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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

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ADAPTANDO A ESCOLA À EDUCAÇÃO ESPECIAL
SOBRENOME DO ALUNO, NOME DO ALUNO1
RU: DO ALUNO
SOBRENOME DO ORIENTADOR, NOME DO ORIENTADOR2
RESUMO
O direito à educação é consagrado como um direito humano onde a inclusão digital, dentro do ambiente escolar já é uma realidade nos documentos legais e deve ser utilizado nas práticas educativas, tanto para o ensinar aos alunos nas aulas de informática, como para os docentes utilizá-los como ferramenta auxiliar às metodologias ativas de ensino. De fato, hoje, o direito à inclusão digital vem se consagrando como um verdadeiro direito fundamental, mesmo que ainda não esteja expresso nas tratativas internacionais e normativas internas, ainda mais quando as contribuições tecnológicas se demonstram um aliado do professor no ensino dos menores da educação especial. Esse trabalho tem por objetivo, portanto, verificar junto ao direito internacional, o direito à inclusão digital na educação especial. Sabe-se que os avanços tecnológicos trouxeram diversas possibilidades à área educacional, sobretudo na educação especial, pois, com a utilização dos recursos tecnológicos, os alunos estão aprendendo com maior qualidade. Contudo, ainda há um longo caminho a percorrer para que haja a inclusão real do direito a acesso às novas tecnologias, na efetivação da aprendizagem. Frente a isso, é de suma importância o debate dessas novas tecnologias, inclusive no ambiente internacional, e sua implementação no ambiente interno. Por meio de revisão bibliográfica é possível demonstrar como tratativas internacionais, das quais o Brasil é signatário, apoiam a acessibilidade da tecnologia de comunicação, uma tecnologia acessível, segura e inclusiva que auxiliam as crianças e adolescentes com dificuldades e transtornos de aprendizagem no direito à educação e inclusão digital. Ao longo do trabalho, fica evidente que o Brasil editou normativas sobre a temática, com o intuito de incluir estes alunos aos novos avanços tecnológicos, porém ainda devem ser criadas e implementadas políticas públicas efetivas para a inserção real de todos os alunos, principalmente estudantes da educação especial, que é um grupo vulnerável e que sofrem com dificuldades de concentração e compreensão dos conteúdos curriculares.
Palavras-Chaves: Inclusão Digital. Educação Especial. Direito a Educação. Educação Inclusiva. 
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, o progresso das tecnologias para treinar estudantes está cada vez mais presente nas escolas, visto que estamos numa era em que o avanço científico está em constante crescimento. Podemos reconhecer as vantagens das tecnologias para a educação, especialmente as pessoas com deficiência (PcD), à medida em que o uso de recursos digitais permite uma maior participação e estimula a autonomia do aluno na realização de certas atividades, nas quais muitas escolas já são pioneiras. 
Por outro lado, verifica-se que a falta de professores com o treinamento adequado para ensinarem os alunos com deficiência continua a ser um fator relevante, revelando um verdadeiro obstáculo à inclusão digital. O direito à educação é um dos direitos humanos e está incluso nos chamados direitos sociais da Constituição Brasileira de 1988, além de ser reconhecido em uma série de convenções internacionais, ao lado da saúde e do trabalho. A educação é um dever do Estado e, consoante o artigo 205 da Carta Magna, será promovido e incentivado visando ao desenvolvimento individual, bem como será pautado em um verdadeiro exercício de cidadania. 
A inclusão, como um processo social, ganhou destaque no Brasil e no mundo nas últimas duas décadas. Portanto vale mencionar que as ferramentas de comunicação e interconexão abrem uma gama de oportunidades, especialmente para assuntos cujos modelos de aprendizagem não seguem estruturas típicas de desenvolvimento. Estudos mostram que as pessoas limitadas por deficiências não são menos desenvolvidas, mas são bastante diferentes e singulares.
Na educação inclusiva é preciso adaptar, ressocializar, introduzir as pessoas que possuem algum tipo de deficiência ou até mesmo transtornos de aprendizagem, e que, infelizmente e por diversos motivos, acabam sendo afastadas da sociedade, portanto, não é a pessoa com deficiência que deve se preocupar em se adaptar à escola, e sim se espera que a escola utilize métodos educativos que permitam o envolvimento dos alunos com deficiência no sistema de educação regular. A escola deve estar aberta a todas as diferenças. Temos as tecnologias assistivas, que possibilitam uma maior autonomia na execução das atividades diárias para alunos com deficiência, e, para qualquer demarcação física e cognitiva, há uma variedade de recursos tecnológicos que podem ajudar com suas ações. Dessa forma, pode-se assumir a possibilidade de ambientes virtuais como recursos para o desenvolvimento, interação e inclusão digital/social de estudantes da educação especial.
Diante dessa temática, é pertinente demonstrar o papel do Direito Internacional para a contribuição de atos normativos e na criação de legislações especiais sobre o assunto, tornando as leis mais eficazes na sua implantação. Vários documentos internacionais garantem às pessoas com deficiência o direito fundamental de não ser excluído da educação regular devido às suas limitações, como a Convenção da Guatemala de 2006, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência de 2006 e a Convenção de Nova Iorque de 2007.
Ainda hoje é possível constatar, em muitos casos, escolas que não possuem estrutura física e muito menos pedagógica para receber esses alunos, onde teriam o primeiro contato com o convívio social e a oportunidade de terem uma noção sobre aquilo que eles encontrarão na sociedade e na vida cotidiana.
O grande desafio aqui é mostrar a diferença entre a inclusão real, que é atualmente a que acontece, e a inclusão ideal, que deveria ser efetivada com o avanço da tecnologia. Com isso, poderemos demonstrar a dificuldade que as escolas enfrentam ao realizar o ensino aos alunos da educação especial, tão necessário à implementação do direito do aluno de obter ensino e educação de qualidade, com respeito às diferenças e de acordo com suas limitações.
As pessoas com deficiência necessitam possuir acesso a uma educação de qualidade, pautada em instrumentos de inclusão. Importante mencionar que a educação inclusiva não pode ser comparada à educação especial, visto que seu objetivo não é a separação do aluno do convívio, bem como do aprendizado dos demais estudantes de uma escola regular. A educação inclusiva permite que o aluno se desenvolva como parte integrante não apenas da sala de aula e da escola, mas da sociedade de um modo geral. 
A cada dia, novas ferramentas tecnológicas são criadas com o intuito de beneficiar e facilitar o processo de ensino e aprendizagem, apoiando-se e estruturando-se na educação inclusiva, mas também podem tornar-se verdadeiras “vilãs” entre os docentes, quando não estimulados e preparados corretamente com práticas pedagógicas e didáticas variadas, para conhecerem, entenderem e usarem os seus benefícios. As ferramentas tecnológicas podem ser físicas ou virtuais, na qual a física consiste nos equipamentos tangíveis utilizados no aprendizado em sala de aula, como: televisão, mídias de cd e dvd, datashow, quadro digital, computadores, impressão 3D; e a tecnologia virtual encontrada através da internet, redes sociais, sites de geração de conteúdo como blogs, fóruns de discussão e softwares.
Atualmente, o conhecimento é relacionado com o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento social, sendo assim, os alunos da educação especial precisam estar envolvidos completamente no ato do desenvolvimento da aprendizagem com conceitos de formação e competência de habilidades, para que possam ter o conhecimento dos seus direitos e o respeito dos mesmos perante a sociedade.
Nesse sentido, cabe mencionar o conceito de governança global, que pode ser conceituado como sendo um movimento transnacional, que tem como objetivo precípuo a negociação de respostas a questões problemáticas queinterferem diretamente em um Estado ou em uma região. A governança global também é um instrumento que deve ser utilizado a favor de uma educação inclusiva digital. 
Incluir não é somente estar presente em meio social, ou seja, estar envolvido com pessoas ditas “normais”, em locais públicos ou privados, presentes em festas, comemorações, eventos, teatro, cinema, mercado, escola, igreja e diversos outros locais, e sim poder participar, conviver, experimentar e interagir nesses locais, mesmo sendo uma pessoa com deficiência, sem medo de ser restrito, proibido ou ainda discriminado perante as pessoas no meio social.
Todos nós temos direito ao convívio em sociedade e a uma educação de qualidade, ao mercado de trabalho, e ao reconhecimento da dignidade inerente ao ser humano. Tais direitos foram adquiridos com muita luta, sofrimento e privações durante muitas décadas, mas que ainda necessitam de efetiva implementação. 
2. DIREITOS HUMANOS, A EDUCAÇÃO E A INCLUSÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Da mesma forma que inclusão social, o termo de “inclusão digital” é usado em diferentes contextos, sendo raro que alguém defina seu conceito em sua totalidade. Assim, falamos em “exclusão digital” em termos de falta de recursos computacionais e de rede (internet), e a fragilidade de acesso e produção de informações ao seu redor. 
Inicialmente, deve ser levado em conta que a inclusão digital, como um direito humano, ainda está em processo de construção, incentivando muitas dissensões conceituais, mas figura como um guia no discurso dos direitos humanos, com um consenso, de que todos devem ser incluídos digitalmente. “Este é um mundo multifacetado, diferente, desigual e desconectado” (CANCLINI, 2007)[footnoteRef:2], e esse cenário precisa ser mudado, urgentemente, para um mundo mais inclusivo e igualitário. Vale ressaltar que o mundo moderno, neste momento da história, está marcado pelos progressos da comunicação e da robótica, e por outras tantas mutações tecnológicas e científicas. Essas alterações intervêm nas várias esferas da vida social, provocando mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais, afetando, também, escolas e o exercício profissional da docência. [2: GARCÍA CANCLINI, Nestor. Diferentes, desiguais e desconectados: mapas de interculturalidade. 2. ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2007.] 
2.1 A EDUCAÇÃO COMO UM DIREITO HUMANO
Os direitos fundamentais são frutos de diversos contextos e fontes que estão presentes dentro da sociedade. Desse modo, são influenciados por aspectos como a religião, a filosofia e a liberdade. Portanto, esses direitos surgiram dentro de um contexto que procura, antes de todas as coisas, instaurar um limite e um controle social em relação aos abusos do Estado (GEBRAN NETO)[footnoteRef:3]. [3: GEBRAN NETO, João Pedro. A aplicação imediata dos direitos e garantias individuais: a busca de uma exegese emancipatória. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.] 
Além disso, o objetivo principal dos direitos fundamentais é garantir aos cidadãos uma vida mais digna, respeitando limites mínimos de existência, como acesso à comida, moradia e à liberdade de manifestação de consciência. 
A origem dos Direitos Humanos remonta à antiguidade, segundo BINENBOJM[footnoteRef:4], onde, utilizando a religião como meio, e na preeminência do ser humano que ela prega, surgiu a fé monoteísta. A bíblia trouxe como contribuição para a sociedade a ideia de que o mundo teria sido concebido a partir da vontade de um único Deus, transcendente. [4: BINENBOJM, Gustavo. Direitos humanos e justiça social, as idéias de liberdade e igualdade no final do século XX. In: TORRES, Ricardo Lobo (Org). Legitimação dos Direitos Humanos. Rio de Janeiro: Renovar , 2002.] 
Porém, conforme a sociedade começou a se desenvolver, começou a ficar cada vez mais difícil acatar essa ideia como universal. A partir do Século V, a.C., segundo BOBBIO[footnoteRef:5], período em que a filosofia começa a dar seus primeiros passos, na Ásia e também na Grécia, pela primeira vez na história se concebeu a ideia de substituir o saber mitológico da tradição, pelo saber lógico da razão (MORAES, 2008)[footnoteRef:6]. [5: BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 13. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1992.] [6: MORAES Alexandre de. Direito Constitucional. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2008.] 
A transição da religião para a filosofia fomentou o surgimento de muitos questionamentos a respeito dos mitos religiosos, utilizados, até então, para a compreensão dos fenômenos naturais, bem como as coisas da vida cotidiana (MORAES, 2008)[footnoteRef:7]. O homem, a partir dessa transição, começou a ser observado a ser considerado o principal objeto de análise e reflexão (SILVA, 2002)[footnoteRef:8]. [7: Ibidem, p. 67. ] [8: SILVA, Fernanda Lopes da. Fundamentando os direitos humanos: um breve inventário. In: TORRES, Ricardo Lobo (Org). Legitimação dos Direitos Humanos. Rio de Janeiro: Renovar , 2002.] 
O jusnaturalismo, desse modo, começa a ter espaço, e surge como uma teoria que prega que o fato, simples e notório da existência do ser humano, é o suficiente para que ele seja sujeito de direitos naturais. Os mencionados direitos não podem ser alienados. 
Tal corrente, que compreende que o homem possui direitos que não estão vinculados à outorga do Estado, segundo SARLET[footnoteRef:9]. Esses direitos estariam relacionados com a essencialidade da própria vida, como o direito à sobrevivência, que engloba, em si, o direito à propriedade e o próprio direito à liberdade. A influência dessa corrente é muito forte quando se fala nos séculos XVI a XVIII, quando começaram a surgir teorias contratualistas. Paralelo a esse desenvolvimento, começou a ocorrer o chamado processo de laicização do direito natural, que atingiu seu ápice no iluminismo, para CANOTILHO[footnoteRef:10]. Como consequência desse período, é interessante destacar o processo de elaboração doutrinaria do contratualismo, bem como da teoria dos direitos naturais individuais. [9: SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998.] [10: BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 23. ed. São Paulo: Malheiros
Editores Ltda, 2008. ] 
Nesse sentido, segundo GALINDO (2006, p. 50)[footnoteRef:11]: [11: GALINDO, Bruno. Direitos fundamentais – análise de sua concretização constitucional. 4. ed. Curitiba: Juruá, 2006.] 
“A ideia dos direitos fundamentais está associada a prerrogativas de todos os cidadãos, enquanto que a ideia de garantias fundamentais está ligada à questão dos meios utilizáveis para fazer valer aqueles direitos, ou seja, salienta-se o caráter material dos direitos fundamentais e o caráter instrumental das garantias fundamentais. Canotilho destaca que, a rigor, as garantias são também direitos, embora se saliente nelas o caráter instrumental de proteção destes últimos. As garantias tanto seriam o direito dos cidadãos a exigir dos poderes públicos a proteção de seus direitos [...]”.
Desse modo, os direitos fundamentais possuem um escopo democrático, principalmente diante do fato de que o exercício do poder somente pode ser concretizado mediante a contribuição de todos os cidadãos. Portanto, a democracia, nesse sentido, implica a participação livre, principalmente diante de garantias que implicam a liberdade desse exercício. 
Naquilo que diz respeito à criação dos direitos sociais, como também dos direitos econômicos e culturais, é essencial que, para que sejam de fato assegurados, sejam arguidos dentro de uma democracia, que contemple as manifestações social e cultural (CANOTILHO, 2000).[footnoteRef:12] [12: CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Constituição dirigente e vinculação do legislador: contributo para a compreensão das normas constitucionais programáticas. Coimbra editora Lda, 2000.] 
Os direitos do homem, portanto, estão intimamente vinculados ao reconhecimento do indivíduo enquantosujeito de direitos. Porém, é importante pontuar que esse reconhecimento e ampliou, a tal ponto que não se restringiu apenas às relações econômicas interpessoais, mas também abarca as relações de poder, que existem entre o Príncipe e seus súditos segundo BOBBIO[footnoteRef:13], quando nascem os chamados direitos públicos subjetivos. [13: BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 13. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1992.] 
Esse nascimento dos direitos públicos subjetivos é o que vem de fato a caracterizar o Estado de Direito. Estado esse onde o indivíduo não apenas possui direitos privados em detrimento do Poder do Estado, mas também goza de direitos públicos. O Estado de direito é o Estado dos cidadãos[footnoteRef:14]. [14: Ibidem, p. 61] 
“O conceito de direitos humanos é um artefato da Modernidade. Foram as revoluções liberais que – apoiadas no substrato filosófico do contratualismo – converteram em textos jurídicos a concepção, que assumiu prevalência nos séculos XVII e XVIII, de que o homem é titular de direitos que antecedem a instituição do Estado, razão porque lhe deve ser assegurada uma esfera inviolável de proteção” (PEREIRA, 2006, p. 89)[footnoteRef:15]. [15: PEREIRA, Jane Reis Gonçalves. Apontamentos sobre a aplicação das normas de direito
fundamental nas relações jurídicas entre particulares. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.] 
Nesse sentido, “a noção de direitos fundamentais é mais antiga que o surgimento da ideia de constitucionalismo, que tão-somente consagrou a necessidade de insculpir um rol mínimo de direitos humanos em um documento escrito, derivado diretamente da soberana vontade popular” (MORAES, 2008, p. 19)[footnoteRef:16]. [16: MORAES Alexandre de. Direito Constitucional. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2008, pg. 19. ] 
No início, as declarações dos direitos humanos foram concebidas como teorias do campo da filosofia. Desse modo, a concepção de uma ideia estoica da sociedade universal, dos homens que passaram a ser racionais, que não eram partícipes efetivos de nenhuma pátria, mas de um contexto mundial, além da concepção de que o homem é detentor de direitos por natureza, direitos esses que nem mesmo o Leviatã, segundo BOBBIO[footnoteRef:17], poderia subtrair ou alienar, parecia muito correta. [17: BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Pg, 28. ] 
Cumpre mencionar, também, que atualmente há muitas divergências dentro da doutrina, naquilo que diz respeito à terminologia mais adequada à amplitude desses direitos. 
Desse modo, também existe certa controvérsia dentro do direito positivo. Além de direitos fundamentais, também se utilizam as terminologias de Direitos Humanos, Direitos do Homem, etc.
Nesse sentido, segundo SARLET (1998, p. 29)[footnoteRef:18] afirma que: [18: SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998.] 
[...] a Constituição de 1988, em que pesem os avanços alcançados continua a se caracterizar por uma diversidade semântica, utilizando termos diversos ao referir-se aos direitos fundamentais. A título ilustrativo, encontramos em nossa Carta Magna expressões como: a) direitos humanos (art. 4º, inc. II); b) direitos e garantias fundamentais (epígrafe do Título II, e artigo 5º, § 1º); c) direitos e liberdades constitucionais (artigo 5º, inc. LXXI) e d) direitos e garantias individuais (artigo 60, § 4º, inc. IV).
Os direitos fundamentais, portanto, seriam a incorporação dos direitos do homem, dentro do ordenamento jurídico de um Estado, porém, a doutrina é bastante enfatizadora ao mencionar que não basta que tais direitos estejam positivados. Existe uma necessidade ainda maior de que esses direitos sejam efetivados dentro do plano concreto do Estado (BONAVIDES, 2008)[footnoteRef:19]. [19: BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 23. ed. São Paulo: Malheiros Editores Ltda, 2008. ] 
A educação, portanto, integra os supramencionados direitos fundamentais, estando introduzida nos direitos sociais de terceira geração, disponível a todos os indivíduos. A educação é, sobretudo, um dever estatal que deve ser utilizado como instrumento de viabilidade do exercício do direito à educação. Ao estado brasileiro, o direito à educação está vinculado por meio da redação do Artigo 205 da Constituição Federal. 
A educação é base na estrutura de sociedade em que vivemos, sendo apontada como um dos principais fatores para um pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes, oportunizando, assim, instrumentos para a inserção no mercado de trabalho, na cultura e garantindo por sua vez dignidade. Há mais de cinco décadas a Declaração Universal dos Direitos Humanos consagra a educação com status de direito humano, fato já confirmado em inúmeros outros instrumentos internacionais editados nos anos seguintes, se destacando o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (Pidesc) da Organização das Nações Unidas de 1966[footnoteRef:20]. [20: Disponível em: <http://www.unfpa.org.br/Arquivos/pacto_internacional.pdf>. Acesso em: 26 maio 2021. ] 
A interferência do aspecto global do avanço científico, a produção de informação com compartilhamento em rede e o avanço tecnológico aproxima as Nações e faz transcender novos rumos nas diretrizes a serem seguidas a nível mundial, no que tange ao direito à educação.
Nas decisões relacionadas à educação, deve-se promover a igualdade entre os indivíduos, com atenção redobrada a grupos sociais mais vulneráveis, através da participação. Políticas educacionais devem ser elaboradas, executadas e monitoradas com sinergia dos envolvidos e afetados além da sociedade civil como um todo (ROBINSON, 2008)[footnoteRef:21]. [21: BAWDEN, D., & ROBINSON, L. The dark side of information: Overload, anxiety and other paradoxes and pathologies. Journal of Information Science, 35(2), 180- 191. 2008.] 
O problema é que a linguagem normalmente empregada nestes dispositivos tem contribuído para a reprodução de teorias que reduzem o peso jurídico dos direitos sociais, cuja progressividade vem sendo sistematicamente utilizada como justificativa para postergar, para um futuro incerto, a realização dos direitos nele previstos, servindo como artifício para legitimar o não cumprimento de obrigações impostas aos Estados.
A plena implementação dos direitos previstos no Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais só pode ser realizada a longo prazo. A progressividade impõe ao Estado a obrigação de tomar medidas específicas e da forma mais transparente possível para implementar as obrigações assumidas, o que deve ser demonstrado em pouco tempo a partir da entrada em vigor do pacto.
Já o conceito de núcleo mínimo obrigatório é importante para avaliar o comportamento estatal no cumprimento de suas obrigações. Assim, diante de recursos escassos, o Estado deverá demonstrar que empenhou todos os esforços para utilizar os recursos disponíveis, tendo em vista, no mínimo, a satisfação daquilo que foi eleito como prioritário, ou seja, suas obrigações mínimas essenciais. No que diz respeito aos meios que deverão ser empregados pelos Estados, cumpre esclarecer que o rol estabelecido pelo artigo 2º, I, do Pacto, não é exaustivo. A adoção de medidas legislativas, prevista nesse dispositivo, não esgota as obrigações do Pacto, devendo estender-se para medidas administrativas, financeiras, educacionais e sociais (BRYSON&ALSTON, 1996)[footnoteRef:22]. [22: BRYSON, J. M.; ALSTON, F. K. Creating and implementing your strategic plan: a workbook for public and nonprofit organizations. San Francisco: Jossey-Bass, 1996.] 
No que diz respeito às obrigações postas aos Estados-partes pelo Pacto no campo educacional, o artigo 14 estabelece que;
(...) todo Estado-parte no presente Pacto que, no momento em que se tornar Parte, ainda não tenha garantido em seu próprio território ou território sob sua jurisdição a obrigatoriedade ou gratuidade da educação primária,se compromete a elaborar e adotar, dentro de um prazo de dois anos, um plano de ação detalhado destinado à implementação progressiva, dentro de um número razoável de anos estabelecido no próprio plano, do princípio da educação obrigatória e gratuita para todos.
O aspecto social gera obrigações estatais positivas tendentes a tornar o direito à educação primária disponível e acessível a todos, incluindo crianças de rua, comunidades rurais dispersas, pessoas com deficiência e etc. Cabe aos Estados-partes a aplicação de investimentos para a organização e manutenção de um sistema público de educação capaz de garantir o acesso de todos a escolas públicas, sempre de acordo com o princípio da não-discriminação. Ressalte-se, ainda, que o Pacto impõe não apenas a responsabilidade de tornar a educação primária gratuita, como também compulsória. No que diz respeito aos objetivos educacionais, o Pacto retoma o espírito da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948.
	
2.2 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A INCLUSÃO REAL
As manifestações de dificuldades de aprendizagem na escola revelam-se constantes, desde situações corriqueiras e transitórias que podem se resolver espontaneamente no curso do trabalho pedagógico, até situações mais graves e persistentes que requerem o uso de recursos especiais para a sua solução. “Atender a esse contínuo de dificuldades requer respostas educacionais adequadas envolvendo graduais e progressivas adaptações do currículo. Nessas circunstâncias, verifica-se a necessidade de realizar adequações significativas no currículo para o atendimento dos alunos e indicar conteúdos curriculares de caráter mais funcional e prático, levando em conta as suas características individuais” (BRASIL, 2000, p. 50)[footnoteRef:23]. [23: BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares: Estratégias para a Educação de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais. Brasília: SEEDF/MEC, 2000.] 
As adaptações curriculares constituem possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõem que se realize a adaptação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com necessidades especiais. Não um novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação, para que atenda realmente a todos os educandos. 
Compreende-se, então, que a escola buscou se democratizar, mas não se abriu a novos conhecimentos e não está totalmente aberta ao diálogo. Nesse contexto, para que as crianças com deficiência possam participar integralmente de um ambiente rico de oportunidades educacionais com resultados favoráveis, alguns aspectos precisam ser considerados, destacando-se entre eles: a preparação e a dedicação da equipe educacional e dos professores, o apoio adequado e recursos especializados, quando forem necessários, as adaptações curriculares e de acesso ao currículo. Porém, como os recursos são escassos, até mesmo por uma formação continua fragilizada, não é possível, ainda, incluir a todos, principalmente as pessoas com deficiência. O Estado deve investir nesse ideal.
 Algumas características curriculares facilitam o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, dentre elas: atingir o mesmo grau de abstração ou de conhecimento, num tempo determinado, desenvolvidas pelos demais colegas, embora não o façam com a mesma intensidade, em necessariamente de igual modo ou com a mesma ação e grau de abstração. “As adaptações curriculares têm o objetivo de estabelecer uma relação harmônica entre as necessidades especiais dos alunos e a programação curricular. Estão focalizadas, portanto, na interação entre as necessidades do educando e as respostas educacionais a serem propiciadas” (BRASIL, 2003, p. 34)[footnoteRef:24]. [24: Disponível em: https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/adaptacoes-curriculares/18020.] 
As necessidades especiais revelam que tipos de ajuda, diferentes das usuais, são requeridas, de modo a cumprir as finalidades da educação. As respostas a essas necessidades devem estar previstas e respaldadas no projeto pedagógico da escola, não por meio de um currículo novo, mas da adaptação progressiva do regular, buscando garantir que os alunos com deficiências participem de uma programação tão normal quanto possível, mas considere as especificidades que as suas necessidades individuais possam requerer. 
As adaptações curriculares não devem ser entendidas como um processo exclusivamente individual ou uma decisão que envolve apenas o professor e o aluno. Realizam-se em três níveis: no âmbito do projeto pedagógico (currículo escolar), no currículo desenvolvido na sala de aula e no âmbito individual.
As ações adaptativas visam à flexibilização do currículo para que ele possa ser desenvolvido na sala de aula e atender às necessidades especiais de alguns alunos. As adaptações curriculares no nível do projeto pedagógico devem focalizar, principalmente, na organização escolar e nos serviços de apoio. Elas devem propiciar condições estruturais para que possam ocorrer no nível da sala de aula e no nível individual, caso seja necessária uma programação específica para o aluno.
As decisões curriculares devem envolver a equipe da escola para realizar a avaliação, a identificação da especificação de cada deficiência e providenciar o apoio correspondente para o professor e o aluno. Devem reduzir ao mínimo transferir as responsabilidades de atendimento para profissionais fora do âmbito escolar ou exigir recursos externos à escola. 
Logo, as adaptações curriculares visam garantir o acesso do aluno ao currículo, em todas as suas dimensões. Nesse sentido, a adequação curricular ora proposta procura subsidiar a prática docente propondo alterações a serem desencadeadas na definição dos objetivos, no tratamento e desenvolvimento dos conteúdos, no transcorrer de todo processo avaliativo, na temporalidade e na organização do trabalho didático-pedagógico no intuito de favorecer a aprendizagem do aluno (BRASIL, 1999)[footnoteRef:25]. [25: Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/serie4.pdf>. Acesso em agosto 2021. ] 
2.3 PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: CONCEITOS E PARTICULARIDADES
No texto da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, atrai a atenção para a definição de uma pessoa com deficiência. No primeiro artigo, a definição é apresentada como: "As pessoas com deficiência são aquelas que têm limitações seja física, intelectual ou sensorial, que, em interação com diferentes barreiras, podem encontrar dificuldades na participação completa e eficaz na sociedade com outras pessoas". 
A história da educação especial no Brasil é marcada por fios médicos e psicológicos, cuja ênfase explicativa nas dificuldades encontradas na vida é selada na deficiência (JANUZZI, 2006)[footnoteRef:26]. O que justifica todo o esforço clínico para superar o compromisso orgânico ou funcional, bem como a criação de espaços sociais exclusivos, como: escolas especializadas e logicamente oficinas de trabalho protegidas. [26: JANNUZZI, P. de M. Indicadores Sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. Campinas: Editora Alínea/PUC-Campinas, 141 p. 2006. ] 
Em um novo aspecto, a atenção à educação especial deixa de se debruçar apenas sobre uma deficiência pessoal e se torna o contexto social. MITTLER (2003)[footnoteRef:27] indica que: [27: MITTLER, P. J. Educação inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003.] 
o modelo social da deficiência baseia-se na proposição de que a sociedade e as suas instituições são opressivas, discriminadoras e incapacitantes e que a atenção, portanto precisa estar direcionada para a remoção de obstáculos existentes à participação das pessoas portadoras de deficiências na vida em sociedade e para a mudança institucional. (MITTLER, 2003, p. 26)[footnoteRef:28] [28: Ibidem. ] 
A Convenção, patrocinada pela Organização das Nações Unidas - ONU, aprovada pelo Brasil através do DecretoLegislativo n. 186, de 9 de julho de 2008, de acordo com o §3 do art. 5 da Constituição Federal e, portanto, com equivalência de emenda constitucional, ratificada em 1º de agosto de 2008 e promulgada pelo Decreto 6. 949, de 25 de agosto de 2009, apresentada ao novo conceito de sistema jurídico brasileiro de pessoa, desta vez com status constitucional e, portanto, com a eficácia da revogação de toda a legislação infraconstitucional contrária. 
Esta Convenção, já em seu preâmbulo, na alínea "e" visa à incompletude do conceito de incapacidade, que deve ser verificada e atualizada a cada momento/contexto histórico, também apontando sua dimensão social, uma vez que não é mais considerada algo intrínseco para a pessoa. Vamos ver o preâmbulo da Convenção sobre os direitos da pessoa com deficiência, com relação à conceituação de deficiência:
e) Reconhecendo que a deficiência é um conceito em evolução e que a deficiência resulta da interação entre pessoas com deficiência e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas,
No seu próprio preâmbulo, é possível identificar que a Convenção prevê a impossibilidade das pessoas com deficiência serem tratadas de forma uniforme, pois cada pessoa é singular em suas necessidades, por isso cada um deve ser ajudado no enfrentamento de possíveis limitações e, consequentemente, deixa nítida a necessidade de cuidados especiais. Vejamos, no entanto, o expresso no artigo 1º da Convenção: 
O propósito da presente Convenção é promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente. Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
NOGUEIRA[footnoteRef:29] afirma que o legislativo internacional com essa definição como parâmetro tomou as condições de igualdade e não à instituição de novos direitos. Para pessoas com deficiência para desfrutar de seus filhos e liberdades, é necessário garantir um estado de igualdade maior. O autor enfatiza que o conceito à igualdade “requer respeito pelas diferenças pessoais". [29: NOGUEIRA, N. Pedagogia de Projetos. Etapas, papéis e atores. 4ª edição, São Paulo. Érica, 2008.] 
O autor retro citado salienta que a Convenção não apresenta um conceito médico único de uma pessoa deficiente, pois era “a prática até então”, adotando um conceito que prioriza uma dimensão social. 
A Convenção da ONU para Pessoas com Deficiências foi desenvolvida no processo que teve a participação efetiva de pessoas com deficiência, com o “nothingaboutuswithoutus” (“nada sobre nós sem a nossa participação”). Faz parte de um processo iniciado no final do século XX e no início do século XXI, no qual havia a preocupação com a inclusão e integração de pessoas com deficiência, procurando-se a equalização de oportunidades para o fruto da vida em sociedade para todas as pessoas, depois de um longo processo histórico de rejeição e segregação, através dos quais as pessoas com deficiências passaram. 
De fato, o núcleo da definição é a interação dos obstáculos que as pessoas têm com as várias barreiras sociais, resultando na obstrução de sua participação plena e eficaz na sociedade, desde a igualdade com outras pessoas. A deficiência não é mais, então, vista como algo essencial para a pessoa, com definições puramente médicas; A incapacidade é na sociedade, não na pessoa.
Vale mencionar outro importante conceito no tange à acessibilidade como garantia: 
Acesso em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ou propiciados ao público, tanto na zona urbana como na rural. (2008, artigo 9)[footnoteRef:30] [30: NOGUEIRA, N. Pedagogia de Projetos. Etapas, papéis e atores. 4ªedição, São Paulo. Érica, 2008.] 
Impedimentos físicos, mentais, intelectuais e sensoriais foram considerados como características das pessoas, inerentes à diversidade humana. A deficiência é causada pela interação de impedimentos com barreiras sociais, ou seja, com os vários fatores culturais, econômicos, tecnológicos e arquitetônicos, entre outros. Como afirmado, não é a pessoa que apresenta uma deficiência, mas a sociedade. A superação da incapacidade não está apenas cuidando dos impedimentos, mas ativação de mecanismos que eliminem as barreiras existentes no meio ambiente. 
HOUAISS[footnoteRef:31] diz que a acessibilidade é qualidade ou caráter do que é acessível do que é mais fácil quando se aproxima, tratamento ou aquisição. Acessível é o que você pode ter acesso, fácil de alcançar, o que você pode entender facilmente, compreensível. O acesso é o ato de adesão, entrada, bilhete, possibilidade de alcançar, forma de promoção ou elevação da estação superior. Portanto, a adição da palavra poderia ser entendida como o ato de entrar em algum lugar, e, neste lugar, conseguir algo compreensível. [31: HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.] 
É importante destacar este apontamento de Ricardo Tadeu Marques da Fonseca: 
Os impedimentos de caráter físico, mental, intelectual e sensorial são, a meu sentir, atributos, peculiaridades ou predicados pessoais, os quais, em interação com as diversas barreiras sociais, podem excluir as pessoas que os apresentam da participação da vida política, aqui considerada no sentido mais amplo. […][footnoteRef:32] [32: Disponível em: <ttps://pcd.mppr.mp.br/arquivos/File/novo_conceito_de_pessoa_com_deficiencia_e_proibicao_do_retrocesso.pdf>. Acesso em Agosto de 2021.] 
Portanto, podemos afirmar que, se a deficiência que o indivíduo possui não traz qualquer dificuldade na integração social, seja no trabalho, seja no desenvolvimento de outras atividades diárias, esse mesmo indivíduo se encaixa no conceito de uma pessoa de direitos apresentada pelo nosso sistema legal.
2.4 A ESCOLA E O ENSINO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
No que diz respeito para JANNUZZI[footnoteRef:33], os futuros especialistas devem conhecer muito bem os direitos que cada pessoa com deficiência possui, tanto que existem inúmeras estratégias de ensino ofertadas aos professores para preparar o aluno para a sua formação. [33: JANNUZZI, G. A Luta Pela Educação dos Portadores de Necessidades Especiais no Brasil. São Paulo: Ed. Cortez, 2000.] 
 Mas para DINORAH[footnoteRef:34], é sempre um trabalho lento, e que os resultados nem sempre são evidentes, contudo a formação dos profissionais da educação especial inclusiva precisam conhecer melhor um número maior dos direitos que as pessoas com deficiência possuem. [34: DINORAH, P. L. Metodologia do Conhecimento Cinetífico em Educação Especial. São Paulo: Atlas, 2004.] 
Entretanto DELGADO[footnoteRef:35], argumenta que o diálogo é o primeiro passo para o processo de socialização, e isso é muito importante para os alunos, uma vez que, por alguns momentos eles deixam o período de obscuridade e passam a ser autores de sua própria existência. [35: DELGADO, G.J. A Educação Especial. Vista na Prática. São Paulo: Ed. Escrita, 2002.] 
Sendo que é um ganho que deve vir de forma culturalizada, ou seja, as pessoas devem aos poucos saber os direitos que as pessoas com necessidades especiais possuem, um avanço que vem sendo conquistado nesse sentido é a obrigatoriedade que as universidades e faculdades tem de ensinar a linguagem brasileira de sinais, a tão famosa LIBRAS, e que já faz uma grande diferença para os adeptos dessa modalidade.
De acordo com DELGADO[footnoteRef:36], a sociedade, tendo necessidades especiais ou não, as pessoas possuemnecessidades e obrigações, e o mais crítico é em relação à educação especial inclusiva é que os direitos que esses alunos possuem sob um ponto de vista especial são prontamente ignorados. [36: DELGADO, G.J. A Educação Especial. Vista na Prática. São Paulo: Ed. Escrita, 2002.] 
Acredita-se que só haverá mudanças a partir de ações efetivas de cada um dos profissionais da educação brasileira, porque não basta ter o conhecimento técnico ou ter um emprego para ser feliz, a diferença está no agir. 
Não se trata apenas de uma questão mercantilista, uma vez que a sociedade se especializou em colocar em primeiro plano apenas o capital, ou seja, aquilo que possa ou não dar lucro e obviamente os alunos da educação especial inclusiva não estão no mesmo patamar, pois apresentam algumas limitações. (BUSCAGLIA, 1993).[footnoteRef:37] [37: BUSCAGLIA, L. Os Deficientes e Seus Direitos Sociais: Um Desafio ao Aconselhamento. Rio de Janeiro: Record, 1993.] 
Esta é uma amostra de como a sociedade insiste em não se preparar para a atuação destas pessoas, o que a grande maioria das pessoas não entende é que a própria sociedade e as suas limitações acabam tornando a facilitação das pessoas com deficiência na sociedade muito mais difícil. (BUSCAGLIA, 1993)[footnoteRef:38]. [38: Ibidem. ] 
Sendo que para MARTINS (2002)[footnoteRef:39], é um direito para o empregado, em ir aos lugares públicos, como prefeituras, cinemas, teatros e escolas, que as pessoas que possuem deficiência ou qualquer tipo de limitação, possuem, e se na escola, principalmente nos meados de sua formação soubessem de seus direitos, poderia haver uma mudança muito significativa em relação ao quadro atual que hoje se demonstra na sociedade moderna. [39: MARTINS, J, S. A Sociedade Vista do Abismo: Novos Estudos Sobre Exclusão, Pobreza e Classes Sociais. Petrópolis-RJ: Vozes, 2002.] 
Esse conhecimento que sucede dos alunos especiais, até existe por parte dos professores, uma vez que, os cursos de especialização têm apresentado um nível cada vez mais elevado, inclusive com a formação cada vez maior de mestres nesta modalidade de educação especial inclusiva.
Entretanto, foi somente depois das duas guerras mundiais do século XX, as quais deixaram centenas de pessoas mutiladas, foram reconhecer as pessoas com deficiência como cidadãos com direitos e deveres perante a sociedade.
3. METODOLOGIA
	
	A metodologia deste estudo apoia-se em pesquisas de revisão bibliográfica, qualitativa, e foi desenvolvida a partir de livros, arquivos, sites e revistas científicas que contribuíram significativamente para que fosse possível a elaboração de tal artigo. Os autores fundamentais para a relevância dessa pesquisa são: Binenbojm (2002); Canotilho (2000); Brasil (2000), Dinorah (2004), dentre outros que foram mencionados no decorrer do trabalho, com as palavras-chave: Inclusão Digital. Educação Especial. Direito a Educação. Educação Inclusiva. 
	A metodologia científica também pode ser definida como um conjunto de etapas, que são as ferramentas pelas quais um pesquisador científico dirige seu trabalho em termos científicos para obter dados de apoio ou na primeira teoria (DINORAH, 2004). Dessa forma, o pesquisador tem toda a liberdade para definir as melhores ferramentas que se pode usar para cada tipo de pesquisa, para encontrar resultados confiáveis ​​e possíveis, geralmente, em alguns casos.
4.CONCLUSÃO
Diante de tudo que foi mencionado, cabe concluir que os alunos com deficiência que frequentam a sala de aula são capazes de seguir um plano que seja adaptável no qual o professor deve estimulá-la. Cada criança, de forma particular, possui habilidades e necessidades, traz dificuldades de assimilar ou adaptar as atividades propostas para a sua aprendizagem, como também de integrar-se às outras crianças. Com isso, se faz necessário o uso de modificações curriculares e no ambiente físico da sala de aula.
Não é necessário mudar a forma como as crianças com deficiência são educadas, para compensar as diferenças, mas sim adotar uma proposta educacional que faça jus às diferenças de todos os alunos e ressalte que é necessário abandonar o conceito de educação tradicional, em que as disciplinas reproduzem um modelo introduzido pelo sistema educacional visando práticas metodológicas significativas.
Desse modo, muitos métodos são sugeridos para uma aprendizagem significativa para crianças com necessidades especiais, sendo importante enfatizar que as pessoas envolvidas na educação desses alunos precisam conhecer as reais necessidades dessas crianças para que saibam quais são as mais adequadas metodologias que devem empregar, para que realmente exista a construção do conhecimento e a verdadeira inclusão.
As adaptações mais comuns para esses alunos, principalmente no primeiro ciclo do ensino fundamental, baseiam-se em sugestões que requerem um melhor conhecimento daquele aluno por parte do professor, tais como: conhecer a história do aluno por meio da família e acompanhamento dos profissionais clínicos; pelo grau do espectro para determinar as probabilidades e limites da aprendizagem escolar e social; explorar os tópicos e itens de interesse das crianças; propor tarefas específicas em um curto espaço de tempo; usar formas alternativas de comunicação. 
Deve-se, por exemplo, propor os recursos, os meios adequados para assegurar os melhores procedimentos para que a criança, com ou sem deficiência, possam favorecer-se; buscar a imaginação por meios dos recursos; leitura, letramento, descrição oral de imagens, músicas, objetos, esquemas simbólicos de símbolos, os desenhos gráficos e ilustrações que podem ser filmes, áudios, vídeos, jogos, brincadeiras lúdicas, adaptados e representados em uma linguagem de melhor acesso, podendo envolver outras atividades como: expressão corporal, dramatização e arte expressiva. 
Deve-se adaptar diferentes níveis de aprendizagem que possam desenvolver a criatividade, a confecção de material e, assim, melhor alcançar os objetivos necessários aos alunos para desenvolver a aprendizagem.
Assim, a qualidade de aprendizagem da criança irá ser melhorada e a rotina será essencial para iniciar este processo. Dessa forma, para que haja uma melhor adequação educacional frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos deficientes, deve-se haver uma adaptação do currículo regular para que sejam criados estratégias e critérios de atuação docente, considerando decisões que possibilitem adequar a ação educativa escolar às maneiras peculiares de aprendizagem. 
Logo, deve-se permitir que a criança aprenda confortavelmente por meio de vários estímulos e trabalhe positivamente para que não se leve a comportamentos indesejados. E a repetição, tanto na atividade quanto em seu registro, é fundamental para a análise dos efeitos causados.
Deve haver intervenções educativas dentro da escola, e essas intervenções hão de ser apresentadas por meio de um estudo que abranja a análise do diagnóstico e dos balanços psiquiátricos, psicológicos, neurológicos, educacionais e sociais, após o primeiro exame das especificidades da criança. Por isso, há algumas estratégias que podem ser utilizadas pelos professores em sala de aula:
· Valorizar as diferenças existentes entre os educandos, criando um ambiente de respeito às particularidades do outro:
· Procurar despertar o interesse pelo próprio corpo;
· Fazer uso de estratégias metodológicas diferenciadas;
· Aprofundar as interações com as outras crianças;
· Explorar a utilização de diversos métodos durante a realização das atividades;
· Elaborar formas de avaliação adaptadas às particularidades de cada aluno.
Esses procedimentos podem ajudar o educador a iniciar e intervir nos aspectos comportamentais da criança, podendo, assim, inserir uma prática específica a partir das respostas que fornece, para que se adeque às suas particularidades. Além das técnicas de intervenção, existem outros procedimentos que também visam ao trabalho com alunos PcD.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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