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EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: REFLEXÕES SOBRE AS DIFERENÇAS NUM CONTEXTO GLOBALIZADO

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EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE:
REFLEXÕES SOBRE AS DIFERENÇAS NUM CONTEXTO GLOBALIZADO
 Aparecida Ribas
Fabiane da Silva Brais
 Jane da Cruz
 Michelle Alencastro
Orientadora Maria Elisabete Martins
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Seminário Interdisciplinar V
05/05/2017
RESUMO
Os direitos humanos são a nota tônica que rege as ações de qualquer sociedade que presa por respeitar as diferenças humanas. Sejam quais forem essas diferenças precisam ser respeitadas na sua essência, visto que cada ser humano possui a sua individualidade. Ocorre que, na prática sem sempre é dessa forma que acontece. O respeito às etnias, as religiões, as deficiências físicas, dentre outras questões; muitas vezes são respeitadas apenas nas leis que as asseguram, sem, contudo, na prática ocorrem da forma como estão descritas na lei. Esse descompasso pode e deve ser minimizado, e a escola é um cenário propício para esse exercício. Uma vez que os educandos, ainda estão em formação, nada mais relevantes do que um contexto como esse para se explorar o respeito às pluralidades culturais, bem como as demais diferenças. Trata-se de um cenário privilegiado para a abordagem sobre as percepções diferentes que o ser humano pode se apresentar. Partindo desse pressuposto, o presente paper discorre sobre essas nuances. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que oportunizou uma reflexão sobre essa temática tão importante.
Palavras-chave: Diferenças. Direitos Humanos. Sensibilização.
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos foi constatado um crescimento considerável de reflexões sobre os direitos humanos, principalmente no que se refere ao respeito às diferenças, sejam elas relativas às etnicidade, ao gênero, à religião, entre outros. O princípio para todas essas questões será sempre o mesmo, ou seja, decorre do respeito ao ser humano. Partindo desse pressuposto, observa-se que esse crescimento decorre dos prejuízos que são acarretados a vida do indivíduo quando esse não possui seus direitos fundamentais respeitados. Quando uma diferença colabora para um tratamento desigual, tal postura deve ser seriamente repensada, para que nossas concepções possam ser adotadas. 
Os avanços detectados sinalizam que existem tratamentos desiguais, que expõe e humilha as pessoas, em decorrência, a sociedade tem se organizado, e tem surgido de movimentos e leis cujo objetivo principal é a proteção da dignidade humana, por conseguinte, dos direitos universais.
O presente estudo tem como objetivo principal discorrer sobre questões relacionadas às diferenças, quando essas se tornam o foco da discriminação, e do tratamento desigual. Considerando que, no contexto escolar essas diferenças precisam ser repeitadas, e em muitos casos até valorizadas, trata-se de uma pesquisa relevante para educadores de modo geral.
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que se estrutura a partir da concepção de teóricos e especialistas nesse assunto, bem como visa abordar leis que buscam a assegurar os direitos humanos quando esses não ignorados e violados pela sociedade como um todo. Sendo assim, na primeira etapa desse estudo apresentaremos um breve histórico sobre o nascimento dos direitos humanos universais, para em seguida, direcionarmos a reflexão para questões ao respeito às diferenças no contexto educacional.
2. O QUE SÃO OS DIREITOS HUMANOS?
	
O conceito de evolução histórica dos Direitos Humanos, o processo se projeta através de lutas de poderes contra poderes, vinculada a história da cidadania, sendo que a sua primeira fase se estabelece desde o Código de Hamurabi, século XVIII a. C., que assegura que a igualdade se constitui o valor essencial ao ser humano. Já na segunda fase o entendimento sobre a pessoa humana, passa a ser dotada de direitos tidos como universais, decorre por vários períodos históricos e doutrinas, tem como destaque no período medieval o principio de igualdade.
A terceira tem como ideia principal o conceito de que toda deve ser concebida como pessoa sujeito de direitos, e Rabenhorst (2008) na quarta etapa evidencia o pensamento na aplicabilidade da liberdade, fazendo surgir a ética como referência. Por fim, na quinta e ultima etapa Rabenhorst (2008) acrescenta que os direitos humanos passa a ser concebido como sendo um pensamento existencialista, conceito da pessoa humana, sendo assim a pessoa passa a ser concebida como um elemento único, sujeito à modificações, e consagrado. O referido autor acrescenta que o direito de todo homem de ser reconhecido como pessoa, com esse percurso no desenvolvimento da sociedade, possibilitou a afirmação dos Direitos Humanos.
Nesse contexto, qual seja da definição dos Direitos Humanos, o conceito de liberdade, igualdade e fraternidade devem ser entendidos na perspectiva de que objetivam proteger e garantir a dignidade humana, revelando a diversas características desse direito, como primeira, que tange sobre o caráter inalienável, voltando-se á pessoa humana à margem de seu consentimento, no caráter histórico, fundamentado nos interesses da sociedade conforme seu contexto histórico, usando como conceito da autonomia do Estado, tido como liberdade contratual, direitos inerentes ao individuo, conhecidos como direitos civis e políticos, chamados direitos de autonomia e participação, contemplando os direitos sociais e coletivos, garantindo a todos que o Estado forneça boa saúde e educação para todos de forma igualitária. 
De acordo com Rabenhorst (2008), existe também o caráter expansivo no cenário desse direito, tendo como principal característica é a indivisibilidade, surgindo uma tensão ente os direitos sociais e econômico, mas que visa o fortalecimento da ideia de que os direitos humanos seriam globais e indivisíveis, denominado como um dos de caráter indivisível, afirmando o direito à viver com dignidade. Nesse contexto, diante do caráter dialético e não taxativo esse tem como elemento a dependência da evolução sociocultural e as modificações nas relações sociais, onde se manifesta entre os valores sociais fundadores dos direitos humanos, seja por normas internas, seja por mecanismos como tratados internacionais.
Rabenhorst (2008) acrescenta que o caráter universal dos Direitos Humanos tem como referencia a Conferencia de Teerã, visto que esse encontro firmou um novo paradigma integrador e global dos direitos humanos, desenvolvendo o conceito do Direito Internacional dos Direitos Humanos. No tratado de Viena a internacionalização dos Direitos Humanos, coloca como dever do Estado, independente de seu desenvolvimento político, econômico e cultural, o dever de promover e repeitar todos os Direitos Humanos. Mas o referido autor pontua que ainda existe o caráter utópico, e este é algo destinado ao realizar-se, uma forma de ação, provocando o movimento das pessoas em busca de uma sociedade mais justa, e no qual nem sempre esta de acordo com o que se entende por justiça. 
A consolidação dos direitos humanos, qual seja a sua internacionalização, se constitui nos momentos histórico da Revolução Francesa e Revolução Norte-americana. Nesse contexto, enquadra-se e registra-se a ideia de universalidade, ganhando destaque para o Direito Humanitário na Segunda Guerra Mundial. Com o surgimento da Organização das Nações Unidas, juntamente com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, sendo o evento matriz, voltado para a proteção do ser humano, a valorização da pessoa humana sem qualquer ressalva, nascendo livres e iguais, protegidos por todo aparato jurídico. 
Cabe destacar que, de acordo com Rabenhorst (2008), para que seja efetivamente cumpridos os Direitos Humanos, se faz necessário que os comandos sejam incorporados na Constituição, de tal forma que a sociedade estabeleça um sentimento de necessidade do atendimento, sendo objeto de valorização pela comunidade jurídica internacional, na intenção de efetivar os Direitos Humanos. O autor ressalta que essa busca deve constituir-se em um valor de maior importância, qual seja a dignidade da pessoa humana, que o homem é razão de existiro Estado e que este deve estar a serviço daquele. 
Nesse contexto, surge a necessidade dos tratados internacionais concernentes ao ordenamento jurídico brasileiro, que segundo Rabenhorst (2008), trata-se do processo de formação do ordenamento jurídico brasileiro. Esse processo é baseado em atos de integração do Presidente da República e o Congresso Nacional, onde são aprovadas e sancionadas as leis, para o fim de ampliar e tornar efetiva a proteção aos direitos humanos, a realidade internacional tende a superioridade, maior aceitação e viabilidade, onde ultrapassa tal questão, adentra-se à temática da hierarquia dos tratados internacionais recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro. 
Diante dessas reflexões, um questionamento emerge: como efetivar os direitos humanos? De acordo com Rabenhorst (2008), para que seja efetivado os direitos humanos, se faz necessário ter como ponto principal a dignidade da pessoa humana, através de tratados se faz a internacionalização desses direitos, respeitando os aspectos sociais, econômicos, culturais, do Estado. Sendo assim, o conceito deve ser inserido, com objetivos de organizar um sistema coercitivo de controle de decisões políticas dos países para viabilizar a proteção dos Direitos Humanos e sua efetivação. Deve-se ensar os Direitos Humanos pelo prisma de um Direito Constitucional Internacional, onde tais direitos inerentes aos ser humano independem de aderência por parte dos Estados Soberanos.
DIFERENÇAS NUM CONTEXTO GLOBALIZADO
Partindo do pressuposto de que os direitos humanos são aquisições universais, e que, por conseguinte, devem ser respeitados em qualquer instância, nessa etapa desse estudo iremos abordar sobre as diferenças no contexto globalizado, tendo o foco também voltado para o cenário educacional. De acordo com (...), enquanto educadores, precisamos “[...] aprender a enxergar o mundo com olhar de pesquisador, buscando entender o presente, o passado e as novas tendências”. 
Como já foi pontuando anteriormente nesse estudo, às diferenças pode ser localizadas em todos os segmentos da sociedade. Faz-se essa afirmação, visto que as diferenças encontram-se nas etnias, nas culturas e também nos fenótipos humanos. O texto em questão é enfático ao dizer que, as diferenças no contexto atual são sinônimas das desigualdades sociais, e porque não dizer, também da exclusão social de alguns povos e raças.
Apenas para exemplificar, podemos tomar como referência os povos indígenas e os negros. Ambas as raças sofrem consideráveis discriminações, e até por isso, acabam por se tornando em muitos caos, marginalizados da sociedade. Esses povos são apenas dois exemplos muito comuns, que já fazem parte do nosso cotidiano, mas existem muitos outros grupos que também sofrem com a discriminação, devido alguma diferença.
Na tentativa de demonstrar como é relevante o respeito que deve se ter com as diferenças, Santos (1999, p. 62), ao discorrer sobre essa temática ressalta: “[...] temos direito a ser iguais quando a diferença nos inferioriza, temos o direito a ser diferentes sempre que a igualdade nos descaracteriza”. Notem que esse é o princípio que está por detrás dos fundamentos dos direitos humanos, ou seja, essa entidade presa pelo respeito a singularidade do ser humano, visto que cada pessoa possui uma singularidade. Por outro lado, o pensamento de Santos (1999), compactua com a ideia de que, quando o tratamento igualitário descaracteriza a personalidade dessa pessoa.
Quando se fala de igualdade, conforme já abordamos anteriormente, trata-se de igualdade de direitos e condições. Assim, ter acesso aos mesmos direitos, aos mesmos serviços, as mesmas informações, enfim, aos mesmos bens e direitos.
Por outro lado, quando se refere às etnias, há de se considerar a diversidade cultural existente no mundo. Nesse contexto, no cenário educacional, essa diversidade deve ser concebida, conforme Schley (2016, p. 6) esclarece:
Diversidade cultural no contexto escolar deve ser compreendida pelo mesmo viés, vinculado a tradições, porém, em processo de transformação na ação coletiva, ou seja, o aprendiz deve ser respeitado pela bagagem cultural que traz, mas no contato com o outro haverá novas formas de entender o mundo, criando laços culturais, ampliando significados de vida.
Trata-se de uma questão interessante, por um lado devem-se respeitar as diferenças, com isso, o respeito deve acontecer voltado para as diferenças. Mas durante o contato com uma diversidade cultural, ocorre o que poderíamos dizer e denominar de uma troca, que é definido por Schley (2016, p. 6) como sendo os laços culturais. Na perspectiva de Schley (2016), na formação dos laços culturais, amplia-se os significados para a vida.
Outro conceito que advém da diversidade, e da aceitação dessa na composição de uma sociedade é o conceito da multicultura, ou seja, para Schley (2016, p. 7) a multicultura preconiza o respeito aos direitos universais, sendo assim, no caso específico dos imigrantes, por exemplo, a multicultura irá pregar que, o respeito aos direitos humanos deve perpassar acolhimento físico, mas também, envolve acolhimento na cultura do país. Logo, a proposta da multicultura envolve a criação de políticas para integração dos imigrantes nos novos países. 
Ainda sobre a integração, de acordo com Schley (2016, p. 7), trata-se de “[...] uma prática que deve estar acompanhada de ações e estratégias políticas que apoiem na prática toda essa diversidade, a isso chamamos de multicuturalismo”. Por conseguinte, o multiculturalismo é apresentado por (...) como sendo: “[...] as estratégias e as políticas adotadas para governar ou administrar problemas de diversidade e multiplicidade gerados pelas sociedades multiculturais”. 
Assim, a multiculturalismo refere-se às questões de cunho político que devem ser adotadas de modo que a preservação dos direitos fundamentais possa acontecer. Por conseguinte, envolvem variadas questões, algumas muito complexas como a formação da identidade dessas pessoas num país deferente do seu, por outro lado, esse respeito a identidade individual não deve ferir a cultura de determinado grupo, bem como a sua expressão coletiva.
Diante desse cenário complexo, acreditamos que as palavras de ordem sejam: equilíbrio e empatia. Equilíbrio para distinguir uma questão da outra, ou seja, para conseguir separar e preservar o respeito tanto as diferenças individuais, como as diferenças construídas coletivamente. E empatia, para compreender o momento que cada pessoa imigrante passa, por conseguinte, respeitar suas diferenças e ter um posicionamento de respeito e consideração por esses indivíduos. Não se trata de questões fáceis de serem realizadas, mas possíveis, desde que prevaleça o equilíbrio e a empatia.
No que se referem ao contexto escolar, as diferenças podem ser mais bem trabalhadas, visto que, os estudantes ainda estão em formação, podem ser melhores lapidados. A criança quando está em formação é mais flexível para aprender, sendo assim, quando a escola em conjunto com a família propõe o ensino de respeito às diferenças, esse público costuma responder mais assertivamente a essas questões.
 Cabe destacar que, o respeito as diferenças aqui mencionado, refere-se tanto, as questões relacionadas as etnias, como as demais diferenças que ora estão postas, como por exemplo, no campo da educação inclusiva.
Partindo do pressuposto de que nossa formação nos exigirá muito no campo do trato com as diferenças, e nesse contexto, a educação inclusiva é de suma importância, visto que já existem leis que asseguram sua implementação, na última etapa desse paper, apresentaremos de forma sucinta algumas questões voltadas para essa temática, qual seja da inclusão dos alunos com deficiência.
2.2 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Embora a educação inclusiva já esteja presente na maioria das escolas brasileiras, inclusive, contanto com o amparo legal que esta modalidade de ensino propõe, conforme assegura Oliveira (2007), “[...] na realidade brasileira a propostada construção de um sistema educacional inclusivo encontra-se amparada legalmente e em princípios teóricos fundamentados em ideais democráticos de igualdade, equidade e diversidade”.
Na verdade, quando se investiga os detalhes de como esta proposta de educação tem acontecido, nota-se que ainda tem-se muito o que avançar. Para Oliveira (2007), “[...] as práticas inclusivas se distanciam sobremaneira das proposições teóricas e legais”. Mantoan (2005) esclarece que em muitos casos, o que temos presenciado nas escolas, é apenas uma integração das crianças com necessidades especiais ao âmbito da educação básica.
De acordo com Januzzi (2006, p. 84) explica que a integração dos alunos com deficiência estava focada em “[...] ajudar as pessoas com deficiência a obter uma experiência tão próxima ao normal possível”. A referida autora, comentando sobre a educação nesses moldes pontua que: 
Sua efetivação podia se dar pela oferta de um continuum de serviços que pudessem garantir ao aluno com deficiência o direito de estar em espaços sociais (dentre eles a escola) que aumentasse sua proximidade física com os demais alunos e pessoas (dimensão física), podendo usufruir os mesmos recursos educacionais disponíveis no sistema de ensino, incluindo a classe comum (dimensão funcional), com a intenção de potencializar suas possibilidades de interagir socialmente (dimensão social). Januzzi (2006, p. 84)
Como pode se notar pela citação feita acima, a integração possui pontos positivos, mas a inclusão se propõe a ir além, ou seja, o aluno com deficiência não deve apenas frequentar o mesmo espaço dos alunos que não possuem deficiência, mas estes devem ter assegurados o direito apropriação do conhecimento.
Neste sentido, esta etapa desse paper se propõe discorrer sobre o que seria de fato a educação inclusiva, e como ela deve ocorrer. Porém, primeiramente torna-se relevante esclarecer quem são os alunos com necessidades especiais. Para Anache (2010) apud CNE/CEB (Resolução 2001, p. 25), podem ser identificados como sendo:
[...] aqueles que, no decorrer do processo educacional, apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo do desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares, em decorrência de causas orgânicas ou vinculadas às condições, disfunções, limitações ou deficiências, dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis. Também se incluem nessa categoria alunos com altas habilidades (superdotação) e facilidade de aprendizagem, expressas no domínio de conceitos, procedimentos e atitudes. Anache (2010) apud CNE/CEB (Resolução 2001, p. 25)
Da citação acima, existem aspectos relevantes a serem explorados, o primeiro deles, diz respeito ao grau de deficiência que o aluno possui. Na concepção de Anache (2010), todo aluno que possui dificuldades significativas de aprendizagem, e que apresenta limitações no processo de apropriação do conhecimento pode ser enquadrado ao grupo de educandos com necessidades especiais.
Neste sentido, a escola deve estar preparada para lidar com “n” situações que podem ser vivenciadas no cenário escolar. Infelizmente, neste contexto o que se vê atualmente num número considerável de escolas, e o despreparo desta para lidar com essa concepção da educação inclusiva.
Outro aspecto relevante da citação de Anache (2010) é o que se refere aos alunos que possuem graus elevados de aprendizagem, os ditos superdotados. Para estes, segundo a referida autora, no âmbito da educação básica deve existir uma atendimento diferenciado. Faz sentido essa afirmação uma vez que esses alunos por terem facilidade no aprendizado, precisam receber estímulos constantes, de modo, a aproveitar o potencial desses alunos.
É verdade, que já existem programas oferecidos pelo MEC, que buscam atender e identificar esses alunos, como por exemplo, as olimpíadas de matemática, física, química, ciências, dentre outras. Mas essas iniciativas devem ocorrer no seio da escola e de forma sistemática.
Ressaltando o que já foi pontuado anteriormente, Mantoan (2006) destaca algumas práticas que devem ser aplicadas periodicamente no cotidiano das escolas inclusivas. Ela adverte, que tais ambientes devem se preocupar em elaborar intervenções e ações que contemplem as diferenças, seja do baixo grau de aprendizado, seja do elevado grau de apropriação de conhecimento.
Inclusive Mantoan (2006, p. 108) adverte que sem essa prática, o direito desses alunos estará assegurado apenas como “[...] uma obrigação de matricular e manter alunos com necessidades especiais em classes comuns, resultando no recrutamento da rejeição”.
Vale ressaltar que essa atitude, do não investimento na qualidade do aprendizado desses educandos poderá em longo prazo, resultar em cidadão, ainda menos preparados para a vida, do que os que passaram pelas instituições de educação especial, as APAES. Faz-se tal afirmação, a partir da realidade constatada em adultos que receberam instrução dessas instituições.
Atualmente esses cidadãos, que já são adultos, estão inseridos no mercado de trabalho e alguns até levam uma vida muito próxima do normal. Infelizmente, muitos também não tiverem essa oportunidade de educação, porque como explica Mantoan (2006), as escolas especiais sempre foram mantidas por entidades filantrópicas, e por isso, nem todos tiveram acesso aos serviços prestados por essas instituições.
Mas o fato é que agora está diante de nós a inclusão, e torna-se necessário que esta aconteça de maneira a primar e valorizar o aprendizado de todos os educandos, inclusive, os com deficiências. Neste contexto, Oliveira (2007) destaca que o desafio dessa educação está firmada em dois pilares, qual seja, o pilar político administrativo e o pilar político pedagógico.
No tocante às questões políticas administrativas, Oliveira (2007, p. 77) explica que “[...] o êxito da educação inclusiva dependerá, em grande medida, da oferta de uma rede de apoio à escola, através do trabalho de orientação, assessoria e acompanhamento do processo de inclusão”. Logo, de acordo com Oliveira (2007), a parte administrativa que regula a escola deve se ater em oportunizar condições para que os agentes que estão diretamente envolvidos com a inclusão recebam qualificação, e o acompanhamento dos outros profissionais especialistas.
Profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, dentre outros, precisam dar sua contribuição à escola, acompanhando e orientando os educadores e os alunos com as diversas deficiências. No entanto, a implementação para a adequação desses profissionais no ambiente escolar, depende essencialmente, de questões administrativas.
Por outro lado, o pilar que diz respeito às concepções pedagógicas, segundo Oliveira (2007), está relacionado à dimensão política da escola, com isso, torna-se relevante superar uma visão ingênua de neutralidade e objetividade que por muitos anos esteve presente no ambiente escolar. Neste sentido Oliveira (2007) pontua:
Vários autores (CALDART, 2001; FREIRE, 1983, 1987, 1998; MOYSÉS, 2001; PATTO, 1996; PERRENOUD, 2000, 2001; DUARTE, 2001), vêm denunciando o fracasso da escola em cumprir o processo social de “democratização e construção de uma sociedade mais igualitária e, além disso, [os autores] apontam o perverso papel que a escola vem desempenhando na manutenção das relações opressoras impostas pela sociedade capitalista. Oliveira (2007, p. 77)
	
Como frisado na citação acima, durante décadas a escola tem sido advertida por diversos teóricos sobre o seu papel na sociedade, e sobre suas práticas opressoras e segregadoras. Ocorre, embora as advertências aconteçam algumas práticas insistem em permanecer, nesse contexto, os mais prejudicados, sem sombra de dúvidas são aqueles que precisam mais da atenção da escola, qual seja, os alunos com deficiência.
Para Oliveira (2007), a escola fundamentada nesses dois pilares, não tratará todos os alunos da mesma maneira,ou seja, haverá olhares diferenciados a alunos que necessitam dessa concepção. Oliveira (2007, p. 77) chama a atenção advertindo:
[...] a adoção do princípio da igualdade não é garantia de respeito à diversidade e as diferenças existentes, seja do ponto de vista biológico, cultural, racial, econômico, desconsiderando-se quase que completamente o processo de formação da identidade pessoal.
Na tentativa de achar os responsáveis pela implementação da educação inclusiva, Oliveira e Poker (2002) ressaltam:
A construção de um sistema educacional inclusivo exige ações direcionadas e planificadas no âmbito político-pedagógico, decorrentes da política e da administração assumidas pelo município, que viabilizarão ou não, investimentos para a formação continuada do educador e da equipe técnica do departamento de educação municipal [...] Com a municipalização do ensino fundamental, assumindo inclusive o ensino especial, os municípios começaram a enfrentar uma realidade até então desconhecida: lidar com as heterogeneidades de toda ordem no mesmo espaço escolar, incluindo alunos que têm deficiências sensoriais, físicas ou cognitivas. Oliveira e Poker (2002, p. 38).
É evidente, que o estado e a união também possuem responsabilidades nesse desafio, mas as Prefeituras de um modo geral precisam assegurar com qualidade a implantação e a manutenção da educação inclusiva, uma vez que está sob sua responsabilidade oferecer a educação do primeiro ao nono ano.
Diante dessa breve ponderação sobre a educação inclusiva, fica evidenciado que a escola tem um papel relevante a desempenhar, porém, sem a contribuição do estado no sentido de promover políticas de integração, essa proposta só estará contemplada no papel. Novamente aqui, recaímos no contexto de, não asseguramos os direitos fundamentais, por conseguinte, direito as diferenças.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Durante a realização desse paper ficou evidenciado que, os direitos humanos foram elaborados para garantir os direitos essenciais de cada pessoa. Nesse contexto, estão inseridos respeito e consideração às diferenças. Sejam elas de ordem étnicas, gênero, religião e deficiências físicas, inclusive.
	Embora no século XVIII já se discutisse sobre todas essas questões, e as primeiras leis assegurando esse direito já fossem pensadas, conforme abordamos ao longo desse estudo, ainda hoje percebemos um distanciamento significativo entre o que está proposto, e o que de fato ocorre no cenário atual, ainda podemos facilmente identificar uma distância colossal. 
	Nesse sentido, percebemos que a escola pode desempenhar uma papel preponderante nesse cenário, visto que lida com seres humanos em formação. Sendo assim, pode inserir em seus programas curriculares conteúdos dessa ordem, que discutam as diferenças, e busquem formar cidadãos mais empáticos com o diferente, percebendo que todos possuem um valor e uma contribuição a dispensar nessa sociedade globalizada.
	Fica o desafio para nós futuros professores nos atentamos para essa temática, e desenvolvermos um olhar mais sensível e de equilíbrio junto as diferenças que todos os dias teremos que lidar. O desafio é grande, mas com empatia, e reclamando os direitos humanos, seguramente é possível atingir resultados satisfatórios. 
REFERÊNCIAS
ANACHE, A. A. (2010). Psicologia escolar e educação especial: versões, inserções e mediações. Departamento de Ciências Humanas e Sociais do Centro de Ciências Humanas e Sociais – Campo Grande - UFMS.
JANNUZZI, G. S. de M. A Educação do Deficiente no Brasil. Campinas - SP: Autores Associados, 2006.
MANTOANN, M. T. E. Inclusão Escolar. O que é? Por quê? Como fazer? SÃO PAULO: Moderna, 2005.
______. Inclusão Escolar: Pontos e contrapontos. SÃO PAULO: Summus, 2006.
OLIVEIRA, A. A. S.; LEITE, L. P. Construção de um sistema educacional inclusivo: um desafio político-pedagógico. Ensaio: aval.pol.públ.Educ.,  Rio de Janeiro,  v. 15,  n. 57, Dec.  2007 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40362007000400004&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 01 de maio de   2011.
OLIVEIRA, A. A. S.; POKER, R. B. Educação inclusiva e municipalização: a experiência em educação especial de Paraguaçu Paulista. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, SP, n. 3, v. 2, p. 233-244, jul./dez. 2002.
RABENHORST, Eduardo Ramalho. Necessidades básicas e direitos humanos. IN: TOSI, Giuseppe e BITTAR, Eduardo C. B. (orgs.). Democracia e Educação em Direitos Humanos numa época de insegurança. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Brasília, 2008.
SANTOS, E. Quanto vale uma criança negra. Debate. In: SANTOS, J. R.; VARGAS, E. V. (orgs.) Literatura e Criança. I Encontro Local do Programa Quanto Vale uma Criança Negra. Rio de Janeiro: ISER - Instituto de Estudos da Religião, 1999.
SCHLEY; Clara Aniele. Licenciaturas em foco/ Clara Aniele Schley; Jean Carlos Morell; Patrícia Cesário Pereira Offial : UNIASSELVI, 2016.

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