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Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 1 Professor Fernando Eduardo Mesadri CONVERSA INICIAL Oi, aluno(a). Tudo bem? Seja bem-vindo à primeira aula de Psicologia e Comportamento Organizacional. Nesta aula, vamos estudar os seguintes assuntos: A personalidade e as suas três instâncias Psicologia do trabalho como ciência Desenvolvimento biopsicossocial e espiritual Significado do trabalho para o indivíduo Ferramentas para avaliação da motivação e da satisfação no trabalho Introdução É sabido que desde os primórdios da Administração houve grande preocupação com a produtividade, em especial, com a quantidade produzida. Ao longo da história, vários autores como Frederick Taylor, Henry Fayol e Max Weber, se voltaram aos estudos que comtemplassem: divisão do trabalho; obediência aos níveis hierárquicos e à organização; bem como disciplina; controle; normas e regras. A primeira a reconhecer que as organizações não poderiam ser vistas apenas pelo foco da produtividade e sob uma perspectiva individual, mas sim que poderiam ser baseadas em uma ética de grupo, foi Mary Parker Follet, dando início à preocupação com as relações humanas. O homem e o grupo passam a ter destaque no contexto organizacional, nascendo, assim, a era do comportamento, cujo lado humano das organizações finalmente é reconhecido. Sob essa perspectiva, a do ser humano e seu comportamento nas organizações, esta aula se propõe a: entender o indivíduo no trabalho e como a sua estrutura psíquica contribui para influenciar e ser influenciado junto aos processos organizacionais em que se encontra inserido; compreender as ciências que auxiliam as organizações a entenderem as dimensões biopsicossocial e espiritual, o significado do trabalho para o homem e as ferramentas para avaliar a motivação e a satisfação no ambiente de trabalho. Preparados? Vamos em frente, então! Acesse a versão online da aula para assistir o vídeo. CONTEXTUALIZANDO Problematização “O mundo tem 35,8 milhões de escravos modernos” Em pleno século XXI, com a vigência de muitos estudos, tratados e leis que abordam a necessidade de uma preocupação, não mais com produção, e sim com a produtividade, o desempenho, a motivação, satisfação e significação do trabalho para o homem, como podemos explicar o que encontramos no trecho da reportagem a seguir? http://veja.abril.com.br/noticia/economia/mundo-tem-358-milhoes-de- escravos-modernos/ Algumas informações relevantes sobre esta matéria são: de 1995 até 2013, quase 47 mil vítimas foram resgatadas da situação de escravidão no Brasil, entre brasileiros e estrangeiros; historicamente, os setores agropecuário e sucroalcooleiro são os que mais aparecem na lista suja do trabalho escravo, mas a construção civil e a moda vêm “ganhando destaque”. Frente a esses dados apresentados, reflita: Por que o trabalho escravo ainda é uma realidade em uma sociedade que já teve tantos avanços tecnológicos? Vamos nos debruçar sobre esta reflexão ao longo do estudo desta aula e, para começar, assista este vídeo dos professores Fernando Eduardo Mesadri e Neusa Vítola Pasetto sobre o indivíduo no âmbito organizacional. Acesse a versão online da aula para assistir o vídeo. A PERSONALIDADE E AS SUAS TRÊS INSTÂNCIAS Sabemos o quanto as organizações vêm se desenvolvendo ao longo do tempo. A tecnologia e os processos que a compõem são cada vez mais avançados. Os produtos e serviços por elas prestados vêm atender as necessidades do homem nesta nova sociedade. Entretanto, um dos elementos fundamentais da composição das organizações são as “pessoas”. Por meio delas é possível manter uma busca incessante por qualidade e competitividade para que possam se manter presentes no mercado globalizado. Há que se pensar na valorização do ser humano no contexto das organizações, valorizando a sua importância no cumprimento dos objetivos e desafios organizacionais. Como nos afirma Morgan (1996), analisando o comportamento do ser humano diante das transformações da sociedade, das mudanças e das inovações tecnológicas, o homem, em todo esse avanço, continua mantendo a mesma estrutura dinâmica, as mesmas necessidades – ou seja, o mesmo “coração”. Isso significa que o homem, estruturalmente, manteve-se o mesmo, ou seja, tem o mesmo coração, o mesmo pulmão e, porque não dizer, o mesmo cérebro, com suas funções primordiais que interferem no funcionamento do corpo, no pensamento e na forma de agir, de se comportar. Não podemos nos eximir da existência da personalidade, o que torna o sujeito um ser único e singular. Toda vez que um profissional adentra em uma empresa, ingressa com ele a sua história, as suas vivências, os seus valores, as suas crenças, o seu padrão de comportamento e, claro, a sua personalidade. Mas, o que de fato é personalidade? Quais instâncias a compõem? Veja o que alguns autores da área dizem a respeito de personalidade! Linda Davidoff “São aqueles padrões relativamente constantes e duradouros de perceber, pensar, sentir e comportar-se os quais parecem dar às pessoas identidades separadas.” Kolb (1977) “É o conjunto distintivo constituído por padrões e tendências comportamentais, relativamente permanentes de um dado indivíduo.” França (2006) “São as características de expressão, atitudes, comportamentos e escolhas estáveis por um determinado período de tempo na vida de uma pessoa.” Podemos assumir que personalidade, então, diz respeito à organização integrada de características cognitivas, afetivas e físicas, bem como à maneira pela qual estas características se manifestam, sendo elas, então, diferentes em todas as pessoas. Nossa personalidade é moldada por traços genéticos e também a partir das nossas experiências de vida. As pessoas se diferenciam a partir dos traços individuais, assim elas podem ser tidas como introvertidas, extrovertidas, seguras ou inseguras, estáveis ou instáveis. Sigmund Freud, o Pai da Psicanálise, cunhou três instâncias importantes da personalidade: Id, Ego e Superego. ID O Id, conforme Pérsico e Bagatini (2013), refere-se à estância na qual residem os impulsos primitivos, aqueles fisiologicamente determinados, como respirar, saciar a fome, garantir a integridade física e procriar (pulsão sexual). Opera no pelo princípio do prazer (a satisfação da vontade). EGO Ainda segundo Pérsico e Bagatini (2013), o Ego é a parte da personalidade que provém do Id. É uma parcela do Id modificada por influência do mundo externo, isto é, pelos pais, pela escola, pelo ambiente social. O ego é considerado o executivo da personalidade. SUPEREGO O superego é formado a partir da relação com as pessoas importantes da vida da criança. É onde estão inseridos os padrões éticos de conduta, a moral. É por intermédio dele que a pessoa opta por um ou outro comportamento certo ou errado. Podemos inferir, então, que o que diferencia os indivíduos é a diversidade de personalidades e os padrões constantes de comportamento. Se são constantes, eles podem ser observados, medidos e podem ser previstos. Quanto mais estivermos preparados para fazer essa descrição e análise, maior será sua possibilidade de adequar as organizações aos desejos e às necessidades humanas. Aprofunde-se neste importante tema dos nossos estudos. Acessando os botões a seguir, leia “Id, Ego e Superego: a estrutura dinâmica da personalidade segundo Freud”, e assista “Freud –Teoria da Personalidade – Id, Ego, Superego”. Leia o texto a seguir: http://www.luzes.org/conteudo.php?ar=3&a=121&Cod=136&w=1366 Assista ao vídeo a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=LdlNUnRAD0s Não deixe de assistir ao vídeo dos professores tratando da a personalidade e suas três instâncias. Acesse a versão online da aula para assistir o vídeo. PSICOLOGIA DO TRABALHO COMO CIÊNCIA Vamos apresentar nesta primeira aula a evolução da psicologia do trabalho e como ela se diferencia dos demais campos da Psicologia, e para começarmos vamos entender a definição desta ciência. Confira! Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano individual e, para isto, além de explicar o seu funcionamento, procura analisá-lo. Os cientistas que contribuíram para o entendimento do comportamento organizacional estão inseridos em pesquisas na psicologia clínica, nos processos fundamentais da aprendizagem, personalidade, memória, percepção, criatividade, inteligência e especialmente na psicologia industrial, organizacional e do trabalho. A psicologia dedicada ao entendimento do indivíduo no seu contexto laboral passou por uma evolução histórica. De início, a chamada psicologia industrial, em conjunto com a administração do ”taylorismo”, tinha como objetivo o aumento de produção através de técnicas de maior controle sobre o trabalho e da lógica de produção em massa. A prática central era de seleção e colocação de profissionais, o que gerou o surgimento da Psychology corporation, uma empresa americana que desenvolvia e distribuía testes psicológicos. Segundo Siegel (1969, p.13 apud Goulart), “essa empresa tinha como objetivo desenvolver e distribuir testes psicológicos e realizar serviços de consultoria a indústrias e outras organizações”. Quando os psicólogos se interessaram por estudar as estruturas da organização, surgiu a psicologia organizacional, não havendo uma cisão com a psicologia industrial, e sim uma ampliação de seu objetivo. Ou seja, além dos problemas com a produtividade das pessoas, a psicologia organizacional abrangeu também o desenvolvimento das pessoas dentro deste contexto. Citando Sampaio (1998), ”como as estruturas antigas e seus instrumentos não asseguram a produtividade, seu cumprimento (eficiência) passou a ter que ser mudado em decorrência de melhores resultados (eficácia) que garantissem a sobrevivência empresarial”. Surgem, então, novos conceitos e novas preocupações dentro desta visão da psicologia, como o desenvolvimento organizacional (DO), associando este DO ao desenvolvimento gerencial (DG), que tem como objetivo flexibilizar as relações de trabalho a fim de reduzir e evitar conflitos, passando a contar com uma base teórica de liderança e principalmente da liderança situacional. Esta visão do homem, mais complexa, permitiu a entrada da análise transacional, dando suporte teórico ao desenvolvimento interpessoal (DI). Neste momento, surgem também os trabalhos de Herzberg e outros estudiosos da motivação, dando sustentação às ideias e políticas de cargos e salários. No início dos anos 1970, as teorias da administração vão migrando de um caráter mais prescritivo para um caráter mais descritivo, explicativo e crítico. Surge uma escola contingencialista, que estuda os efeitos do ambiente e da tecnologia no contexto da organização do trabalho. Assim, a psicologia passa a preocupar-se com a compreensão do trabalho humano e o aspecto psicólogo da pessoa, passando a ter como objeto de trabalho os processos inconscientes das relações interpessoais e grupais no conjunto das práticas institucionais. O objetivo desta fase, chamada de Psicologia do Trabalho, é promover a saúde e o bem-estar dos integrantes das organizações. A psicologia dentro do estudo do comportamento organizacional terá dois focos: Indivíduo Quanto ao indivíduo, cabem analisar e estudar os seguintes conceitos: • Aprendizagem • Motivação • Personalidade • Percepção • Treinamento • Eficácia da Liderança • Satisfação no trabalho • Tomada de decisão individual • Avaliação do desempenho • Mensuração de atitude • Seleção de empregados • Dimensionamento do trabalho • Estresse no trabalho Grupo A psicologia social é a responsável pelo estudo do foco do grupo, misturando conceitos de psicologia e sociologia. Ela se concentra na influência exercida por pessoas, umas sobre as outras. Por exemplo, a mudança: como implementá-la e como reduzir as barreiras para a sua aceitação. Contribuindo, ainda, na mensuração, compreensão e mudança de atitudes; nos padrões de comunicação; nas formas pelas quais atividades de grupo podem satisfazer necessidades individuais; e em processos de tomada de decisão em grupo. Em suma, o foco no grupo trabalha os seguintes aspectos: • Mudança comportamental • Mudança de atitude • Comunicação • Processos de grupo • Tomada de decisão em grupo Tendo visto que a psicologia e psicologia social são apenas duas das várias ciências que contribuíram para a compreensão e o entendimento do comportamento organizacional, assim em nossas próximas aulas veremos as contribuições das demais ciências como a Sociologia, a Antropologia e as Ciências Políticas. Para saber mais sobre este assunto, acesse a seguir e leia “Psicologia organizacional e do trabalho – retrato da produção científica na última década”. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414- 98932011000400004&script=sci_arttext E não deixe de assistir “A importância da Psicologia nas organizações”... vai ser bem interessante. https://www.youtube.com/watch?v=6_VAq8YYelU Este tema ainda conta com os direcionamentos dos professores... assista a seguir! Acesse a versão online da aula para assistir o vídeo. DESENVOLVIMENTO BIOPSICOSSOCIAL E ESPIRITUAL O ser humano é visto pela psicologia como um ser integral, composto de partes e que não podem ser dissociadas. Então, vamos entender primeiramente cada uma dessas dimensões: Para Cavalcanti (2009), “Quando se estuda o homem é preciso não desvinculá-lo de seu habitat, de seu contexto, de sua malha de relações. Por outro lado, enfocado como uma unidade queremos propor ver o homem em algumas dimensões que o tornam único e diferente dos outros seres. Enfocamos o homem nas suas dimensões biológica, psicológica, social e espiritual.” Confira a seguir, em detalhes, cada uma dessas dimensões citadas! Dimensão biológica do homem É representada pelo seu físico, permitindo-lhe interagir com os demais. Herdamos uma carga genética, primeiramente de nossos pais, bem como de nossos ancestrais, o que faz com que tenhamos traços fisionômicos distintos uns dos outros, mas este somatório de características herdadas não significa que somos uma mera reprodução, e sim seres singulares e únicos. Nesta composição física, o cérebro humano desempenha fator fundamental, pois além de ser o mais desenvolvido, em relação as demais espécies, ele nos dota de uma inteligência que se manifesta de diversas formas, como a tomada de decisão e a capacidade de resolver problemas complexos e elaborar os mais diversos raciocínios. Esta capacidade permite ao homem usufruir de grande autonomia para agir no mundo de acordo com sua vontade e as necessidades que se lhe apresentam. Dimensão psicológica do homem Apresenta-se de forma estruturada e tem grande influência na vida dos seres humanos, sendo expressa por meio do fenômeno psicológico (encontrado apenas na espécie humana). É evidenciada a partir de uma série de expressões,tais como manifestação do aparelho psíquico, o pensar, o sentir, o que o rodeia, as sensações as emoções, a consciência e tudo que é sentido pelo indivíduo. A personalidade, como vimos, é formada a partir da combinação genética dos nossos pais e antepassados, bem como vai se moldando a partir da nossa interação social, determinando nossos valores e princípios éticos. Para entendermos essa dimensão psicológica por meio da personalidade, teremos que entender também o conceito de pensamento emoções e atitudes. Segundo Davidoff, citada por Pasetto e Mesadri (2011), o conceito de personalidade é: “um construto sumário, que inclui pensamentos, motivos, emoções, interesses, atitudes, capacidades e fenômenos semelhantes”. Podemos concluir, então, que a personalidade, para essa autora, são aqueles padrões relativamente constantes e duradouros de perceber, sentir e comportar-se, os quais podem dar as pessoas identidades separadas. Veja cada um deles a seguir! Pensamento Compreende as atividades mentais como, raciocinar, resolver problemas e formar conceitos. Emoções Elas se caracterizam pelo medo, raiva, ansiedade, amor, entre outras. As pessoas respondem as suas emoções com expressões faciais, gestos e ações. É comum ouvirmos falas como “estou com as mãos molhadas, meu coração está batendo acelerado, tenho um frio na barriga só de pensar, fico roxo de vergonha”. Pensem conosco: o que está acontecendo com estas pessoas? Podemos afirmar que muitas variáveis podem estar nessas situações, mas com certeza, podemos dizer que existem emoções nelas. Atitudes Segundo Pasetto e Mesadri (p. 58), a palavra atitude é originária do latim apititudinem e a sua definição é encontrada nos dicionários quase sempre relacionada a uma disposição, sendo algumas vezes confundida com o comportamento e, outras vezes, com a motivação. Os dicionários de psicologia tratam o termo de forma muito parecida. O dicionário organizado por Doron e Parot (1998) define atitude como uma estrutura integrativa, tridimensional, que tem caráter ao mesmo tempo cognitivo (julgamento, crenças e saberes) afetivo (sentimentos favoráveis ou desfavoráveis) e conativo (que prediria melhor o comportamento do indivíduo). Todos esses aspectos que compõem a dimensão psicológica e a personalidade dos indivíduos são importantes para que entendamos como ele se insere no mundo, na sociedade e no contexto do trabalho. Dimensão social do homem O homem é, por natureza, um ser social e, portanto, necessita da sociedade para desenvolver-se em toda a sua plenitude. O ser humano se desenvolve desde criança, por intermédio da linguagem humana e da interação que realiza com os demais, sendo essa interação a mais primária forma de vinculação dos indivíduos. Nos grupos encontra-se o espaço para a convivência, que se dá em meio ao estabelecimento das vinculações interpessoais, podendo se configurar de forma satisfatória ou frustrante. A necessidade de associar-se e de afiliação a um grupo estão inseridas nesta dimensão. Dimensão espiritual do homem Não se trata de ter uma religião, mas sim de um vínculo humano com algo superior, com as forças naturais que estão além do entendimento, pois transcende o homem e sua própria lógica. Podemos desenvolver essa dimensão por meio de estudos de uma determinada doutrina ou religião, como também por meio da meditação e da reflexão, pois quando nos tornamos mais conscientes dos nossos pensamentos, sentimentos e atitudes, ficamos mais sensíveis em relação às necessidades alheias, nos tornamos mais capazes e amar e aprendemos a respeitar a individualidade de cada um, uma vez que passamos a aceitar o nosso próprio jeito de ser. Veja o que o médico Victor Frankl, em seu livro “Psicoterapia e sentido da vida”, diz sobre a dimensão espiritual do ser humano. “homem e animais são constituídos por uma dimensão biológica, uma dimensão psicológica e uma dimensão social, contudo, o homem se difere deles porque faz parte de seu ser a dimensão noética. Em nenhum momento o homem deixa as demais dimensões, mas a essência de sua existência está na dimensão espiritual. Assim, a existência propriamente humana é existência espiritual. Neste sentido, a dimensão noética é considerada superior às demais, sendo também mais compreensiva porque inclui as dimensões inferiores, sem negá-las - o que garante a totalidade do homem” (FRANKL, 1989a). Como podemos perceber, estas dimensões são de fundamental importância para o entendimento do homem em sua totalidade e em todos os contextos ao qual ele se encontra inserido, seja o familiar, o social, o profissional e porque não dizer o espiritual. Para estudar mais sobre este assunto, fica aqui uma indicação de leitura interessante “A visão de homem em Frankl”, artigo de Emiliana Aparecida de Souza e Eliseudo Salvino Gomes. http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/le/article/download/12630/8064 “Mantenha seus pensamentos positivos porque seus pensamentos tornam-se suas palavras. Mantenha suas palavras positivas porque suas palavras tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores positivos porque seus valores... tornam-se seu destino.” Mahatma Gandhi Inspire-se no pensamento de Gandhi e escreva sobre como o homem mantém o equilíbrio em suas quatro dimensões. Poste nas suas redes sociais e compartilhe seu conhecimento e sua manifestação sobre o assunto !!! Assista ao vídeo dos professores versando sobre o equilíbrio do ser humano diante dessas quatro dimensões. Acesse a versão online da aula para assistir o vídeo. SIGNIFICADO DO TRABALHO PARA O INDIVÍDUO Para começarmos a explorar esse importante tema que se refere ao significado do trabalho para o indivíduo, teremos que entender o significado de cada um destes conceitos que fazem parte da temática: Significado Sentido, definição atribuída a um termo, palavra, frase, texto, aquilo que alguma coisa quer dizer. Relevância que se dá a algo. Significação, forma de representativa e mental que se relaciona a forma linguística. Trabalho Trabalho é um conjunto de atividades realizadas, é o esforço feito por indivíduos, com o objetivo de atingir uma meta. Fonte: dicio.com.br Indivíduo Ser humano, pessoa considerada de modo isolado em sua comunidade, numa sociedade ou coletividade; o ser que faz parte da espécie humana; o homem; os direitos do indivíduo. Fonte: dicio.com.br Vamos juntar esses conceitos para entendermos o tema da nossa aula. O trabalho é uma das formas mais importantes de sociabilização do homem, podendo contribuir na definição de sua identidade, e podendo dar sentido a ele como pessoa e ser integrante da sociedade. Também podemos afirmar que por meio do trabalho o indivíduo pode atingir seus desejos, necessidades, metas e objetivos. Para Codo (1997, p. 26), trabalho pressupõe “uma relação de dupla transformação entre o homem e a natureza, geradora de significado.” É por meio do trabalho que o ato de dar significado à natureza se concretiza. De mesmo modo, a relação sujeito-objeto é mediada pelo significado. Para o autor, significado é “um signo que fica (signo-ficare)”, que transcende e permanece além da relação sujeito-objeto, e quanto mais completo e complexo o circuito sujeito-trabalho-significado, maior o prazer no trabalho. Em contrapartida, o rompimento no circuito de significados,do ponto de vista do trabalhador, ocasiona sofrimento, que pode comprometer a saúde mental. Para Yves Clot (2006, p. 12), citado por Walger, Viapina e Barboza (p. 140 e 141) “o trabalho não é uma atividade entre outras. Exerce na vida pessoal uma função psicológica específica que se deve chegar a definir. E isso, precisamente, em virtude de ser ele uma atividade dirigida”. Sendo assim, “considerando a sua função psicológica, podemos definir que trabalho ou emprego não é uma entidade, mas uma abstração referente a uma combinação de tarefas desempenhadas por um indivíduo em certo contexto físico e social por remuneração financeira (e outras)” (LOCKE, 1969, p. 330). Além disso, trabalho é uma atividade que requer “a capacidade de realizar coisas úteis, de estabelecer e manter engajamentos, de prever, para outros e com outros, algo que não tem diretamente vínculo consigo.” (CLOT, 2006, p. 73). Após as citações acima, se faz necessário entender mais três conceitos, o de comprometimento, motivação e satisfação. Acompanhe a seguir! Comprometimento É um substantivo derivado de comprometer ato de fazer uma promessa. Se me comprometo é porque prometi algo e quero realizar... é ação, é dívida... e dívidas são pagas com ações que, por sua vez, não poderão entrar em conflito com as nossas crenças e valores, estando nós, então, comprometidos. Fonte: adaptado de Porter et al. (1974); Kidron (1978); Bastos (1993). Porter & Smith, citados por Medeiros (1997), definem comprometimento organizacional como uma relação forte entre o indivíduo e sua organização, podendo ser caracterizado por três fatores: 1. Estar disposto a exercer um esforço considerável em benefício da organização; 2. A crença e a aceitação dos valores e objetivos da organização; 3. Um forte desejo de se manter como membro da organização. Motivação Para Spector (2002), motivação é um estado interior que induz uma pessoa a assumir determinados tipos de comportamentos. Este autor ainda vê a motivação sob outra perspectiva e fala que “a motivação refere-se ao desejo de adquirir ou alcançar algum objetivo, ou seja, a motivação resulta dos desejos, necessidades ou vontades. (adaptado de PASETTO & MESADRI, 2011). As teorias motivacionais são estudos com cunho de aplicabilidade muito interessante, algumas têm maior sustentação teórica, outras menos, como é o caso da hierarquia das necessidades de Maslow. É sabido que a sua popularidade é altíssima e seu nível de aplicabilidade nas organizações é bastante significativo, mas a nível empírico não há tanta evidência assim. Clique a seguir para conhecer sobre a pirâmide de Maslow e sua hierarquia de necessidades. http://grupouninter.com.br/projetoscorporativos/graduacao/oa/mkt/mkt_ de_relacionamento/a2/ Nós escolhemos, para o propósito deste estudo, a hierarquia das necessidades de McClelland e o fizemos por ela enfocar aquilo que passou a ser alvo da administração de recursos Humanos (ARH). David McClelland – e seus associados – (1961) fez suas pesquisas na Universidade de Harvard e encontrou dados que o levaram a afirmar que as forças motivacionais das pessoas refletem elementos da cultura na qual elas cresceram (família, escola, religião e livros) e enfoca três necessidades básicas, as quais trataremos individualmente a seguir. Confira! Necessidade de realização Pessoas com predomínio desta necessidade têm o impulso de se exceder e se sair bem em um conjunto de padrão que determina para si e deseja atingir o sucesso e luta para isto. Necessidade de poder Necessidade de influenciar pessoas e de implementar mudanças, fazendo com que as pessoas se comportem de maneira que não teriam se comportado se não estivesse sob sua influência. Necessidade de afiliação Necessita obter e manter relações interpessoais amigáveis. São aquele tipo de pessoa que quando se relaciona de forma mais próxima com o outro, tende a obter melhor resultado e desempenho. Vamos ver como McClelland avalia a aplicação destas necessidades no contexto empresarial, mas, antes disto, é preciso comentar que só se chega a resultados, performance, êxtase, auge, plenitude (ou qualquer outro nome que queira dar para exprimir “o máximo”), se soubermos o que nos leva a ele. E a pergunta que não deveria calar, então, é: O que me motiva a chegar lá? Somente com essa resposta podemos fazer um plano completo e personalizado para o desenvolvimento do perfil comportamental. Partindo da premissa apresentada, que a motivação é um processo endógeno nos indivíduos, a administração de recursos humanos deverá se preocupar com algumas ações básicas para trabalhar este vasto campo motivacional: 1. Trabalhar com programas que estimulem os trabalhadores a atingirem seus objetivos tanto pessoais como profissionais. 2. Em contrapartida, temos que não os desmotivar com políticas e condições inadequadas que se refletirão em ambientes desmotivadores. 3. Trabalhar para propiciar aos empregados condições financeiras, físicas e psicológicas que os permita atingir um nível mediano de qualidade de vida próximo do desejado. Satisfação “Satisfação no trabalho é uma variável de atitude que reflete como uma pessoa se sente em relação ao trabalho de forma geral e em seus vários aspectos. Em termos simples, satisfação no trabalho é quando as pessoas gostam de seu trabalho” (PASETTO & MESADRI, 2011). Podemos concluir que a satisfação no trabalho é o sentimento da pessoa em relação aos diversos aspectos do seu trabalho, como salário, benefícios, a natureza do trabalho, seus colegas e sua chefia. Veja que aqui já podemos fazer uma distinção: satisfação refere-se a sentimentos, e isto quer dizer que a satisfação é uma emoção que se tornou sentimento quando foi deslocada para um objeto. Então, satisfação é a consequência, e não a causa primária. Assim, fica fácil entender que motivação é a causa primária, o desejo ou a necessidade; e a satisfação é quando eu encontro no ambiente algo que atenda a essa necessidade premente, cabendo à insatisfação o momento quando não encontro este objeto para satisfazer a necessidade, causando frustração ou sublimação (colocar essa necessidade em um objeto similar). A satisfação e a insatisfação de uma pessoa com o seu trabalho é, então, um somatório complexo de um número de elementos nem sempre relacionados ao trabalho, de fato. Viu a importância de estudarmos esse tópico? Ele reflete diretamente em resultados, uma vez que a soma destes sentimentos dos colaboradores determinará o clima organizacional, que estará diretamente relacionado àquilo que é a temática de nossa aula: o significado que esse empregado está dando ao seu trabalho? A resposta a esta pergunta determinará, por sua vez, o grau de comprometimento, motivação e satisfação que implicará no resultado. Para você aprofundar seu entendimento sobre o significado do trabalho para o indivíduo, leia “Sentidos e significados do trabalho: explorando conceitos, variáveis e estudos empíricos brasileiros”, de Suzana da Rosa Tolfo. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102- 71822007000400007&script=sci_arttext Depois, assista ao vídeo “Movimento por um trabalho com sentido”. https://www.youtube.com/watch?v=OZoLUnKHJXk Vamos terminar os estudos deste tema, como sempre, ouvindo as palavras dos professores. Assista! Acesse a versão online da aula para assistir o vídeo. FERRAMENTAS PARA AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO E DA SATISFAÇÃO NO TRABALHO Vimos que a motivação e a são satisfação elementos imprescindíveispara que entendamos o significado que o trabalhador dá ao seu trabalho – e isto é fundamental para um gestor de pessoas, pois impacta na produtividade e, consequentemente, nos resultados. Desta forma, vamos aprofundar o estudo das ferramentas que nos permite levantar e avaliar o perfil motivacional e também o nível de satisfação de um indivíduo ou uma equipe de trabalho. Existem dois enfoques para o estudo da satisfação: Geral ou global Trata como um sentimento único e geral em relação ao trabalho. Segundo Robbins (1999:98), “Levando tudo em consideração, quão satisfeito você está com o seu emprego?”. Facetas Refere-se à somatória de facetas o trabalho, isto é, identifica elementos-chave de um trabalho e pergunta pelo sentimento do empregado em relação a cada um. Esses elementos seriam: natureza do trabalho, comunicação e segurança; supervisão, companheiros de trabalho, condições de trabalho; e salário, oportunidades de promoção, benefícios. Segundo Spector apud Pasetto & Mesadri (2011), a abordagem FACETAS traz uma visão mais completa da satisfação no trabalho e permite ao gestor detectar pontos que necessitam ações mais imediatas. Para este autor, os indivíduos, geralmente, têm níveis diferentes de satisfação em relação a essas facetas. Robbins (1999) questiona os fatores que determinam a satisfação no trabalho e diz que existe uma vasta revisão sobre este tema, que apontam para os seguintes fatores: Trabalho mentalmente desafiador; Recompensas justas; e Condições e colegas que apoiem o trabalho. Fonte: adaptado de BANDEIRA, Mariana (professora PhD do Laboratório de Psicologia Experimental Departamento de Psicologia – FUNREI). “Como elaborar um questionário”. A avaliação da satisfação no trabalho Como anda a sua satisfação no trabalho? Geralmente pergunta-se aos funcionários através de um questionário como eles se sentem em relação ao seu trabalho. Segundo os autores que trabalham o tema, pode-se chegar aos resultados também através de entrevistas individuais ou, raramente, perguntando aos supervisores sobre sua opinião acerca da satisfação de sua equipe. Existem vários instrumentos já validados, como o Índice Descritivo do Trabalho de Equipe, do Departamento de Psicologia da Bowling Green State University, e do Questionário de Satisfação de Minnesota, do Departamento de Reabilitação de Minnesota, da Universidade de Minnesota. Esses instrumentos são elaborados por meio da aplicação de uma metodologia específica, conforme vocês verão ao final dos estudos deste tema. “Para Hartmut Günther são três os principais caminhos para compreender o comportamento humano no contexto das ciências sociais empíricas: 1. Observação: observar o comportamento que ocorre naturalmente no âmbito real; 2. Experimento: criar situações artificiais e observar o comportamento ante tarefas definidas para essas situações; 3. Survey (pesquisa): perguntar às pessoas sobre o que fazem (fizeram) e pensam (pensaram). Todas as técnicas apresentadas para conduzir estudos empíricos apresentam vantagens e desvantagens distintas (KISH, 1987), estando ligadas à qualidade e à utilização dos dados obtidos, a serem consideradas pelo pesquisador quando escolher a mais apropriada para seu objetivo de pesquisa. Pontos fortes de cada técnica Observação: realismo da situação estudada; Experimento: possibilita a randomização de características das pessoas estudadas, assim como inferências causais; Survey: assegura melhor representatividade e permite generalização para uma população mais ampla. Geralmente, os questionários de satisfação são estruturados numa pesquisa, ou seja, pergunta-se para as pessoas o que fazem ou pensam sobre determinada variável. Como neste exemplo retirado do site: pt.surveymonkey.com. Confira a pesquisa acessando a versão online da rota: Avaliação da motivação no trabalho A motivação, como já vimos, pertence ao indivíduo, e para trabalharmos as ferramentas de avaliação da motivação pessoal, traremos, aqui, a Teoria dos Dois Fatores, de Herzberg, e a Hierarquia das Necessidades, de McClelland. Herzberg (1997, p. 61-62) apresenta como fatores motivadores: as execuções e o progresso; e como fatores higiênicos: política e administração da empresa; supervisão; reconhecimento pelas execuções; o trabalho em si; responsabilidade e crescimento ou os relacionamentos interpessoais; vida pessoal; condições de trabalho; salário; status; e segurança. Para melhorar a compreensão sobre o levantamento da motivação do indivíduo no ambiente de trabalho, vamos ver os fatores motivadores e os fatores higiênicos aplicados a um questionário? Acompanhe a seguir! O instrumento aqui apresentado questiona o pesquisado sobre como avalia o seu próprio grau de motivação no trabalho, limitando às seguintes respostas: desmotivado; pouco motivado; motivado; muito motivado. Agora vamos ver parte do questionário de motivos baseado na Hierarquia das Necessidades, de McClelland. Acesse a versão online da sua aula. Para complementar seus estudos sobre esse assunto, leia “Como elaborar um questionário”, de Marina Bandeira, professora Ph.D. http://www.ufsj.edu.br/portal2- repositorio/File/lapsam/Metodo%20de%20pesquisa/Metodos%20de%2 0pesquisa%202013/Texto_11-_Como_elaborar_um_quesitonario.pdf Depois, leia “Motivação no trabalho: avaliando o ambiente organizacional”, apresentado no V Congresso Nacional de Excelência em Gestão. Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009. http://www.inovarse.org/filebrowser/download/10097 Por fim, leia a reportagem “Como encontrar satisfação no trabalho”, responda os questionamentos feitos e traga-os para discussão com os colegas, no Fórum da aula ou nos outros momentos de interação que serão oferecidos ao longo do curso desta disciplina. http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/edicoes/183/noticias/como- encontrar-satisfacao-no-trabalho Agora que você já leu a matéria no site da Revista Exame, responda estes questionamentos e anote suas impressões para discutirmos todos juntos, depois. 1. Dos 15 profissionais, qual que você mais se identifica? Por quê? 2. O que você entendeu da frase: “Quando a edição do livro How to Find Fulfilling Work terminou, o editor responsável pelo projeto ficou satisfeito com o resultado. Então, desligou o computador, levantou de sua mesa e pediu demissão”. 3. Responda e justifique se você concorda ou não com a afirmativa de Roman: “a partir do momento que a renda é suficiente para cobrir as necessidades básicas, aumentos acrescentam pouco ao nível de satisfação do funcionário”. Assista a seguir a fala dos professores sobre este tema! Acesse a versão online da aula para assistir o vídeo. NA PRÁTICA Para aprofundarmos o conhecimento sobre a confecção de uma ferramenta para levantar a satisfação e a motivação dos empregados, elabore duas ferramentas de medidas: uma que levante a satisfação; e outra que levante a motivação, conforme as recomendações a seguir: Questionário para levantamento da satisfação Elabore duas questões com as respectivas alternativas de resposta para cada variável relacionada a seguir: • Natureza do trabalho • Comunicação • Segurança • Supervisão • Companheiros de trabalho • Condições de trabalho • Salário • Oportunidades de promoção • Benefícios Questionário para levantamento da motivação Elabore duas questões com as respectivas alternativas baseadasna teoria dos dois fatores de Herzberg: Fatores motivadores • As execuções das tarefas • O progresso Fatores higiênicos • Política da empresa • Administração da empresa • Supervisão • Reconhecimento pelas execuções das tarefas • O trabalho em si, • Responsabilidade • Crescimento • Relacionamentos interpessoais • A vida pessoal • As condições de trabalho • O salário • O status • A segurança Acesse a versão online da aula para assistir o vídeo. SÍNTESE Chegamos ao final desta primeira aula. Não quer perder nada? Então, veja no vídeo a seguir os principais pontos dos nossos estudos. Acesse a versão online da aula para assistir o vídeo. Referências CAMPOS, Keli C de L. et al. Psicologia organizacional e do trabalho – retrato da produção científica na última década. Scielo. Brasília. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414- 98932011000400004&script=sci_arttext>. Acesso em: 07 ago. 2015. Codo, W. (1997). Um diagnóstico do trabalho (em busca do prazer). In A. Tamayo, J. Borges-Andrade & W. Codo (Eds.), Trabalho, organizações e cultura (pp. 21-40). São Paulo, SP: Cooperativa de Autores Associados. DORON, R.; PAROT, F. (orgs.) Psicologia Clínica. Dicionário de Psicologia. Vol. I. São Paulo: Ática, 1998. GOULART, Barbosa Iris. Psicologia do trabalho e gestão de recursos humanos: estudos contemporâneos. Casa do Psicólogo, 1998. Disponível no endereço: <https://books.google.com.br>. Acesso em: 10 ago. 2015. GÜNTHER, H. (2003). Como Elaborar um Questionário (Série: Planejamento de Pesquisa nas Ciências Sociais, Nº 01). Brasília, DF: UnB, Laboratório de Psicologia Ambiental. Disponível em: <www.psiambiental. net/pdf/01Questionario.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2015. FRANKL, V. E. (1989a). Psicoterapia e sentido da vida. São Paulo: Quadrante, 1989. PASETTO, Neusa Vítola e MESADRI, Fernando Eduardo. Comportamento organizacional: integrando conceitos da Administração e da Psicologia. IBPEX, 2011. PERSICO, Neide; BAGATINI, Sonia. Comportamento humano nas organizações. Curitiba: Intersaberes, 2012. (Série Administração e Negócios). ROBBINS, Stephen. Comportamento Organizacional. Rio de Janeiro: LTC, 1999. SAMPAIO, Reis do Jader. Psicologia do trabalho em três faces. In: Psicologia do trabalho e gestão de recursos humanos: estudos contemporâneos. Casa do Psicólogo, 1998. Disponível em: <https://books.google.com.br>. Acesso em: 10 ago. 2015. Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 2 Professor Fernando Eduardo Mesadri CONVERSA INICIAL Olá! Seja bem-vindo à segunda aula da disciplina “Psicologia e Comportamento Organizacional”. Nesse encontro, nosso foco será a área de Recursos Humanos dentro das organizações. Confira a seguir os temas que serão trabalhados: Definição de organização. Elementos das organizações. Definição de comportamento organizacional. Campos de estudo do comportamento organizacional. Políticas de Gestão de Pessoas. Aproveite esse momento de atualização e tenha bons estudos! Introdução A partir de agora, vamos contemplar assuntos que permitirão o entendimento do que é uma organização, procurando distingui-la da administração, pois ainda se confunde o ambiente organizacional com os processos que dele fazem parte. Vamos abordar também os elementos que se encontram inseridos nas organizações e como eles interagem, tornando o ambiente funcional ou não. Esse conhecimento será a base para o próximo assunto: o comportamento organizacional, estudado por meio da visão psicológica do comportamento e das ciências que fornecem as ferramentas para observá-lo, diagnosticá-lo e avaliá-lo. Poderemos, então, entender os três campos de estudo do comportamento organizacional: o micro, o meso e o macro- organizacional. Ao estudarmos o campo macro-organizacional, estaremos abordando poder e política, que permitirá a compreensão das políticas de Recursos Humanos, nosso último assunto. Antes de começar, acesse o material on-line e confira o vídeo introdutório! PROBLEMATIZAÇÃO Veja a seguir duas definições de comportamento organizacional, feita por autores diferentes: Ao tratar de Comportamento Organizacional John R. relata as mudanças das organizações, a importância de novas tecnologias e o desafio de gerenciar uma organização de um modo inovador e moderno. Zélia Frei Berger cita em suas definições de Comportamento Organizacional o desenvolvimento humano no ambiente de trabalho, a ética e os seus valores e a importância das atividades em grupo e de saber como se comportar diante de uma situação entre colaborador e organização. Agora que você leu as definições, trace um comparativo apontando os elementos que convergem e aqueles que divergem e justifique a sua resposta. E aí, como ficou a sua resposta da atividade? Vamos ver como a professora Neusa resolveu essa questão e comparar os resultados? Veja a seguir! Zélia Frei Berger, ao definir comportamento organizacional, possui uma visão humana da organização, abordando a necessidade de haver um desenvolvimento humano no ambiente de trabalho onde as atividades em grupo sejam putadas na ética e nos valores, tanto pessoais quanto organizacionais. O grande desafio está no comportamento do gestor e dos membros de uma equipe para lidar com as situações que se apresentam no cotidiano organizacional. Jonh R. nos fala da necessidade de ocorrerem mudanças nas organizações e a importância de se aplicar as novas tecnologias de forma inovadora e moderna, tendo uma visão mais técnica do comportamento organizacional. Tema 1 - Definição de Organização Vamos apresentar, nesse primeiro tema, a definição de “organização” e diferenciá-la da definição de “administração”, trazendo a visão de vários autores. O estudo se baseia no livro base dessa disciplina, intitulado “Comportamento Organizacional: integrando conceitos da administração e da psicologia” (PASETTO; MESADRI, 2011). Vamos lá? A seguir você tem uma linha do tempo, com a definição de alguns autores a respeito da organização e da administração. Bliss (1929): na década de 1920, Bliss (1929) estabelece que a organização não é apenas um sistema de partes orgânicas, de componentes e relações; mas também funcionalmente uma interação de forças, atividades e propósitos. Todos os seus usos corretos têm em comum o objetivo de estabelecer relações coerentes e efetivas das partes com o todo; de partes ou órgãos com ações especiais; e de todo o sistema com certas funções gerais ou especiais. Rubey (1931): Em uma outra ótica, Rubey (1931) afirma que a organização pode ser definida como o estabelecimento dos deveres dos indivíduos, estabelecidos por meio da linha através da qual a autoridade flui, a fim de que os objetivos da empresa possam ser realizados. Ela deve ser lógica, sistemática, científica e fixar a responsabilidade de modo definitivo, assegurando os melhores resultados dentro do orçamento disponível. Além disso, precisa ser pessoal, no sentido de levar em conta as aspirações humanas, as exigências e as necessidades dos indivíduos, de modo que seus melhores esforços sejam utilizados, suas vontades sejam atendidas e suas relações na empresa se tornem agradáveis. Mooney e Reiley (1939): para esses autores, organização é a forma de toda associação humana para a consecução de certo objetivo comum. No sentido formal, significa ordem, umprocedimento sistemático. Organização, para os autores, é o esforço associado. Fayol (1950): esse autor diferencia as palavras “administração” e “organização”. Para ele, administração é um todo do qual a organização é uma das partes. A organização abrange somente o estabelecimento da estrutura e da forma, sendo para ele, portanto, estática e limitada. Mattos (1975): encontrou-se uma definição completa do termo “organização” em Mattos (1975). Para o autor: “organização é um conjunto de doutrinas, teorias, concepções, modelos, instrumentos e mecanismos; construído e constantemente enriquecido pelo estudo, pela experimentação, observação e pesquisa; produzindo hipóteses, princípios, padrões e leis; como base em processos, técnicas e métodos, mediante os quais os especialistas, com tanto maior êxito quanto maior for o seu conhecimento profissional e mais desenvolvido for o seu pendor, inclinação e vocação, poderá atuar sobre os elementos de toda a ordem e natureza constitutivos de qualquer empreendimento humano e coletivo, e levando-se em conta o seu relacionamento interno e externo; a fim de que essa instituição se estruture e funcione com eficiência e eficácia, em direção ao seu objetivo, ao mesmo tempo proporcionando realização pessoal e social às pessoas que dela fazem parte (MATTOS, 1975). Fischer (1980): a organização é definida por esse autor “como um lugar onde diferentes agentes contribuem com seus recursos para a produção de objetos e serviços. É, também, o lugar que cada indivíduo explora, adapta e habita, a fim de realizar seus próprios objetivos”. Schein (1982): segundo Schein (1982), a organização é a coordenação planejada das atividades de uma série de pessoas para a consecução de algum propósito de objetivo comum explícito, através da divisão de trabalho e função e de uma hierarquia de autoridade e responsabilidade. Bleger (1984): de acordo com Bleger (1984), a organização é a instituição que coloca os problemas mais agudos em relação à elucidação de objetivos e à aceitação da tarefa profissional. Toda empresa tem como objetivo fundamental, de uma ou outra maneira, o incremento de sua produtividade. Kanaane (1999): Kanaane (1999) conclui que a organização é um sistema socialmente estabelecido pelo conjunto de valores expressos pelos indivíduos que dela fazem parte, sendo assimilados e transmitidos sucessivamente pelos membros (KANAANE, 1999, p. 37). Objetivos das Organizações Os objetivos são responsáveis pelo funcionamento adequado da empresa como entidade econômica, mediante a produção de bens ou serviços, que visam atender às necessidades da sociedade, mais precisamente dos consumidores, e, ao mesmo tempo, às reivindicações dos trabalhadores. São divididos em: Operacionais: responsáveis pelo funcionamento adequado da empresa, mediante a produção de bens e serviços que vão gerar as condições econômicas. Sociais: visam atender às necessidades da sociedade, do consumidor e do próprio trabalhador da empresa. Tamanho das Organizações Pode-se classificar o tamanho das empresas de várias formas, segundo a definição de Cavalcanti (1981), deve-se levar em consideração o número de empregados, como você pode ver a seguir: Os problemas das pequenas e médias empresas são considerados uma das consequências da Revolução Industrial. Hoje, tais organizações continuam gerando sérias preocupações, sendo necessário apoiar a iniciativa privada da população por meio da oferta de meios e instrumentos de capacitação empresarial, transformando negócios nascentes em prósperos e duradouros. A importância das empresas pequenas e médias pode ser analisada sob dois aspectos: A importância das organizações cresce em face das necessidades de mudança para enfrentar a competição e a permanente e acelerada fase de evolução e renovação. O desenvolvimento organizacional, com criatividade e sensibilidade, constitui uma das abordagens atuais preconizadas pelos especialistas para enfrentar essa necessidade de mudança, como condição essencial à sobrevivência das empresas humanas. Para compreendermos o que se passa dentro das organizações e para termos a clareza do estudo e da aplicação das técnicas e instrumentos desenvolvidos pela ciência do comportamento organizacional, o nosso foco de visão não pode ser unidimensional. Precisamos entender a estrutura física e monetária, mas também é fundamental o entendimento das relações e inter-relações, ou seja, precisamos aprofundar nosso foco e partir para uma visão sistêmica. Cabe perguntar: o que é uma visão sistêmica? No link a seguir é possível ler um texto que trata desse conceito de forma clara e esquemática. Confira! https://aderivaldo23.wordpress.com/2014/11/01/o-limitarismo- a-visao-cartesiana-e-a-visao-sistemica-da-seguranca-publica/ A visão sistêmica desenvolve o pensamento sistêmico, o qual permite: Observar relações dinâmicas (redes de), em vez de buscar cadeias lineais de causas-efeitos; Deixar de analisar o processo de forma estática para considerá-lo dinâmico; Substituir a consideração unidimensional por análises multidisciplinares; Completar o tratamento analítico dos aspectos quantitativos, considerando a visão dos aspectos qualitativos; Substituir considerações deterministas, dedutivas e fechadas por considerações abertas apoiadas na criatividade, que possibilitam a inovação. Então fica fácil conhecer as organizações, já que basta aplicar as características de um pensamento sistêmico, certo? Seria muito fácil, se tudo fosse visível e linear, mas não é! A organização é formada por múltiplos componentes. Alguns deles são visíveis e outros não, como poderemos verificar no nosso próximo tema. Leia o artigo “A globalização e a evolução do comportamento organizacional”, clicando no botão a seguir! Ele complementa o que foi visto até aqui. http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2002_TR15_0798 .pdf Acesse o material on-line e confira um vídeo complementar. Você já parou para pensar como cada geração atua na organização de uma forma diferente? Pense em como seus avós trabalhavam, como seus pais trabalham e como você vê o mercado de trabalho hoje. As prioridades são diferentes, porque a realidade do mercado muda também. No link a seguir é possível assistir a um interessante vídeo que trata desse assunto de forma muito ilustrativa e criativa, caracterizando como três gerações encaram o mercado de trabalho. https://www.youtube.com/watch?v=F12DAS-ZNDY Em seguida, faça um quadro como este em seu caderno e complemente as informações! Essa atividade vai ajudar você a perceber os vários perfis que constroem uma organização. Tema 2 - Elementos das organizações Segundo Pasetto e Mesadri (2011), toda organização é constituída por três elementos básicos: Indivíduos: qualquer organização é composta por pessoas, esteja ela onde estiver. As pessoas serão tratadas aqui como indivíduos, pois trazem para dentro da organização a sua história, as suas vivências e seu conhecimento. São os indivíduos que, por meio de suas habilidades, competências e atitudes executam as tarefas que lhe são designadas e, dependendo de como interagem com seu grupo, têm-se resultados diferenciados. O indivíduo é, portanto, um elemento- chave para o cumprimento dos objetivos organizacionais. Precisamos entender como ele funciona individualmente e como se dá a sua interação com o grupo e a tarefa. Tarefas: uma cosia é certa: são as pessoasque executam as tarefas dentro de uma determinada organização. As tarefas são todas as atividades que requerem um conjunto de competências necessárias para o seu desenvolvimento, com maior ou menor grau de complexidade, podendo ser realizadas individualmente ou em grupo (chamadas setoriais); ou por toda a organização (chamadas organizacionais). Deste modo, as tarefas parecem ser o elemento mais concreto, simples e visível que se tem contato, porém na prática isso se torna quase que subjetivo, pois cada um entende e interpreta a sua realização conforme seu repertório, tanto no que diz respeito ao seu aspecto cognitivo quanto ao seu aspecto emocional. Grupos: dentro das organizações, os grupos são responsáveis pelo desenvolvimento coletivo das tarefas de uma maneira ordenada. Podemos dizer que um grupo já está formado quando duas pessoas estão interagindo para cumprimento de uma determinada demanda. Três aspectos dos grupos devem ser levados em consideração: a sua composição; a sua natureza e as características das tarefas que serão realizadas e como o grupo se organiza para executá-las, ou seja, como se dá o seu funcionamento. O importante na análise de uma organização não são esses elementos em si, mas o relacionamento que existe entre eles. De fato, em última análise, estamos interessados em como os indivíduos e grupos executam as tarefas e as consequências dessas no comportamento individual ou grupal, e não na simples existência desses elementos. A interação e a interdependência destes três elementos ainda não são o todo para o entendimento do funcionamento das organizações. Isso porque também precisamos atentar para alguns componentes que são visíveis e outros não visíveis. Percebam que estamos utilizando o termo não visível, e não o termo invisível, pois o componente está lá, apenas não conseguimos vê-lo. Para entendermos melhor, vamos utilizar uma figura trabalhada por Selffridge e Sokolik (2011): Organização visível Na organização visível estão os componentes facilmente identificados, que geralmente são provenientes da tarefa. São eles: Estrutura organizacional; Denominação e descrição de cargos; Rede de autoridade formal; Alcance do controle e dos níveis organizacionais; Objetivos organizacionais estratégicos; Políticas e procedimentos operacionais; Planejamento/sistema de informação; Políticas e procedimentos referentes ao pessoal; Unidades de mensuração referentes à produtividade física e monetária. Ou seja, são os componentes claramente observáveis. Geralmente racionais, provenientes de conhecimento e orientados para considerações atinentes às tarefas. Organização não visível Na organização não visível estão aqueles componentes que geralmente não conseguimos identificar com facilidade e somente serão observados por pessoas que têm os olhos preparados para ver. São eles: Padrões de poder crescente e de influência; Visão pessoal das competências organizacionais e individuais; Padrões de grupos interpessoais e de relações divisionais; Sentimentos e normas dos grupos de trabalho; Percepção da existência de relacionamentos de confiança de abertura e comportamentos relativos à aceitação de riscos; Percepção do papel individual e dos sistemas de valores; Sentimentos, emoções, necessidades e desejos; Unidade de medida para contabilização dos recursos humanos. Ou seja, são os componentes que não são geralmente visíveis. Além disso, são emocionalmente criados e orientados, tendo em vista o clima geral e o processo social, psicológico e comportamental da organização. Aprofunde seu estudo! Leia o capítulo 2 do livro base dessa disciplina, intitulado “Comportamento Organizacional: integrando conceitos da administração e da psicologia”. Ele está disponível na Biblioteca Virtual! http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications Após conhecermos os componentes descritos e tomarmos conhecimento daqueles fatores que afetam o comportamento dos indivíduos e consequentemente os resultados da organização, precisamos entender o que significa o comportamento e quais são as ciências que nos ajudam a entendê-lo dentro das organizações. Esse será o tema do nosso próximo estudo! Acesse o material on-line e confira um vídeo complementar! Tema 3 - Definição de comportamento organizacional O que é comportamento? Segundo pesquisa no site Conceito.de: “O comportamento é a maneira de se comportar (reagir, portar-se). Trata-se da forma de proceder das pessoas ou dos organismos perante os estímulos e em relação ao entorno”. Existem diversos modos de comportamento, que variam consoante as circunstâncias em questão. Baseado em: Conceito.de. Disponível em: <http://conceito.de/comportamento>. Acesso em: 15 set. 2015. Na ótica da Psicologia, o comportamento é tudo aquilo que faz um ser humano perante o meio em que vive. Cada interação de uma pessoa com o seu ambiente implica um comportamento. Quando esse comportamento apresenta padrões estáveis, pode- se falar de conduta. Dentro de uma visão psicológica, podemos afirmar que o comportamento é a ação do indivíduo observável por outra pessoa ou que pode ser medida pelo instrumento de um cientista (profissional que lança mão de ferramentas e instrumentos cientificamente elaborados e validados para dar visibilidade a componentes que estavam em uma condição não visível). Já vimos na primeira aula duas ciências, a Psicologia e a Psicologia Social. Agora veremos mais três, que são a Sociologia, a Antropologia e as Ciências Políticas. Sociologia A Sociologia estuda o sistema social nos quais os empregados desempenham seus papéis. As valiosas contribuições dos sociólogos influenciam o planejamento das equipes de trabalho, as dinâmicas de grupo, o poder, o conflito, a cultura organizacional, a comunicação, a estrutura, a tecnologia organizacional, entre outros. Os sociólogos têm auxiliado para o estudo do comportamento organizacional quando auxiliam o entendimento das relações dos empregados com seus companheiros de trabalho. Ciência Política As organizações são entidades políticas e, portanto, é necessário que se traga essa perspectiva política para entendê-la. Como a Ciência Política estuda os comportamentos dos sujeitos dentro de um ambiente político, entender o poder e como as pessoas o manipulam para satisfazer seus próprios interesses individuais é de suma importância para estudo do comportamento organizacional. Antropologia: A Antropologia tem contribuído para entender como os indivíduos lidam com valores, atitudes e comportamentos de diferentes países e diferentes empresas. Hoje, mais do que nunca, com a globalização, as fusões e as extensões, as empresas transnacionais se apresentam por diversos países do mundo. Os antropólogos têm contribuído para o entendimento dessas culturas, mostrando como preservar esses valores organizacionais com pessoas detentoras de culturas tão diferentes. Entendemos o que é comportamento, que precisaremos lançar mão de ferramentas validadas para levantá-lo dentro das organizações e que, para isso, é necessário conhecer as diversas ciências, as quais propiciaram os estudos científicos das ferramentas. Sabido disso, vamos entender o que é comportamento organizacional. Segundo Robbins (1997), trata-se do estudo sistemático das ações e atitudes das pessoas nas organizações. O mesmo autor estabelece três grandes objetivos para realizar o estudo do comportamento organizacional:Explicação: identificar o motivo dos comportamentos dos indivíduos ou grupos dentro da organização para dar uma explicação sobre o porquê deles. Previsão: como o próprio nome já diz, trata-se de prever ou identificar antecipadamente as consequências das ações políticas ou estratégias que se pretende levar a cabo. Intervenção: identificar quais as medidas mais eficazes para obter os comportamentos desejados. É preciso também falar sobre os objetivos que são aplicados ao estudo do comportamento organizacional. Confira-os a seguir: Melhorar a eficácia e a eficiência organizacional; Melhorar o bem-estar social, ou seja, melhorar o clima organizacional; Desenvolver as competências dos colaboradores; Trabalhar para o desenvolvimento da cultura da diversidade, ou seja, gerir a diversidade; Lidar com os efeitos da globalização e dar respostas eficazes a ela. Para interpretar, compreender e intervir no comportamento na e da organização, temos duas variáveis, desempenho e satisfação; e três níveis de análise: Acesse a Biblioteca Virtual e leia o livro “Comportamento Organizacional” de Stephen Robbins, 9. Edição, 2005. O capítulo 1 traz mais informações sobre os assuntos trabalhados nesse tema. http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications Assista no link a seguir a um vídeo sobre comportamento organizacional. Em seguida, faça uma análise de como as empresas no Brasil têm trabalhado essa temática. www.youtube.com/watch?v=MtXhVsvq1m4 Acesse o material on-line e confira a videoaula complementar! Tema 4 - Campos de estudo do comportamento organizacional Os campos de estudo do comportamento organizacional são três: micro-organizacional, meso-organizacional e o macro- organizacional. Vamos entendê-los primeiramente de forma global e depois partimos para o estudo específico de cada um. Micro-organizacional Ocupa-se em perceber como o homem se comporta enquanto trabalha sozinho. São questões abordadas nesse campo: 1. Qual é a importância das aptidões para o desenvolvimento das capacidades? 2. O que leva as pessoas gostarem do que fazem? 3. Por que alguns acham a tarefa desafiante e outros a veem como rotineira e insatisfatória? 4. As habilidades apropriadas asseguram que o indivíduo desempenhará satisfatoriamente uma tarefa? 5. Os traços de personalidade são determinantes para o sucesso de um indivíduo em um cargo? 6. A atitude do indivíduo pode interferir na eficiência de sua tarefa? 7. O pensamento é um determinante da tomada de decisão? 8. A forma de decisão pode ser um componente presente na cultura organizacional? Meso-organizacional Estuda o comportamento das pessoas que trabalham em equipes e em grupos. Esse campo procura responder as seguintes questões: 1. Qual é a melhor técnica ou ferramenta de sociabilização que incentiva os indivíduos a cooperarem entre si? 2. Como poderemos melhorar os índices de produtividade em um grupo de trabalho? 3. Como qualifico um grupo para que ele se torne uma equipe? 4. Quais ferramentas aplicar para combinação das aptidões dos membros de um grupo? 5. Existe um estilo de liderança que aplicado a determinado grupo eleva seu desempenho? 6. Como escolher o melhor estilo de liderança para determinado grupo? 7. Como trabalhar com as forças antagônicas de um grupo? 8. As pessoas têm os mesmos motivos para estarem presentes em um grupo? Macro-organizacional Este campo de estudo faz com que entendamos como as organizações distribuem o poder e a sua política e quais as consequências desta distribuição. Os pontos a serem respondidos são: De que forma o poder é adquirido e retido? Como os conflitos podem ser solucionados? Que mecanismos podem ser utilizados para coordenar atividades de trabalho? Por que existem diferentes formas de estrutura organizacional? O poder se reflete na política organizacional? Uma política pode ser ilegítima? Existe um tipo de poder melhor que o outro? A forma de lidar com o poder reflete a cultura organizacional? Comportamento micro-organizacional Na aula 1, falamos sobre o indivíduo e vimos as suas dimensões biológica, psicológica, social e espiritual. Você está lembrado? Aqui, voltaremos a focar o indivíduo, pois o campo de estudo do comportamento micro-organizacional fala sobre a pessoa. Abordaremos alguns pontos que diferenciam o indivíduo no seu ambiente de trabalho e iniciaremos pelo pensamento, já que sabemos que é nele que a ação tem seu início. Acompanhe uma definição para esse termo: O pensamento compreende as atividades mentais, como raciocinar, resolver problemas e formar conceitos. A partir dele é possível fazer algumas reflexões: Vejam o termo resolver problemas. Trata-se de algo importantíssimo para as organizações, sendo então fundamental para o estudo do comportamento organizacional. Vamos, então, nos ater neste aspecto do pensamento. Como os indivíduos resolvem os problemas? Basicamente, de forma intuitiva ou de forma racional, não é mesmo? Então podemos afirmar que a todo o momento o ser humano é chamado para optar entre uma ou outra possibilidade apresentada no dia a dia, independentemente do contexto no qual ele se encontra. Chamamos isso de processo de tomada de decisão. A palavra decisão é formada por de (que em latim significa parar, extrair, interromper), que se antepõe à palavra caedere (que significa cindir, cortar). Em sentido literal, significa parar de cortar ou, num sentido mais trabalhado, deixar fluir. O Dicionário de Psicologia de Doron e Parot (1998) traz uma ampla definição do termo “decisão”: A decisão, que supõe a seleção de uma resposta particular entre várias respostas possíveis, resulta de um processo de integração de informações e de avaliações múltiplas. A teoria da decisão procura determinar o conjunto de escolhas possíveis e precisar os critérios de escolha, com base em métodos matemáticos ou probabilísticos, permite elaborar modelos simplificados das situações estudadas. Como se pode perceber, na sua dimensão básica, a decisão necessita de um decisor, um problema e de uma ação a ser tomada. Para Heller (1999), quem toma uma decisão assume a responsabilidade de fazer um julgamento e deve avaliar os riscos, mapear os problemas, gerar ideias e projetar cenários. Existem dois tipos de decisor: os mais intuitivos que chegam às conclusões por intuição e que utilizam mais da criatividade e da espontaneidade e os lógicos, que se baseiam no julgamento e na análise dos fatos. Pesquisas de estilos de decisão como a de Rowe e Bougarides (1992) identificaram quatro abordagens individuais diferentes para a tomada de decisão. O fundamento básico deste modelo é que as pessoas diferem em duas dimensões: Na maneira de pensar: algumas são lógicas e racionais e, portanto, processam informação em série e outras são intuitivas e criativas percebendo as coisas como um todo. Na tolerância à ambiguidade. A forma da tomada de decisão estratégica das organizações é um componente que determina a cultura organizacional, assunto a ser discutido na quarta aula. Por enquanto, podemos afirmar que este tema é extremamente importante para o estudo do comportamento organizacional, assim como as atitudes e as emoções. Comportamento Meso-organizacional O campo de estudo do comportamento meso-organizacional é muito importante e está presente no contexto das organizações, fazendo com que se diferenciem entresi e adquiram vantagem competitiva no cenário organizacional. Sobre isso, dois conceitos são importantes: liderança e as equipes de trabalho. Neste momento de nosso estudo, apenas conceituaremos, pois ao logo de nossas aulas, trabalharemos mais profundamente cada um deles. Liderança A liderança é um conceito trabalhado há muito tempo no ambiente das organizações e também no acadêmico. Os teóricos constataram que a liderança não possui em sua essência um caráter genético, ou seja, nenhum líder nasce pronto, ou seja, trata-se de uma capacidade que pode ser desenvolvida. O líder é aquele indivíduo que consegue influenciar as pessoas que estão sob sua supervisão para que atinjam os resultados esperados, acreditando que os objetivos não são do líder, mas sim dos componentes das equipes de trabalho. Grupos e equipes de trabalho Grupos e equipes dizem respeito a mesma coisa? No senso comum, as pessoas tendem a se referir aos “grupos” como sendo “equipes”, quando na realidade trata-se apenas de uma porção de pessoas trabalhando ao mesmo tempo. Veja a seguir uma comparação básica entre os termos: Segundo Fela Moscovici (1999), um grupo se transforma em equipe quando: 1. Compreende seus objetivos e está engajado em alcançá- los, de forma compartilhada; 2. A comunicação entre os membros é verdadeira, opiniões divergentes são estimuladas; 3. A confiança é grande, assumem-se riscos; 4. As habilidades complementares dos membros possibilitam alcançar resultados; 5. Os objetivos compartilhados determinam seu propósito e direção; 6. Respeito, mente aberta e cooperação são elevados; 7. O grupo investe constantemente em seu próprio crescimento. Comportamento Macro-organizacional Como já vimos, esse campo investiga como as organizações distribuem o poder e a sua política. Tenha algumas informações sobre esses termos: Poder: é considerado a capacidade que uma pessoa tem de influenciar o comportamento de outra, o que acaba gerando uma relação de dependência, já que quando alguém exerce influência sobre o outro é porque possui algo que este outro deseja ou necessita. Políticas: são o poder colocado em prática. Podemos afirmar que elas são fatos dentro das instituições, os quais não podem e não devem ser ignorados. Além disso, existe um porquê de elas existirem. Precisamos, então, entendê-las e aplicá-las de forma a evitar conflitos entre os indivíduos e a empresa e contribuir para o atingimento dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais. A seguir é possível acessar algumas matérias interessantes: Fred Trajano, do Magazine Luiza, fala dos seus planos para o futuro: http://vocesa.uol.com.br/noticias/acervo/frederico-trajano-do- magazine-luiza-fala-dos-seus-planos.phtml#.VfhhlxFVhHw Profissão: agente multiplicadora: http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/noticias/pessoas- que-trabalham-por-um-mundo-melhor Como o Google está combatendo o preconceito no trabalho: http://exame.abril.com.br/revista-voce- sa/edicoes/201/noticias/como-o-google-esta-combatendo-o- preconceito-no-trabalho Acesse o material on-line e confira um vídeo complementar. Tema 5 - Políticas de Gestão de Pessoas Para iniciar, vamos conceituar as políticas de forma ampla e depois especificaremos cada uma, aplicando-as à área de Recursos Humanos ou de Gestão de Pessoas. Para tanto, vamos ver o que nos dizem os especialistas. Farrel e Petersen Farrel e Petersen apud Pasetto & Mesadri (2011) definem o comportamento político dentro das organizações como “aquelas atividades que não são exigidas como parte do papel formal de alguém na organização, mas que influenciam, ou tentam influenciar, a distribuição de vantagens e desvantagens dentro da organização”. Hardy e Clegg Hardy e Clegg apud Pasetto & Mesadri (2011) caracterizam as organizações como arenas dentro das quais a política a respeito do gênero aparece. Morgan (1986) Na abordagem metafórica de Morgan (1986), a organização pode ser vista como sistema de atividades políticas, um espaço de relações entre interesses, conflito e poder. A política de uma organização é deflagrada nos conflitos e jogos de poder que algumas vezes ocupam o centro das atuações, bem como nas incontáveis intrigas interpessoais que provocam desvios no fluxo da atividade organizacional. Como comportamento tipicamente territorial, a política ocorre quase sempre de um modo que é não visível a todos, exceto aos diretamente envolvidos. Como pudemos ver na fala dos autores Hardy e Clegg existem vários fatores que contribuem para o comportamento político das organizações. O poder político e os valores compartilhados e reforçados são a base da cultura organizacional. Trataremos da cultura organizacional em nossas aulas posteriores e ficará claro qual a correlação que existe entre as políticas e a cultura existente nas empresas. As políticas de Recursos Humanos ou de gestão de pessoas abrangem todos os subsistemas da área, como: Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Cargos e Salários e Remuneração, Higiene, Medicina e Segurança do Trabalho, Administração de Pessoal e Avaliação de desempenho. Veja a seguir algumas informações importantes: Agregando pessoas Quem deve trabalhar na organização? Recrutamento de pessoal; Seleção de pessoal. Aplicando pessoas O que as pessoas deverão fazer? Orientação das pessoas; Modelagem de cargos; Avaliação do desempenho. Recompensando pessoas Como recompensar as pessoas? Recompensa e remuneração; Benefícios e serviços. Desenvolvendo pessoas Como desenvolver as pessoas? Treinamento e desenvolvimento; Programas de mudança; Programas de comunicação. Mantendo pessoas Como manter as pessoas no trabalho? Higiene, segurança e qualidade de vida; Relações com empregados. Monitorando pessoas Como saber o que fazem e o que são? Sistema de Informação Gerencial; Banco de dados. Podemos resumir as políticas de Recursos humanos em três pontos principais: 1. As políticas situam o código de valores éticos da organização que, através delas, governam suas relações com os empregados, acionistas, consumidores, fornecedores etc. 2. A partir das políticas, pode-se definir os procedimentos a serem implantados, que são cursos de ações predeterminados, visando orientar o desempenho das operações e atividades, tendo em vista os objetivos da organização. 3. Os procedimentos são uma espécie de plano permanente que serve para orientar as pessoas na empresa e visam dar consistência à execução das atividades, garantindo um tratamento equitativo para todos os participantes e uniforme para todas as situações. Vamos trazer um exemplo da política de RH do grupo Schindler, produtor global de elevadores, escadas e esteiras rolantes. Ele está disponível na íntegra no link a seguir: http://www.schindler.com/content/br/internet/pt/carreira/bem- vindo-a-atlas- schindler/_jcr_content/rightPar/downloadlist/downloadList/11_1 344433830354.download.asset.11_1344433830354/politica- recursos-humanos.pdf Vimos que as políticas são a base para a elaboração dos procedimentos, os quais são os planos permanentes de ação. Sendo assim, vamos exemplificar um procedimento de uma política de desenvolvimento de funcionários que faz parte do subsistema de treinamento e desenvolvimento. Acompanhe!I. Finalidade: Estabelecer critérios e procedimentos para a operacionalização de ações dirigidas ao desenvolvimento dos funcionários, contemplando treinamentos de integração, comportamentais e técnicos da Empresa X. II. Aplicação: A todas as unidades da empresa X. III. Definição de treinamento 1. Treinamento: É um processo educacional de curto e médio prazo, aplicado de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e atitudes, em função de objetivos definidos. Envolve a transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho (atitudes frente a aspectos da Empresa, da tarefa e do ambiente e desenvolvimento de habilidades). 2. Treinamento de integração: Contempla informações básicas sobre as Políticas de RH da Empresa, a Segurança do Trabalho e o Sistema da Qualidade, sendo realizado na admissão do novo funcionário, e nos casos de mudança de função (seleção interna e/ou transferência), seja por admissão ou seleção interna. 3. Treinamento operacional/técnico: Contempla instruções e procedimentos específicos de uma tarefa a ser desenvolvida pelo funcionário, preparado e programado de forma que faça parte integrante do trabalho diário. Contempla também o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos diretamente relacionados com o desempenho do cargo atual ou de possíveis ocupações futuras. É comumente orientado diretamente para o trabalho. 4. Treinamento comportamental: Contempla o desenvolvimento ou modificação de atitudes, geralmente mudanças de atitudes negativas para atitudes mais positivas entre os funcionários, aumento de motivação e desenvolvimento da sensibilidade do quadro de chefias quanto aos sentimentos e às reações das outras pessoas. IV. Formas de treinamento 1. Interno: Realizado dentro das dependências da empresa, com utilização de recursos materiais e humanos disponibilizados exclusivamente pela Empresa X. 2. Externo: Realizado fora ou dentro da empresa, porém com recursos materiais e humanos disponibilizado pela empresa contratada. V. Necessidade de treinamento: A necessidade de treinamento deve estar baseada em informações empíricas, adquiridas através de observações, avaliações de desempenho/comportamento e acompanhamento diário do trabalho dos funcionários, bem como através da satisfação dos clientes internos e externos, satisfação esta percebida pela rotina diária e pelas entrevistas de desligamento. 1. Treinamento de integração - Quando precisa ser realizado É realizado no RH com o novo funcionário, com o objetivo de informá-lo (de forma geral) sobre a Empresa X, normas, políticas, procedimentos, entrega de uniformes, crachá etc. Após aprovação no processo seletivo, todo novo funcionário obrigatoriamente deverá passar pelo Treinamento de Integração antes de iniciar suas atividades na Empresa X. A administração logística do treinamento de integração é de responsabilidade do RH ou seja, planejar e informar os instrutores sobre data, local e número de participantes. A presença dos participantes deverá ser registrada em formulário próprio (Lista de Presença). 2. Treinamento operacional\técnico – Quando precisa ser realizado O treinamento operacional é realizado no próprio local de trabalho do novo funcionário ou aquele que, por promoção, assumiu novas funções. O treinamento técnico será realizado no Centro de Treinamento da Empresa X. 3. Treinamento comportamental - Quando precisa ser realizado É realizado no Centro de Treinamento da Empresa X e tem como objetivo abordar competências comportamentais como comunicação, relacionamento interpessoal, postura profissional, cooperação e desenvolvimento de equipes. O treinamento comportamental será diferenciado conforme o nível hierárquico do funcionário. No treinamento gerencial, o foco será desenvolver competências para gerentes e subgerentes com relação aos seguintes temas: políticas de recursos humanos (recrutamento e seleção, acompanhamento, avaliação de desempenho, remuneração e aconselhamento); multiplicadores de treinamento (técnicas de aprendizagem, treinamento no posto de trabalho, comunicação e técnicas de ensino); autoestima, assertividade e feedback; o líder e o perfil de liderança mais adequado ao grupo (a liderança situacional); gestão de conflito (componentes e administração do conflito e o papel do mediador). VI. Procedimentos Os responsáveis por identificar a necessidade deste tipo de treinamento são os gestores de todos os níveis. O RH terá a responsabilidade de elaborar e disponibilizar, mensalmente, um cronograma dos treinamentos que serão realizados. Ciente das datas de treinamento daquele mês, cabe ao gestor, contatar o RH e fazer a inscrição de seus funcionários no treinamento em questão. No caso do não comparecimento do funcionário ao treinamento por motivos injustificados (atraso, excesso de trabalho, esquecimento etc.) o gestor da área será informado para tomar as decisões cabíveis. No caso de faltas justificadas, o faltante deverá informar sua chefia imediata que repassará a informação para o RH. Assim, terá o direito de participar do próximo treinamento. As solicitações de reciclagem devem partir dos gestores, que devem realizar inscrição conforme procedimento acima. O treinando que tiver menos que 75% de frequência estará automaticamente excluído do programa. O treinando que concluir carga horária igual ou superior a 75% terá direito a um certificado de participação emitido pela Consultoria. A Consultoria fica responsável pela preparação e aprovação do material didático. No caso de apostilas referentes aos procedimentos internos da Empresa X, é de responsabilidade da mesma encaminhar o material a ser usado no treinamento. 4. Avaliação de treinamento 1. De reação: deve ser aplicada pelo instrutor no final de qualquer treinamento realizado. Assim que os dados forem computados, serão encaminhados ao RH. 2. De eficácia: verificação após um período mais longo, a fim de medir a capacidade e as habilidade dos treinandos em tarefas específicas que foram desenvolvidas. Deve ser realizada pelo gerente, o qual define a periodicidade em conjunto com o RH, conforme as habilidades que foram desenvolvidas no referido treinamento. A solicitação de reciclagem de treinamento pode ser advinda da análise de sua eficácia. Quando isso acontecer, os responsáveis devem comunicar ao RH. VII. Responsabilidades: Todos os gestores da empresa X serão responsáveis pela observância e cumprimento desta instrução. É incumbência do RH dar orientações necessárias para o cumprimento desta instrução. VIII. Vigência: Esta instrução entrará em vigor a partir de XXXX. Vamos ampliar nossos conhecimentos sobre “Políticas de Recursos Humanos” fazendo a leitura do artigo que se encontra na Revista de Administração e Ciências Contábeis do IDEAU. Acesse-o no link a seguir: http://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/ 113_1.pdf Depois de termos visto o modelo de uma política de RH e de um procedimento específico de uma política de RH, agora vamos ampliar nosso conhecimento realizando a leitura da política de RH da Nestlé. Tenha acesso a ela clicando no botão a seguir! https://empresa.nestle.pt/conhecaanestle/documents/politica% 20de%20recursos%20humanos%20da%20nestle.pdf Acesse o material online e confira um vídeo complementar! NA PRÁTICA Para aprofundarmos o conhecimento, vamos elaborar um procedimento que deverá ser baseado no modelo apresentadona aula e intitulado: Procedimento para Treinamento de Integração Comportamental e Técnica da empresa X. Sua tarefa é elaborar um procedimento para a Política de Cargos, Salários e Remuneração, contemplando alguns tópicos: I. Finalidade; II. Aplicação; III. Termos aplicados à remuneração, aos cargos e aos salários; IV. Objetivos e descrição das etapas que compõem a política de remuneração; V. Cargos (nomenclatura, criação, extinção ou alteração de cargos); VI. Desenho da estrutura salarial (tabela salarial); VII. Benefícios; VIII. Responsabilidades; IX. Vigência. E aí, como ficou seu procedimento para a Política de Cargos, Salários e Remuneração? A professora Neusa desenvolveu essa mesma atividade! Confira o resultado a seguir: Procedimento para a Política de Cargos, Salários e Remuneração I. Finalidade: estabelecer critérios e procedimentos para a administração da remuneração. II. Aplicação: para todas as unidades da organização e seus respectivos departamentos. III. Termos aplicados à remuneração, aos cargos e aos salários: Tarefa: conjunto de elementos que requer o esforço humano para determinado fim. Função: agregado de deveres, tarefas e responsabilidades que requerem o serviço de um indivíduo. Cargo: grupo de funções idênticas na maioria ou em todos os aspectos mais importantes das tarefas que as compõem. Salário: valor contratado por tipo de cargo e pago mensalmente em folha de pagamento, sobre os quais incidem todos os encargos sociais legais correspondentes. Descrição de cargo (DC): registro de identificação das atividades inerentes ao cargo, experiência, conhecimentos, habilidades e características comportamentais necessárias ao desempenho satisfatório da função. Estrutura salarial: conjunto de instrumentos gerenciais para administrar a remuneração dos funcionários, formado por manual de descrição de cargos e classificação e faixas de cargos (tabela salarial). Tabela salarial: conjunto formado por diversas faixas salariais, agrupando cargos com avaliações próximas, contemplando no interior de sua estrutura valores salariais calculados para atender a política salarial da empresa. Benefícios: conjunto de programas oferecidos pela empresa com a participação mínima dos funcionários, a fim de acompanhar a realidade do mercado local e proporcionar melhores condições de qualidade de vida. Manual de descrição de cargos: compilação de todas as descrições de cargos da empresa, divididas por áreas, conforme a estrutura existente em cada unidade. IV. Objetivos e descrição das etapas que compõem a política de remuneração: Prever, qualitativa e quantitativamente, o dimensionamento do quadro de colaboradores; Definir objetivos e atribuições inerentes a cada cargo (razão de existir); Definir pré-requisitos de ocupação e especificações dos cargos; Formular, desenvolver e estabelecer uma estrutura salarial adequada às necessidades da instituição face ao seu segmento de atuação; Oferecer oportunidades de remuneração capazes de gerar continua estimulação nos colaboradores e elevar padrões de motivação e resultados. Etapas: Descrição de cargos: é um processo que consiste em determinar, pela observação e pelo estudo, os fatos ou elementos que compõem a natureza de um cargo e o torna distinto dos outros existentes na organização (OLIVEIRA, 2008, p. 4). Avaliação e classificação de cargos: segundo Chiavenato (2003, p. 44), o ponto de partida para qualquer esquema de avaliação de cargos é obter informação a respeito dos cargos através da análise de cargos, para se tomar as decisões comparativas sobre eles. Para tanto, a avaliação de cargos deve fundamentar-se nas informações prestadas pela análise dos cargos. Pesquisa salarial: deve ser realizada periodicamente com as empresas do mesmo segmento e do mercado local para avaliação, estudo e validação da tabela praticada pela empresa, propiciando assim oportunidade de correção de possíveis distorções. Estruturação salarial: conjunto de instrumentos gerenciais para administrar a remuneração dos colaboradores, formado por manual de descrição de cargos e classificação e faixas de cargos (tabela salarial). V. Cargos (nomenclatura, criação, extinção ou alteração de cargos): a criação, extinção ou alteração de cargos é de competência da área de recursos humanos, sendo a aprovação responsabilidade da diretoria da empresa. VI. Desenho da estrutura salarial (tabela salarial): deverá conter número de classes, faixas salariais, que é a amplitude do mínimo até o máximo salário a ser pago e define a trajetória horizontal de cada cargo. Deverá ter o salário no período de experiência reajustamento geral, enquadramento e promoção. VII. Benefícios: devem ter a participação mínima do colaborador conforme acordo coletivo. VIII. Responsabilidade: área de Recursos Humanos e de todos os gestores da organização. IX. Vigência: a partir da publicação da política pela área de Recursos Humanos e da assinatura da Diretoria SÍNTESE Nessa aula, procuramos aprofundar o conhecimento a respeito das organizações, na busca de entendê-las como um todo, por meio de conceitos diferenciados e complementares, analisando desde seus objetivos e seu tamanho até as relações que se estabelecem. O estudo foi dirigido a partir de uma visão sistêmica. Ao estudarmos os elementos que fazem parte das organizações, vimos que alguns componentes são visíveis e outros não. Conceituamos os comportamentos e diferenciamos os diversos modos de se comportar nos contextos. Além disso, conhecemos as ciências que emprestaram seus conceitos e instrumentos para a ciência do comportamento organizacional e os objetivos para realizar seu estudo. Conhecemos também as variáveis e os níveis da análise do comportamento organizacional. Ficou claro para você que as políticas de Recursos Humanos se encontram no nível organizacional? O estudo desse tema permitiu o entendimento dos três campos de estudo do comportamento organizacional: o micro, o meso e o macro organizacional. Não finalize seus estudos sem assistir ao vídeo de síntese que está no material on-line! Referências DORON, R.; PAROT, F. (Orgs.) Psicologia Clínica. Dicionário de Psicologia. Vol. I. São Paulo: Ática, 1998. FISCHER, Gustave N. Espace indutriel et liberté. Paris: PUF, 1980. PASETTO, Neusa Vítola; MESADRI, Fernando Eduardo. Comportamento organizacional: integrando conceitos da Administração e da Psicologia. Editora IBPEX, 2011. PERSICO, Neide; BAGATINI, Sonia Beatriz. Comportamento humano nas organizações. Curitiba: Intersaberes, 2012. (Série Administração e Negócios). ROBBINS, Stephen. Comportamento Organizacional. Rio de Janeiro: LTC, 1999. Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 3 Professor Fernando Eduardo Mesadri Conversa inicial Seja bem-vindo(a) à terceira aula de Psicologia e Comportamento Organizacional. Nesta aula, vamos estudar os seguintes assuntos: Autoconhecimento Relações humanas e a ética empresarial Comunicação Técnicas de feedback Inteligência emocional Introdução Nesta aula, estudaremos assuntos extremamente importantes para o entendimento do indivíduo na sua relação com as demais pessoas, as equipes, as gestões, os clientes, os concorrentes, enfim, todaa rede social que nos cerca. Para tanto, entenderemos o conceito de autoconhecimento e tudo envolvido neste grande processo que propicia a mudança, tão necessária para as pessoas gerirem a si e a sua própria carreira. O autoconhecimento é composto de uma série de elementos e, portanto, a nossa visão passa a ser ampliada, ora estaremos focando as emoções, ora as reações, depois as atitudes, as condutas e por fim os comportamentos e os sentimentos. Outro ponto que abordaremos serão as nossas relações humanas e a ética nas organizações. Vocês verão que o desenvolvimento da moral pessoal e da ética empresarial tem similaridade e a partir daí vai ficando mais claro o porquê da necessidade de ferramentas para condução de um processo de seleção profissional, de um levantamento do clima organizacional e também das pesquisas de satisfação. Ainda nessa aula entenderemos porque algumas pessoas não percebem bem, comunicam-se mal e decidem pior ainda. Veremos os pontos fundamentais da comunicação, seu fluxo, sua direção e suas barreiras e também para que ela serve. Depois veremos a serventia do feedback e as melhores técnicas para fazê-lo. Por último, observaremos onde todos esses assuntos convergem: nada mais, nada menos que na Inteligência emocional. Com isso tudo colocado, agora faremos o convite para vocês: vamos conhecer a aula Desenvolvimento de Pessoal e as Organizações! Bons Estudos!!! Problematização Quando aplicamos os conceitos de percepção ao autoconhecimento acabamos concluindo se fomos exercitados para percebermos o nosso mundo interior. E podemos responder até que ponto refletimos sobre nossas emoções, reações, atitudes, condutas e comportamentos. Então, vamos realizar um exercício para ampliar nossa percepção sobre nós mesmos. Reflita: Até que ponto faço o que gosto? E quando faço o que não gosto, como reajo? Após essa reflexão, olhe para dentro de si, como se estivesse se olhando no espelho, e responda: O que eu gosto e faço? O que eu gosto e não faço? O que eu não gosto e faço? O que eu não gosto e não faço? Com essas respostas, você terá um panorama do quanto tem pensado naquilo que está vivendo tanto pessoalmente quanto profissionalmente e isso ampliará seu limiar de percepção de si mesmo. Após este exercício reflexivo, acesse o material on-line e confira o que os professores Fernando Eduardo Mesadri e Neusa Vítola Pasetto têm a dizer! Autoconhecimento Você já deve ter ouvido o termo Autoconhecimento. Para você, o que significa? Como o autoconhecimento pode ajudar no seu desenvolvimento pessoal? Para começar nossas reflexões, vamos ler um artigo sobre isso! AUTOCONHECIMENTO – O CAMINHO PARA O ENTENDIMENTO Por Neusa Salete Vítola Pasetto Quando o pequeno SER, pequeno em tamanho é claro, chega ao mundo, é recebido por aqueles que já lhe tem como parte integrante. Parte integrante do que? Por que? E como? Estas são as primeiras indagações que deveríamos fazer para iniciarmos nosso caminho em busca do autoconhecimento. “ Sou parte do que? Por que estou aqui? E como estou aqui? ” Assim começa a história de um cidadão. Ao ingressar na vida, ainda no útero materno, a criança já faz parte do mundo e da célula menor da sociedade que é a família. Ela recebe o alimento que a nutre durante os nove meses e junto com este alimento recebe também o desejo, os anseios, os temores, a satisfação, a insatisfação, o complemento e a divisão. O que estamos dizendo é que mesmo antes de nascermos já fazemos parte de uma história familiar e já temos o nosso espaço nesta sociedade chamada família. Contudo, não podemos esquecer de forma nenhuma, que antes de sermos um ser social, somos um ser individual carente e que necessita de atenção a esta sua individualidade, pois é através dela que poderemos nos tornar um ser social mais (+) ou menos (-) feliz. O ser é complexo e é esta complexidade que o torna tão encantador e diferente dos demais seres vivos da natureza. Afinal, somos seres únicos. Jamais a experiência vivida por um, pode ser vivida pelo outro com a mesma intensidade e vibração. Para nos conhecermos não adianta vermos a nossa herança biológica, psicológica e social separadamente. É inegável, e o genoma está aí para comprovar que geneticamente somos extremamente parecidos, então concluímos que somos únicos pela dinâmica das três partes de nosso ser. O trabalho do autoconhecimento é também único. Só depende de cada um. É também uma caminhada e para iniciá-la só depende da pessoa. Quando voltamos a atenção para nosso Eu, passamos a conhecer ou a reconhecer os nossos valores, nossas virtudes, nossas fortalezas, nossas fragilidades, nossa autoestima. Ah! Nossa autoestima. Fica então a reflexão: A caminhada é longa, porém quando encontrarmos no caminho o Eu, já estaremos a apenas alguns passos do Nós. Após a leitura deste texto, vamos aprender algumas definições de autoconhecimento? “Em filosofia, autoconhecimento ou conhecimento de si é ou um objeto de investigação epistemológica ou é a finalidade de uma busca de natureza ética. Quando visto como objeto da investigação epistemológica, o que se busca é a explicação de como e o que é conhecido. Quando visto como projeto ético, o que se busca é a realização de algo que leve o sujeito a ser mestre de si mesmo e, consequentemente, um ser humano melhor. O autoconhecimento algumas vezes é obtido através da meditação, que é uma prática oriunda da ioga, e da psicoterapia. ” “A definição de autoconhecimento no dicionário de Português é conhecimento de si próprio, das suas características, qualidades, imperfeições, sentimentos etc; que caracterizam o indivíduo por si próprio. ” Para Stadler, Schmidt e Rodermel (2011 p. 19), o autoconhecimento é importante para identificarmos nossas capacidades, limitações, características físicas, pessoais e emocionais e dessa forma, termos mais clareza quanto à nossa autoimagem, pois cada indivíduo tem uma imagem de si próprio que nem sempre corresponde à realidade. Vamos na sequência entender um pouco sobre autoimagem, mas antes vamos aos componentes do autoconhecimento. Não poderemos entender o conceito de autoconhecimento sem a percepção, o insight, a memória, a aceitação, à vontade, entre outros fatores. Passaremos pela definição desses conceitos: Percepção A percepção supõe numerosas atividades cognitivas. Na fase primária do processo perceptivo a pessoa decide para o que irá atentar. (Davidoff, p. 213). A percepção é uma operação ativa e complicada e também o processo pelo qual o indivíduo organiza e interpreta suas impressões sensoriais a fim de dar sentido ao seu ambiente. Não podemos esquecer que a percepção é determinada pela interação entre fatores fisiológicos e psicológicos e, portanto, se refere ao modo como interpretamos as mensagens de nossos órgãos dos sentidos para dar uma ordem ou significado ao nosso meio ambiente. Memória O termo memória tem sua origem etimológica no latim e significa a faculdade de reter e /ou readquirir ideias, imagens, expressões e conhecimentos adquiridos anteriormente reportando-se às lembranças e reminiscências. Para Davidoff (p. 293) (...) perceber, estar consciente, aprender, falar e resolver problemas, tudo isso requer aptidão para armazenar informação. A percepção e a consciência muitas vezes dependem de comparações entre o presente e o passado. A aprendizagem exige a retenção de hábitos ou de novas informações. De fato, quase tudo o que se faz depende da memória. A memória é ponto chave para o autoconhecimento,pois é através dos dados retidos na memória que o sujeito poderá comparar e analisar os sentimentos, emoções, comportamentos e atitudes do passado com as do presente. Insight Insight é um substantivo com origem no idioma inglês e que significa compreensão súbita de alguma coisa ou determinada situação. O insight também está relacionado com a capacidade de discernimento, pode ser descrito como uma espécie de epifania. A epifania significa um súbito entendimento ou compreensão de algo. Um insight é um acontecimento cognitivo que pode ser associado a vários fenômenos podendo ser sinônimo de compreensão, conhecimento, intuição. Algumas pessoas afirmam que um insight é a perspicácia ou a capacidade de apreender alguma coisa e acontece quando uma solução surge de forma repentina. O insight é mais uma capacidade fundamental para o autoconhecimento, pois somente poderemos nos autoconhecer se pudermos compreender subitamente um comportamento em determinada situação. Aceitação A aceitação também é um processo, e para aquele que está nele, é um momento bastante difícil, por que as emoções e os sentimentos se misturam e o indivíduo acaba esbarrando com o seu próprio modo de ser. É neste momento que o indivíduo se julga, percebe-se, rotula-se por meio de uma visão única e particular. De um modo mais amplo, o julgamento pode surgir sem muitas ações concretas, a maioria parte do imaginário, de ideias criadas a partir de um mínimo contexto. É neste processo que as falhas do indivíduo são reconhecidas e neste momento que a frustração e o sofrimento podem surgir, mas, se ocorre à auto aceitação de falhas ou de comportamentos, mas também o seu reconhecimento. Aqui começa o desenvolvimento que o tornará uma pessoa melhor. Vontade Sem esse motor de arranque chamado vontade, o autoconhecimento não tem chance de acontecer. “s.f. Determinação; sentimento que leva uma pessoa a fazer alguma coisa, a buscar seus objetivos ou desejos. Capacidade individual de escolher ou desejar aquilo que bem entende; faculdade de fazer ou não fazer determinadas ações. ” http://www.dicio.com.br/vontade/ Para uma pessoa realizar o autoconhecimento, se faz necessário que exista “o querer se conhecer”. E, convenhamos, para manter esse comportamento, precisamos ter determinação. Vamos voltar à autoimagem e para isso recordemos o que nos diz Stadler, Schmidt e Rodermel: ”O autoconhecimento é importante para identificarmos nossas capacidades, limitações, características físicas, pessoais e emocionais e, dessa forma, termos mais clareza quanto à nossa autoimagem, pois cada indivíduo tem uma imagem de si próprio que nem sempre corresponde à realidade. ” (2011 p. 19). Os autores falam que essa autoimagem pode ser real ou distorcida. A imagem distorcida pode ser elevada ou rebaixada. Qual você acha que é a melhor distorção? A elevada? A rebaixada? A resposta é: nenhuma das duas! Ambas trarão consequências para os relacionamentos interpessoais dos indivíduos. Falaremos sobre esse assunto no próximo tema, pois, trabalharemos as relações humanas e o quanto a baixa ou autoestima interfere na qualidade de nossos relacionamentos. E como está sua autoimagem? Para refletir sobre isso, assista ao pequeno trecho do filme Mulan, que trata exatamente desse conflito tão atual quanto na época em que se passa a história. https://www.youtube.com/watch?v=3ry9hgN9GYQ Agora leia o artigo “Gestão de carreira: uma questão de autoconhecimento”, de Janete Lúcia Pagani Peres, disponível a seguir: http://www.convibra.com.br/upload/paper/adm/adm_2621.pdf Assista também ao vídeo de “Gestão de Pessoas: dicas sobre o autoconhecimento” e faça uma análise dos principais pontos trazidos pelo palestrante e como isso impacta na carreira de um profissional: https://www.youtube.com/watch?v=MLhOc3C7C7U Para finalizar este tema e refletir mais sobre o autoconhecimento, assista ao vídeo dos professores acessando o material on-line! Relações humanas e a ética empresarial “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Tereza para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história”. Carlos Drummond de Andrade Este poema de Carlos Drummond Andrade pode suscitar várias questões sobre as relações interpessoais, não é mesmo? O que significa relações humanas e como elas se estabelecem no convívio entre as pessoas? Conjunto de interações que se estabelecem entre os indivíduos nos mais diversos contextos sociais, sejam na família, nos grupos sociais, religiosos ou no do trabalho. As interações têm como base os vínculos, e na maioria das vezes hierárquicos que entre as pessoas e se efetiva por meio da comunicação. Este conjunto de interações permite que as pessoas convivam de forma cordial e existem amistosa, baseando-se por algumas regras que foram aceitas por todos os integrantes da sociedade os quais reconhecem os direitos individuais. Para entendermos a assimilação dessas regras, que é a base para uma relação humana harmoniosa, buscaremos os estudos realizados por Jean Piaget (1994, p. 33-35), que a partir de suas pesquisas com crianças, conseguiu mapear quatro etapas que fazem parte da formação moral dos indivíduos. Antes de partirmos para essas etapas, precisamos entender o que é moral. Moral é proveniente do latim mores, costumes. É o conjunto de regras a respeito do comportamento, legal ou ilegal, estabelecidas e aceitas numa época em determinada comunidade humana. Vamos conhecer as etapas que fazem parte da formação moral dos indivíduos. As etapas aqui apresentadas foram baseadas no livro de Alencastro intitulado Ética empresarial na Prática. 1ª etapa: Anomia: é a fase em que o ser humano, ainda criança, não tem regra alguma. O comportamento é puramente instintivo. É regido pelo princípio do prazer e foge da dor e não consegue correlacionar as suas atitudes às normas morais. Vamos imaginar um adulto que se encontra nessa fase, as suas relações humanas seriam bastante conflituosas, uma vez que essa pessoa age puramente pelo seu prazer pessoal, sem se preocupar ou respeitar as necessidades do outro. Não apresenta responsabilidade por manter os vínculos em nenhuma das esferas sociais. 2ª etapa: Heteronomia: a regra é estabelecida pelo outro, ou seja, está fora da criança. Nesta fase, a criança obedece às ordens para receber recompensa ou castigo. Também vamos imaginar um adulto que se encontra nesta etapa do desenvolvimento moral. As suas relações humanas serão mantidas e às regras observadas, apenas pelo medo de ser castigado ou punido pelos outros. Mas, não parece que sua preocupação é legítima, uma vez que segundo Piaget, o conceito ainda não foi interiorizado. 3ª etapa: Sociometria: aqui a regra é interiorizada pelo convívio social. A criança vai interiorizando as noções de responsabilidade, obrigação, respeito e justiça. Começa a agir dentro da regra para receber a aceitação e a aprovação do grupo e passa a não fazer para os outros aquilo que não gostaria que fizesse a ela. Os adultos que se encontram nesta etapa, procurarão manter o respeito ao outro nas suas relações humanas, principalmente com o objetivo de receber a aprovação dos demais. 4ª etapa: Autonomia: nesta etapa as normas e regras morais já estão interiorizadas. É a etapa mais madura do comportamento moral e, portanto, a conduta é orientadapelos princípios internos já assimilados. Após compreendermos o desenvolvimento da aptidão moral, uma vez que são essas etapas, quando bem trabalhadas, durante o crescimento do ser social, que contribuirão para um satisfatório relacionamento humano. E assim, a partir de então teremos que entender também as fases de amadurecimento pelas quais passam as organizações, já que nosso foco de estudo é neste ambiente. Essas classificações foram apresentadas por Alencastro (2010 p.66 a 69). Confira na lista a seguir: Corporação amoral: esses tipos de organizações violam as normas e valores sociais, pois perseguem o sucesso a qualquer custo e vê os empregados como meras unidades econômicas de produção. Corporação legalista: são aquelas organizações apegadas à lei. Buscam adotar algumas posturas éticas, apenas para evitar problemas legais. Corporação receptiva: essas organizações começam a entender que as decisões éticas podem ser do interesse da empresa em longo prazo. Em suma, mostram-se responsáveis porque isso lhes é conveniente. Essas companhias possuem códigos de conduta que começam a se parecer com código de ética. Corporação ética que aflora: reconhece a existência de um contrato social entre os negócios e a sociedade, procurando generalizar essa atitude ao longo da organização. A corporação ética: é aquele tipo de organização que equilibra lucros e ética, de tal forma que os empregados se afastam de quaisquer situações e ações não éticas. Investem em programas de educação e de mentores para orientar os seus empregados sobre moral, ética e responsabilidade social. Na visão de Milkovich e Boudreau (2000), a forma como uma organização encara seus funcionários influencia no tratamento recebido por estes. A preocupação da organização para com o bem- estar e satisfação dos colaboradores pode se efetivar por meio da implantação de programas de relacionamento ligados a fatores como: Comunicação Cooperação Envolvimento dos empregados Proteção física Estresse dos indivíduos Assistência Disciplina Conflitos É sabido por todos que fazem parte de uma empresa que a implantação de programas como esses favorecerão a manutenção de um bom clima organizacional. Leia o artigo “Administração dos fatores que influenciam as relações humanas no ambiente de trabalho nos setores público e privado: um estudo de caso comparando as organizações Jodibe, em Serra Talhada-PE, e DETRAN-PE, em Triunfo-PE”, disponível a seguir: http://www.convibra.com.br/upload/paper/2012/34/2012_34_3865.pdf Para saber o que os professorem têm a dizer sobre este assunto, acesse o material on-line! Comunicação “ A comunicação é para as relações o que a respiração é para a vida”. Virginia Satir Vamos começar este tema com algumas considerações sobre a comunicação: O indivíduo que faz uso da comunicação de forma apropriada, nos dias de hoje, acaba tendo mais chances no ambiente de trabalho e tem maior probabilidade de obter sucesso profissional. (Machado, pg 35) A comunicação permeia os acontecimentos no ambiente organizacional; sem ela, as relações não acontecem. Em contraposição, o processo de comunicação pode ser um elemento que torna mais difíceis não só as relações, mas também os resultados obtidos com a equipe. (Rodemel, Scmidt e Stadler, pg 26) Quando nos comunicamos e somos entendidos, mostramos ao outro quem somos, processo que contribui para mostrarmos nosso lado mais autêntico. (Rodemel, Scmidt e Stadler, pg 26) Na teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner, a inteligência linguística deve ser compreendida como a capacidade de se comunicar de forma adequada, tanto oralmente como por meio da forma escrita, bem como saber utilizar e interpretar a comunicação não-verbal como propriedade. (Howard Gardner, 1995, pg 257) Lembre-se! A clareza e a objetividade são aspectos importantes de um bom comunicador. Origem da palavra: a comunicação se origina do latim comunicare e nos remete ao significado de que aquilo que foi dito ou escrito foi compreendido por todos os envolvidos na interação. Conclusão: por meio dessas considerações iniciais, podemos perceber a importância da comunicação tanto para o desenvolvimento pessoal quanto profissional dos indivíduos. Mas comunicação é apenas isso? Não! A comunicação é o processo de tornar comum as ideias, pensamentos e ações. É o intercâmbio compreensivo de significações através de símbolos, cuja finalidade é informar. Troca de informações, ideias e sentimentos, através de palavras, escritas ou orais, ou de sinais. Processo de passar informações e compreensão de uma pessoa para outra. É por meio da comunicação que um superior define os objetivos da organização, diz ao subordinado o que espera dele, que recursos se encontram à sua disposição, como ele está progredindo e quais suas falhas. Por exemplo, analise a situação ilustrada a seguir: “ Eu não disse que não disse isso. Eu disse que não disse que disse isso. Quero deixar isso bem claro”. G. Romney Para evitarmos situações assim, precisamos entender o processo de comunicação! Começaremos pelos elementos que o compõem. Mensagem: É o conteúdo do que o transmissor envia e o receptor capta. Precisa ser significativa para ambos. É o objeto da comunicação e sua finalidade. Decodificação: É a interpretação da mensagem conforme o modelo mental do receptor. Emissor: É o primeiro elemento do processo da comunicação; é dele que parte a segurança. Receptor: É o segundo elemento do processo da comunicação; é ele que capta a mensagem emitida pelo transmissor. Ele é o alvo essencial da fonte ou emissor. Meio / canal: É o caminho pelo qual a mensagem é enviada do transmissor ao receptor. É escolhido de acordo com o conteúdo da mensagem. Círculo de feedback: É o elo final do processo de comunicação; o feedback devolve a mensagem ao sistema para verificar a sua compreensão. É fundamental também sabermos sobre a comunicação que existem alguns ruídos que são as barreiras que distorcem a mensagem. Os canais de comunicação podem ser: Formais: quando são estabelecidos pela organização e transmitem informações que se referem às atividades da empresa. Informais: formas pessoais e sociais de comunicar (fofocas, “rádio peão”). 1. Filtragem É a manipulação da informação pelo emissor para que a mensagem seja recebida “de forma mais suave”. Dizer ao outro exatamente aquilo que o outro quer ouvir. Quanto mais níveis hierárquicos maior será a filtragem. É comum acontecer sempre quando a comunicação é entre pessoas de status diferentes. Medo de dar más notícias. Desejo de sempre agradar o outro. 2. Percepção seletiva O receptor do processo de comunicação VÊ e ESCUTA SELETIVAMENTE: com base em suas próprias necessidades, motivações, experiências, histórico e características pessoais. Os receptores também selecionam e decodificam as mensagens conforme seus interesses. Generalizações. 3. Emoções A maneira como o receptor se sente no momento em que dá ou recebe a mensagem influencia na sua interpretação. Euforia, ansiedade, medo, raiva, tristeza, depressão. 4. Linguagem As palavras têm significados diferentes para pessoas diferentes. Variam conforme a idade, educação, cultura. Linguagem, termos e jargões conforme a área e setor da empresa. 5. Medo da comunicação 5 a 20% da população sentem medo ou ansiedade ao se comunicar. Faz com que as pessoas evitem falar em público, falar ao telefoneou falar pessoalmente. Evitam se expor e optam por meios “impessoais” de comunicação (e-mail). Tendem a distorcer as demandas da comunicação oral em seu trabalho. Impedem a razão e a objetividade. Ainda temos mais um aspecto importante da comunicação e para tanto formulamos a seguinte pergunta: Quais são as funções da comunicação? A comunicação exerce quatro funções básicas, a saber: Controlar o comportamento das pessoas: a comunicação exerce um controle sobre as pessoas, quando ela se dá por alguém que ocupa um cargo superior dentro da estrutura hierárquica da empresa, uma política ou um procedimento contendo orientações formais ou informais que deverão ser seguidas, determinam o que se espera do comportamento de um empregado na organização. Facilitar a motivação: a comunicação facilita a motivação, quando esclarece ao funcionário de uma determinada organização, sobre o seu desempenho, ou seja, o que é esperado dele, como que está realizando suas tarefas e como poderá melhorar o seu desempenho. E é neste contexto que se estabelece o “feedback”, o qual trata-se de um processo de retroalimentação de informações, traduzindo-se em uma poderosa ferramenta na gestão de pessoas a qual tem por base uma conversação técnica que se estabelece entre o superior e o subordinado. Ser um meio de expressão emocional: o ambiente de trabalho é considerado uma fonte primária de interação social, as pessoas dialogam, trocam ideias e percepções, se relacionam, discutem os mais diversos assuntos e desta forma expressam seus sentimentos, frustrações e realizações e isso se dá por meio da comunicação. Informar: a ação de informar constitui-se em uma função das mais importantes da comunicação, pois transmitem dados, procedimentos, normas e formas de agir como um todo. São as informações que dão suporte e garantia à tomada de decisão, especialmente nos níveis de direção. Por que estudar Comunicação nas empresas? Falhas na comunicação podem acarretar consequências desastrosas, sendo grandes fontes de conflitos. Comunicação é essencial para o sucesso de qualquer organização. Nenhum grupo existe sem comunicação. A comunicação possibilita a transmissão de informações e ideias. Leia as páginas 65, 66, 67, 68, 69 e 70 do capítulo dois do livro de LOTZ, Erika, GRAMMS, Lorena Carmen. Gestão de Talentos. Curitiba: Intersaberes, 2012, que se encontra na biblioteca virtual, e faça um resumo dos principais pontos. Acessando o material on-line, assista ao vídeo dos professores sobre a comunicação! Técnicas de Feedback Você sabe o que é feedback? Antes de nos aprofundarmos nos conceitos e aplicações do feedback, precisamos falar um pouco sobre habilidades sociais. Afinal, o feedback é o resultado da aplicação de uma habilidade social! Habilidade Social é um conjunto de comportamentos praticados por um indivíduo que expressa sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos de um modo adequado, considerando os direitos da pessoa com que se relaciona e resolvendo de modo imediato os problemas que possam surgir, minimizando a probabilidade de futuros problemas mais sérios”. (Del Prette & Del Prette, 2001). Mas como desenvolvemos as habilidades sociais? Habilidades sociais são aprendidas a partir de modelos apropriados, contato social variado e frequente, encorajamento, aprovação e reforço social. Também podem ser aprendidas em situações de grupo. Ao se deparar com diferentes demandas sociais, é preciso decodificá- las para agir da melhor forma. Por isso é fundamental: Ter o controle da emoção em situações complexas. Ter o controle da impulsividade. Fazer a análise da relação entre os desempenhos (próprio e de outros) e suas consequências. Com estes pontos abordados sobre a habilidade social, já podemos definir feedback. Feedback é a comunicação a uma pessoa, ou grupo, no sentido de fornecer-lhe informações sobre como sua atuação está afetando outras pessoas. Feedback eficaz ajuda o indivíduo (ou grupo) a melhorar seu desempenho e assim alcançar seus objetivos”. (Fela Moscovici) Retroalimentação é o retorno de informações à fonte emissora, com objetivo de promover ampliações e /ou modificações no comportamento. O feedback consiste em dar e receber informações para conhecer como o nosso comportamento está afetando os outros e como o comportamento dos outros está nos afetando. Processo eficiente de feedback: Vantagens Vantagens do feedback quando dado de forma adequada: Evita ressentimentos e reações defensivas. Favorece o autoconhecimento. Favorece o estabelecimento e a manutenção de desempenhos valorizados. Não é fácil receber feedback! A pessoa que recebe pode ter excesso de defensividade. Quem dá o feedback pode ter incompreendido às necessidades do outro. Pode ter havido falha na observação ou descrição do comportamento. Quem dá o feedback pode usá-lo como uma forma de exercer poder. Ao dar o feedback Não exagere, seja preciso. As expressões “sempre” ou “nunca” são extremas. Fale em seu próprio nome, não sirva de canal de crítica dos outros. Incentive os outros a falarem por si. Fala primeiramente sobre você, não sobre a outra pessoa. Forneça feedback através de uma declaração e não de uma pergunta. A pergunta é autoritária e manipuladora. Assegure que quer ajudar (e não se mostrar superior). Vá direto ao assunto; começar uma discussão com questões periféricas e rodeios geralmente cria ansiedades ao invés de minimizá-las. Descreva a situação de modo claro, evitando juízos de valor. Concentre-se no problema (evite sobrecarregar o receptor com excesso de informações ou críticas). Aprenda a receber feedback Mantenha a calma Ouça cuidadosamente Faça perguntas Reconheça o feedback Reconheça os pontos válidos Organize com calma o que ouviu Reflita sobre a sessão, para que tanto você como o receptor estejam deixando a reunião com o mesmo entendimento sobre o que foi decidido. Possíveis reações adversas no sujeito após ou durante o processo de feedback: Difamação Agressão Colapso Emocional Reações Psicossomáticas Pedir desculpas demais Vingança Lembre-se que para dar o feedback precisamos estar preparados e para isso temos que dominar a técnica de fazê-lo e também ter clareza das responsabilidades de quem o faz. As principais responsabilidades são: Determinar quando e onde o feedback deve ser dado. Explicar como dar o feedback para que o receptor queira ouvi-lo. Descrever a melhor maneira de receber feedback. No momento de marcar com a pessoa que receberá o feedback, atente para as seguintes questões: Pergunte se a pessoa tem tempo para uma reunião. Não presuma que o funcionário está disponível. Escolha cuidadosamente o lugar para a reunião. Faça bom uso do tempo que vocês têm juntos. Concentre-se no objetivo da reunião. Agora que você já conhece os conceitos básicos do processo de feedback, aproveite para aprofundar o seu estudo lendo o artigo “Feedback – A importância desta técnica na rotina empresarial”, de Renan Henrique Turci, disponível a seguir: www.firb.br/editora/index.php/interatividade/article/view/47/63 Acompanhe o parecer dos professores sobre este tema acessando o material on-line! Inteligência emocional Para que entendamos a inteligência emocional, se faz necessário compreendermos inicialmente o conceito de inteligência, para depois voltarmos ao conceito de emoção já visto na aula 1. Na conceituação tradicional,a inteligência (Gardner, 1995 p. 21) “é definida operacionalmente como a capacidade de responder a itens em testes de inteligência”, mas Gardner (et al, 2003) afirma que para alguns críticos, a compreensão da inteligência não se limita apenas na capacidade individual. A inteligência está dentro de contextos específicos e outros ainda afirmam que não está localizada unicamente na cabeça das pessoas. É necessário visualizar o indivíduo como um todo, sem restringir sua capacidade a tecnologia e pessoas. A definição da inteligência é complexa, mas o reconhecimento de uma atitude inteligente é simples! Navegue pelos itens a seguir e conheça as inteligências múltiplas! Segundo Gardner (et al, 2003, p. 43) a inteligência em culturas tradicionais está associada a “usar bem a própria mente”, estando ligada à capacidade de lidar com outras pessoas. No ocidente, sua definição está baseada na habilidade de resolver problemas abstratos. Gardner (1995 p. 15) menciona a existência de sete inteligências que podem ser observadas de forma mais acentuada em determinados indivíduos e não agem individualmente na fase adulta, mas sim como um conjunto. Inteligência linguística: é a capacidade para a fala, dom da linguagem, encontrada em poetas, jornalistas, etc. Inteligência lógico-matemática: capacidade de usar e avaliar relações abstratas: engenheiros, matemáticos. Inteligência espacial: capacidade de formar um modelo mental de um mundo espacial e de ser capaz de manobrar e operar utilizando esse modelo: geógrafos, navegadores. Inteligência musical: capacidade de criar, comunicar e compreender significados compostos por sons: músicos, maestros. Inteligência corporal-cenestésica: capacidade de usar o corpo para a solução de problemas e ou desenvolvimento de produtos: atletas, artistas. Inteligência interpessoal: capacidade de entender os sentimentos e as atitudes de outras pessoas: vendedores, políticos. Inteligência intrapessoal: capacidade de olhar-se para si mesmo, conhecer suas emoções e sentimentos usando-os de maneira de entender e orientar o próprio comportamento. Vamos falar agora sobre o conceito de emoção: Reação moral, psíquica ou física, geralmente causada por uma confusão de sentimentos, que se tem diante de algum fato, situação, notícia, fazendo com que o corpo se comporte tendo em conta essa reação, através de alterações respiratórias, circulatórias; comoção. (www.dicio.com.br) As emoções são entendidas, no senso comum, como uma classe especial de sentimentos, importantes no relacionamento com outras pessoas e na compreensão e adaptação ao ambiente. Mas poderemos ver mais amiúde que emoção é a reposta instintiva que temos quando passamos pelas diversas situações de vida. Sem as emoções, as pessoas não perceberiam significado nos acontecimentos e nem se movimentariam! Goleman afirma: “Eu entendo que emoção se refere a um sentimento e seus pensamentos distintos, estados psicológicos e biológicos, e a uma gama de tendências para agir”. Goleman (1995) ainda comenta que há centenas de tipos de emoções, como ira, tristeza, medo, prazer, amor e outras. A teoria psicoevolucionista (Plutchik, 2003; Plutchik & Conte, 1997) define oito emoções primárias: alegria, aceitação, medo, surpresa, tristeza, aversão, raiva e expectativa. Aqui não iremos trabalha-las a fundo, porém recomendamos que você atente para a leitura obrigatória que será indicada mais adiante nesta aula! Agora vamos falar um pouco sobre Inteligência Emocional! É sabido que a Inteligência Emocional é um construto que diz respeito à maneira como a pessoa percebe, compreende e utiliza as emoções. Salovey e Mayer a definiram como: "...a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá-la em si próprio e nos outros." (Salovey & Mayer, 2000). Para os autores, a inteligência emocional tem 4 grandes domínios: Percepção das emoções Inclui habilidades envolvidas na identificação de sentimentos por estímulos, como a voz ou a expressão facial, por exemplo. A pessoa que possui essa habilidade identifica a variação e mudança no estado emocional de outra. Uso das emoções Surpresa Nojo Vergonha Implica na capacidade de empregar as informações emocionais para facilitar o pensamento e o raciocínio. Entendimento das emoções É a habilidade de captar variações emocionais nem sempre evidentes. Controle e transformação das emoções Constitui o aspecto mais facilmente reconhecido da inteligência emocional que é a aptidão para lidar com os próprios sentimentos. Leia o capítulo um do livro de LOTZ, Erika, GRAMMS, Lorena Carmen. Gestão de Talentos. Curitiba: Intersaberes, 2012, que se encontra disponível na biblioteca virtual. Leia o artigo “Inteligência Emocional - Roda das Emoções de Plutchik”, disponível a seguir. http://rodadadenegociosrio.blogspot.com.br/2014/05/inteligencia- emociona-roda-das-emocoes.html Para finalizar este tema, assista ao vídeo dos professores acessando o material on-line! Na prática Confira a seguir o trailer do filme "Melhor é Impossível": https://www.youtube.com/watch?v=IPehrG9caBw Após assistir ao filme completo, realize as atividades: Levante os perfis comportamentais e emocionais, dos seguintes personagens: Simon, Melvin, Carol e Frank. Avalie os ganhos de cada personagem na utilização dos seus perfis emocionais, como também as perdas pela utilização desses comportamentos, sentimentos e emoções. Faça uma correlação dos perfis encontrados no filme com aqueles encontrados nas organizações. Apresente quais estratégias utilizariam para modificar ou manter esses perfis nestas instituições. Acesse o material on-line e confira o feedback da atividade prática! Síntese Chegamos ao final desta terceira aula. Nesta aula, estudamos o conceito de autoconhecimento e verificamos que para ocorrer uma mudança no sujeito ele precisa começar pelo entendimento de suas emoções, reações, atitudes a fim de gerir a si mesmo e a sua própria carreira. Vimos à importância das relações humanas e da ética aplicada às organizações. Foram abordados os pontos fundamentais da comunicação, o seu fluxo, sua direção e suas barreiras. Na sequência aprofundamos o processo de feedback e as melhores técnicas para fazê-lo. Por fim, compreendemos que todos esses elementos estudados, acabam fazendo parte do tema Inteligência Emocional, tema bastante discutido na atualidade tanto pela Administração como pela Psicologia. Acesse o material on-line para conferir as considerações finais dos professores! Até a próxima aula! Referências ALENCASTRO, Mário Sergio Cunha. Ética Empresarial na prática. Curitiba: IBPEX, 2010. DAVIDOFF, Linda. Introdução à psicologia. São Paulo: 3ª Ed. Makron books, 2001. DAVIS, Flora. A comunicação não verbal. São Paulo, SP: Summus, 1979. DEL PRETTE, Zilda. Psicologia das Habilidades Sociais: terapia e educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. DEL PRETTE, Almir. Psicologia das relações interpessoais: vivências para o trabalho em grupo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. GARDNER.H. Inteligências Múltiplas. A teoria na prática. São Paulo: Artmed, 1995. GARDNER, Howard, et al. Inteligência: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Artmed, 2003. GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. 45. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. LOTZ,Erika, GRAMMS, Lorena Carmen. Gestão de Talentos. Curitiba: Intersaberes, 2012. MACHADO, Regina Maria. Relacionamento Interpessoal. Curitiba: IBPEX, 2007. MAYER, J.D., SALOVEY, P. & CARUSO, D. Models of emotional intelligence. R.J. Sternberg (Ed.). The handbook of intelligence, Cambridge University Press, New York, 2000. MILKOVICH, G. T.; BOUDREAU, J. W. Relação com os empregados. In: ______. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2000. MOSCOVICI, Fela. Razão e Emoção: a inteligência emocional em questão. 2.ed. Rev. Salvador: Casa da Qualidade, 1997. PIAGET, Jean. O juízo moral da criança. São Paulo: Summus, 1994. PLUTCHIK, R. (2003). Emotions and Life: Perspectives from Psychology, Biology and Evolution. Washington, DC: American Psychological Association. PLUTCHIK, R., & Conte, H. R. (1997). Circumplex Models of Personality and Emotions. American Psychological Association. RODERMEL, Pedro Monir, SCHMIDT, Maria do Carmo, STADLER, Adriano (org). Desenvolvimento gerencial, estratégia e competitividade. Curitiba: IBPEX, 2011. SILVA, Maria Julia. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações interpessoais em saúde. São Paulo, SP: Loyola, 2002. WEIL, Pierre. O corpo fala: a linguagem silenciosa da comunicação não verbal. Petrópolis, RJ: Vozes, 1986. Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 4 Professores Fernando Eduardo Mesadri e Neusa Vitola Pasetto CONVERSA INICIAL Olá! Seja bem-vindo a mais uma aula da disciplina Psicologia e Comportamento Organizacional. O tema de hoje será a retenção de pessoas, portanto, abordaremos os seguintes tópicos: Liderança Grupos e Equipes Conflitos Organizacionais Mediação e Negociação Queixas no contexto do trabalho Para uma apresentação da aula de hoje, assista ao vídeo no qual a professora Neusa fala um pouco sobre os tópicos que serão abordados. Acesse o material on-line! CONTEXTUALIZANDO Conforme já dissemos anteriormente, hoje estudaremos a retenção de pessoas. No entanto, o que significa o termo “retenção”? No termo amplo, “retenção” quando extraída do dicionário significa: “Ato ou efeito de reter-se. Atraso, retardamento, demora, detenção, cárcere privado, conservação da posse de uma coisa alheia para garantir um direito próprio”. Será que é esse o significado que queremos abordar na rota retenção de pessoas? É claro que não! Retenção de pessoas é uma política de Recursos Humanos: são aquelas ações que as organizações tomarão para que os seus talentos sejam mantidos dentro do seu ambiente organizacional por uma decisão pessoal, ou seja, os empregados querem permanecer de forma voluntária naquele contexto, ou por estarem satisfeitos com aquilo que fazem, como também com a dinâmica do seu grupo de trabalho e, por que não dizer, com a sua gestão. Sabemos que uma boa gestão é aquela que surpreende positivamente, que avalia justamente, que premia de forma equitativa, acompanha, alia objetivos, reconhece, está junto na dificuldade e nas vitórias da equipe. Vocês percebem que estamos falando do líder? Nesta aula, falaremos inicialmente sobre o líder, quem esse profissional é e quais são as suas características. Passaremos pelas diversas teorias e concluiremos que a liderança é uma capacidade que pode e deve ser desenvolvida nos gestores. Em seguida, falaremos sobre os grupos e as equipes de trabalho. Vocês verão quanta diferença existe entre uma porção de pessoas juntas com uma porção de pessoas juntas trabalhando. Trataremos dos conflitos e daremos um foco especial a eles, pois, em primeira instância ou em um primeiro olhar, são eles que acabam tornando os grupos improdutivos. Portanto, falaremos sobre os tipos de conflitos, como eles são tratados nos diversos tipos de culturas organizacionais. Depois, veremos o conceito de mediação e como desempenhar o papel de mediador e, por último, abordaremos as técnicas para lidar com as queixas no ambiente de trabalho. Todos esses assuntos são de suma importância para o nosso desenvolvimento tanto na relação com nossos colegas de trabalho, quanto com nossos superiores e também com nossos subordinados. Vocês verão que se tivermos um bom grupo de trabalho, uma boa liderança, políticas claras para lidar com queixas e com os conflitos quando surgem, estaremos aplicando ações que terminarão na retenção dos talentos. Então vamos partir para o estudo? No vídeo disponível no material on-line, a professora Neusa Pasetto fala um pouco mais sobre as propostas desta aula. Assista com atenção! PROBLEMATIZAÇÃO Coloque-se na seguinte posição: você é o Gestor da área de manutenção mecânica e tendo 30 pessoas sob a sua subordinação nos mais diversos cargos (auxiliares de mecânicos, mecânicos, estagiários do curso Técnico de Mecânica e Engenharia, Aprendizes do Senai, Técnicos Mecânicos e Engenheiros Mecânicos). Isso implica a você lidar cotidianamente com os mais diversos perfis profissionais. Reflexão: esta área da empresa vive em constante pressão por entregas, prazos, custos e resultados imediatos. Sendo assim, elenque suas características de liderança que o permitem atingir os objetivos operacionais e sociais da sua área, além de listar as queixas mais frequentes com as quais um tipo de gestor de uma área específica de manutenção se depara. No vídeo disponível no material on-line, a professora Neusa Pasetto fala um pouco mais sobre o que será estudado nesta aula. Assista com atenção! LIDERANÇA O tema liderança vem sendo muito discutido na atualidade, especialmente em função dos desafios organizacionais e do preparo (qualificação) dos profissionais que assumem esta posição nas organizações. Arrisca-se a dizer que as empresas carecem de líderes e aqueles que desenvolvem essa habilidade em sua plenitude terão empregos garantidos. Geralmente o que se vê é a ascensão de profissionais com muita experiência técnica à posição de liderança com pouquíssimas condições de gerir pessoas. A liderança é um conceito trabalhado há muito tempo no ambiente das organizações e também no acadêmico. Os teóricos constataram que a liderança não possui em sua essência um caráter genético, ou seja, nenhum líder nasce pronto, contudo esta é uma capacidade que pode ser desenvolvida. O líder é aquele indivíduo que consegue influenciar as pessoas que estão sob sua supervisão para que atinjam os resultados esperados, acreditando que os objetivos não são do líder, mas sim dos componentes das equipes de trabalho. Sob essa perspectiva, Lacombe (2004), citado por Lotz e Gramms (2012), nos diz que: Liderar é conduzir um grupo de pessoas, influenciando seus comportamentos e suas ações, para atingir objetivos e metas de interesse comum desse grupo, de acordo com uma visão do futuro baseada em um conjunto coerente de ideias e princípios. Já para Vecchio (2008), a liderança pode ser definida como um processo pelo qual uma pessoa tenta levar os membros de uma organização a fazerem algo que ela deseja. Acrescenta ainda esse mesmo autor que “liderança é a influência incremental, ou adicional, que uma pessoa detém além de sua autoridade formal”. Pode-se entender então que a liderança decorre de um processo de influência por parte de uma pessoa sobre outra ou outras. Uma liderança competente é aquela que possui em torno de si pessoas que foram formadas para exercerem a liderança em situações que são necessárias. Procuram estimular as pessoas a buscar o autoconhecimento,a terem comportamentos que possam despertar nelas o líder que habita em cada um e que com ele se relaciona e por isso tem por incumbência a formação de novos líderes. A seguir, vamos abordar as principais teorias de liderança, a saber: a teoria dos traços, a teoria comportamental, a teoria dos três estilos e a teoria contingencial ou situacional. A teoria dos traços revela que o perfil de liderança é composto por traços de personalidade, características físicas, sociais e intelectuais, esses atributos é o que fazem essas pessoas se diferenciarem das demais. Já a teoria comportamental diz respeito a condicionamentos comportamentais onde a liderança poderá ser aprendida e determinados traços poderão ser treinados até o ponto de serem efetivados. A teoria mais conhecida é a dos três estilos, o autocrático, o democrático e liberal. A liderança autocrática é centralizadora das decisões; praticamente há pouca liberdade de escolha para os subordinados; é dominadora e espera que aqueles que o seguem o façam de forma plena e obediente. O líder democrático busca atuar como um facilitador interagindo bem com os grupos e pessoas, coordenando e auxiliando-os a resolver os problemas que surgem com ideias e sugestões. Em geral, sob este tipo de liderança os grupos sentem-se mais comprometidos e satisfeitos. O estilo de liderança liberal possibilita a liberdade para tomada de decisões por parte dos liderados, sendo que a sua participação se dá somente quando é solicitado. Neste tipo de liderança impera o individualismo, já que o líder não interfere sobremaneira nas atividades e decisões do grupo deixando as coisas acontecerem naturalmente. A teoria contingencial possui seu foco voltado para as situações cotidianas onde é possível surgir o líder; a experiência que ele detém frente à situação vivida determina a liderança. Em meio a tantos desafios globais, o exercício da liderança exige novos modelos de gerir pessoas particularmente no interior das organizações, com o intuito de possibilitar o engajamento dos profissionais para o cumprimento de metas e objetivos de interesse coletivo das organizações. Conforme Certo (2003, p. 331-333), citado por Persico (2012), nos fala que o estudo da liderança contemporânea versa sobre os seguintes tipos de líderes: O Transformacional: estabelece a noção de dever no interior da organização, procurando novas formas para abordagem e resolução de problemas de maneira que a aprendizagem possa existir para todos os componentes da organização. O Servidor: este tipo de liderança propõe que o líder exercite a humildade realizando as mesmas tarefas atribuídas ao grupo por ele coordenado, buscando valorizar o desempenho sem o uso do poder e sim da autoridade, pois o poder deverá ser compartilhado em prol do bem-estar de todos e imbuído de amor e abnegação. O Líder Coach: o termo coach, que provém do inglês e significa “treinador/técnico”, visa identificar comportamentos que não são adequados, promovendo correções e orientações para a adoção de novas posturas profissionais por parte dos liderados. O Líder Empreendedor: o líder adota uma atitude como se fosse o proprietário da organização, comportando-se de forma a assumir os erros e acertos da mesma. O Superlíder: consiste em uma liderança que promove a autonomia, ou seja, procura fazer com que o liderado aja por conta própria. Caso haja sucesso por parte deste tipo de liderança, por consequência serão desenvolvidos seguidores que trabalharam de forma bem produtiva e necessitaram o mínimo de atenção desta liderança. Não iremos trabalhar neste momento as características destes lideres propositalmente, pois vocês aprofundarão esse conhecimento na leitura obrigatória. Poder e autoridade na liderança Não é possível dissociar liderança de poder. O poder sempre está junto à liderança, mas para compreender melhor essa relação vamos definir o que é o poder segundo Morgan (1996). Para ele, “poder é o meio por meio do qual os conflitos de interesses são, afinal, resolvidos. O poder influencia quem consegue o quê, quando e como”. O que se encontra na base da liderança é o poder, não há como influenciar alguém se não exercer poder sobre ele. Caso uma pessoa possua bens, propriedades ou riqueza, ela pode promover a submissão daquelas pessoas desprovidas de tal condição, ou seja, todos esses itens atribuem ao sujeito um aspecto de autoridade, uma firmeza de propósito, que poderá induzir à uma submissão condicionada. Quando um grupo de pessoas se encontra organizado em torno de um determinado propósito comum, possuirá o “poder para fazer”, e isso pode mudar de acordo com os interesses de seus componentes, sendo o caso de uma comunidade que luta por seus direitos. Para entender como o poder opera, apresentamos as cinco bases do poder propostas por French e Raven (1959), são elas: Poder coercitivo: é o mais aplicado e conhecido, pois a base do poder coercitivo é a punição, as sanções atribuídas são físicas e psicológicas e o medo é componente que age sobre quem se subordina a esse tipo de poder. Poder de recompensa: refere-se à capacidade para conceder ou retirar benefícios. Quando um superior possui o poder de tirar algo de valor negativo ou dar algo de valor positivo para seu subordinado, está sendo utilizado o poder de recompensa. Poder legítimo: trata-se do poder que é aceito por uma questão de hierarquia. O poder é estabelecido pelo organograma e a influência é exercida pela nomenclatura do cargo. Um comandante do exército é obedecido por meio do poder do cargo ao qual foi nomeado. Poder de competência: esse poder que está atrelado ao conhecimento que detêm os especialistas. Na atualidade, esse tipo de poder é muito valorizado, pois a tecnologia e a especialização são cada vez mais exigidas, tornando-se um diferencial. Poder de referência: tal poder reside na admiração que os subordinados possuem em relação ao líder, as pessoas desejam ser como ele. Dentro das organizações, aqueles que possuem carisma a ponto de os demais modelarem seus comportamentos e suas atitudes para serem parecidos com eles estão exercendo o poder de referência. Já a autoridade formal se baseia em um tipo de poder que se fundamenta na posição hierárquica ocupada pela pessoa. Entretanto, não existe somente a autoridade formal, mas a “capacidade ou poder de alguém para tomar decisões e agir para implementá-las” (LACOMBE, 2004). Max Weber (1954) classifica três tipos de autoridade, a saber: Autoridade tradicional: a qual se baseia nas tradições, crenças e costumes de que a figura do pai de família era tido como o exemplo de autoridade tradicional na época em que era o “todo poderoso”, sendo a mulher submissa a ele, o que, felizmente, não condiz mais com a realidade de hoje. Autoridade carismática: diz respeito ao poder pessoal, manifestando- se por intermédio das competências individuais, como por exemplo, a figura do herói ou heroína. Autoridade racional-legal: a aceitação deste tipo de autoridade se dá por meio de normas e regulamentos definidos de maneira coerente, tendo como exemplo as organizações militares as quais são reconhecidas pela obediência, regras e punições que são concedidas a todos àqueles que infringirem as mesmas. Podemos perceber que toda autoridade envolve o poder e esse poder é legítimo e visa o cumprimento de metas e propósitos organizacionais. Vale destacar que é fundamental que os gestores se apropriem da amplitude de seu poder sobre seus subordinados e ajam de acordo com a responsabilidade que tal poderproporciona. Assistam ao vídeo a seguir e escrevam um paper que aborde os estilos de liderança contemporânea e quais os possíveis desafios que esses líderes enfrentarão nas organizações futuras. https://www.youtube.com/watch?v=7GNmqYt4bKM A professora Neusa Pasetto traz mais informações sobre os conteúdos estudados até aqui. Assista ao vídeo que está disponível no material on-line e tire as dúvidas que possam ter surgido! GRUPOS E EQUIPES DE TRABALHO Podemos verificar no estudo da liderança feito anteriormente que o líder se encontra em interação direta com os seus liderados. É claro que esses liderados estão inseridos em um grupo denominado Grupo de Trabalho. Grupos e equipes dizem respeito à mesma coisa? No senso comum, as pessoas tendem a se referir aos “grupos” como sendo “equipes”, quando na realidade trata-se apenas de uma porção de pessoas trabalhando ao mesmo tempo. Porém não é tão fácil assim que estabeleçamos parâmetros precisos em relação a essa distinção. Baseados nos estudos de especialistas pode-se afirmar que uma equipe é um grupo que qualificou o seu funcionamento. Continue a leitura para entender melhor esses conceitos! A pergunta então se faz: quando um grupo qualifica o seu funcionamento? Antes de respondermos a essa pergunta, faz-se necessário definir o que é um grupo e o que é uma equipe de trabalho. GRUPO: é definido como dois ou mais indivíduos, interagindo e interdependentes, que se juntaram para atingir objetivos particulares. EQUIPE: trata-se de um grupo de pessoas conscientes uns dos outros, que conhecem suas habilidades e competências e se uniram para atingir objetivos comuns. A equipe qualificou o seu funcionamento. Segundo Fela Moscovici (1999), um grupo se transforma em equipe quando: um ponto fundamental para o entendimento dos grupos de trabalho é compreendermos o seu funcionamento. Um aspecto de suma importância é entender as pessoas que os compõem e suas interações, os eventos e as consequências surgidas deste processo de interação. Não podemos nos esquecer da estrutura e do ambiente nos quais estes grupos se encontram inseridos. a. Compreende seus objetivos e está engajado em alcançá-los, de forma compartilhada; b. A comunicação entre os membros é verdadeira, opiniões divergentes são estimuladas; c. A confiança é grande, assumem-se riscos; d. As habilidades complementares dos membros possibilitam alcançar resultados; e. Os objetivos compartilhados determinam seu propósito e direção; f. Respeito, mente aberta e cooperação são elevados; g. O grupo investe constantemente em seu próprio crescimento. Para proceder a uma análise do funcionamento dos grupos se faz necessário estudar os seguintes componentes: objetivos, motivação, comunicação, processo decisório, relacionamento, liderança e inovação. Devemos lembrar que no interior dos grupos existem forças antagônicas. Umas agem favoravelmente para o seu progresso e outras que contribuem para promover dificuldades ou até mesmo o seu retrocesso no processo evolutivo, e outras ainda fortalecem a manutenção do status quo1. Iremos agora detalhar cada um dos componentes do funcionamento do grupo, que devem ser observados pelos gestores para saber se esse grupo possui um processo funcional ou disfuncional, a saber: Objetivos: os integrantes do grupo compartilham objetivos comuns e estes são entendidos, compreendidos e aceitos por todos. Esses mesmos integrantes expressam ações no sentido de compatibilizar seus interesses individuais com os interesses coletivos. Motivação: os integrantes demonstram interesse e entusiasmo pelas atividades desenvolvidas. A energia individual é aplicada no grupo, através do deslocamento de um tempo efetivamente dedicado ao mesmo de forma espontânea e participativa, envolvendo-se para resolver os problemas e as preocupações que afligem o grupo. Comunicação: a comunicação acontece com espontaneidade, evitando-se bloqueios ou receios de falar o que se pensa. Os integrantes preocupam-se em transmitir a mensagem de forma clara, solicitando e dando feedback mutuamente, evitando as distorções no processo de comunicar. Processo decisório: cabe analisar como efetivamente acontece esse processo se a decisão é socializada entre os membros ou é praticada de maneira unilateral por quem detém o poder (legítimo). A forma de decisão mais usual acontece por votação da maioria ou é uma minoria que decide pela maioria, por eles não manifestarem a sua vontade. Relacionamento: as relações entre os membros do grupo mostram-se verdadeiramente harmoniosas, propícias à cooperação, prevalecendo a cordialidade, a afetividade, e a integração, o que faz com que esse grupo aja de forma coesa. Ou, ao contrário, as relações se dão de forma apenas superficiais, mostrando no seu âmago a competição e também uma sucessão de conflitos que poderão levá-los à desintegração deste grupo. 1 Status quo: palavra de origem Latina que significa manter-se em posição anterior. Liderança: o poder é distribuído entre os membros do grupo ou existe um membro que centraliza o poder. Importante verificar qual é o estilo desta liderança, quem a exerce e em que circunstâncias ela se apresenta. Na análise de um grupo há que se ter um entendimento sobre as razões pelas quais os indivíduos se uniram em grupos, a seguir apresentamos as principais (ROBBINS, 1999, P.153): SEGURANÇA: juntando-se a um grupo, os indivíduos podem reduzir a insegurança de “estar sozinho”. As pessoas sentem-se mais fortes, têm menos dúvidas sobre si mesmas e são mais resistentes a ameaças quando elas são parte de um grupo. STATUS: a inclusão num grupo que é visto como importante por outros proporciona reconhecimento e status para seus membros. AUTOESTIMA: grupos podem proporcionar às pessoas sentimentos de valor próprio. Isto é, além de transmitir status aos de fora do grupo, a filiação pode também dar sensações crescentes de valor aos próprios membros do grupo. AFILIAÇÃO: grupos podem preencher necessidades sociais. As pessoas gostam da interação regular que vem com a associação ao grupo. Para muitas pessoas, essas interações no trabalho são a fonte principal de preenchimento de suas necessidades de afiliação. PODER: o que não pode ser atingido individualmente na maioria das vezes se torna possível através da ação de grupo. Há poder em números. REALIZAÇÃO DE OBJETIVOS: existem momentos em que é preciso mais do que uma pessoa para atingir uma tarefa especial – há uma necessidade de combinação de talentos, conhecimento ou poder a fim de completar um trabalho. Nesses momentos, a administração se baseará no uso de um grupo formal. Um estudo realizado na década de 60, pelos autores Tuckman, Jensen e Maples2, aborda que os grupos passam por cinco estágios. Abaixo será mostrada a sequência desenvolvida por esses autores: 1º Estágio – FORMAÇÃO: neste estágio, o grupo tem dúvidas e incerteza quanto ao objetivo, à estrutura, bem como sobre quem exerce a sua liderança. Os membros ainda estão tentando compreender que tipos de comportamento são aceitáveis ou não no grupo. 2º Estágio – TEMPESTADE: neste estágio, permanece a dúvida de quem irá controlar o grupo. Percebe-se a existência de conflitos entre os membros. O grupo se enxerga como grupo, mas ainda resistem às imposições restritivas à individualidade. Ao término deste estágio, os componentes terão clareza de uma hierarquia de liderança que se estabeleceu. 3º Estágio – NORMATIZAÇÃO: neste estágio surge a coesão do grupo através do sentimento de pertença e de identidade; as pessoas se reconhecem comointegrantes e desenvolvem relacionamentos mais próximos e baseados na camaradagem. Neste momento, o grupo assimilou as regras e os valores que compõem a base da forma correta de ser, de pensar e de agir. 4º Estágio – DESEMPENHO: neste estágio, o grupo funciona e a estrutura está totalmente aceita pelos seus membros. Estes já não gastam energia para conhecimento mútuo, esta fase já se encontra consolidada. A energia do grupo é gasta apenas para o desempenho da tarefa. Para grupos de trabalho permanentes, desempenho é o último estágio de seu desenvolvimento. Já os grupos temporários a cabo da tarefa, irão romper com o grupo. 5º Estágio – SUSPENSÃO: neste estágio, o grupo prepara-se para o rompimento das relações de trabalho, ou seja, para a separação. As respostas frente ao processo de separação podem ser as mais 2 B. W. Tuckman, “Developmental Sequences in Small Groups”, Psychological Bulletin, June 1965, pp. 384-99; B W. Tuckman and M. C. Jensen, “Stages of Small-Group Development Revisited”, Group and Organizational Studies, December 1977, pp. 419-27; and M. F. MAPLES. “Group Development: Extending Tuckma’s Theory”, Journal for Specialistis in Group Work, Fall, 1988, pp. 17-23. variadas possíveis, dependendo dos traços de personalidade dos integrantes. Uns podem estar satisfeitos com os resultados obtidos e outros, no entanto, lamentando-se pela perda do contato cotidiano com seus colegas. Nos dias de hoje, é de suma importância que o gestor se aproprie do desenvolvimento das pessoas, promovendo um ambiente que privilegie o crescimento pessoal e profissional dos membros que compõem a sua equipe de trabalho. Para tanto, deverá estar disposto a oferecer oportunidades, recursos de toda ordem e apoio necessário para que isso ocorra, e imprimir um modelo para avaliar os aspectos positivos e negativos da sua unidade de trabalho de modo a aperfeiçoar o desempenho. Uma equipe bem preparada é o reflexo de uma construção coletiva entre líder e liderados, na qual se contempla um ambiente favorável a fornecer estímulo ao reconhecimento e a atribuição de recompensas ao empenho e sucesso atingido. Trata-se, portanto, de um trabalho contínuo por parte daquele que empreende uma carreira voltada para gerir pessoas. As tarefas que lhe são atribuídas e os resultados coletivos que se espera atingir em prol de um bem maior é o atingimento dos objetivos da organização. Leitura obrigatória Com o objetivo de ampliar os conhecimentos sobre Grupos e Equipes, indicamos a leitura do artigo intitulado Equipe, grupo ou... o quê?: possibilidades relativas ao coletivo no trabalho imaterial, das autoras Lílian Weber E Carmem Ligia Iochins Grisci. http://www.anpad.org.br/admin/pdf/gpr1934.pdf Saiba Mais Assistam ao vídeo abaixo e relacionem as características pertencentes ao grupo de trabalho do qual você já esteve inserido, procurando trocar ideias e sugestões com seu colega de turma quanto às dificuldades e benefícios de um Gestor ao gerir equipes de trabalho. https://www.youtube.com/watch?v=8SHHtys5a0g Não deixe de assistir às explicações dos professores Fernando Eduardo e Neusa Pasetto, no vídeo que está disponível no material on-line. CONFLITOS ORGANIZACIONAIS Vimos nos temas anteriores sobre os grupos, as equipes de trabalho e a liderança. Ficou claro que, para que um grupo passe a funcionar como uma equipe, precisa qualificar o seu funcionamento e para tanto deve reconhecer a sua liderança e reconhecer que os membros possuem habilidades, pensamentos e competências diferentes. Precisam também saber que os conflitos fazem parte das relações humanas e são necessários para que haja uma discussão de ideias que culmina no consenso ou na concordância. Então precisamos entender o que é o conflito, em especial o conflito que se estabelece dentro das organizações, como ele se inicia, quem são os protagonistas, qual o papel do gestor no manejo dos mesmos. São várias as definições de conflito que foram elaboradas por diversos autores. Vamos conhecer algumas: Para Wagner e Hollenbeck (2009), o conflito é a oposição e o confronto que ocorrem entre pessoas e grupos nas organizações quando as partes buscam o cumprimento de metas e objetivos, impedindo o avanço das metas e objetivos de outras pessoas ou grupos. Para Stephen Robbins (2004), o conflito é a execução intencional de esforços de um indivíduo (A) com intuito de impedir através de ações contrárias os esforços de outro indivíduo (B), impedindo assim a consecução de suas tarefas ou metas. Já Chiavenatto (2009) define conflito como: reações obtidas da interação entre os diferentes pensamentos, estilos, desejos e ambições. É uma discussão e uma competição que está ligada no processo de junção dessas diferenças. Para Dilts (2008) apud Lotz e Gramms (2012), o conflito é definido como um estado de desarmonia entre pessoas, ideias ou interesses incompatíveis ou opostos. Explica Moscovici (2008) que as pessoas percebem, pensam, sentem e agem de maneira distinta e dessas percepções singulares é que surgem os conflitos. Essa autora vai além, dizendo-nos que, na medida em que essas diferenças comportamentais se confrontam e demandam enfrentamento, estabelece-se o conflito. A princípio, nos diz ela, essas diferenças não podem ser consideradas boas ou más, pois propiciam grande riqueza de possibilidades, de formas de reagir a situações e problemas. Machado (2007, p. 49) afirma que: Conflitos fazem parte da vida pessoal e profissional. Mesmo que não ocorram diariamente, eles podem surgir com frequência e, por esse motivo, é preciso descobrir a melhor maneira de lidar com eles, em vez de simplesmente esperar que desapareçam. Machado ainda cita Wisinski, o qual narra que no passado, o conflito nas organizações era interpretado como algo negativo, por isso era evitado a todo custo. Entretanto, em pleno século XXI, o conflito é interpretado de forma diferenciada. Ele deve ser encarado como algo normal e natural e que, quando bem administrado, pode trazer benefícios à organização. Para Wisinski apud Machado (2007, p. 52 e 53), existem dois tipos de conflitos no ambiente de trabalho: o interpessoal e o organizacional. Vamos então entender cada um deles: Conflito Interpessoal: ocorre quando duas pessoas possuem um ponto de vista diferenciado sobre determinado assunto devido às diferenças individuais e culturais. Podemos afirmar que é baseado no sistema de valores pessoais e individuais. A diferença dos valores pessoais é a geradora dos conflitos entre membros da equipe de trabalho. Conflito Organizacional: não é baseado no sistema de valores pessoais, é na verdade um produto de processos dinâmicos em constante modificação dentro de uma estrutura. Assim, Machado (2007) afirma que quando esses processos não recebem a devida atenção, pode ser deflagrado um conflito interpessoal. Importante os gestores estarem atentos para esses tipos de conflitos no ambiente organizacional, bem como para as fontes que geram os mesmos. As principais fontes geradoras de conflitos dentro das organizações são: a. As mudanças: tanto internas quanto externas. As internas seriam novas políticas, novos procedimentos operacionais, ingresso de novos integrantes nas equipes de trabalho, novas tecnologias, novas linhas de produto, novas gestões, novas áreas, novos supervisores. Podemos também ter mudanças externas, como novo governo, novas legislações municipal, estadual e federal, que levam a mudanças organizacionais. A globalização, novas tecnologias de comunicação, redistribuiçõesdo poder econômico. b. Metas e objetivos conflitantes: quando por um problema de comunicação, as metas e objetivos de um setor se chocam com o de outro setor ou outros setores. Assim, essa situação ocorre por falta de comunicação e de planejamento. c. Recursos limitados: essa limitação pode ser no número de empregados, no espaço, nos recursos financeiros, nos equipamentos, verbas etc. d. Efeito dominó: mais uma vez, esse é o resultado de uma comunicação e de um planejamento deficiente, no qual os setores terão uma interferência direta no setor do outro, causando um mal- estar geral, pois um setor interferirá negativamente nas atividades do outro setor. Após conhecermos os tipos de conflitos, observamos que é essencial para o gestor o desenvolvimento de sua capacidade de mediar conflitos. Essa capacidade será desenvolvida, ainda utilizando Machado (2007), por três grandes motivos: 1. Para gerenciar a mudança; 2. Para compreender as diferenças culturais; 3. Como estratégia, para fazer parte de equipes eficientes. Veremos no tema posterior como mediar os conflitos, mas, por ora, precisamos entender esse processo do conflito. Para isso contaremos com o autor base da nossa disciplina, Stephen Robbins, pois para mediarmos teremos que inicialmente reconhecê-los. Para Robbins, o processo do conflito contém cinco estágios. Vejamos: Estágio I: Oposição ou incompatibilidade potencial, cognição e personalização, intenções, comportamento e resultados Seriam aquelas condições que propiciam o surgimento dos conflitos. Elas não levam necessariamente ao conflito, mas, se por ventura ele surgir, uma dessas três condições terá que estar presente. As condições antecedentes são: comunicação, estrutura e variáveis pessoais. A comunicação pode representar as forças opostas que surgem de dificuldades semânticas, mal-entendidos e ruído nos canais de comunicação. O termo estrutura é usado para incluir variáveis como tamanho do grupo, grau de especialização nas tarefas designadas para os membros do grupo, clareza de autoridade, compatibilidade meta-membro, estilo de liderança, sistema de recompensas e o nível de dependência entre grupos. As variáveis pessoais incluem os sistemas de valores individuais que cada pessoa tem e as características de personalidade que respondem pelas idiossincrasias e diferenças individuais. Estágio II: Cognição e Personalização É nesse estágio que as questões do conflito são definidas. Esse é o lugar no processo onde as partes decidem sobre o que é o conflito. Aqui o conflito é percebido e aqui o conflito é também sentido. Quando o conflito é percebido, não significa que ele está personalizado, mas essa percepção é crítica porque a maneira como um conflito é definido percorre um longo caminho em direção a estabelecer os tipos de resultados que podem decidi- lo. Já quando o conflito é sentido é que os envolvidos sentem ansiedade, tensão, frustração ou hostilidade. Estágio III: Intenções Interferem nas percepções e emoções das pessoas e seus comportamentos abertos. Importante lembrar que muitos conflitos surgem simplesmente por uma das partes envolvidas ter atribuído intenções erradas à outra parte. Outra questão importante de ser posta é que o comportamento nem sempre reflete precisamente as intenções de uma pessoa. As pessoas, ao lidar com o conflito, podem ter a intenção de competir (procura satisfazer seus próprios interesses) ou de colaborar (resolver o problema esclarecendo as diferenças em vez de acomodar vários pontos de vista) ou de evitar (reconhece o conflito, mas quer retirar-se dele ou suprimi-lo) ou acomodar (busca apaziguar um oponente mesmo que tenha que sacrificar-se, colocando os interesses acima dos seus) e o compromissar-se (quando uma parte do conflito busca desistir de algo, ocorre a divisão, levando a um resultado comprometido). Há uma disposição para raciocinar o objeto do conflito e aceitar uma solução que forneça satisfação incompleta dos interesses de ambas as partes. Estágio IV: Comportamento Aqui o conflito se torna visível. Aparecem as declarações, ações e reações feitas pelas partes em conflito. Isto é, o conflito é aberto e aí temos o comportamento de uma parte e a reação da outra parte. Estágio V: Resultados Os conflitos podem ser destrutivos ou construtivos. O conflito é construtivo quando ele melhora a qualidade de decisões, estimula a criatividade e a inovação, estimula interesse e curiosidade entre os membros do grupo, fornece o meio pelo qual os problemas podem ser arejados e as tensões relaxadas e gera um ambiente de autoavaliação e mudança. As consequências destrutivas dos conflitos sobre o desempenho de um grupo ou organização são bem conhecidos e é por isso que agora vamos partir para o próximo tema que é como manejá-los e quais as técnicas que o gestor poderá lançar mão para administrá-los. Leitura obrigatória Leiam os seguintes assuntos: uma definição de conflito, transições nas ideias de conflito, a visão tradicional, a visão de relações humanas, a visão interacionista, conflitos funcionais versus disfuncionais, o processo do conflito do capítulo 12 - Conflito, Negociação e comportamento entre grupos, do livro Comportamento Organizacional de Stephen Robbins. Acesse a Biblioteca Virtual! Saiba mais sobre o assunto deste tema, assistindo ao vídeo que a professora Neusa Pasetto preparou para você! Acesse o material on-line! MEDIAÇÃO E NEGOCIAÇÃO Esse tema versará sobre a capacidade de mediar conflitos e sobre a negociação. É importante porque as negociações permeiam as interações em grupos e organizações no mundo. Para Martinelli e Almeida (2009), citados por Lotz e Gramms (2012), a mediação é uma intervenção pacífica que busca resolver um conflito por meio de um acordo, sendo que a solução é sugerida e, em hipótese alguma, imposta às partes. Ainda esses autores dizem que a mediação se baseia em regras preestabelecidas, segundo as quais o objetivo do mediador é auxiliar na busca de uma negociação eficaz que satisfaça às necessidades de ambas as partes. Ainda Lotz e Gramms citam Lima (1999, p. 12): “o mediador detém o controle do processo, não do resultado, uma vez que este depende inteiramente da decisão das partes envolvidas no conflito”. Para Deutsch (1969), citado por Moscovici (2008), as características da resolução produtiva de conflitos tendem a ser similares, no plano individual, aos processos envolvidos no pensamento criativo e, no plano social, aos processos envolvidos na resolução colaborativa de problemas em grupos. Wisinski, citado por Machado (2007), apresenta cinco métodos específico para administrar os conflitos. São eles: Competição: como o objetivo de ganhar, vencer o conflito a qualquer custo, essa relação é baseada no poder e no autoritarismo. Dependendo das estratégias escolhidas, pode haver a coerção. Como podemos perceber em uma primeira vista, esse estilo de negociação é inapropriado e inadequado, porém, é preciso que analisemos algumas questões referentes ao contexto e ao perfil dos indivíduos que estão envolvidos neste conflito. Vamos a algumas situações citadas por Machado (2007, p. 56): emergências, quando são fundamentais ações rápidas, quando é necessário implantar mudanças impopulares, após serem utilizados outros métodos sem sucesso, em relações de trabalho em que há uma atmosfera de desconfiança. O sucesso na utilização desta estratégia dependerá do diagnóstico do mediador e das habilidades de implantação da mesma, senão dificilmente se obterá bons resultados. Acomodação: essa estratégia é utilizada a fim de se evitaro conflito. Geralmente uma parte abre a mão de sua posição ou seu ponto de vista para aceitar a posição do outro. Um gestor com problemas de afirmação pode lançar mão frequentemente desta estratégia. Porém, precisamos avaliar a situação em que o conflito ocorre, pois muitas vezes este tipo de estratégia pode ser utilizado para evitar problemas maiores e, portanto, nessas ocasiões a estratégia passa a ser vantajosa. Como nos fala Machado (2007, p. 57), quando é importante preservar o relacionamento entre as partes, quando a liderança, em momentos de tensão, opta pelo bom senso para evitar situações críticas e também quando se quer que a equipe aprenda com o exemplo da liderança. Afastamento: este tipo de estratégia parece inapropriado, especialmente por nos remeter a um comportamento de fuga de uma situação de conflito, mas, pensem, podemos utilizar essa estratégia em um momento que requer ponderação e a razão acima da emoção. Existem situações em que se faz necessário um afastamento para analisarmos a situação de uma maneira racional e encontrarmos uma solução mais apropriada para depois voltarmos e retomarmos a mediação do conflito. Colaboração: é a estratégia considerada como aquela mais adequada, pois proporciona às partes que avaliem as discordâncias e as divergências e permite que as duas partes se mostrem interessadas na continuidade do relacionamento. Porém, para que haja colaboração é necessário que haja um clima de confiança e criatividade. Acordo: deixamos esta estratégia por último porque ela exige negociação, que será o nosso próximo assunto. Contudo, vamos entender por ora, como funciona essa estratégia. Envolvem revezamento, trocas e permite certa flexibilidade. Fala-nos Machado (2007, p. 58) que “Nesta estratégia é necessário estabelecer quais serão os limites. Preparar-se com antecedência e lembrar que o acordo é uma tentativa de chegar a um consenso, o que faz com que ambas as partes saiam ganhando”. A autora Caroselli (2009), no capítulo 9 do seu livro Relações pessoais no trabalho, aborda como lidar com conflitos e nos apresenta quatro tipos de instrumentos e técnicas. São elas: A técnica KIND, o resultado END, a abordagem AWE-FILL e as técnicas diversivas. Vamos entender cada uma delas. Técnica KIND Essa técnica pode ser utilizada principalmente nos conflitos que surgem nos níveis hierárquicos que se encontram abaixo ou no meio da pirâmide organizacional. As letras revelam: K = Gentil (Kind em inglês) I = Informado N = Novo D = Definitivo A técnica orienta o seguinte procedimento: primeiramente, marcar com a pessoa mais difícil envolvida no conflito. Na ocasião do encontro, colocar a sua determinação em resolver o conflito, utilizar palavras firmes, porém de forma gentil. Mostrar que alocou tempo para conhecer a situação e as pessoas envolvidas no conflito, em especial sobre ela, suas preferências no trabalho, coisas que lhe são importantes etc. Demonstre o quanto se informou a respeito. Depois disso, há necessidade de propor alguma coisa nova, ou seja, precisa ser algo que ainda não foi tentado para resolver o conflito, por exemplo, listar os problemas que estão enfrentando, as soluções já tentadas e fazer um diário que contenha cada ação de tentativa de resolução. Não podemos encerrar a conversa até que não haja uma proposta definitiva para garantir o sucesso futuro. O resultado E-N-D A autora nos diz que, em situação de conflito, devemos procurar entender a outra pessoa antes de reativamente atribuir intenções negativas ao comportamento dela. Lembrando que no ambiente de trabalho, antes de nossos objetivos pessoais, estão os objetivos e metas do departamento ao qual estamos inseridos e esses objetivos devem estar em mente no momento de lidar com os conflitos. Vamos às letras: E = recrutar (em inglês, enlist): quer dizer recrute a ajuda da pessoa, converse sobre o fato de que o estresse causado pela situação pela qual estão passando não fará bem a nenhum dos envolvidos e nem gerará um resultado positivo para a equipe como um todo. N = negociar: negocie. Ouça e explique o que lhe gera mal-estar, ouça o que o outro tem a dizer e vejam no que ambos podem mudar. D = determinar: determinem as medidas que cada um tomará na sequência para lidar positivamente com o conflito. A Abordagem AWE-FILL Essa expressão em inglês significa “desenvolver respeito”. Essa técnica requer o desenvolvimento de um novo hábito e de estratégia para redução do conflito. Exige uma mudança mental. A letra A, significa uma afirmativa de um comportamento. Ou seja, afirmar algo (assert). Depois a letra W (withdraw): recue um pouco, ou seja, diminua a severidade da frase que acabou de proferir. Depois encoraje uma troca de ideias (encourage) e prepare-se para preencher (fill) a conversa com detalhes. As técnicas diversivas Essa é uma técnica em que, desde o início do conflito, ou melhor, da situação de descontentamento por parte de alguma pessoa, você deve evitar pedir que ela se acalme, mesmo que ela já esteja descontrolada, pois se assim o fizer, você estará informando a ela que ela perdeu o seu controle emocional e isso pode piorar a situação. Ao invés disso, faça a ela uma pergunta em que ela tenha que raciocinar, tipo: Sra., quantas vezes isso aconteceu desde que estamos prestando esse serviço? Quando ela responder você já poderá dizer o que fará para resolver o problema. Agora, vamos entender um pouco o conceito de negociação e depois aprofundaremos a temática em nossa leitura obrigatória. Para Robbins (2008), a negociação é algo que permeia as interações em quase todo o mundo, sejam nas relações pessoais ou profissionais. Para esse autor, negociação é um processo no qual duas ou mais partes trocam bens ou serviços e tentam concordar sobre a taxa de troca entre eles. O processo de negociação é composto por cinco passos, são eles: 1. Preparação e planejamento; 2. Definição de regras básicas; 3. Esclarecimento e justificação; 4. Barganha e solução de problema; 5. Fechamento e implementação. Entenderemos cada etapa do processo de negociação e as questões envolvidas em negociação na nossa leitura obrigatória. Leitura obrigatória Leiam os tópicos: Negociação, estratégias de barganha, o processo de negociação, questões em negociação, do capítulo 12 – Conflito, Negociação e comportamento entre grupos, do livro Comportamento organizacional de Stephen Robbins. Acesse a Biblioteca Virtual! Assista ao vídeo a seguir e estabeleça os principais conflitos existentes em sua organização e elabore um plano de negociação para ser seguido em suas próximas negociações de conflitos. https://www.youtube.com/watch?v=h4mPhttt458 Para saber mais sobre a negociação e a mediação de conflitos, não perca o vídeo com as explicações da professora Neusa Pasetto! Acesse o material on-line. QUEIXAS NO CONTEXTO DO TRABALHO Nesta aula, vimos assuntos que nos fizeram entender um pouco mais sobre os conflitos e sobre as estratégias para manejá-los. Agora, já podemos compreender quais são as maiores queixas no ambiente de trabalho e como lidar com elas de maneira efetiva. Quando falamos em queixas, poderemos dizer que elas dependem do ambiente, do funcionário, da interação dos colegas, do relacionamento com a chefia, de como o funcionário lida com a sua tarefa, com o dimensionamento do seu cargo, entre outros. Mas, para isso, inicialmente vamos relembrar de um conceito de organização trazido por Chanlat, nas rotas anteriores. A organização é definidapor Jean Françoise Chanlat (1993) como um lugar onde diferentes agentes contribuem com seus recursos para a produção de objetos e serviços. É, “também, o lugar que cada indivíduo explora, adapta e habita, a fim de realizar seus próprios objetivos”. Nem sempre o indivíduo encontra esse lugar conceituado por Chanlat de forma plena e, para evitar que isso se transforme em queixas e interfira na produtividade, necessita ser diagnosticado e trabalhado. Mais adiante aprofundaremos a satisfação no ambiente de trabalho e as ferramentas para levantar o clima e a cultura organizacional, porém por ora vamos classificar genericamente os principais motivos das queixas no ambiente de trabalho. Apresentaremos esses motivos em uma ordem crescente, contudo, queremos reforçar que isso é apenas uma forma didática para melhorar a compreensão e não classificatória. 1. O tipo do trabalho: o trabalho depois de algum tempo, poderá se tornar repetitivo e rotineiro. Isso poderá acontecer pelo não atendimento das expectativas iniciais, por acomodação, ou por falta de desafios. 2. As condições de trabalho: o tipo de contrato de trabalho, temporário, terceirizado, turno de trabalho, salário baixo, horário etc. O próprio local onde a organização está instalada. Imaginem um local isolado, longe de todas as possibilidades de comércio. Ou mesmo, um local muito central, onde não há estacionamento para todos. Esses fatores acabam por agir como agentes desmotivadores e estressantes e culminam em diversas formas de queixas. 3. A chefia: o tipo de relacionamento que se estabelece entre um funcionário e sua chefia é fator determinante para a apresentação da satisfação ou insatisfação de qualquer profissional, independente de seu nível hierárquico. Quando se apresenta a falta de confiança, de reconhecimento, da oportunidade para tomada de decisão. Ou, também, a inadequação do tipo e perfil de liderança para aquele indivíduo ou grupo. 4. Colegas de trabalho: temos em um grupo de trabalho uma diversidade imensa de pessoas que trazem de seus ambientes familiares e sociais formas de pensar e muitos são paradigmas. Caso os membros deste grupo não foquem o profissional e sim o pessoal, aqui teremos grandes problemas e uma imensidade de queixas para o gestor dar conta. Imaginem conviver mais de 8 horas por dia com uma pessoa que a todo tempo retruca o que você diz, disputa poder com você e refuta todas as ideias que você propõe. Insuportável, não?! 5. Avaliação de desempenho deficitária: imagine um chefe despreparado que ou premia ou prejudica de forma consciente um subordinado, ou por favoritismo ou por antipatia. Ou mesmo uma chefia que pelo despreparo acaba cometendo o mesmo equívoco por estar despreparado para essa tarefa. Acaba se atendo a atitudes e comportamentos ou qualidades específicas dos seus subordinados em determinada tarefa e estende essa qualidade a todo o processo avaliativo. Aqui está instalada uma situação para que as queixas se apresentem. 6. Falta de política de recompensa e de reconhecimento: pense na seguinte situação, você apresenta uma ideia e seu chefe apresenta como se fosse dele, ou mesmo alguém da sua equipe. Isso é muito ruim. Imagine a frustração que gera. Ou mesmo, quando não existe uma política salarial, muitas promessas de aumentos acabam ficando no vazio e por que não dizer no esquecimento. Esse tipo de ambiente é um nascedouro de queixas, pois a competição estará instalada, fora a politicagem, no pior sentido da acepção da palavra. 7. Falta de planejamento: uma organização que não tem planejamento e cobra atividades e tarefas sem uma construção de métodos e tempos, ou que mudam as regras do jogo durante a partida, também é um ambiente profissional onde a queixa fará parte do comportamento dos empregados. Esse tipo de ambiente profissional terá consequências em várias esferas, familiar, saúde física e mental do trabalhador. Veja a seguir algumas dicas sobre o que fazer em relação às queixas no ambiente de trabalho: O que fazer frente às queixas? Investigue e trate cada um dos casos como se eles pudessem terminar em uma mediação de conflito; Fale com o funcionário sobre sua queixa, dê à pessoa uma atenção completa; Em caso de uma política já elaborada para lidar com queixas, cumpra os prazos estabelecidos da empresa ao lidar com aquele tipo de queixa; Verifique se há mais funcionários com a mesma queixa; Examine o registro pessoal dos envolvidos na queixa, tanto de colegas, chefias etc., bem como de queixas anteriores, isso dará melhor visibilidade de quem se tratam; Faça as discussões sobre a queixa em lugar reservado; Mantenha o seu supervisor e a empresa informada sobre o tratamento da queixa. O que não fazer frente às queixas? Fazer de conta que ela não existe Não faça acordos individuais que sejam inconsistentes com o contrato de trabalho ou a política aplicada na empresa; Não impeça a solução se a empresa estiver errada; Não renuncie aos seus direitos como gestor; Não resolva um problema atual com as práticas do passado; cada questão ao seu tempo. Resoluções podem ter sido adequadas no passado, mas o presente exige novas decisões; Não resolva as queixas com base no que seja ‘justo’. Ao contrário, atenha-se ao contrato de trabalho, que deve ser o único padrão; Não negocie itens que não estejam incluídos no contrato e nem concorde com emendas informais ao contrato de trabalho; No caso da ouvidoria, importante focar na queixa e na solução, desta forma, não dê respostas escritas muito longas; Não troque o acordo sobre uma queixa pela retirada de outra, nem tente compensar a má decisão em um caso fazendo concessões em outro; Não fuja da resolução da queixa dizendo que a solução foge de sua alçada. Com essas orientações dadas pelos autores, tais como ROBBINS & DECENZO (2001), da área de gestão de pessoas, podemos estar mais preparados para lidar com as queixas quando elas aparecerem. Afinal, todos nós nos relacionamos com outras pessoas nos mais diversos contextos. Poderemos adaptar essas dicas de como lidar com queixas para nosso ambiente familiar e assim teremos grande sucesso nas nossas famosas “DRs” (discussão das relações). Leitura obrigatória Para aprofundar o conhecimento adquirido, é muito importante a leitura do texto Como reduzir conflitos entre a vida pessoal e o trabalho, p. 122 a 124, na Parte VI – A verdade sobre o gerenciamento de conflitos, do livro A verdade sobre gerenciar pessoas de Stephen Robbins. Acesse a Biblioteca Virtual. Assistam e reflitam sobre o vídeo abaixo indicado, intitulado O hábito de reclamar, muito interessante para a reflexão sobre o prazer, desafios e dificuldades no ambiente laboral. https://www.youtube.com/watch?v=g6eFrf_Yt54 Para encerrar a aula de hoje, acesse o material on-line e assista ao vídeo no qual a professora Neusa Pasetto traz mais informações sobre as queixas no ambiente de trabalho. NA PRÁTICA Assistam ao filme “Mudança de Hábito”, disponível a seguir: http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-mudanca-de-habito- dublado-online.html Após assistir ao filme e por meio de um relatório que deverá ser postado no AVA, elaborem um diagnóstico do funcionamento do grupo. Por que aquelas pessoas se uniram, quais as etapas pelas quais o grupo passou e como ele lidou com os conflitos e as possíveis queixas que surgiram? Por fim, procurem traçar um comparativo entre a história apresentada e o cotidiano dos grupos e equipes nas organizações.Veja o que a professora Neusa tem a dizer sobre a atividade prática desta aula. Não perca o vídeo que está disponível no material on-line! SÍNTESE Em nossa aula, estudamos o conceito de liderança sob vários aspectos, os estilos tradicionais de liderança e as novas tendências no enfrentamento dos desafios corporativos. Distinguimos as diferenças marcantes existentes entre grupos e equipes, bem como os componentes que fazem parte do funcionamento dos mesmos de modo a avaliar a sua funcionalidade ou não, assim como também os estágios pelos quais um grupo passa e as razões pelas quais as pessoas se unem aos grupos. Compreendemos o processo de mediação e negociação desde os seus conceitos, passamos pelos tipos de conflitos organizacionais, compreendemos os quatro tipos de instrumentos e técnicas para lidar com o conflito, propostos pela autora Caroselli (2009): KIND, END, a abordagem AWE-FILL e as técnicas diversivas. Verificamos as maiores queixas no trabalho, o que fazer e não fazer frente a elas em promoção de um ambiente organizacional satisfatório. Para finalizar os estudos desta aula, assista ao vídeo com as considerações finais da professora Neusa. Acesse o material on-line. REFERÊNCIAS CAROSELLI, Marlene. Relações pessoais no trabalho. São Paulo: Cengage Learning, 2012. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: o capital humano das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier-Campus, 2009. FRENCH, Jr. J.R.P.; RAVEN, B. H. The bases of social power. In Cartwright. D. (ED). Studies insocial power. Ann Arbor: University of Michigan Press, 1959. p. 150-167. LACOMBE, Francisco José M. Dicionário de Administração. São Paulo: Saraiva, 2004. LOTZ, Erika; GRAMMS, Lorena Carmem. Gestão de talentos. Curitiba: Ibpex, 2012. MACHADO, Maria Regina. Relacionamento interpessoal. Curitiba: Ibpex, 2007. MORGAN, Gareth. Imagens da organização. São Paulo; Atlas, 1996. MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999. _____. Desenvolvimento interpessoal. 17.ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2008. ROBBINS, S. P.; DECENZO, D.A. Administração de recursos humanos. Rio de Janeiro: LTC, 2001. ROBBINS, Stephen. Comportamento Organizacional. Rio de Janeiro: LTC, 2004. _____. Comportamento Organizacional. Rio de Janeiro: LTC, 2008. PERSICO, Neide. Comportamento humano nas organizações / Neide Pérsico e Sonia Beatriz Bagatini. - Curitiba: Intersaberes, 2012. (Série Administração e Negócios). VECCIO, Robert. Comportamento organizacional, 6ª edição. São Paulo: Cengage Learning, 2008. WAGNER & HOLLENBECK. Comportamento organizacional, 2ª edição. São Paulo: Saraiva, 2009. WEBER, Max. On law in economy and society. Cambridge. Harvard University Press, 1954. 1 Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 5 Professor Fernando Eduardo Mesadri Professora Neusa Vítola Pasetto 2 CONVERSA INICIAL Nessa rota trataremos de assuntos contemporâneos, como a empregabilidade, o empreendedorismo, as competências do sujeito para dar conta desse novo cenário empresarial, o mapeamento dessas competências, as dinâmicas de grupo que hoje se baseiam em competências e os jogos que são utilizados atualmente nos processos seletivos, que também têm foco em competências. Todos esses assuntos são importantíssimos para um gestor, seja ele do nível estratégico, tático ou operacional. Então, vamos lá? Bons estudos! Antes de começar, acesse o material on-line e acompanhe o vídeo introdutório! CONTEXTUALIZAÇÃO Problematização Sobre a avaliação das oportunidades que surgem, Dolabela (1999), em sua obra “Oficina do empreendedor”, orienta a respeito da necessidade de se considerar que as oportunidades têm uma forte relação com a personalidade, os valores, as preferências, a visão de mundo e os sonhos do empreendedor. O autor alerta também que a avaliação das ameaças externas que incidem sobre a oportunidade é extremamente importante para que se evite a entrada em empreendimentos equivocados (BRANCO; SCHNEIDER, p. 68 e 70). Leia com atenção a história a seguir, retirada de Dolabela (1999): Alexandre sofria, desde pequeno, com terríveis enxaquecas. Foi a vários especialistas, passou por diferentes tratamentos, mas as dores de cabeça não cessavam. Fez tratamentos homeopáticos que surtiram algum efeito, em virtude disso passou a se interessar por chás e plantas medicinais. Já adolescente, aprendeu pesquisando na internet como se fabricam os chás em saquinhos. Passou a fabricar seus próprios saches, com misturas de ervas inéditas. Certo dia, quando estava sofrendo uma dor extremamente forte, 3 teve a ideia de fabricar um chá que tivesse como componente um comprimido para dor de cabeça. Fez o experimento e gostou do efeito, mas não do gosto. Passou a experimentar diferentes misturas de ervas e dosagens do remédio. Achou uma dosagem perfeita, em que havia eficácia tanto na dor quanto no sabor. Sua grande preocupação era que alguém ficasse sabendo e roubasse sua ideia. Isso chegava a lhe causar mais dores de cabeça. Resolveu continuar as suas experiências o mais secretamente possível, ampliando para remédios contra outras doenças, todos eles sendo parte do saquinho de chá. Porém, certo dia, ao ir à farmácia comprar alguns remédios para as suas experiências, ficou paralisado à frente de um mostruário de chá, fornecido por uma das grandes fabricantes nacionais, no qual se podia ver uma grande novidade do mercado: os chás com remédios. Agora é sua vez! Resolva em seu caderno a questão a seguir: Tendo por base esse texto, faça uma análise do que aconteceu com Alexandre no que se refere ao seu perfil empreendedor e elenque quais as competências que lhe faltam. Acesse o material on-line e confira o vídeo com a resolução do problema lançado. Tema 1 - Empregabilidade e empreendedorismo Começaremos nosso assunto trazendo a visão de Henry Ford sobre os dois tipos de pessoas com as quais ele não trabalharia: 4 Para Ford, esses perfis profissionais não atendiam as demandas e os desafios de sua empresa. Podemos concluir que não suprem as necessidades de nenhuma empresa na atualidade também, não é mesmo? Então o que o mercado de trabalho atualmente solicita dos profissionais? Que tenham atitude; Que tenham objetivos claros; Que assumam responsabilidades; Que estejam cientes de seu valor; Que tenham histórico de conquistas pautadas na ética e na valorização do outro Ótimo! Então se desenvolvermos esses comportamentos e essas atitudes seremos as pessoas que o mercado assimilará? Estaremos trabalhando assim nossa empregabilidade? Vamos ver como José Augusto Minarelli define o termo “empregabilidade”: “A condição de ser empregável, isto é, de dar e conseguir emprego para os seus conhecimentos, habilidades e atitudes intencionalmente desenvolvidas por meio de educação e treinamentos sintonizados com as necessidades do mercado de trabalho” (MINARELLI, 1995). Hoje, as empresas buscam pessoas que agreguem valor, e a experiência está fortemente incluída nisso. Por outro lado, há dificuldade para quem não investiu em atualização e revisão de conceitos. É necessário entender que o mercado de trabalho possui características diferentes para empregados que executam atividades operacionais e para os que estão ligados a cargos de liderança. Nas atividades operacionais,há um investimento forte, por parte das empresas, em tecnologia e automação dos processos. Isso exige que o profissional que trabalha nessa área aumente o nível de qualificação com conhecimentos adequados para essa nova realidade, preparando-se técnica e mentalmente para as mudanças. 4 Não basta somente força física nem experiência. O que predomina hoje é a força intelectual, mesmo para atividades operacionais. Segundo Minarelli (1995) os pilares da empregabilidade são: 1. Adequação vocacional; 2. Competências profissionais; 3. Idoneidade; 4. Saúde física e mental; 5. Reserva financeira e fontes alternativas; 6. Relacionamentos Segundo esse mesmo autor, a união desses seis pilares é que oferece ao profissional a capacidade de gerar trabalho, de trabalhar e de ter rendimento. Vale lembrar que a empregabilidade é um conceito amplo e não significa apenas ter um emprego e sim ter uma renda. Portanto, deve-se desenvolver os seis pilares, mesmo que em graus diferentes, já que eles são interdependentes. Uma coisa é certa: quando se trata da empregabilidade, precisamos programá-la. A seguir, você encontra algumas dicas. Mas antes pense sobre esse velho provérbio oriental: “Escolha o emprego que lhe dê prazer e nunca mais terá de trabalhar um dia em sua vida” Confira a seguir 5 passos para programar sua empregabilidade: 1. Identifique o que você quer: Quais seus objetivos? Quais seus sonhos? O que deixa você realizado? 2. O que determina ou influencia sua escolha? 5 Dinheiro? Status? Preço da mensalidade? Influência familiar? Facilidade? Campo de trabalho? Habilidades de cálculo? 3. Qual seu ritmo e sua velocidade? Em que prazos você pretende alcançar seus objetivos? Esses prazos são viáveis? Esses prazos estão de acordo com seu desenvolvimento? 4. Quem acompanha você? Em quais modelos você se espelha? Que tipo de pessoa deve ter sempre por perto? Como faz para manter os vínculos que estabelece com as pessoas? 5. Quais são os seus recursos, suas habilidades e suas competências? O que você tem na bagagem? O que precisa adquirir? Quais as competências necessárias para chegar lá? Quais habilidades você deve desenvolver e aperfeiçoar? Você sabe o que é empreendedorismo? Segundo Branco e Schneider (2012, p. 21) “Empreender é uma ação realizada por pessoas determinadas, que se autoconhecem e conhecem os seus limites, que estão prontas para agir e dispostas a arcar com as consequências de seus atos”. Esses autores dizem, ainda, que o verdadeiro empreendedor é alguém conectado, bem relacionado, atento e dinâmico, capaz de ver o que os outros não veem. 6 Dolabela (1999, p. 71) apresenta as características de um empreendedor, segundo Timmons (1994) e Hornaday (1982): Tem um “modelo”, uma pessoa que o influencia; Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo e necessidade de realização; Trabalha sozinho. O processo visionário é individual; Tem perseverança e tenacidade para vencer obstáculos; Considera o fracasso um resultado como outro qualquer, pois aprende com os próprios erros; É capaz de se dedicar intensamente ao trabalho e concentra esforços para alcançar resultados; Sabe fixar metas e alcançá-las, luta contra padrões impostos e se diferencia; Tem a capacidade de descobrir nichos; Tem forte intuição: como no esporte, o que importa não é o que se sabe, mas o que se faz; Tem sempre alto comprometimento, crê no que faz; Cria situações para obter feedback sobre seu comportamento e sabe utilizar tais informações para seu aprimoramento; Sabe buscar, utilizar e controlar recursos; É um sonhador realista: é racional, mas usa também a parte direita do cérebro; Cria um sistema próprio de relações com empregados. É comparado a um “líder de banda”, que dá liberdade a todos os músicos, mas consegue transformar o conjunto em algo harmônico, seguindo um objetivo; É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo; Aceita o dinheiro como uma das medidas de seu desempenho; 7 Tece “redes de relações” (contatos, amizades) moderadas, mas utilizadas intensamente como suporte para alcançar seus objetivos; considera a rede de relações internas (com sócios, colaboradores) mais importante que a externa; Conhece muito bem o ramo em que atua; Cultiva a imaginação e aprende a definir visões; Traduz seus pensamentos em ações. Além do desenvolvimento das características que vimos na página anterior, é de fundamental importância que o candidato a empreendedor desbloqueie e faça aflorar a sua criatividade, a qual pode ser entendida como a capacidade de criar e produzir ideias novas. Sobre ela, vamos ver o que dizem dois autores: Plomer (apud Lotz; Gramms, 2012 p. 96): “a criatividade é o poder de conectar o aparentemente desconectado”. George Kneller (apud Lotz; Gramms, 2012 p. 96): “criatividade consiste no total rearranjo do que sabemos, com o objetivo de descobrir o que não sabemos”. Timmons (1994) diz que “uma ideia não passa de um instrumento na mão de um empreendedor”. Após termos conhecimento das características do empreendedor e das definições de criatividade, entendemos essa afirmativa, já que a criatividade é ferramenta de trabalho do empreendedor. Você já ouviu alguém dizer que teve um bloqueio de criatividade? Já viveu uma situação assim? Pois é, isso acontece com muita frequência. Por isso é importante entender o que causa esse bloqueio, já que sem criatividade, o empreendedor terá grandes dificuldades para colocar em prática o conhecimento que já adquiriu com o intuito de encontrar novas soluções para os velhos problemas. Vários são os autores que falam sobre criatividade e os aspectos que a bloqueiam, mas uma coisa é certa, aquele que mais bloqueia a nossa criatividade, sabe quem é? Nós mesmos! Isso porque damos atenção indevida a afirmativas como: 8 Não seja bobo. Alguém já pensou sobre isso. Você nem é tão criativo assim. Essa não é a resposta certa. Você está errado em pensar assim. Siga as normas. Isso não é sua competência, embora a ideia pareça boa, não arrisque, “mais vale um pássaro na mão, do que dois voando”. Não devaneie, seja prático. “Pensando morreu o burro”. É importante fazer uma autorreflexão e ignorar pensamentos como esses. Leia o Capítulo 1: “O que é ser um empreendedor” (p. 18 a 40) e o Capítulo 2: “Criatividade e o empreendedorismo” (p. 44 a 56) do livro “A caminhada empreendedora: a jornada de transformação de sonhos em realidade” de Schneider e Branco, Curitiba: Intersaberes, 2012. Ele está disponível na Biblioteca Virtual: http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications Você já parou para pensar que, em cada fase da vida, o processo criativo é encarado de uma forma diferente? No link a seguir você assiste a um interessante vídeo sobre isso: https://www.youtube.com/watch?v=Z0zp1sxa1-A Acessando o material on-line você confere um vídeo com mais informações sobre a empregabilidade e o empreendedorismo. Não deixe de conferir! Tema 2 - Competências essenciais para o novo cenário empresarial 9 Em tempos de plena globalização e alta competitividade no mundo, é ainda mais necessário que as organizações revejam suas possibilidades, ou seja, avaliem o potencial das competências organizacionais e pessoais, de modo a enfrentar os desafios que se fazem presentes no dia a dia.A organização que pretende se manter competitiva terá que repensar os conceitos de eficiência, eficácia e efetividade, buscando traduzir em ações as estratégias que buscam torná-la mais fluída e com capacidade de adaptação rápida às mudanças que surgem a todo o momento, sejam elas internas ou externas. Uma organização competitiva no contexto atual terá, portanto, que se valer dos recursos de que dispõe, sejam eles visíveis (concretos) ou não visíveis (abstratos). O importante é que estejam em plena inter-relação, possibilitando o aperfeiçoamento contínuo das competências. Cabe à empresa, também, monitorar de forma intensa o ambiente organizacional, estabelecendo novas estratégias que visem seu fortalecimento junto ao mercado. Nas próximas páginas você confere um interessante conteúdo. Trata-se da comparação entre os conceitos de dois autores renomados: Ram Charan (consultor de empresas e conselheiro de CEOs americanos) e Julie Morgenstern (consultora, conferencista, especialista em mídia e porta-voz do Mundo Empresarial). Eles tratam das competências, tanto empresariais como pessoais, que se configuram como tendências a serem desenvolvidas para este século. As competências de Charam são oito, já as de Julie, nove. Embora tenham nomes diferentes, são similares. 10 RAM CHARAN JULIE MORGENSTERN COMPETÊNCIAS Posicionar a empresa: os gestores devem saber sentir e agir sabendo que os posicionamentos da empresa ou dos seus departamentos ou setores não são para sempre. Precisam estar sempre compondo e recompondo a empresa e, como consequência, os seus setores de trabalho. Restaurar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: é necessário que as duas áreas sejam organizadas de forma que uma não afete a outra. É preciso que ambas caminhem em harmonia, uma vida pessoal equilibrada reflete em uma vida profissional mais criativa e produtiva. Identificar mudanças externas: este novo líder deverá ter capacidade de acompanhar o ritmo e a agressividade das mudanças atuais. A função do líder é “enfrentar as mudanças, superar as expectativas e ficar acima da média, garantindo que a empresa esteja posicionada para ganhar dinheiro agora e no futuro”. Desenvolver a mentalidade empresarial: significa pensar como empresário, ainda que você seja um empregado; estar disposto a reconhecer que ainda não aprendeu tudo e que está aberto a novos “porquês”, abrindo sua visão para enfrentar novos desafios. “Reunir os gatos”: trata-se daquela competência de reunir os funcionários para tomar decisões melhores e mais rápidas. ”Sempre que você vê uma empresa constantemente bem-sucedida, criando um produto atrás do outro, fornecido sempre dentro do prazo, ou baixando custos de modo constante, pode estar certo de que ela dispõe de um sistema social eficiente”. Escolher as tarefas mais importantes: implica escolher a tarefa que possui maior prioridade, decidindo com clareza e facilidade quais tarefas são mais importantes para serem realizadas, que irão oferecer a você mais autoconfiança e poder diante de seu superior e da empresa, pois assim é possível obter maior rendimento com o que é realmente importante. 11 Avaliar pessoas: trata-se da capacidade que consiste em: “concentrar-se primeiro nas pessoas, depois nos cargos, buscando capacidade de liderança em toda a organização e proporcionando para os indivíduos avanços na carreira que testem sua capacidade de enfrentar a dificuldade e aprender novas habilidades”. Conseguir tempo para fazer as coisas: consiste no planejamento, de forma a estipular as tarefas mais importantes e prioritárias e o tempo que você irá despender para realizá- las. 12 RAM CHARAN JULIE MORGENSTERN COMPETÊNCIAS Moldar equipes: o ponto chave desta competência é fazer com que os membros da equipe entendam, priorizem e se comprometam com a empresa dentro de uma visão compartilhada, ou seja, dentro de uma visão global. Controlar os sabotadores: são todas as coisas que acabam com a nossa capacidade de concentração, ameaçam a produtividade, atrapalham os planos e roubam horas todos os dias de trabalho. Essa competência visa planejar o dia do trabalho, o número e as coisas que irá realizar, obtendo maior controle, concentração e produtividade. Estabelecer objetivos: os objetivos vão definir os rumos e apontam a direção para onde irá à empresa. Quando eles são comunicados de forma clara e direta, podem exercer a função de energizar as pessoas e quando estiverem vinculados a recompensas, poderão exercer uma grande influência sobre o comportamento daqueles que compõe a empresa. Organizar-se segundo a velocidade da mudança: com essa competência desenvolvida, a pessoa evita o acúmulo de informações desnecessárias, encontrando a melhor maneira de se organizar, evitando o cansaço, físico, mental, emocional e psicológico do dia a dia. Mantendo a organização, terá maior facilidade na tomada de decisão e maior controle sobre o tempo, já que acompanhará o ritmo do seu local de trabalho. Fixar as prioridades: as prioridades determinam como os recursos são distribuídos e definem um caminho, alinhando esses recursos que foram distribuídos e também as ações e as energias para a realização dos objetivos. Saber delegar: delegar é uma capacidade importantíssima, mas complexa, pois depende de outra pessoa para realizar uma tarefa ou uma série de tarefas, por isso essa relação se baseia na confiança. Sendo bem exercida, essa confiança aumenta a produtividade e torna as equipes mais coesas. 13 Enfrentar forças externas: essa competência refere-se à capacidade de prever às pressões sociais fora do controle e reagir a elas, o que pode vir a afetar diretamente o resultado da empresa. Estar de bem com os outros: um ambiente de trabalho com tantos acontecimentos simultâneos e com várias pessoas de personalidade diferente é propício para desavenças. Por isso, é importante identificar o problema, para poder aprender a lidar com os conflitos do ambiente de trabalho. Trabalhar em um ambiente cooperativo e cheio de energia faz com que sua capacidade de trabalhar bem com os outros aumente a produtividade e a eficiência diante da empresa. 14 Segundo os autores, para superar as adversidades e mudanças deste novo momento, é necessário adotar novas posturas em relação ao mercado, isto é, ao ambiente externo e interno da organização. Para isso, algumas ações são necessárias: Tomar decisões em grupo e de forma compartilhada, distribuindo recursos e definindo caminhos alinhados a eles; Aplicar o planejamento tanto nas escolhas das tarefas quanto na sua organização, evitando que surjam os sabotadores, que sugam energia e tempo, atrapalhando a produtividade; Realizar a autoavaliação e a avaliação do outro, de forma a moldar o seu comportamento e o da equipe em relação às necessidades; Delegar quando for preciso, para atingir a produtividade e estabelecer uma relação de confiança com os parceiros; Definir o estabelecimento de objetivos e comunicá-los de forma clara a equipe, energizando e recompensado as pessoas que estiveram envolvidas nesses processos. Com isso, ficam claras as competências que precisaremos desenvolverpara superar os desafios gerados pelas demandas. ____ Multiplicar o seu valor: o planejamento é a melhor forma de fazer com que as coisas aconteçam. Sendo assim, você terá mais responsabilidade de lutar pelo que você quer, informando e mostrando aos outros o que foi capaz de realizar. Assim, seu chefe e seus colegas reconhecem o seu valor. 15 Leia o artigo intitulado “Competências no trabalho: uma análise da produção científica brasileira”, do Hugo Pena Brandão, da Universidade Corporativa Banco do Brasil e da Fundação Getúlio Vargas. Esse texto complementará seus estudos sobre esse tema! http://www.scielo.br/pdf/epsic/v12n2/a07v12n2 Assista ao vídeo “Competências e Habilidades” e reflita sobre a relação entre a violinista e as competências de Ram Charam e as de Julie Morgenstern. www.youtube.com/watch?v=tPs60KMB6XI Acesse o material on-line e confira um vídeo com mais informações sobre as competências essenciais para o novo cenário empresarial. Tema 3 - Mapeamento de competências do sujeito Vimos em nossa primeira aula como a Psicologia diferencia o indivíduo (considerado em sua individualidade) e o sujeito (esse mesmo indivíduo quando inserido em um contexto social, estando sujeito às pressões, normas e regras advindas desta circunstância). Dessa forma, para se adaptar às condições desses contextos diferenciados (laboral, social, familiar, educacional, entre outros), precisa desenvolver algumas capacidades, entre elas estão as competências. A partir de agora, iremos focar nosso estudo nas competências do sujeito enquanto profissional. 16 Entende-se por competência o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que o profissional deverá possuir de acordo com a atividade que executa. As competências do sujeito relacionadas ao trabalho estão divididas em duas categorias: Competências técnicas: são os conhecimentos e as experiências já adquiridos e que são específicos. Refere-se ao uso de ferramentas, materiais, normas, metodologias e procedimentos necessários para o desenvolvimento das tarefas inerentes ao cargo. Competências humanas: trata-se daquilo que é próprio e particular de cada profissional, que se torna perceptível em suas atitudes, quando desenvolve suas atividades. Para Rabaglio (2001, p. 3), todo profissional tem seu perfil de competências, que se torna um diferencial competitivo individual. Agora, iremos descrever genericamente algumas competências técnicas e comportamentais que são exigidas em algumas profissões. Acompanhe com atenção! Administrador Engenheiro 1 Médico Psicólogo 18 Professor Servidor Público Competências Técnicas Comportamentais Conhecimento específico da área em que atua; Capacidade de lidar com conhecimentos acumulados; Uso de equipamentos aplicados ao ensino; Conhecimentos de didática e metodologia. Boa comunicação; Resolução de problemas; Bom relacionamento interpessoal; Sensibilidade com os problemas dos alunos. 19 Ca be res salt ar a imp ortâ nci a da clareza das competências tanto técnicas quanto comportamentais. Sobre isso, Rabaglio (2001, p. 2) diz que: ser competente está relacionado com um bom desempenho numa determinada tarefa, o que não garante que esse desempenho será bom sempre. Foi competente por casualidade. Ter competências para realização de uma tarefa significa ter conhecimentos, habilidade e atitudes compatíveis com o desempenho dela e ser capaz de colocar esse potencial em prática sempre que for necessário. Complemente seus estudos! Leia o Capítulo 7, Tópico 7.3: “Competências individuais e organizacionais” (p. 116 a 118) do livro “Gestão de pessoas, conceitos e estratégias” (Kops; Costa; Romero. Curitiba: Intersaberes, 2013). Esse livro está disponível na Biblioteca Virtual: http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/sign_in Acesse um interessante vídeo sobre mapeamento de competências: https://www.youtube.com/watch?v=ZxU1kivy4vM Para mais informações sobre o mapeamento de competências do sujeito, acesse o material on-line e confira um vídeo complementar! Competências Técnicas Comportamentais Atendimento ao público; Tramitação e elaboração de documentos; Gerir concursos públicos; Fiscalização e controle de atividades; Foco no resultado; Planejamento. Criatividade; Cooperação; Disciplina; Flexibilidade; Humildade; Persistência; Proatividade. 2 3 Tema 4 - Dinâmica de grupo baseada em competências Após termos contato com a definição de competências e sabermos como mapeá-las nos indivíduos, partiremos para o entendimento do processo de uma dinâmica de grupo muito utilizada tanto para o levantamento quanto para o desenvolvimento das competências. Mais tarde, será possível distinguir a dinâmica de grupo de um jogo com foco em competência. A dinâmica de grupo é uma expressão que foi criada por Kurt Lewin, que foi um psicólogo que se doutorou em 1914 na Alemanha. Trabalhou no Instituto Psicanalítico de Berlin. Foi para os Estados Unidos em 1933, onde se refugiou antes da Segunda Guerra Mundial, pois era judeu. Não voltou mais para a Alemanha. Trabalhou nas universidades de Cornell, Stanford e Iowa. Fundou o Centro de Pesquisa de Dinâmica de Grupo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Deixou para a ciência a Teoria do Campo Psicológico, a qual afirma que as variações do comportamento do indivíduo, as quais são estabelecidas com relação à norma, são condicionadas pela tensão que se forma entre a percepção que o indivíduo tem de si mesmo e pelo ambiente psicológico ao qual ele está inserido. Em suma, fala da atuação do homem em um ambiente de forças internas e externas à pessoa. Essa visão abriu um novo espaço para o entendimento dos grupos humanos, levando a Psicologia Social para os laboratórios nas universidades. Assim, a partir da Teoria de Campo, Kurt Lewin desenvolveu a Teoria da Dinâmica de Grupo, cujo principal objetivo é desenvolver novos comportamentos nos indivíduos por meio da exposição, discussão e decisão em grupo. 4 No seu livro intitulado “Dinâmica e Gênese dos Grupos - Atualidade das Descobertas de Kurt Lewin” (LEWIN, 2013), estão as seguintes frases, que resume o pensamento do autor: "Todo comportamento tem um propósito, nós vivemos em uma realidade psicológica que inclui não apenas as partes de nosso ambiente físico e social, mas também estados imaginários que atualmente não existem, por isso é importante entender o grupo na realidade que está inserido e proporcionar a ele as dinâmicas adequadas a suas necessidades”. “A própria existência de qualquer minoria depende apenas, em última análise, da boa vontade da maioria no meio da qual sua inserção é tolerada”. Outro livro bastante didático é o intitulado “Jogos e dinâmicas & Vivências Grupais”, publicado no ano 2000 pelos autores Militão e Militão. Ele trata dos grupos e de sua classificação, do conceito da dinâmica de grupo e de como surgiu essa técnica. Para resumir o pensamento desses autores, traremosalgumas afirmações realizadas por eles na introdução do livro: “Ninguém é bom ou excelente apenas sozinho: há sempre alguém, um referencial, um suporte, uma estrutura, que incentiva e impulsiona para a realização”. “Pessoas se juntam, definem objetivos, defendem causas, criam projetos, desenvolvem ações sociais comunitárias, cumprem ordens, jogam conversa fora, buscam”. “Um é pouco, dois é bom, e três é excelente!”. “As pessoas são dependentes e carentes do convívio com as outras”. “Mudar é desaprender”. 5 “Ajudar é abrir-se para o outro, como colaborador, altruísta, solidário. É crescer em conjunto, é criar uma sinergia”. “Toda atividade que se desenvolve com um grupo, que objetiva integrar, desinibir, quebrar o gelo, divertir, refletir, aprender, apresentar, promover o conhecimento, incitar à aprendizagem, competir e aquecer, pode ser denominada Dinâmica de Grupo”. A dinâmica de grupo aplicada nas organizações A dinâmica de grupo pode ser aplicada a vários projetos dentro de uma organização, desde os mais simples (como uma integração, um “quebra-gelo” ou um encontro para discussão do planejamento de uma festa) até os mais complexos (como a administração de conflitos, a seleção de pessoal, o desenvolvimento de competências ou uma tomada de decisão grupal). Mas uma coisa é certa: essa atividade sempre possibilitará um processo vivencial aos participantes de um determinado grupo. Como se trata de algo sério, é importante planejamento e conhecimento do seu processo e da sua condução. Não se pode conduzir as pessoas para um processo vivencial sem conhecimento de onde a atividade as levará. Para isso, existem os cursos de aprofundamento. Caso você goste desse tipo de condução, deve se preparar para tal. Quando as atividades forem mais recreativas, lúdicas ou simples, pode- se usar livros que orientam sobre o melhor tipo de técnica a ser utilizada. Na Biblioteca Virtual, você encontrará uma quantidade considerável deles! Basta fazer sua busca com o termo “dinâmica de grupo”. Como já foi dito, as dinâmicas podem ser utilizadas para os mais diversos trabalhos: apresentação, entrosamento, reflexão, aprofundamento, sensibilização, desafio, avaliação, aquecimento, recreação e relaxamento. Além disso, desenvolvem competências como relacionamento interpessoal, comunicação, cooperação, tomada de decisão, entre outros. 6 Devido a essa grande abrangência, é necessário realizar um planejamento. Para encerrarmos esse assunto, vamos apresentar um quadro que poderá ser utilizado para planejar uma dinâmica de grupo: Veja a tabela na versão online da aula. Para exemplificar, apresentaremos o modelo descritivo de uma dinâmica a ser desenvolvida em um treinamento de comunicação assertiva: Técnica: desenho coletivo. Duração: das 8:00 às 10:00 horas. Objetivo: Levar os participantes a fazer uma reflexão sobre os valores e o tipo de cultura que os rodeiam. Material: Folha de papelão tamanho 1m por 1m, pincéis, tinta guache e giz de cera. Procedimentos: Solicitar que cada participante escolha uma cor e faça um traço no papel; Pedir que um colega dê continuidade até formar um desenho que represente “nosso jeito de ser e de fazer as coisas”. Comentário: Nessa atividade, serão trabalhados os valores e sentimentos dos participantes em relação ao grupo de trabalho e também à cultura de um ambiente diretivo (avesso da comunicação assertiva) e que propicie o espírito de equipe (propício para comunicação assertiva). Serão trabalhados os pontos 7 da cultura que favorecem o comportamento assertivo, o conceito de assertividade, a percepção e os modelos mentais. Dinâmica de grupo com foco em competências A dinâmica de grupo com foco em competências terá como objetivo observar o perfil de competências do cargo (PC). As situações serão programadas e preestabelecidas, a fim de que os candidatos, no caso de uma seleção, tenham condições de utilizá-las, caso elas façam parte do seu repertório. Em caso de treinamento, as atividades também serão programadas, a fim de desenvolver a seguinte sequência: Complemente seu conhecimento! Leia a Parte 1 (página 13 a 33) do livro “Teoria e Prática de Dinâmica de Grupo” de Suely Gregório Andrade. Acesse-o na Biblioteca Virtual: http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/sign_in Será que as dinâmicas de grupo podem ser aplicadas em contextos pessoais também? Confira a seguir um texto sobre esse assunto! http://familia.com.br/dinacircmicas-de-grupo-aplicadas-no-dia-a-dia-na- empresa-e-famiacutelia Para mais informações sobre a dinâmica de grupo baseada em competências, acesse o material on-line e assista a um vídeo complementar! Tema 5 - Jogos com foco em competências O jogo, como a dinâmica, é um processo vivencial, uma técnica aplicada para atingir um determinado objetivo. Pode ser aplicado em diversos contextos, seja empresarial, educacional, familiar ou social. Dependendo do contexto, 8 obviamente, terá objetivos específicos, mas existe um ponto em comum: todos exigem a relação entre as pessoas. Autores de livros que apresentam os jogos e suas aplicações, como Gramigna, Kirby e Yozo, Fritzen, afirmam que o jogo é uma atividade estruturada e também um exercício laboratorial, o qual tem sempre como objetivo a aprendizagem. Kroehnert (2001 p. 8) apresenta os jogos da seguinte forma: “jogo é o exercício no qual os participantes se envolvem em uma disputa com uma pessoa (ou com um grupo de pessoas), sujeitando-se a um determinado conjunto de regras. Os jogos, normalmente, incluem algum tipo de recompensa (...). O termo “jogos” inclui os jogos de habilidade psicomotora e os jogos de habilidades“. Militão e Militão (2000 p. 25-6) apresentam as vantagens dos jogos: Têm caráter experimental; Proporcionam flexibilidade ao facilitador; Há participação de todos; Criam maior responsabilidade para o grupo; Geram aprendizado; Proporcionam motivação; Asseguram ganhos para todos. Esses mesmos autores tratam das fases que compõem os jogos e de alguns aspectos que devem ser considerados na sua construção, como idade dos participantes, habilidades, ambiente em que será desenvolvido, riscos, segurança, material que será utilizado e duração. Acompanhe cada uma delas a seguir: 9 1. Distribuição dos participantes: essa etapa dependerá do número de participantes e do que determina o tipo de jogo. 2. Instruções: devem ser muito claras sobre os procedimentos, as regras, o que é permitido e o que não é permitido. Aqui o facilitador deve ter a percepção do grupo como um todo e verificar se ocorreram dúvidas durante essa explanação. 3. Demonstração: é importante, quando for o caso, demonstrar para os participantes como é que se espera a condução do jogo. Alguns participantes terão maior facilidade de entendimento vendo como se faz. 4. Momento do jogo: é quando ocorre a observação. O facilitador deve ter muito claro o que quer observar no comportamento do participante. Lembrando que a comunicação pode ser tanto verbal quanto não verbal. Dependendo do tamanho do grupo e do objetivo da aplicação do jogo, devemos ter vários observadores auxiliares. É importante também perceber os sentimentos que surgem, para o facilitador trabalhar depois com o grupo, principalmente se a atividade for de treinamento e desenvolvimento de competências. 5. Pausa ou final do jogo: é importante que o facilitador saiba quando parar o jogo e, para isso, deve conhecerprofundamente todas as etapas do jogo e seus objetivos. Quando os objetivos forem atingidos, é momento de parar o jogo. Quando, também, a dinâmica que o grupo estiver dando ao desenvolvimento da atividade se afastar muito do objetivo inicial, deve-se dar uma pausa para depois retornar com mais foco. 6. Discussão e opiniões: trata-se de um momento bastante rico para conhecer os participantes. São nas verbalizações que observamos as 10 opiniões e trabalhamos conceitos importantes para o desenvolvimento das competências. 7. Fechamento: nesse momento, é necessário trabalhar com todos os conceitos e realizar uma síntese do foi aprendido. No caso do treinamento e da seleção de pessoal, é o momento de agradecer a participação de todos e exaltar os pontos positivos do processo. Conhecendo essas fases fica a pergunta: quando os jogos devem ser utilizados? Em qualquer situação de treinamento, seleção, aconselhamento, administração de conflitos, desenvolvimento de competências específicas, apresentação de um novo produto... Em suma, em qualquer situação que envolva pessoas. Porém, deve-se tomar alguns cuidados: 1. O jogo deverá ser relevante ao assunto tratado e/ou investigado; 2. O jogo deve ser planejado dentro do propósito que se deseja atingir; 3. O facilitador deve dominar profundamente a técnica. Jogos com foco em competências A partir deste momento, vamos apresentar dois jogos que já foram publicados e que são utilizados pela maioria dos profissionais que trabalham com gestão de pessoas. Para facilitar o aprendizado, dividiremos os jogos por objetivos: 1. Seleção de Pessoal Nome do jogo: Amnésia. Retirado do livro: “Seleção por Competências”, de Maria Odete Rabaglio. Editora Educator (2001, p. 96). Objetivo: Aquecimento, integração e extravasamento. 11 Competências a serem observadas: Criatividade, relacionamento interpessoal, bom humor, foco em resultado, cooperação e foco no cliente. Material: Etiquetas adesivas com nome de pessoas famosas. Duração: aproximadamente 15 minutos. Instruções: Grupo em círculo. O facilitador pede licença para colocar uma etiqueta nas costas de cada um e pede que ninguém fale o que está escrito na etiqueta. Em seguida, fica no meio do círculo e avisa ao grupo que vai contar até três para que façam um barulho de explosão. Após esse barulho, diz ao grupo que houve uma explosão, que todos são sobreviventes e estão traumatizados, perderam a memória e terão que ajudar uns aos outros a descobrir quem são. A forma de ajuda será fazendo perguntas fechadas uns para os outros, cujas respostas só poderão ser “sim”, “não” e “não sei”. Caso algumas pessoas tenham dificuldade em descobrir, o facilitador dá uma dica, até que todos descubram seu personagem. 2. Treinamento de pessoal Nome do Jogo: Rótulos. Retirado do livro: “Jogos, Dinâmicas & Vivências Grupais”, de Albigenor & Rose Militão. Editora Qualitymark (2000, p. 193). Objetivo: Experimentação do sentimento de rejeição e autocrítica. Competências a serem observadas: Argumentação e negociação. Material: Frases, palavras ou expressões confeccionadas em tiras de cartolina com 5cm de largura, as quais devem ser grampeadas em círculo, a fim de que se fixem na cabeça de cada participante. Duração: Aproximadamente 40 minutos. Instruções: 12 Dividir os participantes em duplas e colocar na cabeça dos membros de cada dupla um rótulo, de modo que o “dono” do rótulo não saiba o que está escrito; Orientar que cada dupla (uma após a outra) faça a representação exata do que está escrito. É interessante que a pessoa que está com o rótulo escrito tenta se aproximar para conversar, mas não entende por que a outra pessoa está agindo tão estranho; Ao final, são feitos os comentários, as explicações e as revelações. Sugestões de expressões para “rótulos”. Concorde comigo Agrida-me Ignore-me Afaste-se de mim Ria de mim Cuidado! Eu mordo Abrace-me Estou carente! Sou perigoso Sou mentiroso Foram apresentadas apenas duas possibilidades de jogos. Temos uma infinidade, mas nosso objetivo não é esgotar esse assunto, nem apresentar todas as possibilidades nessa aula. Portanto, é importante que você acesse os diversos livros da Biblioteca Virtual, bastando procurar pela palavra-chave “jogos”. 13 Leia o artigo intitulado “Jogos de empresa como ferramenta de treinamento e seleção de executivos e acadêmicos”. Ele está disponível na Biblioteca Virtual: http://web.unifil.br/docs/empresarial/3/3.pdf Para mais informações sobre jogos com foco em competências, acesse o material on-line e assista a um vídeo complementar! NA PRÁTICA Já vimos a aplicabilidade da dinâmica de grupo e dos jogos na identificação de competências. Agora, vamos assistir ao filme: “O que você faria?” https://www.youtube.com/watch?v=l5N7aREQx1w Depois de assisti-lo, responda em seu caderno as seguintes perguntas: Quais as competências estão sendo avaliadas em cada candidato participante? Quais os objetivos de cada jogo que foi utilizado? Acessando o material on-line, você confere o vídeo com a resolução das duas questões que foram lançadas. 14 SÍNTESE Nessa aula, tratamos de assuntos importantes relacionados à Gestão de Pessoas no atual cenário do mercado de trabalho. Vimos os conceitos de empregabilidade, empreendedorismo e mapeamento de competências, além de entendermos a diferença significativa entre jogo e dinâmica de grupo. Como vimos, para empreender, boas ideias não são suficientes, é preciso técnica e planejamento também. Além disso, fomos apresentados a alguns autores de renome nacional e internacional, como Fernando Dolabela, Ram Charan, Julie Morgenstern, Rita Gramigna e Odete Maria Rabaglio. Por fim, aprendemos como estruturar uma dinâmica e um jogo para desenvolver ou observar competências tanto técnicas como comportamentais. O objetivo dessas atividades é preparar o profissional para o novo cenário que se apresenta, o qual exige preparo para o enfrentamento dos desafios. Acesse o material on-line e assista ao vídeo de síntese. 15 REFERÊNCIAS DOLABELA, Fernando. Oficina do Empreendedor. Cultura Editores Associados: São Paulo, 1999. GARY Kroehnert. Jogos para treinamento em recursos humanos. São Paulo: Manole, 2001. GRAMIGNA, Maria Rita. Jogos de empresa e técnicas vivenciais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007, 2ª edição. GONÇALVES, Ana Maria; PERPÉTUO, Susan Chiode. Dinâmica de grupo na formação de lideranças. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2005, 9ª edição. LOTZ, Erika; GRAMMS, Lorena Carmem. Gestão de talentos. Curitiba: Ibpex, 2012. MILITÃO, Albigenor; MILITÃO, Rose. Jogos e dinâmicas & Vivências Grupais. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2000. RABAGLIO, Maria Odete. Seleção por competências. São Paulo: Educator, 2001. TIMMONS, J. A. New venture Creation - Entrepreneurship for the 21 St Century. Irwin. 4Th edition, Concord, Ontário, 1994. Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 6 Professores Fernando Eduardo Mesadri e Neusa Vitola Pasetto CONVERSA INICIAL Olá! Seja bem-vindo à última aula da disciplina de Psicologia e Comportamento Organizacional! O tema de hoje será em torno das tendências e desafios em RH. Leia o conteúdo teórico e veja os vídeos indicados com bastante atenção, pois esses conhecimentos serão muitoimportantes para o seu futuro profissional! Bons estudos! Para saber mais sobre os temas que serão abordados na aula de hoje, acompanhe o vídeo de introdução que a professora Neusa Pasetto preparou para você! Acesse o material on-line. CONTEXTUALIZANDO Vimos até agora alguns assuntos que pertencem aos diversos campos dos estudos relacionados à Psicologia e Comportamento Organizacional. Todos eles são importantes, porém trataremos a partir deste momento assuntos essenciais para que entendamos o ambiente organizacional como um todo, como ele se forma e por que ele é mantido. Verificaremos se existe diferença entre cultura e clima organizacional e, para tanto, precisaremos entender os conceitos e as características de cada um destes temas. Em seguida, falaremos sobre a diversidade e o quanto isso impacta no clima organizacional, observaremos que a tratativa da diversidade deve fazer parte da política institucional. Sendo o estabelecimento da política organizacional uma tarefa do estratégico, concluiremos que a forma com que se lida com a diversidade dependerá da cultura estabelecida. Fora isso, ainda entenderemos o conceito de capital humano, e como as empresas podem valorizar o seu maior capital. É claro que para isso passaremos pelos programas de qualidade de vida, pois atualmente as pessoas preocupam-se e dão atenção a todos os aspectos de sua vida, não apenas ao seu trabalho. No vídeo que está disponível no material on-line, a professora Neusa Pasetto fala um pouco mais sobre os objetivos da aula de hoje. Não perca! PROBLEMATIZAÇÃO Leiam com bastante atenção a lenda do peixinho vermelho: Lenda do Peixinho Vermelho No centro de formoso jardim, havia um grande lago, adornado de ladrilhos azul-turquesa. Alimentado por diminuto canal de pedra, escoava suas águas, do outro lado, através de grade muito estreita. Nesse reduto acolhedor, vivia toda uma comunidade de peixes a se refestelarem, nédios e satisfeitos, em complicadas locas, frescas e sombrias. Elegeram um dos concidadãos de barbatanas para os encargos de Rei e ali viviam plenamente despreocupados, entre a gula e a preguiça. Junto deles, porém, havia um peixinho vermelho menosprezado por todos. Não conseguia pescar a mais leve larva, nem refugiar-se nos nichos barrentos. Os outros, vorazes e gordalhudos, arrebatavam para si todas as formas larvárias e ocupavam displicentes, todos os lugares consagrados ao descanso. O peixinho vermelho que nadasse e sofresse. Por isso mesmo era visto, em correria constante, perseguido pela canícula ou atormentado de fome. Não encontrando pouso no vastíssimo domicílio, o pobrezinho não dispunha de tempo para muito lazer e começou a estudar com bastante interesse. Fez o inventário de todos os ladrilhos que enfeitavam as bordas do poço, arrolou todos os buracos nele existentes e sabia, com precisão, onde se reuniria maior massa de lama por ocasião de aguaceiros. Depois de muito tempo, à custa de longas perquirições, encontrou a grade do escoadouro. À frente da imprevista oportunidade de aventura benéfica, refletiu consigo: – Não será melhor pesquisar a vida e conhecer outros rumos? Optou pela mudança. Apesar de magérrimo pela abstenção completa de qualquer conforto, perdeu várias escamas, com grande sofrimento, a fim de atravessar a passagem estreitíssima. Pronunciando votos renovadores, avançou otimista pelo rego d'água, encantado com as novas paisagens, ricas de flores e sol que o defrontavam, e seguiu embriagado de esperança... Em breve, alcançou grande rio e fez inúmeros conhecimentos. Encontrou peixes de muitas famílias diferentes que com ele simpatizaram, instruindo-o quanto aos percalços da marcha e descortinando-lhe mais fácil roteiro. Embevecido, contemplou nas margens homens e animais, embarcações e pontes, palácios e veículos, cabanas e arvoredo. Habituado com pouco, vivia com extrema simplicidade, jamais perdendo a leveza e agilidade naturais. Conseguiu, desse modo, atingir o oceano, ébrio de novidade e sedento de estudo. De início, porém, fascinado pela paixão de observar, aproximou-se de uma baleia para quem toda água do lago em que vivera não seria mais que diminuta ração; impressionado com o espetáculo, abeirou-se dela mais que devia e foi tragado com os elementos que lhe constituíam a primeira refeição diária. Em apuros, o peixinho aflito orou ao Deus dos peixes, rogando proteção no bojo do monstro e, não obstante as trevas em que pedia salvamento, sua prece foi ouvida, porque o valente cetáceo começou a soluçar e vomitou, restituindo-o às correntes marinhas. O pequeno viajante, agradecido e feliz, procurou companhias simpáticas e aprendeu a evitar os perigos e tentações. Plenamente transformado sem suas concepções do mundo, passou a reparar as infinitas riquezas da vida. Encontrou plantas luminosas, animais estranhos, estrelas móveis e flores diferentes no seio das águas. Sobretudo, descobriu a existência de muitos peixinhos, estudiosos e delgados tanto quanto ele, junto dos quais se sentia maravilhosamente feliz. Vivia, agora, sorridente e calmo, no palácio de coral que elegera, com centenas de amigos, para residência ditosa, quando, ao se referir ao seu começo laborioso, veio a saber que somente no mar as criaturas aquáticas dispunham de mais sólida garantia de vez que, quando o estio se fizesse mais arrasador, as águas de outra altitude continuariam a correr para o oceano. O peixinho pensou, pensou... e sentindo imensa compaixão daqueles com quem convivera na infância, deliberou consagrar-se à obra do progresso e salvação deles. Não seria justo regressar e anunciar-lhes a verdade? Não seria nobre ampará-los, prestando-lhes valiosas informações? Não hesitou. Fortalecido pela generosidade de irmãos benfeitores que com ele viviam no palácio de coral, compreendeu comprida viagem de volta. Tornou ao rio, do rio dirigiu-se aos regatos e dos regatos se encaminhou para os canaizinhos que o conduziram ao primitivo lar. Esbelto e satisfeito como sempre, pela vida de estudo e serviço a que se devotava, varou a grade e procurou, ansiosamente, os velhos companheiros. Estimulado pela proeza de amor que efetuava, supôs que o seu regresso causasse surpresa e entusiasmo gerais. Decerto a coletividade inteira lhe celebraria o feito, mas depressa verificou que ninguém se mexia. Todos os peixes continuavam pesados e ociosos, repimpados nos mesmos ninhos lodacentos, protegidos por flores de lótus, de onde saíam apenas para disputar larvas, moscas ou minhocas desprezíveis. Gritou que voltara para casa, mas não houve quem lhe prestasse atenção, porquanto ninguém ali havia dado pela ausência dele. Ridicularizado, procurou, então, o Rei de guelras enormes e comunicou-lhe a reveladora aventura. O soberano, algo entorpecido pela mania de grandeza, reuniu o povo e permitiu que o mensageiro se explicasse. O benfeitor desprezado, valendo-se do ensejo, esclareceu, com ênfase, que havia outro mundo líquido, glorioso e sem fim. Aquele poço era uma insignificância que podia desaparecer de momento para outro. Além do escoadouro próximo desdobravam-se outra vida e outra experiência. Lá fora, corriam regatos ornados de flores, rios caudalosos repletos de seres diferentes e, por fim, o mar, onde a vida aparece cada vez mais rica e mais surpreendente. Descreveu o serviço de tainhas e salmões, de trutas e esqualos. Deu notícias do peixe-lua, do peixe-coelho e do galo-do-mar. Contou que vira o céu repleto deastros sublimes e que descobrira árvores gigantescas, barcos imensos, cidades praieiras, monstros temíveis, jardins submersos, estrelas do oceano e ofereceu-se para conduzi-los ao palácio do coral, onde viveriam todos, prósperos e tranquilos. Finalmente os informou de que semelhante felicidade, porém, tinha igualmente seu preço. Deveriam todos emagrecer, convenientemente, abstendo-se de devorar tanta larva e tanto verme nas locas escuras e aprendendo a trabalhar e estudar tanto quanto era necessário à aventurosa jornada. Assim que terminou, gargalhadas estridentes coroaram- lhe a preleção. Ninguém acreditou nele. Alguns oradores tomaram a palavra e afirmaram solenes que o peixinho vermelho delirava, que outra vida além do poço era francamente impossível, que aquela história de riachos, rios e oceanos era mera fantasia de cérebro demente, e alguns chegaram a declarar que falavam em nome do Deus dos peixes, que trazia os olhos voltados para eles unicamente. O soberano da comunidade, para melhor ironizar o peixinho, dirigiu-se em companhia dele até a grade de escoamento e, tentando de longe, a travessia, exclamou borbulhante: – Não vês que não cabe aqui nem uma só das minhas barbatanas? Grande tolo! Vai-te daqui! Não nos perturbe o bem- estar... Nosso lago é o centro do universo... Ninguém possui vida igual à nossa! ... Expulso a golpes de sarcasmo, o peixinho realizou a viagem de retorno e instalou-se, em definitivo, no palácio de coral, aguardando o tempo. Depois de alguns anos, apareceu pavorosa e devastadora seca. As águas desceram de nível. E o poço onde viviam os peixes pachorrentos e vaidosos esvaziou-se, compelindo a comunidade inteira a aparecer, atolada na lama... Retirado do site: http://www.rhportal.com.br/recursos-humanos/Cultura-E- Mudanca-Organizacional.htm Apresentada a história, faremos associações entre alguns elementos do texto e aqueles elementos que encontramos na cultura de uma organização, notadamente a dificuldade em gerir a mudança e o papel fundamental do agente de mudança (embora, nesta história, ele não tenha conseguido "salvar" a sua comunidade "organizacional"). Sendo assim, faça uma correlação entre o grande lago e seus habitantes com uma organização e seu corpo de funcionários. Que tipo de organização seria essa? E quais os tipos mais comuns de empregados que encontraríamos neste ambiente? A professora Neusa Pasetto faz alguns comentários sobre a história apresentada. Veja se as explicações correspondem ao que você pensou sobre a problematização! Acesse o material on- line e assista ao vídeo. GESTÃO DA CULTURA ORGANIZACIONAL Agora entenderemos um pouco mais a importância de tornarmos visível aquilo que não está com tanta visibilidade assim dentro das empresas. A partir deste ponto o nosso foco será o contexto e o nível estratégico das organizações. As organizações são subdivididas em três níveis: operacional, tático e estratégico. Cada nível deste possui características específicas e o que diferencia um nível do outro é a autoridade e a responsabilidade, o que acaba culminando na tomada de decisão. Quando falamos de cultura organizacional, estamos falando de uma das funções estratégicas que é a de determinar quais são os valores (um dos componentes da cultura) que deverão estar submersos nesta organização. Além desta determinação, também é de sua responsabilidade a manutenção destes valores no grau em que a organização perceba ser adequado a ela. Numa forma coloquial e bastante prática, podemos afirmar que a cultura é o jeito de ser e de fazer as coisas dentro da organização. O termo cultura origina do latim e é considerado um substantivo feminino. A seguir você encontrará uma série de definições apresentadas pelo novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa: Definição 1: O conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade. [Nas ciências humanas, opõe-se por vezes à ideia de natureza, ou de constituição biológica, e está associada a uma capacidade de simbolização considerada própria da vida coletiva e que é a base das interações sociais.] Definição 2: A parte ou o aspecto da vida coletiva, relacionados à produção e transmissão de conhecimentos, à criação intelectual e artística etc. O processo ou estado de desenvolvimento social de um grupo, um povo, uma nação, que resulta do aprimoramento de seus valores, instituições, criações etc.; civilização, progresso. Atividade e desenvolvimento intelectuais de um indivíduo; saber, ilustração, instrução. Refinamento de hábitos, modos ou gostos. Apuro, esmero, elegância. Definição 3: Antrop. O conjunto complexo dos códigos e padrões que regulam a ação humana individual e coletiva, tal como se desenvolvem em uma sociedade ou grupo específico, e que se manifestam em praticamente todos os aspectos da vida: modos de sobrevivência, normas de comportamento, crenças, instituições, valores espirituais, criações materiais etc. [Como conceito das ciências humanas, esp. da antropologia, cultura pode ser tomada abstratamente, como manifestação de um atributo geral da humanidade (cf. acepç. 5), ou, mais concretamente, como patrimônio próprio e distintivo de um grupo ou sociedade específica (cf. acepç. 6).] Definição 4: Filos. Categoria dialética de análise do processo pelo qual o homem, por meio de sua atividade concreta (espiritual e material), ao mesmo tempo que modifica a natureza, cria a si mesmo como sujeito social da história. (p. 587) O conceito de cultura organizacional está intrinsecamente ligado ao conceito de cultura exposto acima. Porém, é necessário que entendamos este conceito de cultura organizacional de uma forma mais científica e, portanto, traremos estes conceitos através dos teóricos que estudam o assunto. Para Becker (1982): “Cultura organizacional refere-se a um sistema de significados partilhados mantido por seus membros que distingue a organização de outras organizações”. Srour (1998, p. 174) trata sobre cultura organizacional expressando que: A cultura é aprendida, transmitida e partilhada. Não decorre de uma herança biológica ou genética, porém resulta de uma aprendizagem. A cultura organizacional exprime então a identidade da organização. É construída ao longo do tempo e serve de chave para distinguir diferentes coletividades. Para Daft (1999, p. 244), a cultura de uma organização “geralmente começa com um fundador ou um líder pioneiro que articula e implanta ideias e valores particulares, como uma filosofia ou uma estratégia comercial”. Para Edgar Schein (1985), cultura organizacional “é o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com problemas de adaptação externa e integração interna e que funcionaram bem o suficiente para serem considerados válidos e ensinados a novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir em relação a esses problemas.” Como podemos observar, através desta definição Schein dá um caráter dinâmico, mutável e aprendido para a cultura. Ainda segundo ele, existem três níveis através dos quais essa cultura pode ser apreendida: 1. Nível dos artefatos visíveis: Estrutura física (layout); Comportamento e vestuário das pessoas; Tabus: possuem a função de orientar comportamentos e atitudes principalmente aquelas proibitivas ou não aceitas. 2. Valores compartilhados: existindono cerne da cultura um conjunto de normas e valores fundamentais compartilhados que moldam os comportamentos e as atitudes, podemos afirmar que estes valores compartilhados passam a ser o pilar de sustentação da cultura e, se ela tem características de ser densa e coesa, estes valores funcionarão como uma aproximação da empresa e do empregado. Em suma: valores compartilhados são aqueles que tanto os empregados quanto as empresas têm em comum. 3. Pressupostos básicos: normalmente mantidos a nível inconsciente, são valores que determinam comportamentos como as pessoas devem perceber, sentir e pensar frente aos problemas e a maneira adequada de solucioná-los. Schein alerta para não esquecermos que esses níveis não são estáticos e sim dinâmicos, e que não podem ser avaliados de forma estanque, eles interagem. A cultura é o resultado da totalidade dessa interação. Schein e Daft também afirmam a importância do papel do fundador, ou dos fundadores da empresa, quando o assunto é a modelagem dos padrões culturais. Os fundadores têm uma visão do que a organização deve ser, trazem suas ideologias e restrições de costumes e compartilham disto (crenças) com aqueles que vieram compartilhar de seus sonhos iniciais. Tipos de cultura organizacional Ao abordarmos a modelagem do padrão cultural, faz-se necessário falarmos que dentro das organizações existem vários tipos de subcultura – isso é normal, o que não é normal é encontrarmos várias culturas dominantes. Portanto, é importante, aqui, conceituarmos o que se entende por cultura dominante e subculturas. A cultura dominante é aquela em que os valores fundamentais ou centrais são compartilhados pela grande maioria dos membros da organização, partindo de seu corpo diretivo e expandindo para todas as áreas. Já nas subculturas, os valores podem ser diferenciados da cultura dominante e partilhados apenas por aqueles membros de uma determinada área. Inclusive, a subcultura é vista pelos especialistas como “miniculturas dentro da organização que têm por objetivos refletir problemas, situações ou experiências comuns dos seus membros”. O fato de existirem várias subculturas não invalida a existência da cultura predominante da empresa. Fazendo uma analogia com uma árvore, podemos dizer que a cultura da empresa seria um tronco central, de onde partem seus ramos (cultura específica de cada área) que são alimentados pelo tronco central. Funções da cultura organizacional Os autores concordam que a cultura desempenha várias funções dentro das organizações. Vamos enumerá-las segundo aquelas citadas por Robbins (1999): 1. Criar fronteiras: distingue uma organização da outra; 2. Transmitir um sentimento de identidade para os membros da organização; 3. Facilitar o desenvolvimento do comprometimento, além daquele interesse individual; 4. Intensificar a estabilidade do sistema social; 5. Guiar e moldar as atitudes e comportamentos dos empregados. Depois disso tudo posto, nos resta perguntar: como os empregados aprendem a cultura organizacional? Para obtermos essa resposta vamos trazer novamente Robbins. Esse autor nos diz que existem fenômenos dentro da organização que nos faz assimilarmos e interiorizarmos a maneira correta de existir naquele ambiente. Esses fenômenos são: Rituais: são sequências repetitivas de atividades que expressam e reforçam os valores-chaves da organização, quais objetivos são mais importantes e quais são mais sacrificáveis. Símbolos materiais: a disposição dos escritórios centrais, os tipos de automóveis que os executivos de topo ganham e a presença ou ausência de aviões da empresa são alguns exemplos de símbolos materiais. Outros incluem o tamanho dos escritórios, a elegância do mobiliário, benefícios, vestuários. Esses símbolos transmitem aos empregados quem é importante, o grau de igualdade desejado pela administração do topo, e os tipos de comportamentos (por exemplo, que assumem riscos, conservador, autoritário, participativo, individualista, social) apropriados. Histórias: narração de acontecimentos sobre quebra de regras, sucessos que começaram na extrema pobreza e chegaram à extrema riquezas, redução na força de trabalho, recolocação de empregados, reações e erros do passado e lutas organizacionais. Linguagem: muitas organizações ou unidades dentro das organizações usam a linguagem como uma maneira de identificar os membros de uma cultura ou subcultura. Aprendendo essa linguagem, os membros atestam a sua aceitação da cultura e, ao fazê-lo, ajudam a preservá-la. Com o tempo as organizações acabam desenvolvendo termos singulares para descreverem equipamentos, escritórios, pessoas-chave, fornecedores, clientes ou produtos que se relacionam com a sua empresa. Para maiores informações sobre a gestão da cultura organizacional, vejam os livros citados nas referências bibliográficas, pois ali teremos vários autores renomados nesta área. Acessem a biblioteca virtual e tenham bons estudos! Leitura obrigatória Para ampliar o seu conhecimento sobre cultura organizacional, leia o Capítulo 16, páginas 377 a 386, do livro intitulado Comportamento Organizacional, de Stephen P. Robbins, disponível na Biblioteca Virtual. Neste mesmo capítulo, das páginas 389 a 391, você poderá ler sobre a espiritualidade e o impacto dela na cultura organizacional. Acesse a Biblioteca Virtual. Acesse o material on-line e acompanhe as explicações da professora Neusa Pasetto acerca do tema que acabamos de estudar no vídeo que está disponível para você! GESTÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL Pasetto e Mesadri (2012) fazem as seguintes perguntas: a gestão para que seja efetiva necessita estar atenta e observar o que causa o fracasso de determinados programas dentro das organizações, os problemas estão no desinteresse do nível gerencial? Na ansiedade por resultados a qualquer preço? No planejamento inadequado? No sistema de remuneração inconsistente? No treinamento precário? No relacionamento das equipes de trabalho? Na comunicação interna? Na escolha inadequada de multiplicadores? Descuido Alerta-nos TOLOVI (1994) “são esses pequenos problemas, situações e comportamentos que podem pôr a perder uma boa intenção”. Assim, para não perder boas intenções, as organizações tiveram que trocar o empirismo e a improvisação por técnicas, métodos e instrumentos validados que lhe dessem a segurança de perceber as mudanças tanto no ambiente interno quanto externo. É importantíssimo saber como o grupo de funcionários reage a essas mudanças. Podem perceber que aqui já estamos falando do clima interno e da necessidade de um ferramental para medi-lo, mas antes de falarmos sobre isto vamos para as definições. Definições de clima organizacional A seguir, saiba mais sobre o que significa clima organizacional: SOUZA (1999) diz que o clima “é uma resultante das variáveis culturais, assim entendida como a soma dos valores, costumes, tradições e propósitos que fazem com que uma empresa seja singular. Quando essas variáveis são alteradas, ocasionam alterações no clima, que curiosamente é mais perceptível do que suas fontes causais”. BENNIS (1972) afirma que o “Clima organizacional é um conjunto de valores e atitudes que afetam a maneira pela qual as pessoas se relacionam umas com as outras…” XAVIER (1973) diz que o clima “é a personalidade de uma organização, a qual é composta de diversas personalidades que vivem dentro dela”. Completa ainda este autor que, em algumas organizações,são detectadas pessoas que gostam de onde trabalham pelas mesmas razões que outras não permanecem, e conclui que “por clima organizacional entende-se as características que influenciam o comportamento das pessoas, distinguindo uma organização de outras, ou integrando ao mesmo tempo organizações entre si”. LITWING e STRINGER (1968) definem que “Clima organizacional é a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos membros da organização e influencia o seu comportamento”. Já FOREHAND e GILMER (1964) definem que o clima organizacional “é o conjunto de características que descrevem uma organização, distinguindo-a das demais, mantendo-se relativamente permanente e influenciando o comportamento de seus participantes” BENNIS (1972) tem uma definição um tanto mais completa e afirma que: “clima significa um conjunto de valores ou atitudes que afetam a maneira pela qual as pessoas se relacionam umas com as outras, tais como: sinceridade, padrões de autoridade, relações sociais, entre outros”. Para este último autor o clima organizacional é constituído pela atmosfera psicológica presente no interior das organizações, sendo uma tarefa difícil a sua conceituação. Porém, em todas elas pudemos perceber que o clima representa as percepções que os empregados têm dos valores compartilhados que se tornam tangíveis através das ações que são tomadas nas empresas. Essas ações geram satisfações e insatisfações no grupo que, quando vistas em conjunto, passam a representar o clima daquela instituição. O clima também influencia o comportamento das pessoas, de maneira que pode ser percebido ou experimentado pelos seus membros, estando relacionados aos aspectos motivacionais oriundos do ambiente da organização. De um lado, pode satisfazer as necessidades pessoais, elevando consequentemente a moral, tanto quanto poder ser desfavorável e causar frustrações às pessoas pela não satisfação das necessidades. Colocada a importância desta mensuração, vamos aos objetivos do levantamento do clima organizacional: Conhecer interpretações e sentimentos dos empregados; Compreender os efeitos de medidas tomadas pela empresa sobre os públicos atingidos por elas; Identificar estratégias apropriadas para uso da empresa em relação a seus empregados; Compreender os processos coletivos, identificando estratégias a serem empregadas para evitar a repetição do fenômeno indesejado; Identificar aspectos culturais que facilitam ou dificultam as implementações de novas medidas ou políticas. Variáveis do Clima Organizacional O clima organizacional pode ser avaliado através de muitos fatores ou variáveis, dependendo do interesse da empresa. Nós estudaremos o clima através das 14 variáveis mais conhecidas e que estarão descritas abaixo: Imagem da empresa; Comunicação; Remuneração e carreira; Liderança; Relacionamento; Benefícios; Treinamento e desenvolvimento; Qualidade; Produtividade; Segurança; Meio ambiente; Satisfação geral. Pesquisa de Clima Organizacional As empresas percebem a importância de saber a opinião dos seus clientes externos e atrela essa opinião ao atingimento dos seus objetivos (lucratividade, mercado, qualidade, expansão, entre outros). As empresas têm investido em programas de melhoria no atendimento tanto telefônico quanto pessoal. Como também têm disponibilizado ferramentas para que estes clientes externos coloquem suas opiniões e reclamações sobre atendimento, produtos e serviços. Importante dizer aqui que essas opiniões são pontuais e registradas para que o fluxo do processo seja melhorado e as necessidades destes clientes sejam satisfeitas. Da mesma forma, algumas empresas têm buscado ouvir seus clientes internos, por meio da pesquisa de clima organizacional, e elas também tem atrelado o atingimento dos seus objetivos a satisfação de seus empregados. Lembramos que as relações entre as empresas e seus clientes externos são totalmente distintas da sua relação com os seus clientes internos. A opinião do cliente externo é pontual, já do interno é contínua e que não vai acabar no momento do registro da opinião, mas sim vai persistir até que a empresa faça algo, isto é, tenha uma ação para minimizar as fontes de insatisfações ou para fortalecer ou manter variáveis de satisfação. Como podemos perceber, a opinião do cliente interno na pesquisa de clima organizacional é crucial para o aprimoramento da qualidade na empresa. Conclui-se então que, para ouvir a voz do cliente interno, as empresas devem ter ferramentas distintas, validadas e tão valorizadas quanto aquelas utilizadas para ouvir os clientes externos. Para que vocês entendam um pouco mais sobre o clima organizacional e as definições de cada variável aprofundem os seus conhecimentos, realizando a leitura indicada. Leitura obrigatória Leiam o capitulo 5 do livro base da disciplina Comportamento organizacional: integrando conceitos da administração e da psicologia, de Pasetto e Mesadri, disponível na Biblioteca Virtual. Para complementar, leiam também o artigo A influência do clima organizacional nas empresas e nas pessoas: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-influencia- do-clima-organizacional-nas-empresas-e-nas-pessoas/98588/ Saiba mais sobre o assunto que estudamos neste tema, assistindo ao vídeo que a professora Neusa Pasetto preparou para você! Acesse o material on-line. INTERCULTURALIDADE E A DIVERSIDADE Estamos a muitos anos vivendo na era em que a globalização é uma realidade. Estamos convivendo com os mais diversos costumes. Consumimos cada vez mais produtos que são fabricados do outro lado do mundo. Nossa culinária recebe a influência de outras partes do mundo. As organizações pensam sua produção localmente, mas atuam globalmente. Será o essa assertiva quer dizer? Quer dizer que estamos interconectados. E para entendermos essa interconexão, vamos analisar a figura a seguir: Fonte: http://portuguesbrasileiro.istockphoto.com/plans-and- pricing O mundo está sendo construído por diversas mãos e o que acontece em um país tem interferência direta no que acontecerá no outro, seja socialmente, politicamente ou economicamente. Você se lembra qual é o conceito de globalização? “Globalização é um conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial, visível desde o final do século XX. Trata-se de um fenômeno que criou pontos em comum na vertente econômica, social, cultural e política e que consequentemente tornou o mundo interligado, uma Aldeia Global. O processo de globalização é a forma como os mercados de diferentes países interagem e aproximam pessoas e mercadorias. A quebra de fronteiras gerou uma expansão capitalista na qual foi possível realizar transações financeiras e expandir os negócios - até então restritos ao mercado interno - para mercados distantes e emergentes” (Fonte: www.significados.com.br/globalizacao/). Como vivemos em um mundo globalizado, em que o intercâmbio cultural encontra-se em plena efervescência, é comum vermos no Brasil profissionais oriundos das mais diversas nacionalidades. Eles ocupam as mais variadas posições, sejam elas de nível operacional, tático ou até mesmo estratégico, como vimos no tema anterior ao tratarmos sobre a cultura organizacional. Sendo assim, não se pode negar a influência promovida por este movimento no interior das empresas: valores diferenciados, hábitos, costumes, crenças, educação moral (deberço), educação para o trabalho, formação acadêmica totalmente diversa e por vezes intrigante. Tudo isso é uma realidade com a qual as áreas de gestão de pessoas têm se deparado. Diversidade e interculturalidade Para iniciarmos esta abordagem tão complexa, necessitamos primeiramente definir o que significa a palavra diversidade. Para tanto, vamos nos valer da definição apresentada pela autora Rosa Lydia, que nos diz: “O termo diversidade adquire significado de complexidade singular justamente pela gama de elementos que comporta. Esses elementos são nucleares à expressão e produção humanas do ponto de vista cultural. Tanto pode incorporar a produção de bens materiais como dizer respeito à condição em que certos sujeitos vivem e de que modo atuam na sociedade e que se vinculam às condições física, étnica, sexual, de gênero, de religiosidade, etc.” (Corrêa, 2012 p. 99). Como podemos perceber a diversidade nos remete ao convívio social e, dessa forma, podemos pensar na formação de uma cultura que impera em um determinado País ou em uma determinada sociedade. No caso da nossa sociedade brasileira, podemos observar que não existe uma homogeneidade cultural, ou seja, uma única cultura predominante, pelo contrário, historicamente somos um País colonizado que recebeu e foi explorado por pessoas oriundas de outras culturas. Ainda na atualidade, podemos notar a influência que essas culturas exercem sobre nós, nos diversos contextos em que os sujeitos transitam, seja nas relações familiares, na escola, no trabalho, na comunidade, nos contextos religiosos, na universidade, nas esferas do poder público, no lazer, nas manifestações culturais etc. Após o entendimento deste conceito amplo, vamos nos focar nos aspectos pertinentes ao trabalho e as suas relações com a diversidade. Parece que as organizações brasileiras estão de certa forma se adaptando ao convívio com essa realidade, procurando criar condições adequadas às situações que surgem em seu cotidiano organizacional. Para tanto, as áreas de gestão de pessoas são sem dúvida alguma, as responsáveis pelo encaminhamento de todo esse processo, o qual requer estudo e tratativa apropriada para que não incorra em diferenças significativas que promovam desigualdades. É sabido que o ingresso da mulher no mercado de trabalho promoveu mudanças profundas, quer na vida familiar, quer na vida da organização. Para a mulher que trabalha fora de casa, além do trabalho na empresa, ela terá que cumprir com os afazeres domésticos, diferentemente do homem que não possui, na grande maioria, a mesma condição. Isso proporciona um impacto na sua disposição física, em sua energia laboral e no desenvolvimento de sua carreira profissional. Além do que, no dia-a-dia das empresas, as mulheres também sofrem com questões familiares que interferem em sua vida profissional, como por exemplo, a doença de um filho que a obriga a levá-lo ao médico, uma ocorrência na escola ou uma reunião em pleno expediente em que ela terá que se ausentar. Nem todas as organizações tem o entendimento dessa condição da mulher e nestas se instala o preconceito. Sendo esse o precursor das diferenças salariais, do assédio moral, do estresse, da dificuldade de ascensão profissional e a falta de valorização da mulher enquanto profissional. Este é sem dúvida, um dos grandes desafios da Gestão Estratégica de Pessoas para os próximos tempos, uma vez que a equidade no tratamento das pessoas deverá ser a máxima para a valorização da dignidade humana. Salientamos que nesta aula abordamos apenas um aspecto da diversidade e da interculturalidade nas organizações, vale lembrar da questão do racismo nas relações de trabalho, discriminação e preconceito pela orientação sexual, a desigualdade salarial em relação aos gêneros, bem como a desigualdade de poder que vige entre homens e mulheres no ambiente organizacional. Leitura obrigatória Para ampliar o conhecimento sobre a Interculturalidade e a diversidade nas organizações, leia a parte 1 (p. 5 a 13) da cartilha intitulada Ferramentas de gestão para a igualdade de gênero e raça. Na parte 2 (p. 15 a 18), você encontrará informações sobre como desenvolver meios e estratégias para construção de uma gestão equitativa. http://www.chesf.gov.br/empresa/StyleLibraryCanal/ ComissaoEtica/Cartilha.pdf A professora Neusa Pasetto faz algumas considerações sobre o que acabamos de estudar. Portanto, assista ao vídeo que está disponível no material on-line com bastante atenção. VALORIZAÇÃO DO CAPITAL HUMANO É certo que temos várias formas de valorizar as pessoas, uma é dizendo a elas sobre o quanto elas são importantes para nós, outra é o quanto a companhia dela nos agrada, e também o quanto ela faz bem para o ambiente e para as pessoas que estão à sua volta. Ou dizer a ela o quanto ela é importante naquele papel que desempenha, seja de mãe, pai, avô, avó, tia, filho, filha, enfim, todos os papéis familiares, e por que não falar dos sociais também? O quanto bom amigo, companheiro, ele é, o quanto ele é importante para o nosso time, seja de futebol, voleibol, basquete, no joguinho de cartas, na torcida pelo nosso time, na balada, enfim em tudo que envolve o nosso lazer. Somos seres sociais e gregários. Ao estudarmos as teorias motivacionais, vimos que todos nós necessitamos de aceitação. Somos seres que, em nossa bagagem, carregamos a interdependência. Poderemos aprofundar esse assunto estudando um pouco mais sobre a teoria social, mas, por ora, vamos focar naquelas necessidades globais que todos os seres humanos trazem para dentro de uma organização. Para isso vamos refletir sobre a figura proposta por Chiavenato (1999) para explicar o capital humano. Veja a seguir: Para entendermos o conceito de capital humano proposto por esse autor, se faz necessário compreender que o capital humano é dependente de duas figuras: uma é a pessoa, que vem para o ambiente organizacional com todo o seu conteúdo, trazendo as suas habilidades, competências, atitudes, conhecimentos e imaginação; e a outra é a organização, a qual é chamada por Chiavenato (1999) como contexto, que tem todo o continente em que as pessoas habitarão, e lá estão a estrutura organizacional, a cultura corporativa, os incentivos, o poder dado às pessoas e as equipes de trabalho. Então perguntamos: Como as organizações podem valorizar o seu capital humano? A resposta seria simples, como: dando a eles o que eles necessitam. Mas, nada é tão simples assim. Vocês perceberam que as pessoas trazem para dentro da empresa toda a sua história e seu repertório particular, portanto a empresa deverá lançar mão de algumas ferramentas que permitam a ela atingir de forma ampla todos aqueles que dela fazem parte. Durante nossas aulas vimos como reter os talentos, como propiciar uma comunicação mais adequada, dar a possibilidade dos grupos e das pessoas se desenvolverem por meio do feedback adequado etc. Entretanto, faz-se necessário que a organização também crie uma cultura de valorização do ser humano. Esse propósito parte da acreditação do nível estratégico das organizações, o qual estará imbuído de trazer isso como uma prática da gestão de pessoas. Para ampliar nossa visão sobre esse assunto traremos os autores Davis e Newstrom (2010) que nos falam da contabilidade dos recursos humanos. Para eles a contabilidade de recursos humanos significa atribuir valores financeiros às características das pessoas para serem utilizados dentro de um sistema de contabilidade regular. Esses autoresalertam que poucas empresas já fizeram essa experiência e, portanto, isso não é amplamente utilizado. Segundo eles, os objetivos básicos da contabilidade de recursos humanos, são traduzidos da seguinte forma: Melhor planejamento de recursos humanos: o que significa pensar as pessoas da organização sob uma perspectiva de presente e futuro. Visão de longo termo do valor dos recursos humanos: o quanto as pessoas valem para a organização ao longo do tempo. Preocupação administrativa com recursos humanos: refere-se ao empenho por parte de todos os componentes da organização em bem gerir as pessoas em toda a sua trajetória organizacional. Melhores decisões sobre as pessoas: pensar estrategicamente as pessoas na organização de modo a valorizar e aproveitar todo o seu potencial criativo e produtivo. Avaliação do uso de recursos humanos: propõem- se a avaliar o quadro funcional da organização, de modo que se possa bem utilizá-lo, isso demanda preparo por parte dos gestores em proporcionar os investimentos necessários em desenvolvimento e capacitação para aquisição de novas habilidades. Contabilidade de recursos humanos: visa encorajar os gestores a terem uma visão de longo prazo no que se refere ao valor atribuído as pessoas, em lugar de uma visão de curto prazo em que se obtêm lucros imediatos e se ignora os recursos humanos. A figura a seguir apresenta os objetivos da contabilidade de recursos humanos, propiciando a visualização de uma síntese de todos os itens detalhados na página anterior. Compartilhando deste mesmo pensamento, temos Davenport, apud Mayo (2003 p.228), o qual constrói uma abordagem a partir do aumento do nível de controle que as pessoas passam a ter de suas vidas, tendo como norma permanecer com um empregador enquanto as condições de investimento para aproveitá-lo, mantê-lo e fazê-lo crescer forem satisfeitas. Fonte: Davis & Newstrom (2010, p. 185). Segundo este mesmo autor, o capital humano é dividido em três elementos, a saber: Capacidade: é subdividida em conhecimento - “o contexto intelectual no qual a pessoa atua”; habilidade – “os meios para desempenhar as tarefas”; e talento, sendo que, para este último, ele quer dizer uma aptidão específica, tal como ser um ótimo cirurgião ou um professor; Comportamento: é a maneira na qual uma tarefa é desempenhada e inclui atitudes e traços pessoais; Esforço: significa a aplicação da capacidade; tem relação com a motivação e com o comportamento, mas apresenta traços de produtividade. Essa é a constituição do capital humano segundo a visão de Davenport, onde os indivíduos oferecem o seu conteúdo individual. Lembram-se do que nos falou Chiavenato? Fazendo uma associação entre esses dois autores, Chiavenato propõe que o conteúdo é formado por elementos como a imaginação, conhecimento, habilidades, comportamento e atitudes. O indivíduo oferece, por meio desse conteúdo, a sua contribuição para a organização, a qual irá integrar-se a um contexto maior que se traduz pela estrutura organizacional, a cultura corporativa, incentivos, as equipes e o “empoderamento”. A valorização do capital humano se efetivará quando houver uma aproximação entre esses dois mundos, ou seja, o dos indivíduos e o das organizações de forma a compartilharem os seus objetivos. Vamos aprofundar nosso conhecimento sobre esse assunto realizando as leituras e assistindo aos vídeos recomendados pelos professores a seguir. Leitura obrigatória Leia o capítulo 7 do livro Gestão do Capital Humano, de Fábio Câmara de Araújo de Carvalho, intitulado: Gestão do conhecimento. Acesse a Biblioteca Virtual. Para saber mais sobre a Gestão da Diversidade, assista ao vídeo que está disponível a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=CBj4M_qp2Ls Vamos explorar um pouco mais este tema? Então acompanhe agora o vídeo com as explicações da professora Neusa Pasetto, disponível no material on-line. PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA Para concluirmos nossa disciplina não poderíamos deixar de abordar os programas de qualidade de vida no trabalho. E aqui fazemos os primeiros questionamentos: Qual é o maior objetivo da implantação de um programa de qualidade de vida no trabalho? Vamos à resposta: Criar uma organização mais humanizada. E como conseguimos isso? Propiciando maior clareza dos objetivos da tarefa e consequentemente a responsabilidade do ocupante; Autonomia para a tomada de decisão de acordo com a responsabilidade do ocupante e da complexidade da tarefa; Avaliação e acompanhamento do desempenho; Recebimento de feedback; Propiciar o desenvolvimento pessoal e profissional dos colaboradores. Perceberam por que não poderíamos deixar de falar sobre esse assunto? E é claro que sim, pois vejamos como ele fecha perfeitamente todos os temas trabalhados até aqui. Ao aplicarmos esses programas, teremos nada mais nada menos, do que o maior envolvimento dos colaboradores e como consequência o maior comprometimento. Tudo que uma organização deseja ter. Não podemos confundir esse programa com as políticas de benefícios da empresa, embora ambos tenham como objetivo a melhoria da motivação do colaborador. Os benefícios são uma forma de remuneração e a qualidade de vida como um desenvolvimento pessoal e uma forma de promover a saúde e o bem-estar em todos os aspectos da vida deste colaborador. Visão dos especialistas Vejam o que nos falam alguns especialistas sobre a qualidade de vida no trabalho: De acordo com a vice-presidente da ABQV (Associação Brasileira de Qualidade de Vida), Sâmia Simurro, as empresas estão buscando adotar uma nova atitude, oferecendo oportunidades para o estilo de vida saudável com ações que vão desde a sensibilização através de palestras e fóruns de discussão, até oferecer espaços como academias, salas de repouso e descompressão, onde as boas práticas de estilo de vida saudável sejam possíveis e estimuladas. Fonte: http://www.ticketegestao.com.br/portal/ticketgestao/gestao-e- carreira/recursos-humanos/empresas-investem-em-programas-de- qualidade-de-vida.htm Maria Claudia Valle, da Caixa Seguros – Brasilia (DF) diz: O programa de qualidade de vida “Viva Bem” está estruturado em quatro frentes: Saudável, Mulher, Trabalho e Cultural. Entre as atividades, estão: grupos de Vigilantes do Peso e antitabagismo, ginástica laboral, massoterapia, saraus dos funcionários (nos quais eles exercitam a sua veia artística) e comemorações com ações sociais, entre outras. “Notamos uma diminuição grande no absenteísmo e na procura por consultas médicas, e a sinistralidade do plano de saúde também caiu consideravelmente”, conta Maria Claudia. Todos os colaboradores fazem exames anuais de saúde e controle de stress. Todas as esferas da empresa são incentivadas a tomar parte nas iniciativas, abertas a todos e desenvolvidas de forma a criar laços entre os colaboradores. O coordenador do programa de qualidade de vida da CCR, Dr. Sérgio Ferreira, afirma que os resultados verificados junto aos colaboradores são variados. “Os funcionários, no geral, mostram-se mais saudáveis e satisfeitos com a empresa e seu trabalho”, comenta. Outro retorno expressivo é decorrente da redução da sinistralidade do plano de saúde. “Há cinco anos, exatamente, não temos reajustes na apólice. O grupo de acompanhamento de doenças crônicas é diretamente responsável, já que esse é o grupo que mais precisa de assistência nesse sentido”, explica o médico. “Nesse caso, para cada Real investido, calculamos que recebemos R$ 2,50de volta”, complementa. O número de internações diminuiu cerca de 40%, de acordo com os cálculos da CCR. As iniciativas são variadas. O Programa ‘Coração Saudável’, por exemplo, atrai fumantes, obesos e diabéticos para a promoção de um estilo de vida menos agressivo. Há um programa voltado para o acompanhamento de pacientes com doenças crônicas, que inclusive permite a participação dos familiares. A CCR promove ainda campeonatos esportivos e ações voltadas ao lazer e relaxamento, além de conscientizar os fornecedores dos restaurantes da empresa sobre a necessidade de oferecer opções mais saudáveis no almoço e jantar dos funcionários. Heloísa Nóbrega, uma das responsáveis pelo programa de qualidade de vida da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), conta que o mesmo está inserido no sistema de gestão gerencial da empresa, que é base para avaliação do desempenho do empregado e traz indicadores estratégicos. “A gestão da qualidade de vida está atrelada ao resultado geral da empresa”, explica a gestora. “Apesar dessa gestão interligada, um dos pontos em que ainda precisamos evoluir é na integração com nosso plano de saúde”, conta. Outro ponto de destaque não poderia ser diferente: as lideranças acompanham os resultados dos programas de qualidade de vida diretamente no sistema e são altamente comprometidas com seus resultados. “Eles têm uma visão diferenciada, são entusiastas dos programas” Estes três depoimentos, que foram retirados da entrevista dada à Associação Brasileira de Qualidade de Vida, ilustram o quanto as empresas estão preocupadas em propiciar nos ambientes laborais ações que vão repercutir em todas as esferas de vida dos trabalhadores. Então, teremos que pensar na concepção de um programa de qualidade de vida e para isso vamos utilizar a definição de Ferreira e Mendes (2005): A qualidade de vida no trabalho – QVT é um preceito de gestão organizacional que se expressa por um conjunto de normas, diretrizes e práticas no âmbito das condições, da organização e das relações socioprofissionais de trabalho, que visa a promoção do bem-estar coletivo. Antes de implantarmos um programa de qualidade de vida, necessitamos falar sobre trabalhos preliminares na estrutura organizacional. Esses dados foram trabalhados pela Dra. Ana Magnólia Mendes1 do instituto 1 http://www.senado.gov.br/senado/portaldoservidor/jornal/jornal69/PalestrasQualiVida/AnaMa gnoliaMendes.pdf de Psicologia da Universidade de Brasília (UNB), do Departamento de Psicologia social e do trabalho. 1. Desenvolver uma cultura organizacional do bem-estar coletivo ancorado na prevenção de riscos para a saúde, segurança e conforto do trabalho; 2. Desenvolver uma política de comunicação interna que alavanque as ações da QVT; 3. Alinhar a gestão organizacional para que ela esteja voltada para a integração entre produtividade e bem-estar; 4. A gestão do trabalho deve se orientar pelo exercício responsável da autonomia, cooperação e flexibilidade; 5. O planejamento das tarefas, os critérios de produtividade e a avaliação de desempenho devem estar em sintonia com a política da qualidade de vida no trabalho; 6. O suporte organizacional deve ser adequado às exigências do trabalho, as características do ambiente e as necessidades do trabalhador. Inclui-se aqui também, os trabalhadores com necessidades especiais; 7. Na educação corporativa, as políticas de desenvolvimento das competências tanto individuais quanto coletivas, devem ser compatíveis à concepção de qualidade do programa de QVT. Componentes de um programa de qualidade de vida no trabalho Como vimos, uma organização ao implantar um programa de QVT atingirá o colaborador em outras esferas da sua vida e não apenas na esfera do trabalho. É por isso que esse programa geralmente tem três componentes: Ajudar os funcionários a identificar quais são os riscos potenciais que podem prejudicar a sua saúde. Educar os funcionários a respeito de riscos de saúde, como pressão sanguínea elevada, fumo, bebida alcoólica em excesso, sedentarismo, obesidade, dieta pobre e estresse. Encorajar seus funcionários a mudar seus estilos de vida através de exercícios, boa alimentação e monitoramento da saúde. Diante do exposto, pode-se compreender a dimensão e o esforço que as organizações tem de empreender para tornar realidade um programa de qualidade de vida. E, para entendermos como implantar um programa de qualidade de vida, vamos realizar a leitura indicada. Leitura obrigatória Leia o artigo Etapas de Implantação de Programas de Qualidade de Vida e a Mudança de Comportamentos, disponível a seguir: http://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/deafa/qvaf/funcamp_cap7.pdf Para aprofundar ainda mais os seus conhecimentos sobre a qualidade de vida no trabalho, assista aos vídeos disponibilizados a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=qoxW13XryFM https://www.youtube.com/watch?v=uSsC9jwwNV4 Para finalizar o conteúdo teórico desta aula, acesse o material on-line e assista ao vídeo no qual a professora Neusa Pasetto traz mais informações sobre os programas de qualidade de vida. NA PRÁTICA Uma vez que já vimos a necessidade de trabalharmos a cultura, o clima organizacional, a valorização do capital humano e a importância de a organização estar preparada para uma gestão estratégica da equidade em que ela minimize as desigualdades, sugerimos a você que assista ao filme “A Fábrica de Sonhos”, disponível em vídeo locadoras e faça uma análise sobre os pontos acima apresentados e a realidade que se mostra nas organizações na atualidade. Em seguida, compare a sua análise do filme com o artigo disponível a seguir: http://www.administradores.com.br/producao-academica/kinky-boots-a- fabrica-de-sonhos-uma-aula-de-admnistracao/3446/ No vídeo disponível no material on-line, a professora Neusa retoma a história do peixinho vermelho e faz uma associação aos conhecimentos adquiridos durante os estudos da aula de hoje. SÍNTESE Vimos em nossa aula da disciplina de Psicologia e Comportamento Organizacional a diferença entre cultura e clima organizacional e entendemos os conceitos e as características de cada um destes temas. Verificamos a importância do tema sobre a diversidade e o quanto isso impacta no clima organizacional. Observamos que a tratativa da diversidade deve fazer parte da política institucional, sendo o estabelecimento da política organizacional uma tarefa do estratégico e a forma com que se lida com a diversidade dependerá da cultura estabelecida. Entendemos o conceito de capital humano e como as empresas podem valorizar o seu maior capital. Para finalizar, passamos a compreender os programas de qualidade de vida, pois atualmente os gestores, para obterem sucesso, necessitam valorizar temas desta natureza. Para as considerações finais da professora Neusa, assista ao vídeo disponível no material on-line. Aproveite para recapitular os temas abordados na aula de hoje. REFERÊNCIAS CARVALHO de Araújo CÂMARA, F. C. A. Gestão do conhecimento. São Paulo: Pearson, 2012. CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. Edição compacta. São Paulo: Atlas, 1998. ________. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. CORRÊA, R. L. T. Cultura e diversidade. Curitiba: Intersaberes, 2012. DAVIS, K.; NEWSTROM, J.. Comportamento Humano no Trabalho: uma abordagem psicológica. Volume 1. São Paulo:Cengage Learning, 2010. MAYO, A. O valor humano da empresa; tradutora Julia Maria pereira Torres; revisão técnica Reinaldo O. da Silva – São Paulo: Prentice Hall, 2003.