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Tributario 14

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Aula 14
Direito Tributário p/ PGE-MA - Procurador do Estado
Professor: Fábio Dutra
02468062140 - WINDSON JOSE DAVID E SILVA
 
 
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AULA 14: Processo Judicial Tributário: Ações de 
Iniciativa do Fisco e Ações de Iniciativa do 
Contribuinte 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Observações sobre a aula 01 
Ações Judiciais de Iniciativa do Fisco 02 
Ações Judiciais de Iniciativa do Contribuinte 24 
Encerramento do Curso 47 
Lista das Questões Comentadas em Aula 48 
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 52 
Legislação Pertinente 53 
Súmulas Abordadas Durante a Aula 60 
Principais Jurisprudências Abordadas Durante a Aula 62 
Resumo da Aula 65 
 
Observações sobre a Aula 
 Olá, amigo(a), tudo bem? 
 Este é o nosso último encontro, e não posso deixar de dizer que foi muito 
bom estar com você durante esse período estressante e cansativo que é a 
preparação pós-edital para um concurso de alto nível! O resultado, no entanto, 
será compensador! 
 Na aula de hoje, estudaremos as ações judiciais de iniciativa do Fisco e 
do contribuinte! 
 Vamos começar! - 
 
 
 
 
 
 
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1 ± AÇÕES JUDICIAIS DE INICIATIVA DO FISCO 
 Neste momento estudaremos as ações judiciais de iniciativa do Fisco, 
mas também as ações de embargos à execução e a exceção de pré-
executividade, a fim de seguirmos uma sequência mais didática. 
1.1 ± Execução Fiscal 
 Antes de iniciarmos o estudo do processo judicial tributário propriamente 
dito, é necessário relembrarmos de alguns conceitos cruciais ao bom 
entendimento da matéria que está por vir. 
 Para entender com clareza o que será visto neste tópico, é importante 
relembrarmos como ocorre a constituição definitiva do crédito tributário. 
Vamos lá: ao ser notificado do lançamento, o sujeito passivo tem um prazo 
fixado em lei para pagar ou impugnar o lançamento. 
 Caso o sujeito passivo cumpra a obrigação tributária, pagando o tributo 
contra ele lançado, o crédito tributário é extinto pelo próprio pagamento 
(CTN, art. 156, I). 
 Se, por outro lado, o sujeito passivo impugnar o lançamento, instaura-se 
um litígio entre a Fazenda Pública e o contribuinte ou responsável, em que se 
discute o crédito tributário. Ao final, caso a decisão seja desfavorável ao 
sujeito passivo, mantendo o crédito lançado, ocorre a constituição 
definitiva do crédito tributário. 
 
No curso do processo administrativo instaurado a partir 
da impugnação do contribuinte, a Administração 
Tributária exerce controle interno de legalidade. 
 Imaginemos, ainda, que o sujeito passivo, notificado do lançamento, não 
tome qualquer medida para efetuar o pagamento ou impugnar o lançamento. 
Nesse caso, também haverá a constituição definitiva do crédito 
tributário. 
 Nesse sentido, estabelece o art. 201 do CTN o seguinte: 
Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa 
natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, 
depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou 
por decisão final proferida em processo regular. 
 Veja, então, que a após a constituição definitiva do crédito tributário, e 
não havendo pagamento por parte do sujeito passivo ou qualquer 
medida judicial que suspenda a exigibilidade do crédito tributário, cabe 
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à Fazenda Pública proceder à inscrição do crédito tributário em dívida 
ativa. A título de exemplo, em se tratando de tributos de competência da 
União, a inscrição compete à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). 
 É de se destacar que, embora já possa ter havido controle de legalidade 
pela Fazenda Pública (no curso do processo administrativo), em face do 
julgamento em processo administrativo, a inscrição em dívida ativa é o último 
controle de legalidade do crédito tributário constituído. Podemos dizer, ainda, 
que é o único controle de legalidade realizado pela apreciação crítica de 
profissionais legalmente competentes1: os Procuradores da Fazenda 
Nacional, Procuradores Estaduais, Procuradores do Distrito Federal e também 
os Procuradores Municipais, a depender dos tributos. 
 
Não se trata do único controle de legalidade, como vimos 
logo acima, mas sim do único realizado 
obrigatoriamente por bacharéis em Direito. 
 
Observação: É evidente que o Poder Judiciário, quando provocado, pode 
efetuar o controle da legalidade do lançamento, devendo anular o ato 
praticado pela autoridade administrativa, quando estiver em desacordo com a 
lei. Contudo, nossa abordagem, no momento, se restringe ao controle 
administrativo da legalidade. 
 Nesse sentido, acrescentamos as lições de Geraldo Ataliba e Cleber 
Giardino2: 
³A inscrição evita a propositura pela Fazenda de execuções indevidas, 
resguarda os direitos individuais, protege o cidadão; faz valer o princípio 
da reserva legal e da propriedade privada. Instituída a inscrição como 
controle de legalidade, fundamentalmente com essas qualidades, 
apresenta ainda várias vantagens marginais, tais como desonerar o 
judiciário de causas temerárias e livrar a administração de condenações 
PRUDO�H�SDWULPRQLDOPHQWH�OHVLYDV´� 
 Mas, afinal de contas, em que consiste a inscrição em dívida ativa? 
Trata-se de inclusão do nome do sujeito passivo no cadastro de 
devedores inadimplentes, mediante a lavratura de termo no livro da dívida 
ativa do respectivo ente federado. Atualmente, tal procedimento é realizado de 
forma eletrônica. 
 
1
 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 25ª Edição. 2013 Pág. 534. 
2
 ATALIBA, Geraldo. GIARDINO, Cleber. Inscrição de dívida ativa ʹ Função Privativa dos Advogados 
Públicos. Revista de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Jul/Set. de 1982, p. 340. 
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 O objetivo da inscrição do crédito tributário em dívida ativa é 
extrair a Certidão de Dívida Ativa (CDA), título executivo extrajudicial, que 
viabiliza a posterior propositura da ação de execução fiscal. 
 Estando a dívida regularmente inscrita, goza de presunção relativa 
(juris tantum) de certeza e liquidez, admitindo, obviamente, prova em 
contrário por parte do sujeito passivo: 
Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e 
liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída. 
Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e 
pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou 
do terceiro a que aproveite. 
 Como exemplo, se o contribuinte realizar o pagamento de determinado 
tributo, como o IR, por exemplo, e o sistema da RFB não detectá-lo, 
certamente o contribuinte terá o seu débito inscrito em dívida ativa. Tomando 
ciência do fato, pode imediatamente apresentar suas provas inequívocas de 
que houve ocorreto pagamento. 
 Destaque-se que o par. único do art. 201, do CTN, estabelece que a 
fluência de juros de mora não exclui a liquidez do crédito. Portanto, 
ainda que os juros de mora sejam acrescentados ao valor total da dívida, a 
liquidez (o valor exato) do crédito tributário não deixa de existir, pois sempre 
será possível calcular o montante devido, a título de tributo. 
 O CTN também previu os requisitos do termo de inscrição da dívida 
ativa: 
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela 
autoridade competente, indicará obrigatoriamente: 
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem 
como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de 
outros; 
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora 
acrescidos; 
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a 
disposição da lei em que seja fundado; 
IV - a data em que foi inscrita; 
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se 
originar o crédito. 
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Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste 
artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição. 
Observação: Já vi questões cobrando tais requisitos. Portanto, nesse caso, é 
muito importante que você memorize todo o conteúdo do art. 202, do CTN. 
 Não é difícil de decorar tais requisitos. Em primeiro lugar, deve-se 
lembrar que é mais do que básico que o termo de inscrição contenha a 
quantidade devida, o nome do devedor e o fundamento legal (natureza e 
origem do crédito tributário). Isso é básico, para que o contribuinte tenha 
condições de apresentar provas em contrário. 
 Lembre-se também que, sendo o caso (nem sempre, portanto), 
deve haver o número do processo administrativo. Em qualquer caso, a 
certidão deverá conter a indicação do livro e da folha de inscrição. 
 Cumpre-nos ressaltar que a omissão ou erro relativamente aos requisitos 
previstos no art. 202 do CTN são causas de nulidade da inscrição em dívida 
ativa, bem como do respectivo processo de cobrança dela decorrente, 
conforme se expõe abaixo: 
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo 
anterior (202), ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da 
inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a 
nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, 
mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, 
acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá 
versar sobre a parte modificada. 
 Contudo, o STF (AI-AgR 81.681/MG) entende que ³Ki�GH�DWHQWDU-se para 
a substância e não para os defeitos formais que não comprometem o essencial 
GR�GRFXPHQWR�WULEXWiULR´. 
 Havendo erros ou omissão dos requisitos estabelecidos, será nula a 
inscrição e o processo de cobrança dela decorrente. No entanto, a nulidade 
pode ser sanada até a decisão de primeira instância, substituindo-se a 
certidão nula, e devolvendo ao sujeito passivo o prazo para defesa, que 
somente versará sobre a parte modificada. 
 Na linha do que acabamos de explicar, segue o entendimento do STJ: 
Súmula STJ 392 - A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida 
ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de 
correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo 
da execução. 
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 O que o STJ deixou claro, e que tem sido demonstrado pela 
jurisprudência deste Tribunal, é que só se admite substituição de CDA para 
corrigir erro material ou formal, relativos à inscrição e à certidão, mas não 
se estendendo ao lançamento propriamente dito. Portanto, não é possível 
substituir a CDA como meio de alterar o próprio lançamento 
anteriormente realizado. 
 
Se o vício diz respeito à constituição do crédito tributário, 
deve-se realizar outro lançamento, e não a simples 
substituição de CDA. 
 Nesse mesmo sentido, o STJ (REsp 87.768/SP) já determinou que é 
inadmissível substituição de CDA, para alteração do valor do débito de IPTU, já 
que se constitui modificação do próprio lançamento: 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - IPTU 
E TAXAS - LANÇAMENTO EFETUADO SOBRE ÁREA A MAIOR - NULIDADE - 
SUBSTITUIÇÃO DA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA - IMPOSSIBILIDADE - 
INEXISTÊNCIA DE SIMPLES ERRO MATERIAL OU FORMAL PASSÍVEL DE 
CORREÇÃO - LEI 6.830/80, ART 2º, PARÁGRAFO 8º e CTN - VIOLAÇÃO AO 
ART 203 DO CTN NÃO CONFIGURADA - PREQUESTIONAMENTO AUSENTE - 
SÚMULAS 282 E 356 STF. 
- Inadmissível a substituição de CDA referente à cobrança de IPTU e 
Taxas lançados sobre área a maior, por isso que não se trata de simples 
correção de erro material ou formal do título executivo, mas de modificação 
do próprio lançamento, com alteração do valor do débito, o que não 
guarda apoio no art. 2º, § 8º da Lei 6.830/80. 
(...) 
(STJ, REsp 87.768/SP, Segunda Turma, Rel. Ministro Francisco Peçanha 
Martins, julgamento em 03/10/2000) 
1.2 ± A Inscrição em Dívida Ativa e a Suspensão da Prescrição 
 A LEF estabeleceu que a inscrição do crédito tributário em Dívida Ativa 
tem o efeito de suspender o curso do prazo prescricional. 
 Pela redação do art. 2º, § 3º, da LEF, a inscrição do crédito em 
Dívida Ativa suspende a prescrição, para todos os efeitos de direito, 
por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer 
antes de findo aquele prazo: 
Art. 2º: 
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(...) 
§ 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da 
legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e 
certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de 
direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta 
ocorrer antes de findo aquele prazo. 
 Seguindo esse preceito legal, teríamos a seguinte situação: com a 
constituição definitiva do crédito tributário, inicia-se o prazo prescricional. Ao 
inscrevê-lo em dívida ativa, o referido prazo se suspende por 180 dias, o que 
faz com que a prescrição se retarde ainda mais. 
 Posteriormente, promovida a ação de execução fiscal, o despacho do juiz 
que ordenar a citação do devedor (como já visto) tem o efeito de interromper 
o prazo prescricional, restituindo prazo de 05 anos por completo. 
 De acordo com o art. 146, III, b, da CF/88, a regulamentação da 
prescrição em matéria tributária deve ser promovida por lei complementar. 
Sendo assim, o STJ tem entendido que o dispositivo da LEF cuida apenas das 
dívidas de natureza não tributária: 
TRIBUTÁRIO ± EXECUÇÃO FISCAL ±PRESCRIÇÃO ± ART. 2º, § 3º, DA LEI 
6.830/80 (SUSPENSÃO POR 180 DIAS) ± NORMA APLICÁVEL SOMENTE ÀS 
DÍVIDAS NÃO TRIBUTÁRIAS ± ART. 40 DA LEF: SUSPENSÃO. 
1. A norma contida no art. 2º, § 3º da Lei 6.830/80, segundo a qual a 
inscrição em dívida ativa suspende a prescrição por 180 (cento e oitenta) 
dias ou até a distribuição da execução fiscal, se anterior àquele prazo, 
aplica-se tão-somente às dívidas de natureza não-tributárias, porque 
a prescrição das dívidastributárias regula-se por lei complementar, 
no caso o art. 174 do CTN. 
(STJ, REsp 881.607/MG, Segunda Turma, Rel Min. Eliana Calmon, 
Julgamento em 10/06/2008) 
 
 
Como a redação literal do dispositivo não especifica 
tratar-se de dívida tributária ou não tributária, se a 
questão transcrevê-lo na íntegra, pode ser considerada 
correta. 
 Acredito que já aprendemos o suficiente sobre a inscrição do crédito 
tributário em dívida ativa, e já somos capazes de estudar o processo de 
execução fiscal sem dificuldades. 
 Vamos lá! 
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1.3 ± Noções Gerais sobre Execução Fiscal 
 O estudo da execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas 
autarquias toma por base a Lei 6.830/1980 (Lei de Execução Fiscal ou 
simplesmente LEF) e, subsidiariamente, o Código de Processo Civil (CPC). 
 A execução fiscal é ação ajuizada pela Fazenda Pública, no âmbito do 
Poder Judiciário, com o objetivo de ver satisfeito o seu direito de receber o 
crédito tributário. A propósito, lembre-se de que, com o lançamento, a 
dívida se torna exigível, mas é somente após a inscrição do crédito 
tributário em dívida ativa que este se torna exequível, isto é, passível de 
execução judicial. 
 Cabe destacar também que a Dívida Ativa da Fazenda Pública 
abrange tanto os créditos tributários como os créditos não tributários, 
abrangendo também a correção monetária, os juros, as multas e os 
demais encargos legais ou contratuais (LEF, art. 2º, § 2º). 
 
A Dívida Ativa da Fazenda Pública não é composta 
apenas de créditos tributários, mas também de 
créditos não tributários. 
 Sendo assim, é possível dizer que qualquer valor, cuja cobrança seja 
atribuída por lei à União, aos Estados, ao Distrito Federal e às 
respectivas autarquias, será considerado Dívida Ativa da Fazenda 
Pública (LEF, art. 2º, § 1º). 
 Por conseguinte, a execução fiscal é aplicável para a cobrança de 
qualquer dívida titularizada pela Fazenda Pública da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, seja de natureza tributária ou não. 
 Por outro lado, no polo passivo, o art. 4º, da LEF prevê que a execução 
fiscal poderá ser promovida contra: 
I - o devedor; 
II - o fiador; 
III - o espólio; 
IV - a massa; 
V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de 
pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado; e 
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VI - os sucessores a qualquer título. 
 O dispositivo esclarece quais pessoas poderão ser chamadas a responder 
pela dívida objeto da execução fiscal. Sabemos que a definição de capacidade 
tributária passiva é bastante ampla, independendo até mesmo da capacidade 
civil das pessoas naturais bem como de estar a pessoa jurídica regularmente 
constituída. Ademais, o art. 202, I, do CTN, prevê que deve constar no termo 
de inscrição da dívida ativa o nome do devedor e dos corresponsáveis pelo 
adimplemento da dívida. 
1.3.1 ± Título executivo 
 Neste tópico, iremos repetir, com maior riqueza de detalhes, alguns 
conceitos já estudados durante a aula, mas que são importantíssimos para a 
nossa prova. 
 Conforme já comentado, o objetivo da inscrição do crédito tributário em 
dívida ativa é extrair a Certidão de Dívida Ativa (CDA), título executivo 
extrajudicial, que viabiliza a posterior propositura da ação de execução fiscal. 
Observação: A diferença entre título executivo judicial e extrajudicial 
está na origem. O primeiro se origina do próprio Poder Judiciário, como uma 
sentença condenatória proferida no processo civil, que reconheça a existência 
de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia. Já o título 
executivo extrajudicial tem origem fora do Judiciário, como alguns contratos 
ou mesmo a CDA. 
 Antes que você me pergunte a importância do título executivo, é 
necessário que você saiba que para ajuizar um processo de execução 
(cobrança do devedor, mesmo contra sua vontade), é necessário que se tenha 
certeza da existência da dívida. A certeza é presumida quando o credor 
possui um título legalmente definido como executivo. Vamos ver quais 
são os títulos aos quais a lei conferiu tal privilégio? 
 Segue abaixo o art. 784 do Novo CPC (Lei 13.105/2015): 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o 
cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) 
testemunhas; 
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IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela 
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos 
transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; 
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito 
real de garantia e aquele garantido por caução; 
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; 
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de 
imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de 
condomínio; 
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos 
créditos inscritos na forma da lei; 
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de 
condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em 
assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; 
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a 
valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela 
praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; 
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei 
atribuir força executiva. 
 Caro(a) aluno(a), como estamos tratando de execução fiscal, o que nos 
importa neste momento é estudar o art. 784, IX, do Novo CPC, ou seja, a 
Certidão de Dívida Ativa (CDA). 
 
A CDA é título executivo elaborado unilateralmente 
pelo credor (Fazenda Pública), sem a participação do 
devedor, como ocorre os cheques, por exemplo (CPC, 
art. 784, I). 
 Sendo assim, podemos dizer, com base no que foi exposto até o 
momento, que há dois requisitos necessários para promover a ação de 
execução fiscal: 
x Inadimplemento do devedor; 
x Inscrição em dívida ativa (título executivo). 
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 Ora, se o devedor ainda não se encontra em estado de inadimplência, 
por não ter vencido o prazo, por exemplo, não há que se falar em qualquer 
razão para ajuizar a ação de execução. Da mesma forma, se não há título 
executivo, não há certezada existência da dívida, o que implica a carência da 
execução. 
1.3.2 ± O processo de execução fiscal (Lei 6.830/80) 
 Inicialmente, é importante saber que o processo de execução se 
distingue do processo de conhecimento, pois naquele não há discussão 
quanto à certeza da existência da dívida, já que a Fazenda Pública possui 
um título executivo, isto é, a Certidão de Dívida Ativa, título este que goza 
de presunção relativa de certeza (CTN, art. 204, caput). 
 Nesse sentido, acrescentamos a seguir as palavras de Francesco 
Carnelutti3: 
³>���@�QmR�QRV�HQFRQWUDPRV�PDLV�SHUDQWH�GXDV�SDUWHV�TXH�UHFLSURFDPHQWH�
disputam entre si a razão e um juiz que busca qual das duas a tenha na 
verdade, e sim perante uma parte que quer ter uma coisa e outra que 
não quer dar, enquanto que o órgão do processo retira a esta para ser 
GDGD�jTXHOD�´ 
 O processo de execução fiscal nunca se inicia de ofício, sendo 
sempre desencadeado por uma petição inicial, formulada pelo autor da 
ação, que no nosso caso específico é a Fazenda Pública. 
Art. 6º - A petição inicial indicará apenas: 
I - o Juiz a quem é dirigida; 
II - o pedido; e 
III - o requerimento para a citação. 
§ 1º - A petição inicial será instruída com a Certidão da Dívida 
Ativa, que dela fará parte integrante, como se estivesse transcrita. 
§ 2º - A petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão constituir um 
único documento, preparado inclusive por processo eletrônico. 
 § 3º - A produção de provas pela Fazenda Pública independe de 
requerimento na petição inicial. 
 
3
CARNELUTTI, Francesco. SISTEMA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL, tradução de Hiltomar Martins de Oliveira. São 
Paulo. 2000. Pág. 294. 
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§ 4º - O valor da causa será o da dívida constante da certidão, 
com os encargos legais. 
 
O CPC possui aplicação subsidiária à execução fiscal. 
Logo, não é necessário observar os requisitos da inicial 
previstos no art. 319, do CPC e que não constem no art. 
6º, da LEF! 
 Admitindo a ação proposta pela Fazenda Pública, o despacho do juiz 
importa em ordem para: 
x Citação* do devedor, para no prazo de 5 dias, pagar a dívida com os juros 
e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou 
garantir a execução**; 
x Penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a execução, por meio de 
depósito, fiança ou seguro garantia; 
x Arresto, se o executado não tiver domicílio ou dele se ocultar; 
x Registro da penhora ou do arresto, independentemente do pagamento 
de custas ou outras despesas***; 
x Avaliação dos bens penhorados ou arrestados. 
 
Observação: 
* A citação do devedor deverá ocorrer nas sucessivas modalidades previstas 
no art. 8º, da LEF. 
** Estudaremos logo adiante como poderá ser garantida a execução pelo 
devedor, caso opte por não pagar a dívida. 
 
 
Como deve ocorrer o registro da penhora e do arresto? 
O art. 14, da LEF determina que o Oficial de Justiça entregará contrafé e 
cópia do termo ou do auto de penhora ou arresto, com a ordem de registro 
constante no despacho do juiz: 
 
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I - no Ofício próprio, se o bem for imóvel ou a ele equiparado; 
II - na repartição competente para emissão de certificado de registro, se for 
veículo; 
III - na Junta Comercial, na Bolsa de Valores, e na sociedade comercial, se 
forem ações, debênture, parte beneficiária, cota ou qualquer outro título, 
crédito ou direito societário nominativo. 
 Não se pode esquecer de que o despacho do juiz que ordenar a citação 
em execução fiscal interrompe o curso do prazo prescricional (CTN, art. 
174, I e LEF, art. 8º, § 2º). Ou seja, o prazo é completamente reiniciado 
após o despacho citatório. 
 Explique-se melhor: conforme comentado, ao ser citado (intimado), o 
devedor possui o prazo de 05 dias para pagar a dívida ou garantir a 
execução (LEF, art. 8°), caso deseje levar adiante o litígio. Se não houver 
nenhuma dessas providências, caberá ao Poder Judiciário proceder à 
penhora dos bens e direitos que integram o patrimônio do devedor. 
 No que se refere à citação, esta deve ocorrer da forma como foi previsto 
no art. 8º: 
I - a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a Fazenda 
Pública não a requerer por outra forma; 
II - a citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da carta no 
endereço do executado, ou, se a data for omitida, no aviso de recepção, 10 
(dez) dias após a entrega da carta à agência postal; 
III - se o aviso de recepção não retornar no prazo de 15 (quinze) dias da 
entrega da carta à agência postal, a citação será feita por Oficial de Justiça 
ou por edital; 
IV - o edital de citação será afixado na sede do Juízo, publicado uma só vez no 
órgão oficial, gratuitamente, como expediente judiciário, com o prazo de 30 
(trinta) dias, e conterá, apenas, a indicação da exeqüente, o nome do devedor 
e dos co-responsáveis, a quantia devida, a natureza da dívida, a data e o 
número da inscrição no Registro da Dívida Ativa, o prazo e o endereço da sede 
do Juízo. 
 
A citação ao executado pode ocorrer das seguintes 
formas: por correio, por meio do Oficial de Justiça 
ou por edital. 
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 Nesse sentido, o entendimento do STJ é o de que só é admissível a 
citação por edital nas execuções fiscais quando não exitosas as outras 
modalidades de citação ali previstas (citação por correio e a citação por 
Oficial de Justiça): 
PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. CITAÇÃO POR 
EDITAL. CONDIÇÃO DE CABIMENTO: FRUSTRAÇÃO DAS DEMAIS 
MODALIDADES DE CITAÇÃO (POR CORREIO E POR OFICIAL DE JUSTIÇA). 
LEI 6830/80, ART. 8º. 
1. Segundo o art. 8º da Lei 6.830/30, a citação por edital, na execução 
fiscal, somente é cabível quando não exitosas as outras modalidades 
de citação ali previstas: a citação por correio e a citação por Oficial de 
Justiça. Precedentes de ambas as Turmas do STJ. 
(...) 
(STJ, Primeira Seção, REsp 1.103.050/BA, Rel. Min. Teori Zavascki, 
Julgamento em 25/03/2009) 
 Destaque-se que o devedor pode garantir a execução das seguintes 
maneiras: 
x Efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial 
de crédito, que assegure atualização monetária; 
x Oferecer fiança bancária ou seguro garantia; 
x Nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11 (transcrito logo 
abaixo); ou 
x Indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda 
Pública. 
 O art. 11, da LEF, determina que a ordem a ser seguida para penhora é 
a seguinte (também se aplica ao arresto de bens): 
Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem: 
I - dinheiro; 
II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham 
cotação em bolsa; 
III - pedras e metais preciosos; 
IV - imóveis; 
V - navios e aeronaves; 
VI - veículos; 
VII - móveis ou semoventes; e 
VIII - direitos e ações. 
 O seguro garantia é uma nova modalidade de garantir a execução 
fiscal,incluída na LEF pela Lei 13.043/2014, e, portanto, muito relevante para 
nossa prova, já que é bastante recente! 
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 A mudança foi importante, já que o STJ possuía jurisprudência pacífica de 
que o seguro garantia não servia como garantia da execução fiscal em virtude da 
ausência de previsão na LEF. 
O seguro garantia já era previsto, na esfera federal, pela Portaria PGFN 
164/2014. Admitia-se, então, antes mesmo da edição da Lei 
13.043/2014, o seguro garantia no âmbito federal. Contudo, a inclusão foi 
relevante, pois a partir de agora vale para todas as esferas (federal, estadual, 
distrital e municipal). 
 
O executado pode, ainda, pagar parcela da dívida, que 
julgar incontroversa, e garantir a execução do saldo 
devedor (LEF, art. 9º, § 6º). 
Sendo assim, perceba que a penhora dos bens pode ser oferecida 
espontaneamente pelo sujeito passivo, como também pode ser procedida pelo 
Poder Judiciário. 
 Nessa esteira, garantida a execução, o devedor possui 30 dias para 
opor embargos à execução fiscal, sendo tal prazo contado do depósito, da 
juntada da prova da fiança bancária ou seguro garantia ou da intimação da 
penhora (LEF, art. 16, caput). Contudo, deve ser ressaltado que não são 
admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução 
LEF, art. 16, § 1°). 
 No que se refere à penhora, o entendimento do STJ (REsp 79.097/SP) é 
o de que se o executado não possui condições de efetuar a penhora no valor 
integral, ou seja, se o valor dos bens penhoráveis é inferior ao da 
execução, não tem seu direito aos embargos restringido. Observe a 
forma como decidiu esta Corte: 
PROCESSUAL - EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA INSUFICIENTE - EMBARGOS A 
EXECUÇÃO - POSSIBILIDADE. 
- Circunstancia de o bem penhorado ser insuficiente para garantir a 
Satisfação integral do credito, não retira do devedor a faculdade de 
Embargar a execução. 
- aproveitar a penhora, apenas para dar curso a execução, sem abrir ao 
devedor o direito de embargar e praticar odiosa restrição ao Direito de 
defesa. E transformar a execução em confisco. 
 
(STJ, Primeira Turma, REsp 79.097/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de 
Barros, Julgamento em 18/03/1996) 
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Ainda em relação à penhora, o art. 15, da Lei 6.830/1980 admite o 
seguinte: 
Art. 15. Em qualquer fase do processo, será deferida pelo Juiz: 
I - ao executado, a substituição da penhora por depósito em 
dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia; e (Inciso com redação 
dada pela Lei nº 13.043, de 13/11/2014) 
II - à Fazenda Pública, a substituição dos bens penhorados por 
outros, independentemente da ordem enumerada no art. 11, bem 
como o reforço da penhora insuficiente. 
 Por fim, se o executado não possui quaisquer bens penhoráveis ou até 
mesmo se o executado não for localizado, o art. 40 da LEF determina que haja 
a suspensão da execução fiscal. Nesse caso, não correrá o prazo de 
prescrição. 
 Suspensa a execução, os autos são remetidos ao representante judicial 
da Fazenda Pública. O objetivo dessa providência é oportunizar ao credor que 
diligencie no sentido de identificar bens passíveis de penhora. 
 Um ano após a suspensão do referido processo, se não for 
localizado o devedor, ou se não forem encontrados bens passíveis de penhora, 
o Juiz ordenará o arquivamento dos autos, providência que poderá ser 
revertida a qualquer tempo, desde que encontrados os bens ou o executado. 
 Com o arquivamento do processo, retoma-se a contagem do prazo 
prescricional, findo o qual o Juiz, após ouvir a Fazenda Pública, poderá, 
de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato, 
extinguindo o processo, com base no inciso II, do art. 487, do CPC. 
 Nesse sentido, o STJ editou a seguinte súmula: 
 
Súmula STJ 314 ± Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, 
suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da 
prescrição quinquenal intercorrente. 
1.3.3 ± Competência da Execução Fiscal 
 Qual seria o juízo competente para julgar a ação de execução fiscal? A 
competência para julgar a execução fiscal depende da Fazenda Pública 
que for autora da ação. Assim sendo, podemos fazer as seguintes 
considerações: 
x Se a ação for proposta pelos Estados ou Municípios: em regra, a 
competência será da Justiça Estadual. Contudo, se a Fazenda Estadual ou 
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Municipal estiver cobrando débito da União, suas autarquias, fundações ou 
empresas públicas, a execução será julgada pela Justiça Federal. 
x Se a ação for proposta pela União: a competência para julgamento será da 
Justiça Federal (CF/88, art. 109, I) 
 
Se a União, suas autarquias e fundações ajuizarem 
execução fiscal elas serão sempre processadas e 
julgadas pela Justiça Federal, mesmo que o 
executado more em uma comarca do interior onde não 
funcione vara da Justiça Federal. 
 É válido ressaltar que, seguindo a mesma linha do que consta no art. 
187, do CTN, o art. 29 da LEF dispôs que a cobrança judicial da Dívida Ativa da 
Fazenda Pública não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em 
falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento: 
Art. 29 - A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é 
sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, 
liquidação, inventário ou arrolamento. 
 A respeito desse tema, o entendimento do STJ é o de que nada impede 
a habilitação de créditos tributários no juízo universal da falência: 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. APRESENTAÇÃO DE CRÉDITOS NA 
FALÊNCIA. PRESTAÇÃO DE CONTAS APRESENTADA PELO SÍNDICO. 
CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS DE PEQUENO VALOR. HABILITAÇÃO. CASO 
CONCRETO. POSSIBILIDADE. 
(...) 
2. Os arts. 187 e 29 da Lei 6.830/80 não representam um óbice à 
habilitação de créditos tributários no concurso de credores da 
falência; tratam, na verdade, de uma prerrogativa da entidade pública 
em poder optar entre o pagamento do crédito pelo rito da execução fiscal ou 
mediante habilitação do crédito. 
3. Escolhendo um rito, ocorre a renúncia da utilização do outro, não se 
admitindo uma garantia dúplice. Precedentes. 
4. O fato de permitir-se a habilitação do crédito tributário em processo de 
falência não significa admitir o requerimento de quebra por parte da Fazenda 
Pública. 
(...) 
(STJ, Segunda Turma, REsp 1.103.405/MG, Rel. Min. Castro Meira, 
Julgamento em 02/04/2009) 
 É válido ressaltar que o art. 15, I, da Lei 5.010/66, previa que, nas 
comarcas do interior onde não funcionar Vara da Justiça Federal, os juízes 
estaduais seriam competentes para processar e julgar os executivos fiscais da 
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União e de suas autarquias, ajuizados contra devedores domiciliados nas 
respectivas comarcas.Contudo, com a revogação do art. 15, I, da Lei 5.010/66, pela Lei 
13.043/2014, as execuções fiscais federais serão sempre processadas e 
julgadas pela Justiça Federal. 
1.3.4 ± Penhora Online na Execução Fiscal 
 A importância da penhora online no âmbito da execução fiscal tomou 
relevância a partir da LC 118/2005, que acrescentou o art. 185-A e seus 
parágrafos ao Código Tributário Nacional. Senão, vejamos: 
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não 
pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem 
encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de 
seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio 
eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de 
transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às 
autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, 
a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem 
judicial. 
§ 1º A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao 
valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento 
da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite. 
§ 2º Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata 
o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação 
discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem 
promovido. 
 De acordo com o art. 185-A, do CTN, a penhora online só poderia ser 
utilizada após o esgotamento de todas as diligências na tentativa de encontrar 
bens suficientes à garantia da execução, já que o legislador mencionou que é 
aplicável quando ³R� GHYHGRU� QmR� SDJDU� QHP� DSUHVHQWDU� EHQV� j� SHQKRUD� QR�
prazo legal e nem forem encontUDGRV�EHQV�SHQKRUiYHLV´. 
1.4 ± Embargos à Execução 
 A oposição de embargos à execução é a principal modalidade de defesa 
do contribuinte que está sofrendo uma execução fiscal, isto é, a cobrança de 
um crédito tributário judicialmente pela Fazenda Pública. 
 Os embargos acompanham a execução fiscal a que se refere. Por esse 
motivo, são apensados ao processo principal. De acordo com o art. 914, 
§1º, do CPC, os embargos são distribuídos por dependência, de forma que o 
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mesmo juiz da vara que é responsável pela execução fiscal será também 
responsável pelo julgamento dos embargos. 
 Acerca da legislação aplicável aos embargos, também devemos seguir a 
regra disposta no art. 1º, da Lei 6.830/80: 
Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será 
regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil. 
 Como se sabe, os embargos à execução, evidentemente, são opostos 
quando o contribuinte não quer pagar. Como já estudamos, se o executado 
não paga, deve garantir a execução. Isso porque é condição para a 
oposição dos embargos a garantia do juízo que poderá ocorrer nas 
seguintes modalidades: 
x Depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial de 
crédito, que assegure atualização monetária; 
x Fiança bancária ou seguro garantia; 
x Penhora. 
 A Lei 6.830/80 previu um prazo para oposição dos embargos à execução 
diferenciado e mais extenso (30 dias) do que o previsto no Código de Processo 
Civil, previsto para os embargos do devedor (15 dias). Portanto, vale a regra 
prevista na norma especial. 
 Deve-se destacar que, de acordo com o art. 16, da Lei 6.830/80, o 
prazo de 30 dias é contado: 
I - do depósito; 
II - da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia; 
III - da intimação da penhora. 
1.5 ± Exceção de Pré-Executividade 
 Utilizada como meio para requerer a extinção da execução fiscal e a 
consequente desconstituição do título extrajudicial, seja porque o valor 
cobrado é indevido ou porque o contribuinte não tem responsabilidade pelo seu 
pagamento, a Exceção de Pré-Executividade constitui mera petição, não 
possuindo caráter inicial. 
Vale ressaltar que esta forma de defesa não possui previsão legal, sendo 
fruto de construção doutrinária e jurisprudencial, com base no direito de 
petição e na garantia de livre acesso ao Poder Judiciário. É comumente 
admitida em casos como decadência, prescrição, responsabilidade, imunidades 
etc. 
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 Deve ficar claro que o objetivo da exceção (ou objeção) de pré-
executividade é evitar que o executado tenha que garantir a execução, 
quando esta mostra-se claramente improcedente. Como se sabe, na 
LEF, norma específica sobre execução fiscal, a garantia continua sendo 
conditio sine qua non para a admissibilidade dos Embargos (LEF, art. 
16, § 1°). 
Observação: Deve-se tomar cuidado, pois a exceção de pré-executividade 
não pode ser utilizada para obter a certidão positiva com efeitos de 
negativa, já que não suspende a exigibilidade do crédito tributário. 
Contudo, há que se destacar que a oposição de exceção de pré-
executividade não é possível em qualquer situação. Nessa linha, a questão 
objetada não pode demandar dilação probatória, já que deve ser possível 
ser resolvida apenas a partir de elementos documentais. Com base no 
entendimento do STJ (REsp 1.110.925) acerca da matéria, podemos definir 
dois requisitos cruciais para a admissibilidade da exceção de pré-
executividade: 
x A matéria invocada deve ser suscetível de conhecimento de ofício pelo juiz; 
x A decisão deve poder ser tomada sem necessidade de dilação probatória. 
Vejamos a redação da Súmula 393, do STJ: 
Súmula STJ 393 - A exceçãR�GH�SUp-H[HFXWLYLGDGH�p�DGPLVVtYHO�QD�H[HFXção 
fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem 
dilação probatória. 
 Cabe destacar que não existe prazo para apresentação da exceção 
de pré-executividade, embora o contribuinte seja o maior interessado em 
agilizá-la, já que a demora implica prejuízo, tal como a penhora dos seus bens 
e rendas. Devemos saber, então, que a exceção de pré-executividade é 
aceita mesmo após o término do prazo para embargar a execução. 
1.6 ± Medida Cautelar Fiscal 
 A medida cautelar fiscal está prevista na Lei 8.397/92 como uma ação 
judicial a ser interposta pela Fazenda Pública da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, visando tornar indisponíveis os bens 
do devedor para garantia do crédito tributário. 
A cautelar fiscal é definida por Hugo de Brito Machado Segundo, da 
seguinte forma: 
³������ SURFHVVR� GH� QDWXUH]D� FDXWHlar, utilizado pela Fazenda para ver 
assegurado o adimplemento de crédito tributário lançado, ou a 
efetividade da execução desse mesmo crédito, tornando indisponíveis os 
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bens do sujeito passivo, de sorte a que este não possa utilizar de meios 
sub-reptícios para não adimplir o crédito da Fazenda Pública (pondo seus 
EHQV�HP�QRPH�GH�WHUFHLURV��FRQWUDLQGR�GtYLGDV�ILFWtFLDV�HWF���´ 
Nesse contexto, a Fazenda Pública poderá instaurar procedimento 
cautelar fiscal após a constituição do crédito, inclusiveno curso da execução 
judicial da dívida ativa da União, nas seguintes hipóteses: 
I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou 
deixa de pagar a obrigação no prazo fixado; 
II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a elidir o 
adimplemento da obrigação; 
III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens; 
IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu 
patrimônio; 
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do 
crédito fiscal: 
a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade; 
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; 
VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados 
ultrapassem trinta por cento do seu patrimônio conhecido; 
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da 
Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei; 
VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo 
órgão fazendário; 
IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito. 
 
A medida cautelar fiscal é cabível antes da propositura da 
execução fiscal ou no curso desta. 
Ressalte-se que, não obstante a regra seja a propositura de cautelar 
fiscal após a constituição do crédito tributário, é possível o requerimento da 
medida cautelar mesmo sem a prévia constituição do crédito tributário 
quando o sujeito passivo: 
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I - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do 
crédito tributário, põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; ou 
II - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da 
Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei. 
Observação: Quando a medida cautelar fiscal for concedida em procedimento 
preparatório, deverá a Fazenda propor a execução judicial da dívida ativa no 
prazo de 60 dias, contados da data em que a exigência se tornar irrecorrível na 
esfera administrativa. (Lei 8.397/1992, art. 11) 
 É interessante entendermos que a medida cautelar fiscal produz efeitos 
imediatos, conforme estabelece o art. 4º, da Lei 8.397/1992: 
Art. 4° A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de imediato, a 
indisponibilidade dos bens do requerido, até o limite da satisfação da 
obrigação. 
 Ademais, cumpre destacarmos que, na hipótese de a medida cautelar ser 
proposta contra pessoa jurídica, a indisponibilidade dos bens recairá 
somente sobre os bens do ativo permanente, podendo estender-se para 
os bens do acionista controlador e aos dos que em razão do contrato social ou 
estatuto tenham poderes para fazer a empresa cumprir suas obrigações fiscais, 
ao tempo: 
a) do fato gerador, nos casos de lançamento de ofício; 
b) do inadimplemento da obrigação fiscal, nos demais casos. 
 Tratando-se de ação judicial, a medida cautelar fiscal deve ser 
requerida ao Juiz competente para a execução judicial da Dívida Ativa 
da Fazenda Pública. Se a execução judicial estiver em Tribunal, será 
competente o relator do recurso. 
 São requisitos da inicial, conforme art. 6º (petição que instaura o 
processo jurídico): 
I - o Juiz a quem é dirigida; 
II - a qualificação e o endereço, se conhecido, do requerido; 
III - as provas que serão produzidas; 
IV - o requerimento para citação. 
 Ainda sobre a cautelar fiscal, julgamos relevante conhecer os seguintes 
dispositivos da Lei 8.397/92: 
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Art. 7° O Juiz concederá liminarmente a medida cautelar fiscal, 
dispensada a Fazenda Pública de justificação prévia e de prestação de caução. 
Parágrafo único. Do despacho que conceder liminarmente a medida cautelar 
caberá agravo de instrumento. 
Art. 8° O requerido será citado para, no prazo de quinze dias, contestar o 
pedido, indicando as provas que pretenda produzir. 
Art. 9° Não sendo contestado o pedido, presumir-se-ão aceitos pelo 
requerido, como verdadeiros, os fatos alegados pela Fazenda Pública, caso 
em que o Juiz decidirá em dez dias. 
 
 
Apenas para facilitar a compreensão: 
Requerente ± Fazenda Pública 
Requerido ± Sujeito Passivo 
 Quanto à eficácia da medida cautelar fiscal, o art. 12, da referida norma, 
prescreve que tal medida conserva a sua eficácia no prazo de 60 dias, quando 
sua concessão se dá no curso de procedimento preparatório, e na pendência 
do processo de execução judicial da Dívida Ativa, mas pode, a qualquer tempo, 
ser revogada ou modificada. 
 Por fim, acreditamos ser interessante memorizar (ou pelo menos 
conhecer) a redação do art. 13, da Lei 8.397/92, que dispõe sobre as 
condições em que a cautelar fiscal perde a sua eficácia: 
Art. 13. Cessa a eficácia da medida cautelar fiscal: 
I - se a Fazenda Pública não propuser a execução judicial da Dívida Ativa no 
prazo fixado no art. 11 desta lei; 
II - se não for executada dentro de trinta dias; 
III - se for julgada extinta a execução judicial da Dívida Ativa da Fazenda 
Pública; 
IV - se o requerido promover a quitação do débito que está sendo executado. 
 
Observação: O art. 11 define que, quando a medida cautelar fiscal for 
concedida em procedimento preparatório, deverá a Fazenda propor a execução 
judicial da dívida ativa no prazo de 60 dias, contados da data em que a 
exigência se tornar irrecorrível na esfera administrativa. 
 
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2 ± AÇÕES JUDICIAIS DE INICIATIVA DO CONTRIBUINTE 
 À exceção dos embargos à execução e da exceção de pré-executividade, 
as ações de iniciativa do contribuinte foram dispostas neste capítulo da aula. 
2.1 ± Ação Declaratória 
 A ação declaratória de relação jurídico-tributária é uma ação de 
conhecimento com natureza, obviamente, declaratória, caracterizando-
se como positiva ou negativa, as quais podem ser explicadas e exemplificadas 
da seguinte forma: 
x Ação declaratória positiva Æ Ocorre quando se busca a confirmação de 
um direito, onde o contribuinte tem como pretensão o reconhecimento pelo 
juiz do cumprimento dos requisitos para a gozo de um benefício fiscal. 
Exemplo: Proventos de aposentadoria são isentos da incidência de 
imposto de renda quando auferidos por pessoa moléstia profissional, 
desde que seja reconhecida por laudo pericial emitido por serviço médico 
oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 
x Ação declaratória negativa Æ Ocorre normalmente quando o objetivo do 
contribuinte é afastar uma obrigação, ainda não constituída em crédito 
tributário pelo lançamento, já que neste caso seria passível de ação 
anulatória do débito fiscal. É conhecida como ação antiexacional. 
Exemplo: Uma empresa é notificada de um termo de início de ação 
fiscal, referente ao ICMS por ele não declarado em um período no qual a 
referida empresa sequer existia. 
Observação: Em todos os casos em que é cabível a ação declaratória, 
também será cabível o mandado de segurança, exceto no caso em que seja 
necessária a produção de provas, casoem que a ação a ser proposta deverá 
ser a ação declaratória. 
A ação declaratória é utilizada quando ainda não foi constituído o 
crédito tributário pelo lançamento. Ressaltamos que a propositura de ação 
declaratória não suspende por si só a exigibilidade do crédito tributário, caso 
este venha a ser constituído no curso da ação judicial, cabendo ao contribuinte 
pedir a antecipação de tutela, para suspendê-la, nos termos do art. 151, V, do 
CTN. 
 Ressalte-se que não existe prazo fixado na lei para o contribuinte 
propor ação declaratória, contanto que seja proposta antes do lançamento. 
 
 
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1.2 ± Ação Anulatória de Débito Fiscal 
 A ação anulatória do débito fiscal é uma ação de conhecimento, de 
rito ordinário e de natureza constitutiva. Consequentemente, tem como 
efeitos modificar uma situação jurídica já existente ou simplesmente extingui-
la. É movida com o objetivo de anular o ato administrativo de 
lançamento tributário, por conta de uma nulidade verificada. 
 A nulidade pode ensejar a anulação do lançamento por vícios formais ou 
materiais (substanciais). Podemos citar como exemplo de vício formal a 
incompetência da autoridade lançadora, e como exemplo de vício material a 
não ocorrência do fato gerador. Portanto, a ação anulatória do débito fiscal 
pode resultar na desconstituição do lançamento, para que se providencie outro 
com a correção dos vícios formais, ou mesmo na declaração de inexistência da 
obrigação tributária, quando a nulidade decorrer de vício material. 
 Um caso bastante comum é o ingresso da ação anulatória para 
desconstituir crédito que o contribuinte entende como já extinto pela 
decadência. Como se sabe, a decadência se refere à perda do direito à 
constituição do crédito tributário pelo lançamento, importando na extinção do 
crédito tributário, conforme prevê o art. 156, V, do CTN. 
Por se tratar de ação de conhecimento, admite-se dilação probatória. 
Nesse sentido, de acordo com Hugo de Brito Machado Segundo4: 
 O processo de conhecimento, de rito ordinário, que é originado pela 
 propositura de uma ação anulatória, permite ampla instrução probatória. 
 Todas as provas em direito admitidas, ou não vedadas, podem ser 
 produzidas no interesse de que seja esclarecida a verdade quanto às 
 afirmações sobre os fatos desde que não sejam impertinentes, 
 LUUHOHYDQWHV�RX�GHVQHFHVViULDV�´ 
Nesse ínterim, vale ressaltar que, a partir do momento em que há o 
lançamento, a ação cabível não é mais a declaratória, mas sim a anulatória. 
Nesse contexto, pouco importa se já se esgotou o prazo para pagamento ou 
impugnação do crédito tributário (findo o qual o lançamento se dá por 
definitivamente constituído) ou se já houve a inscrição do crédito em dívida 
ativa. Em qualquer desses momentos, é cabível a ação anulatória. 
 É interessante observar que, antigamente, a jurisprudência era favorável 
à exigência de depósito em dinheiro como condição necessária para a 
propositura da ação anulatória. É o que consta inclusive no art. 38, da LEF. 
Contudo, atualmente, tal tema é pacificado em sentido contrário, em 
razão da garantia constitucional do direito de petição e do livre acesso ao 
 
4
 SEGUNDO, Hugo de Brito Machado. Processo Tributário. São Paulo: Editora Atlas. 2014. Pág. 406. 
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Poder Judiciário, conforme se demonstra na redação da súmula vinculante 
abaixo transcrita: 
Súmula Vinculante 28 - É inconstitucional a exigência de depósito prévio 
como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda 
discutir a exigibilidade de crédito tributário. 
 Embora tenhamos comentado sobre a possibilidade de ajuizar ação 
anulatória em face de lançamento notificado ao contribuinte, vale ressaltar que 
a propositura desta ação judicial implica abrir mão da via 
administrativa, por meio da impugnação, a qual suspende por si só a 
exigibilidade do crédito tributário, nos precisos termos do art. 151, III, do CTN. 
 Evidentemente, o sujeito passivo pode optar primeiramente pela esfera 
administrativa. Caso não logre êxito na decisão administrativa final nessa 
esfera, a consequência é que o crédito retorna à sua exigibilidade, sendo 
permitido ao contribuinte (não só ao final, como durante todo processo 
administrativo) socorrer-se na via judicial. 
 Por último, vale frisar que o mandado de segurança também é cabível 
após o lançamento. Contudo, há a limitação temporal de 120 dias contados da 
data da ciência do ato coator (lançamento). 
Cabe ressaltar que apenas com a antecipação de tutela é que será 
possível suspender a exigibilidade do crédito já constituído pelo lançamento em 
momento posterior ao da propositura da ação anulatória e obter a certidão 
positiva com efeitos de negativa, para comprovar sua regularidade fiscal. Caso 
não seja requerida ou indeferida a antecipação de tutela, nada impede 
que o crédito tributário seja inscrito em dívida ativa e executado 
judicialmente. 
 Deve-se destacar também a possibilidade de o autor realizar o depósito 
do montante integral, nos termos do art. 151, II, do CTN, como medida 
alternativa para suspender a exigibilidade do crédito tributário, quando a 
antecipação de tutela seja indeferida pelo juiz. Diz-se alternativa, pois se trata 
de medida mais onerosa ao contribuinte. 
Por último, cabe relembrar que, de acordo com a Súmula 112, do STF, o 
depósito deve ser integral e em dinheiro. 
 A rigor, o prazo para se apresentar uma ação anulatória do débito fiscal, 
com o objetivo de desconstituir o crédito tributário, se iniciar com o 
lançamento, como já explicado, e perdura até o momento anterior àquele em 
que é ajuizada a execução fiscal. A partir de então, a defesa da execução fiscal 
ocorre mediante a ação de Embargos à Execução ou, alternativamente, Exeção 
de Pré-executividade. 
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 Ocorre que, após o ajuizamento da execução fiscal, para suspender a 
exigibilidade do crédito tributário o sujeito passivo poderia opor embargos à 
execução, medida que requer a garantia do juízo, conforme determina o art. 
16, § 1º, da Lei 6.830/80. Ademais, a Exceção de Pré-executividade não 
suspende a exigibilidade do crédito tributário. 
 Deste modo, se não há meios para a garantia do juízo, para serem 
admitidos os embargos à execução, o contribuinte pode ingressar com 
ação anulatória mesmo após a execução fiscal, requerendo a 
antecipação de tutela, a qual iria suspender a exigibilidade do crédito 
tributário, permitindo-lhe a emissão de certidão positiva com efeitos de 
negativa. É interessante observar, contudo, que a ação anulatória não 
ataca a execução fiscal, mas sim o lançamento. 
2.3 ± Mandado de Segurança 
O mandado de segurança é um dos remédios constitucionais, 
incorporado ao texto constitucional desde a CF/1934, sendo atualmente 
regulamentado pela Lei 12.016/2009. De acordo com o art. 5°, LXIX, da 
CF/88, ³conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo, não amparadopor "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
DJHQWH�GH�SHVVRD�MXUtGLFD�QR�H[HUFtFLR�GH�DWULEXLo}HV�GR�3RGHU�3~EOLFR´� Esse é 
o denominado mandado de segurança individual. 
Temos, ainda, o mandado de segurança coletivo, previsto no art. 5º, 
LXX, da CF/88, cuja legitimidade para impetração se restringe aos partidos 
políticos, sindicatos e entidades de classe e associações legalmente 
constituídas há pelo menos um ano. Cumpre ressaltar que tais entidades 
também podem impetrar mandado de segurança individual, quando 
destinado a defender direito próprio. 
 Trata-se de ação judicial, de rito sumário, a ser utilizada quando 
direito líquido e certo do indivíduo for violado por ato de autoridade 
governamental (autoridade coatora). No Direito Tributário, o lançamento é 
obrigatório, revestindo-se na condição de ato coator, podendo ser objeto 
da ação mandamental. 
 Destaque-se que não há necessidade que o ato coator já tenha sido 
praticado. Logo, não há necessidade de o crédito tributário ter sido constituído 
pelo lançamento para justificar o mandado de segurança. Esta ação pode ser 
impetrada antes ou depois da prática do lançamento. Se for impetrada 
antes, estamos diante do mandado de segurança preventivo; se for impetrada 
após o lançamento, o mandado de segurança é repressivo. 
 Ainda sobre o mandado de segurança, por ser ação submetida ao rito 
sumário, consequentemente mais célere, não se admite dilação probatória, 
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já que as provas devem ser pré-constituídas, levadas aos autos no 
momento da impetração do writ. 
 Por fim, na seara tributária, deve-se lembrar que a aceitação do 
mandado de segurança pelo magistrado não tem como consequência a 
suspensão da exigibilidade do crédito tributário, o que só ocorrerá com a 
concessão da liminar, se esta for pedida na inicial. De qualquer modo, o 
contribuinte pode efetuar o depósito do montante integral para obter a 
suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 
2.3.1 ± Aplicabilidade e Inaplicabilidade do Mandado de Segurança 
 Inicialmente, devemos ter em mente que o mandado de segurança é 
cabível antes ou após da constituição do crédito tributário. Portanto, a 
ação mandamental pode servir como alternativa tanto à ação declaratória 
como à ação anulatória. 
 Podemos dizer que os requisitos para cabimento da referida ação são os 
seguintes: 
x O ato deve ser praticado por autoridade pública; 
x O ato deve ser ilegal ou com abuso de poder; 
x Deve haver impossibilidade de se defender por meio de habeas corpus ou 
habeas data; 
x Deve restar comprovado direito líquido e certo do impetrante; 
x Deve se referir a um direito lesionado (repressivo) ou prestes a ser 
lesionado (preventivo). 
Em termos práticos, são exemplos de situações que ensejam a 
impetração de mandado de segurança: 
x Liberação de mercadorias sem o pagamento de tributo, tendo em vista uma 
imunidade tributária ou isenção; 
x Afastamento de auto de infração lavrado contra o sujeito passivo; 
x Emissão de certidão negativa ou certidão positiva com efeitos de negativa; 
x Declaração do direito à compensação tributária. 
 Nesta última hipótese, o mandado de segurança já foi reconhecido pelo 
STJ como ação adequada declaração do direito à compensação tributária, 
conforme a redação da Súmula 213: 
Súmula STJ 213 - O mandado de segurança constitui ação adequada para a 
declaração do direito à compensação tributária. 
 Por outro lado, o art. 5º, da Lei 12.016/2009, define que nas quais não 
se deve impetrar o mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
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independentemente de caução; 
 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
2.3.2 ± Pedido de Liminar 
 Na inicial, o impetrante pode pedir a concessão de medida liminar, que, 
se aceito pelo magistrado, suspenderá desde já o ato que deu motivo à ação 
mandamental. 
 São requisitos para concessão da liminar: 
x Fundamentos jurídicos relevantes (fumus boni iuris), que exige do 
impetrante argumentação forte para sustentar o pedido de concessão da 
liminar; 
x Receio de ineficácia da sentença (periculum in mora), caso não seja 
atendido o pedido do impetrante para concessão da liminar. 
A concessão da limitar traz como consequência a suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, IV, do CTN. Pode o 
contribuinte, na hipótese de ser indeferida a liminar, efetuar o depósito do 
montante integral, que também terá como efeito a suspensão do crédito 
tributário. 
Cabe lembrar que, embora o art. 7º, III, da Lei 12.016/09, estabeleça 
que é facultado ao juiz exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, na 
seara tributária, de acordo com Hugo de Brito Machado Segundo5, tal medida é 
excepcional, em função da já prevista possibilidade de o contribuinte efetuar o 
depósito integral opcionalmente, caso deseje obter o efeito suspensivo. 
Além disso, concedida a liminar, esta não perde os seus efeitos até a 
prolação da sentença, salvo se revogada ou cassada. Porém, com a revogação, 
os efeitos da decisão serão retroativos ao estado original da situação: 
Súmula STF 405 - Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no 
julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, 
retroagindo os efeitos da decisão contrária. 
Destaque-se que, pela redação dos §§ 2º e 5º, da Lei 12.016/09, nem a 
medida liminar no mandado de segurança nem a tutela antecipada em 
 
5
 SEGUNDO, Hugo de Brito Machado. Processo Tributário. São Paulo: Editora Atlas. 2014. Pág. 380. 
 
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outras espécies de ação judicial são meios adequados para requerer a 
extinção do crédito tributário pela via da compensação bem como para 
requerer a liberação de mercadorias de origem estrangeira: 
Art. 7º 
(...) 
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a 
compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens 
provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores 
públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou 
pagamento de qualquer natureza. 
(...) 
§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas 
neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 
273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo 
Civil. 
Observação: Se o caso concreto tratado na questão mencionar de liberação 
de mercadorias provenientes do exterior pela via do mandado de segurança, 
não se pode utilizar o pedido de liminar, devendo ser acompanhado do 
depósito do montante integral. 
 Vale citar que o STJ possui jurisprudência pacificada quanto a esta 
vedação: 
Súmula STJ 212 - A compensação de créditos tributários não pode ser 
deferida por medidaliminar. 
2.3.3 ± Prazo 
 De acordo com o art. 23, da Lei 12.016/09, o direito de requerer 
mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 dias, contados 
da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. Assim sendo, o prazo de 
120 dias é contado a partir da data da notificação do lançamento. 
 Diante de tal previsão, podemos dizer que somente há prazo expresso 
para impetração do mandado de segurança repressivo. Em relação ao 
mandado de segurança preventivo, o impetrante não possui prazo definido na 
norma, desde que antes da realização do lançamento. 
2.4 ± Ação de Consignação em Pagamento 
 A ação de consignação em pagamento ou ação consignatória é uma 
ação utilizada pelo contribuinte quando este tem a pretensão de pagar 
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o tributo. Por esse motivo, o art. 162, § 4º, do CTN estabelece que a 
consignação julgada procedente extingue o crédito tributário. 
 Trata-se de ação com rito especial de tramitação, previsto no art. 539 a 
549 do CPC. 
 Em matéria tributária, o Código Tributário Nacional admite a consignação 
em pagamento pelo sujeito passivo nas seguintes situações: 
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro 
tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; 
 
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências 
administrativas sem fundamento legal; 
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de 
tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. 
 Não se pode confundir a ação consignatória com o depósito do montante 
integral. A ação consignatória é proposta quando o contribuinte deseja pagar o 
tributo, culminando na extinção do crédito tributário, quando julgada 
procedente. No depósito, o objetivo do sujeito passivo é suspender a 
exigibilidade do crédito tributário para discuti-lo judicialmente sem perder a 
regularidade fiscal e, claro, sem estar sujeito à execução fiscal. 
 Não há prazo previsto para a propositura da ação consignatória, 
podendo ocorrer antes ou após a constituição do crédito tributário pelo 
lançamento. Vale lembrar, no entanto, que o depósito em juízo deve correr 
mediante autorização determinada pelo magistrado no prazo de 05 dias, 
conforme prevê o art. 542, I, do CPC. 
2.5 ± Ação de Repetição de Indébito 
 Quando a pretensão do contribuinte é ver restituído valor por ele pago 
indevidamente ou maior que o devido, não há dúvidas de que se trata da ação 
de repetição ou ação repetitória. 
 Caracterizada como ação de conhecimento de natureza 
condenatória, a ação de repetição algumas regras e prazos previstos no 
Código Tributário Nacional, que serão estudados mais adiante. O que nos 
importa saber neste momento é que só se restitui aquilo que já foi pago, e o 
pagamento, de acordo com o art. 156, I, do CTN, é modalidade de extinção do 
crédito tributário. Portanto, nesta ação, o crédito tributário já foi extinto. 
 Chama-nos atenção o caso em que o tributo possui fatos geradores 
periódicos, acarretando em exigências também periódicas (cobranças mensais, 
por exemplo). Em tais casos, não será proposta apenas ação de repetição pura 
e simples, mas uma ação declaratória com repetição. Explique-se melhor: a 
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ação declaratória se refere aos valores que ainda serão objetos de posteriores 
lançamentos, e a repetição se refere aos valores já pagos, os quais o sujeito 
passivo pretende receber a restituição. 
Observação: Neste caso, não é cabível ação anulatória, pois os valores já 
pagos se referem a créditos já extintos. Não se pode anular algo que não 
existe mais. 
 
 
Neste caso, deve-se pedir também a antecipação de 
tutela, com o objetivo de suspender a exigibilidade do 
crédito tributário, referente às posteriores cobranças. 
 Observe também que, na restituição, o contribuinte passa a ser credor, e 
a Fazenda Pública, devedora. Temos, portanto, inversão dos polos. Assim 
sendo, existe a possibilidade de o sujeito passivo compensar esse crédito 
contra a Fazenda, configurando a denominada compensação, modalidade de 
extinção do crédito tributário, conforme estabelece o art. 156, II, do CTN. 
O art. 170, do Código Tributário Nacional, prevê que a compensação 
depende de lei autorizativa do ente tributante. Vejamos a sua redação: 
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou 
cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, 
autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e 
certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda 
pública. 
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei 
determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, 
não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao 
juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data 
da compensação e a do vencimento. 
Ademais, é interessante observar as situações previstas no art. 165, do 
CTN, que ensejam a restituição do tributo: 
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o 
devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou 
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; 
 
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota 
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência 
de qualquer documento relativo ao pagamento; 
 
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. 
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Os incisos I e II do art. 165 do CTN querem dizer a mesma coisa. 
Podemos dizer que se referem as mais diversas situações que levam o 
contribuinte a realizar o pagamento indevidamente, com exceção da hipótese 
prevista no inciso III do mesmo artigo, referente ao pagamento indevido 
realizado no curso de processo administrativo ou judicial. 
 Em relação aos incisos I e II, podemos citar os seguintes exemplos: 
x O Fisco lançou um tributo em nome de determinada pessoa, e esta pessoa 
pagou o tributo sem prestar atenção a que se referia. Posteriormente, notou 
que pagou um tributo que não era devido, ou seja, não havia ocorrido 
qualquer fato gerador, isto é, inexistia uma obrigação tributária subjacente 
ao tributo cobrado. Este erro também poderia ocorrer em face da incorreta 
identificação do sujeito passivo da obrigação tributária; 
x O Fisco lançou um tributo em valor maior que o devido, por erro na 
determinação da alíquota aplicável. Entendeu-se que era 10%, mas na 
verdade era 5%. O erro também poderia ocorrer na determinação da base 
de cálculo. 
Quanto ao inciso III, trata-se de situação de difícil verificação prática, 
que consiste no seguinte: o sujeito passivo ao obter uma decisão desfavorável, 
seja ela administrativa ou judicial, paga o tributo, oferecendo, em seguida, 
recurso contra a decisão condenatória. 
 Na realidade, o que é mais comum de acontecer é o não pagamento no 
âmbito do processo administrativo, pois as reclamações e os recursos 
nessa esfera

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