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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA ENGENHARIA QUÍMICA SEPARAÇÃO DE CÁTIONS DO GRUPO IIIA Relatório apresentado como parte das exigências da disciplina Química Analítica Experimental Aplicada a Bioprocessos sob responsabilidade do professor Vagner Fernandes Knupp. Larissa Mateus Martins, 134500055 OURO BRANCO - MG SETEMBRO/2018 1 RESUMO Para identificar os constituintes de uma amostra química, é necessário a realização de uma análise química qualitativa baseada nas propriedades químicas dos compostos como a formação de complexos e de precipitados, muito utilizadas na química analítica para esse fim. O objetivo desse experimento foi identificar e separar qualitativamente cátions do grupo IIIA: Al3+, Fe3+ e Cr3+ a partir dos complexos e precipitados que esses íons podem formar. Para isso, misturaram-se soluções de nitrato de cromo, nitrato férrico e nitrato de alumínio e preparou-se um tampão de NH4Cl/ NH4OH para precipitar os íons na forma de seus hidróxidos. A partir daí a solução foi sujeita a uma série de procedimento como aquecimento, resfriamento, adição de ácidos, adição de bases e filtração para que o objetivo fosse alcançado. No processo, os principais complexos formados foram o tetrahidroxialuminato e o tetrahidroxicromato e a identificação dos íons foi realizada devido as diferentes propriedades físicas que as substâncias formadas por esses compostos possuem de acordo com o estado em que estão. Logo, o íon ferro foi identificado devido sua coloração vermelha na adição de tiocianato de potássio, o íon cromo no precipitado de coloração amarela, na adição de acetato de chumbo, e o íon alumínio a sua coloração branca e viscosidade gelatinosa. Por fim, através desse experimento pode-se verificar que após uma série de manipulações é possível separar e identificar a presença de Fe3+, Al3+ e Cr3+ na solução. 1. RESULTADOS E DISCUSSÃO Misturou-se soluções de nitrato de ferro [ ], nitrato de cromo [ ] e e(NO )F 3 3 r(NO )C 3 3 nitrato de alumínio [ ] todas preparadas anteriormente com solução de cloreto de l(NO )A 3 3 amônio e submetidas ao aquecimento.(NH Cl)4 Em seguida, adicionou-se solução de hidróxido de amônio ) de concentração NH OH( 4 5,0 mol L-1, resultando na formação de um tampão de e seu ácido conjugado, o íon H OHN 4 amônio ( ) proveniente desse hidróxido e do cloreto de amônio. O tampão está HN 4 − representado pela Reação 1. 2 H OH ⇋ NH OHN 4 (aq) − 4(aq) + − (aq) (1) No tampão, ocorre a formação de íons , que reagem com os íons trivalentes ( OH− , e ) de cada nitrato, formando hidróxido de alumínio (III), ,Al3+ Fe3+ Cr3+ l(OH)A 3 hidróxido de ferro (III), , e hidróxido de cromo (III), . A mistura foi e(OH)F 3 r(OH)C 3 aquecida previamente e posteriormente à adição do hidróxido de amônio, o aquecimento favorece a cinética das reações entre esses cátions e os íons hidróxido, conforme mostrado nas Reações 2, 3 e 4. l 3OH ∆→ Al(OH)A 3+(aq) + − (aq) 3 (s) (2) e 3OH ∆→ Fe(OH)F 3+(aq) + − (aq) 3 (s) (3) r 3OH ∆→ Cr(OH)C 3+(aq) + − (aq) 3 (s) (4) Utilizou-se o tampão para fornecer íons hidroxila na solução pelo H OH/NH ClN 4 4 fato de que concentrações elevadas desse íon podem levar a formação de outras espécies em solução que não fossem os hidróxidos desejados. Então, o tampão funciona como consumidor do excesso de adicionado até atingir a capacidade máxima de tamponamento do H O − sistema. Compostos que poderiam ser formados devido ao excesso de íons hidroxila seriam o complexo tetrahidroxialuminato, [ , e o complexo tetrahidroxicromato [ l(OH) ]A 4 − . As reações desses complexos são descritas pelas Reações 5 e 6, respectivamenter(OH) ]C 4 − (HARRIS, 2005). l(OH) OH ↔ [Al(OH) ]A 3 (s) + − (aq) 4 − (aq) (5) r(OH) OH ↔ [Cr(OH) ]C 3 (s) + − (aq) 4 − (aq) (6) Esses complexos são solúveis em água e, portanto, suas formações diminuiriam as quantidades de alumínio e cromo presentes no precipitado. Em uma análise quantitativa desses cátions, caso essas reações paralelas não fossem controladas, o erro gerado poderia ser bastante significativo, sendo impróprio para o processo. 3 Assim, filtrou-se a solução ainda quente e lavou-se o precipitado com com o H ClN 4 intuito de retirar impurezas. Se fosse utilizada outra substância para lavar o precipitado, por exemplo, a água, os hidróxidos formados seriam solubilizados e consequentemente, perdidos na filtração. Posteriormente, transferiu-se o precipitado para um béquer com 5 mL de água. Com o intuito de formar os complexos solúveis na água mencionados anteriormente ( ), adicionou-se solução de 5,0 mol L-1, uma vez queAl(OH) ] e [Cr(OH) ][ 4 − (aq) 4 − (aq) aOHN estes complexos são formados na presença de excesso de íons hidroxila. Em seguida, adicionou-se peróxido de hidrogênio, 3%, objetivando a oxidação do OH2 2 tetrahidroxicromato a íons cromato, . A reação de oxidação do tetrahidroxicromato é rOC 4 2− representada pela Reação 7 (VOGEL, 1981). [Cr(OH) ] 3H O 2OH ⇌2CrO 8H O2 4 − (aq) + 2 2 (aq) + − (aq) 2− 4 (aq) + 2 (l) (7) O excesso de peróxido de hidrogênio foi removido ao ferver-se a solução, o que causou desprendimento de oxigênio gasoso , favorecendo a formação de íons cromato. O )( 2 Esse excesso foi removido para que não houvesse oxidação de outros íons quaisquer que poderiam estar dissolvidos na solução e ocorresse a formação de substâncias não desejadas, as quais poderiam interferir no processo de determinação da presença dos cátions (VOGEL, 1981). Assim, filtrou-se a solução novamente e o precipitado contendo hidróxido de ferro (III) foi lavado com água quente, de forma que qualquer precipitado dos outros hidróxidos [ e ] se dissolveu. Apenas o ficou presente porque este possuil(OH)A 3 r(OH)C 3 e(OH)F 3 um Kps baixo em relação aos demais. Então, transferiu-se o precipitado para um béquer e adicionou-se 5,0 mol L-1. ClH Uma vez que o ácido clorídrico é um ácido forte, ele se dissociou por completo e portanto, todos seus íons reagiram com os íons do hidróxido de ferro (III), liberando os H+ HO − cátions ferro ( ) e água como produtos da reação.Fe3+ Para confirmar a presença do cátion ferro na solução, adicionou-se solução de tiocianato de potássio, 5,0 mol L-1. A reação entre o cátion de ferro e este composto KSCN 4 deu origem a um complexo de coloração vermelha intensa, cuja reação de formação é descrita pela Reação 8 (VOGEL, 1981). e 3SCN →Fe(SCN )F 3+(aq) + − (aq) 3 (aq) (8) A formação desse complexo é favorecida, uma vez que esse é mais estável que outros complexos que poderiam ser formados, baseado nas suas constantes de formação. O valor da constante de formação do tiocianato de ferro (III) é , um valor maior que a 4, 6 10K f = 3 • 3 constante de formação de alguns outros complexos formados pelo tiocianato de ferro (III),como, por exemplo, com e com Fe(SCN )][ 2+ 8.90 10K f = • 2 Fe(SCN ) ][ 2 + (SKOOG et al., 2007). 4, 7 10K f = 1 • 2 O sobrenadante advindo da filtração do precipitado de ferro foi uma solução amarela, sendo assim, confirma-se a presença de íons cromato oxidado ( uma vez que estes rO ),C 4 2− são os responsáveis pela coloração. Para determinar se realmente havia a presença de íons na forma , e de íons na forma de , separou-se o sobrenadanteCr3+ rOC 4 2− Al3+ Al(OH) ][ 4 − em duas partes equivalentes para análise. A primeira parte foi destinada para a identificação da presença de , feita a partir Cr3+ de uma reação com chumbo. Presumiu-se que nesta alíquota estavam presentes os íons cromato e os complexos tetrahidroxialuminato. Assim, acidificou-se a mistura com ácido acético, 5 mol L-1 para que os íons hidróxido provenientes do H COOHC 3 tetrahidroxialuminato fossem consumidos e não reagissem com os íons de chumbo. Além disso, o ácido acético foi escolhido porque o composto de chumbo utilizado foi o acetato de chumbo ( ) o que resultou em um tampão, como mostrado na Reação 9.b(CH COO)P 3 2 H COOH ⇌ CH COO HC 3 (aq) 3 − (aq) + + (aq) (9) O tampão propiciou um pH ácido para o meio, garantindo que os íons chumbo ( ) Pb2+ reagiram exclusivamente com os íons cromato, conforme a Reação 10 explicita. rO Pb →PbCrOC 2−4 (aq) + 2+ (aq) 4 (s) (10) 5 O precipitado observado nessa análise resultou numa coloração amarela, conforme esperado, concluindo a real presença do íon cromato na solução. Usou-se a segunda parte da mistura separada para análise para determinação da presença dos íons . Nesta, adicionou-se uma solução de ácido clorídrico, , 5,0 mol Al3+ ClH L-1 com o objetivo de consumir os íons do complexo de tetrahidroxialuminato e, HO − consequentemente, deslocar o equilíbrio de complexação na direção da formação do metal ( ) e dos ligantes ( ). A Reação 11 representa a reação do ácido com o complexo.Al3+ HO − Al(OH) ] 4HCl →4H O Al 4Cl[ 4 − (aq) + (aq) 2 (l) + 3+ (aq) + − (aq) (11) Estando na forma de em solução, adicionou-se solução de 5,0 mol L-1 Al3+ H OHN 4 com objetivo de precipitar esse íon na forma de hidróxido de alumínio, o qual se apresenta como um sólido branco e gelatinoso. Experimentalmente, o composto adquiriu coloração amarelada devido a presença dos íons cromato oxidado. A Reação 12 apresenta a formação do hidróxido de alumínio. Al(OH) ] NH →Al(OH) NH H O[ 4 + 4(aq) + + 4(aq) 3 (s) + 3 + 2 (12) Uma base fraca foi usada, uma vez que a utilização de uma base forte promoveria a sua reação com os íons alumínio e a formação do complexo solúvel. A basicidade do meio foi testada com a utilização do papel de tornassol rosa, que adquiriu coloração azul. O precipitado formado, de coloração branca, indicou a presença de , confirmando a presença do Al3+ mesmo. 2. CONCLUSÃO O experimento realizado evidencia que é possível identificar a presença de íons do grupo IIIA ( ) em uma amostra através de sequencias de procedimentos que , e CrFe3+ Al3+ 3+ formam ou solubilizam complexos com características específicas, controlando o pH através do uso de soluções tampão. A análise qualitativa das amostras foi feita através da precipitação dos íons citados com sob a forma de hidróxidos. Assim, ficou simples identificar cada metal H OH/NH ClN 4 4 6 individualmente, uma vez que substâncias formadas a partir destes possuíam propriedades físicas diferentes, como coloração e viscosidade. A presença dos íons alumínio foi confirmada pela viscosidade gelatinosa quando o composto está na forma como foi obtido experimentalmente. Assim como a l(OH) ,A 3 presença dos íons cromo foi confirmada na coloração amarela do . O íon ferro rOC 4 2− adquiriu coloração vermelho intenso quando associado ao tiocianato, formando o complexo . Através dos resultados é possível inferir que os procedimentos ocorrerame(SCN )F 3 conforme esperado em ambos os casos. 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- HARRIS, D.C. Análise Química Quantitativa. 6ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2005. 856p. 2- SKOOG, D.A.; WEST, D.M.; HOLLER, F.J.; CROUCH, S.R. Fundamentos de Química Analítica. 8ª edição, São Paulo: Thomson, 2007. 688p. 3- VOGEL, A. I. Análise Química Quantitativa. 6ª edição, Rio de Janeiro: LTC, 2012. 690p.
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