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DÍVIDA ATIVA “É a dívida tributária e não tributária que não foi paga na data de vencimento”. *Art. 201 CTN. O caminho até se chegar na dívida ativa: H.I. F.G. O.T. CRÉDITO TRIBUTÁRIO DÍVIDA ATIVA LANÇAMENTO EXECUÇÃO FISCAL * O crédito definitivamente constituído e não pago é inscrito em dívida ativa. CARACTERÍSTICAS DA DÍVIDA ATIVA: - Goza de presunção de certeza e liquidez - Tem efeito de prova pré-constituída *No entanto a presunção de liquidez e certeza é relativa. ART. 202 CTN : O TERMO DE INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA É o documento de inscrição em dívida ativa, podendo ser feito por meio eletrônico (banco de dados), que deve conter: a) Nome do devedor e/ou dos responsáveis, com seus domicílios b) Quantia devida e a maneira de se calcular juros de mora c) Origem e natureza do crédito, com fundamento legal d) Data em que foi inscrito e) Sendo o caso, número do processo administrativo ATENÇÃO! Antes da inscrição em dívida ativa não se pode cobrar judicialmente o contribuinte. CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA • É o documento originado da inscrição em dívida ativa, constituindo o próprio título executivo extrajudicial (art. 202, parágrafo único CTN/ art. 784, IX CPC). • Contém os mesmos elementos do termo de inscrição. • A CDA, após emitida, faz presumir que a dívida foi regularmente inscrita, dando efeitos de prova pré-constituída. No entanto, a presunção é relativa (“iuris tantum”). E SE HOUVER ERROS NA CERTIDÃO? ELES GERAM NULIDADE? SIM, tanto os formais quanto os materiais, mas são sanáveis até decisão de primeira instância, ou seja, a CDA pode ser substituída durante a execução fiscal, desde que não haja decisão final do juízo de 1º grau. (art. 204 CTN). A decisão de primeira instância também abrange aquela proferida em sede de embargos à execução: SÚMULA 392 STJ: “A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro formal ou material, vedada a modificação do sujeito passivo da execução”. DEBATES RECENTES... É POSSÍVEL O PROTESTO EXTRAJUDICIAL DA CDA? TESE REPETITIVA STJ: [...] 32. Para fins dos arts. 1.036 e seguintes do CPC, fica assim resolvida a controvérsia repetitiva: "A Fazenda Pública possui interesse e pode efetivar o protesto da CDA, documento de dívida, na forma do art. 1º, parágrafo único, da Lei 9.492/1997, com a redação dada pela Lei 12.767/2012". RESOLUÇÃO DO CASO CONCRETO 33. Na hipótese dos autos, a CDA foi levada a protesto em 19.6.2015 (fl. 39, e -STJ), com vencimento em 22.7.2015, o que significa dizer que o ato foi praticado na vigência do art. 1º, parágrafo único, da Lei 9.492/1997, de modo que não há ilegalidade a ser decretada. 34. Recurso Especial parcialmente provido. (RECURSO ESPECIAL Nº 1.686.659 - SP (2017/0179200-2) RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN. DJE: 11/03/2019). NÃO CONFUNDIR... CDA X CND A certidão negativa de débitos (CND) é fornecida ao contribuinte que necessite de uma prova de que não possui débitos com a Fazenda Pública Municipal, Estadual ou da União. • É requerida independente de taxas; • É fornecida somente quando o contribuinte não possui débitos inscritos em dívida ativa, quando as dívidas ainda não venceram, ou quando o crédito está com a exigibilidade suspensa. Neste último caso será emitida uma certidão positiva (existem débitos), mas com efeitos de negativa (os débitos estão com a exigibilidade suspensa). Ex: parcelamento. ATENÇÃO! ART. 208 CTN. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos. AÇÕES TRIBUTÁRIAS EM ESPÉCIE AÇÕES DE INICIATIVA DO FISCO EXECUÇÃO FISCAL É ação de cobrança dos créditos tributários e não tributários da Fazenda Pública em geral. - PRECISA DO TÍTULO EXTRAJUDCIAL – CDA - INICIA-SE SOMENTE APÓS A INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA - É REGIDA PELA LEI 6.830/80 e, SUBSIDIARIAMENTE, PELO CPC/2015 - QUEM ELABORA AS PEÇAS INICIAIS SÃO OS PROCURADORES MUNICIPAIS, ESTADUAIS OU DA FAZENDA NACIONAL - O OBJETO DA EXECUÇÃO FISCAL NÃO É CONSTITUIÇÃO NEM A DECLARAÇÃO DE DIREITO, MAS SUA EFETIVAÇÃO, QUE SE PRESUME, POR FORÇA DE LEI, LÍQUIDO E CERTO PROCEDIMENTOS E CARACTERÍSTICAS: - CONTRA QUEM SE PODE AJUIZAR EXECUÇÃO FISCAL? Art. 4º L.E.F. A execução fiscal poderá ser promovida contra: I - o devedor; II - o fiador; III - o espólio; IV - a massa; V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado; e VI - os sucessores a qualquer título. Art. 6º - A petição inicial indicará apenas: I - o Juiz a quem é dirigida; II - o pedido; e III - o requerimento para a citação. § 1º - A petição inicial será instruída com a Certidão da Dívida Ativa, que dela fará parte integrante, como se estivesse transcrita. § 2º - A petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão constituir um único documento, preparado inclusive por processo eletrônico. § 3º - A produção de provas pela Fazenda Pública independe de requerimento na petição inicial. § 4º - O valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os encargos legais. Após o despacho do juiz que deferir a inicial, é ordenada a citação, que será feita por correio, com aviso de recebimento, se a Fazenda Pública não requerer por outra forma. Não consumada por correio, far-se-á a citação por mandado ou por edital. (art. 8º Lei 6.830/80). - O despacho do juiz que ordenar a citação interrompe a prescrição. - O devedor é citado para pagar em 5 ( cinco) dias, com juros de mora e outros encargos, ou para garantir a execução. Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá: I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial de crédito, que assegure atualização monetária; II - oferecer fiança bancária; II - oferecer fiança bancária ou seguro garantia; III - nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou IV - indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda Pública. Art. 10 - Não ocorrendo o pagamento, nem a garantia da execução de que trata o artigo 9º, a penhora poderá recair em qualquer bem do executado, exceto os que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem: I - dinheiro; II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham cotação em bolsa; III - pedras e metais preciosos; IV - imóveis; V - navios e aeronaves; VI - veículos; VII - móveis ou semoventes; e VIII - direitos e ações. § 1º - Excepcionalmente, a penhora poderá recair sobre estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, bem como em plantações ou edifícios em construção. § 2º - A penhora efetuada em dinheiro será convertida no depósito de que trata o inciso I do artigo 9º. DEFESAS DO EXECUTADO: EMBARGOS À EXECUÇÃO: Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, contados: I - do depósito; II - da juntada da prova da fiança bancária; II - da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia; III - da intimação da penhora. § 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução. § 2º - No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda matéria útil à defesa, requerer provas e juntar aos autos os documentos e rol de testemunhas, até três, ou, a critério do juiz, até o dobro desse limite. § 3º - Não será admitida reconvenção, nem compensação, e as exceções, salvo as de suspeição, incompetência eimpedimentos, serão arguidas como matéria preliminar e serão processadas e julgadas com os embargos. Art. 17 - Recebidos os embargos, o Juiz mandará intimar a Fazenda, para impugná-los no prazo de 30 (trinta) dias, designando, em seguida, audiência de instrução e julgamento. Parágrafo Único - Não se realizará audiência, se os embargos versarem sobre matéria de direito, ou, sendo de direito e de fato, a prova for exclusivamente documental, caso em que o Juiz proferirá a sentença no prazo de 30 (trinta) dias. IMPORTANTE! OS EMBARGOS SÃO PROCESSADOS EM AÇÃO AUTÔNOMA, VALE DIZER, É PRECISO DISTRIBUÍ-LOS, SENDO QUE INICIAM COM UMA PETIÇÃO INICIAL, NA QUAL É AUTOR/EMBARGANTE O CONTRIBUINTE E RÉU/EMBARGADO O FISCO. OUTRO MEIO DE DEFESA – EXCEÇÃO/OBJEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE *VANTAGEM: NÃO NECESSITA DE CAUÇÃO OU PRÉVIA GARANTIA! - QUANDO NÃO HÁ NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA; - PODE SER O MEIO DE DEFESA (não é ação autônoma, como os embargos!) IDEAL PARA DISCUTIR CAUSAS EVIDENTES DE INDEFERIMENTO DA EXECUÇÃO COMO: INICIAL SEM TÍTULO EXTRAJUDICIAL; TÍTULO ILÍQUIDO; PRESCRIÇÃO; DECADÊNCIA. - EM TESE, NÃO HÁ PRAZO PARA SER OPOSTA, PODENDO SER ADMITIDA A QUALQUER TEMPO. - MEDIDA SEM FORMA PRÉ-ESTABELECIDA, SENDO CONSTRUÇÃO DOUTRINÁRIA E JURISPRUDENCIAL Ementa EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. CABIMENTO. Admite-se a exceção de pré-executividade somente para apreciação de matérias de ordem pública e que não necessitam de dilação probatória. Jurisprudência do STJ. Hipótese em que a matéria invocada - ilegitimidade passiva ad causam por ter sido anulado o contrato de compra e venda do veículo tributado - depende de prova. Negado seguimento ao recurso. (Agravo de Instrumento Nº 70049366727, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria Isabel de Azevedo Souza, Julgado em 11/06/2012) Súmula 393 STJ A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória. Data da Publicação - DJ-e 7-10-2009 EXEMPLO PRÁTICO: OAB/FGV 2017. Caio era empregado da pessoa jurídica X há mais de 10 anos. No entanto, seu chefe o demitiu de forma vexatória, diante de outros empregados, sem o devido pagamento das verbas trabalhistas. Inconformado, Caio ajuizou medida judicial visando à cobrança de verbas trabalhistas e, ainda, danos morais. A decisão transitada em julgado deu provimento aos pedidos de Caio, condenando a pessoa jurídica X ao pagamento de valores a título de (i) férias proporcionais não gozadas e respectivo terço constitucional e, ainda, (ii) danos morais. Os valores foram efetivamente pagos a Caio em 2015. Em junho de 2016, a Fazenda Nacional ajuizou execução fiscal visando à cobrança de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física – IRPF incidente sobre as férias proporcionais não gozadas, o respectivo terço constitucional e os danos morais. No entanto, a Certidão de Dívida Ativa que ampara a execução fiscal deixou de indicar a quantia a ser executada. A ação executiva foi distribuída à 3ª Vara de Execuções Fiscais da Seção Judiciária de M, do Estado E. Caio foi citado na execução e há 10 (dez) dias foi intimado da penhora de seu único imóvel, local onde reside com sua família. Diante do exposto, redija, como advogado(a) de Caio, a peça prático-profissional pertinente para a defesa dos interesses de seu cliente, indicando o prazo, seus requisitos e os seus fundamentos, nos termos da legislação vigente. Considere que a peça processual a ser elaborada tem a garantia do juízo como requisito indispensável para sua admissibilidade. DESVENDANDO A PEÇA.... EMBARGOS À EXECUÇÃO! Direito material: *SÚMULAS 386 e 498 STJ. *Art. 202, II do CTN/ art. 2º, parágrafo 5º, inciso II da Lei 6.830/80. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE DA EXECUÇÃO FISCAL Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição. § 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da Fazenda Pública. § 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos. § 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados os autos para prosseguimento da execução. § 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 5o A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4o deste artigo será dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Incluído pela Lei nº 11.960, de 2009) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11051.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11051.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11960.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11960.htm#art4 Em 2018, no julgamento do RESp 1.340.553, o STJ definiu a sistemática de aplicação do instituto da prescrição intercorrente previsto pelo art. 40, §§ 1º e 2º da lei 6.830/80: a) O prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo prazo prescricional previsto no art. 40, §§ 1º e 2º da lei 6.830/80 – LEF, tem início automaticamente na data da ciência da Fazenda Pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, o dever de o magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da execução (tema 566). b) Havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não pronunciamento judicial nesse sentido, findo o prazo de 1 (um) ano de suspensão inicia-se automaticamente o prazo prescricional aplicável (tema 567). c) A efetiva constrição patrimonial e a efetiva citação (ainda que por edital) são aptas a interromper o curso da prescrição intercorrente, não bastando para tal o mero peticionamento em juízo, requerendo, v.g., a feitura da penhora sobre ativos financeiros ou sobre outros bens (tema 568). **Passados 6 (seis) anos – 1 ano da suspensão + 5 anos da prescrição – da ciência do ente público que o devedor não foi localizado, sem que venha ocorrer a efetiva citação, ainda que por edital, ocorrerá a prescrição intercorrente da execução. http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=RESp1340553 http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/L6830.htm Contagem do prazo da prescrição intercorrente, de acordo com o STJ: OUTRAS CARACTERÍSTICAS: - Intimações pessoais do Procurador da Fazenda Pública; (art. 25 da L.E.F.) - Os depósitos em dinheiro serão feitos na Caixa Econômica Federal, no que concerne a União e suas autarquias (art. 32 L.E.F.) - O Ministério Público não intervém neste tipo de ação, nem na condição de fiscal da lei. Outras ações de iniciativa do Fisco: MEDIDA CAUTELAR FISCAL Chamada, antigamente de “A ação de cautelar fiscal”, só pode ser impetrada contra sujeito passivo de crédito tributário ou não tributário, tendo como objetivo tornar indisponível os bens do contribuinte, sendo cabíveis de acordo com as hipóteses previstas na lei 8.397/92, antes ou no curso da ação de execução fiscal. Essa medida quem propõe é a Fazenda Pública e quando concedida a liminar os bem do requerido ficam indisponíveis ate o limite da satisfação da obrigação. E para conceder esta liminar não há necessidade da justificação prévia da Fazenda Pública, isto de acordo com o art. 7º da lei. *No atual CPC é recebida como tutela de urgência! . Em regra, a medidacautelar fiscal é ajuizada depois de constituído o crédito, pois visa a decretação da indisponibilidade de bens – casos em que o contribuinte começa a dilapidar o patrimônio, quando o crédito já está inscrito em dívida ativa. EXCEÇÃO: ** pode ser ajuizada quando o contribuinte, uma vez notificado do lançamento, puser ou tentar por seus bens em nome de terceiros. (art. 1º parágrafo único da lei federal nº 8.397/92). Cabimento da medida cautelar fiscal: (art. 2º lei nº 8.397/92). I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixa de pagar a obrigação no prazo fixado; II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a elidir o adimplemento da obrigação; III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens; IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu patrimônio; V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal: a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade; b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados ultrapassem trinta por cento do seu patrimônio conhecido; VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei; VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo órgão fazendário; IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito. Requisitos para instruir a inicial: Art. 3° Para a concessão da medida cautelar fiscal é essencial: I - prova literal da constituição do crédito fiscal; II - prova documental de algum dos casos mencionados no artigo antecedente. Efeitos da ação: Art. 4° A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de imediato, a indisponibilidade dos bens do requerido, até o limite da satisfação da obrigação. Juízo Competente: o mesmo da execução fiscal – Vara da Fazenda Pública da Comarca onde se situa o sujeito ativo. **Se a execução judicial estiver em Tribunal, será competente o relator do recurso. Requisitos da Inicial: Art. 6° A Fazenda Pública pleiteará a medida cautelar fiscal em petição devidamente fundamentada, que indicará: I - o Juiz a quem é dirigida; II - a qualificação e o endereço, se conhecido, do requerido; III - as provas que serão produzidas; IV - o requerimento para citação. PEDIDOS: - Citação do requerido (sujeito passivo) para contestar em 15 dias; - Concessão da medida em caráter liminar (tutela de urgência); - Concessão da medida para decretar indisponíveis os bens do devedor; - Apensamento aos autos da execução fiscal (se já houver). AÇÃO RESCISÓRIA - Cabível após o trânsito em julgado de sentença favorável ao contribuinte; - Hipóteses de cabimento no art. 966 do CPC: I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; IV - ofender a coisa julgada; V - violar manifestamente norma jurídica; VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. AÇÕES DE INICIATIVA DO SUJEITO PASSIVO Além dos embargos à execução (defesa à execução), o contribuinte/responsável pode insurgir-se contra o Fisco da seguinte forma, por meio de ações autônomas, antes mesmo de haver execução fiscal: - Ação Declaratória - Ação Anulatória de Lançamento Tributário - Mandado de Segurança - Ação de Repetição do Indébito - Ação de Consignação em Pagamento AÇÃO DECLARATÓRIA - Segue o procedimento comum; - Seu pedido principal é a declaração de existência ou de inexistência da relação jurídico-tributária *Geralmente pede-se quando há inocorrência do fato gerador ou a invalidade da norma em que se funda a pretensão do Fisco. • A coisa julgada pode alcançar o futuro, como por exemplo o procedimento administrativo de lançamento. • Se tiver ocorrido o lançamento, a ação cabível será outra (anulatória ou mandado de segurança). Outros exemplos de cabimento da ação declaratória: Situações em que se requeira a declaração de uma relação de isenção ou imunidade, de inexistência de uma relação tributária em virtude da inconstitucionalidade de uma lei ou ilegalidade de um ato, a existência de um direito de compensação ou de utilização de um crédito, entre outros. - Fundamento legal: Art. 319 e seguintes do CPC/ art. 19 CPC - Pedido principal: declaração da existência ou inexistência de relação jurídica entre autor e ré; - Valor da causa: o valor do tributo decorrente da relação discutida. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL -Segue o procedimento comum; - Seu pedido principal é a anulação do ato de lançamento, em decorrência de alguma nulidade ou irregularidade em sua produção; *É ajuizada após o lançamento, ou seja, após a constituição do crédito tributário. - Fundamento legal: Art. 319 e seguintes do CPC; art. 38 Lei 6.830/80. - Pedido principal: Anulação do ato administrativo que constituiu o crédito tributário, podendo ser o lançamento ou auto de infração; - Valor da causa: o valor do crédito que se pretende anular. Mandado de Segurança - Segue o rito previsto pela lei 12.016/2009 ; - Seu principal objetivo é atacar decisão/ato que contraria direito líquido e certo, não amparado por habeas data ou habeas corpus (art. 5º, LXIX CF). - Pode ser do tipo preventivo (antes da constituição do crédito) ou repressivo (após o lançamento). • Não admite dilação probatória ou ampla produção de provas; • Não há pedido de condenação em custas. Em matéria tributária, o campo de utilização do mandado de segurança é extremamente vasto. Com ele, pode-se impugnar um lançamento, um auto de infração, afastar óbices à compensação, ao reconhecimento de créditos, impugnar atos de cancelamento de imunidades ou isenções, obrigar a emissão de certidões negativas ou positivas com efeitos de negativa, etc. Em todos estes casos, se exige, apenas, a inexistência de controvérsia fática, resumindo-se a questão a aspectos jurídicos. Os argumentos para a justificação da tutela pretendida podem ser os mais diversos, como inconstitucionalidade da lei, violação de um princípio, ilegalidade do ato, incompetência da autoridade, decadência, prescrição, etc. - Prazo: 120 dias, contados da ciência do ato por parte do interessado. - Tipos: mandado de segurança repressivo ou preventivo. - Pedido: concessão da segurança - Não há condenação em honorários AÇÃO DE REPETIÇÃO DO INDÉBITO - Processada pelo rito comum e sua natureza é condenatória; - Condição: ter havido o efetivo pagamento e este esteja, de alguma forma, caracterizado como indevido; - Objeto da ação: restituição do pagamento indevido - Petição inicial: art. 319 CPC/ art. 165 CTN Fundamento no CTN: Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiaisdo fato gerador efetivamente ocorrido; II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. PRAZOS Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO - Processada pelo rito comum. - Objeto: o exercício do direito do contribuinte ao pagamento de um crédito tributário, em face de uma resistência no recebimento por parte do Fisco. - Fundamento: art. 164 CTN / art. 319 CPC - Pedido: autorização para realizar o depósito; julgada procedente a ação, que o depósito converta-se em renda no intuito de extinguir o crédito tributário. Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. § 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar. § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. De ocorrência mais provável é a situação prevista no inciso III, qual seja, mais de um ente tributante exigindo tributo idêntico sobre o mesmo fato gerador. Nestes casos, haverá, em verdade, um conflito no exercício efetivo da competência tributária. Exemplo desta situação seria um prestador de serviços, com estabelecimento e local de prestação diversos, querendo, os dois municípios, cobrarem o ISS sobre a atividade. Outro exemplo seria o proprietário de imóvel sendo cobrado, pela União e pelo município, ITR e IPTU, respectivamente. OUTRAS AÇÕES E PEÇAS DO DIREITO TRIBUTÁRIO AÇÃO EXECUTIVA (PELO RITO DO CPC) *Ente tributante contra ente tributante: ex: cobrança de taxas, não atingidas pela imunidade recíproca. RECLAMAÇÃO AO STF *Em face de ato administrativo ou decisão judicial que contraria súmula vinculante. RESCISÓRIA *Em face de decisão proferida contra o contribuinte, desde que encontre respaldo no art. 966 do CPC. RECURSOS EM GERAL - CPC IDENTIFICANDO A PEÇA... - Há crédito tributário constituído (lançamento/auto de infração)? - É necessária dilação probatória? - Há custas a serem pagas? - Qual meu pedido principal? Declaratório/ Anulatório ou constitutivo de algum direito? - Houve pagamento indevido por parte do contribuinte? IDENTIFICANDO A COMPETÊNCIA: - Tributos federais: IPI, IR, II, IE, ITR, IOF, IGF, ETC: Justiça Federal, em regra, com exceção do IRRF dos servidores públicos, que será da Justiça Estadual da capital ou na sede do órgão/ente do servidor público estadual e municipal - Art. 157, inciso I, da CRFB/88 e Súmula 447 do STJ. - Tributos Estaduais e Municipais: Justiça Estadual - *Observar também quando União, Estado, DF, Município, Autarquias e Empresas Públicas foram partes. *art. 109 da CF. Exercício: José da Silva, servidor público da Administração Direta do Estado X, teve sua licença-prêmio convertida em pecúnia, uma vez que não foi possível gozá-la, por necessidade do serviço. Ao receber tal valor em seu contracheque, verificou que havia sido descontado na fonte o Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF). Inconformado, o servidor propôs ação contra o Estado X perante a 3ª Vara de Fazenda Pública da Capital, juntando todos os documentos comprobatórios do desconto efetuado, a fim de obter a restituição do valor descontado. O magistrado estadual indeferiu de plano a petição inicial, extinguindo a demanda sem resolução do mérito, por afirmar que o Estado X era parte ilegítima para figurar no polo passivo de processo envolvendo Imposto sobre a Renda, tributo de competência da União. Como advogado(a) do servidor, redija a peça prático-profissional adequada para tutelar o seu interesse no bojo deste mesmo processo, ciente de que decorreram apenas 10 dias desde a publicação da sentença Exercício: A indústria Alfa vende bebidas para o supermercado Beta, que, por sua vez, revende-as a consumidores finais, sendo certo que todas as operações ocorrem dentro dos limites do estado ABC, em cuja capital estão domiciliadas as duas sociedades empresárias. No estado ABC tem vigência a Lei Ordinária nº 123, que prevê a indústria como substituta tributária do ICMS incidente nas operações subsequentes. Em abril de 2017, o estado ABC exigiu de Alfa todo o tributo incidente sobre a cadeia produtiva descrita. Assim, Alfa pagou o ICMS incidente na operação própria (a venda que fez ao supermercado Beta) e também na operação subsequente – isto é, o ICMS que incidiria na operação entre o supermercado Beta e os consumidores finais. Dessa forma, para a verificação do valor a ser pago, o ICMS foi calculado sobre o valor presumido de venda da mercadoria ao consumidor final. Ocorre que, para surpresa da indústria Alfa, o supermercado Beta, que sempre vendeu as bebidas produzidas por Alfa pelo valor de R$ 16,00 (dezesseis reais), resolveu, diante da crise econômica, comercializar as bebidas por R$ 14,00 (catorze reais). Na qualidade de advogado(a) do escritório X, redija a medida judicial adequada para condenar o Estado ABC a restituir, em espécie, o valor do tributo pago a mais. EXERCÍCIO Em 1º de janeiro de 2014, a União publicou lei ordinária instituindo Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (CIDE) incidente sobre as receitas decorrentes de exportações de café. As alíquotas da CIDE em questão são diferenciadas conforme o Estado em que o contribuinte for domiciliado. De acordo com a lei, a nova contribuição servirá como instrumento de atuação na área da educação, sendo os recursos arrecadados destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental. A pessoa jurídica ABC, exportadora de café, inconformada com a nova cobrança, não realiza o pagamento do tributo. Por tal razão, em 2015, a União ajuizou execução fiscal para a cobrança do valor inadimplido, atualmente em trâmite na 1ª Vara Federal de Execução Fiscal da Seção Judiciária do Estado “X”. Diante destes fatos, apresente a medida judicial adequada para impugnação da cobrança da nova contribuição, expondo, justificadamente, todos os argumentos aplicáveis. Para a escolha da medida judicial adequada, considere que esta não poderá ser admitida antes de garantida a execução e que o executado foi intimado de penhora realizada há 15 dias. EXERCÍCIO Por ocasião da importação de equipamentos eletrônicos realizada pela pessoa jurídica PJ, a União entendeu que o recolhimento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) por parte da contribuinte havia sido realizado de forma incorreta. De acordo com a União, no caso de desembaraço aduaneiro, o IPI deveria incidir sobre o valor correspondente a 200% do preço corrente dos equipamentos no mercado atacadista da praça do remetente, acrescido do Imposto de Importação (II), das taxas exigidas para a entrada do produto no país e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador. Assim, considerando equivocado o recolhimento do tributo, a União determinou a apreensão dos equipamentos,bem como a interdição do estabelecimento da pessoa jurídica, até pagamento integral do montante devido. Lavrado auto de infração para a cobrança dos valores supostamente devidos, a pessoa jurídica PJ, inconformada com esta situação, decide apresentar medida judicial para a desconstituição do crédito tributário e, nesse sentido, contestar as medidas adotadas pela Fazenda Nacional. Diante dos fatos narrados, sabendo que as medidas adotadas pela Fazenda Nacional datam de mais de 120 dias e estão causando prejuízos irreparáveis e que não há processo judicial em trâmite a respeito desse caso, redija a peça processual adequada para a garantia dos direitos da pessoa jurídica PJ, que pretende ver a União condenada em honorários de sucumbência. EXERCÍCIO Em 2003, João ingressou como sócio da sociedade D Ltda. Como já trabalhava em outro local, João preferiu não participar da administração da sociedade. Em janeiro de 2012, o Município X, ao verificar que a D Ltda. deixou de pagar o IPTU lançado no ano de 2004, referente ao imóvel próprio em que tem sede, inscreveu a sociedade em dívida ativa e ajuizou execução fiscal em face desta, visando à cobrança do IPTU e dos acréscimos legais cabíveis. Após a citação da pessoa jurídica, que não apresentou defesa e não garantiu a execução, a Fazenda Municipal solicitou a inclusão de João no polo passivo da execução fiscal, em razão de sua participação societária na executada, o que foi deferido pelo Juiz. João, citado em fevereiro de 2012, procura um advogado e explica que passa por grave situação financeira e que não poderá garantir a execução, além de não possuir qualquer bem passível de penhora. Ao analisar a documentação trazida por João, o advogado verifica que há prova documental inequívoca de seu direito. Assim, como advogado de João, elabore a peça adequada à defesa de seu cliente nos próprios autos da execução fiscal.
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