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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DO TRABALHO

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DO TRABALHO:
“O objetivo é estimular esforços nacionais para assegurar que o progresso social caminha de mãos dadas com o progresso econômico e precisa respeitar as diversidades das circunstâncias, possibilidades e preferências nos países.”
Esta modalidade não faz parte do Direito do Trabalho, mas sim um dos segmentos do Direito Internacional. Esta modalidade abrange as regras internacionalmente necessárias ao trabalho, que são principalmente emanadas pela Organização Internacional do Trabalho – OIT. 
1 BREVES CONCEITUAÇÕES:
1.1 Carta e Constituição: são usados nos trabalhos consecutivos de organizações internacionais.
1.2 Ajuste, Arranjo e Memorando: são utilizados em tratados bilaterais de menor importância.
1.3 Concordata: é utilizada em tratados bilaterais, onde uma parte é a Santa Sé; seu objetivo é a organização do culto, a disciplina eclesiástica, missões apostólicas, resumidamente, a relação entre a igreja católica local e o estado compactuante.
1.4 Convenção: é empregada necessariamente às determinações oriundas da Conferência da OIT.
1.5 Tratado: é escrita e celebrada entre estados, para solucionar ou prevenir situações ou estabelecer condições. Seria o estabelecimento de regras de trabalho ou solução de certas situações de trabalho. Esta modalidade não se confunde com o costume, pois é um ajuste formal, mas não é necessária a forma escrita. Ex.: Tratado BR-PY, no que diz respeito a Itaipu, quanto a questões de natureza trabalhista e previdenciária. 
Os tratados podem ser classificados como bilaterais, multilaterais, plurilaterais ou em tratado coletivo, quando são muito numerosas.
1.5.1 Tratados Normativos: são celebrados entre muitos estados, fixando normas de direito internacional, sendo comparadas com leis.
1.5.2 Tratados Contratos: Regulam interesse recíprocos dos Estados convenentes, tendo concessões mútuas, tendo aparência de contratos.
1.5.3 Tratados de Paz: Tratados com ambas as características citadas acima são chamados de Tratado de Paz.
A aprovação é feita por decreto legislativo ao Senado Federal.
1.6 Constituição Federal:
CF - Art. 49, declara que é de competência exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais, que venham a acarretar encargos ou compromissos ao patrimônio nacional. 
CF - Art. 84, VIII, ao presidente da república compete privativamente celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional. (O presidente tem a iniciativa de celebrar, mas estes serão submetidos a apreciação do Congresso Nacional).
1.7 Ratificação: é o ato pelo qual o poder executivo, devidamente autorizado pelo órgão para isso designado na lei interna, confirma um tratado ou declara que este produzir seus devidos efeitos. (ACCIOLY)
1.8 Promulgação: Accioly diz, que é um ato jurídico de natureza interna, onde o governo de um Estado atesta a existência detratados celebrados e o preenchimento das formalidades exigidas para a conclusão e, além disso, ordena sua execução dentro dos limites.
Não existe determinação de a promulgação a ser feita por decreto é considerada uma praxe tão antifa quando a independência. 
A constituição da OIT não dispõe, porém que a convenção deve ser promulgada.
1.9 Vigência: A vigência da norma internacional exige a publicidade, para tornar público para o texto oficial. A norma internacional só vige depois de oficialmente publicada. Esta publicidade se da com a publicação do Diário Oficial da União, deste modo a norma será traduzida, e tornada pública, sendo nesta indicada a data de início de vigência.
1.10 EXERCICÍOS:
1.10.1 Diferença entre Gentleman Agreement e Tratados?
1.10.2 Diário Oficial da União ou Diário do Congresso Nacional, qual torna o tratado obrigatório?
2 OIT – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO
1919: Este estudo passou a ter especial importância no Tratado de Versalhes 
1920: Foi transferida para Genebra
1944: Foi complementada pela declaração de Filadélfia.
A OIT é uma organização especializada, sendo a ONU uma organização geral.
2.1 Órgãos da OIT:
2.1.1 Conferência ou Assembleia Geral:
Define as normas internacionais do trabalho e as políticas gerais da OIT. Seu encontro acontece todos os anos em Genebra. Cada Estado Membro é representado por uma delegação composta por 2 delegados do governo, 1 delegado de empregadores e outro de trabalhadores, além dos assessores; os empregadores e representantes dos trabalhadores são nomeados de acordo com as organizações nacionais mais representativas de empregadores e trabalhadores. 
Todos os delegados gozam dos mesmos direitos, podendo se expressar e votar como quiserem. Assim, os delegados dos trabalhadores e dos empregadores votam na direção oposta à dos delegados do governo. Essa diversidade de pontos não impede que as decisões sejam adotadas por uma grande maioria de votos, ou por unanimidade.  
As funções da Conferência, muitas vezes referida como o parlamento trabalhista mundial, são várias:
Em primeiro lugar, há a elaboração e adoção de normas internacionais de trabalho, que assumem a forma de acordos e recomendações. Os acordos são tratados internacionais que, uma vez adotados, estão sujeitos à ratificação pelos Estados membros. A ratificação cria uma obrigação legal de aplicar as disposições do acordo em questão. Por sua parte, as recomendações destinam-se a orientar a ação em nível nacional, mas não estão abertas à ratificação ou juridicamente vinculantes.
A Conferência monitora a implementação de convenções e recomendações nacionalmente. Examina os relatórios que todos os Estados-Membros têm de apresentar para fornecer informações detalhadas sobre o cumprimento de suas obrigações nos termos das Convenções tenham ratificado, e sobre a sua lei e acordos práticos sobre (ratificado ou não) e recomendações que o Conselho de Administração solicitou a apresentação de relatórios.
Desde a adoção em 1998 da Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, uma outra tarefa importante da Conferência é o exame do Relatório Global elaborado pelo Escritório no âmbito dos procedimentos de monitorização estabelecidos pelo Declaração Ao longo de um ciclo de quatro anos, a Conferência examina os relatórios globais que abrangem os quatro direitos fundamentais, a saber: a) liberdade de associação e associação e reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva; b) a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório; c) a abolição efetiva do trabalho infantil; e, d) a eliminação da discriminação no emprego e na ocupação.
A Conferência é também um fórum no qual questões sociais e trabalhistas de importância para o mundo inteiro são discutidas com total liberdade. Os delegados estudam a evolução do progresso social no mundo, mas o tema central é o Relatório Anual apresentado pelo Diretor Geral da OIT. Nos últimos anos, estes relatórios têm abordado os seguintes tópicos: Trabalho Decente (1999), A redução do défice trabalho digno - Um desafio global (2001) e uma globalização justa: Criar Oportunidades para Todos (2004).
A Conferência também adota resoluções que fornecem orientação para a política geral e atividades futuras da OIT.
A cada dois anos, a Conferência aprova o programa de trabalho bienal e o orçamento da Organização, financiados pelos Estados membros.
2.1.2 Conselho de Administração:
É o conselho executivo da OIT. Ele se reúne três vezes por ano em Genebra e toma decisões sobre as políticas da OIT, além de estabelece o programa e o orçamento que são submetidos à Conferência para adoção.
Reúne-se três vezes por ano, em março, junho e novembro. Toma decisões sobre a política da OIT, determina a agenda da Conferência Internacional do Trabalho, adota o Programa e Orçamento antes de sua apresentação à Conferência e elege o Diretor-Geral.
O Conselho é composto por 56 membros titulares (28 governos, 14 empregadores e 14 trabalhadores) e 66 membros associados (28 governos, 19 empregadores e 19 trabalhadores).Dez dos cargos do governo são reservados para os Membros de maior importância industrial (Alemanha, Brasil, China, Estados Unidos, França, Índia, Itália, Japão, Reino Unido e Federação Russa). Os outros membros do governo são eleitos pela Conferência a cada três anos (as últimas eleições foram realizadas em junho de 2014). Os membros do empregador e do trabalhador são eleitos em sua capacidade individual.
2.1.3 Repartição Internacional do Trabalho:
É o secretariado permanente da OIT. Trata-se do ponto focal para todas as atividades gerais da OIT, preparadas sob o escrutínio do Conselho de Administração e sob a liderança do Diretor-Geral.
O Escritório emprega cerca de 2.700 funcionários de mais de 150 países em sua sede em Genebra e em cerca de 40 escritórios de campo em todo o mundo. Entre esses funcionários, 900 trabalham em programas e projetos de cooperação técnica. 
2.2 Ratificação:
É a maneira de se dar validade ao tratado, mostrando que o governo aprova o pacto, que passa a integrar sua ordem jurídica. No Brasil, os tratados e convenções são considerados normas supralegais pelo STF. (Pirâmide de Kelsen)
2.3 Aprovação de Convenções pela OIT: (Constituição da OIT, artigo 19.2)
São aprovadas as convenções pela Conferência Internacional por maioria de dois terços dos delegados presentes na conferência. Para terem a validade, é necessário a ratificação pelos países signatários. Porém, estes não são obrigados, fazendo isso somente quando houver o interesse. Mas após ratificada, é necessária a sua convenção, firmando termos e obrigações.
Estas convenções têm natureza de tratados multilaterais. São abertas, pois não estipulam limites de prazos. Todos países membros da ONU, são membros da OIT.
O NÃO cumprimento da convenção por um país implica a sanção moral aplicada pela OIT. Na pratica, alguns países podem impor limitações ou sanções econômicas a outros pelo fato supracitado, como opor embargos comerciais a produtos do referido país por ter trabalho escravo ou infantil, etc.
As convenções da OIT podem ser divididas em:
a) autoaplicáveis, que dispensam qualquer regulamentação;
b) de princípios, que apenas estabelecem normas gerais dirigidas aos Estados, que irão regular a matéria;
c) promocionais, que estabelecem programas a ser disciplinados pela legislação nacional a médio e longo prazo. 
2.3.1 Vigência Internacional de uma Convenção da OIT:
A vigência passa a ocorrer a partir de 12 meses após o registro de duas ratificações por Estados-membros na Repartição Internacional do Trabalho. No campo internacional a convenção tem vigência por prazo indeterminado. Obviamente, se a convenção não estive em vigor no pais que a ratificou, não terá eficácia. 
2.4 Aprovação de Convenções pelo Brasil:
O §3 do artigo 5º da CF, diz que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos devem ser aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes as emendas constitucionais. 
2.5 Após a Convenção ser aprovada pela Conferencia Internacional do Trabalho:
O governo do Estado-membro deve submete-la, no prazo de 18 meses, ao órgão nacional competente (art. 19, §5º, b, da Constituição da OIT), que em nosso caso, é o Congresso Nacional (art. 49, I, CF). O chefe do estado poderá ratifica-la em ato formal dirigido ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho (art. 19, §5º, d da Constituição da OIT). 
A convenção entrará em vigor no país, depois de certo período da data em que haja sido registrada na OIt sua ratificação, e que normalmente é especificado na referida norma internacional. Esta ratificação tem validade decenal.
No Brasil, a convenção é aprovada via decreto legislativo. Portanto, há a necessidade que a convenção se torne pública, por meio do decreto do Presidente da República. (art. 1º do Decreto-Lei nº4.657/42).
2.6 Natureza das Convenções:
As convenções da OIT têm natureza de tratado-lei, internacional, multilateral e não de tratado-contrato., pois formulam regras, condições ou princípios de ordem geral. 
2.7 Princípios Fundamentais para a OIT:
a) Livre associação sindical e negociação coletiva;
b) abolição do trabalho forçado;
c) não discriminação ou igualdade;
d) abolição do trabalho infantil.
2.8 Convenções que Promovem Trabalho Decente:
2.9 Convenções Prioritárias:
2.10 Recomendação:
É uma norma da OIT, em que não houve numero suficientes de adesões para que ela viesse a se transformar em uma convenção. Deste modo, ela não será ratificada pelo estado-membro, mas será submetida a autoridade competente do direito interno.
É facultativa a recomendação, não obrigando os países-membros. Por isso, normalmente, a recomendação tem a finalidade de completar as disposições de uma das Convenções, ou, antecedendo a elaboração de uma próxima convenção. 
Não cria direitos. Não existe entrada em vigor. O tema é incerto. Matéria não madura. Inspiração para o Legislador.
Tanto para a Convenção como para a Recomendação, há necessidade de que sejam aprovadas pela Conferencia em duas sessões seguidas, que são realizadas em dois anos seguidos, visando, a maior segurança.
Inglês e Francês são as línguas dos textos autênticos. Espanhol é a língua de trabalho da OIT.
2.11 Denúncia: 
A denuncia é um aviso-prévio dado pelo estado de que não tem interesse em continuar aplicando uma norma internacional. No caso da Convenção da OIT, é o ato pelo qual o Estado avisa a OIT que já não tem interesse em continuar observando aquela norma em seu ordenamento jurídico interno. Só é possível denunciar por iguais períodos de o Estado não observar a referida faculdade.
2.12 Revisão:
É o ato de como a norma irá se adaptar à realidade econômica e social do país acordante.
2.13 Reclamação:
Forma como dispõe as organizações profissionais de trabalhadores ou de empregados para mostrar o não cumprimento de convenção ratificada por parte do Estado-membro. A reclamação deve ser dirigida ao Conselho de Administração.
2.14 Queixa:
É o processo instaurado contra o Estado-membro que não adotou as medidas necessárias ao cumprimento de uma convenção por ele ratificada. Pode ser feita por qualquer Estado-membro que tenha ratificado a convenções como, ex officio, pelo Conselho de Administração ou pela representação de qualquer delegação a Conferencia Internacional do Trabalho. A queixa deve ser apresentada à repartição internacional do trabalho, que a encaminha ao Conselho de Administração. 
2.15 Comissão de Peritos:
2.16 Relatórios dos Países:
3 DECLARAÇÕES INTERNACIONAIS:
As declarações internacionais são atos que indicam regras genéricas, geralmente inspiradas por critérios de justiça, de modo a servir de base a um sistema jurídico. De certa forma, seriam equiparados a uma norma programática, que traçaria critérios gerais. Não são regras imperativas, mas orientações. Não criam direitos e obrigações. Ex.: Declaração Universal dos Direitos Humanos.
4 TRATADOS INTERNACIONAIS:
5 QUESTÕES A SEREM DEBATIDAS:
5.1 Quais são os órgãos da OIT?
5.2 O que faz a Conferência?
5.3 O que faz o Conselho de Administração?
5.4 O que faz a Repartição Internacional do Trabalho?
5.5 Quem tem competência para celebrar tratados internacionais e quem irá ratifica-los no Brasil?
5.6 O que vem a ser a Convenção da OIT?
5.7 O que significa Recomendação da OIT?
5.8 O que é declaração?
5.9 Quais os direitos trabalhistas previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos?

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