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DIREITO TRIBUTÁRIO I DIREITO TRIBUTÁRIO II DIREITO FINANCEIRO Direito Financeiro Atividade Financeira do Estado A finalidade do Estado é a realização do bem comum, na busca do ideal que promove o bem-estar e conduz a um modelo de sociedade que permite o pleno desenvolvimento das potencialidades humanas. A atividade financeira do Estado representa a atuação voltada para obter, gerir e aplicar os recursos financeiros necessários à consecução das finalidades do Estado que, em última análise, se resumem na realização do bem comum. Direito Financeiro Fins da Atividade Financeira Os fins da atividade financeira coincidem com as próprias finalidades da atuação estatal, destinando-se, portanto, à satisfação das necessidades coletivas, as quais crescem gradativamente e se dividem em várias espécies - construções de edifícios públicos - abertura de ruas - manutenção dos serviços de transporte – defesa - prestação jurisdicional. Os serviços públicos - instrumentos do Estado para o alcance dos fins a que se propõe - se realizam por meio da utilização da atividade financeira do Estado. Direito Financeiro Fins da Atividade Financeira O Poder Público define e escolhe as necessidades coletivas, tornando-as necessidades públicas quando inseridas no ordenamento jurídico (princípio da legalidade): Necessidade coletiva: alcança uma determinada coletividade, porém não chega a ser de interesse geral. Por isso, é regida pelo regime de direito privado e informado pelo princípio da autonomia da vontade. Necessidade pública: de interesse geral, satisfeita sob regime de direito público, presidido pelo princípio da estrita legalidade. Direito Financeiro ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO Vinculada à satisfação de três necessidades públicas básicas, inseridas na ordem jurídico-constitucional: A prestação de serviços públicos O exercício regular do poder de polícia e A intervenção no domínio econômico. Direito Financeiro ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO SERVIÇOS PÚBLICOS Serviço prestado sob o regime de direito público, o regime administrativo, informado pelos princípios da supremacia e da indisponibilidade do interesse público. É a prestação de utilidade ou comodidade material desfrutada pelos administrados (população), prestado pelo Estado, sob regime de direito público Direito Financeiro ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO PODER DE POLÍCIA O poder de regulamentação de que está investido o Estado, que é discricionário, porém limitado à lei. É a atividade inerente do poder público que objetiva, no interesse geral, intervir na propriedade e na liberdade dos indivíduos, impondo comportamentos comissivos ou omissivos. Fundamentação legal: Art. 78 - CTN Direito Financeiro ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO Limites impostos pelo Estado ao princípio da livre iniciativa O Estado instituiu a livre iniciativa como princípio fundamental, pressupondo a prevalência da propriedade privada na qual se assentam a liberdade de empresa, a liberdade de contratação e a liberdade de lucro - marcos que fundamentam o regime econômico privado, de produção capitalista – artigo 1º, IV e 170 da CF/88. Direito Financeiro ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO Limites impostos pelo Estado ao princípio da livre iniciativa Poder normativo: mediante a elaboração de leis de combate ao abuso do poder econômico, de proteção ao consumidor; Poder de polícia: mediante o fomento da atividade econômica, promovendo financiamentos públicos (BNDES, BB, CEF); Assunção direta da atividade econômica: mediante a exploração direta da atividade, em caráter excepcional (imperativos da segurança nacional ou relevante interesse público – artigo 173 CF). Direito Financeiro CONCEITO O Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que estuda a atividade financeira do Estado sob o ponto de vista jurídico. Direito Financeiro OBJETO O estudo a receita, despesa, orçamento e crédito público, disciplinando normativamente toda a atividade financeira do Estado. Direito Financeiro Autonomia Ramo autônomo porque possui princípios jurídicos específicos e sistematizados, não aplicáveis a outros ramos do Direito, que lhe dão uma identidade própria. A Constituição Federal/88 - art. 24, I: “compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito tributário, financeiro, penitenciário (...)”. Direito Financeiro Normas gerais sobre Finanças Públicas As normas gerais sobre finanças públicas se encartam no Capítulo II do Título VI (Da Tributação e do Orçamento) da Constituição Federal de 1988 e constituem o núcleo da Constituição Financeira. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a lei das normas gerais sobre finanças públicas (Lei Complementar nº 101/2000 e Lei Federal nº 4.320/64, respectivamente). Direito Financeiro Despesa Pública Direito Financeiro Despesa pública - conjunto dos dispêndios do Estado para o funcionamento dos serviços públicos. É parte do orçamento, representando a distribuição e emprego das receitas para cumprimento das diversas atribuições da Administração; É a aplicação de certa quantia, em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro de uma autorização legislativa, para execução de uma finalidade pública. Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO - despesas ordinárias: são as que constituem, normalmente, a rotina dos serviços públicos, sendo, por isso, renovadas a cada ano (a cada orçamento). São as despesas ditas permanentes, sempre presentes e especificadas na lei orçamentária; - despesas extraordinárias: as destinadas a atender a serviços de caráter esporádico, oriundos de conjunturas excepcionais e que, por isso, não se renovam todos os anos e por isso não estão não previstas na lei de orçamento (geradas por situações urgentes e imprevisíveis, tais como estado de calamidade pública). Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO Competência constitucional de cada ente federado Federais (realização dos fins e dos serviços públicos de competência da União – artigo 21 CF) Estaduais (conforme atribuições do Estado – artigo 25, §1º CF) Municipais (do Município – artigo 30 CF). Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO Competência Econômica Despesa-compra - realizada para a aquisição de produtos e serviços – aquisição de bens de consumo, folha de pagamento etc., quando exerce seu poder de compra. Despesa-transferência - que não corresponde à aplicação governamental direta, limitando-se a criar rendimentos para os indivíduos sem qualquer contraprestação destes – transfere o poder de compra, caso, por exemplo, das pensões, subvenções etc. Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO LEGAL estabelecido pela Lei Federal n° 4.320/64: Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas: DESPESAS CORRENTES Despesas de Custeio Transferências Correntes DESPESAS DE CAPITAL Investimentos Inversões Financeiras Transferências de Capital Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO LEGAL estabelecido pela Lei Federal n° 4.320/64 – art. 12: § 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis. § 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado. Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO LEGAL estabelecido pela Lei Federal n° 4.320/64 – art. 12: § 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como: I - subvenções sociais, as que se destinem a instituiçõespúblicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa; II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril. Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO LEGAL estabelecido pela Lei Federal n° 4.320/64 – art. 12: § 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro. Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO LEGAL estabelecido pela Lei Federal n° 4.320/64 – art. 12: § 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a: I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização; II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros. Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO LEGAL estabelecido pela Lei Federal n° 4.320/64 – art. 12: § 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública. Direito Financeiro Despesa pública Despesas correntes: destinadas ao funcionamento e manutenção dos serviços públicos, prestados direta ou indiretamente pela Administração, e que não geram qualquer aumento do patrimônio público: - despesas de custeio da máquina administrativa - com pessoal, material - transferências correntes - subvenções , transferências destinadas a cobrir despesas de custeio de outras entidades – sociais e econômicas, despesas com inativos, pensões, transferências intergovernamentais e os juros da dívida. Direito Financeiro Despesa pública Despesas de capital: Constituem gastos para aquisição ou constituição de bens de capital, que contribuirão para a produção de novos bens e serviços: Investimentos : realização de obras públicas, serviços em regime de programação especial, equipamentos e instalações, material permanente e participação em constituição ou aumento de capital de empresas que não seja de caráter comercial ou financeiro). Inversões financeiras : despesas de capital capazes de produzir renda para o Estado e transferências de capital - investimentos ou inversões financeiras feitas por outras pessoas de direito público ou privado. Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO LEGAL estabelecido pela Lei Federal n° 4.320/64 – art. 13: DESPESAS CORRENTES Despesas de Custeio Pessoa Civil Pessoal Militar Material de Consumo Serviços de Terceiros Encargos Diversos . Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO LEGAL estabelecido pela Lei Federal n° 4.320/64 – art. 13: DESPESAS CORRENTES Transferências Correntes Subvenções Sociais Subvenções Econômicas Inativos Pensionistas Salário Família e Abono Familiar Juros da Dívida Pública Contribuições de Previdência Social Diversas Transferências Correntes. Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO LEGAL estabelecido pela Lei Federal n° 4.320/64 – art. 13: DESPESAS DE CAPITAL Investimentos Obras Públicas Serviços em Regime de Programação Especial Equipamentos e Instalações Material Permanente Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO LEGAL estabelecido pela Lei Federal n° 4.320/64 – art. 13: DESPESAS DE CAPITAL Inversões Financeiras Aquisição de Imóveis Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em Funcionamento Constituição de Fundos Rotativos Concessão de Empréstimos Diversas Inversões Financeiras Direito Financeiro Despesa pública CLASSIFICAÇÃO LEGAL estabelecido pela Lei Federal n° 4.320/64 – art. 13: DESPESAS DE CAPITAL Transferências de Capital Amortização da Dívida Pública Auxílios para Obras Públicas Auxílios para Equipamentos e Instalações Auxílios para Inversões Financeiras Outras Contribuições. Direito Financeiro Receita Pública Direito Financeiro Receita pública É o ingresso de dinheiro nos cofres do Estado para atendimento de suas finalidades. A receita pública é o capital arrecadado, coercitivamente, do povo, tomado por empréstimo ou produzido pela renda dos seus bens ou pela sua atividade, de que o Estado dispõe para fazer frente às despesas públicas. Direito Financeiro Receita pública Classificação • Receitas Correntes: A) as receitas tributárias; B) de contribuições; C) patrimonial; D) agropecuária; E) industrial; F) de serviços e outras e, ainda, G) as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. Direito Financeiro Receita pública Classificação Receitas de Capital provenientes da realização de recursos financeiros oriundos: A) de constituição de dívidas; B) da conversão, em espécie, de bens e direitos; C) os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, D) o superávit do Orçamento Corrente. Direito Financeiro Receita pública ETAPAS DA RECEITA PÚBLICA ORÇAMENTÁRIA O Manual de Receita Nacional subdivide a gestão da receita orçamentária em: Planejamento execução e controle e avaliação. Direito Financeiro Receita pública ETAPAS DA RECEITA PÚBLICA ORÇAMENTÁRIA planejamento Engloba a previsão da arrecadação da receita orçamentária constante da Lei Orçamentária Anual — LOA, o que varia de acordo com a espécie e o tipo de receita. Direito Financeiro Receita pública ETAPAS DA RECEITA PÚBLICA ORÇAMENTÁRIA execução A execução da receita orçamentária (Lei nº 4.320/1964 – Manual de Receita Nacional), compreende três estágios: 1. lançamento 2. arrecadação 3. recolhimento. Direito Financeiro Receita pública ETAPAS DA RECEITA PÚBLICA ORÇAMENTÁRIA A execução lançamento compreende a realização de todos os atos preparatórios ao pagamento do tributo, tais como a verificação da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, a determinação da matéria tributável, o cálculo do montante devido, podendo englobar, também, a necessidade de identificação do sujeito passivo quando o lançamento, em função das características do tributo, for realizado pela própria administração tributária ou, ainda, quando for o caso, a aplicação da penalidade cabível (o denominado lançamento de ofício). Direito Financeiro Receita pública ETAPAS DA RECEITA PÚBLICA ORÇAMENTÁRIA A execução arrecadação É a entrega realizada pelos contribuintes ou devedores, aos agentes arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro. Direito Financeiro Receita pública ETAPAS DA RECEITA PÚBLICA ORÇAMENTÁRIA A execução recolhimento. É a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando-se o Princípio da Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadadosem cada ente. Direito Financeiro Orçamento Direito Financeiro Orçamento Conceito É termo derivado de orçar, do italiano orzare, que significa a estimativa de custo a respeito de coisas, cujo valor de construção, ou de custeio, é necessário saber, por antecipação. No conceito tradicional, orçamento é uma peça que contém a aprovação prévia da despesa e da receita para um período determinado. Direito Financeiro Orçamento Conceito Nas finanças públicas o orçamento é o instrumento de estimativa de receitas e de autorização de despesas por objeto (pessoal, material, serviços, etc.), tendo em vista, as necessidades e o objetivo de registros. Direito Financeiro Orçamento Natureza jurídica do orçamento A própria Constituição Federal confere ao orçamento a natureza de lei (art. 165, III e §§ 5º, 6º e 8º). Já o art. 166 e parágrafos estabelece um regime peculiar de tramitação do projeto de lei orçamentária, de iniciativa do Executivo, sem, contudo, exigir quorum qualificado para sua aprovação – daí sua natureza de lei ordinária. Direito Financeiro Orçamento Aspectos políticos e econômicos do orçamento O orçamento espelha um instrumento representativo do consentimento dos contribuintes: ao direito de autorizar as receitas e o de controlar as despesas, dando origem ao orçamento como processo de fiscalização financeira e cerceamento das tendências abusivas dos governantes. Direito Financeiro Orçamento As leis orçamentárias O orçamento como instrumento de planejamento e de controle da ação governamental CF/88 – art. 165 - Seção II - Capítulo II - Título VI - “Dos Orçamentos”, sistema integrado de previsão, alocação e controle de recursos coletivos, bem como de gestão e de execução das diretrizes, objetivos, metas e prioridades do setor público, o que se dá por meio de três leis orçamentárias: Plano plurianual (PPA) Lei de diretrizes orçamentárias (LDO) Lei do orçamento anual (LOA) Direito Financeiro Orçamento As leis orçamentárias Iniciativa, elaboração, apreciação e votação dos projetos O PPA, a LDO e a LOA são leis de iniciativa do Poder Executivo, nos termos do artigo 165 CF, e servem de ligação entre o planejamento e a ação governamental Nos termos do artigo 84, XXIII, e artigo 166, §6° CF, a iniciativa das leis orçamentárias é vinculada e privativa do Chefe do Poder Executivo a quem incumbe enviar ao Congresso Nacional os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual. orçamento geral da união 2014 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional - SIAFI. Inclui a rolagem, ou “refinanciamento” da Dívida, pois a CPI da Dívida constatou que boa parte dos juros são contabilizados como tal. DÍVIDA PÚBLICA Dívida Pública: R$ 3.053 Trilhões Dívida Externa: R$ 114.8 Bilhões Dívida Interna: R$ 2.938 Trilhões Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional – janeiro/2017 DIREITO TRIBUTÁRIO II DIREITO TRIBUTÁRIO I DIREITO TRIBUTÁRIO II
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