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CURSO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA

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1 
 
2 
 
3 
 
A PAZ DO SENHOR JESUS SEJA CONVOSCO 
 
Estamos vivendo tempos de sede espiritual, onde heresias têm procurado se 
instalar no meio da Igreja. Não basta apenas termos talentos naturais ou 
compreensão das conseqüências das crises que o mundo atravessa. 
 
Precisamos, exercer influências com nosso testemunho perante os que 
dispomos a ensinar a Palavra de Deus. Esse treinamento compacto e objetivo 
da Teologia Sistemática é muito importante porque nos dará ampla visão da 
teologia Divina, atrairá futuros líderes ao aprendizado e criará um ambiente mais 
espiritual na nossa Igreja (Koinonia). Aprendizados errados geram desastres e 
resistência à Obra de Deus. 
 
Somente o correto de forma correta leva ao sucesso, na consciência e 
submissão ao Espírito Santo que rege a Igreja. Temos que combinar estratégias 
de ensino com o nosso caráter revelado em nossas vidas; devemos incentivar a 
confiança dos alunos na Escritura, com coerência e potencial. 
 
Temos capacidade, em Deus, de mudarmos o mundo, começando do mundo 
interior das consciências humanas dos alunos, que se tornarão futuros 
evangelizadores capacitados na Palavra de Deus. 
 
Não preguemos a verdade para ferirmos os outros ou para destruir, mas para 
ajudar e corrigir as almas, com amor, esperando que Deus lhes conceda o 
entendimento do Reino dos Céus. 
 
 
4 
 
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM RESPONSABILIDADE 
 
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM ORAÇÃO. 
 
A Palavra de Deus é discernida espiritualmente. Por isso, devemos orar pedindo 
a Deus que abra os nossos olhos para podermos ver as maravilhas de sua lei (1 
Co 2.14; Sl 119.18). Entender a Bíblia é uma virtude espiritual que somente 
Deus pode nos dar (Ef 1.17-19). A qualidade de nosso estudo teológico passa 
pela qualidade de nossa espiritualidade, que se manifesta numa vida de 
dependência de Deus pela oração. 
 
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM HUMILDADE. 
 
A Bíblia diz que ―Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos 
humildes‖ (1 Pe 5.5). À medida que aprendemos das Escrituras, devemos ter o 
cuidado de não nos orgulharmos, assumindo assim uma atitude de 
superioridade em relação àqueles que não conhecem o que temos estudado. 
Para evitar o orgulho, devemos associar o conhecimento ao amor (1 Co 8.1). 
 
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM A RAZÃO. 
 
Podemos e devemos usar nossa razão para estudar e tirar conclusões do 
estudo das Escrituras Sagradas, mas nunca fazer deduções que contradiga o 
que a própria Bíblia diz. Nossas conclusões lógicas podem muitas vezes ser 
errôneas, pois os pensamentos de Deus são mais altos que os nossos 
pensamentos (Isaias 55.8-9). A Bíblia é a essência da verdade, e todo o seu 
conteúdo é justo e permanente (Salmos 119.160). Toda conclusão lógica que 
5 
 
tivermos ao estudar teologia, deve estar em harmonia com toda a Bíblia. Caso 
contrário, nossa lógica está enganada, pois a Bíblia não se contradiz jamais. 
 
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM A AJUDA DE OUTROS. 
 
Deus estabeleceu mestres na igreja e seminários de teologia (1 Co 12.28). Isso 
significa que devemos ler livros escritos por teólogos e seminários preparados 
como o Seminário Gospel. Conversar com outros cristãos sobre teologia é 
também uma excelente maneira de conhecer mais sobre Deus. 
 
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COMPILANDO PASSAGENS BÍBLICAS. 
 
O uso de uma boa concordância bíblica nos ajudará a procurar palavras-chave 
sobre determinado assunto. Resumir versículos relevantes e estudar passagens 
difíceis também ajuda. É grande a alegria ao descobrir temas bíblicos. É a 
recompensa do próprio estudo. 
 
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM ALEGRIA. 
 
Não podemos estudar teologia de forma fria, pois ela trata do Deus vivo e de 
suas maravilhas. O estudo da Bíblia é uma maneira de amar a Deus de todo o 
coração (Dt 6.5), pois seus ensinamentos ―dão alegria ao coração‖, são grandes 
riquezas (Sl 19.8; 119.14). No estudo da teologia somos levados a dizer: ―Ó 
profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão 
insondáveis são os seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos! Quem 
conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Quem primeiro lhe 
6 
 
deu, para que ele o recompense? Pois dele, por ele e para ele são todas as 
coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém‖ (Rm 11.33-36). 
 
 
CURIOSIDADES BÍBLICAS: 
 
A palavra Bíblia vem do grego, através do latim, e significa: livros. 
 
Os primeiros materiais utilizados para as escrituras foram: a pedra, usada por 
Moisés para receber os dez mandamentos (Êxodo 24:12 e 34:1); o papiro, 
material extraído de uma planta aquática desse mesmo nome (Jó 8:11; Isaías 
18:2); de papiro deriva o termo papel (II João 12) e o pergaminho, pele de 
animais, curtida e preparada para escrita, usado a partir do início do século i, na 
Ásia menor (II Timóteo 4:13). 
 
A Bíblia inteira foi escrita num período que abrange mais de 1600 anos. 
 
A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo, em 
1452 em Mainz, Alemanha. 
 
A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748, a tradução foi feita a partir 
da vulgata latina e iniciou-se com d. diniz (1279-1325). 
 
A divisão em capítulos foi introduzida pelo professor universitário parisiense 
Stephen langton, em 1227, que viria a ser eleito bispo de cantuária pouco tempo 
depois. 
 
7 
 
A divisão em versículos foi introduzida em 1551, pelo impressor parisiense 
Robert Stephanus. Ambas as divisões tinham por objetivo facilitar a consulta e 
as citações bíblicas, e foi aceita por todos, incluindo os judeus; 
 
O versículo central da Bíblia é o Salmo 118:8, o qual divide a mesma ao meio. 
 
Os livros de Ester e cantares de Salomão não possuem a palavra ―Deus‖. 
 
A frase ―não temas‖, ocorre 365 vezes em toda a Bíblia, o que dá uma para cada 
dia do ano! 
 
Há 3573 promessas na Bíblia. 
 
O antigo testamento encerra citando a palavra ―maldição‖, o novo testamento 
encerra citando ―a graça de nosso Senhor Jesus Cristo‖. 
 
A Bíblia completa pode ser lida em 70 horas e 40 minutos, na cadência de leitura 
de púlpito. O antigo testamento leva 52 horas e 20 minutos. O novo testamento, 
18 horas e 20 minutos. Para ler a Bíblia toda em um ano basta ler 5 capítulos 
aos domingos e 3 nos demais dias da semana. 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
COMO PODEMOS SABER SE A BÍBLIA É INFALÍVEL? 
 
A PRÓPRIA BÍBLIA O AFIRMA: 
 
A Bíblia afirma em várias passagens acerca de si mesma que ela é a palavra de 
Deus e não contem erros (II Timóteo 3:16-17; II Pedro 1:20-21; Mateus 24:35) 
 
A expressão "assim diz o senhor" e equivalentes encontram-se cerca de 3.800 
vezes na Bíblia. 
 
Se alguma falha for encontrada na Bíblia, será sempre do lado humano, como 
tradução mal feita, grafia inexata, interpretação forçada, má compreensão de 
quem estuda, falsa aplicação quanto aos sentidos do texto, etc. saibamos refletir 
como Agostinho, que disse: ―num caso desse, deve haver erro do copista, que 
não consigo entender...‖ 
 
A BÍBLIA FAZ REFERÊNCIA A FATOS ATUAIS: 
 
A primeira citação da redondeza da terra é feita na Bíblia, e não por Galileu 
Galileu (Isaías 40: 22). 
 
O trânsito pesado e veloz, os cruzamentos e os faróis acesos aparecem 
descritos exatamente como são hoje (Naum 2:4). 
 
A mensagem através de "out-doors" é uma citação bíblica 
detalhada (Habacuque 2: 2). 
 
9 
 
A primeira referência a impressões digitais aparece no livro mais antigo da 
Bíblia (Jó 37:7). 
 
A UNIDADE DA BÍBLIA É UM MILAGRE:Unidade da Bíblia só pode ser explicada como um milagre. Há nela 66 livros, 
escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um período de 16 séculos. Esses 
homens tinham diferentes atividades e escreveram sob diferentes situações. 
 
Na maior parte dos casos não se conhecem e nada sabiam sobre o que já havia 
sido escrito pelos outros. Tudo isto somando num livro puramente humano daria 
uma babel indecifrável! 
 
A BÍBLIA TEM UM ÚNICO TEMA CENTRAL: 
 
É o Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo declara em Lucas 24: 27, 44 e João 5:39. 
Considerando Cristo como o tema central da Bíblia, os 66 livros apontam para 
Ele: 
 
Gênesis: Jesus é o descendente da mulher (3:15) 
Êxodo: é o cordeiro pascal (12:5-13) 
Levíticos: é o sacrifício expiatório (4:14,21) 
Números: é a rocha ferida (20:7-13) 
Deuteronômio: é o profeta (18:15) 
Josué: é o príncipe dos exércitos do senhor (5:14) 
Juízes: é o libertador (3:9) 
Rute: é o parente divino (3:12) 
10 
 
Reis e Crônicas: é o rei prometido (I Reis 4:34) 
Ester: é a providência divina (4:14) 
Jó: é o nosso redentor (19:25) 
Salmos: é o nosso socorro e alegria (46:1) 
Provérbios: é a sabedoria de Deus (8:22-36) 
Cantares: é o nosso amado (2:8) 
Eclesiastes: é o pregador perfeito (12:10) 
Profetas: é o messias prometido (Mateus 2:6) 
Evangelhos: é o salvador do mundo (João 3) 
Atos: é o cristo ressurgido (2:24) 
Epístolas: é a cabeça da igreja (Efésios 4:14) 
Apocalipse: é o alfa e o ômega (22:13) 
 
Podemos afirmar que a Bíblia é a palavra de Deus, nossa única regra de fé e 
prática e infalível, nenhuma de suas promessas jamais falhou e seguir suas 
orientações é garantia de sucesso em todas as áreas da vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
PRIMEIRO MÓDULO 
 
INTRODUÇÃO À TEOLOGIA SISTEMÁTICA 
 
A Teologia Sistemática é uma importante ferramenta em nos ajudar a 
compreender e ensinar a Bíblia de uma forma organizada. 
 
DEFINIÇÃO DE TEOLOGIA SISTEMÁTICA 
 
A palavra ―teologia‖ é derivada dos termos gregos theos, que significa ―Deus‖ 
e iogos, que significa ―palavra‖, ―discurso‖, ―tratado‖ ou ―estudo‖. A Teologia 
pode então ser conceituada, do modo mais simples, como ―a ciência do estudo 
de Deus‖. O seu campo é estendido não apenas à pessoa de Deus, mas 
também às Suas obras, de forma que ela tem sido chamada de ―o estudo de 
Deus e de sua relação para com o Universo‖,―Sistematizar‖, por sua vez, é 
―reduzir diversos elementos a um sistema‖ ou ―agrupar em um corpo de 
doutrina‖. Sistemático, portanto, é aquilo que segue um sistema, uma 
ordenação, um método. 
 
Quando se aplica o adjetivo a essa disciplina da enciclopédia teológica não se 
quer dizer que outras disciplinas (como a exegese ou a teologia bíblica) não 
seguem qualquer sistema, mas que é a Teologia Sistemática que procura 
oferecer a verdade acerca de Deus e sua obra, apresentada na Bíblia, como um 
todo, como um sistema unificado. 
 
Teologia Sistemática é qualquer estudo que responda à pergunta: ―O que a 
Bíblia toda nos ensina hoje?‖ sobre qualquer assunto. (John Frame, 
12 
 
Westminister Seminary, Escondido, Califórnia – EUA). Essa definição índica que 
Teologia Sistemática envolve coletar e compreender todas as passagens 
relevantes na Bíblia sobre vários assuntos e então resumir seus ensinos 
claramente de modo que conheçamos aquilo que cremos sobre cada assunto. 
 
OUTRAS DEFINIÇÕES DE TEOLOGIA 
 
ALEXANDER: 
 
A ciência de Deus. Um resumo da verdade religiosa cientificamente arranjada, 
ou uma coleção filosófica de todo o conhecimento religioso (W. Lindsay 
Alexander). 
 
CHAFER: 
 
Teologia sistemática pode ser definida como a coleção, cientificamente 
arrumada, comparada, exibida e defendida de todos os fatos de toda e qualquer 
fonte referentes a Deus e às Suas obras. Ela é temática porque segue uma 
forma de tese humanamente idealizada, e apresenta e verifica a verdade como 
verdade (Lewis Sperry Chafer). 
 
HODGE: 
 
A teologia sistemática tem por objetivo sistematizar os fatos da Bíblia, e 
averiguar os princípios ou verdades gerais que tais fatos envolvem (Charles 
Hodge). 
 
13 
 
THOMAS: 
A ciência é a expressão técnica das leis da natureza; a teologia é a expressão 
técnica da revelação de Deus. Faz parte da teologia examinar todos os fatos 
espirituais da revelação, calcular o seu valor e arranjá-los em um corpo de 
ensinamentos. A doutrina, assim, corresponde às generalizações da ciência (W. 
H. Griffith Thomas) 
 
STRONG: 
 
A ciência de Deus e dos relacionamentos de Deus com o universo (A. H. 
Strong). 
 
SHEDD: 
 
Uma ciência que se preocupa com o infinito e o finito, com Deus e o universo. O 
material, portanto, que abrange é mais vasto do que qualquer outra ciência. 
Também é a mais necessária de todas as ciências (W. G. T. Shedd). 
 
DEFINIÇÕES ERRADAS: 
 
Para definir teologia foram empregados alguns termos enganadores e 
injustificados. Já se declarou que ela é "a ciência da religião"; mas o termo 
religião de maneira nenhuma é um sinônimo da Pessoa de Deus e de toda a 
Sua obra. Da mesma forma já se disse que ela é "o tratamento científico 
daquelas verdades que se encontram na Bíblia; mas esta ciência, embora extrai 
porção maior do seu material das Escrituras, extrai também o seu material de 
toda e qualquer fonte. A teologia sistemática também tem sido definida como o 
14 
 
arranjo ordeiro da doutrina cristã; mas como o cristianismo representa apenas 
uma simples fração de todo o campo da verdade relativa à Pessoa de Deus e o 
Seu universo, esta definição não é adequada. 
 
OUTRAS AREAS DA TEOLOGIA ABORDADAS EM CURSOS DE 
BACHAREIS EM TEOLOGIA DO SEMINÁRIOGOSPEL.COM 
 
TEOLOGIA BÍBLICA: 
 
Investiga a verdade de Deus e o Seu universo no seu desenvolvimento 
divinamente ordenado e no seu ambiente histórico conforme nos apresentados 
diversos livros da Bíblia. A teologia bíblica é a exposição do conteúdo doutrinário 
e ético da Bíblia, conforme originalmente revelada. A teologia bíblica extrai o seu 
material exclusivamente da Bíblia, seu período compreende somente até o final 
da era apostólica. 
 
TEOLOGIA DOGMÁTICA: 
 
É a sistematização e defesa das doutrinas expressas nos símbolos da Igreja. 
Assim temos "Dogmática Cristã", por H. Martensen, com uma exposição e 
defesa da doutrina luterana; "Teologia Dogmática", por Wm. G. T. Shedd, como 
uma exposição da Confissão de Westminster e de outros símbolos 
presbiterianos; e "Teologia Sistemática", por Louis Berkhof, como uma 
exposição da teologia reformada. 
 
 
 
15 
 
TEOLOGIA EXEGÉTICA: 
 
 Estuda o Texto Sagrado e assuntos relacionados, através do estudo das 
línguas originais, da arqueologia bíblica, da hermenêutica bíblica e da teologia 
bíblica. 
 
TEOLOGIA HISTÓRICA: 
 
Considera o desenvolvimento histórico da doutrina, mas também investiga as 
variações sectárias e heréticas da verdade. Ela abrange história bíblica, história 
da igreja, história das missões, história da doutrina e história dos credos e 
confissões. A teologia histórica tem seu período compreendido desde a era 
apostólica até os dias atuais. 
 
TEOLOGIA NATURAL: 
 
Estuda fatos que se referem a Deus e Seu universo que se encontra revelado na 
natureza. 
 
TEOLOGIA PRÁTICA: 
 
Trata da aplicação da verdade aos corações dos homens trazidas pelos outros 
ramos da teologia, sobretudo a sistemática. Ela busca aplicar à vida prática os 
ensinamentos das outras teologias, para edificação, educação, e aprimoramento 
do serviço dos homens. Ela abrange os cursos dehomilética, administração da 
igreja, liderança liturgia, educação cristã e missões. 
 
16 
 
OBJETIVO DA TEOLOGIA 
 
 ―A coleção, o arranjo lógico, a comparação, a exposição e a defesa de todos os 
fatos de todas as fontes com respeito a Deus e Suas relações com o Universo‖ 
(Paul Davidson, Vol. I, p. 2). 
 
 ―O papel da Teologia como ciência não é criar fatos, mas descobri-los e 
apresentar a relação deles entre si. Os fatos com que lida a Teologia estão na 
Bíblia‖ (Paul Davidson, idem). 
 
LIMITAÇÕES AO CONHECIMENTO TEOLÓGICO 
 
Limitações da mente humana (Rm 11:33; 2 Pe 3:16); 
Limitações da linguagem humana (2 Co 12:4); 
Restrições colocadas pelo próprio Deus (Deuteronômio 29:29; Provérbios 25:2; 
Marcos 13:32; Jô 16:12; Atos 1:7). 
 
Para chegarmos à organização que temos hoje, foram necessários anos de 
estudos e combate às heresias. Após a era apostólica (morte dos apóstolos) 
surgiram figuras de muita importância no cenário cristão, os apologistas, 
estudiosos cristãos que defendiam a fé diante das heresias que surgiam em sua 
época, como Justino Mártir, Tertuliano, Irineu entre outros (100 – 451 d.c.). Essa 
apologética contribuiu em muito para a organização das doutrinas bíblicas como 
as temos hoje. 
 
 
 
17 
 
A NATUREZA DA DOUTRINA 
 
A Bíblia Sagrada dá grande relevância à doutrina, e afirma fornecer o material 
próprio para seu conteúdo. Ela é enfática em sua condenação contra o que é 
falso. Adverte contra as "doutrinas dos homens" (Cl. 2.22); contra a "doutrina 
dos fariseus" (Mt. 16.12); contra os "ensinos de demônios" (I Tim. 4.1); contra os 
que ensinam "doutrinas que são preceitos de homens" (Mc. 7.7); contra os que 
"são levados ao redor por todo vento de doutrina" (Ef.4.14). 
 
No entanto, se por um lado a Bíblia condena o falso profeta, por outro exorta e 
recomenda a verdadeira doutrina. Entre outras coisas para a doutrina que "da 
Escritura é... útil para o ensino" (2 Tim. 3.16). Portanto, nas Escrituras a doutrina 
é reputada como "boa" (I Tim. 4.6); "sã" (I Tim. 1.10); "segundo a piedade" (I 
Tim. 6.3); "de Deus" (Tt. 2.10), e "de Cristo" (II Jo.9). 
 
Para alguns cristãos, a palavra "doutrina" pode se mostrar um tanto 
ameaçadora. Ela evoca visões de crenças muito técnicas, difíceis e abstratas, 
talvez apresentadas de forma dogmática. Doutrina, entretanto, não é isso. 
 
A doutrina cristã é apenas a declaração das crenças mais fundamentais do 
cristão: crenças sobre a natureza de Deus; sobre sua ação; sobre nós, que 
somos suas criaturas; e sobre o que Deus fez para nos trazer à comunhão com 
ele. 
 
Longe de serem áridas ou abstratas, são as espécies mais importantes de verdades. São 
declarações sobre as questões fundamentais da vida, ou seja, quem sou eu? Qual é o 
sentido último do universo? Para onde vou? A doutrina cristã, portanto, constitui-se 
18 
 
das respostas que o cristão dá àquelas perguntas que todos os seres humanos 
fazem. 
 
A doutrina lida como verdades gerais ou atemporais sobre Deus e sobre o 
restante da realidade. Não é apenas um estudo de eventos históricos 
específicos tais como o que Deus fez, mas da própria natureza do Deus que 
atua na história. 
 
Crenças doutrinárias corretas são essenciais no relacionamento entre o cristão e 
Deus. Assim, por exemplo, o autor de Hebreus disse: ―De fato, sem fé é 
impossível agradar a Deus, portanto é necessário que aquele que se aproxima 
de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam" (Hb. 
11.6). 
 
Também importante para um relacionamento adequado com Deus é a crença na 
humanidade de Jesus; João escreveu: " Nisto reconheceis o Espírito de Deus: 
todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus" (I Jo 4.2). 
 
Paulo destacou a importância da crença na ressurreição de Cristo: " Se você 
confessar com a boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o 
ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, 
e com a boca se confessa para salvação" (Rom. 10.9,10,NIV). 
 
A IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA 
 
É comum em nossas igrejas, principalmente as pentecostais, existir um 
sentimento de negativismo em relação à teologia, certa vez ouvi um obreiro 
19 
 
dizer o seguinte: “eu não compro uma Bíblia de estudo porque contém teologia de 
homens”, Bíblias de estudo à parte, esta opinião equivocada tem contribuído para que o 
ensino teológico seja colocado à margem, talvez por um desconhecimento da teologia e 
seus efeitos na vida cristã individual e da igreja. A importância da teologia se dá em 
alguns aspectos: 
 
SATISFAZ A MENTE HUMANA 
 
Deus quando criou o homem, deu-lhe uma capacidade especial, o intelecto, a 
razão, ou raciocínio, é da mente humana querer entender o que está ao seu 
redor, o homem não concebe viver sem entender a vida, já dizia o filósofo 
Sócrates ―uma vida sem reflexão não merece ser vivida‖. A teologia como 
ciência humana, vem para tentar preencher a lacuna do entendimento humano 
acerca de Deus, fundamentando-se no que Ele revelou em sua Palavra, a Bíblia, 
que é a fonte primária da teologia (Mateus 22.37). 
 
AJUDA NA FORMAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO 
 
A teologia injeta em nosso intelecto um conhecimento sobre Deus que influi no 
desenvolvimento do nosso caráter cristão, moldando a nossa mente para tornar-
se parecida com a de Cristo, ter uma mente cristã é ver o mundo com a lente 
dos ensinamentos de Cristo. 
―Ter a mente cristã é compreender o mundo ao nosso redor, influenciados pela 
verdade de Deus, a ponto de, mesmo imperfeitamente, pensarmos os 
pensamentos de Deus a respeito de qualquer assunto: desde o salário digno de 
uma empregada doméstica que tem duas crianças para cuidar e alimentar até as 
implicações éticas da biogenética. Entre outras coisas, ter a mente cristã é 
20 
 
também fazer a análise de um filme ou de uma novela, à luz do ensino do evangelho.” (R. 
RAMOS, 2003, p. 20) 
 
SERVE PARA PUREZA E DEFESA DO CRISTIANISMO 
 
Ao longo da história da Igreja, surgiram, e ainda surgem muitas teorias, 
doutrinas, correntes, heresias e afins. Para que a igreja esteja preparada para 
combater isso e manter uma doutrina bíblica pura, sua teologia precisa estar 
fundamenta da Bíblia, alguns movimentos religiosos têm sua doutrina 
fundamentada em teorias que foram combatidas ainda pelos pais da igreja, a 
doutrina da trindade é um exemplo disso. 
 
CONTRIBUI PARA O AVANÇO DO EVANGELHO 
 
A Igreja avança de forma sadia quando compreende o significado do evangelho, 
sendo capaz de dar uma explicação inteligível da verdade a outrem. Os líderes 
da Igreja têm a responsabilidade de cuidar do desenvolvimento do rebanho (Ef. 
4.11-14). 
 
FUNDAMENTA A PRÁTICA CRISTÃ 
 
Para o cristão é imprescindível entender as escrituras para por em prática os 
seus mandamentos, a qualidade da nossa espiritualidade é proporcional à 
qualidade do nosso entendimento da Bíblia. 
 
 
 
21 
 
 
 
AS ESCRITURAS 
 
2 Timóteo 3.16,17 ―Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para 
ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem 
de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.‖ 
 
O termo ―Escritura‖, conforme se encontra em 2 Timóteo 3.16, refere-se 
principalmente aos escritos do Antigo Testamento(3.15). Há evidências, porém, 
de que escritos do Novo Testamento já eram considerados Escritura 
divinamente inspirada por volta do período em que Paulo escreveu 2 Timóteo 
(1Tm 5.18, cita Lc 10.7; 2Pe 3.15,16). Para nós, hoje, a Escritura refere-se aosescritos divinamente inspirados tanto do Antigo Testamento quanto do Novo 
Testamento. São (os escritos) a mensagem original de Deus para a 
humanidade, e o único testemunho infalível da graça salvífica de Deus para 
todas as pessoas. 
 
Paulo afirma que toda a Escritura é inspirada por Deus. A palavra ―inspirada‖ (gr. 
theopneustos) provém de duas palavras gregas: Theos, que significa ―Deus‖, e 
pneuo, que significa ―respirar‖. Sendo assim, ―inspirado‖ significa ―respirado por 
Deus‖. Toda a Escritura, portanto, é respirada por Deus; é a própria vida e 
Palavra de Deus. A Bíblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, não 
contém erro; sendo absolutamente verdadeira, fidedigna e infalível. Esta 
verdade permanece inabalável, não somente quando a Bíblia trata da salvação, 
dos valores éticos e da moral, como também está isenta de erro em tudo aquilo 
22 
 
que ela trata, inclusive a história e o cosmos cf. 2Pe 1.20,21; veja também a 
atitude do salmista para com as Escrituras no Salmos 119). 
 
Os escritores do Antigo Testamento estavam conscientes de que o que 
disseram ao povo e o que escreveram é a Palavra de Deus (ver Dt 18.18; 2Sm 
23.2). Repetidamente os profetas iniciavam suas mensagens com a expressão: 
―Assim diz o Senhor‖. 
 
Jesus também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em 
seus mínimos detalhes (Mateus 5.18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele 
disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo 5.19, 30,31; 7.16; 8.26). Ele 
falou da revelação divina ainda futura (a verdade revelada do restante do Novo 
Testamento), da parte do Espírito Santo através dos apóstolos (Jo 16.13; cf. 
14.16,17; 15.26,27). 
 
Negar a inspiração plenária das Sagradas Escrituras, portanto, é desprezar o 
testemunho fundamental de Jesus Cristo (Mateus 5.18; 15.3-6; Lc 16.17; 24.25-
27, 44,45; Jo 10.35), do Espírito Santo (Jo 15.26; 16.13; 1Co 2.12-13; 1Tm 4.1) 
e dos apóstolos (3.16; 2Pe 1.20,21). Além disso, limitar ou descartar a sua 
inerrância é depreciar sua autoridade divina. 
 
Na sua ação de inspirar os escritores pelo seu Espírito, Deus, sem violar a 
personalidade deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16; 
2Pe 1.20,21; ver 1Co 2.12,13 notas). 
 
23 
 
A inspirada Palavra de Deus é a expressão da sabedoria e do caráter de Deus e 
pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual através da fé em Cristo 
(Mateus 4.4; Jo 6.63; 2 Timóteo 3.15; 1Pe 2.2). 
 
As Sagradas Escrituras são o testemunho infalível e verdadeiro de Deus, na sua 
atividade salvífica a favor da humanidade, em Cristo Jesus. Por isso, as 
Escrituras são incomparáveis, eternamente completas e incomparavelmente 
obrigatórias. Nenhuma palavra de homens ou declarações de instituições 
religiosas igualam-se à autoridade delas. 
 
Qualquer doutrina, comentário, interpretação, explicação e tradição deve ser 
julgado e validado pelas palavras e mensagem das Sagradas Escrituras (ver Dt 
13.3). 
 
As Sagradas Escrituras como a Palavra de Deus devem ser recebidas, cridas e 
obedecidas como a autoridade suprema em todas as coisas pertencentes à vida 
e à piedade (Mateus 5.17-19; Jo 14.21; 15.10; 2 Timóteo 3.15,16; ver Êx 20.3). 
Na Igreja, a Bíblia deve ser a autoridade final em todas as questões de ensino, 
de repreensão, de correção, de doutrina e de instrução na justiça (2 Timóteo 
3.16,17). Ninguém pode submeter-se ao senhorio de Cristo sem estar submisso 
a Deus e à sua Palavra como a autoridade máxima (Jo 8.31,32, 37). 
 
Só podemos entender devidamente a Bíblia se estivermos em harmonia com o 
Espírito Santo. É Ele quem abre as nossas mentes para compreendermos o seu 
sentido, e quem dá testemunho em nosso interior da sua autoridade (ver 1Co 
2.12). 
 
24 
 
Devemos nos firmar na inspirada Palavra de Deus para vencer o poder do 
pecado, de Satanás e do mundo em nossas vidas (Mateus 4.4; Ef 6.12,17; Tg 
1.21). 
 
Todos devem amar, estimar e proteger as Escrituras como um tesouro, tendo-as 
como a única verdade de Deus para um mundo perdido e moribundo. Devemos 
manter puras as suas doutrinas, observando fielmente os seus ensinos, 
proclamando a sua mensagem salvífica, confiando-as a homens fiéis, e 
defendendo-as contra todos que procuram destruir ou distorcer suas verdades 
eternas (ver Fp 1.16; 2 Timóteo 1.13,14 notas; 2.2; Jd 3). Ninguém tem 
autoridade de acrescentar ou subtrair qualquer coisa da Escritura (ver Dt 4.2 
nota; Apocalipse 22.19 nota). 
 
Um fato final a ser observado aqui. A Bíblia é infalível na sua inspiração somente 
no texto original dos livros que lhe são inerentes. Logo, sempre que acharmos 
nas Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invés de pressupor que o 
escritor daquele texto bíblico cometeu um engano, devemos ter em mente três 
possibilidades no tocante a um tal suposto problema: 
 
(a) as cópias existentes do manuscrito bíblico original podem conter inexatidão; 
 
(b) as traduções atualmente existentes do texto bíblico grego ou hebraico podem 
conter falhas; ou 
 
(c) a nossa própria compreensão do texto bíblico pode ser incompleta ou 
incorreta. 
 
25 
 
A DOUTRINA DE DEUS 
 
DEFINIÇÕES BÍBLICAS: 
 
As expressões "Deus é Espírito" (Jo. 4: 24) e "Deus é Luz " ( I Jo.1:5), são 
expressões da natureza essencial de Deus, enquanto que a expressão "Deus é 
amor" ( I Jo. 4:7) é expressão de Sua personalidade. ( I Tm.6:16) 
 
DEFINIÇÃO CRISTÃ DO BREVE CATECISMO: 
 
Deus é um Espírito, infinito, eterno e imutável em Seu Ser, sabedoria, poder, 
santidade, justiça, bondade e verdade. 
 
DEFINIÇÃO FILOSÓFICA DE PLATÃO: 
 
Deus é o começo, o meio e o fim de todas as coisas. Ele é a mente ou razão 
suprema; a causa eficiente de todas as coisas; eterno, imutável, onisciente, 
onipotente; tudo permeia e tudo controla; é justo, santo, sábio e bom; o 
absolutamente perfeito, o começo de toda a verdade, a fonte de toda a lei e 
justiça, a origem de toda a ordem e beleza e, especialmente, a causa de todo o 
bem. 
 
DEFINIÇÃO COMBINADA: Deus é um espírito infinito e perfeito em quem todas 
as coisas têm sua origem, sustentação e fim (Jo. 4:24; Ne. 9:6; Apocalipse l:8; 
Is. 48:12; Apocalipse 1:17). 
 
 
26 
 
A EXISTÊNCIA DE DEUS 
 
TEORIAS SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS: 
 
ATEÍSMO: Nega a existência teórica e prática de Deus. 
DEÍSMO: Deus criou, mas se retirou e deixa a criação à sua própria sorte. Não 
interfere. 
PANTEÍSMO: Deus é uma força impessoal que está presente em tudo. 
TEÍSMO: Existe um Deus, vivo e pessoal, que criou e governa todas as coisas. 
 
Não se pode duvidar da existência de ateus práticos, visto que tanto a Escritura 
como a experiência a atestam. A respeito dos ímpios o Salmo 14.1 declara: ―Diz 
o insensato no seu coração: não há Deus‖ (Salmos 10.4b). E Paulo lembra aos 
Efésios que eles tinham estado anteriormente ―sem Deus no mundo‖, Efésios 
2.12. A experiência também dá abundante testemunho da presença deles no 
mundo. Eles não são necessariamente ímpios notórios aos olhos dos homens, 
mas podem pertencer aos assim chamados ―homens decentes do mundo‖, 
embora consideravelmente indiferentes para com as coisas espirituais. 
 
Tais pessoas muitas vezes têm a consciência do fato de que estão em 
desarmonia com Deus, tremem ao pensar em defrontá-lo e procuram esquecê-
lo. Parecem Ter um secreto prazer em exibir o seu ateísmo quando tudo vai 
bem, mas é sabido que dobram os seus joelhos em oração quando sua vida 
entra repentinamente em perigo. Na época presente, milhares desses ateus 
práticos pertencem à Associação Americana para o Progresso do Ateísmo.27 
 
Para nós a existência de Deus é a grande pressuposição da teologia. Não há 
sentido em falar-se do conhecimento de Deus, se não se admite que Deus 
existe. A pressuposição da teologia cristã é um tipo muito definido. A suposição 
não é apenas de que há alguma coisa, alguma idéia ou ideal, algum poder ou 
tendência com propósito, a que se possa aplicar o nome de Deus, mas que há 
um ser pessoal auto-consciente, auto-existente, que é a origem de todas as 
coisas e que transcende a criação inteira, mas ao mesmo tempo é imanente em 
cada parte da criação. 
 
Pode-se levantar a questão se esta suposição é razoável, questão que pode ser 
respondida na afirmativa. Não significa, contudo, que a existência de Deus é 
passível de uma demonstração lógica que não deixa lugar nenhum para dúvida; 
mas significa, sim, que, embora verdade da existência de Deus seja aceita pela 
fé, esta fé, se baseia numa informação confiável. 
 
Embora a teologia reformada considere a existência de Deus como 
pressuposição inteiramente razoável, não se arroga a capacidade de demonstrar 
isto por meio de uma argumentação racional. 
 
Dr. Kuyper fala como segue da tentativa de fazê-lo: ―A tentativa de provar a 
existência de Deus ou é inútil ou é um fracasso. É inútil se o pesquisador 
acredita que Deus recompensa aqueles que O procuram. É um fracasso se, se 
trata de uma tentativa de forçar, mediante argumentação, ao reconhecimento, 
num sentido lógico, uma pessoa que não tem esta pistis‖ 
 
 
 
28 
 
ACEITAR A EXISTENCIA DE DEUS PELA FÉ 
 
O Cristão aceita a verdade da existência de Deus pela fé. Mas esta fé não é 
uma fé cega, mas fé baseada em provas, e as provas se acham, primariamente, 
na Escritura como a Palavra de Deus inspirada, e, secundariamente, na 
revelação de Deus na natureza. A prova bíblica sobre este ponto não nos vem 
na forma de uma declaração explícita, e muito menos na forma de um 
argumento lógico. Nesse sentido a Bíblia não prova a existência de Deus. 
 
O que mais se aproxima de uma declaração talvez seja o que lemos em 
Hebreus 11:6 ―… é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que 
Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam‖. A Bíblia pressupõe a 
existência de Deus em sua declaração inicial, ―No principio criou Deus os céus e 
a terra‖. Ela não somente descreve a Deus como o Criador de todas as coisas, 
mas também como o Sustentador de todas as Suas criaturas. E como o 
Governador de indivíduos e nações. Ela testifica o fato de que Deus opera todas 
as coisas de acordo com o conselho da Sua vontade, e revela a gradativa 
realização do Seu grandioso propósito de redenção. 
 
O preparo para esta obra, especialmente na escolha e direção do povo de Israel 
na velha aliança, vê-se claramente no Velho Testamento, e a sua culminação 
inicial na Pessoa e Obra de Cristo ergue-se com grande clareza nas páginas do 
Novo testamento. Vê-se Deus em quase todas as páginas da Escritura Sagrada 
em que Ele se revela em palavras e atos. Esta revelação de Deus constitui a 
base da nossa fé na existência de Deus, e a torna uma fé inteiramente razoável. 
 
29 
 
Deve-se notar, contudo, que é somente pela fé que aceitamos a revelação de 
Deus e que obtemos uma real compreensão do seu conteúdo. Disse Jesus, ―Se 
alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é 
de Deus ou se eu falo por mim mesmo‖, João 7.17. É este conhecimento 
intensivo, resultante de íntima comunhão com Deus, que Oséias tem em mente 
quando diz, ―Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor‖, Oséias 6.3. 
 
O incrédulo não tem nenhuma real compreensão da palavra de Deus. As 
palavras de Paulo são pertinentes nesta conexão: ―Onde está o sábio? Onde o 
escriba? Onde o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a 
sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o 
conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem, pela 
loucura da pregação‖, 1 Coríntios 1.20, 21. 
 
 
PROVAS RACIONAIS DA EXISTÊNCIA DE DEUS. 
 
No transcurso do tempo foram elaborados alguns argumentos em favor da 
existência de Deus. Acharam ponto de apoio na teologia, especialmente pela 
influência de Wolff. Alguns deles já tinham sido sugeridos, em essência, por 
Platão e Aristóteles, e outros foram acrescentados modernamente por 
estudiosos da filosofia da religião. Somente os mais comuns podem ser 
apresentados aqui. 
 
O ARGUMENTO ONTOLÓGICO. 
 
30 
 
Este argumento foi apresentado em várias formas por Anselmo, Descartes, 
Samuel Clark, e outros. Foi apresentado em sua mais perfeita forma por 
Anselmo. Este argumenta que o homem tem a idéia de um ser absolutamente 
perfeito; que a existência é atributo de perfeição; e que, portanto, um ser 
absolutamente perfeito tem que existir. Mas é evidente que não podemos tirar 
uma conclusão quanto à existência real partindo de um pensamento abstrato. 
 
O fato de que temos uma idéia de Deus ainda não prova a Sua existência 
objetiva. Além disto, este argumento pressupõe tacitamente como já existente 
na mente humana o próprio conhecimento da existência de Deus que teria que 
derivar de uma demonstração lógica. Kant declarou, com ênfase, insustentável 
este argumento, mas Hegel o aclamou como um grande argumento em favor da 
existência de Deus. Alguns idealistas modernos sugeriram que ele poderia ser 
proposto de forma um tanto diferente, como a que Hocking chamou, ―O registro 
da experiência‖. Em virtude podemos dizer: ―Tenho idéia de Deus: portanto, 
tenho experiência de Deus‖. 
 
O ARGUMENTO COSMOLÓGICO. 
 
Este argumento tem aparecido em diversas formas. Em geral se apresenta 
como segue: Cada coisa existente no mundo tem que ter uma causa adequada; 
sendo assim, o universo também tem que ter uma causa adequada, isto é, uma 
causa indefinidamente grande. Contudo, o argumento não produz convicção, em 
geral. Hume questionou a própria lei de causa e efeito, e Kant assinalou que, se 
tudo que existe tem uma causa adequada, isto se aplica também a Deus, e, 
assim, somos suposição de que o cosmo teve uma causa única, uma causa 
pessoal e absoluta, e, portanto, não prova a existência de Deus. Esta dificuldade 
31 
 
levou a uma construção ligeiramente diversa do argumento como, por exemplo, 
a que B.P.Bowne fez. 
 
O universo material aparece como sistema interativo e, portanto, como uma 
unidade que consiste de várias partes. Daí, deve haver um Agente Integrante 
que veicule a interação das várias partes ou constitua a base dinâmica da 
existência delas. 
 
O ARGUMENTO TELEOLÓGICO. 
 
Este argumento também é causal e, na verdade, é apenas uma extensão do 
imediatamente anterior. Pode ser exposto da seguinte forma: Em toda parte o 
mundo revela inteligência, ordem, harmonia e propósito, e assim implica a 
existência de um ser inteligente e com propósito, apropriado para a produção de 
um mundo como este. Kant considera este argumento o melhor dos três que 
mencionamos, mas alega que ele não prova a existência de Deus, nem de um 
criador, mas somente a de um grande arquiteto que modelou o mundo. 
 
É superior ao argumento cosmológico no sentido de que explicita aquilo que não 
é firmado no anterior, a saber, que o mundo contém evidências de inteligência e 
propósito. Não se segue necessariamente que este ser é o Criador do mundo. 
―A prova teológica‖. Diz Wright. ―indica apenas a provável existência de uma 
mente que, ao menos em considerável medida, controla o processo do mundo, 
suficiente para explicar a quantidade de teleologia que nele transparece‖. Hegel 
considerava este argumento válido,mas o tratava como um argumento 
subordinado. Os teólogos sociais dos nossos dias rejeitam-no, juntamente com 
todos os outros argumentos, como puro refugo, mas os neoteístas o aceitam. 
32 
 
O ARGUMENTO MORAL. 
 
Como os outros argumentos, este também assumiu diferentes formas. Kant 
tomou seu ponto de partida no imperativo categórico, e deste deferiu a 
existência de alguém que, como legislador e juiz, tem absoluto direito de 
dominar o homem. Em sua opinião, este argumento é muito superior a qualquer 
dos outros. É o argumento em que se apóia principalmente, em sua tentativa de 
provar a existência de Deus. 
 
Esta pode ser uma das razões pelas quais este argumento é mais geralmente 
reconhecido do que qualquer outro, embora nem sempre com a mesma 
formulação. Alguns argumentam baseados na desigualdade muitas vezes 
observada entre a conduta moral dos homens e a prosperidade que eles gozam 
na vida presente, e acham que isso requer um ajustamento no futuro que, por 
sua vez, exige um árbitro justo. A teologia moderna também o usa amplamente, 
em especial na forma de que o reconhecimento que o homem tem do Sumo 
Bem e a sua busca de uma ideal moral exigem e necessitam a existência de um 
ser santo e justo, não torna obrigatória a crença em um Deus, em um Criador ou 
em um Ser de infinitas perfeições. 
 
O ARGUMENTO HISTÓRICO OU ETNOLÓGICO. 
 
Em geral este argumento toma a seguinte forma: Entre todos os povos e tribos 
da terra há um sentimento religioso que se revela em cultos exteriores. Visto que 
o fenômeno é universal, deve pertencer à própria natureza do homem. E se a 
natureza do homem naturalmente leva ao culto religioso, isto só pode achar sua 
explicação num ser superior que constituiu o homem um ser religioso. Todavia, 
33 
 
em resposta a este argumento, pode-se dizer que este fenômeno universal pode 
ter-se originado num erro ou numa compreensão errônea de um dos primitivos 
progenitores da raça humana, e que o culto religioso referido aparece com mais 
vigor entre as raças primitivas e desaparece à medida que elas se tornam 
civilizadas. 
 
Ao avaliar estes argumentos racionais, deve-se assinalar antes de tudo que os 
crentes não precisam deles. Sua convicção a respeito da existência de Deus 
não depende deles, mas, sim, da confiante aceitação da auto-revelação de Deus 
na Escritura. Se muitos em nossos dias estão querendo firmar sua fé na 
existência de Deus nesses argumentos racionais, isto se deve em grande 
medida ao fato de que eles se negam a aceitar o testemunho da palavra de 
Deus. Além disso, ao usar estes argumentos na tentativa de convencer pessoas 
incrédulas, será bom ter em mente que de nenhum que nenhum deles se pode 
dizer que transmite convicção absoluta. 
 
Ninguém fez mais para desacreditá-los que Kant. Desde o tempo dele, muitos 
filósofos e teólogos os têm descartado como completamente inúteis, mas hoje 
os referidos argumentos estão recuperando apoio e o seu número está 
crescendo. E o fato de que em nossos dias tanta gente acha neles indicações 
satisfatórias da existência de Deus, parece indicar que eles não são inteiramente 
vazios de valor. Têm algum valor para os próprios crentes, mas devem ser 
denominados testimonia, e não argumentos. 
 
Eles são importantes como interpretações da revelação geral de Deus e como 
elementos que demonstram o caráter razoável da fé em um ser divino. Além 
disso. Podem prestar algum serviço na confrontação com os adversários. 
34 
 
Embora não provem a existência de Deus além da possibilidade de dúvida e a 
ponto de obrigar o assentimento, podem ser elaborados de maneira que 
estabeleçam uma forte probabilidade e, por isso, poderão silenciar muitos 
incrédulos. 
 
CONCLUSÃO: 
 
Nada podemos saber de Deus, se Ele mesmo não quiser revelar. Todo nosso 
conhecimento de Deus é derivado de sua auto-revelação na natureza e nas 
escrituras sagradas, precisamos de um relacionamento pessoal intimo com ELE. 
 
ESSÊNCIA, NATUREZA DE DEUS: 
 
Quando falamos em essência de Deus, queremos significar tudo o que é 
essencial ao Seu Ser como Deus, isto é, substância e atributos. 
 
SUBSTÂNCIA DE DEUS: 
 
Há duas substâncias: matéria e espírito. 
Deus é uma substância simples: A substância de Deus é puro espírito, sem 
mistura com a matéria (Jo.4:24). 
 
ATRIBUTOS DE DEUS: 
 
Sua substância é Espírito e Seus atributos são as qualidades ou propriedades 
dessa substância. Atributos é a manifestação do Ser de Deus. 
 
 
35 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATRIBUTOS: 
 
NATURAIS E MORAIS: 
 
Também chamados de "intransitivos e transitivos", "incomunicáveis e 
comunicáveis", "absolutos e relativos", "negativos e positivos" ou "imanentes e 
emanentes". 
 
 
 
ATRIBUTOS NATURAIS: 
 
VIDA: 
 
Deus tem vida; Ele ouve, vê, sente e age, portanto é um Ser vivo (Jo.10:10; 
Salmos94:9,l0; IICr.16:9; At.14:15; ITs.1:9). Quando a Bíblia fala do olho, do 
ouvido, da mão de Deus, etc., fala metaforicamente. A isto se dá o nome de 
antropomorfismo. Deus é vida (Jo.5:26; 14:26) e o princípio de vida 
(At.17:25,28). 
 
ESPIRITUALIDADE: 
 
Deus, sendo Espírito, é incorpóreo, invisível, sem substância material, sem 
partes ou paixões físicas e, portanto, é livre de todas as limitações temporais 
(Jo.4:24; Dt.4:15-19,23; Hb.12:9; Is.40:25; Lc.24:39; Cl.1:15; ITm.1:17; IICo.3:17) 
 
 
36 
 
PERSONALIDADE: 
 
Existência dotada de auto-consciência e auto-determinação (Ex.3:14; Is.46:11). 
a) Volição ou vontade = querer (Is.46:10; Ap. 4:11). 
b) Razão ou intelecto = pensar (Is.14:24; Salmos92:5; Is.55:8). 
c) Emoção ou sensibilidade = sentir (Gêneses 6:6, IRs.11:9, Dt.6:15; Provérbios 
.6:16; Tg.4:5) 
 
TRI-UNIDADE: 
 
UNIDADE DE SER: 
 
Há no Ser divino apenas uma essência indivisível. Deus é um em sua natureza 
constitucional. A palavra hebraica que significa um no sentido absoluto é 
yacheed (Gêneses 22:2), isto é, uma unidade numérica simples. Essa palavra 
não é empregada para expressar a unidade da divindade. A unidade da 
divindade é ensinada nas palavras de Jesus: Eu e o Pai somos um. (Jo.10:30). 
Jesus está falando da unidade da essência e não de unidade de propósito. 
(Jo.17:11,21-23, IJo.5:7) 
 
TRINDADE DE PERSONALIDADE: 
 
Há três Pessoas no Ser divino: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A palavra 
hebraica que significa um no sentido de único é echad que se refere a uma 
unidade composta. Esta palavra é empregada para expressar a unidade da 
divindade. Esta palavra é usada em Dt.6:4; Gêneses 2:24 e Zc.14:9 (Veja 
37 
 
também Dt.4:35;32:39; ICr.29:1; Is.43:10;44:6;45:5; IRs.8:60; Mc.10:9;12:29; 
ICo.8:5,6; ITm.2:5; Tg.2:19; Jo.17:3; Gl.3:20; Ef.4:6). 
 
ELOHIM: 
 
Este nome está no plural e não concorda com o verbo no singular quando 
designativo de Deus (Gêneses 1:26;3:22; 11:6,7;20:13;48:15; Is.6:8) 
 
HÁ DISTINÇÃO DE PESSOAS NA DIVINDADE: 
 
Algumas passagens mostram uma das Pessoas divinas se referindo à outra 
(Gêneses 19:24; Os.1:7; Zc.3:1,2; IITm.1:18; Salmos110:1; Hb.1:9). 
 
AUTO EXISTÊNCIA 
 
Jerônimo disse: Deus é a origem de Si mesmo e a causa de Sua própria 
substância. Jerônimo estava errado, pois Deus não tem causa de existência, 
pois não criou a Si mesmo e não foi causado por outra coisa ou por Si mesmo; 
Ele nunca teve início. 
 
Ele é o Eterno EU SOU (Ex.3:14), portanto Deus é absolutamente independente 
de tudo fora de Si mesmo para a continuidade e perpetuidade de Seu Ser. Deus 
é a razão de sua própria existência (Jo.5:26; At.17:24-28; ITm.6:15,16). 
 
 
 
 
38INFINIDADE OU PERFEIÇÃO 
 
É o atributo pelo qual Deus é isento de toda e qualquer limitação em seu Ser e 
em seus atributos (Jó.11:7-10; Mt.5:48). A infinidade de Deus se contrasta com o 
mundo finito em sua relação tempo-espaço. 
 
ETERNIDADE 
 
A infinidade de Deus em relação ao tempo é denominada eternidade. Deus é 
Eterno (Salmos 90:2; 102:12,24-27; Salmos 93:2; Ap.1:8; Dt.33:27; Hb.1:12). A 
eternidade de Deus não significa apenas duração prolongada, para frente e para 
traz, mas sim que Deus transcende a todas as limitações temporais (IIPe.3:8) 
existentes em sucessões de tempo. Deus preenche o tempo. Nossa vida se 
divide em passado, presente e futuro. mas não há essa divisão na vida de Deus. 
Ele é o Eterno EU SOU. Deus é elevado acima de todos os limites temporais e 
de toda a sucessão de momentos, e tem a totalidade de sua existência num 
único presente indivisível (Is.57:15). 
 
IMENSIDÃO 
 
A infinidade de Deus em relação ao espaço é denominada imensidão ou 
imensidade. Deus é imenso (Grande ou Majestoso; Jó.36:5,26; Jó.37:22,23; 
Jr.22:18; Salmos145:3). Imensidão é a perfeição de Deus pela qual Ele 
transcende (ultrapassa) todas as limitações espaciais e, contudo está presente 
em todos os pontos do espaço com todo o seu Ser PESSOAL (não é 
panteísmo). 
 
39 
 
A imensidão de Deus é intensiva e não extensiva, isto é, não significa extensão 
ilimitada no espaço, como no panteísmo. A imensidão de Deus é transcendente 
no espaço (intramundano ou imanente = dentro do mundo – Salmos 139:7-12; 
Jr.23:23,24) e fora do espaço (supramundano = acima do mundo; extramundano 
= além do mundo; emanente = fora do mundo - IRs.8:27; Is.57:15). 
 
ONIPRESENÇA: 
 
É quase sinônimo de imensidão: A imensidade denota a transcendência no 
espaço enquanto que a onipresença denota a imanência no espaço. Deus é 
imanente em todas as Suas criaturas e em toda a criação. A imanência não 
deve ser confundida com o panteísmo (tudo é Deus) ou com o deísmo que 
ensina que Deus está presente no mundo apenas com seu poder (per 
portentiam) e não com a essência e natureza de ser Ser (per essentiam et 
naturam) e que age sobre o mundo à distância. 
 
Deus ocupa o espaço repletivamente porque preenche todo o espaço e não está 
ausente em nenhuma parte dele, mas tampouco está mais presente numa parte 
que noutra (Salmos 139:11,12). Deus ocupa o espaço variavelmente porque Ele 
não habita na terra do mesmo modo que habita no céu, nem nos animais como 
habita nos homens, nem nos ímpios como habita nos piedosos, nem na igreja 
como habita em Cristo (Is.66:1; At.17:27,28; Compare Ef.1:23 com Cl.2:9). 
 
IMUTABILIDADE: 
 
É o atributo pelo qual não encontramos nenhuma mudança em Deus, em sua 
natureza, em seus atributos e em seu conselho. 
40 
 
 
A "BASE" PARA A IMUTABILIDADE DE DEUS: 
 
É Sua simplicidade, eternidade, auto-existência e perfeição. Simplicidade porque 
sendo Deus uma substância simples, indivisível, sem mistura, não está sujeito a 
variação (Tg.1:17). Eternidade porque Deus não está sujeito às variações e 
circunstâncias do tempo, por isso Ele não muda (Salmos 102:26,27; Hb.1:12 e 
13:8). Auto-existência porque uma vez que Deus não é causado, mas existe em 
Si mesmo, então Ele tem que existir da forma como existe, portanto sempre o 
mesmo (Ex.3:14). E perfeição porque toda mudança tem que ser para melhor ou 
pior e sendo Deus absolutamente perfeito jamais poderá ser mais sábio, mais 
santo, mais justo, mais misericordioso, e nem menos. Por isso Deus é imutável 
como a rocha (Dt.32:4). 
 
IMUTABILIDADE NÃO SIGNIFICA IMOBILIDADE: 
 
Nosso Deus é um Deus de ação (Is.43:13). 
 
IMUTABILIDADE IMPLICA EM NÃO ARREPENDIMENTO: 
 
Alguns versículos falam de Deus como se Ele se arrependesse (Ex.32:14, 
IISm.24:16, Jr.18:8; Jl.2:13). Trata-se de antropomorfismo (Nm.23:19; Rm.11:29; 
ISm.15:29; Salmos110:4). 
 
IMUTABILIDADE DE DEUS EM SUA NATUREZA: 
Deus é perfeito em sua natureza por isso não muda nem para melhor nem para 
pior (Ml.3:6). 
41 
 
 
IMUTABILIDADE DE DEUS EM SEUS ATRIBUTOS: 
 
Deus é imutável em suas promessas (IRs.8:56; IICo.1:20); em sua misericórdia 
(Salmos103:17; Is.54:10); em sua justiça (Ez.8:18); em seu amor (Gêneses 
18:25,26). 
 
IMUTABILIDADE DE DEUS EM SEU CONSELHO: 
 
Deus planejou os fatos conforme a sua vontade e decretou que este plano seja 
concretizado. Nada poderá se opor à sua vontade. O próprio Deus jamais 
mudará de opinião, mas fará conforme seu plano predeterminado (Is.46:9,10; 
Salmos33:11; Hb.6:17). 
 
ONISCIÊNCIA 
 
Atributo pelo qual Deus, de maneira inteiramente única, conhece-se a Si próprio 
e a todas as coisas possíveis e reais num só ato eterno e simples. O 
conhecimento de Deus tem suas características: 
 
É ARQUÉTIPO: 
 
Deus conhece o universo como ele existe em Sua própria idéia anterior à sua 
existência como realidade finita no tempo e no espaço; e este conhecimento não 
é obtido de fora, como o nosso (Rm.11:33,34). 
 
 
42 
 
É INATO E IMEDIATO: 
 
Não resulta de observação ou de processo de raciocínio (Jó.37:16) 
 
É SIMULTÂNEO: 
 
Não é sucessivo, pois Deus conhece as coisas de uma vez em sua totalidade, e 
não de forma fragmentada uma após outra (Is. 40:28). 
 
É COMPLETO: 
 
Deus não conhece apenas parcialmente, mas plenamente consciente (Salmos 
147:5). 
 
CONHECIMENTO NECESSÁRIO: 
 
Conhecimento que Deus tem de Si mesmo e de todas as coisas possíveis, um 
conhecimento que repousa na consciência de sua onipotência. É chamado 
necessário porque não é determinado por uma ação da vontade divina. 
 
Por exemplo: O conhecimento do mal é um conhecimento necessário porque 
não é da vontade de Deus que o mal lhe seja conhecido (Hc.1:13) Deus não 
pode nem quer ver o mal, mas o conhece, não por experiência, que envolve uma 
ação de Sua vontade, mas sim por simples inteligência, por ser ato do intelecto 
divino (veja II Co.5:21 onde o termo grego ginosko é usado). 
 
 
43 
 
CONHECIMENTO LIVRE: 
 
É aquele que Deus tem de todas as coisas reais, isto é, das coisas que existiram 
no passado, que existem no presente e existirão no futuro. É também chamado 
visionis, isto é, conhecimento de vista. 
 
 
PRESCIÊNCIA: 
 
Significa conhecimento prévio; conhecimento de antemão. Como Deus pode 
conhecer previamente as ações livres dos homens? Deus decretou todas as 
coisas, e as decretou com suas causas e condições na exata ordem em que 
ocorrem, portanto sua presciência de coisas contingentes (ISm.23:12; 
IIRs.13:19; Jr.38:17-20; Ez.3:6 e Mt.11:21) apoia-se em seu decreto. 
 
Deus não originou o mal mas o conheceu nas ações livres do homem 
(conhecimento necessário), o decretou e preconheceu os homens. Portanto a 
ordem é: conhecimento necessário, decreto, presciência. A presciência de Deus 
é muito mais do que saber o que vai acontecer no futuro, e seu uso no N.T. é 
empregado como na LXX que inclui Sua escolha efetiva (Nm.16:5; Jz.9:6; 
Am.3:2). 
 
Veja Rm.8:29; IPe.1:2; Gl.4:9. Como se processou o conhecimento necessário 
de Deus nas livres ações dos homens antes mesmo que Ele as decretasse? A 
liberdade humana não é uma coisa inteiramente indeterminada, solta no ar, que 
pende numa ou noutra direção, mas é determinada por nossas próprias 
considerações intelectuais e caráter (lubentia rationalis = auto-determinação 
44 
 
racional). Liberdade não é arbitrariedade e em toda ação racional há um porquê, 
uma razão que decide a ação. 
 
Portanto o homem verdadeiramente livre não é o homem incertoe imprevisível, 
mas o homem seguro. A liberdade tem suas leis - leis espirituais - e a Mente 
Onisciente sabe quais são (Jo.2:24,25). Em resumo, a presciência é um 
conhecimento livre (scientia libera) e, logicamente procede do decreto, 
"...segundo o decreto sua vontade" (Ef.1:11). 
 
SABEDORIA: 
 
A sabedoria de Deus é a Sua inteligência como manifestada na adaptação de 
meios e fins. Deus sempre busca os melhores fins e os melhores meios 
possíveis para a consecução dos seus propósitos. H.B. Smith define a sabedoria 
de Deus como o Seu atributo através do qual Ele produz os melhores resultados 
possíveis com os melhores meios possíveis. 
 
Uma definição ainda melhor há de incluir a glorificação de Deus: Sabedoria é a 
perfeição de Deus pela qual Ele aplica o seu conhecimento à consecução dos 
seus fins de um modo que o glorifica o máximo (Rm.ll:33-36; Ef.1:11,12; 
Cl.1:16). Encontramos a sabedoria de Deus na criação (Salmos19:1-7; 
Salmos104), na redenção (ICo.2:7; Ef.3:10) . A sabedoria é personificada na 
Pessoa do Senhor Jesus ( Provérbios .8 e ICo.1:30; Jó.9:4; veja também Jó 
12:13,16). 
 
 
 
45 
 
ONIPOTÊNCIA 
 
É o atributo pelo qual encontramos em Deus o poder ilimitado para fazer 
qualquer coisa que Ele queira. 
 
A onipotência de Deus não significa o exercício para fazer aquilo que é 
incoerente com a natureza das coisas, como, por exemplo, fazer que um fato do 
passado não tenha acontecido, ou traçar entre dois pontos uma linha mais curta 
do que uma reta. Deus possui todo o poder que é coerente com Sua perfeição 
infinita, todo o poder para fazer tudo aquilo que é digno dEle. O poder de Deus é 
distinguido de duas maneiras: 
 
Potentia Dei absoluta = absoluto poder de Deus 
Potentia Dei ordinata = poder ordenado de Deus. 
 
- HODGE E SHEDD 
 
Definem o poder absoluto de Deus como a eficiência divina, exercida sem a 
intervenção de causas secundárias, e o poder ordenado como a eficiência de 
Deus, exercida pela ordenada operação de causas secundárias. 
 
- CHANOCK 
 
Define o poder absoluto como aquele pelo qual Deus é capaz de fazer o que Ele 
não fará, mas que tem possibilidade de ser feito, e o poder ordenado como o 
poder pelo qual Deus faz o que decretou fazer, isto é, o que Ele ordenou ou 
46 
 
marcou para ser posto em exercício; os quais não são poderes distintos, mas 
um e o mesmo poder. 
 
O seu poder ordenado é parte do seu poder absoluto, pois se Ele não tivesse 
poder para fazer tudo que pudesse desejar, não teria poder para fazer tudo o 
que Ele deseja. Podemos, portanto, definir o poder ordenado de Deus como a 
perfeição pela qual Ele, mediante o simples exercício de Sua vontade, pode 
realizar tudo quanto está presente em Sua vontade ou conselho. 
 
E' óbvio, porém, que Deus pode realizar coisas que a Sua vontade não desejou 
realizar (Gêneses 18:14; Jr.32:27; Zc.8:6; Mt.3:9; Mt.26:53). Entretanto há 
muitas coisas que Deus não pode realizar: Ele não pode mentir, pecar, mudar ou 
negar-se a Si mesmo (Nm.23:19; ISm.15:29; IITm.2:13; Hb.6:18; Tg.1:13,17; 
Hb.1:13; Tt.1:3), isto porque não há poder absoluto em Deus, divorciado de Sua 
perfeições, e em virtude do qual Ele pudesse fazer todo tipo de coisas 
contraditórias entre Si (Jó.11:7). Deus faz somente aquilo que quer fazer 
(Salmos115:3; Salmos135:6). 
 
EL-SHADDAI: 
 
A onipotência de Deus se expressa no nome hebraico El-Shaddai traduzido por 
Todo-Poderoso (Gêneses 17:1; Ex.6:3; Jó.37:23 etc). 
 
EM TODAS AS COISAS: 
 
A onipotência de Deus abrange todas as coisas (ICr.29:12), o domínio sobre a 
natureza (Salmos107:25-29; Na.1:5,6; Salmos33:6-9; Is.40:26; Mt.8:27; Jr.32:17; 
47 
 
Rm.1:20), o domínio sobre a experiência humana (Salmos91:1; Dn.4:19-37; 
Ex.7:1-5; Tg.4:12-15; Provérbios .21:1; Jó.9:12; Mt.19:26; Lc.1:37), o domínio 
sobre as regiões celestiais (Dn.4:35; Hb.1:13,14; Jó.1:12; Jó 2:6). 
 
NA CRIAÇÃO, NA PROVIDÊNCIA E NA REDENÇÃO: 
 
Deus manifestou o seu poder na criação (Rm.4:17; Is.44:24), nas obras da 
providência (ICr.29:11,12) e na redenção (Rm.1:16; ICo.1:24). 
 
SOBERANIA OU SUPREMACIA 
 
Atributo pelo qual Deus possui completa autoridade sobre todas as coisas 
criadas, determinando-lhe o fim que desejar (Gêneses 14:19; Ne.9:6; Ex.18:11; 
Dt.10:14,17; ICr.29:11; IICr.20:6; Jr.27:5; At.17:24-26; Jd.4; Salmos22:28; 
47:2,3,8; 50:10-12; 95:3-5; 135:5; 145:11-13; Ap.19:6). 
 
VONTADE OU AUTO-DETERMINAÇÃO: 
 
A perfeição de Deus pela qual Ele, num ato sumamente simples, dirige-se à Si 
mesmo como o Sumo Bem (deleita-se em Si mesmo como tal) e às Suas 
criaturas por amor do Seu nome (Is.48:9,11,14; Ez.20:9,14,22,44; Ez.36:21-23). 
A vontade de Deus recebe variadas classificações, pois à ela são aplicadas 
diferentes palavras hebraicas (chaphets, tsebhu, ratson) e gregas (boule, 
thelema). 
 
VONTADE PRECEPTIVA: 
 
48 
 
Na qual Deus estabeleceu preceitos morais para reger a vida de Suas criaturas 
racionais. Esta vontade pode ser desobedecida com freqüência (At.13:22; 
IJo.2:17; Dt.8:20). 
 
VONTADE DECRETÓRIA: 
 
Pela qual Deus projeta ou decreta tudo o que virá a acontecer, quer pretenda 
realizá-lo causativamente, quer permita que venha a ocorrer por meio da livre 
ação de suas criaturas (At.2:23; Is.46:9-11). A vontade decretória é sempre 
obedecida. A vontade decretória e a vontade preceptiva relacionam-se ao 
propósito em realizar algo. 
 
VONTADE DE EUDOKIA: 
 
Na qual Deus deleita-se com prazer em realizar um fato e com desejo de ver 
alguma coisa feita. Esta vontade, embora não se relacione com o propósito de 
fazer algo, mas sim com o prazer de fazer algo, contudo corresponde àquilo que 
será realizado com certeza, tal como acontece com a vontade decretória 
(Salmos115:3; Is.44:28; Is.55:11). 
 
VONTADE DE EURESTIA: 
 
Na qual Deus deleita-se com prazer ao vê-la cumprida por Suas criaturas. Esta 
vontade abrange aquilo que a Deus apraz que Suas criaturas façam, mas que 
pode ser desobedecido, tal como acontece com a vontade preceptiva (Is.65:12). 
 
A VONTADE DE EUDOKIA: 
49 
 
 
Não se refere somente ao bem, e nela não está sempre presente o elemento de 
deleite (Mt.11:26). A vontade de eudokia e a vontade de eurestia relacionam-se 
ao prazer em realizar algo. 
 
VONTADE DE BENEPLACITUM: 
 
Também chamada Vontade Secreta. Abrange todo o conselho secreto e oculto 
de Deus. Quando esta vontade nos é revelada, ela torna-se na Vontade do 
Signum ou Vontade Revelada. A distinção entre a vontade de beneplacitum e a 
vontade de signum encontra-se em Deuteronomio.29:29. 
 
A VONTADE SECRETA: 
 
É mencionada em Salmos 115:3; Dn.4:17,25,32,35; Rm.9:18,19; Rm.11:33,34; 
Ef.1:5,9,11, enquanto que a vontade revelada é mencionada em Mt.7:21; 
Mt.12:50; Jo.4:34; Jo.7:17; Rm.12:2). Esta vontade está mui perto de nós 
(Dt.30:14; Rm.10:8). A vontade secreta de Deus pertence a todas as coisas que 
Ele quer efetuar ou permitir, tal como acontece na vontade decretória, sendo 
portanto, absolutamente fixa e irrevogável. 
 
LIBERDADE: 
 
A perfeição de Deus no exercício de Sua vontade. Deus age necessária e 
livremente. Assim como há conhecimento necessário e conhecimento livre, há 
também uma voluntas necessária = vontade necessária e uma voluntas libera = 
vontade livre. Na vontade necessária Deus não está sob nenhuma compulsão, 
50 
 
mas age de acordo com a lei do Seu Ser, pois Ele necessariamente quer a Si 
próprio e quer a Sua natureza santa. 
 
Deus necessariamente se ama a Si próprio e Suas perfeições. As Suas criaturas 
sãoobjetos de Sua vontade livre, pois Deus determina voluntariamente o que e 
quem Ele criará; e os tempos, lugares e circunstâncias de suas vidas. Ele traça 
as veredas de todas as Suas criaturas, determina o seu destino e as utiliza para 
Seus propósitos (Jó.ll:10; Jó.23:13,14; Jó.33:13. Provérbios .16:4; Provérbios 
.21:1; Is.10:15; Is.29:16; Is.45:9; Mt.20:15; Ap.4:11;Rm.9:15-22; ICo.12:11). 
 
 
ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS 
 
SANTIDADE: 
 
É a perfeição de Deus, em virtude da qual Ele eternamente quer manter e 
mantém a Sua excelência moral, aborrece o pecado, e exige pureza moral em 
suas criaturas. Ser Santo vem do hebraico qadash que significa cortar ou 
separar. Neste sentido também o Novo testamento utiliza as palavras gregas 
hagiazo e hagios. A santidade de Deus possui dois diferentes aspectos, 
podendo ser positiva ou negativa (Hb.1:9;Am.5:15; Rm.12:9). 
 
SANTIDADE POSITIVA: 
 
Expressa excelência moral de Deus na qual Ele é absolutamente perfeito, puro e 
íntegro em Sua natureza e Seu caráter (IJo.1:5; Is.57:15; IPe.1:15,16; Hc.1:13). 
A santidade positiva é amor ao bem. 
51 
 
 
SANTIDADE NEGATIVA: 
 
Significa que Deus é inteiramente separado de tudo quanto é mal e de tudo 
quanto o aborrece (Lv.11:43-45; Dt.23:14; Jó.34:10; Provérbios .15:9,26; 
Is.59:1,2; Lc.20:26; Hc. 1:13; Provérbios .6:16-19; Dt.25:16; Salmos5:4-6). A 
santidade negativa é ódio ao mal. Além de possuir dois aspectos a santidade de 
Deus possui também duas maneiras diferentes de manifestar-se: 
 
RETIDÃO: 
 
Também chamada justiça absoluta, é a retidão da natureza divina, em virtude da 
qual Ele é infinitamente Reto em Si mesmo (santidade legislativa). 
Salmos145:17; Jr.12:1; Jo.17:25; Salmos116:5; Ed.9:15. 
 
JUSTIÇA: 
 
Também chamada justiça relativa, é a execução da retidão ou a expressão da 
justiça absoluta (santidade judicial). Strong a chama de santidade transitiva. A 
retidão é a fonte da Santidade de Deus, a justiça é a demonstração de Sua 
santidade. 
 
A justiça de Deus pode ser retributiva e remunerativa. A justiça retributiva se 
divide em punitiva e corretiva. A justiça punitiva é aquela pela qual Deus pune os 
pecadores pela transgressão de Suas leis. Esta justiça de Deus exige a 
execução das penalidades impostas por Suas leis (Salmos 3:5;11:4-7 Dt.32:4; 
52 
 
Dn.9:12,14; Ex.9:23-27;34:7). A justiça corretiva é aquela pela qual Deus "pune" 
Seus filhos para corrigi-los (Hb.12:6,7). 
 
Aqueles que não são Seus filhos, Deus pune como um Juiz Severo (Rm.11:22; 
Hb.10:31), mas aos Seus filhos, Deus "pune" (corrige) como um Pai Amoroso 
(Jr.10:24;30:11;46:28; Salmos89:30-33; ICr.21:13) A justiça remunerativa é 
aquela pela qual Deus recompensa, com Suas bênçãos, aos homens pela 
obediência de Suas leis (Hb.6:10; IITm.4:8; ICo.4:5;3:11-15; Rm.2:6-10; IIJo.8) 
 
IRA: 
 
Esta deve ser considerada como um aspecto negativo da santidade de Deus, 
pois em Sua ira Deus aborrece o pecado e odeia tudo quanto contraria Sua 
santidade (Dt.32:39-41; Rm.11:22; Salmos95:11; Dt.1:34-37; Salmos95:11). 
Podemos, então, dizer que a ira é a manifestação da santidade negativa de 
Deus (Rm.1:18; IITs.1:5-10; Rm.5:9 etc). A ira é também designada de 
severidade (Rm.11:22). 
 
BONDADE: 
 
É uma concepção genérica incluindo diversas variedades que se distinguem de 
acordo com os seus objetos. Bondade é perfeição absoluta e felicidade perfeita 
em Si mesmo (Mc.10:18; Lc.18:18,19; Salmos33:5; Salmos119:68; 
Salmos107:8; Na.1:7). 
 
A BONDADE IMPLICA NA DISPOSIÇÃO DE TRANSMITIR FELICIDADE. 
 
53 
 
BENEVOLÊNCIA: 
 
É a bondade de Deus para com Suas criaturas em geral. E' a perfeição de Deus 
que O leva a tratar benévola e generosamente todas as Suas criaturas 
(Salmos145:9,15,16; Salmos36:6;104:21; Mt.5:45;6:26; Lc.6:35; At.14:17). 
 
THIESSEN 
 
Define benevolência como a afeição que Deus sente e manifesta para com Suas 
criaturas sensíveis e racionais. Ela resulta do fato de que a criatura é obra Sua; 
Ele não pode odiar qualquer coisa que tenha feito (Jó.14:15) mas apenas àquilo 
que foi acrescentado à Sua obra, que é o pecado (Ec.7:29). 
 
 
BENEFICÊNCIA: 
 
Enquanto que a benevolência é a bondade de Deus considerada em sua 
intenção ou disposição, a beneficência é a bondade em ação, quando seus 
atributos são conferidos. 
 
COMPLACÊNCIA: 
 
É a aprovação às boas ações ou disposições. É aquilo em Deus que aprova 
todas as Suas próprias perfeições como também aquilo que se conforma com 
Ele (Salmos35:27; Salmos51:6; Is.42:1; Mt.3:17; Hb.13:16). 
 
LONGANIMIDADE OU PACIÊNCIA: 
54 
 
 
O hebraico emprega a palavra erek'aph que significa grande de rosto e daí 
também lento para a ira. O grego emprega makrothymia que significa ira longe. 
Portanto longanimidade é o aspecto da bondade de Deus em virtude do qual Ele 
tolera os pecadores, a despeito de sua prolongada desobediência. A 
longanimidade revela-se no adiamento do merecido julgamento (Ex.34:6; 
Salmos86:15; Rm.2:4; Rm.9:22; IPe.3:20; IIPe.3:15) 
 
MISERICÓRDIA: 
 
Também expressa pelos sinônimos compaixão, compassividade, piedade, 
benignidade, clemência e generosidade. No hebraico usa-se as palavras 
chesed e racham e no grego eleos. É a bondade de Deus demonstrada para 
com os que se acham na miséria ou na desgraça, independentemente dos seus 
méritos (Dt.5:10; Salmos57:10; Salmos86:5; ICr.16:34; IICr.7:6; Salmos116:5; 
Salmos136; Ed.3:11; Salmos145:9; Ez.18:23,32; Ex.33:11; Lc.6:35; 
Salmos143:12; Jó 6:14). 
 
A paciência difere da misericórdia apenas na consideração formal do objeto, 
pois a misericórdia considera a criatura como infeliz, a paciência considera a 
criatura como criminosa; a misericórdia tem pena do ser humano em sua 
infelicidade, a paciência tolera o pecado que gerou a infelicidade. A infelicidade 
e sofrimento deriva-se de um justo desagrado divino, portanto exercer 
misericórdia é o ato divino de livrar o pecador do sofrimento pelo qual ele 
justamente e merecidamente deveria passar, como conseqüência do desagrado 
divino. 
 
55 
 
GRAÇA: 
 
É a bondade de Deus exercida em prol da pessoa indigna. Portanto graça é o 
ato divino de conceder ao pecador toda a bondade de Deus a qual ele não 
merece receber (Ex.33:19). Na misericórdia Deus suspende o sofrimento 
merecido, na graça Deus concede bênçãos não merecidas. Todo pecador 
merece ir para o inferno; assim Deus exerce Sua misericórdia livrando o pecador 
da condenação. 
 
Nenhum pecador merece ir para o paraíso; assim Deus exerce a Sua graça 
doando ao pecador o privilégio de ir gratuitamente para o paraíso. Essa 
diferença entre misericórdia e graça é notada em relação aos anjos que não 
caíram. Deus nunca exerceu misericórdia para com eles, posto que jamais 
tiveram necessidade dela, pois não pecaram, nem ficaram debaixo dos efeitos 
da maldição. Todavia eles são objetos da livre e soberana graça de Deus pela 
qual foram eleitos (ITm.5:21) e preservados eternamente de pecado e colocados 
em posição de honra (Dn.7:10; IPe.3:22). 
 
AMOR: 
 
A perfeição da natureza divina pela qual Ele é continuamente impelido a se 
comunicar. É, entretanto, não apenas um impulso emocional, mas uma afeição 
racional e voluntária, sendo fundamentada na verdade e santidade e no 
exercício da livre escolha. Este amor encontra seus objetos primários nas 
diversas Pessoas da Trindade. Assim, o universo e o homem são 
desnecessários para o exercício do amor de Deus. Amor é, portanto, a perfeição 
56 
 
de Deus pela qual Ele é movido eternamente à Sua própria comunicação.Ele 
ama a Si mesmo, Suas virtudes, Sua obra e Seus dons. 
 
VERDADE: 
 
É a consonância daquilo que é asseverado com o que pensa a Pessoa que fez a 
asseveração. Neste sentido a verdade é um atributo exclusivamente divino, pois 
com freqüência os homens erram nos testemunhos que prestam, simplesmente 
por estarem equivocados a respeito dos fatos, ou então por pura incapacidade 
fracassam em promessas que fizeram com honestas intenções. Mas a 
onisciência de Deus impede que Ele chegue a cometer qualquer equívoco, e a 
Sua onipotência e imutabilidade asseguram o cumprimento de Suas intenções 
(Dt.32:4; Salmos119:142; Jo.8:26; Rm.3:4; Tt.1:2; Nm.23:19; Hb.6:18; Ap.3:7; 
Jo.17:3; IJo.5:20; Jr.10:10; Jo.3:33; ITs.1:9; Ap.6:10; Salmos31:5; Jr.5:3; 
Is.25:1). Ao exercê-la para com a criatura, a verdade de Deus é conhecida como 
sua veracidade e fidelidade. 
 
VERACIDADE: 
 
Consiste nas declarações que Deus faz a respeito das coisas, conforme elas 
são, e se relaciona com o que Ele revelou sobre Si mesmo. A veracidade 
fundamenta-se na onisciência de Deus. 
 
FIDELIDADE: 
 
Consiste no exato cumprimento de Suas promessas ou ameaças. A fidelidade 
fundamenta-se na Sua onipotência e imutabilidade (Dt.7:9; Salmos36:5; 
57 
 
ICo.1:9; Hb.10:23; Dt.4:24; IITm.2:13; Salmos89:8; Lm.3:23; Salmos 119:138; 
Salmos119:75; Salmos89:32,33; ITs.5:24; IPe.4:19; Hb.10:23). 
 
 
NOMES DE DEUS 
 
 
 
Este é o chamado Tetragrama Sagrado ((הוהי YHVH ou YHWH (transliteração 
mais adotada pelos estudiosos), é literalmente O Nome de Deus, na grafia 
original, refere-se ao nome do Deus de Israel em forma escrita já transliterada 
(substituição dos símbolos gráficos hebraicos por letras do alfabeto ocidental 
atual – A, B, C...); etimologicamente tetragrama é uma palavra de origem grega 
que significa quatro letras (Tetra = quatro / gramma = letra). Esta forma de 
escrita (e leitura) é feita de trás para frente em relação às formas de escritas 
ocidentais. Originariamente, em aramaico (hebraico), as palavras são escritas e 
lidas horizontalmente, da direita para esquerda; ou seja, HVHY. Formado por 
quatro consoantes hebraicas — Yud ( ( י Hêi (ה) Vav (ו) Hêi (ה) ; o Tetragrama 
YHVH tem sido latinizado para JHVH já por muitos séculos. 
 
A forma da expressão ao declarar o nome de Deus YHVH (ou JHVH na forma 
latinizada) deixou de ser utilizada há milhares de anos na pronúncia correta do 
hebraico original (que é declarada como uma língua quase que completamente 
extinta). 
 
58 
 
Os homens deixaram de pronunciar O Nome de Deus por medo de pecar por 
pronunciar O Nome de Deus em vão - "Não tomarás o nome de YHWH, teu 
Deus, em vão, pois YHWH não considerará impune aquele que tomar seu nome 
em vão." ( Êxodo 20:7) - e com isso perderam a capacidade de pronunciar de 
forma satisfatória e correta, pois a língua (que quem pronunciava O Nome de 
Deus no idioma original) precisaria se curvar (dobrar dentro da boca) de uma 
forma muito difícil, para muitos impossível de ser pronunciada corretamente. 
 
Para alguns eruditos a o nome YHVH pode se identificar mais com as 
palavras: YaHVeH (vertido em português para Javé), ou YeHoVaH (vertido em 
português para Jeová). Essas palavras são transliterações possíveis nas línguas 
portuguesas e espanholas; já outros eruditos a forma mais correta de escrever O 
Nome de Deus seria Javé (Yahvéh ou JaHWeH). Ainda alguns destes 
estudiosos concordam que a pronúncia Jeová (YeHoVaH ou JeHoVáH), seria a 
mais a forma mais correta de pronunciar O Nome de Deus, sendo este o 
pensamento mais aceito pelos teólogos da atualidade. 
 
Contudo o significado exato do Tetragrama YHVH ainda é objeto de controvérsia 
entre os especialistas. Em Êxodo 3:14, YHVH disse a Moises: ―Ehiéh ashér 
ehiéh.‖ Segundo muitas traduções da Bíblia, esta expressão, encontrada no 
texto hebraico significa: ―EU SOU O QUE SOU‖ . E disse mais: "Assim dirás aos 
filhos de Israel: 'EU SOU' me enviou até vós.". 
 
Esta expressão ―EU SOU O QUE SOU‖ é usada como título para Deus, para 
indicar que Ele realmente existe antes que houvesse dia (Isaias 48. 17); isso 
 
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corresponde às expressões: "Eu sou aquele que é", "Eu sou o existente". YHVH 
assim confirma a Sua própria existência. 
 
O Tetragrama YHWH na maioria das versões bíblicas utilizadas no século XX e 
XXI foi substituído pela palavra SENHOR com todas as letras maiúsculas, para 
evitar erros e problemas gramaticais. 
 
O certo mesmo é que a pronúncia verdadeiramente correta dO Nome de Deus 
(YHVH) se perdeu no tempo e hoje nenhum ser humano sabe exatamente como 
pronunciar este Nome. Mesmo assim os nomes Javé e Jeová são formas que os 
homens encontraram para tentar pronunciar e invocar O Nome de Deus Pai. 
 
Devemos também considerar que quando uma criança de 04 (quatro) anos se 
dirige a seu pai terreno, ela não o chama pelo nome e por sua vez o genitor 
dessa criança não vai deixar de dar-lhe atenção porque ela não sabe pronunciar 
o seu nome. Deste modo, é importante dizer que sabendo ou não pronunciar 
corretamente O Nome dEle, todas as pessoas que se dirigirem a Deus, com um 
espírito quebrantado e um coração contrito, chamando-O de PAI, serão ouvidas 
por Ele, porque independente do Seu Nome, ELE gosta de Ser Chamado assim. 
 
Alguns dos nomes de Deus dizem respeito a Ele como sujeito: Jeová, Senhor, 
Deus; outros são atribuídos como predicados que falam dEle ou a Ele, como: 
Santo, justo, bom, etc. Alguns nomes expressam a relação entre Deus e as 
criaturas: Criador, Sustentador, Governador, etc. Alguns nomes são comuns às 
três pessoas, como; Jeová, Deus, Pai, Espírito. E outros são nomes próprios 
usados para expressarem Sua obra e Seu caráter. 
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O nome de Deus é o que Ele é: representação do Seu caráter. Mas o Criador é 
tão grande que nome algum jamais será adequado à Sua grandeza. Se o céu 
dos céus não O pode conter, como pode um nome descrever o Criador? 
Portanto, a Bíblia contém vários nomes de Deus que O revelam em diferentes 
aspectos de Sua maravilhosa personalidade. 
ELOÌM 
Este é o primeiro nome de Deus encontrado nas Escrituras (Gênesis 1:1), e aqui 
o nome encontra-se em sua forma plural, mas o verbo continua no singular, 
indicando a pluralidade das pessoas na unidade do Ser. Este nome denota a 
grandeza e o poder de Deus. Este nome encontra-se somente no relato da 
criação (Gênesis 1:1-2:4); é o Seu nome de criação. Eloím é sempre traduzido 
no português, como Deus em nossa Bíblia. De acordo com a opinião mais 
ponderada entre os estudiosos, esta palavra é derivada duma raiz na língua 
árabe que significa "adorar". 
Esta opinião é fortalecida quando observamos que a mesma palavra é usada 
inapropriadamente para anjos, dos homens, e falsas divindades. No Salmo 8:5 a 
palavra anjos é eloím no texto original, e vemos que certas vezes os anjos são 
impropriamente louvados. No Salmo 82:1,6 eloím é traduzido deuses, e é usado 
para homens. Em Jeremias 10:10-12 temos o verdadeiro Deus (eloím) 
contrastado com os "deuses" (eloím) que não fizeram os céus nem a terra, 
implicando assim que ninguém, não ser Deus, é objeto próprio de adoração. 
EL-SHADAI 
Este nome composto é traduzido "Deus o Todo poderoso" (El é Deus e Shadai é 
Todo poderoso). O título El é Deus no singular, e significa forte ou poderoso. El 
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é traduzido 250 vezes no Velho Testamento como Deus. Este título é 
geralmente associado com algum atributo ou perfeição de Deus, como; Deus 
Todo poderoso (Gênesis 17:3); Deus Eterno (Gênesis. 21:33); Deus zeloso 
(Êxodo 20:5); Deus vivo (Josué 3:10). 
Shadai, sempre traduzido Todo-poderoso,

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