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1 SEGUNDA AVALIAÇÃO PRESENCIAL – 2018.2 DISCIPLINA: EDUCAÇÃO E TRABALHO Prof. Dr. Dalton Alves Profª. Drª Fátima Chaves Profª. Ms. Roberta Guimarães Prof. Dr. Robert Lee Segal Nome: Matrícula: Polo: QUESTÕES OBJETIVAS: QUESTÃO (01) = [2.0 Pontos – 0,40 cada alternativa] (Tema trabalhado na AD2) Considerando as ideias relativas ao Projeto Nacional de Educação “para” a classe trabalhadora brasileira forjado na década de 1940, discutidas nos textos 10, 12 e 13 do cronograma, responda ao que se pede a seguir: Assinale ( C ) Certo ou ( E ) Errado para as alternativas abaixo: 1. ( ) Getúlio Vargas deu início à execução de um projeto nacional de educação para os trabalhadores brasileiros o qual teve amplo apoio e aceitação na sociedade, inclusive com a participação dos trabalhadores, dos sindicatos e partidos trabalhistas e de alguns empresários em sua elaboração; 2. ( ) Se diz “para” a classe trabalhadora pois se trata de um projeto nacional de formação pensado para os trabalhadores por quem não é trabalhador, mas dele precisa. 3. ( ) Este projeto fez parte de um projeto político pedagógico da burguesia industrial que visava a construção da sua hegemonia através da instrumentalização de uma proposta educacional focada no desenvolmento nacional a partir da industriação. 4. ( ) Fazia parte do escopo desse projeto que a formação profissionalizante da mão-de-obra disponível fosse realizada nos mesmos moldes da educação geral e humanista da rede oficial, Estatal, com base no princípio de que todos são iguais perante a lei. 5. ( ) Esse projeto nacional de educação tinha como meta principal atender sim aos interesses da indústria nascente e à sua imediata necessidade de trabalhadores qualificados para o trabalho na indústria, mas também tinha como objetivo não menos importante que era acabar com o dualismo educacional que marcou a educação nacional desde a Colônia. GABARITO: E, C, C, E, E QUESTÃO (02) = [2.0 Pontos – 0,40 cada alternativa] TEXTO 13 = BATISTA, Eraldo Leme. “O Instituto de Organização Racional do Trabalho – IDORT, como instituição educacional nas décadas de 1930 e 1940 no Brasil”. Nesse texto, temos que: No período do Estado Novo e durante o início do Governo provisório, o país vivenciava o crescimento interno da indústria e precisava de mão de obra UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 2 qualificada, porém, devido à economia de Guerra, o governo enfrentava dificuldades de importar técnicos para o trabalho. Nesse contexto acontece outra reforma da educação, conhecida como Capanema ou Leis Orgânicas do Ensino (1943-1946). Sobre a participação do governo na profissionalização em nível técnico, marque F ou V nas afirmativas abaixo: 1) ( ) Os cursos foram: Ensino Industrial [1942], Ensino Comercial [1943] e Ensino Agrícola [1946]; 2) ( ) Os cursos, surgidos com as Leis Orgânicas, tinham 2 ciclos - o fundamental de 4 anos e o técnico de 3 a 4 anos -, resolveram todos os problemas da formação profissional do Brasil; 3) ( ) O não acesso a todos os ramos do ensino superior contribuiu para o preconceito em relação aos cursos profissionalizantes; 4) ( ) Como a maioria dos trabalhadores não tinha formação específica, diante da demanda produtiva, o governo permitiu a institucionalização de agências profissionalizantes paralelas ao sistema oficial, surgindo o Sistema S; 5) ( ) Com essa Reforma, o governo manteve um sistema único de escola, terminando com o sistema dual; GABARITO: V, F, V, V, F QUESTÃO (03) = [2.0 Ponto – 0,40 cada alternativa] TEXTO 17 = HYPOLITO, Álvaro Moreira; VIEIRA, Jarbas Santos; Pizzi, Laura Cristina Vieira. “Reestruturação curricular e autointensificação do trabalho docente”. Os autores discutem os impactos dos processos de reestruturação educacional e curricular propostos pelas atuais políticas neoliberais. Sobre esse tema, “processos de reestruturação educacional e curricular”, marque as afirmativas Verdadeiras (V) e as Falsas (F): a. ( ) Trazem um aumento da intensificação do trabalho de professores e professoras, mas não afetam a fabricação das identidades docentes; b. ( ) Novos requisitos educacionais passaram a ser exigidos do professorado e das escolas, tais como, o princípio da competência e modelos gerencialistas de avaliação do sistema; c. ( ) Para ganhar tempo, as habilidades coletivas de trabalho são aumentadas enquanto as habilidades de gerência são reduzidas; d. ( ) Implica uma sensação crônica e persistente de sobrecarga de trabalho que sempre parece estar aumentando, mais e mais tem para ser feito e menos tempo existe para fazer o que deve ser feito. e. ( ) Essas mudanças não somente tem interferido nos corpos, mas também, e talvez principalmente, no emocional do professorado. GABARTO: F, V, F, V, V 3 QUESTÕES DISSERTATIVAS Orientações: Procure responder às questões dissertativas usando suas próprias palavras, com criatividade e demonstrando coerência expositiva e argumentativa ao redigir, escreva fazendo sempre uma introdução, desenvolvimento e conclusão. Lembre-se, não basta afirmar ou apenas enunciar a ideia correspondente ao que se pede em cada questão, é preciso explicá-la adequadamente. Bom Trabalho! QUESTÃO 04 = [2.0 Pontos] “(...) eis que apesar da sua grande responsabilidade pedagógica e social, os educadores não são tratados de forma digna na sociedade brasileira”/Texto 16, p.77. No Texto 16, de OLIVEIRA e PIRES – “Da precarização do trabalho docente no Brasil e o processo de reestruturação produtiva”, os autores fazem uma análise histórica e conceitual da valorização e da precarização do trabalho docente a partir do princípio da dignidade humana e profissional dos professores em seu local de trabalho. Considerando essas ideias extraia delas elementos para a redação de um texto dissertativo sobre o Tema: O mal-estar docente e o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado no habitat laboral GABARITO: Para o desenvolvimento deste tema com base no texto 16 de Oliveira e Pires, os estudantes podem adotar uma linha na qual tratem da definição dos termos que aparecem no enunciado do tema sugerido, começando por esclarecer o que se entende como “mal-estar docente”, depois “direito”, ou seja, estado de direito e, por fim, “meio ambiente ecologicamente equilibrado no habitat laboral’, entendo “habitat laboral”, como o relativo ao trabalho docente nas escolas. Outra possibilidade é iniciar por comentar e explorar o significado da citação em destaque da qual se parte para enunciar a questão e desenvolver o texto discutindo, sobretudo, o problema da dignidade da pessoa humana dos educadores a qual não é respeitada em sua plenitude pela sociedade apesar de toda a importância pedagógica e social que se atribui, e de fato tem, o trabalho docente nos tempos atuais. Ocorre neste caso uma cisão entre o discurso proclamado de valorização do trabalho docente e a efetivação real e concreta deste discurso. Desta cisão resulta todo uma situação de precarização do trabalho docente, rebaixamento salarial, más condições de trabalho, configurando um quadro geral que os autores denominam de “mal-estar docente” no ambiente laboral e que gera na pessoa do profissional do ensino diversos problemas de saúde, indo além de ser apenas uma questão salarial como de praxe se pensa. A seguir, destacamos alguns poucos trechos do texto e de outros materiais enviados para o estudo sobre este tema para que se possa compreender melhor o que se esperava acerca da compreensão dos estudos sobre esse tema, claro que se espera isto de uma forma gerale compatível com o desenvolvimento dos estudantes de um segundo período da faculdade. Trechos e citações: 4 Há profundas carências de políticas públicas de valorização real do trabalho docente e falta de zelo com a efetivação das normas que visam dar garantias à “dignidade da pessoa humana, quando inserida no âmbito do trabalho”. (Texto 16, p.93) Ao nível dos discursos proclamados o Estado reconhece que ao professor, como a qualquer outra profissão, deve-se garantir “um ambiente de trabalho equilibrado, sendo este um direito fundamental, eis que diz respeito à dignidade da pessoa humana”, mas, na prática, não garante efetivamente que isto se realize de fato (Ibid.). (...) Quando a Constituição Federal, em seu art. 225, fala em meio ambiente ecologicamente equilibrado, está mencionando todos os aspectos do meio ambiente. E, ao dispor, ainda, que o homem para encontrar uma sadia qualidade de vida necessita viver nesse ambiente ecologicamente equilibrado, tornou obrigatória também a proteção do ambiente no qual o homem, normalmente, passa a maior parte de sua vida produtiva, qual seja, o do trabalho (PADILHA apud TEXTO 16, p.94). A precarização do trabalho docente é o maior problema que afeta a dignidade dos professores no trabalho, como já se afirmou, porém, não é o único. Isto se relaciona e traz consequências imediatas, também, sobre o habitat laboral, que por sua vez afeta diretamente a saúde dos professores. O descaso estatal no que diz respeito ao trabalho docente não se limita a questão salarial, (...) visto que, nem ao menos uma estrutura digna em contribuição ao meio ambiente de trabalho equilibrado está dentre as prioridades das políticas públicas. Muito pelo contrário, a falta de infraestrutura em todos os sentidos [...] evidencia a precarização do ambiente de trabalho docente (Ibid.). O habitat laboral afeta diretamente na saúde do trabalhador docente, portanto, contar com uma infraestrutura de trabalho decente, digna e adequada não é algo periférico na vida profissional dos professores. Isto é essencial. Caso contrário agrava-se a já “grande sensação de mal-estar docente”, (...) gerada quando da análise das condições psíquicas do ambiente de trabalho. Estresse, depressão, síndrome de burnot, síndrome do pânico, dentre outras doenças psíquicas decorrentes da função laboral, são os principais fatores que levam os professores a pedir afastamento da sala de aula. (TEXTO 16, p. 95). E mais ainda: A necessidade de valorização do trabalho docente decorre do imperativo constitucional de assegurar a todos uma vida digna, bem como implica nas condições mínimas do exercício para a profissão (Ibid.) QUESTÃO 05 = [2.0 pontos] No TEXTO 12, GOMES, Hélica. “Os modos de organização e produção do trabalho e a educação profissional no Brasil: uma história de dualismos e racionalidade técnica”, está escrito: “a educação brasileira foi sempre dualista” (2013, p. 60). Explicar o que é educação dualista. Esta ainda existe no Brasil? Citar ao menos um exemplo. GABARITO: A educação brasileira foi sempre dualista, tendo, de um lado, uma educação acadêmica para a camada dominante, atingindo uma minoria, que procurava conquistar ou manter seu status social. E, de outro lado, um ensino de baixo nível, insuficiente e precário para a grande camada da população desprivilegiada econômica e socialmente (GOMES, 2013, p. 60-62). Apesar dos discursos proclamados em defesa de uma escola única e de qualidade para todos, na prática os governos pouco ou nada fizeram para criar e manter um sistema único de escola, prevalecendo o sistema dual de ensino no qual as camadas médias e superiores procuravam o ensino secundário e superior enquanto as camadas populares recorriam às escolas de nível primário e profissional. Mantem-se assim o sistema dual de ensino porque não se rompe com o esquema de um tipo de escola de formação de excelência intelectual 5 para os mais ricos e outro tipo de escola minimalista, com parca formação intelectual, voltada mais para capacitação técnica e operacional, com o mínimo de domínio teórico, bem ao estilo da “educação aos operários em doses homeopáticas” proposta por Adam Smith, que orientou o tipo de escola PARA os trabalhadores criado já na Primeira Revolução Industrial. Outro elemento importante é o fato de não terem sido consultados nem os trabalhadores e nem as suas organizações de classe, sendo completamente ignorados ao se pensar o tipo de escola profissional criada a partir da década de 1940 no Brasil e em que estas escolas deveriam atender às necessidades de formação profissional e de formação humana dos trabalhadores. Foram convocados para esta missão apenas os organismos de classe dos empresários, tais como, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a escola profissional nasce assim pensada para atender prioritária e unicamente àquilo que as indústrias e o mercado de trabalho precisavam, desprezando-se neste processo o que interessaria também aos trabalhadores. Exemplo: A manutenção, de um lado, de uma educação formal em escolas de formação geral, humanista e intelectual e, de outro lado, a criação de sistemas de ensino, não formais, isto é, não fazendo parte das políticas públicas oficiais do Governo, as chamadas escolas técnicas ou profissionalizantes, tais como os cursos criados e sustentados pelo Sistema S, que deram origem ao SENAI, SENAC, SESI, SENAR etc., voltados para uma educação técnica e operacional de preparação de uma mão-de-obra útil para a indústria e para o comércio. Enfim, o dualismo se dá, neste caso, na constatação da existência de dois sistemas distintos de educação, um para desenvolver os aspectos intelectuais voltado para as classes médias e ricas e outro para desenvolver os aspectos manuais, práticos e operacionais voltado para as classes trabalhadoras e pobres.
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