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DISTÚRBIOS DO POTÁSSIO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS MINISTRO REIS VELLOSO MEDICINA HABILIDADES MÉDICAS II Daniela Mass Francisco Clezion Giovanna Stefanne Giordano Bruno Parnaíba-PI 2018 Dentre os distúrbios encontrados na prática clínica, os relacionados ao potássio são muito frequentes e, muitas vezes, constituem-se em emergência clínica. Cãibras Alterações cardíacas (fonte: Guyton) Cerca de 98% do potássio que temos está dentro das células. Apenas 2% está fora, e essa concentração de potássio no soro varia de 3,5 a 5,0 mEq/l. A concentração intracelular de potássio varia de 140 a 150mEq/1. Tecido muscular é o maior depósito de potássio. Distribuição do potássio Alterações da reserva corporal total: Fatores que controlam a distribuição transcelular Ph Insulina Aldosterona Agentes β2-Adrenérgicos Depleção (aumento das perdas ou redução da ingesta) ou retenção de potássio (sobrecarga de potássio ou diminuição das perdas renais). Hiperpotassemia hipopotassemia Hiperpotassemia ou HIPERCALEMIA Hiperpotassemia Definição: Concentração plasmática do íon potássio acima de 5,0 mEq/1. Etiologia Fonte: artigo 1 Diagnóstico/Manifestações Clínicas Manifestações clínicas: Ausência de sintomas → parada cardíaca Células excitáveis células miocárdicas e neuromusculares O diagnóstico é feito, quando encontramos concentração sérica acima de 5mEq/l. Atentar para: hipocalcemia, hiponatremia e acidose metabólica → piora hiperpotassemia; acidose metabólica X acidose respiratória; insuficiência renal aguda X insuficiência renal crônica; Uso de medicamentos? Digitálicos?; hiperpotassemia por síndrome do esmagamento, hipercatabolismo ou hemólise maciça + déficit de excreção insuficiência renal → considerar tratamento dialítico. Diagnóstico/Manifestações Clínicas Tratamento clínico alterações K+ ↔ Ca++/ Na+ aumenta a excreção renal de potássio. IRC ou IRA Edema pulmonar e hipocalcemia ↑ captação celular de K+ HipOpotassemia ou HIPOCALEMIA Hipopotassemia Potássio sérico abaixo de 3,5 mEq/l ; Ocorre devido a disfunção tubular, diminuição de ingestão, a absorção diminuída, a perda urinária aumentada e a transferência intra e extracelular do potássio sérico; Sinais e sintomas Declínio funcional do fluxo sanguíneo renal, mioglobinúria, poliúria, insuficiência renal; Anorexia, vômitos, fraqueza; Distensão abdominal, desaparecimento do peristaltismo e abolição de reflexos; Hipopotassemia Diagnóstico diferencial Avaliação do sistema renina-angiontensina-aldosterona; Hipertensão arterial; Pseudo-hipopotassemia As amostras de sangue com alta contagem de leucócitos (> 105 /ml), conservadas à temperatura ambiente, sofrem uma redução na concentração de potássio, devido a sua captação pelos leucócitos, que pode ser evitada, se houver separação imediata do soro ou do plasma, ou armazenamento do sangue a 4º C. Sangue 25°C 4°C Plasma Sangue Hipopotassemia secundária à redistribuição Alcalose: é a causa mais comum da redistribuição do íon. Está associada a grandes déficits, em torno de 200-500 mEq do íon, na alcalose metabólica, enquanto a alcalose respiratória induz pouco ou nenhum déficit. Excesso de insulina: a elevação da insulina sérica estimula a captação do potássio pelas células musculares e hepáticas. Agonistas ß2-adrenérgicos: durante o uso desses agentes ou no estresse, em que ocorre liberação de catecolaminas, que é fenômeno agudo e transitório, pode ocorrer hipopotassemia, com duração de 60 a 90 min. Em pacientes susceptíveis, pode ocorrer predisposição a arritmias. Hipopotassemia secundária à redistribuição Paralisia periódica hipocalêmica: distúrbio raro com transmissão autossômica dominante. Caracterizase por ataques recorrentes de paralisia flácida em tronco e membros, com duração de 6 a 24 h. Os pacientes com tireotoxicose parecem ser propensos ao desenvolvimento dessa síndrome reversível. Intoxicação por bário: a ingestão de sais de bário, solúveis em ácido, pode causar paralisia flácida hipocalêmica, por impedir o fluxo normal de potássio para fora das células,causando fraqueza muscular. Essa paralisia é caracterizada por vômitos, diarréia e precipitação de sais de bário (radiopaco) nos rins. Intoxicação por tolueno: causada pela inalação de cola e tintas em aerossóis. A hipopotassemia ocorre pela acidose tubular renal distal e pela redistribuição inadequada. Depleção de Potássio Perdas extra-renais: as causas mais comuns consistem na perda pelo trato gastrointestinal inferior, tais como diarréia de grande volume, drenagem copiosa de uma fístula, presença de adenoma viloso e abuso crônico de laxativos. Obs: A ingestão inadequada de potássio, isolada, representa causa pouco habitual de hipopotassemia, mas pode ser encontrada na anorexia nervosa e no idoso com dieta restrita de chá e torradas. - Excreção de potássio inferior a 20mEq/ dia, mas a concentração urinária de potássio pode fornecer um valor falso devido à poliúria. Pode-se utilizar a fração de excreção de potássio, fornecendo valores abaixo de 6% ou ainda a relação K (mEq)/ Creatinina (g) menor do que 20, para uma avaliação rápida. Depleção de Potássio Obs: Para uma boa avaliação, o paciente necessita estar euvolêmico e excretando mais de 100 mEq de sódio por dia, pois a queda da taxa de filtração glomerular e o aumento da reabsorção proximal de sódio e água, em pacientes hipovolêmicos, reduzem a caliurese. Perdas renais: excreção de mais de 20mEq/dia de potássio, acompanhada de hipopotassemia. A abordagem é feita, subdividindo os distúrbios em síndromes hipertensivas e normotensivas. Tratamento da Hipopotassemia/hipocalemia A reposição de potássio está indicada quando a concentração sérica está inferior a 3 mEq/l associado as manifestações clínicas. Deve ser diluída e administrada de forma lenta e gradual para não resultar em hipercalemia. NUNCA administrar Cloreto de potássio diretamente na veia, pois pode levar à óbito em instantes; Não deve ultrapassar 20 mEq/l; A preparação mais usada é KCl 19,1%, na qual, cada ml possui 2,5 mEq. A administração endovenosa deve ser preparada em uma solução de soro fisiológico 0,9%, com concentração final de 40 a 60 mEq/l e infundida em 6 h, se for usada veia periférica. Lembre-se: Cloreto de potássio é considerado uma droga de alta alerta! Recomenda-se que seja efetuada a dupla checagem. Siga rigorosamente o volume prescrito para diluição e a velocidade de infusão. Referências 1. DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO. Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS NEFROLÓGICAS 36: 325-337, abr./dez. 2003
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