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trabalho de psicologia

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Filhos: disputa de guarda entre os pais, regulamentação de visita
° É direito e dever dos pais ou de cada um dos conjugues de ter em sua companhia os filhos nas diversas circunstâncias previstas na lei civil. Nesse sentido, a guarda também pode assumir o significado de custódia. A legislação em vigor atribui a guarda a quem tiver melhores condições, embora não se especifique se seriam essas condições as financeiras. 
 A psicologia em relação à disputa de guarda de menores e danos causados pela disputa de guarda 
A abordagem do tema a disputa pela guarda e as conseqüências psicológicas sobre os filhos, se deu ao observar o crescente número de divórcios. Pois com um fim de um casamento gera na maioria das vezes muita magoa, transtornos e ate raiva. O presente trabalho estuda a síndrome da alienação parental, essa pratica gera inúmeras conseqüências psicológicas nos filhos que quase sempre tem a sua formação prejudicada, essas crianças na maioria das vezes são deixadas de lado, se tornando meramente um objeto de disputa entre os pais, que mesmo que inconsciente acabam envolvendo as crianças na relação do casal. Durante os anos iniciais do desenvolvimento da pessoa humana, é preciso conviver com pessoas saudáveis, emocionalmente estáveis, equilibradas. No entanto a família muitas vezes também é geradora de inseguranças, desequilíbrios e desvios de comportamentos, sobretudo quando vivencia situações conflituosas, como a disputa de guarda. Sendo essa, em alguns casos, um estressor severo, agudo e gerador de vários sintomas dos filhos.
° Danos na formação
° Alienação parental (a maior das conseqüências da disputa pela guarda)
° Distúrbios de comportamento
° Hipocondríaca (doenças psicológicas)
° Angústia	
° Episódio de anorexia ou de insônia
° Fracasso ou desinteresse escolar
° Isolamento
° Estado depressivo e sintoma neurótico
° Sentimento constante de insegurança.
 Lei n. 12.318, de 26 de agosto de 2010, em seu § 2º, “Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avôs ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.”
  OS DIFERENTES TIPOS DE GUARDA NO BRASIL 
 O Direito brasileiro possui 02 (duas) modalidades de guarda, quais sejam a: 
 ° GUARDA UNILATERAL: A guarda é atribuída a apenas um dos genitores, ou seja, ou o pai ou a mãe terá a guarda da criança, sendo estabelecido um regime de visitas ao outro genitor. Será concedida a guarda àquele que possuir as melhores condições de exercê-la. Isto não quer dizer que apenas o genitor que possua a melhor condição financeira conseguirá obter a guarda. Será ela concedida àquele que tiver condições de prestar assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, o que vai muito além do quesito financeiro.  Afeto é essencial! E vale mais do que qualquer quantia monetária. Esta modalidade de guarda não é recomendada e sua aplicação ocorre apenas em caráter excepcional, se devidamente comprovada a sua necessidade.
 ° guarda COMPARTILHADA: Guarda que geralmente aplica-se nos dias atuais, tendo tornado-se a regra. A guarda compartilhada garante aos pais uma maior convivência com os filhos, que estarão em situação de igualdade, possuindo os mesmos direitos e os mesmos deveres para com seus filhos. Este plano de guarda divide a responsabilidade legal pela tomada de todas as decisões importantes que afetam a vida dos filhos menores. Assim, é preciso entender que todas as decisões que trazem determinado impacto na vida do filho, deverão passar pelo crivo do outro genitor. Para que este tipo de guarda funcione, é essencial que haja um bom diálogo entre os pais. É preciso, portanto, prezar pelo bem estar e saudável desenvolvimento da criança. Deste modo, entende-se que mesmo não tendo o relacionamento de seus pais mais condições de continuar, o menor ainda terá a oportunidade de ter consigo ambos os genitores a maior parte do tempo, tomando as decisões importantes de sua vida, o que torna a separação menos danosa para a criança e garantirão seu desenvolvimento pleno. Em outras palavras, o pai que não possuir a guarda do filho menor ainda assim participará ativamente e efetivamente na sua vida, acompanhando de perto seu crescimento.
 ° GUARDA ALTERNADA: Esta é uma modalidade de guarda repudiada pela doutrina e pelo legislador, tanto o é que este não a previu no artigo 1.583 do Código Civil de 2002. Nesta modalidade de guarda o menor passa períodos alternados na residência do pai e da mãe, seja uma semana, uma quinzena, um mês e por aí vai. Não é um tipo de guarda adequada, pois a criança não tem um referencial domiciliar, tendo em vista que passa curtos períodos de tempo em cada residência. Não possui, portanto, uma rotina, não terá uma convivência contínua com vizinhos, amigos, entre outros, o que pode vir a prejudicar imensamente o seu desenvolvimento. Por tal razão não é admitida no Direito Brasileiro.
 
 Artigo 1.583 do Código Civil de 2002. Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. § 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
Direito de Convivência ou Regulamentação de Visitas
Direito de Convivência ou Regulamentação de Visitas é o arbitramento de regras concernentes às visitas que serão realizadas pelo genitor que não possui a guarda física do menor. Assim, em determinadas situações faz-se necessário estipular os dias, horários e datas comemorativas nas quais a criança passará com cada genitor. Pode ocorrer mediante acordo entre ambos os pais, ou diante da impossibilidade de comunicação entre eles, por intermédio do Poder Judiciário.
 Pode perder o direito de visita ou direito a convivência, pai ou mãe que ameaçam o bem estar da criança, pais que tenham vícios em álcool, drogas ou prejudique o processo de desenvolvimento da criança, como a pratica da alienação parental ou ate mesmo pessoas que tem passagem na policia, que possa ter matado alguém ou ate mesmo abusado sexualmente de alguém. 
 Parágrafo 3 Artigo 1583 da Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
§ 3o A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
A doutrinadora Maria Berenice Dias, Manual de Direito da Família, 2011, pág. 447 esclarece que:
A visitação não é somente um direito assegurado ao pai ou à mãe, é direito do próprio filho de com eles conviver, o que reforça os vínculos paterno e materno-filial. (...) Consagrado o princípio proteção integral, em vez de regulamentar as visitas, é necessário estabelecer formas de convivência, pois não há proteção possível com a exclusão do outro genitor.
Conclusão 	
Quando ocorre o rompimento da relação conjugal, os pais, por vezes, buscam o judiciário para dirimir seus conflitos referentes à partilha de bens, pagamento de pensão alimentícia e guarda dos filhos. Sendo que, quando há consenso e bom senso entre as partes, a guarda compartilhada acaba sendo uma excelente forma de manter os vínculos afetivos entre os pais e os filhos.
Já quando aspartes estão em constante confronto, à guarda compartilhada não vem sendo aplicada, eis que os juízes, assim como alguns doutrinadores, entendem não ser recomendável sua aplicação, já que outros conflitos surgiriam desse tipo de guarda. Assim estipulam a guarda em favor de um dos genitores, geralmente à mãe, e ao outro genitor resta-lhe do direito de visitas, ou direito a convivência, estipulados em datas fixas e muito curtas para a efetivação do exercício do poder familiar.
Diante de todo o exposto no curso deste trabalho, foi possível concluir que restringir o direito a convivência entre pais e filhos a meros fins de semana alternados, facilita a ocorrência da Alienação Parental, eis que o alienador tem grande facilidade e tempo para manipular as emoções da criança, permitindo-lhe afastar cada vez mais afetivamente do genitor ausente.
Ainda que exista certa resistência em se aplicar a guarda compartilhada, apesar de ser esta a melhor alternativa para o exercício do poder familiar de forma igualitária por ambos os pais, ela vem sendo aplicada com maior freqüência, e sua aplicação inibe a percepção do guardião como único detentor do poder sobre as crianças.
Ao ser aplicada a guarda unilateral, deverá o juiz estabelecer a visitação de forma ampla, em não restrita a meros fins de semana. Não se deve esperar a ocorrência da alienação parental para se aplicar a ampliação do direito a convivência, pois, isto seria remediar uma situação que pode muito bem ser evitada.

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