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Cópia de 2018 Código Civil atualizado até 3 de agosto.

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CÓDIGO CIVIL DE 2002
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.
	Última atualização legislativa: Lei 13.532/2017. 
Última atualização jurisprudencial: 15/07/18 - Inclusão de julgado veiculado no Info 619 do STJ (vide art. 202, VI do CC); julgado veiculado no Info 621 do STJ (vide art. 21, CC); julgado veiculado no Info 897 do STF (vide art. 66, CC).
Última atualização questões de concurso: 31/07/18 (questões de “negócio jurídico”, “Prescrição”, “Compra e Venda”, “Posse”, “Regime de bens”, “Sucessões”).
Observações quanto à compreensão do material:
Cores utilizadas:
EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, verbos, bem como outras informações relevantes, etc.
EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe no CC/02).
EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
Siglas utilizadas:
MP (concursos do Ministério Público); M ou TJMG (concursos da Magistratura); BL (base legal, etc.
LEI No 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002.
	(Vide Lei nº 12.441, de 2011)
(Vide Lei nº 13.105, de 2015)        (Vigência)
	Institui o Código Civil.
          O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
P A R T E    G E R A L
LIVRO I
DAS PESSOAS
TÍTULO I
DAS PESSOAS NATURAIS
CAPÍTULO I
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
	(MPMG-2018): Os aspectos essenciais da personalidade humana são caracterizados pela imaterialidade.
OBS: Personalidade humana é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém.
(MPRS-2017): Todas as pessoas têm a capacidade de direito, o que pressupõe a capacidade de fato, em regra, pois a incapacidade é a exceção.
OBS: Nas palavras de Tartuce, "...todas as pessoas têm a primeira (capacidade de direito), o que pressupõe a segunda (capacidade de fato), em regra, uma vez que a incapacidade é exceção".
(TRF4-2014) A incapacidade é a restrição legal aos atos da vida civil, sendo esta, na Ordem Jurídica brasileira, exclusivamente, de fato ou exercício.
(MPCE-2012-FCC): Os menores de dezoito anos têm capacidade para adquirir direitos e contrair obrigações. BL: art. 1º, CC/02.
(Anal. Judic./TJPA-2009-FCC): Sendo o ser humano sujeito de direitos e deveres, nos termos do disposto no art. 1º do Código Civil, pode-se afirmar que capacidade é a medida da personalidade. BL: art. 1º, CC/02.
(MPMT-2008-FMP): O absolutamente incapaz tem capacidade de direito. BL: art. 1º, CC/02.
Dicas:
Sujeito de direito é o titular de interesses juridicamente protegidos, qualificado como tal por uma norma jurídica. 
Personalidade jurídica: autorização prévia e genérica do ordenamento jurídico para a prática de qualquer ato jurídico que não seja proibido pelo Direito.
Capacidade: aptidão jurídica (de gozo) ou de fato (exercício/ação).
Legitimação: aptidão especial exigida para a prática de determinados atos (ex. CC arts. 496, 1749, I, 1.687)[1: Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.][2: Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade:I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor;][3: Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.]
525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.
No direito brasileiro não existe incapacidade de direito, porque todos se tornam, ao nascer, capazes de adquirir direitos (CC, art. 1°). Há, portanto, somente incapacidade de fato ou de exercício. Incapacidade, assim, é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, imposta por lei, somente ao que, por exceção, necessitam de proteção, pois a capacidade é a regra.
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. (TCU-2011) (DPEDF-2013) (PCMS-2017)
	(MPMG-2017): Considere o julgado a seguir: “Responsabilidade civil. Acidente de trabalho. Morte. Indenização por dano moral. Filho nascituro. Fixação do quantum indenizatório. Dies a quo. Correção monetária. Data da fixação pelo juiz. Juros de mora. Data do evento danoso. Processo civil. Juntada de documento na fase recursal. Possibilidade, desde que não configurada a má-fé da parte e oportunizado o contraditório. Anulação do processo. Inexistência de dano. Desnecessidade. – Impossível admitir-se a redução do valor fixado a título de compensação por danos morais em relação ao nascituro, em comparação com outros filhos do de cujus, já nascidos na ocasião do evento morte, porquanto o fundamento da compensação é a existência de um sofrimento impossível de ser quantificado com precisão. – Embora sejam muitos os fatores a considerar para a fixação da satisfação compensatória por danos morais, é principalmente com base na gravidade da lesão que o juiz fixa o valor da reparação. [...]” (STJ, REsp 931.556/ RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª Turma, j. 17.06.2008, DJe 05.08.2008). Da interpretação da ementa, é possível concluir que o STJ adotou no julgado, quanto ao início da personalidade jurídica: a teoria concepcionista.
(Anal. Judic./TJAL-2012-CESPE): O nascituro e o embrião possuem personalidade jurídica formal, e apenas a partir do nascimento com vida se adquire a personalidade jurídica material e se alcançam os direitos patrimoniais e obrigacionais.
OBS: A professora Maria Helena Diniz refere que, na vida intrauterina tem o nascituro e na vida extrauterina tem o embrião, concebido in vitro, uma personalidade material, que mantém relação com direitos patrimoniais e obrigacionais e o nascituro só a adquire com o nascimento com vida e, uma personalidade formal, relacionada com os direitos da personalidade, o que o nascituro já tem desde a concepção.
Art. 3o  São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.  (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência) ((MPPR-2016) PGM-São José dos Campos/SP-2017) (PCMS-2017)
I a III - (Revogados); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência)
	(DPEAP-2018-FCC): Considere a seguinte assertiva à luz do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015): As pessoas que em razão de enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil deixaram de ser absolutamente incapazes. 
OBS: Com o advento do Estatuto da Pessoa com Deficiência (lei 13.146/15), somente se consideram absolutamente incapazes as pessoas menores de 16 anos.
Art. 4o  São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
	(PCPI-2018-NUCEPE): Fernando, atualmente, com 17 (dezessete) anos de idade, nasceu sem o movimento das pernas. Quanto a personalidade e capacidade de Fernando, podemos afirmar: possui incapacidade relativa apenas em razão do critério etário. BL: art. 4º, I, CC/02.
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (PGM-São José dos Campos/SP-2017) (MPPR-2016)
	(Cartórios/TJRO-2017-IESES): Os ébrios habituais e os viciados em tóxico são incapazes relativamente a certos atos, ou a maneira de os exercer. BL:art. 4º, II, CC/02.
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;  (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)  (MPPR-2016)
	(TJMSP-2016-VUNESP): Aquele que, por causa permanente, não puder exprimir sua vontade, é relativamente incapaz. BL: art. 4º, III, CC/02.
IV - os pródigos. (MPPR-2016)
Parágrafo único.  A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência)
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: (DPEAL-2009)
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial [VOLUNTÁRIA], ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos [JUDICIAL]; (DPEAL-2009) (TJSC-2013) (MPDFT-2015/2013) (MPSC-2016)
	(PGM-Balneário Camboriú/SC-2016-FAPESE): A incapacidade de fato ou de exercício é afastada por meio da emancipação. BL: art. 5º, § único, CC.
(Anal. Judic./TREES-2012-CESPE): Os pais podem conceder emancipação a filho que tenha completado dezesseis anos de idade. BL: art. 5º, § único, I do CC/02.
(TJRS-2009): Ao ensejo da separação judicial de Carlos e Cláudia, o juiz determinou que a guarda do filho do casal, Mário, então com 16 anos de idade, ficaria com o pai. Por considerar que o filho já tinha maturidade suficiente para dirigir sua pessoa e administrar seus bens, Carlos elaborou um instrumento particular de emancipação e o encaminhou para o registro competente, sem que a mãe do menor tivesse conhecimento. Na hipótese, a emancipação não é válida porque, além de o poder familiar dever ser em igualdade de condições pelo pai e pela mãe, a emancipação voluntária somente ser materializada por instrumento público. BL: art. 5º, § único, I do CC/02.
Explicação: De acordo com o art. 5º, parágrafo único, I do CC/02, exige-se o instrumento público e a concordância de ambos os pais para a concessão da emancipação, ainda que a guarda seja unilateral. A concessão da emancipação por um dos pais é possível, desde que em relação ao outro tenha ocorrido a extinção do poder familiar (art. 1635).
(TJMG-2008): Em relação à menoridade, a incapacidade cessará quando o menor completar dezoito anos, segundo nossa legislação civil. Ainda, de acordo com o Código Civil, é correto dizer que, para os menores, cessará a incapacidade por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos. BL: art. 5º, § único, I do CC/02.
(Téc. Judic./STJ-2004-CESPE): Poderá ser concedida, por sentença judicial, a emancipação do menor de idade de dezesseis anos completos que esteja sob tutela. BL: art. 5º, § único, I do CC/02.
II - pelo casamento; (MPPR-2014)
III - pelo exercício de emprego público efetivo; (MPPR-2014)
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; (MPPR-2014)
	(Anal. Judic./TRT21-2017-FCC): João se tornou órfão de ambos os pais no dia 01 de junho de 2017, colou grau em curso de ensino superior no dia 02 de julho de 2017, entrou em exercício de emprego público efetivo no dia 03 de agosto de 2017, casou-se no dia 04 de setembro de 2017 e completou dezoito anos de idade no dia 05 de outubro de 2017. Nesse caso, de acordo com o Código Civil, a incapacidade de João cessou no dia 2 de julho de 2017. BL: art. 5º, § único, IV do CC/02.
OBS: Como na questão proposta a situação que ocorreu antes foi a colação em grau superior, podemos afirmar que a incapacidade de João cessou no dia 02 de julho de 2017.
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
	(MPMS-2015): Havendo emancipação do menor, ainda que não inexista qualquer vício no ato, o emancipado não poderá retirar a Carteira Nacional de Habilitação – CNH, segundo a legislação vigente. 
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
	(Cartórios/TJRO-2017-IESES): A personalidade inicia no nascimento com vida, sendo resguardados os direitos do nascituro desde a concepção, e termina com a morte. BL: arts. 2ºe 6º, CC/02.
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência [hipóteses taxativas]: (TJSE-2008) (MPSC-2013) (MPT-2017)
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; (MPPR-2013/2008)
	(Anal. Judic./TRT7-2017-CESPE): Após o naufrágio de embarcação em alto mar, constatou-se a falta de um dos passageiros, que nunca foi encontrado. Nessa situação, com relação ao desaparecido, será declarada a sua morte presumida mesmo sem a decretação de ausência. BL: art. 7º, I, CC/02.
(PGERO-2011): Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida. BL: art. 7º, I, CC/02.
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. (MPPR-2013)
	(TJPB-2015-CESPE): A legislação civil brasileira admite o reconhecimento de morte sem a existência de cadáver e sem a necessidade de declaração de ausência. BL: art. 7º, II, CC/02.
(Auditor/Receita Federal-2009-ESAF): Se uma pessoa, que participava de operações bélicas, não for encontrada até dois anos após o término da guerra, configurada está a declaração judicial de morte presumida, sem decretação de ausência. BL: art. 7º, II, CC/02.
(TJDFT-2008): Em determinadas situações, como por exemplo, se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida, pode ser declarada a sua “morte presumida”, sem decretação de ausência. BL: art. 7º, II, CC/02.
Explicação: A morte presumida é prevista no art. 7º, I e II do CC/02. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida ou se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 anos após o término da guerra, sendo que a declaração judicial, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, e a sentença deverá fixar a data provável do falecimento.
(TJRR-2008-FCC): Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida. BL: art. 7º, inciso I do CC/02.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
	(Anal. Proc./MPRJ-2007): Em grave acidente aéreo, Túlio, funcionário público sem qualquer bem em vida, desapareceu nos escombros, sendo que, mesmo após muitas buscas, seu corpo não foi encontrado, tendo ele sido por todas as autoridades e familiares tido como morto. Bia, sua filha menor, desejando pensão pela morte de pai, deverá requerer ao juiz a declaração de morte presumida do pai. BL: art. 7º, I e § único, CC/02.
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. (DPEDF-2013) (TJPB-2015) (MPSC-2016)
	(Cartórios/TJRO-2017-IESES): Há comoriência quando dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar quem faleceu primeiro, presumindo simultaneamente mortos. BL: art. 8º, CC/02.
(MPMG-2017): A comoriência encerra presunção relativa de falecimento ao mesmo tempo, não havendo necessidade de que seja do mesmo modo. BL: art. 8º, CC/02.
OBS: Ressalta-se que o requisito que a lei impõe é temporal, não há restrição em relação ao modo da morte.
(TJDFT-2014-CESPE): A comoriência pode ser reconhecida ainda que os óbitos não tenham decorrido de um único acidente. BL: art.8º, CC/02.
(TJSP-2009-VUNESP): Comoriência é presunção de morte simultânea de duas ou mais pessoas, na mesma ocasião, em razão do mesmo evento, sendo elas reciprocamente herdeiras.
Explicação: A morte conjunta ocorrida no mesmo evento é comum, mas situações haverá de pessoas falecidas em locais ou ocasiões distintas, mas no mesmo instante, sem que se possa averiguar quem precedeu; nestas situações, haverá presunção de comoriência de morte simultânea, aplicando o art. 8º do CC/02; no campo sucessório, se os comorientes são herdeiros uns dos outros, não há transferência de direitos entre eles. Ausente o vínculo sucessório, não há falar em comoriência.
Art. 9o Serão registrados em registro público: (M)
I - os nascimentos, casamentos e óbitos; (M)
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; (TJPB-2015)
 III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; (M)
	(PGM-Várzea Paulista/SP-2016-VUNESP): As interdições deverão ser registradas no registro civil de pessoas naturais. BL: art. 29, V da LRF c/c art. 9º, III do CC/02.
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. (M)
	OBS: Dica bem conhecida para ajudar a lembrar dos casos de registro:
NASCEU (nascimento) - CRESCEU (emancipação) - CASOU (casamento) - FICOU DOIDO (interdição) - FUGIU (ausência) e  MORREU (óbito e morte presumida).
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; (TJMA-2013)
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; (M)
	(Advogado/UFPB-2017-CPCON): Nos moldes preconizados pelo Código Civil vigente (Lei nº 10.406/2002) averbar-se-á em registro público: o ato judicial ou extrajudicial que declarar ou reconhecer a filiação. BL: art. 10, CC/02.
(TJMG-2008): De acordo com o Código Civil, averba-se em registro público sentença que declara ou reconhece a filiação. BL: art. 10, II e art. 1609, II, ambos do CC/02.
III - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
	(DPEPE-2015-CESPE): A respeito de direitos da personalidade, pessoas jurídicas e personalidade, julgue o item a seguir, de acordo com a jurisprudência do STJ. A exagerada e indefinida exploração midiática de crimes e tragédias privadas deve ser impedida, a fim de se respeitar o direito ao esquecimento das vítimas de crimes e, assim, preservar a dignidade da pessoa humana.
OBS: Vide comentários questão do TJDFT-2014, abaixo.
(TJPR-2014-PUCPR): Consistem em direitos da personalidade, dentre outros: o direito à vida, ao próprio corpo, à liberdade de pensamento e de expressão, à liberdade, à honra, ao recato, à imagem e à identidade. 
(TJDFT-2014-CESPE): A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento.
Explicação: Em março de 2013, na VI Jornada de Direito Civil do CJF/STJ, foi aprovado um Enunciado 531 defendendo a existência do direito ao esquecimento como uma expressão da dignidade da pessoa humana. “A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento”. Vale ressaltar que existem doutrinadores que criticam a existência de um “direito ao esquecimento”. O Min. Luis Felipe Salomão, no julgamento do REsp 1.335.153-RJ, apesar de ser favorável ao direito ao esquecimento, colacionou diversos argumentos contrários à tese. Vejamos os mais relevantes: a) o acolhimento do chamado direito ao esquecimento constituiria um atentado à liberdade de expressão e de imprensa; b) o direito de fazer desaparecer as informações que retratam uma pessoa significa perda da própria história, o que vale dizer que o direito ao esquecimento afronta o direito à memória de toda a sociedade; c) o direito ao esquecimento teria o condão de fazer desaparecer registros sobre crimes e criminosos perversos, que entraram para a história social, policial e judiciária, informações de inegável interesse público; d) é absurdo imaginar que uma informação que é lícita se torne ilícita pelo simples fato de que já passou muito tempo desde a sua ocorrência; e) quando alguém se insere em um fato de interesse coletivo, mitiga-se a proteção à intimidade e privacidade em benefício do interesse público. Sem dúvida nenhuma, o principal ponto de conflito quanto à aceitação do direito ao esquecimento reside justamente em como conciliar esse direito com a liberdade de expressão e de imprensa e com o direito à informação.
(DPE-2014-FCC): O sistema de codificação do Código Civil de 2002 estabeleceu a visão antropocêntrica ao Direito Privado, da qual é exemplo a previsão normativa dos direitos da personalidade.
(TJPR-2008): É possível afirmar, mesmo à luz da doutrina que preconiza a constitucionalização do Direito Civil, que nem todo direito fundamental é direito da personalidade.
Explicação: À luz da constitucionalização do Direito Civil três são os princípios magnos afetos aos direitos da personalidade, quais sejam: a) os da dignidade humana; b) da solidariedade social e; c) da igualdade (art. 1º, III; 3º, I; 5º, caput, todos da CF/88). Consequentemente, a garantia do direito à propriedade não guarda qualquer relação com os direitos da personalidade (art. 5º, XXII da CF/88).
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. (MPBA-2015) (Téc. Judic./STJ-2018)
	(PCRS-2018-FUNDATEC): Com exceção dos casos previstos em lei, o exercício dos direitos de personalidade não pode sofrer, voluntariamente, limitações, observada a característica da irrenunciabilidade de tais direitos. BL: art. 11, CC/02.
(MPSC-2016): De acordo com o Código Civil, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Todavia, alguns direitos excepcionam referida regra, como por exemplo, o direito a imagem e o direito a honra. BL: art. 11, CC/02.
(DPERS-2014): Os direitos de personalidade são adquiridos pelo sujeito independentemente da vontade, mas seu exercício admite limitação voluntária, desde que esta não ocorra de forma geral e permanente. BL: art. 11, CC/02 e Enunciado 04 da I Jornada de Direito Civil.
OBS: Enunciado nº 04 da I Jornada de Direito Civil. Art. 11: O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral.
(MPMG-2010): Nem todos os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, podendo o titular requerer que cesse a ameaça ou a lesão a qualquer deles. BL: arts. 11 e 12, CC/02.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. (TJRO-2011) (MPBA-2015) 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. (TJRO-2011)
	(Anal. Judic./TJAL-2018-FGV): Lucas, polêmico radialista da Rádio ABC Ltda., foi acometido de mal súbito que ceifou sua vida. Além de Carla, sua viúva, Lucas deixou Rodrigo, filho do casal, que contava com 15 anos. Após o falecimento e a abertura de seu testamento, viu-se a propagação em redes sociais de inúmeras inverdades sobre Lucas, de autoria de desafeto conhecido. Nessa situação, tem legitimidade para tutelar o direito de personalidade de Lucas: Carla e/ou Rodrigo. BL: art. 12, § único, CC/02.
OBS: Vejamos os seguintes julgados do STJ:
• Ofensa à memória da pessoa já falecida: os herdeiros (e não o espólio) são legitimados para propor a ação de indenização.
• Dor e sofrimento causado pela morte da pessoa: os herdeiros (e não o espólio) são legitimados para propor a ação de indenização.
STJ. 4ª Turma. REsp 1143968-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 26/2/13 (Info 517).
STJ. 4ª Turma.REsp 1209474-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 10/9/13 (Info 532).
(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): O companheiro sobrevivente tem legitimidade para requerer medida judicial para que cesse lesão a direito da personalidade da pessoa falecida com quem possuía união estável. BL: art. 12, § único e Enunciado 275 do CJF.
(Analista Judiciário/TRF5-2017-FCC): Sem autorização alguma, determinada empresa passou a utilizar a imagem e o nome de João, já falecido, em propagandas comerciais que expunham sua memória ao ridículo. Nesse caso, de acordo com o Código Civil, é legitimado para requerer a cessação dessa prática o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. BL: art. 12, CC/02.
(TJPI-2015-FCC): Em se tratando de morto, para exigir que cesse a ameaça ou a lesão a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, terá legitimação o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta ou colateral até o quarto grau. BL: art. 12 do CC/02.
(MPBA-2015): O cônjuge sobrevivente ou qualquer parente do morto, em linha reta, ou colateral até o quarto grau, pode exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. BL: art. 12, CC/02.
(MPPE-2015-FCC): A artista “X”, que se apresenta totalmente nua frequentemente em casas noturnas, constatou que seus vizinhos sorrateiramente a espionavam, fotografavam e filmavam despida, no interior de sua residência, divulgando o material em redes sociais. Nesse caso ela poderá requerer ao Juiz competente providências para impedir e fazer cessar esses atos. BL: art. 12, CC/02.
(MPPA-2014-FCC): Gilberto Costa, mais conhecido pelo pseudônimo Jacinto Perez, faleceu deixando apenas sobrinhos. Depois de seu falecimento, passou a ser injustamente difamado em redes sociais. As ofensas mencionavam ora Gilberto Costa ora Jacinto Perez. Os sobrinhos poderão requerer que cessem as ofensas ao falecido tio, não importando se dirigidas a Gilberto Costa ou a Jacinto Perez, além de reclamar perdas e danos. BL: art. 12 c/c art. 19, CC/02.
(TJSP-2013-VUNESP): Acerca da personalidade, é correto afirmar que não obstante a existência se extinguir com a morte, é tutelável a ameaça ou lesão aos direitos de personalidade do morto. BL: art. 12, CC/02.
(TJMG-2012): Terá legitimação para requerer medida judicial para que cesse lesão a direito da personalidade do morto o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente na linha reta, ou colateral até o quarto grau.
 
Explicação: Consagra o art. 12, § único do CC a situação dos lesados indiretos. Quando se tratar de lesão a interesses econômicos, o lesado indireto será aquele que sofre um prejuízo em interesse patrimonial próprio, resultante de dano causado a um bem jurídico alheio, podendo a vítima estar falecida ou declarada ausente. Assim, o lesado indireto reclama por direito próprio, por prejuízos que sofra, e age de forma concorrente e autônoma. É o que ocorre na situação de dano por ricochete. Os legitimados previstos legalmente para proteção dos direitos da personalidade são: a) cônjuge sobrevivente; b) parentes em linha reta ou colateral até 4º grau. Pelo Enunciado 275, “o rol dos legitimados de que tratam os arts. 12, parágrafo único, e 20 parágrafo único, também compreende o companheiro”.
(TJMG-2009): O Código Civil não especifica de modo taxativo os direitos da personalidade. Não havendo tipificação, tem-se que o art. 12 do Código Civil elege praticamente uma cláusula genérica de proteção dos direitos da personalidade, que será integrada com os dispositivos constitucionais de proteção à honra, à imagem, ao direito à privacidade, ao nome, à integridade, e à dignidade da pessoa humana, sem prejuízo da aplicação de leis especiais. 
Explicação: Não há um rol taxativo de direitos da personalidade. Pelo Enunciado 274, “Os direitos da personalidade, regulados de maneira não-exaustiva pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da pessoa humana, contida no art. 1º, III da CF/88. Em caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais, deve-se aplicar a técnica da ponderação”.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. (M)
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
	(PCRS-2018-FUNDATEC): Além da possibilidade legal de realização de transplantes e exceto por determinação médica, é defeso o ato de disposição sobre o próprio corpo quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. BL: art. 13, CC/02.
(TJSC-2013): Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Explicação: art. 13, caput do CC/02. Sendo assim, os direitos da personalidade estão sujeitos à disponibilidade relativa.
(MPSC-2013): Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física ou contrariar os bons costumes. O ato a que se refere a lei será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. BL: art. 13, CC/02.
(MPSP-2012): Por se tratar de direito da personalidade, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes, salvo na seguinte hipótese: Para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. BL: art. 13, CC.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. (MPDFT-2015) (TJSP-2015) (MPBA-2015) (Téc. Judic./STJ-2018)
 Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. (M)
	(MPBA-2018): Assinale a alternativa correta. Considere que, na atualidade, há grande apelo para as doações de órgãos e tecidos humanos e para atender a essa necessidade a lei civil estabelece que, com o objetivo exclusivamente altruístico, ou científico pode o cidadão dispor para depois de sua morte: Do próprio corpo, no todo ou em parte, sendo tal disposição revogável e gratuita. BL: Art. 14 do CC/02.
(Anal. Judic./TRF5-2017-FCC): Paulo se obrigou a ceder à terceiro o seu corpo, depois de morto, em contrapartida ao pagamento de mil reais aos seus herdeiros. Nesse caso, de acordo com o Código Civil, esse contrato é inválido, pois não se admite a disposição onerosa do próprio corpo para depois da morte. BL: Art. 14 do CC/02.
(TJMG-2011): É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Tal ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. BL: Art. 14 do CC/02.
(TJMG-2007): Na sistemática do Código Civil, os direitos da personalidade são indisponíveis. Mas, casualmente, admite-se temperamentos. Assim, são relativamente disponíveis, de acordo com a lei: o direito à integridade física. BL: arts. 13 e 14, CC/02.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. (MPBA-2015) (TJMG-2012)
	(TJSP-2017-VUNESP): No caso da celebração de um contrato de prestação de serviços vinculados à saúde, a obtenção do consentimento informado do paciente, destinatário final do atendimento, é obrigatória, tratando-se de obrigação vinculada ao princípio da boa-fé. BL: art. 15, CC e Enunciado 533 da JDC. 
OBS: Enunciado 533, VI, JDC - "O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os aspectos concernentes a tratamento médico que possa lhe causar risco de vida, seja imediato ou mediato, salvo as situações de emergência ou no curso de procedimentos médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos."
OBS: Todos os riscos e possíveissequelas provenientes de determinado ato cirúrgico devem ser previamente alertados ao paciente, para que possa ser obtido seu consentimento. Assim, se o médico deixar de informar o paciente sobre possíveis sequelas decorrentes do ato cirúrgico deve indenizá-lo, ainda que tenha sido diligente na execução de suas atividades profissionais. (STJ - AREsp 615340 PE 2014/0297407-4 - 2014).
OBS: O Princípio do CONSENTIMENTO INFORMADO constitui direito do paciente de participar de toda e qualquer decisão sobre tratamento que possa afetar sua integridade psicofísica e o dever de o médico alertar sobre os riscos e benefícios das terapêuticas envolvidas.
(DPEES-2008-CESPE): O indivíduo não pode ser constrangido a submeter-se a tratamento ou a intervenção cirúrgica com risco de morte. BL: art. 15, CC/02.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. (M) 
	(TJMA-2008): Toda pessoa tem direito ao nome, compreendidos o prenome e o sobrenome, e o pseudônimo utilizado para atividades lícitas. BL: Arts. 16 e 19 do CC/02.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. (MPSC-2013) (MPMG-2014) (Téc. Judic./STJ-2018)
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
	(PCRS-2018-FUNDATEC): Não se pode usar o nome de outrem em propaganda comercial sem a devida autorização. BL: art. 18, CC/02.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. (TJMG-2012) (MPMG-2014) (Téc. Judic./STJ-2018)
	(ABIN-2018-CESPE): A proteção do pseudônimo, nome por meio do qual autor de obra artística, literária ou científica se oculta, é expressamente assegurada se sua utilização for para atividades lícitas. BL: art. 19, CC.
(TJSC-2017-FCC): “De nossa parte, lembramos ainda a já afirmada função identificadora do pseudônimo, relativamente à esfera de ação em que é usado, o que, sem dúvida, é um traço distintivo do falso nome, que, evidentemente, embora, em certas circunstâncias, possa vir também a exercer papel semelhante, não é usado com essa finalidade, senão com a de frustrar qualquer possibilidade de identificação.” (R. Limongi França. Do Nome Civil das Pessoas Naturais. p. 542. 3. ed. São Paulo. RT, 1975). Essa afirmação é compatível com o direito brasileiro, porque o pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. BL: art. 19, CC/02.
(TJSP-2015-VUNESP): O pseudônimo licitamente utilizado goza de proteção que se dá ao nome BL: art. 19 do CC/02.
(TJDFT-2007): O pseudônimo adotado para atividades reputadas como lícitas encontra estofo na legislação. BL: art. 19 do CC/02.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815) (MPSC-2013) (TJSP-2015) (DPU-2017)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. (PCRS-2018)
	OBS: Insere-se também o companheiro(a).
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide ADIN 4815)
	OBS: Sobre a inaplicabilidade da Súmula 403 do STJ para representação da imagem de pessoa como coadjuvante em documentário que tem por objeto a história profissional de terceiro, vejamos o REsp 1454016-SP, veiculado no Info 621 do STJ:
		Ação de indenização proposta por ex-goleiro do Santos em virtude da veiculação indireta de sua imagem (por ator profissional contratado), sem prévia autorização, em cenas do documentário “Pelé Eterno”. O autor alegou que a simples utilização não autorizada de sua imagem, ainda que de forma indireta, geraria direito a indenização por danos morais, independentemente de efetivo prejuízo.
O STJ não concordou.
A representação cênica de episódio histórico em obra audiovisual biográfica não depende da concessão de prévia autorização de terceiros ali representados como coadjuvantes.
O STF, no julgamento da ADI 4.815/DF, afirmou que é inexigível a autorização de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais bem como desnecessária a autorização de pessoas nelas retratadas como coadjuvantes.
A Súmula 403/STJ é inaplicável às hipóteses de representação da imagem de pessoa como coadjuvante em obra biográfica audiovisual que tem por objeto a história profissional de terceiro.
STJ. 3ª Turma. REsp 1454016-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 12/12/17 (Info 621).
OBS: Sobre a inaplicabilidade da Súmula 403 do STJ às hipóteses de imagem vinculada a fato histórico de repercussão social, vejamos o REsp 1.631.329/RJ, veiculado no Info 614 do STJ:
		A Súmula 403 do STJ é inaplicável às hipóteses de divulgação de imagem vinculada a fato histórico de repercussão social. 
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. 
Caso concreto: a TV Record exibiu reportagem sobre o assassinato da atriz Daniela Perez, tendo realizado, inclusive, uma entrevista com Guilherme de Pádua, condenado pelo homicídio. Foram exibidas, sem prévia autorização da família, fotos da vítima Daniela. O STJ entendeu que, como havia relevância nacional na reportagem, não se aplica a Súmula 403 do STJ, não havendo direito à indenização. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.631.329-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, j. 24/10/17 (Info 614).
OBS: O STF julgou procedente a ADI 4815, proposta pela Associação dos Editores de Livros (ANEL) e conferiu interpretação conforme a Constituição aos arts. 20 e 21 do CC/02 para declarar que não é necessária a autorização prévia para a publicação de biografias. 
		Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo compatível com a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. As exatas palavras do STF foram as seguintes: 
“É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária a autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ou de familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes”. 
Caso o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela publicação, terá direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de indenização pecuniária, como também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de nova edição com correção, de direito de resposta etc. 
STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/6/2015 (Info 789).
	(PCRS-2018-FUNDATEC): A intimidade da pessoa natural é inviolável, e o juiz adotará as providências para fazer cessar ato contrário a esta norma. BL: art. 21, CC/02.
CAPÍTULO III
DA AUSÊNCIA
Seção I
Da Curadoria dos Bens do Ausente
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. (DPDF-2006) (MPMG-2010)
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ouse os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
	OBS: Vejamos o Enunciado 97 da I Jornada de Direito Civil: “No que tange à tutela especial da família, as regras do Código Civil que se referem apenas ao cônjuge devem ser estendidas à situação jurídica que envolve o companheiro, como, por exemplo, na hipótese de nomeação de curador dos bens do ausente (art. 25 do CC)”.
	(Anal. Judic./STM-2018-CESPE): O companheiro do ausente na ocasião do desaparecimento deste deve ser considerado como seu curador legítimo e possui preferência, em relação aos pais ou descendentes da pessoa desaparecida, para exercer essa função. BL: art. 25, CC/02 e Enunciado 97 da I JDC.
(MPGO-2012): Nos termos da lei, será legítimo curador do ausente o seu cônjuge, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência. BL: art. 25, CC/02.
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
Seção II
Da Sucessão Provisória
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. (DPEMS-2008) (MPDFT-2013) (MPPR-2013)
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: (M)
I - o cônjuge não separado judicialmente; [obs.: inclui-se o(a) companheiro(a)] (M)
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; (M)
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; (M)
	(DPDF-2013-CESPE): Aqueles que, independentemente da existência de grau de parentesco, tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte possuem legitimidade, como interessados, em requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. BL: art. 26 c/c art. 27, III, CC/02.
OBS: Esses interessados não são apenas os parentes, eventuais sucessores do de cujus. Basta que haja algum interesse pecuniário. Nesse sentido, é o que prevê o art. 27 do CC/02.
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas. (M)
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
	(MPSC-2013): A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. BL: art. 28, CC/02.
§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União. (MPGO-2012)
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia. (MPGO-2012)
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína. (TJDFT-2012)
	(MPPR-2013): Durante o período de sucessão provisória, os imóveis do ausente somente poderão ser alienados por decisão judicial. BL: art. 31, CC/02.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente. (MPMG-2010)
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. (MPMG-2010)
Seção III
Da Sucessão Definitiva
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. (MPPR-2013)
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. (MPPR-2013)
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
TÍTULO II
DAS PESSOAS JURÍDICAS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; (PGEGO-2010)
III - os Municípios; (PGEGO-2010)
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005) (Anal. Judic./TREAP-2010) (TCEAP-2010/2012) (PGEAC-2014)
	(TRF4-2009): Assinalar a alternativa correta no que diz respeito às pessoas jurídicas:As agências reguladoras (entidades de caráter público criadas por lei como por exemplo ANATEL, ANP, ANEEL, etc.) são pessoas jurídicas de Direito Público interno. BL: art. 44, IV, CC/02.
OBS: Agências reguladoras são autarquias. Logo, são pessoas jurídicas de direito público interno.
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. (PGEGO-2010)
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. (TJDFT–2016)
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. (TJAL–2015)
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: (M)
I - as associações;
II - as sociedades;
	(Anal. Judic./TRF1-2017-CESPE): Acerca das associações, das sociedades e das fundações, julgue o item seguinte, com base no Código Civil: As cooperativas têm natureza jurídica de pessoa jurídica de direito privado. BL: art. 44, II e art. 1093 do CC e Enunciado 69 do CJF.
OBS: Vejamos o teor do Enunciado 69, CJF: “Art. 1.093: as sociedades cooperativas são sociedades simples sujeitas à inscrição nas juntas comerciais.”
(DPECE-2008-CESPE): As sociedades são pessoas jurídicas de direito privado, mesmo que tenham como sócios ou acionistas entes de direito público interno. BL: art. 44, II, CC/02.
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) (TRF4-2010) (MPPR-2013) (Anal. Judic./TRT10-2013)
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência) (TJPE-2013) (Téc. Judic./TRF1-2017)
	(Anal. Judic./TST-2017-FCC): São pessoas jurídicas de direito privado as associações, as fundações, as sociedades, as organizações religiosas e as empresas individuais de responsabilidade limitada, enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios são pessoas jurídicas de direito público interno. BL: arts. 41 e 44, CC/02.
(TJPE-2013-FCC): São pessoas jurídicas de direito privado, segundo o Código Civil, os partidos políticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada. BL: art. 44, V e VI do CC/02.
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
	(ABIN-2018-CESPE): O ordenamento assegura a liberdade de criação e funcionamento das organizações religiosas, mas isso não impede que o Poder Judiciário analise a compatibilidade dos atos praticados por essas instituições com a lei e com seus respectivos estatutos. BL: art. 44, CC/02 e Enunciado 143 do CJF.
OBS: Enunciado n. 143, CJF/STJ. A liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta o controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame pelo Judiciário da compatibilidade de seus atos com a lei e com seus estatutos.
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
	(Anal. Judic./TRF1-2017-CESPE): Acerca das associações, das sociedades e das fundações, julgue o item seguinte, com base no Código Civil. As disposições legais referentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades. BL: art. 44, §2º, CC/02.
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro [no CRPJ = Cartório de Registro de Pessoa Jurídica], precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. (DPEES-2008) (TJPB-2011) (MPBA-2015) (Anal. Judic./TRF5-2017) (DPU-2017)
	(PCMA-2018-CESPE): O início da personalidade civil das pessoas físicas e das pessoas jurídicas de direito privado ocorre, respectivamente, como nascimento com vida e com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida de autorização ou aprovação do Poder Executivo, quando necessária. BL: art. 2º e 45 do CC/02.
(PCDF-2015-FUNIVERSA): No Código Civil brasileiro, adota-se a teoria da realidade técnica para explicar e disciplinar as pessoas jurídicas. BL: art. 45, CC/02.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. (TJRO-2011) (TJSC-2013) (TJPB-2015) (MPSC-2016) (MPAM-2016) (Cartórios/TJMG-2017) (Téc. Judic./TRF1-2017) (Anal. Judic./TJMS-2017) (Anal. Judic./TRT24-2017)
	(Anal. Legisl-Câm. Deputados-2014-CESPE): O direito de requerer a anulação do registro de partidos políticos por defeito do referido ato decai em três anos, contados a partir da publicação de sua inscrição no registro. BL: art. 45, § único, CC/02.
(Anal. Judic./TREAC-2003-FCC): O direito de anular a constituição de pessoa jurídica de direito privado, por defeito do ato respectivo, decai em três anos, da publicação de sua inscrição no registro. BL: art. 45, § único, CC/02.
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
	(PGEMT-2011-FCC): O registro da pessoa jurídica no órgão competente tem eficácia constitutiva. BL: art. 45 e art. 46, IV, CC/02.
OBS: O registro da pessoa natural  tem natureza declaratória, com eficácia “ex tunc”, já o registro da pessoa jurídica tem natureza constitutiva, com eficácia “ex nunc”, só produz efeito a partir do registro.Parte superior do formulário
(PGERO-2011): A eficácia do registro da pessoa jurídica é constitutiva. BL: art. 45 e art. 46, IV, CC/02.Parte inferior do formulário
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
	(Téc. Judic./TRF1-2017-CESPE): No que se refere às pessoas jurídicas, julgue o item que se segue: A pessoa jurídica se responsabiliza pelos atos praticados por seus administradores, desde que esses atos sejam exercidos nos limites dos poderes estabelecidos no ato constitutivo. BL: art. 47, CC/02.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. (Anal. Judic./TRT24-2017)
	(Anal. Judic./TJMS-2017-PUCPR): Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. BL: art. 48, CC/02.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. (Anal. Judic./TRT1-2018)Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. (TJPB-2011) 
	(Anal. Judic./TRT24-2017-FCC): Sobre as pessoas jurídicas, à luz do Código Civil: O juiz poderá nomear administrador provisório à sociedade, a requerimento de qualquer interessado, se a administração da pessoa jurídica vier a faltar.. BL: art. 49, CC/02.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. (PGERR-2006) (TJSP-2008) (DPEDF-2013) (MPT-2017) (DPU-2007/2017) (ABIN-2018) (Anal. Judic./TRT1-2018) (Advogado/TRANSPETRO-2018)
	OBS1: O ato de desconsideração deve observar a cláusula de reserva judicial, seja no âmbito do CC/02 ou do CDC.
OBS2: A desconsideração da personalidade jurídica não acarreta a extinção ou torna nula a pessoa jurídica desconsiderada (ou seja, não atinge a existência da pessoa jurídica), nem atinge a validade dos demais atos praticados; ela apenas afasta a personalidade da pessoa jurídica, buscando no patrimônio dos sócios os meios para indenizar os lesados, mantendo-se, no mais, a integridade da sociedade e de suas atividades. (DPEDF-2013) (DPU-2015)
OBS3: O encerramento irregular das atividades da empresa devedora autoriza, por si só, que se busque os bens dos sócios para pagar a dívida? 
Código Civil: NÃO 
CDC: SIM 
Lei Ambiental: SIM
CTN: SIM
OBS4: Enunciado 7-CJF - Art. 50: só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando houver a prática de ato irregular, e limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido. (ABIN-2018)
OBS5: É de curial importância reiterar que, principalmente nas sociedades anônimas, impera a regra de que apenas os administradores da companhia e seu acionista controlador podem ser responsabilizados pelos atos de gestão e pela utilização abusiva do poder; sendo certo, ainda, que a responsabilização deste último exige prova robusta de que esse acionista use efetivamente o seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar os órgãos da companhia.” (REsp 1412997/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, j. 8/9/15). (Anal. Judic./STJ-2018)
	(Anal. Judic./TRF1-2017-CESPE): [...] muitas vezes os sócios ou administradores, agindo contrariamente às finalidades estatutárias ou abusando da personalidade jurídica da pessoa jurídica, acarretam prejuízos a terceiros [...] A fim de pôr cobro a esses desvios, formou-se a doutrina conhecida como disregard of legal entity, para vincular o patrimônio dos sócios. Nestor Duarte. Código civil comentado. São Paulo: Ed. Manole, 2007, p. 432 (com adaptações). Considerando o texto precedente e aspectos a ele inerentes, julgue o item a seguir, com base no Código Civil: Descumprimento de finalidades estatutárias significa o mesmo que desrespeito aos objetivos sociais da empresa. BL: art. 50, CC.
OBS: “O desvio de finalidade tem ampla conotação e sugere uma fuga dos objetivos sociais da pessoa jurídica, deixando um rastro de prejuízo, direto ou indireto, para terceiros ou mesmo para outros sócios da empresa.” (Fonte: Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves, in Curso de direito civil. Parte geral e LINDB, volume 1. 13 ed. São Paulo: Atlas, 2015. P. 395).
(PGEMA-2016-FCC): No cumprimento de sentença condenatória transitada em julgado, de natureza não fiscal nem ligada às relações de consumo, a Procuradoria do Estado do Maranhão constatou que a empresa X Ltda. não possuía bens suficientes ao pagamento do débito. Pretendendo a desconsideração da personalidade jurídica da empresa X, a Procuradoria do Estado do Maranhão deverá, de acordo com o Código Civil, comprovar abuso da personalidade jurídica. BL: art. 50, CC/02.
(TJRS-2016): A desconsideração da personalidade jurídica é admitida também para a responsabilização da sociedade por dívidas pessoais dos sócios. 
OBS: Trata-se da desconsideração da personalidade jurídica empresarial inversa. Enunciado 283, CJF: “É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada “inversa” para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros”.
(MPBA-2015): A desconsideração da personalidade jurídica poderá ser decretada em duas hipóteses: abuso da personalidade jurídica, caracterizada pelo desvio de finalidade, ou confusão patrimonial. BL: art. 50, CC/02.
(MPBA-2015): A desconsideração da personalidade jurídica pode acarretar que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. BL: art. 50, CC/02.
(TJPA-2014-CESPE): A desconsideração inversa é o afastamento do princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica para responsabilizar a sociedade por obrigação do sócio. BL: Enunciado 283 do CJF e Info 480 do STJ.
(PGEBA-2014-CESPE): A desconsideração inversa da personalidade jurídica implica o afastamento do princípio de autonomia patrimonial da sociedade, o que a torna responsável por dívida do sócio. (DPEDF-2013)
OBS: A desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da autonomia patrimonial da sociedade para, contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio controlador (STJ, REsp 1236916/RS, Min. NANCY ANDRIGHI, j. 22/10/2013)
(Atividade Téc. de Sup./MC-Direito-2013-CESPE): A desconsideração da personalidade jurídica é técnica que não consiste na ineficácia ou invalidade de negócios jurídicos celebrados pela empresa, mas na ineficácia relativa da própria pessoa jurídica frente a credores cujos direitos não são satisfeitos. BL: art. 50, CC e REsp 1312591/RS, STJ.
OBS: Vejamos trecho do REsp 1312591/RS, Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 11/06/2013, em que se espelhou a questão: A desconsideração da personalidade jurídica é técnica consistente na ineficácia relativa da própria pessoa jurídica - rectius, ineficácia do contrato ou estatuto social da empresa -, frente a credores cujos direitos não são satisfeitos, mercê da autonomia patrimonial criada pelos atos constitutivos da sociedade.
(TJRJ-2011-VUNESP): Para ser reconhecida a desconsideração da personalidade jurídica, no Código Civil, é necessário o abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial. BL: art. 50 do CC/02.
(MPSP-2010): A desconsideração da personalidade jurídica é medida excepcional, diante da autonomia patrimonial de que goza a pessoa jurídica. BL: art. 50 do CC/02.
(TJRR-2008-FCC): A doutrina do disregard of legal entity tem por finalidade superar ou desconsiderar a personalidade jurídica de pessoas jurídicas, responsabilizando-lhes os sócios ou administradores, mas sem considerar nula a personificação, apenas a tornando ineficaz para certos atos.
Explicação: Não há nulidade da personificação, mas ineficácia de certo atos.
(MPPE-2002-FCC): Nos processos de execução por quantia certa contra devedor solvente, a teoria da desconsideração da pessoa jurídica pode ser aplicada para admitir que o patrimônio individual do sócio responda pela dívida da sociedade. BL: art. 50 do CC/02.
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua. (TCERN-2015) (Anal. Judic./TRT24-2017)
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoasjurídicas de direito privado.
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
	OBS: Somente após a liquidação haverá o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. (TJPE-2015)
	OBS: Segundo o art. 52, CC: Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. Aplica-se, também, a Súmula 227 do STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. No entanto, o próprio STJ deixou claro que isso somente ocorre hipótese em que haja ferimento à sua honra objetiva (é a reputação, aquilo que os outros pensam a seu respeito; o conceito que a pessoa goza perante a comunidade em que está inserida).
CAPÍTULO II
DAS ASSOCIAÇÕES
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas [obs.: 2 ou mais pessoas] que se organizem para fins não econômicos. (Téc. Judic./STJ-2003) (Anal. Judic./TRT7-2009) (PCRN-2009) (Anal. Judic./TJSE-2014) (MPAM-2015) (TJAM-2016) (Anal. Judic./TJMS-2017)
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. (PCRN-2009) (TJRO-2011) (MPMG-2014) (Anal. Judic./TJMS-2017) (Anal. Judic./TRF1-2017) (Anal. Judic./TRT1-2018)
	(Téc. Judic./TJAL-2018-FGV): A Associação Amigos de Ponta Verde, constituída por moradores do bairro, decide, em assembleia regular, explorar cantina em sua sede, com o propósito de melhorar seu caixa com o lucro da atividade. Essa deliberação é considerada válida, pois o lucro será destinado à associação. BL: art. 53 do CC e Enunciado 534, JDC.
(Téc. Judic./TJSE-2014-CESPE): Considerando que Francisco, José e Luiz tenham-se reunido, em janeiro de 2014, para criar a Associação X, com a finalidade de auxiliar pessoas carentes em projetos para aquisição de moradia, além de ajudar a executar projetos de construção e cadastramento dos demais associados, no âmbito de programas governamentais e assistenciais, julgue o item subsequente: De acordo com a jurisprudência e a doutrina, a Associação X não perderá a qualificação de associação se vier a desenvolver atividade econômica, desde que essa atividade não vise ao lucro. BL: art. 53, CC e Enunciado 534, JDC.
(DPEES-2012-CESPE): Nas associações, não há responsabilidade solidária entre os administradores, de forma que um não responde pelos atos praticados por outro.
OBS: Como na associação não há finalidade lucrativa, não há como um associado responder pelos atos praticados pelo outro.
(TJSE-2008-CESPE): A associação civil é uma pessoa jurídica de direito privado criada a partir da união de pessoas em torno de uma finalidade que não seja lucrativa. No entanto, não há qualquer impedimento para que uma organização sem fins lucrativos desenvolva atividades econômicas para geração de renda, desde que não partilhe os resultados decorrentes entre os associados. BL: art. 53 c/c art. 997, VII, CC e Enunciado 534, JDC.
Explicação: Enunciado 534: “As associações podem desenvolver atividade econômica, desde que não haja finalidade econômica”.
(TCESP-2008-FCC): Será possível distinguir uma associação de uma sociedade se aquela não tiver fins econômicos e se esta tiver fins econômicos. BL: arts. 53 e 981, CC.
(Téc. Judic./STJ-2003-CESPE): Não há impedimento para uma associação desenvolver atividades econômicas para geração de renda, desde que não partilhe os resultados decorrentes entre os associados, mas, sim, os destine integralmente à consecução de seu objetivo social. BL: art. 53 do CC e Enunciado 534, JDC.
	OBS: As associações podem desenvolver atividade econômica, desde que não haja finalidade lucrativa (Enunciado 534, JDC).
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: (Advogado/PETROBRÁS-2010)
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. (TJDFT-2007) (PCRN-2009) (PCDF-2015)
	(Advogado/TRANSPETRO-2018-CESGRANRIO): Considere o estatuto da associação X que estabelece vantagens especiais para algumas categorias de associados. Sobre essa situação hipotética, e de acordo com o Código Civil de 2002, os associados de X devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. BL: art. 55, CC.
(Cartórios/TJMG-2017-CONSULPLAN): Para a constituição de uma associação são necessários, por regra, o mínimo de quantos associados e em quais condições? 2 associados, com direitos iguais, embora o estatuto possa instituir categorias de associados com vantagens especiais. BL: arts. 53 e 55, CC.
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. (PCRN-2009) (PCDF-2015) (Téc. Judic./TJRS-2017)
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.
	(TCESC-2016-CESPE): A transferência de quota de associação de um associado para seu filho não importará na atribuição da qualidade de associado ao filho, salvo se houver disposição estatutária nesse sentido. BL: art. 56, § único, CC.
OBS: Deste modo, os herdeiros com a sucessão passam a ter um direito de crédito contra a pessoa jurídica, representado pela participação societária deixada pelo de cujus. Assim, tanto o espólio como os herdeiros do sócio falecido não são sócios da sociedade empresária da qual este fazia parte; são apenas credores e tem direito à apuração dos haveres para pagamento. Neste sentido: "Os herdeiros, com a sucessão, passaram a ter um direito de crédito contra a pessoa jurídica, representado pela participação societária deixada pelo de cujus ... Nenhum deles, porém, pode ser reputado representante legal da sociedade civil, porque uma coisa é ser titular de um direito de crédito por sucessão causa mortis, outra, e muito diferente, é a posição de sócio, que depende da vontade dos herdeiros, ou de alguns deles, de ingressar no quadro social." Parte superior do formulárioParte inferior do formulário
OBS: A admissão na associação é ato personalíssimo e intransferível.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) (PCRN-2009) (PCDF-2015)
	(TRF3-2016): É obrigatória a inclusão de norma estatutária nas associações que preveja o direito de recorrer dos associados na hipótese de sua exclusão.
(TJPR-2012-UFPR): Nas associações, a exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previsto no estatuto. BL: art. 57 do CC/02.
Parágrafo único.(Revogado pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral: (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para essefim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. (Anal. Judic./TRF1-2017)
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.
CAPÍTULO III
DAS FUNDAÇÕES
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. (Téc. Judic./STJ-2003) (DPEES-2008) (MPPB-2011) (MPGO-2013) (MPSC-2014) (MPMA-2014) (MPBA-2015) (PGEAM-2016) (Anal. Judic./TJMS-2017) (Anal. Judic./TRF1-2017) (Téc. Judic./TJAL-2018)
	(MPBA-2015): Conforme o artigo 62 do CC/02, para criar uma fundação far-lhe-á o seu instituidor, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Sobre o papel do Ministério Público em relação às fundações, é CORRETO afirmar que: Para criação de uma fundação é obrigatória a intervenção do Ministério Público. BL: art. 62, CC/02 e art. 764, NCPC.
(MPSP-2015): Considere o seguinte enunciado: as associações e as fundações apresentam traços que as aproximam, mas não se confundem, por terem natureza jurídica diversa. Diante disso, aponte a alternativa que demonstra a verdadeira distinção existente entre elas: As associações têm seu elemento principal nas pessoas e as fundações têm seu elemento essencial no patrimônio.
Explicação: fundações são universalidades de bens (resultam da afetação de um patrimônio e não da união de indivíduos), enquanto que associações são caracterizadas pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos (comunhão de esforços para um fim comum).
(MPDFT-2013): Para a validade da alienação do patrimônio da fundação é imprescindível a autorização judicial com a participação do órgão do Ministério Público com atribuição para o velamento das fundações, formalidade que, se suprimida, acarreta a nulidade do ato negocial. BL: STJ, REsp 303707/MG, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, 3ª TURMA, j. 19/11/01.
(MPPR-2012): A instituição causa mortis de uma fundação deve ser realizada por intermédio de testamento, não se admitindo o codicilo. BL: art. 62 do CC/02.
(MPES-2012): Fica ao arbítrio do instituidor declarar a maneira de administrar a fundação por ele criada. BL: art. 62 do CC/02.
	DICA: Existem 3 tipos de fundações:
1) Fundações PÚBLICAS de direito PÚBLICO: Essas nada mais são do que Fundações AUTÁRQUICAS, logo elas devem ser criadas por lei.
2) Fundações PÚBLICAS de direito PRIVADO: essas se equiparam às Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista, por isso sua criação é AUTORIZADA por lei.
3) Fundações PRIVADAS: essas são pessoas jurídicas privadas e não há que se falar em lei em sua criação.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015) (MPBA-2015) 
I – assistência social; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
III – educação; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) (PGEAM-2016)
IV – saúde; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) (MPPR-2016) (PGEAM-2016)
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) (MPPR-2016)
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) (PGEAM-2016)
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) (MPPR-2016)
	(MPRR-2017-CESPE): Para a instituição de uma fundação, que é um tipo de pessoa jurídica, é necessário que o instituidor, por meio de escritura pública ou por testamento, faça a dotação especial de bens livres bem como especifique o fim a que a fundação se destina. Nesse sentido, de acordo com as delimitações insertas no Código Civil, uma fundação poderá constituir-se para fins de assistência social, para a promoção de cultura, para a defesa e a conservação do patrimônio histórico e artístico, bem como para a realização de atividades religiosas. BL: art. 62, § único, I, II e IX, CC.
(MPRR-2017-CESPE): Para a instituição de uma fundação, que é um tipo de pessoa jurídica, é necessário que o instituidor, por meio de escritura pública ou por testamento, faça a dotação especial de bens livres bem como especifique o fim a que a fundação se destina. Nesse sentido, de acordo com as delimitações insertas no Código Civil, uma fundação poderá constituir-se para a promoção de educação, de saúde, de segurança alimentar e nutricional, para a realização de pesquisa científica, para o desenvolvimento de tecnologias alternativas, para a modernização de sistemas de gestão, para a produção e a divulgação de informações e para o desenvolvimento de conhecimentos técnicos e científicos. BL: art. 62, § único, III, IV e VII, CC.
(MPRR-2017-CESPE): Para a instituição de uma fundação, que é um tipo de pessoa jurídica, é necessário que o instituidor, por meio de escritura pública ou por testamento, faça a dotação especial de bens livres bem como especifique o fim a que a fundação se destina. Nesse sentido, de acordo com as delimitações insertas no Código Civil, uma fundação poderá constituir-se para a promoção de educação, de saúde, de segurança alimentar e nutricional, para fins de defesa, de preservação e de conservação do meio ambiente, para a promoção do desenvolvimento sustentável bem como para a promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos. BL: art. 62, § único, VI e VIII, CC.
X – (VETADO).  (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. (MPPB-2011) (PGEAM-2016)
	(Anal. Legisl.-Câm. Salvador/BA-2018-FGV): Por meio de escritura pública, Juscelino institui Fundação Pró-Meio Ambiente (FPMA), que tem por objeto a pesquisa de tecnologia para o desenvolvimento sustentável. Destinou, para a pessoa jurídica, determinado número de bens, os quais, no entanto, verificou-se que são insuficientes para a constituição da FPMA. Tendo em vista que nada se dispôs no estatuto acerca dessa hipótese, sobre o destino dos bens da Fundação, é correto afirmar que serão incorporados ao patrimônio de fundação que possua finalidade semelhante. BL: art. 63, CC.
(Advogado Jr./TRANSPETRO-2018-CESGRANRIO): Antes de falecer em terrível acidente automobilístico, um empresário

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