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1 UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL ENGENHARIA AMBIENTAL VANESSA F. AMORIM JÉSSICA PACHECO ERIKA R. CERSKI FILIPE MASIERO KELLEN T. DA CUNHA POLÍMEROS CANOAS 2013 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4 1 DEFINIÇÃO ......................................................................................................... 5 2 CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍMEROS .............................................................. 6 2.1 Classificação quanto ao tipo de estrutura química .................................. 6 2.1.1 Em relação ao número de diferentes meros presentes no polímero....... 6 2.1.2 Em relação a estrutura química dos meros que constituem o polímero . 7 2.1.3 Em relação a forma da cadeia polimérica ................................................ 8 2.2 Classificação quanto às características de fusibilidade .......................... 8 2.3 Classificação quanto ao comportamento mecânico ................................. 8 2.4 Classificação quanto a natureza .................................................................. 9 3 PROPRIEDADES FÍSICAS DOS POLÍMEROS .............................................. 10 4 OBTENÇÃO ...................................................................................................... 13 4.1 Processos de Obtenção de Polímeros ...................................................... 13 4.1.1 Reações de Polimerização...................................................................... 13 4.1.1.1 Polimerização por Adição ................................................................. 14 4.1.1.2 Polimerização por Condensação ...................................................... 14 4.2 Técnicas de Polimerização ......................................................................... 15 4.2.1 Polimerização em Massa ........................................................................ 15 4.2.2 Polimerização em Solução ...................................................................... 15 4.2.3 Polimerização em Emulsão ..................................................................... 16 4.2.4 Polimerização em Suspensão ................................................................. 17 5 APLICAÇÕES ................................................................................................... 18 3 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 21 4 INTRODUÇÃO Na atualidade, a utilização de polímeros em substituição de outros materiais vem sendo cada vez maior. Automóveis, brinquedos, peças para industrias e muitos outros materiais tem sido produzidos a partir deste materiais, que por sua vez apresentam propriedades superiores e custos mais baixos. O presente trabalho tem por objetivo, portanto, demonstrar de forma clara e objetiva todas as propriedades deste tipo de material, bem como suas principais formas de obtenção e suas inúmeras aplicações. 5 1 DEFINIÇÃO A palavra polímero origina-se do grego poli (muitos) e mero (unidade de repetição). Assim, um polímero é uma macromolécula composta por muitas (dezenas de milhares) unidades de repetições denominadas meros, ligada por ligação covalente. A matéria-prima para a produção de um polímero é o monômero, isto é, uma molécula com uma (mono) unidade de repetição. Portanto, polímero é um composto químico de peso molecular elevado, formado por muitas moléculas pequenas iguais, chamadas de monômeros, unidas umas as outras por ligações covalentes, resultantes de muitas reações de adição consecutivas. Os monômeros, para poderem sofrer reações de adição, devem ter ligações duplas, triplas ou determinados ciclos: Exemplo 1: Monômero: etileno; Polímero: Polietileno – PE n (CH2 = CH2) -CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2- -[CH2-CH2]n- Exemplo 2: Monômero: Cloreto de Vinila; Polímero: Poli (cloreto de vinila) – PVC n (CH2=CHCl) -[CH2-CHCl]n- Exemplo 3: Monômero: Isopreno; Polímero: Poliisopreno. N (CH2=C(CH3)-CH=CH2) -[CH2-C(CH3)=CH-CH2]n- Assim, cada monômero deve ser capaz de se combinar com outros dois monômeros no mínimo, para ocorrer a reação de polimerização. O número de pontos reativos por molécula é chamado de funcionalidade. Portanto, o monômero deve ter, no mínimo, funcionalidade 2. Esta bifuncionalidade pode ser obtida com a presença de duplas ligações reativas ou grupos funcionais reativos. 6 2 CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍMEROS Além dos polímeros clássicos produzidos e comercializados a alguns anos, a cada dia, novos polímeros surgem oriundos de pesquisas científicas e tecnológicas desenvolvidas em todo o mundo. Logo, devido a grande variedade de materiais poliméricos existentes, torna-se necessário selecioná-los em grupos que possuam características comuns, que facilitem a compreensão e estudo das propriedades desses materiais. Portanto, com este objetivo, os polímeros foram classificados de acordos com as suas estruturas químicas, características de fusibilidade, comportamentos mecânicos, tipos de aplicações e escalas de produção. 2.1 Classificação quanto ao tipo de estrutura química Existem três tipos de classificações dos polímeros em função de sua estrutura química. 2.1.1 Em relação ao número de diferentes meros presentes no polímero A composição de um polímero pode apresentar apenas um único tipo de mero (cadeia homogênea), dois ou mais (cadeia heterogênea). Quando a cadeia é homogênea, diz-se que o polímero é um homopolímero, e caso a cadeia seja heterogênea, o polímero é designado copolímero. HOMOPOLÍMERO: temos como exemplo o polietileno, poliestireno, poliacrilonitrila. Se considerarmos A como um “mero” presente em um homopolímero, sua estrutura será: -A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A- COPOLÍMERO: formado por dois ou mais “meros”, este pode, ainda, ser classificado em: 7 - Copolímeros randômicos (estatístico ou aleatório): nestes copolímeros os meros estão dispostas de forma desordenada na cadeia: ~~A-A-A-B-A-B-B-A-B-A-B-B-B-B-A-A-B-A-B-A-B-A-A~~ - Copolímeros alternados: as unidades de repetição estão ordenadas de forma alternada na cadeia do polímero: ~~A-B-A-B-A-B-A-B-A-B-A-B-A-B-A-B-A-B-A-B-A-B~~ - Copolímeros em bloco: formado por seqüências de meros iguais de comprimentos variáveis: ~~A-A-A-A-B-B-B-A-A-A-B-B-B-B~~ - Copolímeros grafitizados (ou enxertados): a cadeia principal é formada por um tipo de unidade repetida, enquanto a outra forma a cadeia lateral (enxertada): ~~A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A~~ Geralmente, os copolímeros constituídos por três unidades químicas repetidas diferentes são denominados terpolímeros. Um exemplo típico deste tipo de polímero é o ABS, ou melhor, o terpolímero acrilonitrina-butadieno- estireno. 2.1.2 Em relação a estrutura química dos meros que constituem o polímero B B B B B B B B B B B 8 Esta classificação é baseada no grupo funcional a qual pertencem os meros presentes na cadeia do polímero. Assim, temos como exemplo: NOME EXEMPLO Poliolefinas polietileno, poliestireno, polibutadienoPoliésteres poli (tereftalato de etileno), policarbonado Poliéteres poli (óxido de etileno), poli (óxido de fenileno) Poliamidas nylon, poliimida Polímeros celulósicos nitrato de celulose, acetato de celulose Polímeros acrílios poli (metacrilato de metila), poliacrilonitrila Polímeros vinílicos poli (acetato de vinila), poli (álcool vinílico) Poliuretano poliuretano Resinas formaldeídicas resina fenol-formol, resina uréia-formol 2.1.3 Em relação a forma da cadeia polimérica TERMOPLÁSTICOS: podem ter as cadeias lineares ou ramificadas; TERMOFIXOS: podem ter as cadeias apenas na forma ramificada. 2.2 Classificação quanto às características de fusibilidade TERMOPLÁSTICOS: são polímeros que fundem ao serem aquecidos e que se solidificam ao seres resfriados. Ex.: polietileno, nylon. TERMORRÍGIDOS: são polímeros que formam ligações cruzadas ao serem aquecidos, tornando-se infusíveis e insolúveis. Ex.: resina fenol-formol, resinal uréia-formol; 2.3 Classificação quanto ao comportamento mecânico 9 Plásticos: são materiais poliméricos estáveis nas condições normais de uso, mas que, em algum estágio de sua fabricação, são fluídos, podendo ser moldados por aquecimento, pressão ou ambos. Ex.: PE, PP e PS; Elastômeros: são materiais poliméricos de origem natural ou sintética que, após sofrerem deformação, sob a ação de uma força, retornam a sua forma original quando esta força é removida. Ex.: polibutadieno, borracha nitrílica. Fibras: são corpos em que a razão entre o comprimento e as dimensões laterais é muito elevada. Geralmente são formados por macromoléculas lineares orientadas longitudinalmente. Ex.: poliésteres, poliamidas e poliacrilonitrila. 2.4 Classificação quanto a natureza Naturais: proteínas, polissacarídeos, gomas e resinas; Sintético: termoplásticos, termofixos e elastômeros. 10 3 PROPRIEDADES FÍSICAS DOS POLÍMEROS - Mais leves que metais ou cerâmica. Ex: PE é 3 vezes mais leve que o alumínio e 8 vezes mais leve que o aço. Motivação para uso na indústria de transportes, embalagens, equipamentos de esporte. Propriedades Mecânicas Interessantes: - Alta flexibilidade: variável ao longo de faixa bastante ampla, conforme o tipo de polímero e os aditivos usados na sua formulação; - Alta resistência ao impacto: Tal propriedade, associada à transparência, permite substituição do vidro em várias aplicações. Quais seriam? lentes de óculos (em acrílico ou policarbonato), faróis de automóveis (policarbonato), janelas de trens de subúrbio, constantemente quebradas por vândalos (policarbonato); Note-se, contudo, que a resistência à abrasão e a solventes não é tão boa quanto a do vidro. Lentes de acrílico riscam facilmente e são facilmente danificadas se entrarem em contato com solventes como, por exemplo, acetona! - Baixas Temperaturas de Processamento: Conformação de peças requer aquecimento entre Tamb e 250 oC. Alguns plásticos especiais requerem até 400oC. Disso decorre baixo consumo de energia para conformação. E também faz com que os equipamentos mais simples e não tão caros quanto para metais ou cerâmica. - Ajuste Fino de Propriedades através de Aditivação: Cargas inorgânicas minerais inertes (ex. CaCO3) permitem reduzir custo da peça sem afetar propriedades. Exemplo: piso de vinil/cadeiras de jardim (PP), que contém até 60% de cargas. Uso de fibras (vidro, carbono, boro) ou algumas cargas minerais (talco, mica, caolim, wolastonita) aumentam a resistência mecânica; 11 As cargas fibrosas podem assumir forma de fibras curtas ou longas, redes, tecidos. Negro de fumo em pneus (borracha) e filmes para agricultura (PE) aumentam resistência mecânica e a resistência ao ataque por ozônio e raios UV. Aditivos conhecidos como plastificantes podem alterar completamente as características de plásticos como o PVC e borrachas, tornando-os mais flexíveis e tenazes. A fabricação de espumas é feita através da adição de agentes expansores, que se transformam em gás no momento da transformação do polímero, quando ele se encontra no estado fundido. - Baixa Condutividade Elétrica: Polímeros são altamente indicados para aplicações onde se requeira isolamento elétrico. Explicação: polímeros não contém elétrons livres, responsáveis pela condução de eletricidade nos metais. A adição de cargas especiais condutoras (limalha de ferro, negro de fumo) pode tornar polímeros fracamente condutores, evitando acúmulo de eletricidade estática, que é perigoso em certas aplicações. Há polímeros especiais, ainda a nível de curiosidades de laboratório, que são bons condutores. O Prêmio Nobel de Química do ano 2000 foi concedido a cientistas que sintetizaram polímeros com alta condutividade elétrica. - Baixa Condutividade Térmica: A condutividade térmica dos polímeros é cerca de mil vezes menor que a dos metais. Logo, são altamente recomendados em aplicações que requeiram isolamento térmico, particularmente na forma de espumas. Mesmo explicação do caso anterior: ausência de elétrons livres dificulta a condução de calor nos polímeros. - Maior Resistência a Corrosão: As ligações químicas presentes nos plásticos (covalentes/Van der Walls) lhes conferem maior resistência à corrosão por oxigênio ou produtos químicos do que no caso dos metais (ligação metálica). Isso, contudo, não quer dizer que os plásticos sejam completamente invulneráveis ao problema. Ex: um CD não pode ser limpo com terebentina, que danificaria a sua superfície. De maneira geral, os polímeros são atacados por solventes orgânicos que apresentam estrutura similar a eles. Ou seja: similares diluem similares. 12 - Porosidade: O espaço entre as macromoléculas do polímero é relativamente grande. Isso confere baixa densidade ao polímero, o que é uma vantagem em certos aspectos. Esse largo espaçamento entre moléculas faz com que a difusão de gases através dos plásticos seja alta. Em outras palavras: esses materiais apresentam alta permeabilidade a gases, que varia conforme o tipo de plástico. A principal conseqüência deste fato é a limitação dos plásticos como material de embalagem, que fica patente no prazo de validade mais curto de bebidas acondicionadas em garrafas de PET. Por exemplo, o caso da cerveja é o mais crítico. Essa permeabilidade, contudo, pode ser muito interessante, como no caso de membranas poliméricas para remoção de sal da água do mar. - Reciclabilidade: Alguns polímeros, como termorrígidos e borrachas, não podem ser reciclados de forma direta: não há como refundí-los ou depolimerizá-los. A reciclagem de polímeros termoplásticos, apesar de tecnicamente possível, muitas vezes não é economicamente viável devido ao seu baixo preço e baixa densidade. Compare com o caso do alumínio... Somente plásticos consumidos em massa (PE, PET, ...) apresentam bom potencial econômico para reciclagem. Problema adicional: o plástico reciclado é encarado como material de segunda classe, ao contrário do que ocorre com aço ou mesmo o alumínio. Nos casos em que a reciclagem do polímero não for possível, sempre é possível queimá-lo, transformando-o em energia, em incineradores ou alto-fornos. Esta última saída é mais favorável, pois o carbono do polímero seria usado na redução do minério. Contudo, plásticos que contém halogêneos (PVC e PTFE, por exemplo) geram gases tóxicos durante a queima. Solução: identificação desse material, que deve ser encaminhado para dehalogenação antes da queima. 13 4OBTENÇÃO Polimerização é a formação de polímeros. É o conjunto de reações químicas, segundo o qual, as moléculas dos monômeros se unem umas a outras, por ligações covalentes, para formar polímeros. 4.1 Processos de Obtenção de Polímeros Como visto anteriormente, os polímeros são classificados quanto às suas propriedades químicas, físicas e estruturais. Entretanto, também podem ser agrupados em função do tipo de reação utilizada em sua obtenção e quanto à técnica de polimerização empregada. Esses fatores afetam significativamente as características dos polímeros produzidos. 4.1.1 Reações de Polimerização Em 1929, Carothers dividiu as polimerizações em dois grupos, de acordo com a composição ou estrutura dos polímeros. Segundo esta classificação, as polimerizações podem ser por adição (poliadição) ou por condensação (policondensação). Anos mais tarde, em 1953, Flory generalizou e aperfeiçoou esta classificação, utilizando como critério o MECANISMO DE REAÇÃO envolvido na polimerização, dividindo as reações em polimerizações em cadeias e em etapas, que correspondem, respectivamente, às poliadições e policondensações. Com esta nova classificação, polímeros que antes eram incorretamente considerados como produtos de poliadição, como os poliuretanos (que não liberam moléculas de baixo peso molecular, mas são caracteristicamente obtidos por uma reação de condensação), receberam uma classificação mais precisa, sendo considerados provenientes de polimerizações em etapas. 14 4.1.1.1 Polimerização por Adição Nas reações de polimerização por adição, os reagentes se somam e não há perda de matéria, todos os átomos das moléculas do monômero estão na molécula do polímero. Portanto, monômero e polímero têm a mesma composição centesimal e igual fórmula mínima, e o peso molecular do polímero é múltiplo inteiro do peso molecular do monômero. Este tipo de polimerização se denomina polimerização por adição ou poliadição. n (etileno) → polietileno n (CH2 = CH2) → (- CH2 - CH2 -) n 4.1.1.2 Polimerização por Condensação A polimerização é denominada polimerização por condensação ou policondensação quando as moléculas de monômeros se unem entre si para formar polímeros e ocorre desprendimento de moléculas pequenas. Nestes tipos de reações pode ocorrer perda de matéria, há formação de subprodutos, desprendem-se moléculas pequenas, tais como: água, metanol, cloreto de hidrogênio, etc. Daí que o peso molecular de uma molécula de polímero seja menor que a soma dos pesos moleculares de todas as moléculas dos monômeros que a formaram. A diferença corresponde ao subproduto. Por isto, a composição centesimal de um polímero obtido por reações de condensação é sempre diferente da composição centesimal dos monômeros, mesmo que se trate de um homopolímero. Os monômeros, para poder dar reações de condensação, devem ter determinados grupos funcionais ou átomos, tais como: carboxila, hidroxila (alcoólica ou fenólica), éster, carbonila, amina, halogênio, hidrogênio ativo, etc. n (α-glicose) → amido + n H2O n (C6H12O 6) → (C6H10O 5) n + n H2O 15 4.2 Técnicas de Polimerização Existem quatro técnicas industriais empregadas na polimerização de um monômero: a polimerização em massa, em solução, em suspensão e em emulsão. Cada uma destas técnicas possui condições específicas, originando polímeros com características diferentes. 4.2.1 Polimerização em Massa A polimerização em massa é uma técnica simples, homogênea, onde só o monômero e o iniciador estão presentes no sistema. Caso a polimerização seja iniciada termicamente ou por radiação, só haverá monômero no meio reacional. Logo, esta técnica é econômica, além de produzir polímeros com um alto grau de pureza. Esta polimerização é altamente exotérmica, ocorrendo dificuldades no controle da temperatura e da agitação do meio reacional, que rapidamente se torna viscoso desde o início da polimerização. A agitação durante a polimerização deve ser vigorosa para que haja a dispersão do calor de formação do polímero, evitando-se pontos superaquecidos, que dão uma cor amarelada ao produto. Este inconveniente pode ser evitado ao se usar inicialmente um pré-polímero (mistura de polímero e monômero), que é produzido a uma temperatura mais baixa, com uma baixa conversão e condições controladas. A caminho do molde, o pré-polímero é aquecido completando-se a polimerização. A polimerização em massa é muito usada na fabricação de lentes plásticas amorfas, devido às excelentes qualidades ópticas obtidas pelas peças moldadas, sem pressão, como no caso do poli(metacrilato de metila). 4.2.2 Polimerização em Solução 16 Na polimerização em solução, além do monômero e do iniciador, emprega-se um solvente, que deve solubilizá-los, formando um sistema homogêneo. O solvente ideal deve ser barato, de baixo ponto de ebulição e de fácil remoção do polímero. Ao final desta polimerização, o polímero formado pode ser solúvel ou insolúvel no solvente usado. Caso o polímero seja insolúvel no solvente, é obtido em lama, sendo facilmente separado do meio reacional por filtração. Se o polímero for solúvel, utiliza-se um não-solvente para precipitá-lo sob a forma de fibras ou pó. A polimerização em solução possui como vantagem a homogeneização da temperatura reacional, devido à fácil agitação do sistema, que evita o problema do superaquecimento. Entretanto, o custo do solvente e o retardamento da reação são inconvenientes desta técnica. A polimerização em solução é utilizada principalmente quando se deseja usar a própria solução polimérica, sendo muito empregada em policondensações. 4.2.3 Polimerização em Emulsão A polimerização em emulsão é uma polimerização heterogênea em meio aquoso, que requer uma série de aditivos com funções específicas como: emulsificante (geralmente um sabão), tamponadores de pH, colóides protetores, reguladores de tensão superficial, reguladores de polimerização (modificadores) e ativadores (agentes de redução). Nesta polimerização, o iniciador é solúvel em água, enquanto o monômero é parcialmente solúvel. O emulsificante tem como objetivo formar micelas, de tamanho entre 1 nm e 1 mm, onde o monômero fica contido. Algumas micelas são ativas, ou seja, a reação de polimerização se processa dentro delas, enquanto outras são inativas (gotas de monômeros), constituindo apenas uma fonte de monômero. À medida que a reação ocorre, as micelas inativas suprem as ativas com monômero, que crescem até formarem gotas de polímeros, originando posteriormente os polímeros. A Figura 5 representa o esquema de um sistema de polimerização em emulsão. 17 A polimerização em emulsão tem uma alta velocidade de reação e conversão, sendo de fácil controle de agitação e temperatura. Os polímeros obtidos por esta técnica possuem altos pesos moleculares, mas são de difícil purificação devido aos aditivos adicionados. Esta técnica é muito empregada em poliadições. 4.2.4 Polimerização em Suspensão A polimerização em suspensão, também conhecida como polimerização por pérolas ou contas, pela forma como os polímeros são obtidos, é uma polimerização heterogênea, onde o monômero e o iniciador são insolúveis no meio dispersante, em geral, a água. A polimerização se passa em partículas em suspensão no solvente, com um tamanho médio entre 1 a 10 mm, onde se encontram o monômero e o iniciador. A agitação do sistema é um fator muito importante nesta técnica,pois, dependendo da velocidade de agitação empregada, o tamanho da partícula varia. Além do monômero, iniciador e solvente, também são adicionados ao meio reacional surfactantes, substâncias químicas que auxiliam na suspensão do polímero formado, evitando a coalizão das partículas e, conseqüentemente, a precipitação do polímero, sem a formação das pérolas. A precipitação do polímero também pode ser evitada pela adição ao meio reacional de um polímero hidrossolúvel de elevado peso molecular, que aumente a viscosidade do meio. A incorporação destes aditivos ao sistema dificulta a purificação do polímero obtido. 18 5 APLICAÇÕES - Polímeros termoplásticos PC - Policarbonato Aplicações: Cd´s, garrafas, recipientes para filtros, componentes de interiores de aviões, coberturas translúcidas, divisórias, vitrines, etc. PU – Poliuretano Aplicações: Esquadrias, chapas, revestimentos, molduras, filmes, estofamento de automóveis, em móveis, isolamento térmico em roupas impermeáveis, isolamento em refrigeradores industriais e domésticos, polias e correias. PVC - Policloreto de vinila ou cloreto de polivinila Aplicações: Telhas translúcidas, portas sanfonadas, divisórias, persianas, perfis, tubos e conexões para água, esgoto e ventilação, esquadrias, molduras para teto e parede. PS - Poliestireno Aplicações: Grades de ar condicionado, gaiútas de barcos (imitação de vidro), peças de máquinas e de automóveis, fabricação de gavetas de geladeira, brinquedos, isolante térmico, matéria prima do isopor. PP - Polipropileno Aplicações: brinquedos, recipientes para alimentos, remédios, produtos químicos, carcaças para eletrodomésticos, fibras, sacarias (ráfia), filmes orientados, tubos para cargas de canetas esferográficas, carpetes, seringas de injeção, material hospitalar esterilizável, autopeças (pára-choques, pedais, carcaças de baterias, lanternas, ventoinhas, ventiladores, peças diversas no habitáculo), peças para máquinas de lavar. Polietileno Tereftalato (PET) 19 Aplicações: Embalagens para bebidas, refrigerantes, água mineral, alimentos, produtos de limpeza, condimentos; reciclado, presta-se a inúmeras finalidades: tecidos, fios, sacarias, vassouras. - Polímeros termorrígidos (ou termofixos) Baquelite: usada em tomadas, telefones antigos e no embutimento de amostras metalográficas. Poliéster: usado em carrocerias, caixas d'água, piscinas, dentre outros, na forma de plástico reforçado (fiberglass). 20 CONCLUSÃO Os polímeros são compostos químicos de elevada massa molecular, resultantes de reações químicas de polimerização. Eles são macromoléculas formadas a partir de unidades estruturais menores (os monômeros). O número de unidades estruturais repetidas numa macromolécula é chamado grau de polimerização. Em geral, os polímeros contêm os mesmos elementos nas mesmas proporções relativas que seus monômeros, mas em maior quantidade absoluta. Através da discussão em grupo podemos observar que os polímeros são muito importantes no nosso cotidiano, e que apesar de serem bastante poluentes eles podem ser recicláveis. Além disso, eles são mais leves e assim gastam menos combustível no seu transporte, o que diminui a poluição. São divididos em três grupos: polímeros de adição, copolímeros e polímeros de condensação; cada grupo formado pelo tipo de formação do polímero. 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANON. Curso Básico Intensivo de Plásticos. Jornal de Plásticos, Niterói, 1997. CIENFUEGOS, Freddy; VAITSMAN, Delmo. Polímeros. Rio de Janeiro: Interciência, 2000. FELTRE, Ricardo. Química. 3ª edição. São Paulo. 1988 – Editora Moderna. 472p. OPP PETROQUÍMICA & UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. POLÍMERO. 2003. Disponível em: < www.enq.ufrgs.br > USBERCO, João & SALVADOR, Edgard. Química. 5ª edição. São Paulo. 2002 – Editora Saraiva. 670p.
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