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Aula 1 Psicologias

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHÍA
INSTITUTO DE PSCOLOGIA
IPSA01-Psicologia I
A PSICOLOGIA E AS PSICOLOGIAS
PROFESSOR: RAIMUNDO GOUVEIA
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CONHECE-TE A TI MESMO-Sócrates
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Psicologia ou Psicologias?
O senso comum: 
conhecimento da realidade
Quando usamos a garrafa térmica, não precisamos conhecer as lei da termo dinâmica;
Quando precisamos atravessar a rua, conseguimos calcular rapidamente a relação entre distância e velocidade do automóvel, sem necessitar de máquina de calcular.
Senso comum: tipo de conhecimento intuitivo e, espontâneo sobre a realidade, que acumulamos em nosso cotidiano 
O senso comum: 
conhecimento da realidade
O senso comum mistura e recicla vários saberes, mais ou menos especializados, e os reduz a um tipo de teoria simplificada, produzindo uma determinada visão de mundo.
Realidade: é a qualidade do que é real (um fato, acontecimento, coisa). Entretanto, atribuir essa qualidade é uma característica humana e sempre dependerá do critério que usamos para defini-la.
Do ponto de vista das Ciências Humanas, discutem-se os pressupostos para a definição desses critérios.
O senso comum: 
conhecimento da realidade
Quando utilizamos termos como: “rapaz complexado”, “menina histérica”, ficar “neurótico” ou “traumatizado”, estamos utilizando termos da Psicologia Científica apropriados pelo senso comum.
Apesar da legitimidade do conhecimento do senso comum sobre a psicologia, é preciso diferenciá-lo da psicologia científica.
Conhecimento científico
Ciência: conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa.
Esses conhecimentos devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade.
Conhecimento científico: objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas, processo cumulativo do conhecimento e objetividade.
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O QUE É A PSICOLOGIA
Psicologia: termo que designa o estudo da alma. Hoje, não se concebe mais o mundo psíquico como sinônimo de alma, e sim sobre os registros mentais, simbólicos e emocionais que vamos construindo a partir de nossas vivências no mundo material e social.
Os pressupostos genéticos do eu são dados no nascimento. Mas o eu tal como é experimentado mais tarde como uma identidade subjetiva e objetivamente reconhecível, não é. 
Os mesmos processos sociais que determinam a constituição do organismo produzem o eu em sua forma particular, culturalmente relativa (Berger e Luckmann, 1996)
O QUE É A PSICOLOGIA
Astronomia: o cientista-observador está em um observatório, e o astro a anos-luz de distância de seu telescópio.
Na psicologia, antropologia, economia, sociologia e demais ciências humanas o objeto e o observador são os mesmos.
Qual o objeto de estudo da psicologia? Se perguntarmos a um psicólogo comportamentalista, ele dirá que é o comportamento humano; o psicanalista dirá que é o inconsciente; outros dirão que é a mente ou consciência; outros, a personalidade.
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O QUE É A PSICOLOGIA
Uns dizem que isso ocorre porque a psicologia é uma ciência jovem, que ainda não construiu paradigmas confiáveis que possam ser adotados por todos os psicólogos.
Como ciência humana, a psicologia é caracterizada pela contaminação que sofre por estudar o próprio ser humano, que é histórico e está em permanente mudança.
As diferentes psicologias representam a riqueza do ser humano e sua capacidade múltipla de pensar sobre si mesmo (o mesmo da filosofia).
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O QUE É A PSICOLOGIA
No sentido amplo, o objeto de estudo da psicologia é o ser humano, categoria na qual o próprio pesquisador está incluído.
Há diferentes concepções entre cientistas porque eles estão vinculados a diferentes visões filosóficas, doutrinas religiosas e políticas que definem o homem de formas diferentes
A psicologia estuda os diversos seres humanos concebidos pelo conjunto social.
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Subjetividade 
A psicologia contribui para a compreensão da totalidade da vida humana estudando a subjetividade humana:
 Expressões da subjetividade humana:
Visíveis: comportamentos
Invisíveis: sentimentos
Singulares: por que somos diferentes
Genéticas: por que somos semelhantes
A subjetividade humana inclui: corpo, pensamento, afeto, ação...
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Subjetividade 
Conceito: singularidade é o mundo das ideias, significados e emoções construídos internamento pelo sujeito a partir de suas relações sociais, vivências e constituição biológica
Criando e transformando o mundo (externo), o homem constrói e transforma a si próprio.
O homem pode promover novas formas de subjetividade, recusando-se conformar-se à fugacidade da informação, à massificação que exclui e estigmatiza o diferente, à aceitação social condicionada ao consumo, à medicalização do sofrimento. 
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Subjetividade 
Estudar a subjetividade nos tempos atuais é tentar compreender a produção de novos modos de ser (emergentes), cuja produção é social e histórica.
Desvendar as relações do cultural, do político, do econômico e do histórico na produção do mais íntimo e do mais observável no ser humano.
“O importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam” Guimarães Rosa
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DESAFIO CONTEMPORÂNEO
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Novas subjetividades:
A psicologia ainda não consegue explicar muitas coisas sobre o ser humano, já que a realidade está em movimento e surgem novas perguntas a cada dia:
A invenção dos computadores trouxe e trará mudanças às formas de pensamento, à inteligência?
A psicologia precisará estudar essas transformações em seu quadro teórico
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“A ciência, como forma de saber do ser humano, tem seu campo de atuação com métodos e princípios próprios, mas, como forma de saber, não está pronta e nunca estará. A ciência é, na verdade, um processo permanente de conhecimento do mundo, um exercício de diálogo entre o pensamento humano e a realidade, em todos os seus aspectos. Nesse sentido, tudo o que ocorre com o ser humano é motivo de interesse para a ciência, que deve aplicar seus princípios e métodos para construir respostas” 
Bock, Furtado e Teixeira, 2008
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PERCEPÇÃO E FORMAÇÃO DE IMPRESSÕES

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