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ANÁLISE PSICOLOGICA A IRA DE UM ANJO

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ANÁLISE 
O filme conta a historia de dois irmãos Catherine e Erick que sofreram maus tratos ainda bebês. O pai espancava a mãe dessas crianças que morreu por que não respondia ao tratamento a qual era submetida pois a mesma ficou internada devido a uma pneumonia, mas desejava morrer por causa da vida sofrida. Os irmãos Catherine e Erick sofreram muito nas primeiras fases de suas vidas, foram negligenciados pela mãe, sofreram maus tratos e abandono. Catherine foi violentamente abusada pelo pai biológico várias vezes e isso acarretou graves problemas psíquicos nessas crianças, elas apresentavam características de desvio de conduta. Quando as crianças foram encontradas pela assistente social foram levadas para o lar de adoção. As famílias que os adotavam não entendiam o comportamento estranho de Catherine e não aceitando seu comportamento acabavam devolvendo-os ao lar. 
O casal Rob e Tyler decidiu junto adotar o casal de crianças, no inicio percebendo o comportamento estranho de Catherine acharam que era apenas devido a adaptação da nova família, mas com o passar dos dias foram percebendo que tinha algo de errado e decidiram buscar ajuda. Optaram pelo lar, tentaram colher informações sobre o que tinha acontecido anteriormente com essas crianças, e após muita recusa da assistente social devido a ética profissional, a mesma decide contar sobre o passado dessas crianças. 
Os pais adotivos de Catherine decidem lutar por ela e ajudá-la a enfrentar esses conflitos e angústia. No decorrer da narrativa, Catherine mostra a todo tempo seu conflito com o irmão e posteriormente com o pai adotivo, ela tem pesadelos todas as noites com o pai biológico que a estuprou, isso a perturbava. Ela demonstra um comportamento cruel, sem remorsos. O comportamento de Catherine culmina na tentativa de matar o irmão empurrando-o da escada e batendo sua cabeça no chão e na tentativa de esfaquear o pai adotivo enquanto dormia, com o intuito de eliminar a figura que lhe causava ameaça e sofrimento. São várias as cenas as quais Catherine demonstra agressividade principalmente contra a figura masculina, (foi agredida e abusada pelo pai, a figura masculina lhe perturbava) evidenciando-se comportamento paranóide persecutórios, ao querer matar o pai e todos os meninos, não demonstrando nenhum tipo de afetividade por qualquer outro ser vivo. Essa característica fria e premeditada é um dos sintomas de uma criança com desvio de conduta. 
Para melhor entender as dificuldades de Catherine precisamos compreender suas fantasias inconscientes, é nesse ponto certamente que se encontram a causa dos seus sentimentos e irremediável desespero, o qual causa sua atitude antissocial. Catherine queria que todos sentissem a dor que ela sentiu, por isso era cruel agressiva, foi o que “recebeu” a criança tende a repetir o que vivenciou e como lhe causou grande dor e frustração ela quer destruir as pessoas pela qual se sente ameaçada, por sentir medo de viver tudo outra vez. 
Em condição de privação emocional é extremamente relevante que se observe em tempo “sinais” e “alerta”, dificilmente se fazem em uma linguagem clara, mas, sim em uma linguagem que precisa ser decodificada de preferência no inicio dos sintomas, no caso de Catherine observou-se os sintomas já aos seis anos de idade pelos pais adotivos os quais buscaram ajuda profissional. 
Catherine e Erick quando bebês não receberam nem um tipo de afeto paterno e materno. A mãe na expressão de Winnicott é o primeiro “organizador psíquico” da criança. Portanto, a mãe, a partir das relações emocionais significativas que se estabelece entre ela e o filho será um primeiro grande referencial. De acordo com Winnicott, pode ser que uma criança tenda para uma agressividade e outra dificilmente revele qualquer sintoma de agressividade, desde o princípio, embora ambas tenham o mesmo problema. Catherine mostra seus conflitos através da agressividade por não conseguir lidar com a dor que lhe causaram. Acontece simplesmente que Catherine e Erick estão lidando de maneiras distintas com suas cargas de impulsos agressivos, Catherine expressava sua privação com violência e Erick com passividade.
 A relação emocional profunda e edificante entre o filho e figuras parentais, ou, mais especificamente, entre filho e mãe, é condição básica para que a criança vivencie a confiabilidade do lar, que, na linguagem de Winnicott é um dos suprimentos ambientais básicos para o desenvolvimento saudável da personalidade. Sentindo a confiabilidade do lar a criança terá condição para desenvolver duas experiências fundamentais e estruturantes de personalidade. De um lado, a experiência de sua agressividade, aprendendo a dimensioná-la e a administrá-la. De outro, a experiência de sua capacidade construtiva, descobrindo em si e desenvolvendo seu desejo de dar e de contribuir. 
Essas crianças não viveram a relação mãe-bebê, não foi suprido suas necessidades básica nessa fase do desenvolvimento, foram abandonadas pelo objeto (mãe) que preferiu morrer do que lutar pelos filhos. No momento que a mãe adotiva abraça e chora por ver seu sofrimento, Catherine sensibiliza-se diante da atitude de sua mãe adotiva ao abraçá-la pôde sentir o afeto da mãe e de uma forma recíproca corresponde ao sentimento de proteção e amor. 
De acordo com o DSM-IV, os indivíduos com Transtorno de Personalidade Anti-social, não podem ser diagnosticados antes dos 18 anos, então Catherine é considerada uma criança com Desvio de Conduta, que segundo o CID-10. O diagnóstico se baseia na presença de condutas do seguinte tipo: manifestações excessivas de agressividade e de tirania; crueldade com relação a outras pessoas ou animais; destruição dos bens de outrem; condutas incendiárias; roubos; mentiras repetidas; cabular aulas e fugir de casa; crise de birras e de desobediência anormalmente freqüente e grave, Catherine é uma criança fria, faz sua maldades sem nenhum remorso. 
Não está estabelecida ainda uma causa única para o Transtorno de Conduta. Uma multiplicidade de diferentes tipos de estressores sociais e a vulnerabilidade de personalidade parece associada com esses comportamentos anti-sociais. Certamente devem influenciar no desenvolvimento do Transtorno de Conduta as atitudes e comportamentos familiares, assim como a exclusão sócio-econômica, a má distribuição de rendas, a inversão dos valores, a desestrutura familiar.
Esse tipo de comportamento problemático deve alcançar violações importantes, além das expectativas apropriadas à idade da pessoa e, portanto, de natureza mais grave que as travessuras ou a rebeldia normal de um adolescente, ainda que extremamente enfadonhos. Este tipo comportamento delinqüências parece preocupar muito mais os outros do que a própria criança ou adolescente que sofre da perturbação.
Seu portador pode não ter consideração pelos sentimentos alheios, direitos e bem estar dos outros, faltando-lhe um sentimento apropriado de culpa e remorso que caracteriza as "boas pessoas". Normalmente há, nesses delinqüentes, uma demonstração de comportamento insensível, podendo ter o hábito de acusar seus companheiros e tentar culpar qualquer outra pessoa ou circunstância por suas eventuais más ações. A baixa tolerância a frustrações das pessoas com Transtorno de Conduta favorece as crises de irritabilidade, explosões temperamentais e agressividade exagerada, parecendo, muitas vezes, uma espécie de comportamento vingativo e desaforado.
Erick o irmão de Catherine tem sintomas de uma Neurose de Abandono e Transtorno de Personalidade Dependente no qual se percebe a necessidade de ser cuidado, se submetendo aos mandos e maus tratos da irmã, aceitando tudo que era proposto como se tivesse medo de perder apoio e aprovação. 
Segundo o DSM IV os indivíduos com este transtorno pode ir a extremos para obterem carinho e apoio, chegando ao ponto de se oferecerem para realizar tarefas desagradáveis, se este comportamento for capaz de trazer-lhes os cuidados de que necessitam o que levava Erick a ser cúmplice de sua irmã nas mentiras por ela arquitetadas.Erick demonstra, uma personalidade passiva aceitando a violência da irmã achando-se merecedor, com o decorrer do tempo ele vai tendo o amor dos pais adotivos e adquirindo confiança e desvinculando-se do controle e das maldade de Catherine. 
Como dissemos as pessoas com Transtorno de Conduta costumam ter pouca empatia e pouca preocupação pelos sentimentos, desejos e bem estar dos outros. Elas podem ter uma sensibilidade grosseira para as questões sentimentais e emocionais (dos outros) e não possuem sentimentos próprios e apropriados de culpa, ética, moral ou remorso. Entretanto, como essas pessoas são extremamente manipuladores e aprendem que a expressão de culpa pode reduzir ou evitar punições, não titubeiam em demonstrarem remorso sempre que isso resultar em benefício próprio.
O Transtorno de Personalidade é um padrão persistente de vivencia ou comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do individuo, é invasivo e inflexível, tem seu inicio na adolescência ou começo da idade adulta, é estável ao longo do tempo e provoca sofrimento ou prejuízo. No caso do Transtorno de Desvio de Conduta, o início pode ocorrer na infância, justamente como os personagens Catherine e Erick. Instala-se o quadro típico da privação emocional, da privação primordial, o qual, basicamente, consiste em perda da posse do objeto e perda de um quadro de referencia e de continência para a administração e controle dos próprios impulsos. Essas perderam o direito de viver suas fases adequadamente, com afeto e proteção, foram negligenciadas pelos pais a qual deveriam amá-las e protegê-las, porém deixaram somente lembranças de frustrações, rejeições, sofrimentos que comprometeu a infância saudável dessas crianças.
Eles apresentam comportamentos inadequados, inapropriados para crianças consideradas normais, pois foram privados de seus direitos, de afeto, de um ambiente saudável, fatores importantes para a formação da personalidade. Podendo comprometer gravemente a formação psíquica e formação da personalidade de uma criança, podendo se tornar um quadro irreversível. 
5 – CONCLUSÃO 
Através dos dados analisados conclui-se que Catherine, apresenta sintomas típicos de Transtorno de conduta de acordo com os critérios do DSM-IV 312.8 e CID.10; F91.8. Ocorrendo assim um prejuízo principalmente emocional e conseqüentemente social. Tendo em vista o presente sintoma é aconselhável um acompanhamento psicológico juntamente com um tratamento psiquiátrico, por tempo indeterminado para que aja uma reestruturação da sua condição psíquica. E assim poder viver socialmente.

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