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FARMACOLOGIA Farmacologia da Insuficiência Cardíaca São várias classes de fármacos usados para a IC, sendo uma das características dessa doença é a diminuição do débito cardíaco e da eficiência da contratilidade. Um detalhe importante é que uma das classes de fármacos utilizadas para tratamento são os betabloqueadores, pois apresentam melhora na redução de morbidade. *p.s¹: de acordo com cada estágio da doença, haverá determinados fármacos indicados para tratamento. - Mecanismo compensatório da IC ou neuro-humoral: Diminuição do DC Diminuição da contratilidade cardíaca Diminuição da PA Ativação do SNAs Vasoconstrição Aumenta a pós-carga Ativação do SNAs Noradrenalina Receptor beta1 adrenérgico Aparelho justa glomerular Aumenta secreção da renina Aumenta a produção da Angiotensina I Convertida pela ECA em Angiotensina II Vasoconstrição Aumento da pós-carga Angiotensina II Aumenta a produção de aldosterona Retenção de sódio e água Aumento do volume intravascular Aumento da pré-carga * p.s²: Esse aumento da pré-carga e pós-carga são pontos de atuação de fármacos. As novas terapias “ativas para cargas” estão associadas a redução estatisticamente significativa de morbidade e mortalidade em pacientes com IC. Além disso, avanços em detecção e tratamento de hipertensão e tratamento de DAC complexa de múltiplos vasos modificaram radicalmente a evolução clínica de pacientes com disfunção contrátil. É útil organizar as estratégias de tratamento para disfunção contrátil em pacientes que apresentam ou correm risco de insuficiência cardíaca sintomática de acordo com as seguintes metas fisiológicas: redução da pré-carga, redução da pós-carga e aumento da contratilidade (aumento do inotropismo). Fármacos que atuam no Sistema Renina Angiotensina Aldosterona Inibidores da ECA Reduz a pré-carga e pós-carga - Mecanismo de ação: Inibe a produção de angiotensina II; são antagonistas de receptor AT1 da angiotensina II: BRA, impedem a ação da angiotensina II. Seu efeito final é impedir a vasoconstrição, redução da pós-carga; redução da produção de aldosterona e pré-carga. É o fármaco de primeira escolha. Se não der certo (efeitos adversos), trata-se com antagonistas. Promove remodelamento cardíaco reverso: os fármacos impedem a hipertrofia, fibrose, necrose, apoptose dos cardiomiócitos. reduzindo a mortalidade Antagonistas dos receptores da angiotensina - Mecanismo de ação: bloqueia a ligação da angiotensina ao seu receptor. - Efeitos terapêuticos de ambos: - Remodelamento reverso cardíaco: Ambos os fármacos impedem a hipertrofia, a fibrose, a necrose, a apoptose do coração. Além disso, reduzem a mortalidade os pacientes. Qual deles é melhor? Não existe um que seja melhor que o outro. São muito semelhantes. O que acontece é que os estudos clínicos demonstram que os pacientes com IC preferivelmente utilizam os inibidores da ECA. Caso não for tolerada a medicação, pode tentar os antagonistas. Betabloqueadores Reduz a pré-carga e pós-carga - Mecanismo de ação: reduz a produção de renina; antagonizam o sistema simpático, impedindo a ligação da noradrenalina no receptor beta1 reduz quantidade de renina. A ativação crônica do simpático, a longo tempo, contribui para o remodelamento cardíaco (hipertrofia) piorando os sintomas do paciente com IC. Por isso, é interessante usar como meio de terapêutica os betabloqueadores. Os betabloqueadores também contribuem para o remodelamento reverso cardíaco. Deve ser um medicamento usado com cautela, pois ele possui efeito depressor cardíaco, diminuindo o DC. Age no receptor B1; impede a produção de renina; são antagonistas do SNA simpático (impede remodelamento cardíaco) ***OBS: ativação crônica do SNA simpático e SRAA contribuem para fibrose, necrose e apoptose dos cardiomiócitos (remodelamento cardíaco). Remodelamento cardíaco é feito pelo SNA simpático e angiotensina II **OBS: B-bloqueadores também são antiarrítmicos e reduzem a mortalidade. Não são utilizados na ICC grave. Nitratos Atua na pré-carga. Causam venodilatação. Reduzem a mortalidade. Fármacos que atuam na Contratilidade Diuréticos: ajuda na eliminação do excesso de líquido - São fármacos que aumentam a contratilidade cardíaca: inotrópicos positivos (aumentam a força de contração). Digoxina (não é de 1ª linha, pois não reduz a mortalidade). Inotrópicos positivo - Mecanismo de ação: Aumenta a contratilidade cardíaca. Melhora a tolerância à atividade física e diminuição dos sintomas. Contudo, não apresenta diminuição da mortalidade, sendo essa a justificativa de não ser um fármaco de primeira escolha. Importante Digoxina: é o principal fármaco inotrópico positivo utilizado. Por ser inotrópico positivo, ele aumenta a força de contração cardíaca, resultando no aumento do volume sistólico e do DC. - Mecanismo de ação: inibe a bomba de sódio-potássio, sendo esse o seu alvo. Uma vez que ela inibe essa bomba, haverá o acúmulo do sódio intracelular. Sendo assim, o trocador NCX sódio-cálcio irá expulsar o sódio, de modo que, consequentemente, ele irá captar o cálcio, ou seja, havendo um acúmulo de cálcio dentro da célula. Então, o reticulo sarcoplasmático irá captar esse cálcio. Durante a contração, devido ao acúmulo de cálcio do RS, haverá maior cálcio disponível para aumentar a força de contração e, consequentemente, aumenta o DC. - Efeitos cardíacos: atua na eletrofisiologia do coração, sendo eles: 1. Redução da condução AV :. isso pode ser útil caso o paciente tenha fibrilação atrial associada à IC; 2. Aumento da condução His-Purkinge :. Pode desenvolver arritmias. - Como tratar a toxicidade digitálica? A digoxina possui uma janela terapêutica estreita, portanto, a dose terapêutica é muito próxima da dose tóxica. Então, caso ocorrer uma intoxicação, administra-se potássio que irá reduzir a afinidade da digoxina pela bomba sódio-potássio. Além disso, é possível usar anticorpos específicos para digoxina, os quais interagem à digoxina neutralizando-a.
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