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DA SENTENÇA

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DA SENTENÇA
· Conceito: (art. 203, § 1º, do CPC) – “... é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução”.
· Finalidade: é emitida com prestação do Estado, em virtude da obrigação assumida na relação jurídico-processual (processo), quando a parte ou as partes vierem a juízo, isto é, exercerem a pretensão à tutela jurídica. 
· Espécies de sentença: O art. 203, § 1º, do CPC, ao indicar os conteúdos possíveis de uma sentença, permite distinguir duas espécies: 
· as que extinguem o processo sem resolução de mérito (hipóteses do art. 485) e aquelas em que o juiz resolve o mérito, pondo fim ao processo ou à fase cognitiva (art. 487). 
· Ele se limitará a pôr fim ao processo, sem examiná-la, caso em que a sentença será chamada terminativa (art. 485). E há casos em que ele resolve o mérito, caso em que a sentença será definitiva (art. 487). 
· Conteúdo: (art. 458, CPC) – são condições intrínsecas (essenciais): Relatório; Fundamentos de Fato e de Direito (motivação); Dispositivo (conclusão).
· Relatório: Antes de passar à exposição dos fundamentos e à decisão propriamente dita, o juiz fará um relatório, que deverá conter os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo. 
· Trata-se de exigência que visa assegurar que ele tenha tomado conhecimento do que há de relevante para o julgamento, garantia do devido processo legal, que deverá ser observada sob pena de nulidade.
· Motivação: requisito diretamente ligado ao princípio do livre convencimento – exame criterioso dos fatos e do direito, são objetos:
· fixação das premissas da decisão;
· exame das alegações relevantes das partes;
· enquadramento do litígio nas normas legais aplicáveis (não adstrito aos fundamentos das partes);
· Considerações – não há uma sequencia obrigatória entre o exame do fato e do direito – a falta de motivação dá lugar à nulidade do ato decisório (CF, art. 93, IX).
· Dispositivo: É a parte final da sentença, em que o juiz decide se acolhe, rejeita o pedido ou se extingue o processo, sem examiná-lo. É a conclusão do silogismo judicial, em que se examina se a pretensão formulada pelo autor na petição inicial pode ou não ser apreciada e, em caso afirmativo, se pode ou não ser acolhida. 
· Classificação: Direto (condenação do réu) Indireto (se limita a referenciar sobre a procedência ou não do pedido)
· Requisitos Formais da Sentença:
· Clareza: inteligível e insuscetível de interpretações ambíguas ou equivocadas;
· Precisão: refere-se à certeza da decisão – devendo conter-se nos limites do pedido.
· Prolação: 
· As terminativas podem ser proferidas a qualquer tempo, bastando que o juiz verifique que não há condições de prosseguir, pois o pedido não poderá ser apreciado;
· Já as sentenças de acolhimento ou rejeição do pedido (definitivas) podem ser proferidas em quatro oportunidades distintas: 
· de início, antes que o réu seja citado, nas hipóteses do art. 332 do CPC; 
· nos casos de revelia, em que haja presunção de veracidade dos fatos alegados na inicial, desde o momento em que ela tenha se configurado (julgamento antecipado do mérito — art. 355, II, do CPC); 
· após a contestação ou a réplica do autor, quando não houver necessidade de outras provas (julgamento antecipado do mérito — art. 355, I, do CPC); 
· após a conclusão da fase de instrução, depois de as partes apresentarem suas alegações finais, na audiência de instrução e julgamento, nos casos em que houver necessidade de provas a respeito dos fatos controvertidos.
· Publicação: É ato público. ‘Enquanto não publicada não será ato processual, e não produzirá qualquer efeito’ (Amaral Santos).
· Se em Audiência: consiste na ‘leitura da sentença’ (art. 456, CPC) – intimação das partes no mesmo ato (art. 242,§1º, CPC);
· Se não proferida em Audiência: a publicação será feita em cartório pelo escrivão – e a intimação aos advogados pelo diário – ou marca-se nova audiência (Justiça do Trabalho).
· Publicação e Intimação: são atos distintos, praticados separadamente.
· o escrivão publica a decisão (integrando-a ao processo – termo de juntada lavrado aos autos);
· a intimação ocorre em seguida, pela ciência dada às partes (meios previstos na lei);
· na intimação a sentença já estava publicada e imodificável pelo prolator;
· a intimação faz iniciar a contagem de prazo para a(s) parte(s);
· a publicação tem função de dar ciência da decisão.
· Efeitos da Publicação: 
· torna-se pública a prestação jurisdicional;
· fixa-se o teor da sentença, tornando-a irretratável para o seu prolator (não poderá revogar ou modificar).
· Correção e Integração da Sentença: Exceção ao Princípio da Irretratabilidade para corrigir:
· Inexatidões materiais e erros de cálculo (em qualquer parte da sentença – equívoco no nome da parte, no valor da condenação. 
· Por meio de Embargos de Declaração: endereçados ao próprio prolator (obscuridade, contradição ou omissão) – prazo de 5 dias.
· As Sentenças e os seus Efeitos:
Pode-se dizer que há três tipos de tutela nos processos de conhecimento: 
· a declaratória,
· a constitutiva
· a condenatória e
· a mandamental.
· Tutela declaratória: É aquela em que a pretensão do autor se limita a que o juiz declare a existência ou inexistência de uma relação jurídica, ou a autenticidade ou falsidade de um documento (CPC, art. 19). 
· Tutela constitutiva: É aquela que tem por objeto a constituição ou desconstituição de relações jurídicas. 
· Tutela condenatória: A sentença condenatória impõe ao réu uma obrigação, consubstanciada em título executivo judicial. Tutela condenatória A sentença condenatória impõe ao réu uma obrigação, consubstanciada em título executivo judicial.
· Mandamentais: têm por fim obter que o juiz emita uma ordem a ser observada pelo demandado.
· Executivas ‘Lato Sensu’: apreciam e decidem sobre a relação existente entre o demandado e os bens que serão objeto da futura atividade executória – permite a execução no mesmo processo.
· Defeitos da sentença:
· Sentença “extra petita”: É aquela em que o juiz julga ação diferente da que foi proposta, sem respeitar as partes, a causa de pedir ou pedido, tais como apresentados na petição inicial. Dispõe o caput do art. 492: “É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida (...) ou em objeto diverso do que lhe foi demandado”
· Sentença “ultra petita”: É aquela em que o juiz julga a pretensão posta em juízo, mas condena o réu em quantidade superior à pedida. O art. 492 do CPC veda que ele o faça. O vício é menos grave que o anterior, porque o juiz proferiu sentença da natureza que foi pedida e concedeu o objeto postulado. Apenas o fez em quantidade superior. 
· Sentença “infra” ou “citra petita”: Não há uniformidade de nomenclatura a respeito. Por sentença infra ou citra petita denominamos aquela em que o juiz deixa de apreciar uma das pretensões postas em juízo, não aprecia um dos pedidos, quando houver cumulação. 
· Fatos Novos e Direito Superveniente: art. 462, CPC
· FATOS: podem e devem ser levados em conta pelo juiz – desde que relevantes ao julgamento da causa. 
· DIREITO: desde que tenha aptidão para influenciar no julgamento – sem violar ato jurídico perfeito ou direito adquirido.

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