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Informativo 884-STF (14/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1 
 
Informativo comentado: 
 Informativo 884-STF 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
Processos excluídos deste informativo pelo fato de não terem sido ainda concluídos em virtude de pedidos de vista ou 
de adiamento. Serão comentados assim que chegarem ao fim: RE 919793 AgR-ED-EDv/RS; ADC 42/DF; ADI 3239/DF. 
 
 
ÍNDICE 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
COMUNICAÇÃO SOCIAL 
 É inconstitucional o art. 25 da Lei 12.485/2017. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
SERVIDORES PÚBLICOS 
 Decisão que concede a gratificação de 13,23% viola a SV 37. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 Execução de honorários sucumbenciais e fracionamento. 
 
MANDADO DE SEGURANÇA 
 Início do prazo decadencial do MS em caso de ato praticado em processo administrativo do qual o interessado seja 
parte. 
 
DIREITO PENAL 
LEI MARIA DA PENNHA 
 Impossibilidade de pena restritiva de direitos em caso de contravenção penal envolvendo violência doméstica contra 
a mulher. 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
INDULTO 
 O indulto da pena privativa de liberdade não alcança a pena de multa se o condenado parcelou este valor para ter 
direito à progressão de regime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 884-STF (14/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 2 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
COMUNICAÇÃO SOCIAL 
É inconstitucional o art. 25 da Lei 12.485/2017 
 
A Lei nº 12.485/2011 dispõe sobre a “comunicação audiovisual de acesso condicionado”, mais 
conhecida como “TV por assinatura”. Trata-se do marco regulatório da TV por assinatura no 
Brasil. 
Foram ajuizadas ações diretas de inconstitucionalidade impugnando esta lei. 
O STF decidiu que apenas um dos dispositivos da Lei é inconstitucional: o art. 25. Os demais 
são válidos. 
O art. 25 prevê a impossibilidade de oferta de canais que veiculem publicidade comercial 
direcionada ao público brasileiro contratada no exterior por agência de publicidade 
estrangeira. 
O STF julgou inconstitucional este art. 25 por violação ao princípio constitucional da isonomia 
(art. 5º, “caput”). Esse princípio exige que o tratamento diferenciado entre os indivíduos seja 
acompanhado de causas jurídicas suficientes para amparar a discriminação, cujo exame de 
consistência, embora preserve um pequeno espaço de discricionariedade legislativa, é sempre 
passível de aferição judicial por força do princípio da inafastabilidade da jurisdição. 
O art. 25 da lei proíbe a oferta de canais que veiculem publicidade comercial direcionada ao 
público brasileiro contratada no exterior por agência de publicidade estrangeira, 
estabelecendo uma completa exclusividade em proveito das empresas brasileiras e não 
apenas preferência percentual, sem prazo para ter fim e despida de qualquer justificação que 
indique a vulnerabilidade das empresas brasileiras de publicidade, sendo, portanto, 
inconstitucional. 
STF. Plenário. ADI 4747/DF, ADI 4756/DF, ADI 4923/DF e ADI 4679/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado 
em 8/11/2017 (Info 884). 
 
Lei nº 12.485/2011 
A Lei nº 12.485/2011 dispõe sobre a “comunicação audiovisual de acesso condicionado”, mais conhecida 
como “TV por assinatura”. 
A Lei nº 12.485/2011 instituiu um novo marco regulatório da TV por assinatura no Brasil. 
Foram ajuizadas quatro ações diretas de inconstitucionalidade impugnando 23 artigos desta Lei, alegando 
tanto vícios formais como materiais. 
O STF decidiu que apenas um dos dispositivos da Lei é inconstitucional: o art. 25. Os demais são válidos. 
O tema é muito extenso e repleto de detalhes técnicos. Irei aqui fazer um apanhado geral dos principais 
aspectos jurídicos enfrentados pelo STF. 
 
Inexistência de vício de iniciativa 
O projeto que deu origem à Lei nº 12.485/2011 foi de iniciativa parlamentar. 
Os autores alegavam vício de iniciativa argumentando que, em diversos trechos da Lei, tratou-se de 
matérias que seriam de iniciativa privativa do Presidente da República. Seria o caso dos arts. 9º, parágrafo 
único, 10, 12, 13, 15, 19, §3º, 21, 22, 25, § 1º e 42. 
O STF não concordou com o argumento. 
A Lei nº 12.485/2011 trata sobre telecomunicações, matéria de competência privativa da União (art. 22, 
IV, da CF/88). O referido diploma regulamenta dispositivos da Constituição relacionados com 
“Comunicação Social” e “Ordem Social”, assuntos que não são de iniciativa privativa do Presidente da 
República. 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 884-STF (14/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 
Mesmo quando trata sobre a ANCINE (Agência Nacional do Cinema), a Lei não cria novas atribuições para 
esta autarquia. A Lei apenas promove a adaptação das regras que estabelecem a competência da referida 
agência para regular e fiscalizar as atividades de comunicação audiovisual, contidas no art. 7º da MP 2.228-
1/2001, às hipóteses em que a prestação dessas atividades ocorre por meio do serviço de acesso 
condicionado. Com efeito, a citada medida provisória, ao criar a Ancine, lhe atribui, dentre outras missões, 
a de “fiscalizar o cumprimento da legislação referente à atividade cinematográfica e videofonográfica 
nacional e estrangeira nos diversos segmentos de mercados”. Portanto, o que a Lei nº 12.485/2011 faz é 
exatamente o cumprimento das atribuições da ANCINE, sem a criação de nenhum órgão ou ministério, o 
que aí sim seria de iniciativa do Presidente da República (art. 61). 
 
Restrições à propriedade cruzada (art. 5º, caput e §1º) e vedação à verticalização da cadeia de valor do 
audiovisual (art. 6º, I e II) 
A Lei nº 12.485/2011 estabeleceu restrições à propriedade cruzada (crossownership) entre os setores de 
telecomunicações e de radiodifusão (art. 5º, caput e §1º). Em palavras simples, a “propriedade cruzada” 
ocorre quando um grupo empresarial é proprietário de mais de um tipo de veículo de comunicação (jornal, 
TV, rádio etc.). Veja o texto da Lei sobre este ponto: 
Art. 5º O controle ou a titularidade de participação superior a 50% (cinquenta por cento) do capital 
total e votante de empresas prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo 
não poderá ser detido, direta, indiretamente ou por meio de empresa sob controle comum, por 
concessionárias e permissionárias de radiodifusão sonora e de sons e imagens e por produtoras e 
programadoras com sede no Brasil, ficando vedado a estas explorar diretamente aqueles serviços. 
§ 1º O controle ou a titularidade de participação superior a 30% (trinta por cento) do capital total 
e votante de concessionárias e permissionárias de radiodifusão sonora e de sons e imagens e de 
produtoras e programadoras com sede no Brasil não poderá ser detido, direta, indiretamente ou 
por meio de empresa sob controle comum, por prestadoras de serviços de telecomunicações de 
interesse coletivo, ficando vedado a estas explorar diretamente aqueles serviços. 
 
Além disso, a lei proibiu a verticalização da cadeia de valor (art. 6º, I e II), separando as atividades de 
produção de conteúdo e de transmissão do produto ao consumidor final. 
Em uma análise superficial, isso consiste na proibição de que as distribuidoras produzam conteúdos para sua 
própria veiculação. Quem produz o conteúdo não pode ser a mesma empresa que distribui. Confira a lei: 
Art. 6º As prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo, bem como suas 
controladas, controladoras ou coligadas, não poderão, com a finalidade de produzir conteúdo 
audiovisual para sua veiculação no serviço de acesso condicionado ou noserviço de radiodifusão 
sonora e de sons e imagens: 
I - adquirir ou financiar a aquisição de direitos de exploração de imagens de eventos de interesse 
nacional; e 
II - contratar talentos artísticos nacionais de qualquer natureza, inclusive direitos sobre obras de 
autores nacionais. 
Parágrafo único. As restrições de que trata este artigo não se aplicam quando a aquisição ou a 
contratação se destinar exclusivamente à produção de peças publicitárias. 
 
O STF entendeu que esses dispositivos são constitucionais porque estão de acordo com as normas 
constitucionais antitruste previstas nos arts. 173, § 4º, e 220, § 5º e que são voltadas a coibir o abuso do 
poder econômico, e a evitar concentração excessiva dos mercados. Além disso, tais normas permitem 
combater os males dos regimes de monopólio e oligopólio. 
No setor audiovisual presta-se também a promover a diversificação do conteúdo produzido, impedindo 
que o mercado se feche e asfixie a produção de novas manifestações. 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 884-STF (14/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 4 
Assim, as normas impugnadas pretendem realizar, de forma mediata, a dimensão objetiva do direito 
fundamental à liberdade de expressão e de informação, no que tem destaque o papel promocional do 
Estado no combate à concentração do poder comunicativo. 
 
Extensão dos poderes normativos conferidos à ANCINE (art. 9º, parágrafo único; art. 21 e art. 22) 
O parágrafo único do art. 9º da Lei prevê o seguinte: 
Art. 9º (...) Parágrafo único. As atividades de programação e de empacotamento serão objeto de 
regulação e fiscalização pela Agência Nacional do Cinema - Ancine no âmbito das competências 
atribuídas a ela pela Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001. 
 
Um dos autores da ADI alegava que esse dispositivo representaria “inconstitucional delegação do poder 
de legislar e, logo, abuso do poder legislativo por parte do Congresso Nacional”, uma vez que determinou 
que as atividades de programação e de empacotamento serão objeto de regulação e fiscalização pela 
ANCINE sem, no entanto, fixar balizas objetivas para o exercício da competência regulatória pela 
autoridade administrativa. 
Esse mesmo vício atingiria os arts. 21 e 22. 
O STF, contudo, não concordou com o argumento. 
A moderna concepção do princípio da legalidade, em sua acepção principiológica, ou formal-axiológica, 
chancela a atribuição de poderes normativos ao Poder Executivo, desde que pautada por princípios 
inteligíveis, capazes de permitir o controle legislativo e judicial sobre os atos da Administração. 
No caso concreto, as normas impugnadas, apesar de conferirem autoridade normativa à ANCINE, estão 
acompanhadas por parâmetros aptos a conformar a conduta de todas as autoridades do Estado envolvidas 
na disciplina do setor audiovisual, o que impede que qualquer delas se transforme em órgão titular de um 
pretenso poder regulatório absoluto. 
A autoridade normativa das agências reguladoras não representa uma crise da legalidade. Trata-se, isto 
sim, da superação de uma forma oitocentista (e totalizante) de enxergá-la. 
 
Restrição à participação de estrangeiros nas atividades de programação e empacotamento de conteúdo 
audiovisual de acesso condicionado (art. 10, caput e §1º) 
Confira o que diz o art. 10 e seu § 1º: 
Art. 10. A gestão, a responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção inerentes à 
programação e ao empacotamento são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 
10 (dez) anos. 
§ 1º As programadoras e empacotadoras deverão depositar e manter atualizada, na Ancine, 
relação com a identificação dos profissionais de que trata o caput deste artigo, os documentos e 
atos societários, inclusive os referentes à escolha dos dirigentes e gestores em exercício, das 
pessoas físicas e jurídicas envolvidas na sua cadeia de controle, cujas informações deverão ficar 
disponíveis ao conhecimento público, inclusive pela rede mundial de computadores, excetuadas 
as consideradas confidenciais pela legislação e regulamentação, cabendo à Agência zelar pelo 
sigilo destas. 
 
Os autores alegavam que essa previsão viola o princípio constitucional da igualdade (art. 5º, caput) entre 
brasileiros e estrangeiros e representa injustificada restrição à liberdade profissional de não-nacionais no 
Brasil. 
O STF não concordou. Não existe na Constituição Federal nenhum dispositivo que proíba expressamente 
a distinção entre brasileiro e estrangeiro, ao contrário do que ocorre com brasileiros natos e naturalizados, 
para a qual há explícita previsão constitucional sobre as hipóteses em que é possível tratamento 
diferenciado. 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 884-STF (14/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 5 
Obviamente, isso não significa que toda e qualquer discriminação entre brasileiro e estrangeiro será 
permitida. No entanto, a distinção será legítima caso exista uma razão constitucional suficiente que 
justifique a diferenciação. 
No caso, o art. 10, “caput” e § 1º, da lei referida, ao restringir a gestão, a responsabilidade editorial e as 
atividades de seleção e de direção — inerentes à programação e ao empacotamento —, a brasileiros natos 
e naturalizados há mais de dez anos, representou típica intervenção legislativa evolutiva do comando 
constitucional encartado no art. 222, § 2º, da CF/88. Isso é condizente com os vetores axiológicos que 
informam, em âmbito constitucional, a atividade de comunicação de massa, entre os quais a preservação 
da soberania e identidades nacionais, o pluralismo informativo e a igualdade entre os prestadores de 
serviço, a despeito da tecnologia utilizada na atividade. Veja o que diz a CF/88: 
Art. 222 (...) 
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada 
são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de 
comunicação social. 
 
Exigência de prévio credenciamento junto à ANCINE para exercício das atividades de programação e 
empacotamento (art. 12); dever de prestação de informações solicitadas pela agência para fins de 
fiscalização do cumprimento das obrigações de programação, empacotamento e publicidade (art. 13); 
e vedação à distribuição de conteúdo empacotado por empresa não credenciada pela ANCINE (art. 31, 
caput, §§ 1º e 2º) 
Esses artigos estabelecem: 
a) a exigência de prévio credenciamento junto à ANCINE para exercício das atividades de programação e 
empacotamento; 
b) o dever de prestação de informações solicitadas pela agência para fins de fiscalização do cumprimento 
das obrigações de programação, empacotamento e publicidade; e 
c) a vedação à distribuição de conteúdo empacotado por empresa não credenciada pela ANCINE. 
Confira o que diz a Lei: 
Art. 12. O exercício das atividades de programação e empacotamento é condicionado a 
credenciamento perante a Ancine. 
Parágrafo único. A Ancine deverá se pronunciar sobre a solicitação do credenciamento no prazo 
de até 30 (trinta) dias e, em não havendo manifestação contrária da Ancine nesse período, o 
credenciamento será considerado válido. 
 
Art. 13. As programadoras e empacotadoras credenciadas pela Ancine deverão prestar as 
informações solicitadas pela Agência para efeito de fiscalização do cumprimento das obrigações 
de programação, empacotamento e publicidade. 
Parágrafo único. Para efeito de aferição das restrições de capital de que trata esta Lei, além das 
informações previstas no caput, as programadoras deverão apresentar a documentação relativa 
à composiçãodo seu capital total e votante, cabendo à Ancine zelar pelo sigilo das informações 
consideradas confidenciais pela legislação e regulamentação. 
 
Art. 31. As prestadoras do serviço de acesso condicionado somente poderão distribuir conteúdos 
empacotados por empresa regularmente credenciada pela Ancine, observado o § 2º do art. 4º 
desta Lei. 
§ 1º As prestadoras do serviço de acesso condicionado deverão tornar pública a empacotadora do 
pacote por ela distribuído. 
§ 2º A distribuidora não poderá ofertar aos assinantes pacotes que estiverem em desacordo com 
esta Lei. 
 Informativo 
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Informativo 884-STF (14/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 6 
 
Não há inconstitucionalidade em tais dispositivos. 
Em realidade, trata-se de exercício típico do poder de polícia preventivo do Estado, ou mesmo do chamado 
direito administrativo ordenador. 
O poder de polícia administrativa manifesta-se tanto preventiva quanto repressivamente, traduzindo-se 
ora no consentimento prévio para o exercício regular de certas liberdades, ora na sanção aplicada ao 
particular em razão do descumprimento de regras materiais aplicáveis à atividade regulada. Em qualquer 
caso, a ingerência estatal, fiscalizatória e punitiva, é garantia da efetividade da disciplina jurídica aplicável. 
Os arts. 12 e 13 simplesmente fixam deveres instrumentais de colaboração das empresas para fins de 
permitir a atividade fiscalizatória da ANCINE quanto ao cumprimento das novas obrigações materiais a 
que estão sujeitos todos os agentes do mercado audiovisual. 
Já o art. 31, “caput”, §§ 1º e 2º consubstancia estratégia do legislador para conduzir as empacotadoras ao 
credenciamento exigido pela nova disciplina normativa, bem como induzir o cumprimento das respectivas 
cotas de conteúdo nacional. 
 
Cotas de conteúdo nacional (arts. 16, 17, 18, 19, 20, 23) 
Esses dispositivos estabelecem cotas de conteúdo nacional. 
Os artigos impugnados instituem três obrigações fundamentais: 
a) veiculação mínima de conteúdo brasileiro nos canais de TV por assinatura (art. 16); 
b) existência de um número também mínimo de canais brasileiros nos pacotes ofertados aos assinantes 
(art. 17) e 
c) disponibilização de, pelo menos, um canal alternativo de jornalismo sempre que, no pacote vendido, 
houver canal de programação gerado por programadora brasileira que possua majoritariamente 
conteúdos jornalísticos no horário nobre (art. 18). 
 
Os arts. 19, 20, 23 se limitam a fixar regras instrumentais que detalham a incidência e aplicação daqueles 
três primeiros artigos. 
O STF entendeu que não há inconstitucionalidade. A legitimidade constitucional de toda intervenção do 
Estado sobre a esfera jurídica do particular está condicionada à existência de uma finalidade lícita que a 
motive, bem como ao respeito ao postulado da proporcionalidade. 
As referidas normas, ao fixarem cotas de conteúdo nacional para canais e pacotes de TV por assinatura, 
promovem a cultura brasileira e estimulam a produção independente, dando concretude ao art. 221 da 
CF/88 e ao art. 6º da Convenção Internacional sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões 
Culturais. 
 
Tempo máximo de publicidade comercial (art. 24) 
O art. 24 estabelece um tempo máximo de publicidade: 
Art. 24. O tempo máximo destinado à publicidade comercial em cada canal de programação 
deverá ser igual ao limite estabelecido para o serviço de radiodifusão de sons e imagens. 
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica aos canais de que trata o art. 32 
desta Lei e aos canais exclusivos de publicidade comercial, de vendas e de infomerciais. 
 
Não há vício nesta previsão. A citada norma encontra-se em harmonia com o dever constitucional de 
proteção do consumidor (art. 170, V, da CF/88), haja vista o histórico quadro registrado pela ANATEL de 
reclamação de assinantes quanto ao volume de publicidade na grade de programação dos canais pagos. 
 
 
 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 884-STF (14/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 7 
Outorga do serviço de distribuição do SeAC por autorização administrativa sem necessidade de prévia 
licitação (art. 29) 
O art. 29 da Lei nº 12.485/2011 estabelece a possibilidade de outorga do serviço de distribuição de acesso 
condicionado por autorização administrativa, sem necessidade de prévia licitação: 
Art. 29. A atividade de distribuição por meio do serviço de acesso condicionado é livre para 
empresas constituídas sob as leis brasileiras, com sede e administração no País, sendo regida pelas 
disposições previstas nesta Lei, na Lei no 9.472, de 16 de julho de 1997, e na regulamentação 
editada pela Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel. 
 
Alegava-se que essa previsão seria inconstitucional por violar o dever de licitar. O STF não concordou com 
o argumento. 
O dever constitucional de licitar, previsto no art. 37, XXI, da CF/88, somente incide nas hipóteses em que 
o acesso de particulares a alguma situação jurídica de vantagem relacionada ao Poder Público não pudesse 
ser universalizada. Não se pode cogitar a possibilidade de realizar licitação quando a contratação pública 
não caracteriza escolha da Administração e todo cidadão pode ter acesso ao bem pretendido. 
Ademais, no campo das telecomunicações, a Constituição prevê que a outorga do serviço ocorre mediante 
simples autorização, como previsto no art. 21, XI, da CF/88. 
Assim, o art. 29 viabiliza que a atividade de distribuição de serviço de acesso condicionado seja outorgada 
mediante autorização administrativa, sem necessidade de prévio procedimento licitatório. Isso se justifica 
diante da nova e abrangente definição desse serviço de acesso condicionado previsto no art. 2º da lei, 
apta a abarcar todas as possíveis plataformas tecnológicas existentes, e não apenas cabos físicos e ondas 
de radiofrequência, bem como diante da qualificação privada recebida pela atividade no novo marco 
regulatório da comunicação audiovisual. 
 
Disponibilização gratuita às prestadoras do SeAC de canais de sinal aberto pelas empresas de 
radiodifusão de sons e imagens (art. 32) 
O art. 32 da Lei prevê que a prestadora do serviço de acesso condicionado (SeAC) deverá oferecer uma 
lista de canais gratuitos, dentre eles: canal da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, do STF, canal 
universitário, entre outros. 
Um dos autores da ADI alegava que essa previsão violaria a livre iniciativa e o direito de propriedade 
intelectual. 
O STF não concordou. 
A previsão legal representa uma escolha legislativa possível dentro de seu espaço legítimo de 
conformação. A Constituição não define um formato negocial rígido para distribuição da programação de 
geradoras locais de radiodifusão de sons e imagens. Cabe ao legislador ordinário disciplinar a matéria e 
rever suas opções sempre que entender necessário. 
Esse modelo de exigir que sejam disponibilizados alguns canais gratuitos e obrigatórios existe também na 
TV aberta. O que fez a Lei do SeAC foi apenas replicar, no âmbito do serviço de acesso condicionado, essa 
lógica vigente na televisão aberta. Com isso, pretende assegurar que também o consumidor dos serviços 
de TV por assinatura tenha acesso gratuito ao conteúdo aberto. 
 
Possibilidade de cancelamento do registro de agente econômico perante a ANCINE em razão de 
descumprimento das obrigações criadas pela Lei nº 12.485/2011 (art. 36) 
O art. 36 da Lei nº 12.485/2011 permite o cancelamento do registro de agente econômico perante a 
ANCINE, por descumprimento de obrigações legais: 
Art. 36. A empresa no exercício das atividadesde programação ou empacotamento da 
comunicação audiovisual de acesso condicionado que descumprir quaisquer das obrigações 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 884-STF (14/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 8 
dispostas nesta Lei sujeitar-se-á às seguintes sanções aplicáveis pela Ancine, sem prejuízo de 
outras previstas em lei, inclusive as de natureza civil e penal: 
I - advertência; 
II - multa, inclusive diária; 
III - suspensão temporária do credenciamento; 
IV - cancelamento do credenciamento. 
 
Não há que se falar em inconstitucionalidade. Essa previsão tem por objetivo garantir a eficácia das 
normas jurídicas aplicáveis ao setor. 
 
Regime jurídico de transição (art. 37, §§ 1º, 5º, 6º, 7º e 11) 
Tais dispositivos preveem regras de transição criadas pela Lei nº 12.485/2011 para disciplinar a migração 
dos antigos regimes de exploração da TV por assinatura para o novo serviço de acesso condicionado 
(SeAC). 
O art. 37, §§ 1º e 5º, ao vedar o pagamento de indenização aos antigos prestadores dos serviços, em 
virtude das novas obrigações não previstas no ato de outorga original, não viola qualquer previsão 
constitucional. Isso porque, em um cenário regulatório e contratual marcado pela liberdade de preços, 
descabe cogitar de qualquer indenização pela criação de novas obrigações legais, desde que 
constitucionalmente válidas. 
 É que eventuais aumentos de custos que possam surgir em razão dessa transição obrigatória deverão ser 
administrados exclusivamente pelas próprias empresas, que podem, inclusive, repassá-los aos 
consumidores, bem como retê-los em definitivo. É, assim, impertinente a invocação, no âmbito privado, 
do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, regra essa que se aplica aos contratos administrativos. 
 
Único dispositivo julgado inconstitucional: art. 25 
O art. 25 prevê a impossibilidade de oferta de canais que veiculem publicidade comercial direcionada ao 
público brasileiro contratada no exterior por agência de publicidade estrangeira: 
Art. 25. Os programadores não poderão ofertar canais que contenham publicidade de serviços e 
produtos em língua portuguesa, legendada em português ou de qualquer forma direcionada ao 
público brasileiro, com veiculação contratada no exterior, senão por meio de agência de 
publicidade nacional. 
§ 1º A Ancine fiscalizará o disposto no caput e oficiará à Anatel e à Secretaria da Receita Federal 
do Brasil em caso de seu descumprimento. 
§ 2º A Anatel oficiará às distribuidoras sobre os canais de programação em desacordo com o 
disposto no § 1º, cabendo a elas a cessação da distribuição desses canais após o recebimento da 
comunicação. 
 
O autor da ADI alegou que esse art. 25 cria uma “reserva de mercado em favor de agências de publicidade 
nacional”, caracterizando “uma inconstitucional discriminação à atividade de empresas de capital 
estrangeiro no Brasil, não prevista na Constituição”. 
O STF concordou com o argumento e julgou inconstitucional o dispositivo por violação ao princípio 
constitucional da isonomia (art. 5º, “caput”), núcleo elementar de qualquer regime republicano e 
democrático. 
Esse princípio, regra de ônus argumentativo, exige que o tratamento diferenciado entre os indivíduos seja 
acompanhado de causas jurídicas suficientes para amparar a discriminação, cujo exame de consistência, 
embora preserve um pequeno espaço de discricionariedade legislativa, é sempre passível de aferição 
judicial por força do princípio da inafastabilidade da jurisdição. 
O art. 25 da lei proíbe a oferta de canais que veiculem publicidade comercial direcionada ao público 
brasileiro contratada no exterior por agência de publicidade estrangeira, estabelecendo uma completa 
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exclusividade em proveito das empresas brasileiras e não apenas preferência percentual, sem prazo para 
ter fim e despida de qualquer justificação que indique a vulnerabilidade das empresas brasileiras de 
publicidade, sendo, portanto, inconstitucional. 
 
Em suma: 
A Lei nº 12.485/2011 dispõe sobre a “comunicação audiovisual de acesso condicionado”, mais conhecida 
como “TV por assinatura”. Trata-se do marco regulatório da TV por assinatura no Brasil. 
Foram ajuizadas ações diretas de inconstitucionalidade impugnando esta lei. 
O STF decidiu que apenas um dos dispositivos da Lei é inconstitucional: o art. 25. Os demais são válidos. 
O art. 25 prevê a impossibilidade de oferta de canais que veiculem publicidade comercial direcionada 
ao público brasileiro contratada no exterior por agência de publicidade estrangeira. 
O STF julgou inconstitucional este art. 25 por violação ao princípio constitucional da isonomia (art. 5º, 
“caput”). Esse princípio exige que o tratamento diferenciado entre os indivíduos seja acompanhado de 
causas jurídicas suficientes para amparar a discriminação, cujo exame de consistência, embora preserve 
um pequeno espaço de discricionariedade legislativa, é sempre passível de aferição judicial por força do 
princípio da inafastabilidade da jurisdição. 
O art. 25 da lei proíbe a oferta de canais que veiculem publicidade comercial direcionada ao público 
brasileiro contratada no exterior por agência de publicidade estrangeira, estabelecendo uma completa 
exclusividade em proveito das empresas brasileiras e não apenas preferência percentual, sem prazo 
para ter fim e despida de qualquer justificação que indique a vulnerabilidade das empresas brasileiras 
de publicidade, sendo, portanto, inconstitucional. 
STF. Plenário. ADI 4747/DF, ADI 4756/DF, ADI 4923/DF e ADI 4679/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 
8/11/2017 (Info 884). 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
SERVIDORES PÚBLICOS 
Decisão que concede a gratificação de 13,23% viola a SV 37 
 
A decisão judicial que concede a servidor público a gratificação de 13,32% prevista na Lei nº 
10.698/2003 afronta a súmula vinculante 37, mesmo que o julgador fundamente sua decisão 
no art. 37, X, da CF/88 e no art. 6º da Lei nº 13.317/2016. 
STF. 1ª Turma. Rcl 25927 AgR/SE e Rcl 24965 AgR/SE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. 
Alexandre de Moraes, julgados em 31/10/2017 (Info 884). 
 
Imagine a seguinte situação hipotética: 
João, servidor público federal do Poder Judiciário, ajuizou ação contra a União alegando que a Lei nº 
10.698/2003 concedeu reajuste de 13,23% para diversos servidores, mas ele não foi incluído. 
Afirma que essa Lei nº 10.698/2003 foi uma forma encontrada pela União de fazer, de modo dissimulado, 
a revisão geral anual prevista no art. 37, X, da CF/88, mas sem incluir os servidores do Judiciário. Logo, 
teria havido violação ao art. 37, X por ter sido concedida uma revisão geral anual com índices 
diferenciados. Veja o que diz a CF/88: 
Art. 37 (...) 
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X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente 
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, 
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; 
 
O juiz e o Tribunal julgaram procedente o pedido de João. O argumento invocado na decisão foi o art. 37, 
X, da CF/88 e o art. 6º da Lei nº 13.317/2016: 
Art. 6º A vantagem pecuniária individual, instituída pela Lei nº 10.698,de 2 de julho de 2003, e outras 
parcelas que tenham por origem a citada vantagem concedidas por decisão administrativa ou judicial, 
ainda que decorrente de sentença transitada ou não em julgado, incidentes sobre os cargos efetivos e em 
comissão de que trata esta Lei, ficam absorvidas a partir da implementação dos novos valores constantes 
dos Anexos I e III desta Lei. 
 
A União não se conformou e ajuizou reclamação ao STF alegando que a decisão viola a SV 37: 
Súmula vinculante 37-STF: Não cabe ao poder judiciário, que não tem função legislativa, aumentar 
vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia. 
 
João refutou os argumentos da União alegando que o Tribunal não concedeu os 13,23% com fundamento 
na isonomia. 
 
O que decidiu o STF? 
O STF julgou procedente a reclamação. 
Para o Supremo, o objetivo do juiz e do Tribunal, ao fundamentar a decisão com base no art. 37, X, da 
CF/88 e no art. 6º da Lei nº 13.317/2016, foi apenas o de tentar afastar a incidência da SV 37. No entanto, 
o raciocínio adotado pelo Tribunal, em última análise, é fundamentado na igualdade, razão pela qual se 
aplica a proibição da súmula vinculante. 
 
Em suma: 
A decisão judicial que concede a servidor público a gratificação de 13,23% prevista na Lei nº 10.698/2003 
afronta a súmula vinculante 37, mesmo que o julgador fundamente sua decisão no art. 37, X, da CF/88 
e no art. 6º da Lei nº 13.317/2016. 
STF. 1ª Turma. Rcl 25927 AgR/SE e Rcl 24965 AgR/SE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. 
Alexandre de Moraes, julgados em 31/10/2017 (Info 884). 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
Execução de honorários sucumbenciais e fracionamento 
 
Imagine que 30 pessoas, em litisconsórcio ativo facultativo, propuseram uma ação ordinária 
contra determinada autarquia estadual. Desse modo, 30 pessoas que poderiam litigar 
individualmente contra a ré decidiram se unir e contratar um só advogado para propor a ação 
conjuntamente. A ação foi julgada procedente, condenando a entidade a pagar "XX" reais ao 
grupo de 30 pessoas. Na mesma sentença, a autarquia foi condenada a pagar R$ 600 mil reais 
de honorários advocatícios sucumbenciais ao advogado dos autores que trabalhou no 
processo. O advogado dos autores, quando for cobrar seus honorários advocatícios, terá que 
executar o valor total (R$ 600 mil) ou poderá dividir a cobrança de acordo com a fração que 
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cabia a cada um dos clientes (ex: eram 30 autores na ação; logo, ele poderá ingressar com 30 
execuções cobrando R$ 20 mil em cada)? 
 SIM. É legítima a execução de honorários sucumbenciais proporcional à respectiva fração 
de cada um dos substituídos processuais em "ação coletiva" contra a Fazenda Pública (STF. 
1ª Turma. RE 919269 AgR/RS, RE 913544 AgR/RS e RE 913568 AgR/RS, Rel. Min. Edson 
Fachin, julgados em 15/12/2015. Info 812). 
 NÃO. Não é possível fracionar o crédito de honorários advocatícios em litisconsórcio ativo 
facultativo simples em execução contra a Fazenda Pública por frustrar o regime do 
precatório (STF. 2ª Turma. RE 1038035 AgR/RS, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. 
Min. Dias Toffoli, julgado em 7/11/2017. Info 884). É a corrente que prevalece. 
STF. 2ª Turma. RE 1038035 AgR/RS, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado 
em 7/11/2017 (Info 884). 
 
Imagine a seguinte situação hipotética: 
30 pessoas, em litisconsórcio ativo facultativo, propuseram uma ação ordinária contra determinada 
autarquia estadual. 
Desse modo, 30 pessoas que poderiam litigar individualmente contra a ré decidiram se unir e contratar 
um só advogado para propor a ação conjuntamente. 
A ação foi julgada procedente, condenando a entidade a pagar "XX" reais ao grupo de 30 pessoas. 
Na mesma sentença, a autarquia foi condenada a pagar R$ 600 mil reais de honorários advocatícios 
sucumbenciais ao advogado dos autores que trabalhou no processo. 
 
O advogado dos autores, quando for cobrar seus honorários advocatícios, terá que executar o valor total 
(R$ 600 mil) ou poderá dividir a cobrança de acordo com a fração que cabia a cada um dos clientes (ex: 
eram 30 autores na ação; logo, ele poderá ingressar com 30 execuções cobrando R$ 20 mil em cada)? 
O STF está dividido sobre o tema: 
1ª Turma: SIM 2ª Turma: NÃO 
 
É legítima a execução de honorários 
sucumbenciais proporcional à respectiva fração 
de cada um dos substituídos processuais em 
"ação coletiva" contra a Fazenda Pública. 
STF. 1ª Turma. RE 919269 AgR/RS, RE 913544 
AgR/RS e RE 913568 AgR/RS, Rel. Min. Edson 
Fachin, julgados em 15/12/2015 (Info 812). 
 
Dessa forma, o advogado poderá ingressar com 30 
execuções cobrando R$ 20 mil em cada. Isso, para 
ele, será mais vantajoso no caso concreto porque 
se ele cobrasse o valor total teria que entrar na fila 
dos precatórios (art. 100, caput, da CF/88). Como 
o valor de cada crédito agora é de R$ 20 mil, ele 
poderá receber a quantia por requisição de 
pequeno valor (art. 100, § 3º, da CF/88), de modo 
muito mais rápido. 
A 1ª Turma afirmou que o sistema processual 
possibilita a concentração das demandas por meio 
de ações conjuntas como uma forma de se buscar 
 
Não é possível fracionar o crédito de honorários 
advocatícios em litisconsórcio ativo facultativo 
simples em execução contra a Fazenda Pública 
por frustrar o regime do precatório. 
STF. 2ª Turma. RE 949383 AgR/RS, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 17/5/2016 (Info 826). 
STF. 2ª Turma. RE 1038035 AgR/RS, rel. orig. Min. 
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, 
julgado em 7/11/2017 (Info 884). 
 
A 2ª Turma do STF afirmou que, na situação dos 
autos, a parte recorrente pretendia promover a 
execução dos honorários advocatícios, não apenas 
de forma autônoma do débito principal, mas 
também de forma fracionada, levando-se em 
conta o número de litisconsortes ativos. No 
entanto, como a verba honorária pertence a um 
mesmo titular, seu pagamento de forma 
fracionada, por requisição de pequeno valor 
(RPV), encontra óbice no art. 100, § 8º, da CF/88. 
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a eficiência da jurisdição. Logo, seria totalmente 
contraproducente (prejudicial) exigir que a 
execução dessas demandas ficasse vinculada ao 
todo, proibindo a execução facultativa e 
individualizada das partes substituídas no 
processo original. Isso levaria ao enfraquecimento 
do movimento de coletivização das demandas de 
massa e provavelmente geraria proliferação de 
processos, pois nada impediria que os advogados 
fracionassem os litisconsórcios facultativos para 
depois executarem os honorários de forma 
proporcional ao valor principal de cada cliente. 
 
O julgado acima fala em "ação coletiva" e 
"substituídos". Estas expressões foram 
literalmente empregadas na notícia do julgado 
contida no informativo 812. Por essa razão, para 
fins de concurso, a frase pode ser cobrada 
exatamente desse modo. No entanto, devo fazer 
um alerta: o caso concreto, em minha opinião, não 
havia uma "ação coletiva", mas sim uma ação 
individual com vários litisconsortes ativos. 
Esclareço esse ponto para que você não estranhe 
se ler essa diferenciação em algum livro ou para 
que saiba responder caso seja feita uma pergunta 
na prova com base na doutrina. Veja o que dizem 
Fredie Didier Jr. e Hermes Zaneti Jr.: 
"O exercício conjunto da ação por pessoas distintas 
não configura uma ação coletiva.O cúmulo de 
diversos sujeitos em um dos pólos da relação 
processual apenas daria lugar a um litisconsórcio (...) 
O litisconsórcio representa apenas (...) a 
possibilidade de união de litigantes, ativa ou 
passivamente, na defesa de seus direitos subjetivos 
individuais." (Curso de Direito Processual Civil. Vol. 4, 
Salvador: Juspodivm, 2013, p. 32). 
 
Em acréscimo, o Ministro Teori Zavascki afirmou 
que a existência de litisconsórcio facultativo não 
pode ser utilizada para justificar a legitimidade do 
fracionamento da execução dos honorários 
advocatícios sucumbencias se a condenação à 
verba honorária no título executivo for global, ou 
seja, se buscar remunerar o trabalho em conjunto 
prestado aos litisconsortes. 
 
O fato de o valor da condenação previsto no título 
executivo judicial (sentença) abranger, na 
realidade, diversos créditos, de titularidade de 
diferentes litisconsortes, não tem o condão de 
transformar a verba honorária em múltiplos 
créditos devidos a um mesmo advogado, de modo 
a justificar sua execução de forma fracionada. 
 
Em outras palavras, o fato de terem sido vários 
autores e de cada um deles ter direito a uma parte 
na condenação não faz com que o valor dos 
honorários também possa ser dividido. Isso 
porque o titular do crédito de honorários é um só. 
Além disso, os honorários advocatícios gozam de 
autonomia em relação ao crédito principal, e com 
ele não se confunde. 
 
Esta é a corrente que prevalece no STF, havendo 
até mesmo decisão da 1ª Turma no mesmo 
sentido: STF. 1ª Turma. RE 502656 AgR, Rel. Min. 
Marco Aurélio, julgado em 25/11/2014. 
 
Penso que esta posição é que irá prevalecer ao 
final quando o Plenário enfrentar o tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MANDADO DE SEGURANÇA 
Início do prazo decadencial do MS em caso de ato praticado 
em processo administrativo do qual o interessado seja parte 
 
Se no curso de um processo administrativo federal é praticado ato contrário aos interesses da 
parte, o prazo de 120 dias para impetração de mandado de segurança somente se inicia 
quando a parte for intimada diretamente, na forma do § 3º do art. 26 da Lei nº 9.784/99. 
O termo inicial para a formalização de mandado de segurança pressupõe a ciência do 
impetrante, nos termos dos arts. 3º e 26 da Lei nº 9.784/99, quando o ato impugnado surgir 
no âmbito de processo administrativo do qual seja parte. 
Ex: o Ministro da Justiça negou o pedido de anistia política formulado por João; esta decisão 
foi publicada no Diário Oficial; o prazo para o MS não se iniciou nesta data; isso porque, como 
há um processo administrativo, seria necessária a intimação do interessado, na forma do art. 
26, § 3º da Lei nº 9.784/99; somente a partir daí se inicia o prazo decadencial do MS. 
STF. 1ª Turma. RMS 32487/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/11/2017 (Info 884). 
 
Imagine a seguinte situação hipotética: 
João foi vítima de perseguição política praticada pelo governo federal durante a época da ditadura militar 
instalada no Brasil em 1964. Ele era cabo da Aeronáutica e, por ser considerado “subversivo” pelo regime 
militar, foi expulso das Forças Armadas. 
Diante disso, João ingressou com pedido requerendo a anistia política e o pagamento da reparação 
econômica prevista no art. 8º do ADCT da CF/88. 
Os pedidos de anistia política são analisados pela "Comissão de Anistia", órgão do Ministério da Justiça 
em um processo administrativo. Após a Comissão de Anistia elaborar o parecer sobre o pedido, este é 
encaminhado ao Ministro da Justiça, que é a autoridade competente para decidir sobre a anistia. 
Suponhamos que o Ministro da Justiça negou o pedido de João. Esta negativa foi formalizada por meio de 
Portaria publicada em março de 2010 no Diário Oficial. 
Em 2012, João impetrou mandado de segurança contra o ato do Ministro da Justiça. 
A União alegou que houve decadência, considerando que já se passou o prazo de 120 dias do mandado 
de segurança, conforme determina o art. 23 da Lei nº 12.016/2009: 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) 
dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
 
A alegação da União está correta? Houve decadência? 
NÃO. 
 
O impetrante integrou relação processual administrativa em curso no Ministério da Justiça, junto à 
Comissão de Anistia. Em outras palavras, a decisão foi tomada em um processo administrativo no qual o 
impetrante era parte. Assim, conforme prevê a Lei nº 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo federal), 
o interessado deveria ter sido intimado da decisão por via postal com AR, por telegrama ou por qualquer 
outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado. Somente em caso de ele não ser localizado, 
é que a intimação poderia ter ocorrido por publicação oficial. Confira o texto da Lei: 
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros 
que lhe sejam assegurados: 
(...) 
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II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de 
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as 
decisões proferidas; 
 
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a 
intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. 
(...) 
§ 3º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de 
recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado. 
§ 4º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a 
intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial. 
§ 5º As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o 
comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. 
 
Assim, para que tivesse se iniciado o prazo do MS, seria necessário que o interessado tivesse sido intimado 
corretamente, na forma do § 3º do art. 26 da Lei nº 9.784/99. 
 
Em suma: 
Se no curso de um processo administrativo federal é praticado ato contrário aos interesses da parte, o 
prazo de 120 dias para impetração de mandado de segurança somente se inicia quando a parte for 
intimada diretamente, na forma do § 3º do art. 26 da Lei nº 9.784/99. 
O termo inicial para a formalização de mandado de segurança pressupõe a ciência do impetrante, nos 
termos dos arts. 3º e 26 da Lei nº 9.784/99, quando o ato impugnado surgir no âmbito de processo 
administrativo do qual seja parte. 
STF. 1ª Turma. RMS 32487/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/11/2017 (Info 884). 
 
 
 
DIREITO PENAL 
 
LEI MARIA DA PENHA 
Impossibilidade de pena restritiva de direitos em caso de contravenção penal 
envolvendo violência doméstica contra a mulher 
 
Importante!!! 
Cabe substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em caso de 
contravenção penal envolvendo violência doméstica contra a mulher? 
NÃO. Posição majoritária do STF e Súmula 588 do STJ. 
SIM. Existe um precedente da 2ª Turma do STF (HC 131160, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado 
em 18/10/2016). 
STF. 1ª Turma. HC 137888/MS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 31/10/2017 (Info 884). 
 
Penas restritivas de direitos 
O Código Penal prevê que, em determinadas situações, em se tratando depessoa condenada a uma pena 
privativa de liberdade, pode ser esta reprimenda substituída por uma ou duas penas restritivas de direito. 
 
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Quais são os requisitos cumulativos para a conversão da pena privativa de liberdade em penas 
restritivas de direitos? 
Estão previstos no art. 44 do CP e podem ser assim resumidos: 
1º requisito (objetivo): 
Natureza do crime e 
quantum da pena 
2º requisito (subjetivo): 
Não ser reincidente 
em crime doloso 
3º requisito (subjetivo): 
A substituição seja 
indicada e suficiente 
a) Se for crime doloso: 
• a pena aplicada deve ser igual 
ou inferior a 4 anos; 
• o crime deve ter sido 
cometido sem violência ou 
grave ameaça a pessoa. 
b) Se for crime culposo: pode 
haver a substituição qualquer 
que seja a pena aplicada. 
Regra: para ter direito, o réu não pode 
ser reincidente em crime doloso. 
Exceção: se o condenado for 
reincidente, o juiz poderá aplicar a 
substituição, desde que, em face de 
condenação anterior, a medida seja 
socialmente recomendável e a 
reincidência não se tenha operado em 
virtude da prática do mesmo crime. 
A culpabilidade, os 
antecedentes, a conduta social 
e a personalidade do 
condenado, bem como os 
motivos e as circunstâncias, 
indicarem que essa 
substituição seja suficiente 
(Princípio da suficiência da 
resposta alternativa ao delito). 
 
Veja a redação do art. 44: 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, 
quando: 
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido 
com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for 
culposo; 
II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como 
os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 
 
Se o réu pratica um crime com violência ou grave ameaça, mas se trata de uma infração penal de menor 
potencial ofensivo (pena máxima de 2 anos), ele terá direito à substituição da pena? 
A doutrina majoritária afirma que sim. Se o agente for condenado por uma infração penal de menor 
potencial ofensivo, sua pena privativa de liberdade poderá ser substituída por restritiva de direitos mesmo 
que tenha sido cometida com violência ou grave ameaça. Trata-se de exceção ao inciso I do art. 44 do CP. 
O argumento utilizado pela doutrina é o de que a Lei nº 9.099/95 (que é posterior ao Código Penal) previu 
uma série de medidas despenalizadoras para as infrações penais de menor potencial ofensivo (exs: 
transação penal e composição civil). Logo, seria irrazoável e contrário ao espírito da lei não permitir a 
aplicação de penas restritivas de direito para tais infrações consideradas de menor gravidade. 
 
Quantas penas restritivas de direito o réu terá que cumprir: 
Se a pessoa for condenada a... 
Pena igual ou inferior a 1 ano de prisão: Pena superior a 1 ano (até 4 anos) de prisão: 
A pena privativa de liberdade aplicada poderá ser 
substituída por: 
a) multa OU 
b) 1 pena restritiva de direito 
A pena privativa de liberdade aplicada poderá ser 
substituída por: 
a) 1 pena restritiva de direito + multa OU 
b) 2 penas restritivas de direito. 
 
Discussão sobre a aplicação das penas restritivas para infrações praticadas no âmbito da violência doméstica 
O art. 17 da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) prevê o seguinte: 
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Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de 
penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que 
implique o pagamento isolado de multa. 
 
Veja, portanto, que esse dispositivo proíbe que o juiz aplique as seguintes penas restritivas de direitos à 
pessoa que praticou violência doméstica e familiar contra a mulher: 
• Pena de "cesta básica"; 
• Quaisquer espécies de prestação pecuniária (art. 45, §§ 1º e 2º); 
• Pagamento isolado de multa (art. 44, § 2º do CP). 
 
Diante disso, alguns doutrinadores sustentaram a tese de que o art. 17, ao proibir apenas esses tipos de penas, 
teria, a contrario sensu, permitido que fossem aplicadas outras espécies de penas restritivas de direitos. 
 
Essa interpretação foi aceita pela jurisprudência? É possível a aplicação de penas restritivas de direito 
para os crimes cometidos contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico? 
NÃO. A jurisprudência entende que não cabe a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva 
de direitos nos crimes ou contravenções penais cometidos contra a mulher com violência ou grave ameaça 
no ambiente doméstico. 
O STJ editou a súmula 588 para espelhar essa sua posição consolidada: 
Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave 
ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva 
de direitos. 
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/09/2017, DJe 18/09/2017. 
 
E o art. 17 da Lei nº 11.340/2006? 
A interpretação que prevaleceu foi a seguinte: além das sanções previstas no art. 17, são proibidas 
quaisquer penas restritivas para os condenados por violência doméstica e familiar contra a mulher. Isso 
porque o art. 44, I, do CP veda penas restritivas de direito em caso de crimes cometidos com violência ou 
grave ameaça à pessoa. Nesse sentido: 
(...) Embora a Lei nº 11.340/2006 não vede a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos, obstando apenas a imposição de prestação pecuniária e o pagamento isolado de multa, o art. 44, 
I, do CP proíbe a conversão da pena corporal em restritiva de direitos quando o crime for cometido com 
violência à pessoa (...) 
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1521993/RO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 04/08/2016. 
 
Vale ressaltar que a Lei nº 9.099/95 não se aplica para os delitos praticados com violência doméstica contra 
a mulher, por força do art. 41 da Lei nº 11.340/2006: 
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, 
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. 
 
IMPORTANTE. O STF concorda com o teor da súmula 588 do STJ? 
Em parte. 
Em caso de CRIMES praticados contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico: 
o STF possui o mesmo entendimento do STJ e afirma que não cabe a substituição por penas restritivas de 
direitos. Nesse sentido: 
Não é possível a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ao condenado pela 
prática do crime de lesão corporal praticado em ambiente doméstico (art. 129, § 9º do CP). 
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A substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos pressupõe, entre outras coisas, que 
o crime não tenha sido cometido com violência ou grave ameaça (art. 44, I, do CP). 
STF. 2ª Turma. HC 129446/MS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 20/10/2015 (Info 804). 
 
Em caso de CONTRAVENÇÕES PENAIS praticadas contra a mulher com violência ou grave ameaça no 
ambiente domésticohá uma discordância. Ex: imagine que o marido pratica vias de fato (art. 21 da Lei de 
Contravenções Penais) contra a sua esposa; ele poderá ser beneficiado com pena restritiva de direitos? 
• STJ e 1ª Turma do STF: NÃO. Não é possível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva 
de direitos tanto no caso de crime como contravenção penal praticados contra a mulher com violência ou 
grave ameaça no ambiente doméstico. É o teor da Súmula 588-STJ. A 1ª Turma do STF também comunga 
do mesmo entendimento: HC 137888/MS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 31/10/2017. 
• 2ª Turma STF: SIM. Afirma que é possível a conversão da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direito, nos moldes previstos no art. 17 da Lei Maria da Penha, aos condenados pela prática de 
contravenção penal. Isso porque a contravenção penal não está na proibição contida no inciso I do art. 44 
do CP, que fala apenas em crime. Logo, não existe proibição no ordenamento jurídico para a aplicação de 
pena restritiva de direitos em caso de contravenções. Nesse sentido: STF. 2ª Turma. HC 131160, Rel. Min. 
Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016. Relembre o que diz o inciso I do Código Penal: 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, 
quando: 
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com 
violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; 
 
O STJ e a 1ª Turma do STF fazem, portanto, uma ampliação do inciso I do art. 44 do CP para abranger 
também os casos de contravenção penal praticados com violência ou grave ameaça (STJ. 6ª Turma. AgRg 
no REsp 1607382/MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 27/09/2016). A 2ª Turma do STF não 
admite essa ampliação e trabalha com o texto literal do art. 44, I, do CP. 
 
Resumindo: 
É possível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos nos casos de crimes ou 
contravenções praticadas contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico? 
1) Crime: NÃO. Posição tanto do STJ como do STF. 
2) Contravenção penal: 
• 2ª Turma do STF: entende que é possível a substituição. 
• 1ª Turma do STF e STJ: afirmam que também não é permitida a substituição. 
 
Em concursos, se o enunciado não estiver fazendo qualquer distinção, fiquem com a posição exposta na 
súmula e que também é adotada pela 1ª Turma do STF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
INDULTO 
O indulto da pena privativa de liberdade não alcança a pena de multa se o condenado 
parcelou este valor para ter direito à progressão de regime 
 
O indulto da pena privativa de liberdade não alcança a pena de multa que tenha sido objeto de 
parcelamento espontaneamente assumido pelo sentenciado. 
O acordo de pagamento parcelado da sanção pecuniária deve ser rigorosamente cumprido sob 
pena de descumprimento de decisão judicial, violação ao princípio da isonomia e da boa-fé 
objetiva. 
STF. Plenário. EP 11 IndCom-AgR/DF, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/11/2017 (Info 884). 
 
Anistia, graça e indulto: 
- são formas de renúncia do Estado ao seu direito de punir; 
- classificam-se como causas de extinção da punibilidade (art. 107, II, CP); 
- a anistia, a graça e o indulto são concedidas pelo Poder Legislativo (no primeiro caso) ou pelo Poder 
Executivo (nos dois últimos), mas somente geram a extinção da punibilidade com a decisão judicial; 
- podem atingir crimes de ação penal pública ou privada. 
 
ANISTIA GRAÇA 
(ou indulto individual) 
INDULTO 
(ou indulto coletivo) 
É um benefício concedido pelo Congresso 
Nacional, com a sanção do Presidente da 
República (art. 48, VIII, CF/88), por meio do 
qual se “perdoa” a prática de um fato 
criminoso. 
Normalmente, incide sobre crimes políticos, 
mas também pode abranger outras espécies 
de delito. 
Concedidos por Decreto do Presidente da República. 
 
Apagam o efeito executório da condenação. 
 
A atribuição para conceder pode ser delegada ao(s): 
 Procurador Geral da República; 
 Advogado Geral da União; 
 Ministros de Estado. 
É concedida por meio de uma lei federal 
ordinária. 
Concedidos por meio de um Decreto. 
Pode ser concedida: 
 antes do trânsito em julgado (anistia 
própria); 
 depois do trânsito em julgado (anistia 
imprópria). 
 
Tradicionalmente, a doutrina afirma que tais benefícios 
só podem ser concedidos após o trânsito em julgado da 
condenação. Esse entendimento, no entanto, está cada 
dia mais superado, considerando que o indulto natalino, 
por exemplo, permite que seja concedido o benefício 
desde que tenha havido o trânsito em julgado para a 
acusação ou quando o MP recorreu, mas não para 
agravar a pena imposta (art. 5º, I e II, do Decreto 
7.873/2012). 
Classificação 
a) Propriamente dita: quando concedida 
antes da condenação. 
b) Impropriamente dita: quando concedida 
após a condenação. 
 
Classificação 
a) Pleno: quando extingue totalmente a pena. 
b) Parcial: quando somente diminui ou substitui a pena 
(comutação). 
 
a) Incondicionado: quando não impõe qualquer 
condição. 
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a) Irrestrita: quando atinge indistintamente 
todos os autores do fato punível. 
b) Restrita: quando exige condição pessoal 
do autor do fato punível. Ex.: exige 
primariedade. 
 
a) Incondicionada: não se exige condição 
para a sua concessão. 
b) Condicionada: exige-se condição para a 
sua concessão. Ex.: reparação do dano. 
 
a) Comum: atinge crimes comuns. 
b)Especial: atinge crimes políticos. 
b) Condicionado: quando impõe condição para sua 
concessão. 
 
a) Restrito: exige condições pessoais do agente. Ex.: 
exige primariedade. 
b) Irrestrito: quando não exige condições pessoais do 
agente. 
Extingue os efeitos penais (principais e 
secundários) do crime. 
 
Os efeitos de natureza civil permanecem 
íntegros. 
Só extinguem o efeito principal do crime (a pena). 
 
 
Os efeitos penais secundários e os efeitos de natureza 
civil permanecem íntegros. 
O réu condenado que foi anistiado, se 
cometer novo crime, não será reincidente. 
O réu condenado que foi beneficiado por graça ou 
indulto, se cometer novo crime, será reincidente. 
É um benefício coletivo que, por referir-se 
somente a fatos, atinge apenas os que o 
cometeram. 
É um benefício individual 
(com destinatário certo). 
Depende de pedido do 
sentenciado. 
É um benefício coletivo 
(sem destinatário certo). 
É concedido de ofício (não 
depende de provocação). 
 
Vale ressaltar que a concessão do indulto está inserida no exercício do poder discricionário do Presidente 
da República (STF. ADI 2.795-MC, Rel. Min. Maurício Corrêa). 
 
Indulto natalino 
É bastante comum o Presidente da República editar um Decreto, no final de todos os anos, concedendo 
indulto. Esse Decreto é conhecido como “indulto natalino”. 
No Decreto de indulto já constam todas as condições para a concessão do benefício. Caso o apenado 
atenda a esses requisitos, o juiz das execuções deve reconhecer o direito, extinguindo a pena pelo indulto. 
 
Imagine agora a seguinte situação: 
João foi condenado a 5 anos de reclusão, em regime inicial semiaberto, e ao pagamento de 200 dias-multa. 
Após algum tempo, ele progrediu para o regime aberto, com base no preenchimento dos requisitosobjetivos e subjetivos, entre os quais o compromisso do pagamento da multa, por meio de parcelamento 
acordado com a Fazenda Nacional. 
Assim, ele estava no regime aberto e pagando, parceladamente, todos os meses, a multa. 
Foi aí que o Presidente da República editou um Decreto concedendo indulto natalino. 
João atendeu aos requisitos e, em razão disso, o magistrado declarou extinta a pena privativa de liberdade 
imposta a ele. O julgador, contudo, manteve a exigência do pagamento da multa. 
A defesa recorreu contra a decisão alegando que no Decreto de indulto havia previsão expressa de que o 
indulto alcançava também a pena de multa. Veja o artigo do Decreto: 
Art. 7º O indulto ou a comutação da pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos alcança a 
pena de multa aplicada cumulativamente. 
Parágrafo único. A inadimplência da pena de multa cumulada com pena privativa de liberdade ou 
restritiva de direitos não impede a declaração do indulto ou da comutação de penas. 
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A tese da defesa foi acolhida pelo STF? 
NÃO. 
O indulto da pena privativa de liberdade não alcança a pena de multa que tenha sido objeto de 
parcelamento espontaneamente assumido pelo sentenciado. 
STF. Plenário. EP 11 IndCom-AgR/DF, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/11/2017 (Info 884). 
 
O réu voluntariamente aderiu ao parcelamento para que pudesse ter direito à progressão de regime, que 
só pode ocorrer com o pagamento integral da multa ou com o compromisso de seu pagamento parcelado. 
Nesse caso, não se aplica integralmente o decreto de indulto, que extingue todas as penas, inclusive a de 
multa, pois, para que se obtivesse a progressão, houve a substituição da pena pecuniária pelo 
compromisso de pagamento parcelado. 
A automática concessão do indulto da multa a condenado que tenha condições econômicas de quitá-la, 
sem sacrifício dos recursos indispensáveis ao sustento próprio ou de sua família, constituiria, em última 
análise, injustificável descumprimento de decisão judicial e indesejável tratamento privilegiado em 
relação àqueles sentenciados que tempestivamente pagaram a sanção pecuniária. 
A liberalidade contida no parágrafo único do art. 7º do Decreto Presidencial somente deve ser admitida 
na hipótese em que a defesa comprovar a extrema carência econômica do condenado, que sequer tenha 
tido condições de firmar compromisso de parcelamento do débito. Essa interpretação mais restritiva leva 
em consideração: (i) o fato de que a pena de multa, embora convertida em dívida de valor, não perdeu o 
seu caráter de sanção criminal e o seu injustificado inadimplemento interfere no gozo dos benefícios da 
execução penal (como, por exemplo, na progressão de regime); (ii) o caráter essencialmente igualitário 
que permeia a concessão, pelo Presidente da República, da clemência estatal. 
 
 
 
OUTRAS INFORMAÇÕES 
 
CLIPPING DA R E P E R C U S S Ã O G E R A L 
DJe de 30 de outubro a 10 de novembro de 2017 
 
REPERCUSSÃO GERAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO 828.040 – DF 
RELATOR ORIGINÁRIO: MIN. TEORI ZAVASCKI 
REDATOR PARA O ACÓRDÃO: MIN. GILMAR MENDES 
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRABALHISTA. NATUREZA JURÍDICA DA RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR DE REPARAR DANOS 
A EMPREGADO, DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHO. ARTIGO 7º, XXVIII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. 
 
REPERCUSSÃO GERAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO 985.392 - RS 
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES 
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 2. REPERCUSSÃO GERAL. RECONHECIMENTO. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE. 3. 
CONSTITUCIONAL. MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS. LEGITIMIDADE PARA POSTULAR PERANTE O STF E O 
STJ. 4. PRELIMINARES. ARGUMENTOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL NÃO CONSIDERADOS PELO STJ, E EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO 
CONHECIDOS. A FALTA DE PREQUESTIONAMENTO E A INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO DECORRERIAM DA RECUSA DO 
TRIBUNAL EM CONHECER DAS RAZÕES DO MPE. A LEGITIMIDADE DO MPE DEPENDE DA INTERPRETAÇÃO DAS REGRAS CONSTITUCIONAIS SOBRE O 
MINISTÉRIO PÚBLICO ART. 127, § 1º, E ART. 128, ART. 129, CF. QUESTÃO QUE PRESCINDE DA APRECIAÇÃO DE MATÉRIA DE FATO. PRELIMINARES 
REJEITADAS. 5. REPERCUSSÃO GERAL. A AVALIAÇÃO DA LEGITIMIDADE DOS MINISTÉRIOS PÚBLICOS DOS ESTADOS PARA PLEITEAR PERANTE O STF E 
O STJ É RELEVANTE DOS PONTOS DE VISTA POLÍTICO, JURÍDICO E SOCIAL. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. 6. LEGITIMIDADE DE MPE PARA 
POSTULAR NO STF E NO STJ. OS MINISTÉRIOS PÚBLICOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PODEM POSTULAR DIRETAMENTE 
NO STF E NO STJ, EM RECURSOS E MEIOS DE IMPUGNAÇÃO ORIUNDOS DE PROCESSOS NOS QUAIS O RAMO ESTADUAL TEM ATRIBUIÇÃO PARA 
ATUAR. PRECEDENTES. 7. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA DO STF NO SENTIDO DA LEGITIMIDADE DO MPE. REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. 
PRECEDENTES: RCL 7.358, REL. MIN. ELLEN GRACIE, TRIBUNAL PLENO, J. 24.2.2011; MS 28.827, REL. MIN. CÁRMEN LÚCIA, 1ª TURMA, J. 28.8.2012; 
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Informativo 884-STF (14/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 21 
RE-QO 593.727, REL. MIN. CEZAR PELUSO, REDATOR PARA ACÓRDÃO MIN. GILMAR MENDES, TRIBUNAL PLENO J. 21.6.2012; ARE-ED-SEGUNDOS 
859.251, DE MINHA RELATORIA, TRIBUNAL PLENO, J. 22.10.2015. 8. FIXAÇÃO DE TESE: OS MINISTÉRIOS PÚBLICOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO 
FEDERAL TÊM LEGITIMIDADE PARA PROPOR E ATUAR EM RECURSOS E MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DE DECISÕES JUDICIAIS EM TRÂMITE NO STF E 
NO STJ, ORIUNDOS DE PROCESSOS DE SUA ATRIBUIÇÃO, SEM PREJUÍZO DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. 9. CASO CONCRETO. 
LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PARA OFERECER RAZÕES E EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM HABEAS 
CORPUS AFASTADA PELO STJ. CASSAÇÃO DA DECISÃO. 10. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. DETERMINAÇÃO DE RETORNO 
DOS AUTOS AO STJ, PARA QUE PROSSIGA NO JULGAMENTO DO HABEAS CORPUS, CONSIDERANDO AS RAZÕES DO MPRS. 
 
REPERCUSSÃO GERAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.058.333 – PR 
RELATOR: MIN. LUIZ FUX 
 Ementa: EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. TESTE DE APTIDÃO FÍSICA. 
CANDIDATA GESTANTE. DIREITO À REMARCAÇÃO SEM PREVISÃO EDITALÍCIA. TEMA 335 DA REPERCUSSÃO GERAL. RE 630.733. INAPLICABILIDADE. 
DIREITO À IGUALDADE, À DIGNIDADE HUMANA E À LIBERDADE REPRODUTIVA. PRINCÍPIOS DA IMPESSOALIDADE E DA EFICIÊNCIA NO CONCURSO 
PÚBLICO. RECONHECIDA A EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. 
 
 
INOVAÇÕES LEGISLATIVAS 
30 DE OUTUBRO A 10 DE NOVEMBRO DE 2017 
 
Lei nº 13.505, de 8.11.2017 - Acrescenta dispositivos à Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da 
Penha), para dispor sobre o direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar de ter atendimento 
policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado, preferencialmente, por servidores do sexo feminino. 
Publicada no DOU, Seção 1, Edição nº 215, p. 1, em 9.11.2017.

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