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BIOMECÂNICA DA COLUNA E DO DISCO INTERVERTEBRAL Prof. Robert Muglia O Disco Intervertebral Estrutura A coluna vertebral é constituída por 24 vértebras separadas por discos intervertebrais 23 discos Ápice Sacral (S5) com a 1ª coccígea possui um disco rudimentar sem as mesmas características C2-C3 até L5-S1 Estrutura Estrutura interna: Núcleo Pulposo Centro do Disco (Exceto na Lombar, onde fica mais posterior) Massa gelatinosa (Até 90% de água) Glucosaminoglicanos (Hidrofílicos) Estrutura externa: Anel Fibroso Abrange o núcleo pulposo Mais rígido Feixes de Fibrocartilagem Estrutura A relação do disco com a altura do corpo vertebral determina a amplitude de movimento do segmento. Quanto maior a relação entre a espessura do disco e a altura do corpo vertebral, maior é a mobilidade. Cervical: os discos medem entre 5 e 6 mm de altura, e a relação do disco com o corpo vertebral é de 1/3. Toráciaca: Os discos torácicos são menores (3 a 4 mm) entre T2 e T6. Nos demais segmentos torácicos a altura do disco fica maior. Em média, o disco em relação a altura do corpo vertebral tem aproximadamente 1/5 a 1/6 do seu tamanho na coluna torácica. Lombar: contém os maiores discos (10 mm em média). Porém, a relação do disco com a altura do corpo vertebral é só 1/3 pois os corpos vertebrais lombares também são altos e volumosos. CERVICAL TORÁCICA LOMBAR Função Tolerância e distribuição das cargas Limitação do Movimento excessivo Anel fibroso suporta carga tênsil e limita os movimentos de flexão e torção da coluna vertebral Núcleo pulposo suporta cargas de compressão Função O cruzamento em “X” das camadas dá elasticidade ao anel fibroso: No estiramento do disco o “X” fica alongado e estreito Na compressão, o “X” diminui de comprimento e se alarga. Funções Mecânicas Durante as atividades de vida diária, o disco trabalha de uma maneira completa e normalmente se submete a uma combinação de compressão, flexão e torção Flexão, extensão e inclinação lateral = tensão e compressão Rotação = cisalhamento Durante a carga, o núcleo pulposo atua hidrostaticamente permitindo uma absorção de energia e a distribuição uniforme da carga por todo o disco (Almofada) O disco possui uma pressão intrínseca de aproximadamente 10 N/cm² Essa pressão é exercida também pelos ligamentos longitudinais e o ligamento amarelo TENSÃO AXIAL FLEXÃO LATERALCOMPRESSÃO AXIAL Funções Mecânicas O núcleo pulposo da região lombar ocupa 30 a 50% da área total do disco e se localiza mais posteriormente A forma do disco determina a curvatura da coluna vertebral Quando a altura do disco anterior é notoriamente maior que a altura posterior, os corpos vertebrais dentro daquele segmento serão ligeiramente estendidos Ambos os discos cervicais e lombares são mais grossos anteriormente que posteriormente Mecanismo de Lesão O disco se desidrata progressivamente com a idade A degeneração do disco reduz seu conteúdo de proteoglicanos A medida que o disco se desidrata, sua elasticidade, a absorção de energia e distribuição de cargas se reduzem gradualmente Estas mudanças fazem com que o disco esteja mais vulnerável às solicitações Os discos com lesões anelares proporcionam movimentos aumentados de rotação durante a carga em relação aos discos sadios Mecanismo de Lesão As porções laterais e anterior do anel na região lombares são mais espessas que a porção posterior, por isso a porção posterior do anel é mais vulnerável as alterações degenerativas. Os ligamentos posteriores são menos espessos do que os ligamentos anteriores, demonstrando maior fragilidade. Mecanismo de Lesão Quando o disco é exposto à pressão prolongada (como na posição sentada), parte de seu conteúdo de água difunde no corpo vertebral Como resultado, os discos estão mais desidratados pela noite, o que leva a redução do tamanho em até 2 cm em uma pessoa, voltando ao seu tamanho de origem após descansar Forças repetitivas ou movimentos com cargas elevadas sucedem em microtraumas promovendo desde as discopatias precoces até as hérnias de disco traumáticas Mecanismo de Lesão As discopatias compreendem as fissuras, rupturas, abaulamentos, diminuição da altura do disco e hérnias que podem ser protrusas e extrusas A maioria das hérnias ocorrem em situação póstero-lateral, com uma maior incidência na quarta década de vida, quando o núcleo pulposo ainda é gelatinoso A Coluna Vertebral Estrutura e Função Estrutura complexa Proteção da Medula Espinhal Transferir as cargas da Cabeça e do Tronco para a Pelve 33 vértebras 24 vértebras permitem movimentos nos 3 planos Curvaturas ajudam na distribuição das cargas e facilitam os movimentos Lordose e Cifose Estrutura e Função Todo segmento móvel é considerado uma unidade funcional da coluna Divide-se em Anterior e Posterior: Anterior: Dois Corpos Vertebrais, Disco e Ligamentos Longitudinais Posterior: Arcos Vertebrais, Facetas Articulares, Apófises Transversas e Espinhosas e seus respectivos ligamentos Estrutura e Função A forma e o plano de orientação das facetas é que determinam os tipos de movimentos entre duas vértebras Na cervical: são planas e estão orientadas obliquamente de superior e anterior para inferior e posterior Torácica: são planas e orientadas quase no plano frontal Lombar: são ligeiramente côncavas e voltadas medialmente, enquanto as inferiores são ligeiramente convexas e voltadas lateralmente, de forma que o plano destas articulações é quase sagital Entre a L5 e a S1 as facetas são quase planas; com orientação oblíqua, entre os planos sagital e frontal Isso ajuda a prevenir o deslizamento anterior da L5 sobre a superfície muito inclinada da face superior do sacro Estrutura e Função Flexão Extensão Inclinação Rotação Cervical 40° 75° 30-45° 45-60° Torácica 105°* 60°* 30-60º* 75° Lombar 60° 35° 20° 5° * Os movimentos de flexão e extensão da torácica não são puros Respostas Mecânicas Os corpos vertebrais são desenhados para suportar principalmente as cargas compressivas Seus tamanhos progressivamente maiores na medida em que se aumenta a sobreposição de carga do tronco Mecanismo de Lesão As lesões das partes moles são as mais comuns, ocorrendo em músculos e ligamentos Embora haja uma clara relação entre as queixas musculoesqueléticas e fatores ocupacionais, muitos estudos apresentam baixa qualidade metodológica Nos estágios iniciais, os segmentos acometidos se tornam instáveis e os movimentos vertebrais se tornam excessivos e irregulares Mecanismo de Lesão Alterações degenerativas do disco intervertebral acrescentam um esforço adicional nas outras estruturas de suporte da coluna como as articulações das facetas, ligamentos e cápsulas articulares O processo inflamatório na membrana sinovial, com extensão aos ligamentos, promove enfraquecimento e frouxidão do ligamento A unidade funcional vertebral se torna suscetível a danos adicionais nos ligamentos de sustentação e nas articulações interfacetárias Mecanismo de Lesão - Cervical Existem evidências positivas de cervicalgias relacionadas com posturas fixas e prolongadas, curvatura aumentada do tronco, flexão cervical acentuada durante atividades por períodos longos, ergonomia inadequada e atividades que envolvam vibraçãocontínua das mãos e dos braços As desordens mecânicas são as causas mais comuns de cervicalgias Mecanismo de Lesão - Torácica O aumento da curvatura torácica gera uma rigidez local para proteger a articulação escápulo-torácica. A coluna torácica se enrijece para proteger a escápula No caso de uma retificação da torácica ela também perde sua mobilidade para proteger o sistema de alça de balde realizado pelas costelas durante a inspiração As cinco principais causas de dor torácica são: musculoesqueléticas, gastrointestinais, cardíacas, psiquiátricas e pulmonares Mecanismo de Lesão - Lombar Aparece após força física excessiva em estruturas normais ou após ação de força física normal em estruturas lesadas Quando ocorre a ação de forças mecânicas sobre essas estruturas, pode haver um desequilíbrio levando à dor por estimulação direta de terminações nervosas aí existentes, ou pela liberação de substâncias do núcleo pulposo que desencadeiam dor e processo inflamatório pela degeneração do disco intervertebral Mecanismo de Lesão Quando uma pessoa de 70kg, com um peso de 20kg nas mãos, curva para a frente somente 20 graus, a pressão no disco aumenta de 150kg para 210kg na posição ereta e para 275kg na posição sentada Mecanismo de lesão A distribuição inadequada das cargas pode se tornar um fator lesivo Adaptação do Tecido Osteófitos Hipercifose Hiperlordose Retificação Escoliose
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