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Gonorreia: Infecção Sexualmente Transmissível

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GONORRÉIA
	A gonorreia é considerada uma das infecções sexualmente transmissíveis (Ist’s) mais conhecidas do mundo. Causada pela bactéria Neisseria Gonorrhoeae (gonococo), seus relatos existem desde a antiguidade, havendo registros nos escritos chineses, velho testamento bíblico, entre outros. Seu nome originou-se a partir do grego Galeno (130-200 d.C) que denominou o termo Gonorreia, gono= espermatozoide + rhoia= corrimento, devido sua confusão entre o exsudado purulento com o sêmen. O agente etiológico da bactéria N. Gonorrhoeae é um diplococo gram-negativo com ausência de flagelos, não forma esporos, encapsulados, anaeróbio facultativo, seu diâmetro está entre 0,6 a 10µ. Apresenta em média 10 espécies saprófitas/patogênicas ao homem, sendo a N. gonorrhoeae, N. meningitides, N. pharyngir e a N. catarrhalis consideradas as de maior importância, onde diferenciam-se a partir da oxidação dos açucares (DE METRI, VIANA, 2018; MEIRA, GAGLIANI, 2015; PENNA et al., 2000)
	Sua transmissão pode ser classificada como horizontal, onde o contágio se dá através de qualquer contato sexual, seja ele oral, vaginal ou anal e, a transmissão vertical se dá através do contágio da mãe para o feto no momento do parto. A bactéria possui uma maior afinidade por regiões ou locais quente-úmido do corpo, incluindo o canal urinário, quando exposta em lugares favoráveis possui uma maior facilidade para se proliferar. Em bebês, a gonorreia geralmente manifesta-se nos olhos em forma de conjuntivite grave, podendo haver infecção disseminada. A gonococo chega a atingir órgãos genitais, ânus, olhos e gargantas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
	Pacientes infectados pela N. gonorrhoeae, na sua grande maioria apresentam-se assintomáticas, porém, algumas podem evoluir para sintomáticas que podem apresentar sintomas severos ou leves. Após o contato sexual com o indivíduo infectado, o gonococo permanecerá em período de incubação cerca de 2 a 5 dias podendo variar de 1 a 10 dias, evoluindo para sintomático após esse período, podendo evoluir sem grandes repercussões ou apresentar sérias complicações no aparelho urogenital ou a distâncias, causando alterações sistêmicas. No homem, as manifestações podem apresentar-se predominantemente a uretrite aguda, seus principais sintomas, incluem corrimento uretral e disúria, de modo geral não ocorrem alterações na frequência ou urgência urinária, o corrimento inicial é mucoide, tornando-se purulento no período de 1 a 2 dias. Enquanto nas mulheres a localização primária localiza-se na endocérvice, porém, é frequente na uretra ou reto. Os sintomas predominantes são cervicite (inflamação constante do colo do útero), uretrite (manifestação rara), corrimento vaginal, disúria e sangramento intermenstrual, ocorrendo em qualquer combinação e sua gravidade varia, a dor abdominal ou pélvica geralmente está associada a salpingite (inflamação nas trompas) podendo ocorrer em mulheres submetidas a laparoscopia e demonstram trompas normais. A evolução da infecção na mulher permanece incompreendida em relação a sua manifestação no homem, parcialmente por suas co-infecções relacionados a patógenos como, Clamydia Trachomatis e Trichomonas Vaginalis. Devido em alguns casos os sintomas manifestarem de uma forma leve, acabam não levantando preocupações na busca por assistência médica. Essas manifestações assintomáticas já contabilizam cerca de 90% de mulheres infectadas. O período de incubação entre homens e mulheres é bastante variável, sendo nas mulheres menos definido e os sintomas passando a ser percebidos em 10 dias. A gonorreia anorretal, quando sintomática apresenta proctite aguda, dor, prurido, tenesmo, descarga purulenta e sangramento retal, cerca de 40% dos homossexuais e menos de 5% das mulheres apresentam-se positivos á N. gonorrhoeae no reto. Já para faringite gonocócica sua exposição acontece principalmente no sexo oral, presente em cerca de 10 a 20% e 10 a 25% respectivamente, em mulheres heterossexuais e homens homossexuais, que na sua grande maioria apresentam-se assintomáticas. Embora raras, as complicações que a infecção pode apresentar nas mulheres são, doenças inflamatórias pélvicas, infertilidade, gravidez ectópica; nos homens apresentam epididimite (MENDES- BASTOS et al., 2015; PENNA et al., 2000).
	A maneira mais utilizada para o diagnóstico da gonorreia tem sido o diagnóstico laboratorial, onde na maioria das vezes é realizado através de culturas bacterianas e, é considerado o diagnóstico definitivo da detecção da infecção, por oferecer um menor custo e maior viabilidade de teste para susceptibilidade dos antibióticos. A reação em cadeia de polimerase (PCR) também está sendo utilizada para diagnóstico e vem se destacando por sua rapidez, precisão no diagnóstico - mesmo que em pequenas quantidades no organismo-, sendo bastante eficaz na detecção em casos específicos de pacientes assintomáticos. Para que o tratamento do gonococo seja considerado aceitável ele deve possuir uma eficácia bastante próxima aos 100%, considerando os padrões de susceptibilidades antimicrobiana variável comparando regiões geográficas, o tratamento deve sempre ser individualizado levando em consideração os dados epidemiológicos. A penicilina vem apresentando elevados níveis de resistência ao longo das décadas, devido sua significante diminuição de cura a gonorreia vem se tornando um fator de implicação mundial. No Brasil, neste ano de 2018 foi marcada uma audiência com o objetivo de discutir sobre o interesse de industrias na fabricação e comercialização de medicamentos no país. Entre os medicamentos para tratamento da N. gonorrhoeae -uma das bactérias mais resistentes a antibióticos nos últimos anos-, a cefixima vem sendo utilizada em outros países, porém, não possui registro valido da ANVISA para ser utilizado no país, de outro lado, temos a ceftriaxoma 500mg intramuscular que se mostra eficaz e possui registro da ANVISA não possui quantidades suficientes para atender a demanda de tratamento da gonorreia (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018; SANTOS, 2014).
	As formas de prevenção do gonococo podem ser classificadas com prevenção primária com uso de preservativos e prevenção secundária através de diagnóstico e tratamento precoce. (DA SILVA ZAMBIANCO et al., 2014)
	Segundo o Ministério da Saúde (2017), a bactéria N. gonorrhoeae é a segunda Ist mais prevalente no mundo. Estima-se que existam em média 500 mil novos casos no Brasil por ano e, atualmente vem sendo considerado um microrganismo multirresistente. No Brasil, os índices epidemiológicos têm acompanhado altos índices mundiais. A prevalência da gonorreia na população brasileira está estimada em aproximadamente 1,4% em idades entre 15 e 49 anos e sua incidência geral estima-se está em torno de 498.848 novos caso por ano. 
	Estudos relacionados a gonorreia no estado do Pará são bastante precários, visto que, não foram encontradas literaturas correspondente a incidência da bactéria no estado. Levantando a hipótese de estudos voltados incidência da N. gonorrhoeae na nossa região. 
Referências Bibliográficas
BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e controle de IST, do HIV- Aids e das Hepatites Virais. Audiência pública spbre produção de medicamentos contra gonorreia conta com participação de apenas um laboratório, 2018. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/noticias/audiencia-publica-sobre-producao-de-medicamento-contra-gonorreia-conta-com-participacao-de. Acesso em: Set, 2018.
BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e controle de IST, do HIV- Aids e das Hepatites Virais. Brasil fechará acordo internacional para testar novo medicamento contra gonorreia, 2017. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/noticias/brasil-fechara-acordo-interacional-para-testar-novo-medicamento-contra-gonorreia. Acesso em: Set, 2018.
BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e controle de IST, do HIV- Aids e das Hepatites Virais. Pesquisa brasileira sobreresistência do gonococo a medicamentos corrobora dados da OMS e sugere alternativas para o tratamento, 2017. Disponível em: http://www.aids.gov.br/es/node/59501. Acesso em: Set, 2018.
DA SILVA ZAMBIANCO, Vanessa et al. Aplicabilidade da Abordagem Sindrômica pelo Enfermeiro da Estratégia da Saúde da Família. Estudos, v. 41, p. 229-242, 2014.
DEMETRI, Kananda; VIANA, Tiago Rodrigues. CUIDADO COM A SUPER GONORRÉIA. Saúde & Conhecimento-Jornal de Medicina Univag, v. 1, 2018.
DOS SANTOS, Filipe Magalhães. Detecção Molecular de Neisseria gonorrhoeae em Mulheres com Citologia Normal. 2014.
MENDES-BASTOS, Pedro et al. INFECÇÃO POR NEISSERIA GONORRHOEAE NA CONSULTA DE IST DO HOSPITAL DE CURRY CABRAL–ANÁLISE RETROSPECTIVA DE 8 ANOS (2006-2013). Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, v. 73, n. 2, p. 267-273, 2015.
MEIRA, Laio; GAGLIANI, Luiz Henrique. A PATONOGESE DA GONORREIA E SUA DISSEMINAÇÃO PELO MUNDO. UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 12, n. 26, p. 56-57, 2015.
PENNA, Gerson Oliveira; HAJJAR, Ludhmila Abrahão  and  BRAZ, Tatiana Magalhães. GONORRÉIA. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. [online]. 2000, vol.33, n.5, pp.451-464. ISSN 0037-8682.  http://dx.doi.org/10.1590/S0037-86822000000500007.

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