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UNIP 2º. SEM 2018 Disciplina: SENTENÇA E RECURSOS CIVIS Professor: VARCILY QUEIROZ BARROSO DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA (Arts. 485 a 508, CPC) DISPOSIÇÕES GERAIS (Arts. 485 a 488, CPC) ATOS DO JUIZ (art. 203) ▪ Despacho ▪ Decisão interlocutória ▪ Sentença CONCEITO: É o ato pelo qual o juiz dá cumprimento à obrigação jurisdicional do Estado, ou seja, é a decisão sobre o pedido do autor, no processo de conhecimento ou de execução, feita por um juiz competente e segundo as normas processuais. SENTENÇA “É o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos artigos 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução” (art. 203,§1º) ESPÉCIES DE SENTENÇA (art. 203, §1º) ▪ Terminativa: Extingue o processo sem resolução do mérito (art. 485, CPC) ▪ Definitiva: Extingue o processo com resolução do mérito (art. 487, CPC) Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial; II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; VIII - homologar a desistência da ação; IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste Código. § 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. § 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. § 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. § 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. § 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. § 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu. § 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; III - homologar: a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; b) a transação; c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485. DOS ELEMENTOS E DOS EFEITOS DA SENTENÇA (Arts. 489 a 498, CPC) ELEMENTOS ESSENCIAIS DA SENTENÇA (art. 489) a) RELATÓRIO b) FUNDAMENTAÇÃO (MOTIVAÇÃO) c) PARTE DISPOSITIVA RELATÓRIO Permite que o juiz demonstre que conhece o processo que vai julgar; Sumário do processo, apontando o que nele se verificou de mais importante; Obriga o juiz a estudar o processo; Deve constar: nomes das partes, identificação do caso, razões do pedido e da contestação e registros das principais ocorrências (incidentes ou institutos) processuais. FUNDAMENTAÇÃO (MOTIVAÇÃO) ▪ objetiva mostrar as razões da decisão; ▪ o juiz deve referir-se a valoração da prova; ▪ não se admite sentença que não façam referência aos motivos pelos quais uma prova não é admitida; ▪ o juiz deve explicar as razões pelas quais a prova demonstra, ou não, uma afirmação de fato; ▪ permite o vencido entender os motivos de seu insucesso; ▪ não basta o juiz está convencido mas demonstrar as razões de seu convencimento; ▪ permite o controle do juiz pelas partes e pela sociedade; ▪ não constitui garantia absoluta de que uma decisão não esconde arbítrio. PARTE DISPOSITIVA ▪ local em que o juiz afirma se acolhe ou não o pedido do autor; o juiz resolverá as questões que as partes lhe submeteram; dá resposta ao pedido do autor, é a conclusão da sentença; ▪ fica revestida pela autoridade da coisa julgada material; A sentença que não tenha relatório, fundamentação ou dispositivo é considerada nula. § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. § 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. § 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé. Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos formulados pelas partes. ELEMENTOS QUANTO À INTELIGÊNCIA DO ATO → Deve ser inteligível e insusceptível de interpretações ambíguas ou equívocas; → Linguagem simples e períodos curtos ✓ Precisão ✓ Clareza → A sentença deve ser certa e liquida; → A sentença deve conter-se nos limites do pedido (art. 141, CPC); → Sentença ultra ou extra petita contém vício que afeta sua eficácia. Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte. Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional. Em decorrência desse princípio, denominado “da conformidade” (também chamado do paralelismo, da congruência, ou da adstrição), a sentença não pode apresentar vícios em relação ao pedido. A sentença deve também ser certa, ainda quando decida relação jurídica condicional. PRINCÍPIO DA CONFORMIDADE Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo Supremo TribunalFederal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. § 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. Sentenças proferidas antes da citação do réu, nas hipóteses do artigo acima. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA LIMINAR Definitiva: a) No início (art. 332) b) Após o prazo de contestação • Não havendo necessidade de outras provas: JAM (art. 355,I) • Ocorrendo a revelia e seus efeitos: JAM (art. 355,II) c) Após a fase de instrução: AIJ MOMENTO DO PRONUNCIAMENTO DA SENTENÇA Terminativa: a qualquer tempo (apresentadas as condições) a) Quanto aos seus efeitos: ▪ Sentença Declaratória ▪ Sentença Condenatória ▪ Sentença Constitutiva ▪ Sentença Mandamental (ação de despejo) ▪ Sentença Executiva b) Quanto à decisão: ▪ Terminativa ▪ Definitiva CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DA SENTENÇA ✓ Declaram a existência ou inexistência de uma relação jurídica, ou, excepcionalmente, da autenticidade ou falsidade de documento. ✓ Fundam-se no art. 19 do Código de Processo Civil. ✓ Retroage à época em que se formou a relação jurídica, ou em que se verificou a situação jurídica declarada (possui efeito ex tunc). ✓ É declaratória negativa quando negar a existência de direito que ampare a pretensão deduzida pelo autor. SENTENÇAS MERAMENTE DECLARATÓRIAS SENTENÇAS CONSTITUTIVAS São as que tem como objeto a constituição ou desconstituição de relações jurídicas (declaram o direito, criam, modificam ou extinguem uma relação jurídica). SENTENÇAS CONDENATÓRIAS São as que, além de declarar o direito, também impõem ao réu uma obrigação, como a condenação ao pagamento de uma indenização por perdas e danos. São as consequências jurídicas que da sentença podem advir e que dependerão do tipo de tutela requerida pelo autor. → Tutela declaratória (soluciona uma incerteza); → Tutela condenatória (impõe uma obrigação a ser cumprida); → Tutela constitutiva (constitui ou desconstitui relação jurídica – efeito ex nunc) EFEITOS DA SENTENÇA a) Ausência dos elementos essenciais da sentença; b) Vedação de o juiz proferir sentença ilíquida quando o autor formular pedido certo; → A sentença é nula se o juiz julgar fora do pedido proferindo sentença ilíquida quando o pedido é certo; DEFEITOS DA SENTENÇA c) Vedação de a sentença julgar fora do pedido, ou aquém, ou além do pedido (art. 492, CPC). → Sentença que julga fora do pedido → nula, outra deverá ser proferida pelo juiz de primeiro grau; → Sentença que julga além do pedido EXTRA PETITA: É a sentença que, não apreciando o pedido, defere objeto diverso do que foi demandado, hipótese em que o autor permanece sem resposta jurisdicional. ULTRA PETITA: É a sentença que excede os limites do pedido, ou seja, o juiz decide além do que foi formulado nos autos. CITRA PETITA: É a sentença que fica aquém do pedido. O juiz não analisa totalmente o que foi solicitado pelo autor. e) A sentença deve ser certa, mesmo decidindo relação jurídica condicional. → Não é possível a sentença condicionar sua eficácia a evento futuro e incerto por ela mesmo criado; → Pode regular negócio jurídico que contemple condição; → É nula a sentença que condiciona a eficácia da condenação ao preenchimento de certos requisitos (art. 492, par. único) PUBLICIDADE DA SENTENÇA Como ato público deve ser publicado para produzir seus efeitos; Publicada em audiência que é pública, tem-se a sentença publicada (art. 1003, §1o, CPC); A publicação fixa o teor da sentença mas não termina o ofício do magistrado; Após a publicação da sentença, o juiz não pode mais alterá-la: Exceções: → Corrigir, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais (ex: nome das partes), ou retificar erros de cálculo. → Embargos de declaração, oferecidos por uma das partes, para esclarecer obscuridade, dúvida ou contradição, ou quando foi omitido ponto sobre que deveria pronunciar-se a sentença. Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração. ALTERAÇÃO DA SENTENÇA DA REMESSA NECESSÁRIA (Art. 496, CPC) SENTENÇA SUJEITA AO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO (ART. 496,CPC) → Só produzem efeito após confirmada pelo tribunal, as sentenças (de mérito): I – proferida contra as Fazendas Públicas e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. → Não havendo apelação, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, caso não faça, o presidente do tribunal deverá avocá-los. → Não se aplica o dispositivo quando a sentença estiver fundada (art. 496,§4º): I - súmula de tribunal superior; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. → Não incidência: dispensa do reexame quando não exceder os limites expostos no art. 496, §3º: I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
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