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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA VIVIANE GOMES FERNANDES COMISSIONAMENTO DE TRANSFORMADORES DE INSTRUMENTO FORTALEZA 2016 RESUMO O comissionamento tem como principal objetivo assegurar que o equipamento esteja em condições de operação em termos de desempenho, confiabilidade e segurança. Essa etapa de verificação é realizada com um instrumento de medição que verifica as condições nominais dos equipamentos. Neste trabalho, é objetivo de verificação a relação de transformação em transformadores de instrumentos: os Transformadores de Corrente (TC) e os Transformadores de Potencial (TP). Para tal, utilizou-se um medidor de relação de espiras de transformador do fabricante Megabrás modelo DTR-8510. O equipamento utilizado aplica uma tensão no enrolamento de alta tensão e é verificada a tensão induzida no lado de baixa tensão do transformador, assim pode-se obter a relação de transformação de tensão (RTP) ou de corrente (RTC). Como resultado, no display do equipamento são apresentados os dados: a relação de transformação, a corrente de excitação, a polaridade e o desvio da relação em porcentual. Estes dados podem ser armazenados na memória do equipamento e o usuário pode descarregar os dados para um computador através do software Data View. De modo a garantir a confiabilidade dos resultados, o fabricante recomenda que seja realizado um teste de relação de transformação conhecida (1:1) simplesmente conectando os terminais do dispositivo e, caso alguma discrepância seja identificada, deve-se realizar um ajuste e calibração do equipamento antes de utilizá-lo como instrumento de verificação em comissionamentos. Palavras-chave: DTR. TC. TP. Transformador de Instrumento. Comissionamento. 3 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho é sobre ensaios de transformadores de instrumentos. É escopo deste trabalho a configuração do instrumento de medição, o detalhe da montagem, o cálculo de incertezas, a participação porcentual das incertezas na incerteza combinada, o balanço de incertezas e o teste de relação (1:1). São objetivos a relação de transformação e a contribuição da incerteza combinada no resultado final do resultado da medição. Está organizado em três partes. Inicialmente um será abordada a configuração do instrumento de medição, os detalhes da medição e as medições. Logo após aborda-se os cálculos de incertezas e o número de graus de liberdade efetivos. Na Por fim, comenta-se sobre o teste de verificação do equipamento (ensaio com relação 1:1). 4 2 INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO O medidor digital de relação de espiras de transformador DTR 8510 é portátil e de fácil manuseio, o mesmo foi projetado pra ensaios em campo de transformadores de tensão, potêncial e de corrente. Verifica-se em cada teste se há reversão de cabos H/X continuidade dos circuitos/bobinas testadas ( se configurado), condições de curto- circuito (corrente alta), bateria com carga baixa. É exibido, no final de cada teste, a relação de espiras, a corrente de excitação, a polaridade e o desvio da relação de transformação em porcentual. Os usuários podem armazenar os dados de forma manual ou automática após cada teste através do software DataView, é possível descarregar os dados armazenados e a fazer o controle do instrumento de medição. As medições foram realizadas diretamente no mensurando após a configuração do instrumento de medição. Figura 1 – Configuração do Instrumento. Fonte: Próprio autor. O ensaio foi realizado no Transformador de Corrente (TC). KRON MEDIDORES; Modelo: KR – 111; Isolação: 0,6 kV; Ft: 1,2 x In; CLASSE: 1,2 C 12,5; Campo: 5/1A; F: 50/60 Hz. 5 Figura 2 - Detalhe de montagem. Fonte: Próprio autor. A conexão dos cabos do DTR 8510 no TC e as medições foram realizadas com o transformador de corrente desenergizado, o esquema de ligação ficou: Hvermelho do cabo no S1 do TC, Hpreto do cabo no S2 do TC, Xvermelho do cabo no P1 do TC, Xpreto do cabo no P2 do TC. Figura 3 – Detalhe da montagem. Fonte: AEMC (2016). 6 3 RESULTADOS EXPERIMENTAIS O usuário pode salvar os dados das medições e extrair relatórios através do software Data View, também é permitido o controle do instrumento. Fonte: Próprio autor. 7 ANEXO A - CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO 8 3.1 Resultado de medição Figura 4 – Medições. Tabela 1 – Medições. Fonte: Próprio autor. Fonte: Próprio autor. 3.1.1 Quantificação dos efeitos aleatórios Incerteza – padrão da repetibilidade: 0,0003912 0,000174950A 1 4 5 re re u n n U V (1.1) Incerteza – padrão de arredondamento: considerando a resolução R=0,0001. / 2 0,00005 0,0000288675A 3 3 3 r r a R U V (1.2) Correção determinada na calibração: Incerteza retirada do certificado de calibração conforme pode ser visto no ANEXO A. 0,0015 0,000750000A 2 2ccal cc u U V (1.3) Correção na exatidão do DTR: 0,5% 5,0021 0,0125052A 2 2dtr dtr uxI x U V (1.4) Cálculo da correção combinada: 0,0021 c dtrC C (1.5) 9 Conhecida a correção, é possível compensar os erros sistemáticos subtraindo-se a correção ao valor da indicação média e formar o resultado base. RB = I̅ − C A porção restante é decorrente de erros aleatórios do processo de medição quantificados pela repetitividade. A faixa compreendida em ±U define a região onde a indicação deve-se expalhar em virtude dos erros aleatórios. Nessa condição é possível determinar na escala do mensurado o limite inferior e o limite superior do resultado de medição. Movendo o sistema de medição para a esquerda de maneira que a indicação obtida permaneça sobre o limite direito da faixa em que as medições seriam esperadas determina-se o limite inferior. Limite inferior = I̅ − C − U Analogamente é estabelecido o limite superior movendo o sistema de medição para a direita de maneira que a indicação obtida permaneça sobre o limite esquerdo da faixa em que as medições seriam esperadas determina-se o limite superior. Limite superior = I̅ − C + U Com isso, o resultado da medição para esse caso pode ser escrito: RM = I̅ − C ± U 10 Figura 5 – Representação gráfica do resultado da medição. Fonte: Albertazzi e Sousa (2008). Cálculo da incerteza combinada e do número de graus de liberdade efetivos: A incerteza combinada é calculada a partir das incertezas-padrão de cada fonte de incerteza: 2 2 2 2 c re r cc dtrU U U U U 2 2 2 2 0,000174950 0,000288675 0,000750000 0,0125052cU RB -C −U +U Indicação média sistema de medição Indicação média mensurando ±U RM = I̅ − C ± U 11 0,0000000306075 0,00000008333330,000000562500 0,000156380 cU 0,0125322A cU (1.6) O número de graus de liberdade efetivos: 4 4 4 44 c re cc dtrr ef re r cc dtr U U U UU V V V V V 4 4 4 4 4(0,0125322) (0,000174950) (0,000288675) (0,000750000) (0,0125052) 4 efV 4 4(0,0125322) (0,000174950) 4 efV 105320635,885 efV (1.7) O valor adotado, isto é, efV . Participação porcentual de cada fonte de incerteza na incerteza combinada. Cálculo da incerteza expandida: .u 2,000.0,0125322 0,0250644AcU t (1.8) 0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 99,78% 5,98% 1,40% 0,23% 12 Expressão do resultado da medição: CRM I C U 5,0037 ( 0,0021) 0,0250644RM (5,002 0,025)ARM (1.9) APÊNDICE A – Planilha do balanço de incertezas da medição da relação de espiras de Transformador de Corrente (TC) 13 3.2 Teste do Instrumento Um rápido teste de funcionalidade do instrumento de medição foi realizado conectando o cabo Hvermelho no Xvermelho e o Hpreto no Xpreto no tipo de teste VT/PT. Teste de relação 1:1 Figura 4 - Esquema de ligação para realizar teste de funcionalidade do instrumento de medição. Fonte: AEMC (2016). Onde obteve o seguinte resultado: O resultado do teste não obtêm uma relação aproximadamente igual a 1,0000 sugerido pelo o fabricante do equipamento. A última calibração realizada foi em 24 de outubro de 2014. Sugere-se um ciclo de cabilação de 1 ano. Com o passar do tempo e a frequência de utilização os equipamentos perdem a qualidade metrológica. Através da calibração é possível conhecer as divergências presentes para possivelmente ajustá-las para reduzir. 14 CONCLUSÃO Neste trabalho foi abordada a relação de espiras de transformador em transformadores de instrumento, as medições foram realizadas com o auxílio de um instrumento de medição capaz de medir a relação de espiras de transformador em um TC de modelo KR-111 produzido pela KRON MEDIDORES, onde são observados as incertezas do sistema de medição, percebe-se os resultados de medições diretas necessitam utilizar um processo de medição capaz de produzir um resultado com incerteza de uma parte no seu resultado final. Não há processo de medição perfeito, a dúvida sempre estará presente em resultados de medição e deve ser expressa pela incerteza de medição. 15 REFERÊNCIAS SÃO PAULO. Megabras. Suporte Técnico. São Paulo, 2016. 70 p. (Manual de uso, 1) CEARÁ. Control Engenharia. Laboratório. Ceará, 2014. 3 p. (Certificado de Calibração, 1) ALBERTAZZI, A; de SOUSA, R. A. Fundamentos Metrologia Científica Industrial. 1. ed. Santa Catarina: Manole, 2008. FILHO, S. M. Fundamentos de Medidas Elétricas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois S.A., 1981.
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