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Contabilidade gerencial

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Contabilidade Gerencial
2/169
Contabilidade Gerencial
Autor: Clóvis Luís Padoveze
Como citar este documento: PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial. Valinhos: 2014.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais 05
Assista a suas Aulas 32
Unidade 2: Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS 40
Assista a suas Aulas 77
Unidade 3: Tópicos Avançados da Contabilidade Financeira 85
Assista a suas Aulas 116
Unidade 4: A Contabilidade Gerando Informações para Tomada de Decisão 124
Assista a suas Aulas 153
2/169
3/169
Apresentação da Disciplina
A disciplina Contabilidade Gerencial tem 
por objetivo apresentar a estrutura básica 
em que se baseia a Controladoria, uma 
vez que a atividade de Controladoria 
fundamenta-se na estrutura da 
Contabilidade Financeira. A Contabilidade 
Financeira é segmento da Ciência Contábil, 
a qual é regulamentada pelos princípios 
fundamentais de contabilidade, também 
denominados de PCGA– Princípios 
Contábeis Geralmente Aceitos. Hoje, 
no Brasil, a estrutura da Contabilidade 
Financeira é baseada nos pronunciamentos 
contábeis elaborados pelo CPC – Comitê 
de Pronunciamentos Contábeis, que, 
por sua vez, são oriundos das normas 
internacionais de contabilidade do 
IFRS – International Financial Reporting 
Standards, adotados no Brasil por meio da 
Lei 11.638/07, que alterou a Lei 6.404/76 
das Sociedades por Ações nos artigos 
que apresentam a obrigatoriedade da 
publicação das demonstrações contábeis. 
Dentro da disciplina serão apresentados 
a estruturação básica do sistema de 
informação contábil, os aspectos 
regulatórios legais e tributários, 
uma introdução ao IFRS, as normas 
internacionais de contabilidade e as 
instituições responsáveis no Brasil pela 
contabilidade regulamentada. Serão 
apresentados os principais conceitos 
introduzidos pelas normas internacionais, 
bem como serão estudados os aspectos 
mais avançados de contabilidade 
financeira. Ao final serão apresentados os 
4/169
fundamentos da contabilidade gerencial, 
a contabilidade gerando informações 
para o processo de tomada de decisão, 
planejamento e avaliação de resultados e 
desempenho.
5/169
Unidade 1
O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais
Objetivos
 » Definir os objetivos da ciência contábil.
 » Apresentar os aspectos regulatórios da contabilidade financeira e sua interação com a 
legislação tributária.
 » Introduzir os conceitos de contabilidade financeira e contabilidade gerencial.
 » Apresentação da contabilidade como sistema de informação e sua utilização gerencial 
nas empresas.
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais6/169
Introdução
Objetivo da Contabilidade
A contabilidade, nome mais comum utilizado para a ciência contábil, é o ramo das ciências 
sociais que tem como objetivo básico controlar o patrimônio de uma entidade por meio da 
mensuração econômica das transações de suas operações. Em outras palavras, a contabilidade 
tem como objetivo o controle econômico de uma entidade. Historicamente, a contabilidade 
moderna foi conhecida a partir da obra Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni et 
Proporcionalitá, do frei Luca Pacioli, de 1494, mas evidências históricas comprovam a utilização 
da contabilidade no formato moderno por volta dos anos 1.200 em Veneza, Itália. O que 
caracteriza a contabilidade moderna é a descoberta do método das partidas dobradas, em 
contraposição ao método antigo, das partidas simples, que, consistia, basicamente num 
inventário dos bens e direitos de uma entidade.
O método das partidas dobradas implica um registro duplo das transações, para posterior 
acumulação dos dados, obrigando a identificar a causa e o efeito de cada transação. Assim, para 
justificar uma obrigação com um fornecedor de matéria prima (a causa) há a necessidade do 
registro de uma mercadoria em estoque (o efeito). Da mesma forma, para justificar a entrada de 
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais7/169
dinheiro em caixa por um serviço prestado 
à vista (efeito), há a necessidade de 
registrar a causa (uma receita). 
O patrimônio de qualquer entidade é 
formado por bens, direitos e obrigações, 
sendo a resultante aritmética da soma 
dos bens e direitos, menos as obrigações, 
denominada de patrimônio líquido. O 
patrimônio líquido, pela contabilidade, 
representa a riqueza da entidade. 
Uma entidade contábil é uma unidade 
objeto de administração que merece 
um controle econômico individualizado. 
Assim, uma entidade contábil pode ser 
uma organização governamental, o próprio 
governo federal, uma empresa, uma pessoa 
física ou uma entidade sem fins lucrativos. 
A partir de agora, trataremos apenas das 
entidades empresariais com fins lucrativos.
Um patrimônio empresarial está em 
constante mudança, o que é próprio 
da dinâmica de um negócio; em outras 
palavras, a essência de um negócio 
empresarial está em realizar operações que 
gerem um resultado positivo, lucro, para a 
empresa. As operações são desenvolvidas 
internamente nas empresas, por meio das 
atividades selecionadas e consideradas 
necessárias para atingir os seus objetivos 
de produzir e entregar produtos e serviços 
à sociedade. Isto pode ser visto na Figura 1, 
onde fica claro que a empresa é um sistema 
que processa recursos e produz bens e 
serviços.
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais8/169
Figura 1 – A empresa como um sistema processador
Recursos Processamento Produto ou Serviço
Custo: mensuração econômica dos recursos
Receita: mensuração econômica do produto ou serviço
A figura deixa claro que o processo sistêmico empresarial é o processo que vai gerar resultado 
das operações, lucro ou prejuízo, uma vez que tanto os custos quanto as receitas serão 
mensuradas economicamente, sendo a diferença o resultado obtido nas operações. Assim, uma 
empresa caracteriza-se por um conjunto de quatro fluxos das suas atividades, conforme mostra 
a Figura 21.
1 Extraído de PADOVEZE, 2010a, p.5.
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais9/169
Figura 2 -Fluxo operacional, econômico, financeiro e patrimonial das atividades
O fluxo operacional representa a realização física das operações por meio das atividades 
dentro da empresa. A partir daí é que se caracteriza o sistema contábil. O sistema contábil 
identifica as transações geradas pelas operações, que alteram um patrimônio, e as mensura 
economicamente (isto é, atribui valor monetário), que é denominado de fluxo econômico. A 
primeira mensuração identifica as receitas, custos, despesas e tributos, permitindo apurar o 
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais10/169
resultado final, ou seja, o lucro ou prejuízo 
gerado pelas operações. Esta etapa é que 
caracteriza também um dos fundamentos 
da ciência contábil, que é o regime de 
competência, que significa que o lucro 
deve ser apurado quando ele é gerado, 
independentemente dos momentos do 
pagamento das despesas e do recebimento 
das receitas. 
Como toda despesa deverá ser paga 
e toda a receita deverá ser recebida, 
claramente se sucede o fluxo financeiro, 
com os impactos das despesas, receitas, 
investimentos e financiamentos no fluxo 
de caixa da empresa. O fluxo patrimonial 
representa a etapa final do processo, 
onde, além do saldo de caixa (que inclui 
saldos bancários e aplicações financeiras 
de resgate imediato), identificam-se os 
elementos patrimoniais resultantes ou 
necessários para as operações, os bens, 
direitos e obrigações. 
Essas figuras deixam claro o objetivo 
e o papel da contabilidade na gestão 
empresarial. Por meio da mensuração 
econômica dos fluxos das atividades,ela consegue cumprir seu objetivo 
fundamental: o controle econômico de 
uma entidade.
1.1. Contabilidade Financeira e 
Gerencial
A contabilidade nasceu gerencial. Ela 
nasceu precipuamente para fazer o 
controle econômico de uma empresa. 
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais11/169
Nos primórdios da ciência contábil, o principal objeto eram os empreendimentos comerciais, 
como as frotas de navios e caravanas utilizadas para identificar mercadorias em regiões 
mais distantes para venda em outros mercados. Assim, desde seu início, a contabilidade 
caracterizou-se como um sistema de prestação de contas, que ainda é o seu principal objetivo 
junto à sociedade, como pode ser visto na Figura 32.
Figura 3 – Contabilidade e prestação de contas 
Aplicações Fontes de Recursos
Investimentos Diretos
Prestação de Contas
Contabilidade
Mercado de 
Investimentos
Empresas
Bolsa de Valores Mercado de Capitais
Investidores
Retorno do Investimento
Como demonstra a Figura 3, qualquer empresa é um empreendimento que se caracteriza 
2 Extraído de PADOVEZE, 2006, p.31.
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais12/169
por um investimento que precisa ser 
financiado. Os financiamentos são 
considerados as fontes de recursos obtidas 
e os investimentos são considerados 
as aplicações efetuadas na empresa, 
em ativos fixos e em capital de giro. Os 
financiamentos podem ser captados 
junto a bolsas de valores e outros 
mercados financeiros, ou podem ser feitos 
diretamente pelos proprietários utilizando 
suas poupanças particulares. 
Como todo investimento deve produzir 
um lucro que seja suficiente para cobrir 
o custo financeiro dos financiamentos, 
a contabilidade presta conta para os 
investidores, sejam eles os próprios 
proprietários, outros investidores e 
entidades financeiras, pelo modelo contábil 
de avaliação do desempenho empresarial 
que é o retorno do investimento.
Essa necessidade de prestação de contas 
por meio da contabilidade, ao longo de seu 
desenvolvimento e principalmente a partir 
da revolução industrial, onde começaram a 
surgir os primeiros grandes conglomerados 
industriais e comerciais, fez com que 
houvesse a necessidade de se estabelecer 
algumas regras, de tal forma que, tanto 
os contadores, como os proprietários 
e os investidores externos à empresa, 
utilizassem uma linguagem única. 
Essa linguagem única caracterizou 
o surgimento da contabilidade 
financeiracomo o primeiro grande 
segmento da ciência contábil. A linguagem 
única foi estabelecida, ao longo do tempo, 
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais13/169
por meio da identificação e criação dos princípios contábeis geralmente aceitos (PCGA3), 
que são um conjunto de regras, consideradas as melhores para todos os interessados da 
informação contábil (stakeholders). 
A contabilidade, no seu nascimento, era fundamentalmente gerencial e atinha-se apenas ao 
fundamento da mensuração econômica e registro das transações. Cada empresa utilizava-
se de regras que julgava as melhores para a condução de seus negócios. Desta maneira, uma 
das principais características da contabilidade financeira está justamente na padronização 
das regras a serem utilizadas para todas as empresas. As regras adotadas em nosso país, a 
partir de 2008, são as constantes nas normas internacionais e os princípios contábeis têm sido 
denominados hoje de práticas contábeis internacionais. A Figura 4 apresentada a seguir mostra 
as principais características e diferenças entre a contabilidade financeira e a contabilidade 
gerencial.
3 Do inglês GAAP – General AcceptedAccountingPrinciples.
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais14/169
Figura 4 - Características e diferenças entre contabilidade financeira e contabilidade gerencial
FATOR CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE GERENCIAL
Usuário dos relatórios Externos e internos Internos
Objetivo dos relatórios Análise financeira do retorno do Planejamento, controle e avaliação
investimento de desempenho. 
Processo de tomada de decisão
Forma dos relatórios Balanço Patrimonial, Demonstração Orçamentos, contabilidade por
dos Resultados, Demonstração dos responsabilidade, relatórios de custos
Fluxos de Caixa e Demonstração das e desempenho.
Mutações do Patrimônio Líquido Qualquer relatório específico e 
necessário para o processo de tomada
de decisão. 
Frequência dos relatórios Anual e trimestral Quando necessário
Custos ou valores utilizados Primariamente históricos Históricos e esperados 
(passados) (previstos)
Base monetária de mensuração Moeda corrente Qualquer moeda, índices,
medidas físicas etc. 
Restrições às informações PCGA - Práticas Contábeis Nenhuma
A contabilidade gerencial é essencialmente utilizada para os usuários internos com o objetivo 
de tomada de decisão, planejamento, controle e avaliaçãode desempenho. Para tanto, ela 
se utiliza de qualquer tipo de informação econômica ou quantitativa, e estrutura relatórios 
sempre que necessário em qualquer formato, objetivando ser útil para o processo decisório. 
O grande fundamento da contabilidade gerencial é a sua perspectiva de futuro. Assim, deve 
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais15/169
utilizar todos os instrumentos necessários 
para os processos de planejamento, sejam 
operacionais, táticos ou estratégicos, 
bem como não deve limitar-se, quando 
necessário, às restrições impostas pelas 
práticas contábeis da contabilidade 
financeira. 
A contabilidade financeira, mesmo sendo 
utilizada também pelos usuários internos, 
tem como referência básica os usuários 
externos. Assim, um fundamento da 
informação da contabilidade financeira 
é a objetividade. Os números refletidos 
nas suas demonstrações devem ter 
claramente a possibilidade de averiguação 
e auditoria, devendo ser respaldados 
por documentação hábil e aceita nos 
meios empresariais. Em função disso, o 
princípio de mensuração econômica da 
contabilidade financeira é o custo real 
ou histórico. A sua sustentação são as 
práticas contábeis internacionais e os 
relatórios são padronizados para que sejam 
compreendidos igualmente por qualquer 
usuário. 
Em termos de gestão econômica 
das empresas, é necessário que os 
responsáveis, contadores, controllers, 
tesoureiros e diretores, saibam que é 
necessário o uso conjunto desses dois 
grandes segmentos da contabilidade, pois 
eles são complementares. Assim, podemos 
então, hoje, caracterizar a contabilidade 
gerencial como o conjunto dos 
instrumentos de gestão complementares 
à contabilidade financeira, que se fazem 
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais16/169
necessários para a gestão econômica 
integral do sistema empresa. 
1.2. O Sistema Contábil eas De-
monstrações Contábeis Básicas
A contabilidade caracteriza-se operacional 
como um sistema de informação, com 
entradas, processamento e saídas, em 
função de seu objetivo. As entradas do 
sistema contábil são dados e informações 
das transações realizadas, e os recursos 
humanos, tecnológicos e materiais que 
serão utilizados no processamento. O 
processamento dá-se pelo seu sistema 
de registros e acumulação, que é feito 
nas contas contábeis pelo método 
contábil das partidas dobradas. As 
saídas são representadas pelos relatórios 
e informações contábeis, sejam eles 
padronizados ou não, formais ou 
transmitidos de forma oral. O objetivo do 
sistema contábil é o controle do patrimônio 
empresarial.
Acompanhando o desenvolvimento das 
organizações e suas necessidades de 
informações, a contabilidade foi criando 
segmentos especializados, os subsistemas 
contábeis, que têm como objetivo dar foco 
a determinado conjunto de informações,transformando-se assim em instrumentos 
de gestão, como pode ser visto na Figura 
54.
4 Extraído de PADOVEZE,2010b,p.36.
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais17/169
Figura 5 - Sistema contábil, especializações e subsistemas contábeis
Contabilidade Contabilidade Contabilidade
por Unidades Estratégica em outras
de Negócio Moedas
Análise Sistema Contabilidade
de Balanço e Orçamentário de
Investimentos Custos
Contabilidade Contabilidade Controle
Societária Tributária Patrimonial
Sistema de Informação Contábil 
A base de todos os subsistemas contábeis é o sistema de contabilidade financeira. A partir dele, 
os demais subsistemas cumprem sua missão de complementá-lo, dando suporte completo às 
necessidades de informações gerenciais para a empresa.
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais18/169
Exemplo numérico para construção das 
demonstrações contábeis básicas
As demonstrações contábeis básicas são:
a. Demonstração do resultado do 
período.
b. Balanço patrimonial ao final do 
período.
c. Demonstração dos fluxos de caixa do 
período.
Para dar suporte à estruturação dessas 
demonstrações, partiremos de um 
balanço patrimonial inicial assumido, 
utilizandoexemplos dos principais eventos 
econômicos de uma empresa comercial.
Tabela 1 - BALANÇO PATRIMONIAL Inicial
ATIVO CIRCULANTE
Disponibilidades 2.800
Clientes 35.000
Estoques 28.000
Soma 65.800
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Realizável a longo prazo 200
Investimentos 0
Imobilizado 78.000
Intangível 0
(-) Depreciações e amortizações acumuladas -16.000 
Soma 62.200
ATIVO TOTAL 128.000
PASSIVO CIRCULANTE
Fornecedores 17.000
Salários, encargos e contas a pagar 13.000
Tributos a recolher 2.000
Empréstimos 3.000
Soma 35.000
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Financiamentos 24.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 50.000
Reservas 10.000
Lucros acumulados 9.000
Soma 69.000
PASSIVO TOTAL 128.000
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais19/169
A seguir, listamos os principais eventos 
econômicos de uma empresa, que serão a 
base para estruturarmos as demonstrações 
contábeis básicas.
1. Compra de mercadorias a prazo 305.000
2. Venda de mercadorias a prazo 420.000
3. Custo das mercadorias vendidas 302.900
4. Recebimento de clientes 417.100
5. Pagamentos a fornecedores 303.400
6. Despesas do período 95.000
7. Pagamento de despesas 93.500
8. Depreciação do imobilizado 7.800
9. Tributos sobre o lucro 3.840
10. Pagamento de tributos 3.600
11. Obtenção de financiamento a longo prazo 12.000
12. Pagamento de empréstimos de curto prazo 1.200
13. Juros de empréstimos de curto prazo 400
14. Juros de financiamentos de longo prazo 2.500
15. Aquisição de novos imobilizados 22.000
16. Receitas financeiras 140
17. Lucros distribuídos durante o ano 4.800
Tabela 2 - Eventos econômicos de um período
A primeira demonstração básica é 
identificar os eventos de receitas e 
despesas, pelo regime de competência, que 
comporão a demonstração do resultado 
do período. São os eventos 2, 3, 6, 8, 9, 
13,14 e 16. A demonstração do resultado 
resultante está na Tabela 3, apresentada a 
seguir.
Receita operacional 420.000
(-) Custo das mercadorias vendidas -302.900 
 = Lucro bruto 117.100
(-) Despesas operacionais -95.000 
(-) Depreciação -7.800 
 = Lucro operacional antes das despesas financeiras 14.300
(-) Despesas financeiras -2.900 
(+) Receitas financeiras 140
 = Lucro antes dos tributos sobre o lucro 11.540
(-) Tributos sobre o lucro -3.840 
 = Lucro líquido do período 7.700
Tabela 3 - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO
Com a demonstração do resultado do 
período, mais os demais eventos de 
recebimento e pagamento, podemos 
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais20/169
estruturar o balanço final. A Tabela 
4 apresenta os dois balanços 
patrimoniais.
Tabela 4 - BALANÇO PATRIMONIAL Inicial Final
ATIVO CIRCULANTE
Disponibilidades 2.800 3.540
Clientes 35.000 37.900
Estoques 28.000 30.100
Soma 65.800 71.540
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Realizável a longo prazo 200 200
Investimentos 0 0
Imobilizado 78.000 100.000
Intangível 0 0
(-) Depreciações e amortizações acumuladas -16.000 -23.800 
Soma 62.200 76.400
ATIVO TOTAL 128.000 147.940
PASSIVO CIRCULANTE
Fornecedores 17.000 18.600
Salários, encargos e contas a pagar 13.000 14.500
Tributos a recolher 2.000 2.240
Empréstimos 3.000 2.200
Soma 35.000 37.540
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Financiamentos 24.000 38.500
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 50.000 50.000
Reservas 10.000 10.000
Lucros acumulados 9.000 11.900
Soma 69.000 71.900
PASSIVO TOTAL 128.000 147.940
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais21/169
Por último, estruturamos o fluxo de caixa. O 
fluxo de caixa pode ser elaborado por dois 
métodos, o direto e o indireto.
Primeiramente apresentamos o fluxo de 
caixa pelo método indireto, que parte 
do lucro líquido ajustado por despesas e 
receitas não efetivadas financeiramente no 
período, adiciona ou exclui as variações do 
capital de giro obtidas por diferenças entre 
os balanços iniciais e finais, e conclui com 
as transações financeiras de investimentos 
e financiamentos, conforme evidenciado 
na Tabela 5.
I - Fluxo de caixa das atividades operacionais
Lucro líquido do período 7.700
(+) Depreciações 7.800
(+) Despesas financeiras 2.900
 = Lucro gerado pelas operações 18.400
(-) Aplicações no capital de giro
Variação de clientes -2.900 
Variação de estoques -2.100 
Variação de fornecedores 1.600
Variação de salários e contas a pagar 1.500
Variação de tributos a recolher 240
 Soma -1.660 
 = Lucro gerado para o caixa 16.740
II - Fluxo de caixa das atividades de investimentos
Variação do realizável a longo prazo 0
Aumento dos investimentos 0
Aquisição de imobilizados -22.000 
Aumento de intangíveis 0
-22.000 
III - Fluxo de caixa das atividades de financiamentos
Aumento dos financiamentos de longo prazo 12.000
Redução dos financiamentos de curto prazo -1.200 
Distribuição de lucros -4.800 
6.000
Saldo de caixa gerado no período 740
(+) Saldo inicial de caixa 2.800
 = Saldofinal de caixa 3.540
Tabela 5 - FLUXO DE CAIXA - MÉTODO INDIRETO
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais22/169
A Tabela 6 apresenta a estrutura do fluxo 
de caixa pelo método direto.
I - Fluxo de caixa das atividades operacionais
Recebimento de clientes 417.100
(-) Pagamentos a fornecedores -303.400 
(-) Pagamentos de despesas operacionais -93.500 
(-) Pagamentos de tributos -3.600 
 = Lucro gerado para o caixa 16.600
II - Fluxo de caixa das atividades de investimentos
Variação do realizável a longo prazo 0
Aumento dos investimentos 0
Aquisição de imobilizados -22.000 
Aumento de intangíveis 0
-22.000 
III - Fluxo de caixa das atividades de financiamentos
Aumento dos financiamentos de longo prazo 12.000
Redução dos financiamentos de curto prazo -1.200 
Distribuição de lucros -4.800 
6.000
(+) Receitas financeiras 140
Saldo de caixa gerado no período 740
(+) Saldo inicial de caixa 2.800
 = Saldofinal de caixa 3.540
Tabela 6 - FLUXO DE CAIXA - MÉTODO DIRETO
Essas três demonstrações contábeis 
básicas apresentam os resultados dos três 
fluxos das atividades:
a. O fluxo econômico, evidenciado 
pela demonstração do resultado do 
período, que indica o lucro gerado. 
É por meio dessa demonstração que 
se conhece a estrutura de custos e 
despesas e a capacidade de geração 
operacional de lucros e caixa.
b. O fluxo financeiro, evidenciado pela 
demonstração dos fluxos de caixa 
por qualquer método, que tem como 
objetivo monitorar a liquidez da 
empresa, o ativo mais dinâmico da 
entidade.
c. O fluxo patrimonial, que é o reflexo 
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais23/169dos dois fluxos anteriores, refletido 
na demonstração do balanço 
patrimonial, onde fica evidentetanto 
o resultado da geração de lucros 
como da administração financeira da 
empresa.
Com relação aos métodos de apresentação 
dos fluxos de caixa, entendemos que 
se deve dar ênfase ao método indireto, 
pois, por meio dele, conseguimos fazer 
o elo de ligação entre a geração do lucro 
(regime de competência) e as decisões de 
investimento e financiamento constantes 
do balanço patrimonial. O método direto 
é importante para a gestão de tesouraria, 
mas não tem a riqueza gerencial do 
método indireto.
1.3. A Legislação Contábil 
e Tributária
A estrutura da contabilidade brasileira em 
termos de legislação fundamentalmente 
está alicerçada em dois diplomas legais:
a. O novo Código Civil constante da 
Lei 10.406/02, que obriga todas as 
empresas a elaborarem o balanço 
patrimonial e a demonstração do 
resultado do exercício.
b. E a Lei 6.404/76 das sociedades por 
ações, que determina a estrutura 
das demonstrações contábeis nos 
capítulos 175 a 205.
A estrutura legal da contabilidade consta, 
efetivamente, na Lei 6.404/76, porque 
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais24/169
mesmo sendo inicialmente uma lei para um tipo de organização jurídica, as sociedades por 
ações, a legislação tributária do imposto de renda e o CFC – Conselho Federal de Contabilidade 
estenderam a obrigatoriedade desta estrutura para todas as empresas, independentemente de 
ser sociedade anônima, limitada ou empresário individual.
As leis 11.638/07 e 11.941/09 adaptaram a estrutura contábil constante da Lei 6.404/76, 
transformando-a para os padrões internacionais de contabilidade do IFRS – International 
Financial Reporting Standards, hoje também obrigatórios. 
As companhias abertas, sociedades por ações que têm seus títulos negociados na BOVESPA, 
também devem obedecer regras complementares, se for o caso, da CVM – Comissão de Valores 
Mobiliários.
Legislação Tributária
Não há dúvida que a complexidade do sistema tributário brasileiro, bem como o seu impacto 
econômico em função da carga tributária ser considerada elevada, afeta a gestão contábil, 
tanto nos seus aspectos societários como gerenciais. 
Os principais tributos que afetam os negócios de forma permanente são:
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais25/169
I. Tributos sobre as transações de compra e venda
• Esfera federal: IPI – Imposto sobre os Produtos Industrializados.
• Esfera federal: PIS e COFINS – tributos considerados contribuições sociais.
• Esfera estadual: ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
• Esfera municipal: ISS – Imposto sobre Serviços.
• SIMPLES – tributação apenas sobre o faturamento das vendas para PMEs que faturam 
até $ 3.600.000,00
II. Tributos federais sobre o lucro 
• IR – Imposto de Renda.
• CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
III. Tributos e encargos sobre a folha de pagamento
• INSS – Contribuição Previdenciária.
• Seguro de acidente do trabalho.
• FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, contribuição direta ao trabalhador.
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais26/169
IV. Tributos sobre movimentação financeira
• IOF – Imposto sobre Operações Financeiras.
• IOC – Imposto sobre Operações Cambiais.
• IRRF – Imposto Retido na Fonte não recuperável.
A legislação é extensa e a maior parte é regulamentada pela Receita Federal do Brasil, exceto 
nos casos do ICMS e ISS que tem regulamentos próprios emitidos por cada estado ou município.
Tributação e Obrigatoriedade das Demonstrações Contábeis
A Receita Federal do Brasil não exige contabilidade, ficando optativa para empresas 
enquadradas no SIMPLES e no regime de imposto de renda do Lucro Presumido e Arbitrado. 
Contudo, o código civil é mandatório, e assim, as demonstrações contábeis devem ser 
obrigatoriamente levantadas pelo menos em 31 de dezembro de cada ano.
1.4. Necessidades Gerenciais
Na introdução foi salientado que a contabilidade nasceu gerencial e, posteriormente, ganhou 
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais27/169
os contornos regulatórios, segmento este que passou a ser denominado de contabilidade 
financeira.
Cabe à ciência contábil desenvolver todos os segmentos de atuação que permitam o 
gerenciamento econômico completo da empresa, para o processo de tomada de decisão, 
controle, planejamento e avaliação de desempenho.
A empresa se caracteriza como uma organização hierárquica, que desenvolve atividades por 
meio de seus departamentos e produz e entrega produtos e serviços à sociedade. Assim, a 
contabilidade deve suportar a gestão com instrumentos que permitam ver o todo, as partes e o 
analítico, conforme apresentado na Figura 6.
Gerenciamento Gerenciamento Gerenciamento
Global Setorial Específico
O TODO AS PARTES O ANALÍTICO
Contabilidade Financeira Unidades de Negócio Eventos Econômicos
Análise de Balanço Setores Produtos e Serviços
Análise de Fluxo de Caixa Atividades Custos
Gestão Tributária Departamentos Formação de Preços
CONTABILIDADE ESTRATÉGICA
Figura 6 - Estrutura da Contabilidade para Apoio à Administração
PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais28/169
Verificamos que a contabilidade, ao longo de seu desenvolvimento, criou instrumentos de 
gestão para todas as necessidades do processo decisório, também denominados de segmentos 
da ciência contábil. Assim, há instrumentos de gestão claramente destinados a gerenciar a 
empresa como um todo, instrumentos de gestão que focam a necessidade de gerenciar as 
partes e instrumentos de gestão alinhados com as transações dos eventos econômicos e o 
gerenciamento do custo e preços de venda dos produtos e serviços.
Esta estrutura gerencial básica deve ser suportada permanentemente em termos de 
perspectiva de futuro, cuja base é o segmento contábil representado pelo planejamento 
orçamentário e os instrumentos de contabilidade de apoio ao planejamento estratégico, 
agrupados no segmento de contabilidade estratégica, que serão desenvolvidos no Capítulo 4.
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais29/169
 
Para saber mais
HENDRIKSEN, Eldon S. e VAN BREDA, Michael F. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 
1999.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 10. Ed., São Paulo: Atlas, 2010.
PADOVEZE, Clóvis Luis. Sistemas de Informações Contábeis. 6ª. Ed., São Paulo; Atlas, 2009.
STICKNEY, Clyde P. e WEIL, Roman L. Contabilidade Financeira. São Paulo: Atlas, 2001.
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais30/169
Link
Lei 6.404/76 das Sociedades por ações, alterada pelas Leis 11.638/07 e 
11.941/09.
<www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm>
Regulamento do Imposto de Renda – RIR/1999
<http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/legislacao/regulamentos>
SIMPLES – Lei complementar 123 de 14.12.2006.
Unidade 1 • O Sistema Contábil, a Legislação e Necessidades Gerenciais31/169
Glossário
Contabilidade financeira: denomina-se contabilidade financeira um dos dois maiores 
segmentos de utilização da ciência contábil que é a estrutura contábil regulada por lei para 
atender às necessidades legais dos investidores, proprietários, acionistas, governo e outros 
interessados nas demonstrações contábeis, que contém um conjunto de padronização para 
que seja entendida por qualquer usuário em qualquer situação ou parte do mundo.
Contabilidade gerencial: denomina-se contabilidade gerencial a utilização da ciência contábil 
para o processo de gestão empresarial, para tomada de decisão, planejamento, controle e 
avaliação de desempenho. A contabilidade gerencialcaracteriza-se por desenvolver todos os 
instrumentos de gestão (também chamados de segmentos da contabilidade) necessários para 
complementar a estrutura já existente da contabilidade financeira. 
Patrimônio: patrimônio pode ser definido como o conjunto de todos os bens, direitos e 
obrigações. Os direitos são valores a receber ou serem realizados em dinheiro no futuro 
e as obrigações são valores que devem ser pagos em dinheiro no futuro. Esses elementos 
patrimoniais estão representados na figura mais importante da estrutura contábil que é o 
balanço patrimonial.
32/169
Aula 1 - Tema: Contabilidade e o Sistema
Empresa  – Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
4893157f8e63a2e1f7139cca4fe94b25>.
Aula 1 - Tema: Contabilidade Financeira 
e Gerencial  – Bloco II 
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
85f3dce2a4078683ec3a14be220a2bab>. 
Assista a suas aulas
33/169
Aula 1 - Tema: Demonstrações Contábeis 
Básicas – Parte I  – Bloco III
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
23fe8035783eb4e68dac4dff7a071a35>.
Aula 1 - Tema: Estrutura Legal Contábil e 
Sistema Tributário Brasileiro – Bloco IV 
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
144584054f5d6596fb373060766fc470>. 
Assista a suas aulas
34/169
1. O objetivo da ciência contábil é:
Questão 1
a) ( ) levantar o balanço patrimonial.
b) ( ) apurar a demonstração do resultado de um período.
c) ( ) o controle econômico do patrimônio de uma entidade.
35/169
2. A demonstração do resultado do período é visualizada no:
Questão 2
a) ( ) fluxo econômico das atividades.
b) ( ) fluxo patrimonial das atividades.
c) ( ) fluxo financeiro das atividades.
36/169
Questão 3
3. O grande papel da contabilidade financeira de prestação de contas é 
resumido no indicador do:
a) ( ) retorno do investimento.
b) ( ) valor do lucro operacional.
c) ( ) valor do patrimônio líquido.
37/169
4. Os fundamentos da informação da contabilidade financeira e da con-
tabilidade gerencial, são, respectivamente:
Questão 4
a) ( ) prestação de contas e avaliação de desempenho.
b) ( ) objetividade e perspectiva de futuro.
c) ( ) apuração do lucro e análise de balanço.
38/169
5. A estrutura legal contábil brasileira atual está contida:
Questão 5
a) ( ) no Regulamento do Imposto 
de Renda.
b) ( ) na Lei 6.404/76.
c) ( ) no sistema tributário 
brasileiro.
39/169
Gabarito
1. Resposta: C
2. Resposta: A
3. Resposta: A
4. Resposta: B
5. Resposta: B
40/169
Unidade 2
Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS
Objetivos
 » Apresentar as instituições responsáveis pela normatização 
da contabilidade no Brasil.
 » Definir os conceitos de sociedade de grande porte e pequena 
e média empresa para fins contábeis.
 » Apresentar o conjunto completo das demonstrações 
contábeis para fins legais.
 » Introduzir os principais conceitos e alterações introduzidos 
pelas normas internacionais.
 » Apresentar os aspectos relevantes da contabilidade social.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS41/169
Introdução
Instituições Responsáveis pela Contabilidade no Brasil
A Lei 11.638/07 trouxe uma série de alterações à Lei 6.404/76 das sociedades por ações, onde 
consta a estrutura legal da contabilidade brasileira, e determinou que as empresas brasileiras 
adotassem os padrões internacionais de contabilidade do IFRS – International Financial 
Reporting Standards, objetivando atualizar a estrutura contábil brasileira em relação aos demais 
países, com o fim de padronização, mas também devido à forte pressão dos investidores do 
mercado financeiro.
Havia dúvida no mercado financeiro em relação à adoção dos padrões internacionais (ligados 
à Europa) ou dos padrões de contabilidade norte-americanos, também denominados de US 
GAAP. A opção foi pelos padrões do IFRS, até que haja uma convergência mundial com os 
padrões norte-americanos.
Para essa tarefa, as instituições contábeis brasileiras resolveram por bem criar um organismo 
independente das organizações legalmente responsáveis para ciência contábil em nosso país, 
para o papel central de promover a integração completa dos padrões contábeis brasileiros com 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS42/169
os padrões do IFRS.
Para tanto, o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis – CPC foi criado em 07.10.2005 
pela Resolução Número 1.055/05 do CFC 
– Conselho Federal de Contabilidade para 
ser o único órgão responsável pela emissão 
dos pronunciamentos contábeis no Brasil, 
em função das necessidades de1:
a. convergência internacional das 
normas contábeis.
b. centralização na emissão de normas 
contábeis.
c. representação das instituições 
nacionais interessadas em eventos 
internacionais.
Antes da criação do CPC, as normas, 
1 Adaptado de PADOVEZE, 2012b, p.126/7.
procedimentos técnicos, orientações 
e interpretações contábeis eram de 
responsabilidade, basicamente:
a. do Conselho Federal de 
Contabilidade, para todas as 
empresas no território nacional.
b. da CVM – Comissão de Valores 
Mobiliários, para as companhias 
abertas.
Também eram agentes legalmente 
autorizados o IBRACON, para as auditorias 
independentes; o Banco Central para as 
instituições financeiras; a SUSEP para 
as instituições seguradoras; e a Receita 
Federal, no âmbito tributário.
O CPC é composto por dois representantes 
das seguintes entidades:
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS43/169
1. ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas.
2. APIMEC Nacional – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado 
de Capitais.
3. BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo.
4. CFC – Conselho Federal de Contabilidade.
5. FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras.
6. IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.
O CPC sempre convidará representantes do:
 Banco Central do Brasil
 Comissão de Valores Mobiliários – CVM
 Secretaria da Receita Federal 
 Superintendência de Seguros Privados – SUSEP
Em resumo, hoje o arcabouço regulatório para a contabilidade brasileira está fundamentado:
a. na Lei 6.404/76 com as alterações produzidas pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS44/169
b. nas normas produzidas pelo CPC, que são referendadas pelos órgãos legalmente 
responsáveis pela contabilidade, como o CFC, a CVM, o Banco Central do Brasil, a SUSEP e 
as agências reguladores.
As normais emitidas pelo CPC hoje são denominadas no seu conjunto como práticas contábeis, 
em substituição às nomenclaturas anteriores de princípios de contabilidade geralmente 
aceitos(PCGA ou GAAP-inglês) e osprincípios fundamentais de contabilidade, denominação esta 
que havia sido adotada pelo CFC – Conselho Federal de Contabilidade. 
Normas Emitidas pelo CPC– Comitê de Pronunciamentos Contábeis
Basicamente, o trabalho do CPC foi fazer uma tradução adaptada à semântica brasileira dos 
padrões internacionais de contabilidade do IFRS. A base de todas as normas contábeis está 
hoje contida nos Pronunciamentos Contábeis, que são abreviados pela sigla CPC.
Além das normas contidas nos CPCs, o CPC também emite interpretações e orientações. Até o 
momento foram emitidos:
• 46 CPCs numerados, ou seja, Pronunciamentos Contábeis, mais dois CPCs não 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS45/169
numerados, que são o CPC-PME:Contabilidadepara Pequenas e Médias Empresas (R1) 
e o CPC Pronunciamento Conceitual Básico(R1)-Estrutura Conceitual para Elaboração 
e Divulgação dos Relatórios Contábil-Financeiros. Alguns CPCs numerados foram 
substituídos por outros.
• 18 Interpretações, iniciadas com a sigla ICPC.
• 6 Orientações Técnicas, iniciadas com a sigla OCPC.
Em razão da natural dinâmica da economia, sempre surgem novos conceitos e eventos 
econômicos que não haviam sido previstos. Assim, é função do CPC identificar esses novos 
conceitos e eventos econômicos, e, se sua contabilização, reconhecimento e mensuração não 
estiverem contemplados em CPCs já existentes, elaborar um novo pronunciamento contábil. 
Neste processo, primeiramente o CPC emite uma minuta, que é colocada em audiência pública 
por determinado tempo, para depois ser traduzido num pronunciamento contábil normatizado.
A CVM – Comissão de Valores Mobiliários e Governança Corporativa
Antes da criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, as normas gerais de contabilidade 
eram de responsabilidade do CFC – Conselho Federal de Contabilidade, cabendo à CVM – 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS46/169
Comissão de Valores Mobiliários, por 
lei, determinar as adaptações para as 
sociedades anônimas de capital aberto.
As sociedades anônimas de capital aberto, 
conhecidas como companhias abertas, 
são as sociedades anônimas que tem 
seus títulos (ações, debêntures, bônus) 
negociados nas bolsas de valores em 
âmbito mundial. No Brasil, a CVM tem 
responsabilidade pela administração 
da estrutura de negociação de títulos 
financeiros emitidos por empresas, que 
inclui os fundos de investimentos, títulos 
de dívida, e, em especial, o movimento da 
BOVESPA. 
O fundamento da gestão da CVM é dar 
garantia aos investidores ou acionistas 
minoritários. São denominados de 
investidores minoritários aqueles 
investidores que adquirem e negociam 
títulos emitidos por empresas no país, 
mas cuja quantidade de títulos não lhes 
dá poder de decidir na administração da 
empresa de quem são participantes por 
meio dos títulos. O poder de decidir na 
administração da empresa sempre fica com 
os investidores e acionistas majoritários, 
também denominados de controladores. 
Governança Corporativa2
O conceito geral que fundamenta este 
papel básico da CVM é denominado 
mundialmente de governança 
corporativa. O conceito de governança 
corporativa representa a participação 
2 Adaptado de PADOVEZE, 2012a, p.94.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS47/169
ativa dos investidores institucionais na 
administração geral dos negócios da 
empresa. De modo geral, representa a 
necessidade que os acionistas minoritários 
têm de participar efetivamente da direção 
geral dos negócios da corporação.
As empresas que adotam o conceito 
de governança corporativa tendem 
a dar maior transparência de seus 
negócios e padrões contábeis e 
financeiros ao mercado, tornando-se 
empresas com maior aceitação geral, 
e, consequentemente, atrativas para 
investimentos.
A BOVESPA, com o intuito de provocar 
a melhoria constante no processo de 
governança corporativa, instituiu um 
conjunto de regras para incentivar a 
melhoria no processo de comunicação 
com os investidores, denominado de 
níveis de governança. Parte do Nível 1, até 
o Nível 3, chegando até o nível máximo 
chamado de Novo Mercado. Para cada 
Nível, a companhia aberta é obrigada a 
prestar informações adicionais ao mercado 
de investidores, por meio da diretoria 
de Relações com os Investidores. Essas 
informações são consideradas adicionais 
porque não estão na estrutura mínima de 
informações que são obrigatórias pela Lei 
6.404/76.
1.1 Sociedades de Grande Porte 
e Pequenas e Médias Empresas
A lei 11.638/07 criou o conceito de 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS48/169
sociedades de grande porte, que, mesmo 
sob outra organização jurídica, equiparam-
se em vários aspectos às sociedades 
anônimas de capital aberto. Caracterizam-
se como empresas de grande porte as 
sociedades ou conjunto de sociedades sob 
controle comum que tiveram, no exercício 
social anterior, ativo total superior a 
$250.000.000,00 ou receita bruta anual 
superior a $300.000.000,00.
As sociedades de grande porte têm a 
obrigatoriedade de auditoria independente 
por auditor registrado na CVM – Comissão 
de Valores Mobiliários. Alguns juristas 
interpretam que as sociedades de grande 
porte têm também a obrigatoriedade de 
publicar as demonstrações financeiras 
para os usuários externos. Contudo, como 
este aspecto não está explicitado na lei 
11.638/07, a interpretação mais aceita é 
de que não há talobrigatoriedade.
No Brasil há várias legislações e 
entidades que classificam as Pequenas 
e Médias Empresas– PMEs, em função 
do seu faturamento ou da quantidade 
de funcionários. Uma das principais 
classificações é dada pelo regime tributário 
do SIMPLES, onde se caracterizam PMEs 
as empresas que comfaturamento anual 
inferior a $3.600.000,00.
Em termos de legislação contábil, regulada 
pelo pronunciamento CPC-PME, a 
definição de pequenas e médias empresas 
é diferente, tendo como referência a 
negociação de suas ações ou cotas. 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS49/169
Para fins contábeis, caracteriza-se PME 
como o conjunto composto por sociedades 
fechadas e sociedades que não sejam 
requeridas a fazer prestação pública de suas 
contas. O termo empresas de pequeno e 
médio porte adotado no pronunciamento 
CPC-PME não inclui:
a. As companhias abertas, reguladas 
pela Comissão de Valores Mobiliários 
– CVM.
b. As sociedades de grande porte, como 
definido na Lei 11.638/07.
c. As sociedades reguladas pelo 
Banco Central do Brasil, pela 
Superintendência de Seguros 
Privados e outras sociedades cuja 
prática contábil é ditada pelo 
correspondente órgão regulador com 
poder legal para tanto.
Para as PMEs existe um pronunciamento 
contábil específico, sem número, 
denominado CPC-PME. Para as demais 
sociedades aplicam-se todos os outros 
pronunciamentos contábeis (46 
pronunciamentos até março/2013), que 
são denominados no mercado como Full 
CPC, ou seja, CPCs completos. Contudo, a 
PME tem a opção de utilizar apenas o CPC-
PME ou o Full CPC, devendo esta escolha 
ser registrada em nota explicativa no 
primeiro ano de sua adoção, e, a partir daí, 
adotá-los com uniformidade ao longo dos 
anos. 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS50/169
Em resumo, o ponto central para caracterizar-se como PME não é o seu faturamento ou 
tamanho, mas não possuira obrigatoriedade de prestação pública de contas. A prestação 
pública de contas é uma obrigatoriedade das companhias abertas, com ações nas bolsas de 
valores, e em empresas que emitiram títulos de dívida, como bônus e debêntures, onde, mesmo 
não sendo companhias abertas, há a necessidade de prestação de contas aos investidores. O 
que é importante ressaltar é que sociedades anônimas de capital fechado podem se caracterizar 
como PME, para fins de estruturação de sua contabilidade, desde que não sejam sociedades de 
grande porte.
A Figura 1 mostra as características principais que diferenciam companhias abertas, 
sociedades de grande porte e PMEs, para fins de estruturação das informações contábeis.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS51/169
Figura 1 - Estrutura contábil e tipo de sociedade empresarial
Sociedade anônima Sociedade de
Elementos diferenciadores de capital aberto grande porte PME
Ações negociadas Limitadas e S/As Limitadas e S/As fechadas sem
Caracterização principal na BOVESPA fechadas* obrigatoriedade de prestação
de contas
Auditora independente Obrigatório Obrigatório Não obrigatório
Órgão regulamentador contábil CVM CVMCFC
Pronunciamentos contábeis Full CPC Full CPC CPC - PME ou Full CPC
Publicação das demonstrações financeiras Obrigatório Não obrigatório Obrigatório se for S/A fechada
Não obrigatoriedade Não obrigatoriedade da DVA e da
Demonstrações Contábeis Completas da DVA** DFC*** se o patrimônio líquido
for inferior a $ 2.000.000,00.
*Recei ta Bruta superior a $ 300.000.000,00 ou ativo tota l superior a $ 250.000.000,00.
** DVA - Demonstração do Valor Adicionado
*** DFC - Demonstração dos Fluxos de Ca ixa
1.2 Conjunto Completo das Demonstrações Contábeis
O conjunto completo das demonstrações contábeis em nosso país compreende as seguintes 
demonstrações:
I. Balanço patrimonial ao final do período.
II. Demonstração do resultado do período de divulgação.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS52/169
III. Demonstração do resultado 
abrangente.
IV. Demonstração das mutações do 
patrimônio líquido.
V. Demonstração dos fluxos de caixa.
VI. Demonstração do valor adicionado.
VII. Notas Explicativas.
VIII. Relatório da administração.
IX. Parecer dos auditores independentes.
As demonstrações de cada exercício serão 
publicadas com a indicação dos valores 
correspondentes das demonstrações do 
exercício anterior.
A demonstração do resultado abrangente 
não está prevista na Lei 11.638/07, mas 
é considerada obrigatória em função dos 
novos conceitos de avaliação introduzidos 
pelos pronunciamentos contábeis do 
CPC. Contudo, ela pode ser suprimida na 
publicação, caso suas movimentações 
estejam contempladas adequadamente 
na Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido.
A seguir mostraremos a estrutura das 
principais demonstrações contábeis, 
indicando as principais modificações na 
evidenciação. O balanço patrimonial com 
as novas regras contábeis tem a seguinte 
estrutura, como mostra a Figura 1.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS53/169
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO 
CIRCULANTE CIRCULANTE
Caixa e Bancos Empréstimos e financiamentos
Aplicações financeiras Títulos descontados
Títulos a Receber de Clientes Fornecedores
(-) Créditos de liquidação duvidosa Salários e Encargos a pagar
Estoques Tributos sobre mercadorias
Adiantamentos Tributos sobre lucro
Outros créditos Adiantamento de clientes
Despesas do exercício seguinte Dividendos e lucros a distribuir
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE
Realizável a longo prazo Empréstimos e financiamentos
Títulos a receber Tributos refinanciados
Títulos mobiliários para negociação Mútuos de empresas relacionadas
Títulos mobiliários para venda Provisões contingentes
Créditos com pessoas ligadas Receitas (-) Despesas diferidas
Investimentos
Em empresas ligadas PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Em outras empresas Capital Social
Imobilizado (-) Ações em tesouraria
Imóveis, Máquinas, Móveis, Veículos Reservas de capital
(-) Depreciação e exaustão acumulada Ajustes de avaliação patrimonial
Intangível Reservas de lucros
Gastos com aquisição ou geração de Lucros ou Prejuízos acumulados
marcas, softwares licenciáveis, Outros resultados abrangentes
patentes etc. e goodwil adquirido
Figura 1 - Balanço Patrimonial - Leis 11.638/07 e 11.941/09
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS54/169
As principais alterações promovidas em 
relação à estrutura anterior são:
a. Criação do conceito de Ativo Não 
Circulante, que compreende o 
realizável a longo prazo e os itens do 
antigo ativo permanente.
b. Supressão do conceito de ativo 
permanente, que passa a não mais 
existir.
c. Necessidade de classificação 
separada dos ativos ou instrumentos 
financeiros em aplicações financeiras, 
instrumentos financeiros para 
negociação e instrumentos 
financeiros para venda.
d. Extinção do ativo diferido.
e. Criação de um novo grupo para 
absorver os itens de ativos 
intangíveis.
f. Extinção da nomenclatura Exigível 
a Longo Prazo, substituído pela 
nomenclatura Passivo Não 
Circulante.
g. Inclusão da conta de Ações em 
Tesouraria, Ajustes de Avaliação 
Patrimonial e Outros Resultados 
Abrangentes, no Patrimônio Líquido.
h. Extinção do item Reserva de 
Reavaliações, uma vez que esta 
possibilidade foi extinta pela Lei 
11.638/07.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS55/169
Extinção do Ativo Diferido e Introdução do Intangível
Pode ser considerada a maior alteração, mas não são conceitos substitutos, e, sim, 
completamente diferentes.
O ativo diferido, em essência, é uma possibilidade de postergar o lançamento de despesas em 
mais de um ano, partindo da premissa que o gasto pode ajudar lucros de períodos futuros.
O ativo intangível não é uma despesa postergada, mas sim gastos para obter ou adquirir um 
bem incorpóreo, mas que pode ser objeto de venda, renda ou negociação.
Extinção da Reserva de Reavaliação
A reavaliação caracteriza-se como um lançamento adicional ao valor de aquisição dos 
bens imobilizados em função de sua valorização ao longo do tempo. Esta possibilidade foi 
extinta. Foi aberta a faculdade das empresas manterem a reserva de realização existente até 
31.12.2007, com mesmos procedimentos antigos, até a sua realização definitiva.
Também foi aberto pelo CFC e pelo CPD, por meio da Interpretação ICPC 10, a possibilidade de 
um ajuste do valor dos bens imobilizados e propriedades para investimentos, denominado de 
custo atribuído (deemedcost), apenas no primeiro balanço de transição de adoção das normas 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS56/169
internacionais. 
Ações em Tesouraria
Esta conta contábil já era utilizada pelas 
companhias abertas, quando necessário, 
mesmo não havendo previsão na Lei 
6.404/76. Ela deve ser utilizada quando a 
empresa, eventualmente, recompra suas 
próprias ações, até o momento de revendê-
las ou cancelá-las. Esta possibilidade, para 
as companhias abertas, deve ser aprovada 
antecipadamente pela CVM.
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Esta conta é destinada a absorver, 
temporariamente, e apenas em cima de 
práticas contábeis permitidas nos CPCs, 
receitas e despesas ainda não realizadas, 
de ajustes a valor justo de determinados 
elementos patrimoniais. As principais 
possibilidades são a variação cambial 
de investimentos no exterior e ajustes a 
valor justo de instrumentos financeiros 
destinados à venda. Quando esses ativos 
forem realizados (vendidos), esses valores 
serão transferidos para a demonstração do 
resultado do exercício da realização.
Demonstração de Outros Resultados 
Abrangentes
Na mesma linha do conceito da conta 
de ajustes de avaliação patrimonial, 
ele apresenta resultados de ajustes de 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS57/169
avaliação de elementos patrimoniais ainda não realizados, até o exercício de sua realização, 
ou que, por definição dos pronunciamentos contábeis, não devem compor a demonstração do 
resultado do exercício. A Figura 2 mostra as principais receitas ou despesas que devem compor 
esta demonstração contábil. A demonstração do resultado abrangente deve iniciar com a 
última linha da demonstração do resultado do exercício e, em sequência, demonstrar todos os 
itens de outros resultados abrangentes.
Figura 2 - Demonstração dos Resultados Abrangentes
Lucro Líquido do Exercício
(+) Itens de despesa e receita que não transitaram pela DRE
Variação cambial de aplicações financeiras no exterior
Variação cambial de investimentos em controladas e coligadas no exterior
Ajuste a valor justo de instrumentos financeiros disponíveis para venda
Variação dos passivos de planos de previdência privada de benefício definido
Ajustes por mudanças de práticas contábeis
Ajustes por erros de exercícios anteriores
Resultado Abrangente
O objetivo básico desta demonstração é não misturar na demonstração de resultados do 
exercício, quecompreende receitas e despesas recorrentes oriundas de suas operações, 
receitas e despesas eventuais que só ocorrerão no longo prazo, ou mesmo com pouca 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS58/169
possibilidade de ocorrência, como decorrente da venda de empresas controladas, ou que serão 
objeto de eliminação, como a variação dos passivos de planos de previdência privada.
Demonstração do Resultado do Exercício
A Figura 3 mostra a nova formatação da demonstração do resultado do exercício, que sofreu 
poucas modificações.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS59/169
Figura 3 - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Receita Bruta de Vendas *
(-) Deduções - Tributos incidentes sobre vendas, devoluções
 e abatimentos*
Receita Líquida de Vendas
(-) Custo das Vendas (CMV, CPV, CSV)
Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
 Administrativas
 Com Vendas
 Pesquisa e Desenvolvimento
Lucro Operacional antes das Despesas Financeiras Líquidas
 (-) Despesas Financeiras
 (+) Receitas Financeiras
Lucro ou Prejuízo Operacional
 Outras Receitas e Despesas
 Resultado das Operações Descontinuadas
Lucro Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social
(-) Imposto de Renda e Contribuição Social
(-) Participações
Resultado Líquido do Exercício
* Eliminado na evidenciação pelo CPC
Receita Bruta de Vendas
Esta conta e sua redução não deverão ser evidenciadas nas demonstrações publicadas, por 
determinação do CFC e CPC. A razão básica é que os tributos incidentes sobre vendas, que 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS60/169
se somam à receita líquida para fins de 
evidenciação da receita bruta, não são 
receitas da empresa, e, sim, do governo. 
A evidenciação da receita bruta pode 
causar distorção na análise comparativa 
entre empresas, pois estas podem estar em 
regimes tributários diferentes causados por 
suas operações. Como exemplo pode-se 
citar a receita de empresas exportadoras, 
em queprevalece a isenção de ICMS, PIS e 
COFINS sobre as exportações. Assim, uma 
empresa do mesmo segmento que exporta 
mais que outra terá uma receita bruta 
menor.
Outras Receitas e Despesas e 
Resultados Não Operacionais
Esta nomenclatura substitui a anterior, que 
era Outros Resultados Não Operacionais. A 
partir de agora não existe mais o conceito 
de resultados não operacionais. Outras 
receitas e despesas não recorrentes (como 
resultado na baixa de imobilizados) são 
apresentadas abaixo da linha do Lucro 
Operacional, que é para evidenciar o 
resultado recorrente das operações, mas 
não devem ser entendidas como não 
operacionais.
Resultado das Operações 
Descontinuadas
Também não foi previsto na Lei 11.638/07, 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS61/169
mas impôs-se pelos conceitos decorrentes 
dos pronunciamentos contábeis do CPC. 
Esta conta deverá ser apresentada quando, 
dentro de um determinado exercício, 
a empresa vender ou alienar alguma 
empresa controlada, fábrica ou unidade 
de negócios. Assim, as receitas e despesas 
dessas operações descontinuadas devem 
ser separadas das demais receitas e 
despesas da sociedade, e apresentadas 
em uma única linha como resultado das 
operações descontinuadas, uma vez que 
elas não existirão em exercícios futuros.
Participações
São participações no resultado que 
constam do estatuto social companhia, 
como gastos com participações de partes 
beneficiárias. São bastante incomuns.
Não confundir com participação dos 
administradores e participação nos lucros e 
resultados dos funcionários, que são custos 
ou despesas operacionais.
Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido
A Figura 4 mostra um exemplo desta 
demonstração. Os números foram 
adaptados do exemplo numérico do 
capítulo anterior, e foram incorporadas 
mutações mais comuns que podem 
acontecer nas empresas.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS62/169
Tabela 1 - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Ajustes de 
Capital Reservas Reservas de Lucros Avaliação
Social de Capital Lucros Acumulados Patrimonial Total
Saldos em 31.12.x0 50.000 0 10.000 9.000 0 69.000
Lucro líquido do exercício 0 0 0 7.700 0 7.700
Reserva legal 385 -385 0 0
Variação cambial de investimentos no exterior 0 0 0 0 -200 -200 
Ajuste a valor justo de instrumentos financeiros 0 0 0 0 200 200
Distribuição de lucros 0 0 0 -4.800 0 -4.800 
Saldos em 31.12.x1 50.000 0 10.385 11.515 0 71.900
Lucros e Prejuízos Acumulados
É importante ressaltar que a CVM não permite que as companhias abertas apresentem saldo 
nesta conta. Todos os lucros do exercício devem ter uma destinação, mesmo que seja para 
reservas de lucros. Assim, em princípio, as companhias abertas têm a conta de prejuízos 
acumulados, quando existirem, mas não podem ter saldo na conta de lucros acumulados.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS63/169
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Esta demonstração pode ser publicada 
tanto pelo método direto quanto pelo 
método indireto, devendo, contudo, 
contemplar os três fluxos de caixa de forma 
separada:
a. O fluxo de caixa das atividades 
operacionais.
b. O fluxo de caixa das atividades de 
investimento.
c. O fluxo de caixa das atividades de 
financiamento.
Esta demonstração não deve conter 
variações patrimoniais que não passaram 
pelo caixa (caixa, bancos e aplicações 
financeiras de resgate imediato), tais como 
pagamento de dívidas com entrega de 
novas ações do capital social e aquisição 
de imobilizados feita diretamente por meio 
de financiamentos bancários. Exemplos 
dessas demonstrações podem ser vistos 
nas Tabelas 5 e 6 do Capítulo 1. 
Demonstração do Valor Adicionado
Demonstração obrigatória apenas pelas 
companhias abertas. Abaixo um exemplo 
apresentado na Tabela 23. O objetivo 
desta demonstração, integrante do 
conceito de balanço social, é mostrar o 
valor adicionado criado pela empresa 
para a riqueza do país, e a contribuição na 
empresa na arrecadação de tributos e dos 
benefícios distribuídos aos funcionários e 
investidores.
3 Extraído de PADOVEZE, 2012b, p.396/7.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS64/169
Tabela 2 -Demonstração do Valor Adicionado
Período de 01.01.X1 a 31.12.X1
I – RECEITAS $ Observações
Receita bruta das vendas de mercadorias ou 
serviços 50.000 (1)
(-)Provisão para devedores duvidosos (33) (2)
(+) Outras receitas operacionais 10 (3)
(+) Outras receitas e despesas 10 (4)
Soma 49.987 
II - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS
Custo das mercadorias vendidas 18.915 (5)
Impostos sobre compras (IPI, ICMS, II, ISS, PIS, 
COFINS) 5.445 (6)
Seguros 44 (7)
Energia elétrica 1.020 (7)
Outras despesas ou serviços recebidos de 
terceiros 0 (8)
Soma   25.424  
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS65/169
III - VALOR ADICIONADO (I - II)   24.563  
IV - RETENÇÕES (9)
Depreciações e amortizações   780  
V - VALOR ADICIONADO PRODUZIDO PELA 
EMPRESA (III - IV) 23.783  
VI - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM 
TRANSFERÊNCIA (10)
Equivalência patrimonial 240 
Receitas financeiras 120 
Soma   360 
VII - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR 24.143  
VIII - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO
Gastos com pessoal
. Salários 8.000 
. Encargos sociais exceto INSS e FGTS 4.400 
Soma 12.400 (a)
Impostos, Taxas e Contribuições
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS66/169
. Tributos sobre as vendas (IPI, ICMS, PIS, COFINS, 
ISS) 12.000 
. Tributos sobre as compras (5.445)
. Imposto sobre importações (II) 0
. IRRF sobre aplicações financeiras 0
. INSS e FTGS 3.040 
. Provisão IR/CSLL 382 
Soma 9.977 (b)
Juros e aluguéis
. Despesas financeiras 556 
. Aluguéis 0 
Soma 556(c)
Lucros distribuídos
. Dividendos 726 
. Juros sobre o capital próprio 0 
Soma 726 (d)
Lucros retidos
. Lucro líquido do exercício 1.210 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS67/169
. Dividendos distribuídos (726)
Soma 484 (e)
TOTAL DA DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 24.143 (a+b+c+d+e)
(1) Inclui IPI, ICMS, PIS, COFINS, ISS.
(2) A PDD é considerada um ajuste da receita 
bruta.
(3) Variação monetária, no nosso exemplo.
(4) Valor da venda (-) valor da baixa dos bens 
vendidos.
(5) Para indústria, é o consumo de materiais.
(6) Normalmente é necessário um levantamento como informações 
adicionais, pois não está presente, explicitamente, nas demonstrações 
contábeis básicas.
(7) Devem ser consideradas como recebidas de terceiros, basicamente todas 
as despesas operacionais.
(8) Representam trabalho executado fora da 
empresa.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS68/169
(9) Despesas contábeis não desembolsadas, mas redutoras do lucro líquido, 
que a 
empresa retém para fazer face a sua continuidade.
(10) Significam lucros internados oriundos de valor adicionado de outras 
empresas.
Principais Conceitos e Alterações Introduzidos pelas Normas Internacionais
São muitos os conceitos e alterações introduzidos, objetivando cobrir a complexidade crescente 
das operações empresariais, bem como da grande variedade de instrumentos financeiros à 
disposição das organizações. A seguir estão apresentados os principais conceitos e alterações, 
que atingem a maior parte das empresas.
Extinção do Ativo Diferido e da Possibilidade de Reavaliação de Ativos
Esses tópicos já foram abordados anteriormente. Caso uma empresa tenha os dois elementos 
patrimoniais, ocorridos até 31.12.07, e queira mantê-los, poderão fazê-lo com os mesmos 
procedimentos anteriores, até a sua extinção.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS69/169
Ajustes de Exercícios Anteriores
Não poderão mais existir. Foram 
substituídos por:
a. Mudanças nas políticas contábeis.
b. Retificação de erros de exercícios 
anteriores.
c. Mudanças nas estimativas contábeis.
O valor resultante das mudanças nas 
estimativas contábeis deverá ser 
absorvido normalmente na demonstração 
do resultado do próximo exercício. Os 
outros dois ajustes deverão ser feitos 
retrospectivamente, desde o exercício que 
ocorreu o evento, por meio da republicação 
de todas as demonstrações contábeis 
obrigatórias.
Leasing Financeiro
Caracteriza-se leasing financeiro quando 
a empresa assume todos os ônus, riscos e 
benefícios do bem objeto do arrendamento 
(em linhas gerais, quando a empresa quer 
ficar com o bem objeto do leasing). Neste 
caso, a operação deverá ser caracterizada 
como uma compra de imobilizado 
financiado e a contraprestação do leasing 
não será considerada despesa, e, sim, 
redução do financiamento.
Doações Governamentais para 
Investimento
Deverão ser contabilizadas como receita 
operacional. Caso haja a necessidade 
de transformar em reserva de lucros de 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS70/169
incentivos fiscais, o valor constante na 
demonstração do resultado será utilizado 
para a formação desta reserva.
Capitalização dos Juros de 
Aquisição ou Construção de Ativos 
Imobilizados
Os encargos financeiros decorrentes de 
empréstimos e financiamentos destinados 
à construção ou aquisição de ativos 
imobilizados deverão ser capitalizados, isto 
é, deverão compor o valor do imobilizado, 
até o momento de colocar o imobilizado 
em operação. A partir daí, os encargos 
financeiros serão consideradas despesas 
financeiras.
Instrumentos Financeiros e 
Contabilização de Hedges
Os instrumentos financeiros classificados 
como para negociação ou para venda 
deverão ser ajustados periodicamente ao 
valor justo ou valor de mercado. O valor 
resultante do ajuste de instrumentos 
financeiros para negociação será 
contabilizado diretamente no resultado. 
O ajuste a valor justo dos instrumentos 
disponíveis para venda, enquanto não 
realizados, serão contabilizados no 
patrimônio líquido na conta de Ajustes 
de Avaliação Patrimonial. Caso esses 
instrumentos estejam hedgeados, o valor 
do hedge deverá ser a contabilização do 
principal.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS71/169
Ajuste a Valor Presente 
Os direitos e obrigações prefixados de longo prazo deverão ser contabilizados a valor presente; 
portanto, os juros constantes das parcelas deverão ser considerados como receita ou despesa 
financeira e não comporão o valor da transação. Caso haja relevância em elementos similares 
de operações de curto prazo, o mesmo procedimento deverá ser efetivado.
Tributos Diferidos
Todas as diferenças temporárias de receitas ou despesas entre a contabilidade e a autoridade 
fiscal (normalmente as diferenças entre o lucro contábil e o lucro tributável para empresas 
enquadradas no Lucro Real), incluindo prejuízos fiscais compensáveis, deverão ser objeto da 
contabilização, pelo regime de competência, dos tributos diferidos, ativos e passivos, até sua 
realização.
Critérios de Depreciação e Amortização
Três novos conceitos foram inseridos pelas normas internacionais, quais sejam:
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS72/169
a. Conceito de vida útil: um imobilizado 
ou intangível deverá ser depreciado 
em função de sua vida útil (medida 
por tempo ou por quantidades 
produzidas) e não mais pelas taxas 
das regras fiscais e nem pela vida 
técnica ou física do bem ou direito.
b. Conceito de valor residual: o valor 
residual de um ativo é o valor 
provável de venda após a sua vida 
útil.
c. Conceito de valor depreciável ou 
amortizável: o valor base para 
depreciação ou amortização não será 
mais o valor ativado inicialmente, 
mas sim o valor de aquisição (ou o 
valor justo, quando cabível) menos o 
valor residual.
Valor Justo
Talvez seja o conceito mais polêmico 
introduzido pelas normas internacionais. 
Todos os elementos patrimoniais deverão 
ser objeto de reavaliação anualmente pelo 
seu valor justo. São fundamentalmente 
dois tipos de valor justo:
a. O valor de mercado ou similar de 
mercado.
b. O valor em uso, calculado pelo fluxo 
de caixa descontado.
Contudo, é fundamental ressaltar que, no 
caso dos ativos, o valor justo deverá ser 
utilizado para reduzir o seu valor, e não 
para aumentar, exceto em três situações, 
onde será utilizado tanto para reduzir 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS73/169
quanto para aumentar o valor dos ativos:
a. Ativos biológicos (florestas, criação de gado etc.).
b. Instrumentos financeiros para venda ou negociação.
c. Propriedades para investimentos (imóveis não utilizados nas operações normais da 
empresa).
A aplicação do valor justo para os demais ativos (estoques, imobilizados, intangíveis) será 
utilizada unicamente para reduzir o seu valor. 
Impairment – Redução ao valor recuperável dos ativos
Impairment significa perda, depreciação ou deterioração econômica de um ativo. Anualmente 
as empresas deverão fazer o teste do impairment, ou seja, verificar se os ativos estão com valor 
contábil superior ao valor justo. Valor recuperável de um ativo é o seu valor justo.
Quando o valor líquido contábil de um ativo estiver superior ao seu valor justo, a empresa 
deverá contabilizar a diferença como provisão para desvalorização de ativos, como despesa ou 
custo operacional. Para tanto, deverá ser utilizado o maior valor justo entre o valor de mercado 
e o valor em uso (obtido pelo fluxo de caixa descontado). 
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS74/169
Pelas práticas brasileiras, a provisão 
do impairment poderá ser estornada 
em exercícios anteriores,total ou 
parcialmente, limitada ao valor constante 
na contabilidade.
Contabilidade Social
A contabilidade social ou contabilidade de 
responsabilidade social caracteriza-se por 
um conjunto de informações de natureza 
social e ambiental que tem como objetivo 
mostrar à sociedade a efetiva contribuição 
da empresa para os diversos segmentos da 
sociedade.
A principal demonstração da contabilidade 
social é a Demonstração do Valor 
Adicionado, hoje obrigatória apenas 
para as companhias abertas. Além dessa 
demonstração, informações sobre os 
recursos humanos, investimentos em 
saúde, ambiente, cultura, lazer etc.
Em nosso país, a contabilidade social está 
regulamentada pela Norma Brasileira de 
Contabilidade NBC T 15, emitida pelo CFC– 
Conselho Federal de Contabilidade pela 
Resolução CFC no. 1.003 de 19.08.2004.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS75/169
 
Para saber mais
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de 
Contabilidade das Sociedades por Ações. 7ª. Ed., São Paulo: Atlas, 2012.
PADOVEZE, Clóvis Luís; BENEDICTO, Gideon Carvalho de;LEITE, Joubert da Silva 
Jerônimo. Manual de Contabilidade Internacional. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
STICKNEY, Clyde P.; WEIL, Roman L. Contabilidade Financeira. São Paulo: Atlas, 2001.
Link
<www.cpc.org.br> 
<www.cfc.org.br>
NBC T 15, emitida pelo CFC-Conselho Federal de Contabilidade pela 
Resolução CFC no. 1.003 de 19.08.2004.
Unidade 2 • Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS76/169
Glossário
Valor justo: considera-se valor justo um valor atribuível a um ativo que reflita um valor de 
mercado em que as partes negociadoras sejam independentes entre si e que o valor não sofra 
pressão de nenhuma parte interessada. Para fins de aplicação do teste de recuperabilidade 
(impairment) é também considerado valor justo, o valor resultante dos fluxos futuros de 
benefícios trazidos por um ativo ou grupo de ativos à empresa, calculado por meio do fluxo de 
caixa descontado, também denominado de valor em uso.
Redução ao valor recuperável de um ativo: conhecido internacionalmente como impairment, 
é o reconhecimento na contabilidade de que o valor contábil está superior ao valor justo, 
reconhecimento este feito pelo lançamento como despesa operacional de uma provisão de 
desvalorização do ativo ou conjunto de ativos. Impairment significa deterioração ou dano 
econômico no valor de um ativo. 
Pronunciamento contábil: em nosso país, é uma norma de contabilidade emitida pelo CPC – 
Comitê de Pronunciamentos, que deve ser referendada pelos órgãos legalmente reguladores 
da contabilidade brasileira (CFC, CVM, Banco Central do Brasil etc.), e que deve ser utilizada por 
todas as entidades no país. Os pronunciamentos são fundamentados nos princípios contábeis 
geralmente aceitos universalmente, princípios estes formadores da ciência contábil.
77/169
Aula 2 - Tema: A Estrutura Contábil 
Brasileira - Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
e3973fc582492748b4978b547fb6426b>.
Aula 2 - Tema: Conjunto Completo das 
Demonstrações Contábeis - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
f82a5bd2d60d155f0e8f103b5973ad63>. 
Assista a suas aulas
78/169
Aula 2 - Tema: Principais Conceitos
Introduzidos pela Adoção 
do IFRS - Bloco III 
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
7333f9b4f5b514ad2c16872c3b4fa0ad>.
Aula 2 - Tema: Valor Justo, Depreciação e 
Impairment - Bloco IV
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1d/8acb67d761bdddd0a9635b09187a7efd>. 
Assista a suas aulas
79/169
1. O principal órgão de elaboração de normas contábeis no Brasil é:
Questão 1
a) ( ) A CVM – Comissão de Valores Mobiliários.
b) ( ) O CRC – Conselho Regional de Contabilidade.
c) ( ) O CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis.
80/169
2. As sociedades de grande porte e as PMEs devem adotar, para elaborar 
suas demonstrações contábeis, respectivamente:
Questão 2
a) ( ) o CPC-PME; o conjunto Full CPC.
b) ( ) o conjuntoFull CPC; o CPC-PME e o conjunto Full CPC, opcionalmente.
c) ( ) o conjuntoFull CPC; o CPC-PME.
81/169
3. O evento da variação cambial de investimentos no exterior, enquanto 
não realizado, deverá ser contabilizado:
Questão 3
a) ( ) como ajustes de avaliação patrimonial.
b) ( ) como receita ou despesa financeira na demonstração do resultado do exercício.
c) ( ) como receita ou despesa operacional na demonstração do resultado do exercício.
82/169
4. A utilização do valor justo para avaliação anual do imobilizado:
Questão 4
a) ( ) aumentará o valor contábil se o valor justo for superior a este.
b) ( ) será considerado um valor de reavaliação se o for justo for superior a este.
c) ( ) diminuirá o valor contábil se o valor justo for inferior a este.
83/169
5. O teste do impairmentserá aplicado anualmente e será contabilizado:
Questão 5
a) ( ) Se o valor contábil for superior ao maior dos dois tipos de valor justo.
b) ( ) Se o valor contábil for inferior ao maior dos dois tipos de valor justo.
c) ( ) Se o valor de mercado for superior ao valor em uso.
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Gabarito
1. Resposta: C
2. Resposta: B
3. Resposta: A
4. Resposta: C
5. Resposta: A 
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Unidade 3
Tópicos Avançados da Contabilidade Financeira
Objetivos
 » Definir e apresentar os principais processos de reavaliação.
 » Introduzir, definir e exemplificar a aplicação do conceito de equivalência patrimonial.
 » Apresentar o conceito de combinação de negócios e os fundamentos de fusão, cisão e 
incorporação, goodwill e compra vantajosa.
 » Introduzir os conceitos básicos de consolidação das demonstrações contábeis.
Unidade 3 • Tópicos Avançados da Contabilidade Financeira86/169
Introdução
Processos de Reavaliação
Genericamente podemos definir processos de reavaliação todas as remensurações dos valores 
dos elementos patrimoniais que devem ser feitas contabilmente após o reconhecimento inicial 
de um ativo ou passivo.
O reconhecimento inicial de um ativo, pelos princípios contábeis, é feito pelo custo de 
aquisição ou produção. O reconhecimento inicial de um passivo é feito pelo valor presente do 
total da obrigação a ser paga. 
Os principais processos de reavaliação são os seguintes:
a. Contabilização dos juros dos ativos e passivos financeiros, pelo regime de competência de 
exercícios, no encerramento do balanço patrimonial, em função do tempo transcorrido.
b. Ajuste a valor presente dos créditos e obrigações pré-fixadas de longo prazo, partindo 
da premissa que as parcelas das vendas e compras a prazo contêm, implicitamente, juros 
embutidos.
c. Depreciação, amortização e exaustão dos ativos imobilizados e intangíveis, em função 
Unidade 3 • Tópicos Avançados da Contabilidade Financeira87/169
do seu uso, considerando a vida útil 
esperada de utilização.
d. Provisão para desvalorização de 
ativos quando inferior ao valor justo, 
para os estoques, imobilizados, 
intangíveis e investimentos.
e. Ajuste para mais ou para menos, 
pela diferença entre o valor justo e 
o valor contábil, dos instrumentos 
financeiros para venda e negociação, 
propriedades para investimento e 
ativos biológicos.
f. Reavaliação de ativos imobilizados e 
intangíveis, quando permitido por lei.
Reavaliação de Ativos
As normas internacionais de contabilidade 
permitem, em circunstâncias especiais, 
aumentar o valor dos ativos imobilizados 
e intangíveis ao valor de mercado. Na 
contabilidade brasileira, esta condição

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