cartilha objetiva te 
orientar como proceder quando 
decidir utilizar animais, 
esclarecendo os caminhos que 
são necessários percorrer para 
solicitar uma autorização para o uso cientifico de animais, além de 
orientá-lo sobre os aspectos éticos e jurídicos que regem tal atividade e, 
por fim, esboçar alguns procedimentos experimentais necessários para 
garantir o bem-estar animal durante o experimento. 
 
Toda pesquisa se inicia com uma ideia, seja ela original ou desenvolvida a 
partir de uma ideia anterior. 
 
Se a sua proposta envolve o uso de animais, então você deve saber que 
há órgãos responsáveis por regulamentar, autorizar e fiscalizar o seu 
uso, além de punir, quando necessário. 
 
Que órgãos são esses? 
 
 
A priori, você precisa saber que, assim como qualquer pesquisa com 
humanos necessita de uma autorização do comitê de ética em pesquisa, 
as pesquisas com animais necessitam do parecer de uma CEUA (Comissão 
de Ética no Uso de Animais). Para obter o certificado da CEUA, o 
pesquisador deve preencher um protocolo de experimentação animal e 
submetê-lo ao julgamento da Comissão, sendo que qualquer modificação 
 
6 
neste protocolo deve ser sinalizado e o documento alterado encaminhado 
a tal órgão, para avaliação da relevância. 
 
A sociedade também é parte importante do 
processo de “humanização” do uso de animais; 
e por isso tem voz no Conselho Nacional de 
Controle da Experimentação Animal (CONCEA), 
órgão integrante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, 
constituindo-se em instância colegiada multidisciplinar de caráter 
normativo, consultivo, deliberativo e recursal. 
 
Então, qual o papel do CONCEA? 
 
 
 Formular e zelar pelo cumprimento das normas, além de revê-las 
periodicamente; 
 Credenciar instituições para criação ou utilização de animais com 
finalidade de ensino ou pesquisa científica e manter cadastro destas 
através do CIUCA (Cadastro das Instituições de Uso Científico de 
Animais); 
 Monitorar e avaliar a introdução de técnicas alternativas que 
substituam a utilização de animais em ensino ou pesquisa científica; 
 Manter cadastro de protocolos experimentais ou pedagógicos 
atualizado, assim como o dos pesquisadores; 
 Apreciar e decidir recursos interpostos contra decisões das CEUAs, 
bem como de sua Secretaria-Executiva; 
 Aplicar as sanções cabíveis. 
 
E qual é o papel do CEUA? 
 
 
 Proteger o animal utilizado na pesquisa; 
 Garantir que o uso de animais ocorra dentro de normas éticas; 
 
7 
 Zelar pelo bem-estar dos animais confinados em biotérios; 
 Incentivar a prática dos 3 R's; 
 Promover cursos para bioteristas e estudantes; 
 Examinar previamente os protocolos de 
experimentação animal; 
 Emitir certificados de projetos de 
pesquisa para as agências de fomento e 
periódicos; 
 Manter atualizados os cadastros dos 
pesquisadores e dos procedimentos de 
ensino e pesquisa com animais 
realizados na instituição. 
 
E em caso de transgressão, o que poderá 
acontecer à instituição transgressora? 
 
 
A instituição transgressora poderá ser punida com advertência, multa, 
interdição temporária, suspensão dos financiamentos e interdição 
definitiva. De modo semelhante, o pesquisador e toda a sua equipe 
também sofrerá as penalidades cabíveis, como descrito no Art. 17, Lei 
11.794/ 2008. 
 
Em relação à bioética, o que se deve 
observar? 
 
 
Agora venho lhes trazer um conceito chave, básico, cujo sentido resume 
todo material filosófico produzido nos últimos anos: ele é o Principio dos 
Três R’s, cujo sentido vem de três palavras do inglês: Reduction (redução), 
Replacement (substituição) e Refinement (refinamento). 
 
 
8 
O que significam os 3R’s? Qual o impacto 
de aplicar os 3R’s? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Refinamento Utilizar novas metodologias a partir do avanço técnico-científico, tais como: 
Substituição 
 
Desenvolver métodos alternativos à 
experimentação animal, tais como 
ensaios in vitro, inclusive com a utilização 
de células humanas 
 
Finalização humanitária 
 
Redução do grau 
de sofrimento 
 
Melhoria da qualidade 
de vida do animal 
 
Redução 
 
Evitar replicação de estudos conduzidos 
in vivo 
 
Aperfeiçoar a qualidade técnica dos 
ensaios 
 
Não conduzir estudos com animais que 
demostrem irrelevância quando 
extrapolados para humanos 
 
Obter o maior número de informações 
com o menor número possível de animais 
 
 
com omeno 
 
Utilizar menos animais por experimento 
 
 
9 
Mas por que é permitido utilizar animais 
em pesquisa e qual a sua importância? 
 
 
De acordo com o código de Nuremberg de 1947, instituído após a 
Segunda Guerra Mundial, devido às atrocidades cometidas pelos 
Nazistas, qualquer experimento com humanos deve ser planejado e 
baseado em resultados obtidos com a experimentação animal; Ou seja, 
sem os animais não teríamos todo o avanço da medicina do último século. 
Observe abaixo todos os tipos de pesquisa em que necessitamos do 
auxilio de seres vivos: 
 
Pesquisa básica - Tem a finalidade de aumentar o conhecimento em uma 
determinada área. 
 
Pesquisa aplicada - Destina-se a obter avanços relativos a aspectos 
práticos da medicina: testes de produtos e produção de vacinas, por 
exemplo. 
 
Pesquisa veterinária – Cujos resultados são voltados, posteriormente, 
para a própria espécie estudada. 
 
 
E quais são os cuidados que devemos 
ter com os animais de laboratório? 
 
 
De acordo com a legislação vigente, os animais devem estar sedados 
quando forem submetidos a experimentos potencialmente dolorosos, 
assim como também devem receber analgésicos e/ou anestésicos. 
Devem-se usar métodos de eutanásiaadequados à espécie e ao tamanho 
do animal ao final do experimento, quando ocorrer intenso sofrimento. 
 
10 
É vedada a reutilização de animais. É também vedado o uso de 
bloqueadores neuromusculares. Vale ressaltar que a quantidade de 
animais deve ser a mínima necessária, mas a eficiente para produzir 
resultados confiáveis, como descrito no Art. 14, Lei 11.794/2008. 
 
 
Por que se deve utilizar métodos 
alternativos? 
 
 
É apropriada a utilização de métodos alternativos para que se possa 
diminuir o número de mortes desnecessárias de animais. 
 
 
Quais órgãos são responsáveis por 
viabilizar o uso de métodos alternativos? 
 
 
Para uma maior integração de trabalhos e estudos colaborativos fez-se 
necessário a criação da RENAMA (Rede Nacional de Métodos 
Alternativos), que tem por objetivo desenvolver, validar e certificar 
tecnologias e métodos alternativos para os 
testes de segurança e de eficácia de 
medicamentos e cosméticos. Sendo assim, o 
Instituto Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial 
(Inmetro), o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde 
(INCQS) e o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) atuam, 
inicialmente, como os Laboratórios Centrais da Rede. 
 
 
 
11 
Nesses experimentos é necessária a 
presença de um médico veterinário? 
 
 
 
Não é necessária a presença de um médico veterinário em 
todos os experimentos científicos, mas é obrigatório que 
um veterinário seja o responsável técnico por todos os 
procedimentos realizados durante a experimentação 
animal e nos biotérios, buscando sempre o bem-estar 
animal. 
 
 
Quais as expectativas para o futuro? 
 
 
Espera-se que, no futuro, as CEUAs e as instituições de pesquisa e ensino 
superior estejam totalmente adequadas às novas regulamentações, 
obedecendo, inclusive, às novas normas editoriais das revistas científicas, 
visto que as mesmas estão exigindo certificação da CEUA como pré-
requisito para a publicação de artigos. Espera-se também que surjam 
novas resoluções do CONCEA, Diretrizes e Guias de práticas para o uso 
de animais, assim como, novas 
políticas institucionais para a 
manutenção de biotérios e 
centros de criação animal. E, por 
último, espera-se uma maior 
participação e controle social 
de todo esse processo, haja 
vista tanta novidade. 
 
 
 
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQNhDX9Q7zkBI8j3BRj-Gp_BtgVqAdt9iD9EZllUg2IGiau5HLr3w 
 
12 
 
 
 
Vamos agora viajar por um breve histórico da legislação 
vigente e conhecer mais sobre o que dispõe a lei quando o 
assunto são os animais e o seu uso em pesquisas 
científicas. 
 
 1988 
A nossa primeira parada é na Constituição Federal, 
promulgada em 1988, a qual apresenta em seu escopo um 
capítulo sobre o meio ambiente (Cap. VI, Art. 225, § 1º, 
inciso VII) e um inciso neste capítulo que proíbe atos de 
crueldade contra os animais. 
 
 1998 
A lei 9.605/98 foi um avanço, pois configura como crime os 
atos lesivos ao meio ambiente e dispõe sobre as punições 
contra os contraventores. 
 
2008 
Não poderíamos deixar de citar a tão famosa “Lei Arouca”, Lei 
11.794/08, que dispõe especificamente sobre o uso de animais com 
fins científicos, o que até então não possuía regulamentação. 
 
 2009 
Nesse ponto, podemos observar um marco importante de todo esse 
processo, que é o decreto de lei 6.899/09, que em 2009 cria o CONCEA 
e regulamenta o CIUCA (Cadastro das Instituições de Uso Científico de 
Animais). 
 
 
 
 Histórico da 
 
13 
 
 
 
 2010 
O decreto de lei 6.899/09 causou muita discussão, gerando 
uma publicação acelerada de portarias e resoluções 
normativas até a data de hoje. 
 
Uma dessas resoluções baixa uma recomendação às agências 
de amparo e fomento em pesquisa. A recomendação é para que 
se cobre dos autores uma certificação da CEUA responsável 
pelo projeto como pré-requisito para conceder o 
financiamento. 
 
 2012 
O CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária) cria a resolução 
1000 para orientar os pesquisadores quanto a realização da 
eutanásia; 
 
 2013 
A expectativa é que o debate continue e que surjam novas leis, normas e 
resoluções. O CONCEA está trabalhando com afinco para orientar os 
pesquisadores e, por isso, vem submetendo diretrizes e guias brasileiros 
à consulta pública, contudo as atualizações não devem parar por aí. Todo 
esse empenho nasce de uma necessidade social de caráter internacional 
e o Brasil deve acompanhar o desenvolvimento ético de outras nações, as 
quais se preocupam com a questão do bem-estar animal já há algum 
tempo. 
 
 
 
 
 
 Legislação 
 
14 
Por que os animais merecem esta 
 atenção? 
 
 
Estima-se que há centenas de anos, nos primórdios da medicina, 
utilizavam-se animais em pesquisas e experimentos. Os anos se passaram 
e a necessidade do uso dos mesmos ainda se faz presente. Porém, houve 
uma mudança de paradigma e desenvolveu-se uma maior preocupação 
com o bem-estar desses animais. Afinal um animal saudável e sem 
estresse é virtuoso de resultados mais confiáveis. 
 
Por que ratos e camundongos são mais 
utilizados na pesquisa experimental 
do que outros animais? 
 
 
Porque ocupam menos espaço dentro do 
biotério/laboratório, podem viver em colônias, têm 
menor tempo de procriação para obtenção de 
variações genéticas, baixo custo de manutenção 
(alimentação, enriquecimento ambiental, etc.), 
facilidade em adaptação e menor tempo estimado 
de recuperação. 
 
Onde vivem os animais experimentais? 
 
 
Os animais experimentais vivem em biotério, que é 
todo lugar onde o animal permaneça por mais de 12 
horas. Há três tipos de biotérios: criação 
(reprodução), manutenção e experimentação. 
http://emcs.mty.itesm.mx/wp/wp-content/uploads/2011/03/Ratas-Wistar.jpg 
 
15 
Como sabemos que os ratos e 
camundongos podem estar sentindo dor? 
 
 
Através da avaliação do comportamento do animal e da alteração de 
alguns parâmetros 
fisiológicos, tais como: 
 A presença da 
postura de guarda 
(posição natural 
da espécie para 
ataques); 
 vocalizações; 
 dificuldade em se movimentar, imobilidade, agitação; 
 deficiência na auto-higienização; 
 reflexo de retirada, automutilação; 
 alteração na temperatura corporal e na frequência 
cardiorrespiratória; 
 perda de apetite e redução do peso; 
 modificação da consistência das fezes e diminuição do volume de 
urina; 
 mudanças na pelagem. 
 
Apesar de todos estes parâmetros, 
deve-se ter em mente que não é 
possível mensurar completamente a 
dor de um animal apenas com a 
observação. Para classificar o grau 
de injúria de um determinado 
experimento, deve-se extrapolar 
para os seres humanos. 
 http://www.ninha.bio.br/biologia/mamiferos/ratos/rato-branco.jpg 
 
16 
Sabendo como classificar a dor e como 
identificar seus sinais, quais são os 
métodos utilizados para amenizá-la? 
 
 
Devem-se utilizar analgésicos/anti-
inflamatórios antes, durante ou após 
o experimento, a depender do tipo de 
dor e da finalidade, ou seja, a 
depender das características da dor 
infligida ao animal. 
 
 
 
O que são os analgésicos e como 
classificamos os níveis de analgesia? 
 
 
Os analgésicos são uma classe de medicamentos cuja finalidade é 
diminuir a sensibilidade à dor. É utilizado, geralmente, após 
procedimentos cirúrgicos a fim de amenizar o desconforto do animal. 
Existem quatro níveis básicos de analgesia: 
 
Ausência de 
dor 
Analgesia completa, sem manifestação de mal-estar, sem 
reação à pressão na região onde está a lesão. 
Dor leve Boa analgesia, não há mal-estar, porém ocorre reação à 
pressão na região onde está a lesão. 
Dor moderada Analgesia moderada, presença de sinais de mal-estar 
que se manifestam ao toque na lesão.Dor grave Sem analgesia, evidentes sinais de mal-estar, a dor piora 
quando a região lesionada é pressionada. 
http://www.dol.inf.br/Html/MetodosExperimentais.html 
 
17 
Para que serve a anestesia e quais 
os principais tipos utilizados 
em ratos e camundongos? 
 
 
 
A anestesia serve para suspender totalmente a sensibilidade durante os 
procedimentos cirúrgicos, nos quais o seu uso é obrigatório. Alguns 
exemplos: 
 
 Pré-anestésico: medetomidina, cloridrato de xilazina, cloridrato de 
quetamina, acepromazina. 
 Anestésicos Injetáveis: hidrato de cloral, quetamina + xilazina, 
quetamina + acepromazina. 
 Anestésicos Opióides: morfina, cloridrato de meperidina, 
buprenorfina, butorfanol. 
 Anestésicos inalatórios: isoflurano, enflurano, halotano, 
metoxiflurano. 
 
 
Quais são os primeiros cuidados 
após uma cirurgia? 
 
 
 
Pequenos roedores precisam ser colocados em ambiente aquecido para a 
recuperação pós-anestesia (a fim de evitar hipotermia). Deve-se dar 
bastante atenção à alimentação do animal, principalmente algumas horas 
depois da cirurgia. Além disso, é necessário o uso de analgésicos para 
evitar o desconforto no pós-operatório. 
 
 
 
18 
Quais são os critérios observados para 
a escolha do método mais adequado 
para a morte humanitária (eutanásia)? 
 
 
 
Devem-se respeitar os requisitos dos protocolos de pesquisa em questão, 
tais como: a natureza da pesquisa, o tipo da espécie, a quantidade de 
animais, a eficácia do procedimento e a rapidez do procedimento de 
eutanásia. Tudo deve ser feito de acordo com a necessidade do animal, e 
não baseada na sensibilidade do pesquisador. Um método adequado de 
eutanásia deve garantir a perda da consciência de forma rápida, 
irreversível e desprovida de experiência emocional ou física 
desagradável, ou seja, o animal não deve apresentar dor, estresse, 
apreensão ou ansiedade. 
 
 
Quais são as exigências básicas para 
que a eutanásia seja executada? 
 
 
 
É preciso respeitar algumas regras básicas para que a eutanásia seja 
aceita: 
 Ausência de sinais de agitação, condições dolorosas, estresse, 
ansiedade e de angústia do animal; 
 Procedimento rápido, de fácil aplicação e irreversível; 
 Respeitar o tempo mínimo para a perda de consciência; 
 Pesquisador sem envolvimento emocional durante a execução da 
eutanásia (deve-se levar em consideração que o procedimento é 
para o bem do animal e/ou da pesquisa); 
 Animal com efeitos fisiológicos e psicológicos não desejáveis; 
 
19 
 Menor impacto ambiental possível; 
 Procedimento realizado longe dos biotérios (para evitar estresse 
aos outros animais). 
 
Segundo o CONCEA, quais métodos 
de eutanásia são aceitos para ratos 
e camundongos? 
 
 
Aceitáveis: 
 Anestésicos inalatórios: halotano, isofluorano ou sevofluorano; 
 Anestésicos gerais injetáveis por via intraperitoneal: sobredoses a 
partir de três vezes a dose requerida para a anestesia geral (a 
solução de barbitúricos deve ser misturada com lidocaína na 
concentração de 10 mg/mL ou outro anestésico local, para 
minimizar a dor); 
 A exsanguinação pode ser feita por punção cardíaca, desde que o 
animal esteja sob efeito de anestesia geral; 
 
Aceitáveis sob restrição: 
 deslocamento cervical 
 decapitação 
 uso de micro-ondas 
 CO2 
 
E quais os métodos de eutanásia 
não aceitos? 
 
 
Embolia gasosa; traumatismo craniano; incineração in vivo; hidrato de 
cloral para pequenos animais; clorofórmio ou éter sulfúrico; 
descompressão; afogamento; exsanguinação sem inconsciência prévia; 
 
20 
imersão em formol ou qualquer outra substância fixadora; uso isolado de 
bloqueadores neuromusculares, cloreto de potássio ou sulfato de 
magnésio; qualquer tipo de substância tóxica, natural ou sintética, que 
possa causar sofrimento ao animal e/ou demandar tempo excessivo para 
morte; eletrocussão sem insensibilização ou anestesia prévia. 
 
 
O que é o estresse e qual o prejuízo 
que ele causa à pesquisa? 
 
 
O estresse é uma reação de adaptação do organismo, através de 
respostas biológicas que permitem o animal superar determinadas 
exigências do meio ambiente e o desgaste físico causado por esse 
processo. 
 
Podem causar estresse no animal, desde a falta de exercícios até a falta 
de cuidados pós-operatórios. Um animal estressado fica inquieto, 
agressivo, pode apresentar disfunções cardiorrespiratórias, além de 
reflexo urinário e de defecação, prejudicando a pesquisa. 
 
 
O que se pode fazer para deixar 
os animais menos estressados? 
 
 
Prover condições para que suas necessidades possam ser satisfeitas 
(água, comida, temperatura, umidade, luz, limpeza) e, principalmente, 
prover uma vida mais dinâmica ao animal com o ambiente enriquecido. 
 
 
 
 
21 
 
O que é enriquecimento ambiental 
e como isso pode ajudar? 
 
 
É o ato de dinamizar o ambiente em que o animal 
está inserido para tornar o local mais complexo e 
interativo, utilizando-se de recursos como: abrigos 
pré-moldados, rodas de plástico, tubos de PVC, 
material para fazer ninho (papel, musgo, feno e 
outros) etc. Isso é importante porque tenta recriar 
seu habitat natural a fim de proporcionar uma vida 
menos tediosa e estressante. 
 
É importante avaliar o impacto sobre os animais e 
os resultados científicos, além de citá-los sempre na 
metodologia dos estudos. 
 
 
Qual deve ser o destino dos 
animais eutanasiados? 
 
 
 
Os animais mortos devem ser coletados por empresa especializada e 
incinerados. 
 
 
 
 
 
 
http://www.bio-serv.com
/Rodent_Enrichm
ent_D
evices/BTRA
T.htm
l 
 
22 
 
 
 
GOLDIM, J. R., RAYMUNDO, M. M. Aspectos Éticos relativos ao manejo 
de animais utilizados em atividades didáticas e em experimentação 
científica. In: MARRONI, N.P., CAPPI, E. Fisiologia Prática. 1.ed. Canoas: 
Ulbra, p.9-17, 2001. 
 
GUIMARÃES, M.A.; MÁZARO, R. Princípios éticos e práticas do uso de 
animais de experimentação – São Paulo: UNIFESP – Universidade Federal 
de São Paulo, 2004. 
 
LAPCHIK, V.B.V., MATTARAIA, V.G.M., KO, G.M. Cuidados e Manejo de 
Animais de Laboratório. São Paulo: Atheneu, 2009, 708p. 
 
RUSSELL, W.M.S., BURCH, R.L. The Principles of Humane Experimental 
Technique. London:Methuen, 1959, 238p. 
 
BRASIL (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, Capítulo 
VI, Do Meio Ambiente, Art.225, § 1º, inciso VII. Promulgada em 5 de 
outubro de 1988, Brasília. Disponível em: 
<http://www.senado.gov.br/bdtextual/const88/const88.htm>. Acesso em: 
6 set. 2005. 
 
BRASIL (1998). Dispõe sobre as sanções penais e administrativas 
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras 
providências. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm>.Acesso em: 18 fev. 
2013. 
 
BRASIL (2008). Lei 11.794. Regulamenta o inciso VII do § 1o do art. 225 
da Constituição Federal, estabelecendo procedimentos para o uso 
científico de animais; revoga a Lei no 6.638, de 8 de maio de 1979; e dá 
outras providências. Publicada no Diário Oficial da União de 09.10.2008. 
Referências 
 
23 
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/lei/ l11794.htm>. Acesso em: 9 jan.2012. 
 
BRASIL (2009). Decreto 6.899. Dispõe sobre a composição do Conselho 
Nacional de Controle de Experimentação Animal - CONCEA, estabelece as 
normas para o seu funcionamento e de sua Secretaria-Executiva, cria o 
Cadastro das Instituições de Uso Científico de Animais - CIUCA, 
mediante a regulamentação da Lei no 11.794, de 8 de outubro de 2008, 
que dispõe sobre procedimentos para o uso científico de animais, e dá 
outras providências. Publicada no Diário Oficial da União de 16.07.2009. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ _Ato2007-
2010/2009/Decreto/D6899.htm>.Acesso em: 9 jan.2012. 
 
CONCEA, MCTI. Disponível em: 
<http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/313178/Resolucoes_Nor
mativas.html>.Acesso em:18 fev.2013. 
 
CONCEA, MCTI. Disponível em: 
<http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/311277/Publicacoes_do_
CONCEA.html>.Acesso em:15 ago.2013. 
 
Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) – Princípios éticos 
na Experimentação Animal (1991). Disponível em: 
<http://www.cobea.org.br/>. Acesso em: 9 jan.2012. 
 
VETERINÁRIA, Conselho Federal de Medicina. Brasília – DF Disponível 
em: <http://www.cfmv.org.br/portal/legislacao/ 
resolucoes/resolucao_1000.pdf>. Acesso em: 10 out. 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
 
PRÓ-REITORIA DE AÇÕES AFIRMATIVAS E 
ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL (PROAE) 
 
REITORA: Dora Leal Rosa 
PRÓ-REITOR PROAE: Dirceu Martins 
 
REALIZAÇÃO: 
Edson Barbosa Souza 
Tássia Maria Oliveira dos Santos 
 
COORDENAÇÃO: 
Tania Tavares Rodriguez 
 
CONSULTORIA: 
Comissão de Ética no Uso de Animais do ICS 
 
APOIO: 
Programa Permanecer/UFBA 
 
PROJETO GRÁFICO: 
Arley Prates Mendes Nunes 
 
CAPA: 
Yasmin Souza do Vale 
 
REVISÃO DE TEXTO: 
Lucas C. S. Portela 
 
 
 
2012/2013 
 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal da Bahia 
Instituto de Ciências da Saúde 
Comissão de Ética no Uso de Animais do ICS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 www.ceuaics.ufba.br

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