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SUMÁRIO 1. DIREITO CIVIL ................................................................................................................... 3 2. DIREITO CIVIL ................................................................................................................... 7 3. DIREITO DO TRABALHO .............................................................................................. 11 4. DIREITO DO TRABALHO .............................................................................................. 16 3 1. DIREITO CIVIL João ingressou com ação de exoneração de alimentos, objetivando a cessação da obrigação de pagar pensão alimentícia, no valor equivalente a 1/3 do salário mínimo federal, para a sua filha Sara, com 32 anos, sustentando a sua maioridade e o seu padrão de vida elevado, custeado por terceiros. Sara contestou alegando que está cursando ensino superior e que tem uma grave doença, que provocou um longo período de internação hospitalar, atrasando a sua vida escolar. Em réplica, João reiterou os termos da petição inicial. Foi realizada audiência de instrução com a oitiva de duas testemunhas arroladas por Sara, que confirmaram que a mesma, nos últimos 15 anos, em razão de uma doença rara, foi internada diversas vezes no hospital da cidade, tendo uma dessas internações superado o prazo ininterrupto de um ano. Encerrada a instrução, o juiz determinou a apresentação de alegações finais. Como advogado de Sara, baseado exclusivamente nas informações acima, elabore a peça jurídica que entender pertinente, mencionando pelo menos duas jurisprudências favoráveis. 4 EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE ________ Processo: Autor: João Réu: Sara Sara, já qualificada nos autos, em Ação de Exoneração de Alimentos, movida por João, por seu procurador infra-assinado, vem, com o devido respeito, à presença de V. Exa.., apresentar: RAZÕES FINAIS, nos seguintes termos: Em resumo, o autor vem ao juízo pugnar pela exoneração dos alimentos a esta requerida unicamente com o argumento de que completou a maioridade civil. Ocorre que a requerida, possui uma doença rara e devido aos intensivos tratamentos médicos, conforme comprova-se com documentos anexos, ainda encontra-se cursando o ensino superior. Além disso, dadas tais comprovações documentais acostadas, a requerida encontra-se em total estado de hipossuficiência financeira, sendo indispensável a prestação alimentar oferecida pelo seu genitor, uma vez que a mesma não possuir no momento quaisquer condições de exercer qualquer tipo de trabalho. Não é preciso dizer que estes são tempos mais modernos, onde os filhos acabam ficando um pouco mais de tempo no seio familiar, justamente para se colocarem melhor no mercado de trabalho. 5 É bem verdade que a obrigação alimentar dos filhos menores encontra- se estabelecida em lei, e que o princípio norteador dos alimentos é o “poder familiar”, que acarreta como ônus o dever de sustendo. Diante disso, a pacificada jurisprudência nacional pondera que os alimentos devem ser devidos aos que completam a maioridade civil pela existência do princípio constitucional da “solidariedade”, bem como pela relação de parentesco entre as partes. A Solidariedade é Princípio Constitucional descrito no artigo 3º, I, da Constituição da República, ao lado dos Princípios da Dignidade da Pessoa Humana e da Afetividade (artigo 1º, III; 226, § 7º; 227; 229), todos inerentes ao dever solidário dos pais em prestar assistência material à prole maior de 18 anos que ainda necessita de pensão alimentícia para sobreviver. No intuito de pacificar o tema sobre o não cancelamento automático do pagamento da pensão sob a alegação apenas da maioridade, o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 358. Vejamos: “STJ - Súmula 358. O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos.” Diante dos argumentos até agora empossados, destaca-se que a posição dos nossos Tribunais é firme quanto ao tema, na qual destacamos os seguintes julgados: “EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS – ALIMENTANDA MAIOR E CAPAZ, ESTUDANTE DO ENSINO MÉDIO, PORTADORA DE DOENÇA CRÔNICA – OBRIGAÇÃO RESULTANTE DA RELAÇÃO DE PARENTESCO – EXONERAÇÃO DESCABIDA – PEDIDO JULGADO IMPRODECENTE – A DESPEITO DE A REQUERIDA TER ATINGIDO A MAIORIDADE, RESTOU DEMONSTRADO QUE NÃO REÚNE CONDIÇÕES DE MANTER-SE POR CONTRA PRÓPRIA – AUSÊNCIA CDE PROVA DA ALTERAÇÃO DA CAPACIDADE DO APELANTE – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO.(TJ-SP-AC:10047667120198260533 SP 1004766- 71.2019.8.26.0533, Relator: Theodureto Camargo, Data de Julgamento: 28/01/2021, 8ª Câmara de Direito Privado, Data da Publicação: 28/01/2021)”. “AGRAVO INTERNO. DECISÃO MONOCRÁTICA. ART. 557, CAPUT, DO CPC. EXONERAÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA. FILHA MAIOR DE IDADE COM PROBLEMAS DE SAÚDE E INTERDITADA. NECESSIDADE COMPROVADA. Verificado que a alimentanda possui problemas psicológicos e é interditada e comprovada a necessidade dos alimentos, de ser mantida a obrigação do genitor de pagar alimentos. Agravo interno desprovido. (TJ/RS - AGV: 70052083763 RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Data de Julgamento: 12/12/2012, Sétima Câmara Cível, Data de Publicação: 18/12/2012)” 6 “PROCESSUAL CIVIL E DIREITO DE FAMÍLIA. ALIMENTOS. AGRAVO REGIMENTAL. FILHO MAIOR DE IDADE. SÚMULA 358/STJ. 1. "O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos" (Súmula 358/STJ). 2. No caso, trata-se de execução de alimentos, havendo as instâncias ordinárias preconizado que, em momento algum, houve a notícia de que o alimentante tenha promovido ação de exoneração de alimentos em face de sua filha. Também ficou registrado que não houve qualquer decisão judicial, nem de contraditório, a determinar a extinção alimentar. 3. Logo, nos termos da referida Súmula 358/STJ, não é possível, nesta oportunidade, concluir pela pretendida exoneração dos alimentos, pois não foi propiciada à alimentanda a oportunidade de comprovar se efetivamente ainda deles necessita, mesmo que ela conte com idade mais avançada. 4. Agravo regimental não provido. (STJ - AgRg nos EDcl no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 398.208 –RJ (2013 0319134-2) - Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 07/11/2013, QUARTA TURMA, unânime)” “PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE ALIMENTOS. CURSO SUPERIOR CONCLUÍDO. NECESSIDADE. REALIZAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO. POSSIBILIDADE. 1. O advento da maioridade não extingue, de forma automática, o direito à percepção de alimentos, mas esses deixam de ser devidos em face do Poder Familiar e passam a ter fundamento nas relações de parentesco, em que se exige a prova da necessidade do alimentado. 2. É presumível, no entanto, - presunção iuris tantum -, a necessidade dos filhos de continuarem a receber alimentos após a maioridade, quando frequentam curso universitário ou técnico, por força do entendimento de que a obrigação parental de cuidar dos filhos inclui a outorga de adequada formação profissional. 3. Porém, o estímulo à qualificação profissional dos filhos não pode ser imposto aos pais de forma perene, sob pena de subverter o instituto da obrigação alimentar oriunda das relações de parentesco, que tem por objetivo, tão só, preservar as condições mínimas de sobrevida do alimentado. 4. Em rigor, a formação profissional se completa com a graduação, que, de regra, permite ao bacharel o exercício da profissão para a qual se graduou, independentemente de posterior especialização, podendo assim, em tese, prover o próprio sustento, circunstância que afasta, por si só, a presunção iuris tantumde necessidade do filho estudante. 5. Persistem, a partir de então, as relações de parentesco, que ainda possibilitam a percepção de alimentos, tanto de descendentes quanto de ascendentes, porém desde que haja prova de efetiva necessidade do alimentado. 6. Recurso especial provido. (STJ - RECURSO ESPECIAL Nº 1.218.510 - SP (2010/0184661-7) - Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 27/09/2011, TERCEIRA TURMA, unânime)”, Por todos esses fundamentos, aguarda-se a improcedência total do pedido autoral, por ser medida de inteira justiça e assim confirmando o que nos autos está totalmente demonstrado e comprovado. Nestes termos, pede-se deferimento. Cidade Data Vinicius E. de Ponte OAB/SP 7 2. DIREITO CIVIL João, brasileiro, casado, pecuarista, residente e domiciliado na cidade de Dourados – MS, visita sua mãe, Dulce, em Janeiro/2021, a qual é residente e domiciliada na cidade de Araraquara – SP, e conta atualmente com 96 anos de idade, e em razão de problemas de saúde, encontra-se debilitada e acamada, recebendo tratamento em sua casa, e também já interditada, sendo João seu curador. É certo que, durante a visita realizada por João, este verificou um grande número de gatos no quintal lateral e no jardim da frente da residência de sua mãe, bem como, notou que nesses espaços havia ração disposta para tais animais. Intrigado com a situação, João questionou sua mãe e também a cuidadora desta, as quais lhe disseram que os animais começaram a aparecer em pequeno número e, a Sra. Carmem, vizinha da Sra. Dulce, com pena dos animais, passou a alimentá-los, colocando ração no quintal lateral e no jardim da frente do imóvel de residência da mãe de João, o que fez aumentar muito o número de gatos que ali aparecem. Também foi verificado por João que o acúmulo de gatos no imóvel de sua mãe vem causando grande sujeira em razão do acúmulo dos excrementos dos animais, bem como, a grande quantidade de pelos ali dispersados, situação esta que coloca em risco a saúde de sua mãe. Na tentativa de resolver a situação, João procurou por Carmem, e solicitou que esta não mais alimentasse os gatos no imóvel de sua mãe, expondo as condições de saúde de Dulce e também o incômodo pelo acúmulo dos animais, contudo, Carmem continuou a alimentar os gatos no imóvel de Dulce. João procura por você, para que o oriente sobre a situação e quais medidas judiciais podem ser tomadas para resolver a questão com a vizinha Carmem. Com base nestas informações, elabore a peça judicial pertinente. 8 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE ARARAQUARA – SP Dulce, brasileira, idosa, portador do RG nº e do CPF nº, residente e domiciliada na cidade de Araraquara/SP, interditada e representada por seu filho João, brasileiro, casado, pecuarista, RG nº e do CPF nº, residente e domiciliado na cidade de Dourados/MS, por intermédio de seu advogado, infra assinado, vem à presença de Vossa Excelência propor: AÇÃO COMINATÓRIA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA Em face de Prefeitura Municipal Araraquara, inscrita sob CNPJ de nº, com sede na cidade de Araraquara/SP e Carmem, brasileira, residente e domiciliada na cidade de Araraquara, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. I-DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA A autora possui 96 anos, pelo o que requer de imediato o benefício da prioridade na tramitação da presente demanda, conforme previsão expressa no Estatuto do Idoso – Lei 10.741/2003 II-DOS FATOS Excelência, a autora é legítima proprietária do imóvel afetado, situado ao lado da residência da requerida, portanto há muitos anos são vizinhos, sendo que mantinham cordiais relações de vizinhança, a requerida passou a abrigar cada vez mais gatos em sua residência, de forma que a presença deles interfere diretamente na qualidade de vida da autora, vez que os imóveis se localizam lado a lado, na área urbana da cidade de Araraquara, separados apenas por muro. 9 Os gatos são fonte de doenças, como raiva, micose, leptospirose, alergia, toxoplasmose, entre outras, sendo de suma importância lembrar que os animais da requerida vivem em péssimas condições de saúde, uma vez que todos estão adoentados, com sarna e também abrigam muitos parasitas (carrapatos e pulgas) que podem transmitir doenças graves, sendo que a autora adquiriu uma alergia provavelmente causada pela presença excessiva dos animais. Situação ainda mais agravada pela questão que a reclamante é pessoa idosa e possui certa fragilidade em sua saúde. A requerida, além de morar sozinha, já é idosa e não consegue fazer adequadamente a limpeza que sua casa necessita, principalmente no que tange à sujeira dos animais, já que são dezenas de gatos urinando e defecando num pequeno espaço, e essa sujeira se torna uma agravante com as mudanças climáticas, de forma que quando chove ou se intensifica o sol, o mau cheiro se espalha, tornando a vida dos requerentes insuportável. A acumulação de animais é uma questão multifatorial e interdisciplinar que envolve a saúde pública, ocasionado por um transtorno que termina com o indivíduo possuindo cada vez mais animais, sem ter condição para mantê-los. Geralmente, os casos que ganham a mídia, envolvem locais precários e com grande número de animais, porém a quantidade não é questão determinante para ser considerado acumulação, mas sim a deficiência em manter cuidados mínimos necessários de bem-estar desses animais, assim como não reconhecimento do problema por parte do acumulador e tentativas de manter ou até mesmo, aumentar o número de animais em sua residência (TAVOLARO; CORTEZ, 2017). A Prefeitura Municipal por sua vez, tem o dever de dar uma solução ao problema que hora se apresenta. A interferência da Prefeitura Municipal se faz necessária, inclusive fazendo o controle de zoonoses na cidade, todavia, os órgãos municipais notificados quedaram-se inertes, colaborando para que essa situação grave se instalasse e se perpetuasse no tempo. O controle de zoonoses é uma ação desenvolvida a partir de vários programas existentes em saúde pública, visando sempre minimizar o risco de ocorrência de agravos à saúde como doenças transmitidas por vetores preservando o bem estar da população humana e animal, e oferecer aos munícipes uma melhor qualidade de vida. Assim, algo há que ser feito pela municipalidade para o fim de fiscalizar e controlar a adoção indiscriminada de animais, e por este motivo os autores recorreram às esferas administrativas, esperando providencias no sentido de ser enviado um agente vistor sanitário ou um médico veterinário para avaliar o local. Caberia a estes profissionais aplicar uma advertência, ou mesmo a lavratura de uma auto de infração, determinando cumprimento de exigências legais, ou até mesmo aplicação de multa, todavia nada foi feito pela municipalidade em socorro da autora, sendo certo agora sua participação no pólo passivo da ação. De tal sorte, não resta alternativa aos autores a não ser buscar a tutela jurisdicional do Estado para o fim de ver satisfeita sua pretensão que se traduz na condenação da requerida obrigando-a a reduzir o número de animais. 10 III- DO PEDIDO Diante dos fatos e fundamentos anteriormente dispostos, requer: a) Que ao final seja a ação julgada totalmente procedente, confirmando a tutela deferida, para o fim de condenar a requerida Zulmira a reduzir o número de animais, no prazo de 30 dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 200,00 por dia. b) Ordenar que seja feita fiscalização, pela Prefeitura Municipal de Araraquara, juntamente com a Vigilância Sanitária e o Centro de Zoonoses, afim de avalizar a real situação e aplicar as medidas possíveis diante de qualquer irregularidade, inclusive no que se diz respeito a multas e o efetivo regaste dos animais.c) A citação das requeridas, para, no prazo legal, contestarem a presente ação, sob pena de ser-lhes aplicada a pena da revelia. d) A realização de constatação, para fins de elaboração de um laudo, comprovando a existência dos animais e os danos por eles causados aos autores. e) Condenar as requeridas a arcarem com o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios. f) Protestam provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidas, notadamente depoimento pessoas das requeridas, oitiva de testemunhas, cujo rol será ofertado oportunamente, perícia, constatação e outras mais que o controvertido dos autos exigir. Dá-se à causa o valor de R$ X Termos em que pede deferimento Araraquara Data Vinicius E. de Ponte OAB/SP 11 3. DIREITO DO TRABALHO Você foi contratado (a) pela Floricultura Flores Belas Ltda., que recebeu citação de uma reclamação trabalhista com pedido certo, determinado e com indicação do valor, movida em 27/02/2020 pela ex-empregada Estela, que tramita perante o juízo da 50ª Vara do Trabalho de João Pessoa/PB e recebeu o número 98.765. Estela foi floricultora na empresa em questão de 25/10/2012 a 29/12/2019 e ganhava mensalmente o valor correspondente a dois salários mínimos. Na demanda, requereu os seguintes itens: - a aplicação da penalidade criminal cominada no Art. 49 da CLT contra os sócios da ré, uma vez que eles haviam cometido a infração prevista na referido diploma legal; - o pagamento de adicional de penosidade, na razão de 30% sobre o salário-base, porque, no exercício da sua atividade, era constantemente furada pelos espinhos das flores que manipulava; - o pagamento de horas extras com adição de 50%, explicando que cumpria a extensa jornada de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h, com intervalo de duas horas para refeição, e aos sábados, das 16h às 20h, sem intervalo; - o pagamento da multa do Art. 477, § 8º, da CLT, porque o valor das verbas resilitórias somente foi creditado na sua conta 20 dias após a comunicação do aviso prévio, concedido na forma indenizada, extrapolando o prazo legal. Afirmou, ainda, que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo assinado na admissão, contra a sua vontade, um documento autorizando a subtração mensal. A sociedade empresária informou que, assim que foi cientificada do aviso prévio, Estela teve uma reação violenta, gritando e dizendo-se injustiçada com a atitude do empregador. A situação chegou a tal ponto que a segurança terceirizada precisou ser chamada para conter a trabalhadora e acompanhá-la até a porta de saída. Contudo, quando deixava o portão principal, Estela começou a correr, pegou uma pedra do chão e a arremessou violentamente contra o prédio da empresa, vindo a quebrar uma das vidraças. A empresa informa que gastou R$ 300,00 na recolocação do vidro atingido, conforme nota fiscal que exibiu, além de apresentar a guia da RAIS comprovando possuir 7 empregados, os contracheques da autora e o documento assinado pela empregada autorizando o desconto de plano de saúde. Diante dessa narrativa, apresente a peça pertinente na melhor defesa dos interesses da reclamada. 12 Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da 50ª Vara do Trabalho de João Pessoa-PB Processo nº 98.765 FLORICULTURA FLORES BELAS LTDA., já qualificada nos autos do processo em epígrafe, por seu procurador (procuração em anexo, com endereço profissional completo...), vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 847 da CLT e art. 343 do CPC, oferecer: CONTESTAÇÃO c/c RECONVENÇÃO aos termos da Reclamação Trabalhista ajuizada por ESTELA, já qualificada nos autos do processo, pelas razões de fato e de direito que passa a expor: I- DA PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DO TRABALHO A Reclamante requer a aplicação da penalidade criminal cominada no Art. 49 da CLT contra os sócios da ré, uma vez que eles haviam cometido a infração prevista no referido diploma legal. Porém, a Justiça do Trabalho não tem competência criminal, conforme art. 114 da CF, sendo que o inciso IX apenas possibilita a discussão de outros assuntos quando relacionados com o trabalho. Ademais, a súmula 62 STJ refere que a competência nesse caso será da Justiça Estadual. Diante do exposto, requer seja acolhida a presente preliminar para declarar a incompetência da justiça do trabalho para a análise de questão criminal, extinguindo-se o feito sem resolução de mérito, art. 485, IV do CPC. II- DA PRELIMINAR DE INÉPCIA DA INICIAL A reclamante afirmou, ainda, que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo assinado na admissão, contra a sua vontade, um documento autorizando a subtração mensal. Porém, em momento algum apresenta pedido correspondente a tal alegação, razão pela qual deve ser reconhecida a inépcia da petição inicial, nos termos do art. 330, caput e §1º, I do CPC. Assim, requer seja acolhida a preliminar, com extinção do feito sem 13 resolução de mérito, quanto ao tema dos descontos, com fundamento no art. 485, I do CPC. III- DA PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO QUINQUENAL A reclamante ajuizou a presente ação em 27/02/2018, sendo que foi contratada em 25/05/2012. Diante disso, conforme art. 11 da CLT, art. 7º, XXIX CF e Súmula 308, I do TST, as pretensões anteriores aos últimos cinco anos, contados da data do ajuizamento estão prescritas. Assim, requer seja acolhida a prejudicial de prescrição, extinguindo-se o feito quanto as parcelas anteriores a 27/02/2013, com resolução de mérito, nos termos do art. 487, II do CPC. IV- DO ADICONAL DE PENOSIDADE A Reclamante alega que o no exercício da sua atividade, era constantemente furada pelos espinhos das flores que manipulava, e em razão disso requer o pagamento de adicional de penosidade, na razão de 30% sobre o salário-base. Ocorre que, o adicional de penosidade não foi regulamentado, embora previsto no art. 7, XXIII da CF. Assim, deve ser julgado improcedente o pedido da reclamante. V- DAS HORAS EXTRAS A Reclamante requer o pagamento de horas extras com adição de 50%, explicando que cumpria a extensa jornada de segunda a sexta- feira, das 10h às 20h, com intervalo de duas horas para refeição, e aos sábados, das 16h às 20h, sem intervalo. Porém, a jornada da reclamante não ultrapassa o limite estabelecido no art. 7º, XIII da CF, e art. 58 da CLT, pois não labora além de 8 diárias ou 44 semanais. Diante do exposto, requer seja julgado improcedente o pedido da reclamante. VI- DO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS – MULTA DO ART. 477 A Reclamante requer o pagamento da multa do Art. 477, § 8º, da CLT, porque o valor das verbas resilitórias somente foi creditado na sua conta 20 dias após a comunicação do aviso prévio, concedido na forma indenizada, extrapolando o prazo legal. Contudo, o pagamento foi feito 20 dias após o aviso prévio, e por essa razão, dentro do prazo legal, estabelecido no art. 477, §6º da CLT, pois o prazo de 10 dias para pagamento é contado apenas do término do contrato, e isso somente acontece após o fim do aviso prévio. Assim, requer seja julgado improcedente o pedido da reclamante. VII- DO DESCONTO DO PLANO DE SAÚDE A reclamante afirmou, ainda, que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo assinado na admissão, contra a sua vontade, um documento autorizando a subtração mensal. Ocorre que, conforme documento em anexo, assinado pela empregada, houve autorização para o desconto de 14 plano de saúde. Assim, cabia a reclamante provar eventual vício no seu consentimento, conforme art. 818, I da CLT, bem como Súmula 342 do TST e OJ 160 da SDI-1 do TST. Diante disso, requer seja julgado improcedente o pedido da reclamante. VIII- DA RECONVENÇÃO – DANO CAUSADO PELA EMPREGADA A sociedade empresária informou que, assim que foi cientificadado aviso prévio, Estela teve uma reação violenta, gritando e dizendo-se injustiçada com a atitude do empregador. A situação chegou a tal ponto que a segurança terceirizada precisou ser chamada para conter a trabalhadora e acompanhá-la até a porta de saída. Contudo, quando deixava o portão principal, Estela começou a correr, pegou uma pedra do chão e a arremessou violentamente contra o prédio da empresa, vindo a quebrar uma das vidraças. Em razão disso, a reclamada apresenta reconvenção, com fundamento no art. 343 do CPC, já que o dano causado pela empregada é doloso e gera a possibilidade de desconto pelo empregador, conforme art. 462, §1º da CLT. Ademais, trata-se de ato ilícito que gera o dever de reparar, conforme art. 186 e art. 927 do CC. Diante do exposto, requer a condenação da reclamante ao pagamento para a reclamada de R$ 300,00, referente a recolocação do vidro atingido, conforme nota fiscal em anexo. Honorários Além disso, a reclamante deve ser condenada ao pagamento de honorários de sucumbência, na reconvenção, conforme art. 791-A, §5º da CLT. IX- HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA Pelas apresentadas, a presenta ação deve ser julgada improcedente, e, em razão disso, deve a reclamante ser condenada ao pagamento de honorários de sucumbência ao advogado da reclamada, conforme art. 791-A da CLT. X-DOS PEDIDOS DA CONTESTAÇÃO Diante do exposto, requer: A) Seja acolhida a preliminar de incompetência absoluta, bem como a preliminar de inépcia, pelas razões apresentadas; B) Seja acolhida a prejudicial de prescrição, com a extinção do feito com resolução de mérito quanto aos pedidos anteriores a 27/02/2013. C) Sejam, no mérito, julgados improcedentes os pedidos da reclamante; D) A condenação da reclamante em honorários de sucumbência; protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas. XI- DOS PEDIDOS DA RECONVENÇÃO Diante do exposto, requer: 15 A) a procedência da reconvenção, para que a reclamante seja condenada ao pagamento de R$ 300,00 para a reclamada; B) a intimação da reclamante para responder aos termos da reconvenção, querendo; C) a condenação da reclamante, ora reconvinda, ao pagamento de honorários de sucumbência; protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas. Dá à reconvenção o valor de R$ 300,00 Nestes termos, pede deferimento. Local Data Vinicius E. de Ponte OAB/SP 16 4. DIREITO DO TRABALHO Policial Militar, fora dos horários em que servia à Corporação, prestava serviços, em caráter permanente, para determinada empresa concessionária de veículos, onde ativava-se como Chefe de Segurança, percebendo remuneração fixa mensal. Naquele local, além de prestar serviços não eventuais, assinalava cartão-ponto e cumpria ordens, ali laborando, também, quando em férias ou eventuais dispensas da atividade militar. Despedido da aludida concessionária, postulou perante a Justiça do Trabalho o vínculo de emprego. O Juízo de primeiro grau entendeu inexistir vínculo de emprego, tratando-se de mero vínculo de trabalho e, pois, a ação seria improcedente perante a Justiça do Trabalho, e, ademais, a situação dos autos configuraria violação disciplinar prevista no Estatuto Policial Militar. Questão: Como advogado do Policial Militar e baseando-se exclusivamente nas informações acima, interponha a medida judicial cabível, apresentando a devida fundamentação. 17 EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO DIREITO DA ___ VARA DO TRABALHO DE ... (espaço de 05 linhas) Processo número... ______________________, já qualificado nos autos do processo acima descrito, por seu advogado que esta subscreve, na Reclamação Trabalhista movida em face ________________________________, inconformado com a respeitável sentença proferida, vem, tempestivamente à presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO ORDINÁRIO, com fulcro no artigo 895, inciso I, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Assim, requer o recebimento das razões recursais anexas e a posterior remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Regional da ___ Região para a reapreciação da demanda. Outrossim, requer seja a Reclamada notificada para que, querendo, apresente contrarrazões que julgar necessárias. Segue comprovante de recolhimento das custas. Ademais, deixa de recolher o depósito recursal por ser empregado recorrente. Termos em que pede deferimento Local e data Advogado OAB n. RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO Recorrente: Recorrido: Origem: __ Vara do Trabalho de _ Egrégio Tribunal, Colenda Turma, Nobres Julgadores, I – DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS O presente recurso ordinário preenche todos os seus requisitos de admissibilidade recursal extrínsecos e intrínsecos.
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