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web aula 1 und 1 noções de direito privado

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Visão geral
Apresentação da disciplina:
Olá, caro (a) aluno(a)! Tudo bem com você? Pronto (a) para estudar uma disciplina que propõe trazer discussões pertinentes ao ofício de contador e de gestor?  Espero que esteja mais que animado (a).
Pois bem, daremos início à disciplina de Noções de Direito, cujo conteúdo objetiva enriquecer e aprimorar o seu entendimento acerca de alguns temas atinentes ao direito.
Isso mesmo.  Afinal, todo contador/gestor precisa conhecer temas relevantes e atuais relativos ao direito, a fim de compreender os dispositivos legais e constitucionais a serem aplicados nas diversas relações jurídicas que celebramos todos os dias.
Mas, calma. Não será necessário decorar leis, nem mesmo a Constituição. O que eu proponho é que vocês passem a refletir sobre temas relativos ao direito público e ao direito privado. Lembre-se de que um bom gestor deve conhecer a legislação que norteia os conflitos gerados no dia a dia de uma empresa.
Deste modo, selecionei alguns temas para as web aulas, os quais julguei importantes para o seu conhecimento. São temas que complementam o estudo introdutório de dois ramos do Direito Público: o Direito Constitucional e o Direito Administrativo. 
Na segunda web aula, a nossa discussão se direciona ao campo do Direito Privado, por meio de um estudo introdutório do Direito do Consumidor e da Responsabilidade Civil, tema este contemplado no ramo do Direito Civil.
A proposta é dar subsídio para o entendimento dos conteúdos de toda a disciplina, bem como para o entendimento das demais disciplinas jurídicas do curso.
As web aulas servirão, então, para complementar o conteúdo das teleaulas, bem como proporcionar um material didático sobre os assuntos selecionados.
Espero que gostem da discussão proposta, na medida em que possa servir de conhecimento útil para o exercício de sua profissão.
Grande abraço a todos,
Profª. Janaina.
 
Objetivos:
Estudar e compreender temas contemplados pelo Direito Público;
Conhecer e analisar temas contemplados pelo Direito Privado.
Conteúdo Programático:
Introdução ao estudo do Direito: conceito, fontes, fases da lei, direito e moral, direito objetivo e subjetivo, direito positivo e natural, noções de interpretação jurídica aplicada;
Noções de Direito Público: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Internacional, Direito Processual, Direito Tributário, Direito Financeiro, Direito Penal;
Noções de Direito Privado: Direito Civil, Direito Empresarial, Direito do Trabalho, Direito do Consumidor.
Metodologia:Os conteúdos programáticos ofertados nesta disciplina serão desenvolvidos por meio das Teleaulas de forma expositiva e interativa (chat – tira dúvidas em tempo real),Aula-Atividade por Chat para aprofundamento e reflexão e Web aulas que estarão disponíveis no Ambiente Colaborar, compostas de conteúdos de aprofundamento, reflexão e atividades de aplicação dos conteúdos e avaliação. Serão também realizadas atividades de acompanhamento tutorial, participação em Fórum, atividades práticas e estudos independentes (autoestudo).
 
Avaliação Prevista:
O sistema de avaliação da disciplina compreende assistir a teleaula, participação no fórum, produção de texto/trabalho no portfólio e a realização de duas avaliações virtuais embasadas nas teleaulas e web aulas da disciplina.
Boas aulas e bons estudos!
Profª. Janaina Vargas Testa
WEB AULA 1
Unidade 1 – Noções de Direito Público
Olá! Tudo bem com você? Eu sou a prof. Janaina Vargas Testa, advogada, mestranda em Direito, e animadíssima para introduzir o estudo que propus a você nesta web aula. Para tanto, conto também com a sua empolgação para discutirmos assuntos essenciais para a sua profissão. Vamos iniciar esta jornada por meio do estudo do papel do Direito Constitucional e do Direito Administrativo, que são ramos do Direito Público. Vamos lá?!
DIREITO CONSTITUCIONAL
Você deve saber que a nossa disciplina tem a intenção de pensar sobre algumas “noções” de Direito. Isso significa que vamos, em decorrência do objetivo da disciplina, e em virtude da extensão desta web aula, introduzir o estudo do Direito Constitucional, por meio da análise introdutória da Constituição Federal e do papel do Estado Democrático de Direito.
Mas, isso não lhe impedirá de se aprofundar e conhecer outros temas do Direito Constitucional, já que irei indicar vídeos e textos para você aprofundar o seu conhecimento.
Você já ouvir falar da Constituição Federal? Ela é o maior documento, a maior Lei, a nossa Carta Magna. Isso significa que nenhuma lei no nosso país poderá violar o contido na Constituição. Inclusive, o Supremo Tribunal Federal (STF) serve justamente para julgar lides que discutem violações à Constituição. O STF é o guardião da Constituição. Se você quiser ler a Constituição Federal (recomendo, pois todos os brasileiros deveriam conhecê-la), acesse o site do planalto:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>
Seria muito legal também assistir ao vídeo indicado abaixo quando o Jornal Nacional anunciou a nova Constituição Federal de 1988:
<http://www.youtube.com/watch?v=G1KfnfgTdeM>
Vamos começar a nossa discussão sobre o ramo do Direito Constitucional, campo do Direito destinado ao estudo das constituições brasileiras, em especial, da 8ª e última Constituição Federal brasileira, promulgada em 05 de outubro de 1988.
Na última Constituição brasileira, o nosso país adotou um Estado Democrático de Direito, comprometido com os direitos sociais e com a construção de uma sociedade mais justa, livre e solidária.
O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público fundamental por referir-se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários desse Estado e ao estabelecimento das bases da estrutura política (SILVA, 2006). Embora existam estas definições e campos do Direito, devemos conceber, na verdade, o Direito como uno e indivisível, como parte de um grande sistema, eis que todos os ramos do Direito se relacionam entre si.
Figura 1: Transversalidade das lutas sociais por direitos
Fonte: Scherer-Warren (1999) apud Das Mobilizações... (2006)
A Constituição Federal é o mais importante sistema de regras e princípios no ordenamento jurídico brasileiro. É ela quem estabelece as diretrizes para a organização, regulamentação e organização do Estado, bem como os limites dos poderes e a definição de direitos e deveres dos cidadãos. Nenhuma lei ou regra no país pode violar o contido na Constituição Federal.
O que isso significa na prática? Significa que, geralmente, a Constituição traz as diretrizes gerais, e as leis regulamentam essas “diretrizes”.
Vamos a um exemplo: A Constituição, em seu art. 5º, XXXII, estabelece que o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor. Isso quer dizer que a Constituição garante o direito ao consumidor, mas foi necessária a publicação da Lei nº. 8.078/90 (1990), para regulamentar este direito, definindo o Código de Defesa do Consumidor.
O primeiro artigo da nossa Constituição estatui que a “República Federativa do Brasil (RFB), formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos (MORAES, 2007):
a soberania, que significa um poder político supremo e independente, no qual o país tem capacidade de editar suas próprias normas, sua própria ordem jurídica;
a cidadania, que representa um status e se apresenta como um direito fundamental de pessoas;
a dignidade da pessoa humana, que concede unidade aos direitos e garantias fundamentais, sendo inerente às personalidades humanas. A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se constitui um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar;
os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, pois é através do trabalho que o homem garante sua subsistência e o crescimento do país, prevendo a Constituição, em diversas passagens, a liberdade, o respeito e a dignidadeao trabalhador. O trabalhador é visto como ser humano digno e o empregador como empreendedor do crescimento do país;
pluralismo político, que significa a ampla e livre manifestação popular nos destinos políticos do país, garantindo a liberdade de convicção filosófica e política, e a possibilidade de se organizar em partidos políticos.
Você pode estar perguntando? Mas, o que significa “Estado Democrático de Direito”?
O modelo de Estado Democrático de Direito adotado na Constituição Federal de 1988 deve ser capaz de propiciar a garantia, a efetividade e a implementação dos direitos fundamentais, efetivando, assim, os direitos fundamentais como a única forma de promover o desenvolvimento social.
Não sei se você tem conhecimento, mas os “direitos fundamentais” são todos aqueles direitos inerentes a qualquer vida digna, tais como o direito à vida, à saúde, à educação, à liberdade, à propriedade, à igualdade, ao trabalho digno, etc.
A nossa Constituição também estabelece que:
Em outubro de 2013, vamos celebrar 25 anos de Constituição (1988) e 65 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), dois dos mais importantes documentos a respeito dos direitos fundamentais. Embora a nossa Constituição tenha sido chamada de “cidadã” e a Declaração de “universal”, questionamos se, de fato, somos cidadãos e até que ponto universalizamos os direitos estatuídos nos dois documentos citados.
Cabe a todos nós, então, contribuir para a consolidação da Constituição e, ao mesmo tempo, universalizar os direitos sociais. Você não acha? Neste sentido, você será capaz de efetivar os direitos fundamentais no dia a dia da sua profissão?
Para tanto, faz-se necessário que você também conheça os objetivos deste Estado democrático consagrado pela Constituição, a fim de entender que, além da sociedade e da iniciativa privada (todos nós), o Estado também o dever de criar políticas e realizar atividades que visam a tutelar e garantir efetivamente os direitos fundamentais.
Os objetivos estão previstos no art. 3º da Constituição e visam, essencialmente, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzindo as desigualdades sociais e regionais. Lei o art. 3° da Constituição no link do planalto indicado acima.
Os fundamentos e os objetivos delineados pelo constituinte brasileiro de 1988 só podem ser concretizados se o disposto no artigo 6º da Constituição for estendido a todos os cidadãos brasileiros. O rol de direitos sociais, previstos no art. 6º, contempla os direitos à educação, à saúde, ao trabalho, à moradia, à segurança, à previdência social, à proteção à maternidade e à infância e à assistência aos desamparados.
PARA SABER MAIS: Constituição Federal, Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Para finalizar o nosso breve estudo introdutório do Direito Constitucional, não poderia deixar de mencionar a importância que a Constituição Federal atribui ao direito ao trabalho. O trabalho se circunscreve no elenco dos direitos sociais, devendo ser vinculado ao princípio da dignidade da pessoa humana, sendo vedado todo e qualquer trabalho exercido de forma desumana ou indigna.
No contexto da globalização econômica, é comum surgirem discussões no sentido de minar as normas jurídicas que protegem os trabalhadores mediante a flexibilização ou até mesmo a desregulamentação dos direitos trabalhistas.
Ora, não podemos esquecer que “os valores sociais do trabalho” se constituem como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Além disso, temos que questionar qual é o papel da cidadania na ordem econômica. A ordem econômica, segundo o art. 170 da Constituição, está fundada na valorização do trabalho humano, tendo por fim assegurar a todos existência digna. Isso significa que o qualificativo “humano” é no sentido de distinguir um tipo de trabalho, que é prestado pelo homem, sem as formas desumanizadoras de trabalho, como o trabalho escravo, por exemplo.
O trabalho deve permitir a realização do homem enquanto ser humano! Caso contrário, não estaremos a concretizar o direito ao trabalho digno, como quer a Constituição Federal.
Não nos esquecemos, ainda, que a função social da propriedade (e das empresas) se insere neste contexto, na medida em que a empresa não pode estar alheia ao seu papel social, que é, entre outros, promover a oferta de trabalho humano e ambiente de trabalho digno a todos.
Veja, então, que você enquanto contador e gestor deve defender esta prática: criar meio de ambiente de trabalho digno a todos! Somente assim, estaremos juntos a construir uma sociedade e um Estado comprometido, de fato, com os direitos sociais.
WEB AULA 2
Unidade 1 – Noções de Direito Público
DIREITO ADMINISTRATIVO
Agora vamos juntos conversar um pouco sobre outro ramo do Direito Público: o direito administrativo. Você sabe a que compete este campo do direito?
O Direito Administrativo pode ser entendido como um conjunto de regras e princípios que tem o objetivo de disciplinar os agentes públicos, órgãos públicos e suas atividades de forma a alcançar os anseios da coletividade.
Você precisa entender que o Direito Administrativo busca atender o interesse da coletividade, ou seja, o interesse público. Caso não ocorra a busca do interesse público e sim do interesse privado das pessoas que estão ocupando as funções públicas, então estaremos diante do desvio de poder, o que caracterizará a ilegalidade. Observa-se, desta maneira, que o objetivo do Direito Administrativo é atender ao interesse público.
Com o fim de permitir sempre a prevalência do interesse público e a legalidade daqueles que ocupam funções e cargos públicos, o Direito Administrativo é regulamento também por princípios que devem ser rigorosamente seguidos por todos os agentes, órgãos e instituições públicas.
Vamos conhecer estes princípios? Mas, antes, você precisa entender o que é um princípio. O autor Dalvi traz uma bela definição: “Os princípios são as regras que trazem no seu interior valores altamente relevantes e que vão nortear a elaboração, estruturação e aplicação das normas de um determinado ordenamento jurídico” (DALVI, 2009, p. 15).
Perceba, então, a importância que os princípios têm para toda a ciência do Direito, já que eles trazem uma carga muito grande de valores, significados e também de moral que formam a sociedade.
E, afinal, quais são os princípios que regem a Administração Pública? Eles estão elencados no art. 37 da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988). Vamos conhecê-los?
Princípio da Legalidade: é um dos mais importantes princípios do Direito Administrativo, uma vez que dispõe que todos os atos administrativos (todos os atos praticados pelos agentes públicos) devem respeitar a legislação na estrita forma e nos precisos limites dados pelas normas, sob pena da responsabilização (cível, administrativa, eleitoral, penal, etc.) conforme a infração cometida. Isso significa que a Administração Pública somente pode agir nos limites daquilo que é permitido pela lei.
Princípios da impessoalidade e da isonomia/igualdade: estes princípios impedem o favorecimento dos gestores públicos. Isso significa que, na administração púbica, todas as decisões devem se pautar em critérios objetivos, sem levar em consideração as condições pessoais, buscando tratar todos de forma igual e isonômica. A Administração Pública não pode favorecer um em detrimento do outro.
Princípios da moralidade e da probidade: tais princípios servem como pressupostos para validar os atos administrativos, já que exigem que a administração pública ao celebrar atos e contratos, tenha a obrigação de seguir a lei e de honrar a moral e o comportamento probo, entendido como honesto e correto. Os agentes públicos têm de agir de forma lícita, compatível com a moral e os bons costumes. Se assim não agir, os agentes podem sofrer sanções como a perda do cargo, a indisponibilidade de seus bens eaté mesmo ressarcir o erário público.
Princípio da publicidade: este princípio expõe que é dever do Estado manter plena transparência em seus comportamentos. Sendo assim, todos os atos da administração pública devem ser, em regra, públicos.
Princípio da eficiência: a administração pública também deve ser eficiente. Isso significa que todo agente administrativo tem a obrigação de satisfazer as necessidades dos cidadãos. A eficiência está ligada à correta e adequada utilização dos recursos disponíveis.  Uma administração eficiente é uma administração gerencial.
Princípio da supremacia do interesse público: este princípio está relacionado à ideia de que o interesse público deve se sobrepor ao interesse privado. Isso não significa que a administração pode fazer tudo o que quer, mas apenas o que está na lei. A supremacia do interesse público só é válida se exercida dentro dos limites das regras e dos valores do nosso ordenamento jurídico.
Gostou de conhecer os princípios da Administração Pública? Espero que sim! Agora que você já entendeu um pouquinho o ramo do Direito Administrativo, é importante compreender os atos celebrados pela Administração Pública: como são celebrados, quais os critérios para a sua validade, como serão anulados, quando poderão ser revogados, etc.. Vamos lá?
O ato administrativo pode ser conceituado como (DI PIETRO, 2008, p. 185): “[...] a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
Então, o que achou do conceito? Difícil de entender? Tentarei explicar melhor.
O ato, declaração nas palavras de Di Petro (2008) realizado pela Administração Pública é toda manifestação do pensamento que foi exteriorizada. Todo ato manifestado pelos órgãos do Estado tem efeito jurídico imediato, passando a ter vigência na conclusão do ato. Para entender melhor, veja a diferença de um ato público e um ato privado:
Ato público: desapropriação, emissão de alvará, remoção de servidor, etc.
Ato privado: doação, uma compra e venda particular, etc..
Para que os atos administrativos sejam considerados válidos e legais, eles devem ser constituídos por cinco requisitos ou elementos:
Sujeito: Diz respeito à pessoa emissora/autora do ato administrativo. Para ser válido, deve ser feito porque quem está autorizado na legislação, quem tem competência jurídica para praticar o ato (agentes públicos);
Forma: É o meio pelo qual o ato é exteriorizado, diz respeito ao procedimento administrativo, à sequência de momentos necessários para que o ato nasça no mundo jurídico;
Finalidade (Fim): Refere-se àquilo que se busca com o ato administrativo, àquilo que o ato quer alcançar;
Objeto: é o que se observa no ato em si, o seu conteúdo, ou seja, sobre o que o ato enuncia, dispõe;
Motivo: É a razão de ser do ato, o que lhe motivou existir, a causa pela qual ele foi necessário surgir no mundo jurídico.
Não se esqueça de que todo ato administrativo deve ser executado por sujeito competente, ter a forma exigida por lei, ter um fim e objeto de interesse público e ser motivado.
Para finalizar a nossa conversa sobre os atos administrativos, é importante que você aprenda em que momentos ele pode ser revogado ou anulado.
A revogação é medida tomada pelo próprio órgão público que produziu o ato administrativo e ocorre quando a administração pública entender que não mais persistem as razões, motivos e finalidades do ato existir. Assim, por meio da Conveniência e Oportunidade, isto é, por meio da análise da situação, a Administração Pública entende que o ato deve ser revogado porque se tornou inconveniente para os órgãos públicos.
Exemplo: Prefeitura revoga a permissão que tinha dado aos ambulantes para comercializarem seus produtos. Assim, os efeitos da revogação serão apenas “para frente” (ex nunc).
A anulação, por sua vez, ocorre quando o ato administrativo está viciado (falho em algum de seus elementos), ou seja, quando este for ilegítimo ou ilegal. Um ato ilegítimo, ilícito ou ilegal deve ser anulado e invalidado pela própria Administração Pública ou pelo Poder Judiciário, se necessário for. Os efeitos de um ato nulo atingem fatos pretéritos, ou seja, atingem todos os fatos ocorridos desde o momento da celebração do ato (ex tunc). Veja que, no caso da revogação, a Administração Pública, por sua vontade, poderá revogar um ato. Na anulação, não há que se falar em declaração de vontade, o ato deve ser anulado porque é ilegal. Logo, anulação e revogação são termos diferentes. Não se esqueça disso!
Cabe-nos agora apenas entender a diferença entre atos administrativos discricionários evinculados.
Ato vinculado: é aquele em que a Administração Pública realiza nos exatos termos/requisitos e condições estabelecidos em lei. Os atos vinculados somente podem ser praticados de uma única maneira, não tendo espaço para escolha da Administração Pública.Exemplo: nomear um candidato aprovado em concurso público dentro do período de validade do concurso.
Ato discricionário: é aquele em que a Administração Pública tem uma margem de opção/escolha dada pela lei. Diante do caso concreto, a Administração tem a possibilidade de escolher dentre duas ou mais soluções, a melhor para o caso, segundo os critérios de oportunidade e conveniência. Mas, claro, que esta opção jamais poderá violar a legislação.Exemplo: revogar uma permissão de uso de um espaço público.
Aprofunde os seus conhecimentos acerca dos atos administrativos, leia este texto claro e didático disponível em:
<http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1010831/atos-administrativos>
PARA DISCUTIR: Dirija-se ao FÓRUM e saliente a importância da Constituição Federal para a concretização de direitos.
Até o nosso próximo encontro. Grande abraço, Profª. Janaina.
BRASIL. Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm. Acesso em: 15 set. 2011.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: agosto de 2013.
DALVI, Luciano. Direito administrativo. Leme: J.H. Mizuno, 2009.
DAS MOBILIZAÇÕES às redes de movimentos sociais. Sociedade e Estado, Brasília, v. 21, n. 1, jan./abr. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922006000100007>. Acesso em: 26 ago. 2013.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 21. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 21. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SILVA, José Afonso da. Direito constitucional. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

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