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REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267 Título Caso Concreto 8 Descrição O profissional do Direito, diante de um caso concreto, descreve e analisa os fatos para, em seguida, valorar esses fatos de acordo com as alternativas oferecidas pelas fontes do Direito. Fica, pois, evidente a importância da descrição dos fatos e das provas a fim de fornecer os elementos necessários para que se compreenda o caso, interprete-o e concretize essa interpretação mediante a argumentação. O esquema do discurso jurídico, a seguir, revela estas três valências que se operam na construção de cada argumento: a descritiva (exposição dos fatos), a valorativa (qualificação dos fatos/fatos transformados em argumentos por meio da interpretação) e a normativa (aplicação das Fontes do Direito e/ou conhecimento jurídico jurisprudencial ou doutrinário). DESCRITIVO FATO O cliente de um determinado hotel fica ferido porque, enquanto ele dormia, se soltou do teto um pedaço de gesso. VALORATIV O (INTERPRETAÇÃO/ QUALIFICAÇÃO DO FATO/ FONTES DO DIREITO) A queda do gesso foi causada por negligência do hotel. ENQUADRAMENTO A administração do hotel se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar o cliente. LEGAL/JUSTIFICATIVA/ NORMATIVO ESTRUTURA DO ARGUMENTO SEM DESENVOLVIMENTO Questão 1 Leia os casos concretos 1 e 2 abaixo, selecione pelo menos quatro fatos importantes e produza um esquema à semelhança do que apresentamos anteriormente. Atenção! Neste momento, nosso interesse é apenas compreender como transformar um fato em argumento persuasivo, razão por que só será feita a estrutura lógica do argumento, mas sem o seu desenvolvimento, ou seja, sem o desenvolvimento do parágrafo argumentativo propriamente dito. Caso Concreto 1 João Paulo de Almeida nasceu de parto normal, com peso inferior ao normal, 1800 gramas e com deficiências respiratórias, em 22 de setembro de 2015, em um hospital particular, cujas despesas foram pagas pela ex- patroa da genitora, que cultivava um forte carinho por ela. Mãe e recém-nascido receberam alta hospitalar, 24 horas após o parto. Seis horas depois, mãe e filho retornaram à própria Casa de Saúde São Nicolau, no município de São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro, estando este quase desfalecido. O mesmo médico, que tinha dado alta aos dois, socorreu João Paulo, introduzindo- lhe uma sonda nasogástrica, mas este veio a falecer de insuficiência respiratória e hemorragia digestiva. A causa da morte consta do depoimento do próprio médico e do registro de óbito. Segundo o depoimento do próprio médico que atendeu João Paulo, quando uma criança nasce com problema de saúde, deve ser transferida para a UTI Neonatal, nas 24 horas seguintes ao nascimento, mas isso não foi feito. De acordo com o depoimento da Casa de Saúde São Nicolau, a morte ocorreu devido à mãe ser desnutrida e fumante e por ter uma baixa situação sócio-econômica e ser a vítima o seu quinto filho. (Texto adaptado) R: João Paulo veio a falecer por negligência do médico que o deu alta e a sua mãe sabendo que o peso do bebê não era o adequado para sair da maternidade, tanto que João retorna à Casa de saúde e o mesmo médico que lhe deu alta diz que quando uma criança nasce com problemas de saúde deve ser transferido para a UTI nas 24 horas seguintes ao seu nascimento. A Casa de Saúde ao tentar atribuir a mãe a responsabilidade pela situação do bebê quanto a sua saúde torna-se infundada, pois reitera que se percebido a situação de fragilidade da criança jamais deveria tê-lo dado alta médica. A inviolabilidade ao direito à vida é constitucionalmente assegurada no caput do artigo 5º da Constituição Federal. Esse direito destina-se a todas as pessoas. Em relação às crianças, no entanto, o legislador infraconstitucional disciplinou de modo expresso tal direito no Estatuto da Criança e do Adolescente. A proteção do direito à saúde começa desde a concepção, por meio da prestação de medidas efetivas de atendimento pré e perinatal. Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós- natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. § 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar responsável e contra referência na atenção primária, bem como o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais; IV - Fornece declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato; V - Manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe. Resumindo a Casa de saúde, cometeu imperícias e negligências levando o bebê a óbito, o crime contra a vida, homicídio culposo circunstanciado no artigo 121 do código penal nos § 3º e § 4º. Omissão no atendimento a parturiente e inobservância dos procedimentos recomendáveis ao quadro clinico que redundam na morte de recém-nascido. Incidência da majoram-te do § 4º, do art. 121 do código penal. Caso Concreto 2 O veículo dirigido pelo preposto da Ré Transportadora Suave ingressou no cruzamento com a Rua Sorocaba, nº 596, em Botafogo, no Rio de Janeiro, sem respeitar a placa de Parada Obrigatória existente no local, vindo assim a colidir com o veículo de Edgar Magalhães, que trafegava em via preferencial, causando-lhe graves sequelas, em 27 de outubro de 2015. O preposto da Ré fugiu do local sem prestar socorro à vítima. Não houve perícia no local, somente boletim de ocorrência. O Autor teve sequelas gravíssimas - osteomielite crônica de cura duvidosa -, capaz de levar à amputação de sua perna esquerda e ficou incapacitado de trabalhar. Segundo a Ré, em seu depoimento, no local onde ocorreu o acidente nada existia a indicar que a via pela qual trafegava o veículo do acidentado era preferencial. A Ré ainda assegurou, em seu depoimento, que a vítima entrou no cruzamento sem a mínima atenção, destacando culpa exclusiva do Autor Edmar Magalhães. Conforme depoimento da Ré, o boletim não tem força probatória; por não ter havido perícia no local. O Autor deseja verba para aquisição e manutenção de prótese e para aquisição de sapatos e outros aparelhos ortopédicos, verba para cirurgia e despesas hospitalares recomendadas pela perícia médica. Edmar Magalhães pretende mover uma ação em busca de indenização por danos morais, materiais e lucros cessantes durante o período de incapacidade total e eventual capacidade parcial. R: Edmar Magalhães em sua na busca de indenização por danos morais, materiais e lucros cessantes durante o período de incapacidade total e eventual capacidade parcial pode seu advogado questionar que a existência ou não de laudo pericial no local do acidente de trânsito, em nenhum momento, mitiga o pode instrutório geral do juiz, momento se as provas já carregadas aos autos são insuficientes à valoração dos fatos. Até porque, não está o magistrado adstrito à Referida prova técnica, conforme preceitua o art. 436 /CPC. Art. 29 7. Do CTB – Código de trânsitoBrasileiro, diz que: a penalidade de Multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1 º do art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime. Edmar tem direito a receber o DPVAT (Danos Pessoais Causados Por veículos Átomo tores por Via Terrestre) que tem como finalidades amparar as vítimas de acidentes de trânsito em território nacional, seja motorista, passageiro ou pedestre. O artigo 950 do Código Civil nos ampara quanto a pensão devida pela redução da capacidade laborativa. O preposto da Ré fugiu do local sem prestar socorro à vítima e o A r t. 304. do CTB expressa que: deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo faze -ló diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública. Tem como penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. De tudo que restou prova do conclui -se que o automóvel causador do acidente pertencia a empresa apelante adaptados eventos da nossos, eis a responsabilidade civil da pessoa jurídica foi configurada. Questão 2: objetivas. 1. Assinale a alternativa que demonstra o texto corretamente adequado e relacionado às três valências em que a escrita jurídica é realizada (descritiva, valorativa e normativa): (A) A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (DESCRITIVO - QUALIFICAÇÃO); A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO - ENQUADRAMENTO LEGAL); A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (NORMATIVO - QUALIFICAÇÃO DO FATO). (B) A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (DESCRITIVO - FATO); A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO - QUALIFICAÇÃO DO FATO); A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (NORMATIVO - QUALIFICAÇÃO DO FATO). (C) A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (NORMATIVO - ENQUADRAMENTO LEGAL). A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO - QUALIFICAÇÃO DO FATO); A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (DESCRITIVO - FATO). (D) A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (DESCRITIVO - FATO); A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (VALORATIVO - QUALIFICAÇÃO DO FATO). A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (NORMATIVO - ENQUADRAMENTO LEGAL). (E) A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (DESCRITIVO - FATO); A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO - QUALIFICAÇÃO DO FATO); A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (NORMATIVO - ENQUADRAMENTO LEGAL). 2. A seleção dos fatos é de fundamental relevância no discurso jurídico, uma vez que se transformarão em argumentos na fundamentação. A narrativa jurídica é, portanto, o relato de fatos que auxiliam na compreensão do caso concreto e daqueles que trazem consequências jurídicas. Assim, a partir do texto abaixo, assinale o fato juridicamente relevante. Um homem foi preso por agredir a ex-companheira, de 25 anos, com um pedaço de madeira de mais de um metro neste domingo, 14 de agosto de 2016, em pleno Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio. Identificado pela polícia, Amândio Martins Júnior, de 24 anos, é de Rio das Ostras, na Região dos Lagos, e será enquadrado na Lei Maria da Penha. A mulher levava pauladas do homem na altura da coluna com um pedaço de madeira de 1,5 metro. O caso foi registrado na 9ª DP (Catete). Levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, a mulher está bem e apresenta quadro estável, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. (A)Amândio Martins Júnior agrediu sua ex-companheira. (B) O ataque foi na altura da coluna com um pedaço de madeira de 1,5 metro. (C) Crime aconteceu em dia de domingo em pleno Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio. (D) Agressor foi identificado pela polícia. (E) A mulher está bem e apresenta quadro estável, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
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