Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung Nasceu na Suíça em 1875, formou-se em psiquiatria e desenvolveu uma técnica de associação de palavras para revelar os complexos emocionais de seus pacientes. Acolheu, com entusiasmo, a obra de Freud e a defendeu, apesar de controvérsias. • Discordâncias intelectuais fizeram com que ele rompesse seu relacionamento por acreditar que o papel da sexualidade era excessivamente enfatizado, subestimando o potencial do inconsciente na contribuição positiva para o crescimento psicológico. A psicologia analítica de Jung apresenta grande interesse pelos fenômenos místicos. Dando continuidade a explorações subjetivas do inconsciente, realizou estudos sobre alquimia e esoterismo. Relatou várias experiências pessoais de fenômenos parapsicológicos que compreendia como manifestações de um inconsciente coletivo, mais amplo e transpessoal. • Jung propôs uma teoria da personalidade que atribui um papel predominante ao inconsciente. • Acreditava que os desenvolvimentos mais interessantes da personalidade ocorriam na idade adulta e não na infância. • Descreve a psique empregando a linguagem mitológica e não científica. • Para Jung a evolução e a hereditariedade determinam a linha de ação da psique e da personalidade, assim como o fazem com o corpo físico. O Inconsciente Pessoal e Coletivo Pessoal - A anima ou o animus e a sombra, juntos, constituem o inconsciente pessoal. É o inconsciente de cada indivíduo que se desenvolve a partir de experiências singulares da pessoa. • É um reservatório de material que já foi consciente, mas que foi esquecido porque era insignificante ou perturbador. • Semelhante ao pré-consciente de Freud, é acessível à consciência, e há muitas permutas entre o inconsciente pessoal e o ego. • Coletivo • É hereditário, presente na estrutura cerebral dos seres humanos e independente da experiência pessoal. • É o nível mais profundo e menos acessível da psique, que contém o acúmulo de experiências herdadas de espécies humanas. • Determinadas experiências básicas caracterizaram todas as gerações na história da humanidade. Tais como a figura materna, nascimentos, mortes, medo do escuro e idolatrar algum tipo de figura divina. • Contém imagens primordiais, denominadas arquétipos, semelhantes em todas as pessoas. • Esses arquétipos são as unidades básicas do inconsciente coletivo e funcionam como instintos psíquicos que nos predispõem a vivenciar o mundo de certas maneiras universais. • A universalidade dessas experiências em inúmeras gerações deixa uma marca em cada um de nós e determina a maneira como percebemos e reagimos ao nosso mundo. • Essa noção de inconsciente coletivo é o aspecto mais singular e polêmico do sistema de Jung. Conceito Centrais O ego: é o aspecto mais consciente da personalidade. Nada pode tornar-se consciente sem passar pelo ego, que serve como porteiro da consciência. O ego é essencial para um sentimento de identidade pessoal e é também o centro de nossa vontade. Para Jung, o ego é parte da personalidade mas não o seu centro. Muitas pessoas se identificam demais com sua consciência, o que Jung chama de inflação do ego. Ego • A parte da psique preocupada com a percepção, o raciocínio, sensações e lembranças. • Grande parte da nossa percepção consciente e da reação ao ambiente é determinada pelas atitudes opostas de: - Extroversão - orientação para o mundo exterior e outras pessoas. - Introversão - orientação para as ideias e sensações da própria pessoa. Funções Psicológicas • Jung postulou quatro funções da psique: sensação, intuição, pensamento e sentimento. • As funções de sensação e intuição foram agrupadas como não racionais pois não utilizam os processos da razão, elas apenas constatam experiências mas não as avaliam • A segunda dupla de funções opostas, pensamento e sentimento, são funções racionais que envolvem julgar e avaliar nossas experiências. • Da mesma forma que temos só uma atitude dominante, temos apenas uma função predomina. • Com base nas interações das 2 atitudes e das 4 funções, Jung propôs 8 tipos TIPOS PSICOLÓGICOS Pensamento introvertido Interessado em ideias mais que em fatos; interessado na realidade interna; presta pouca atenção às outras pessoas Sentimento introvertido Aparentemente reservado, mas simpático e compreensivo para com amigos próximos ou pessoas necessitadas, afetuoso mas pouco efusivo Sensação introvertido Enfatiza as experiências provocada pelos acontecimento, mas do que os próprios acontecimentos (músicos e artistas) Intuição introvertido Mais preocupado com as possibilidades do que com o que está acontecendo com o presente Pensamento extrovertido Interessado nos fatos referentes a objetos externos; lógico, reprime emoções e sentimentos; despreza amigos e relacionamentos. Sentimento extrovertido Preocupado com as relações humanas; ajustado ao meio Sensação extrovertido Enfatiza os objetos que propiciam experiência, com fatos e detalhes, buscando, as vezes, o prazer. Intuição extrovertido Mais preocupado com possibilidades de mudança no mundo externo do que com o familiar, um aventureiro. Arquétipo: É o conjunto de “imagens primordiais” originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas no inconsciente coletivo. Predisposição universal. Arquétipos: • Esses arquétipos são tendências inatas que vivem em nosso inconsciente, e são passados biologicamente de geração em geração. Eles simbolizam e impulsionam os desejos e objetivos dos homens, e todos têm características e personalidades próprias. • A persona: É o aspecto da realidade que se adapta ao mundo. • Reflete os papéis que desempenhamos na sociedade. Esforçamo-nos para nos comportar de forma a obter uma imagem social positiva, enfatizando aspectos valorizados, ignorando ou negando o resto. • Entretanto, esses esforços são bem-sucedidos apenas temporariamente. • A persona forma-se pelas reações que desencadeamos nas outras pessoas. A sombra: Aspectos da psique que são removidos da consciência pelo ego, por serem incompatíveis, não adequados ou imorais com a concepção que a pessoa tem de si mesmo. Impulsos sexuais e agressivos inaceitáveis são característicos da sombra. A sombra faz a mediação entre a consciência e o inconsciente. A emergência da sombra do inconsciente produz a experiência do conflito moral. Quando a pessoa chega a um acordo com o inconsciente e reconhece que ele tem contribuições positivas a dar para a personalidade como um todo, esta experiência muda. Anima – é a qualidade feminina reprimida em um homem Animus – é a qualidade masculina reprimida em uma mulher. O animus ou a anima inconscientes são projetados nas pessoas do sexo oposto que despertam várias emoções, dependendo da atitude que se tem em relação ao próprio animus ou anima inconscientes. Anima e Animus: Grande mãe • Esse arquétipo abarca os aspectos positivos e negativos da figura materna. Ela representa a fertilidade e o poder da vida, mas também pode ser destrutiva e controladora. • O arquétipo da Grande Mãe é visto em praticamente todas as culturas, lendas e histórias, que mostram essa figura como sendo capaz de criar e destruir. Herói • Esse arquétipo é muito comum em mitologias, e nos comovemos com suas histórias pois elas conversam com essa imagem que há em nós. • O herói quase sempre aparece em uma saga, podendo vencer em seus objetivos ou sendo subjugado. Velho Sábio • O Velho Sábio é o arquétipo que representa a sabedoria, o significado sobre os mistérios da vida. Esse arquétipo nos faz buscar conhecimento, e também nos leva a procurar por líderes. Self (eu) • O Self é a nossa tendência de buscar o autoconhecimento,a perfeição e o equilíbrio. • Ele proporciona nosso senso de unidade, ligando todos nossos arquétipos, o consciente e inconsciente, e nos leva em busca do nosso objetivo final, que seria alcançar um estado de autorrealização. Jung chama esse processo deIndividuação. Personalidade Elementos da personalidade: contém elementos conscientes e inconscientes. Assim como Freud mencionava o ego ao descrever os aspectos mais conscientes da personalidade. Sua descrição de inconsciente procura um equilíbrio no qual os elementos inconscientes tivessem um papel equivalente, complementar aos da consciência. Processos da personalidade Individuação: O processo de restauração da plenitude da psique se desenvolve no adulto. No começo da vida, a psique é um todo unificado, embora inconsciente. Durante o curso do desenvolvimento, vários aspectos da psique tornam-se conscientes e se desenvolvem, enquanto outras áreas permanecem inconscientes. Por exemplo: na infância e adolescência a pessoa desenvolve sua identidade pessoal, tornando-se consciente desta identidade, mas tende a ignorar seus limites e falhas pessoais. Jung desenvolveu uma teoria de tipificação onde cada indivíduo foi caracterizado de acordo com sua orientação. Assim, as pessoas poderiam ser orientadas para o seu interior ou exterior. O individuo não é totalmente introvertido (para seu interior) ou extrovertido (para o exterior). Algumas vezes a introversão prevalece, ou a extroversão é mais apropriada. Ambas se excluem mutuamente, de modo que não se pode manter as duas prevalecendo ao mesmo tempo. Jung enfatiza que as duas de igual forma são necessárias, não sendo uma superior a outra. • Jung propôs que a personalidade é determinada pelo que esperamos ser e pelo que fomos. Ele critica Freud pois enfatiza a importância do futuro. • As etapas do desenvolvimento segundo sua teoria são: • Infância: o desenvolvimento do ego começa quando a criança consegue diferenciar-se dos outros. • Puberdade à Idade Adulta: os adolescentes tem de se adaptar às demandas cada vez maiores da realidade. O foco é externo, predomina a busca pela educação, carreira e família. O consciente predomina.
Compartilhar