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Filosofia Patrística e Escolástica na Idade Média

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FILOSOFIA E ÉTICA - ADM03012
Profa. Cláudia Bomfm
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
 
Capítulo 4 – Filosofia Patrística e Filosofia Escolástica
O problema central enfrentado pelos pensadores que marcaram a filosofia no 
período que compreende a chamada Idade Média era a conciliação das 
exigências da razão humana com a relevância divina. Pensadores judeus, 
cristãos e muçulmanos buscaram combinar a filosofia grega e romana com a 
ortodoxia religiosa (Law, 2011).
Nesse período, a cultura urbana transforma-se em cultura rural, o feudalismo se 
caracteriza como organização sociopolítica e, com a queda do Império Romano 
e as invasões bárbaras, a Igreja torna-se a instituição detentora do saber, e a fé 
estabelece-se como padrão de conhecimento. A Idade Média foi, portanto, 
dominada pela teologia (Mattar, 2010) e pela Filosofia Cristã, que, influenciada 
pelo Cristianismo, predominou no Ocidente, principalmente na Europa, no 
período entre o século I ao XIV de nossa era (Costa, 1986).
Tal período compreende duas épocas, a primeira conhecida como filosofia 
patrística, e a segunda conhecida por filosofia escolástica ou medieval.
4.1. A filosofia patrística e Santo Agostinho
Segundo Chauí (2010), a filosofia patrística compreende o período que vai do 
século I ao século VII e se inicia com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho 
de São João. Essa denominação lhe foi atribuída pois as obras desse período 
foram elaboradas pelos apóstolos Paulo e João e pelos chamados Padres da 
Igreja.
“A patrística resultou do esforço feito pelos dois apóstolos intelectuais 
(Paulo e João) e pelos primeiros padres da Igreja para conciliar a nova 
religião – o Cristianismo – com o pensamento filosófico dos gregos e 
romanos, pois somente com tal conciliação seria possível convencer 
os pagãos à nova verdade e convertê-los a ela. A Filosofia Patrística 
liga-se, portanto, à tarefa religiosa da evangelização e à defesa da 
religião cristã contra os ataques teóricos e morais que recebia dos 
antigos.” (Idem: 46)
Duas linhas de pensamento carcaterizaram a filosofia patrísitica: uma tratava da 
possibilidade de conciliar razão e fé; a outra acreditava na impossibilidade desse 
feito. O fato é que se podem distinguir três posições a esse respeito. A primeira 
 
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agrupava os pensadores que julgavam fé e razão inconciliáveis, considerando a 
fé superior à razão. A segunda reunia aqueles que consideram ser possível a 
conciliação entre razão e fé, no entanto, subordinavam a primeira à segunda. 
Por fim, temos um terceiro grupo de pensadores que não acreditava na 
conciliação entre razão e fé, mas afirmava que cada uma delas possuía um 
campo próprio de conhecimento e que esses campos não deviam ser 
misturados.
É com Santo Agostinho que se superam “as vacilações, dúvidas e 
desconfianças em relação a dar acolhida, no Cristianismo, à filosofia antiga” 
(Costa, 1986:90).
Tendo sido professor de retórica antes de se converter ao Cristianismo, 
Agostinho de Hipona, ou Santo Agostinho, viveu entre os anos 354 e 430. Suas 
obras mais conhecidas são sua autobiografia Confissões e sua descrição do 
reino de Deus, intitulada Cidade de Deus.
Ao reinterpretar o platonismo, busca conciliá-lo com os dogmas do Cristianismo, 
afirmando que a verdade vislumbrada por Platão é a mesma que se manifesta 
de forma plena na revelação cristã. Sendo assim, Deus criaria as coisas a partir 
de modelos imutáveis e eternos, ou seja, as ideias divinas. Essas ideias
existiriam na mente ou sabedoria divina, conforme testemunho da Bíblia, e não 
em um mundo à parte, como acreditava Platão (Idem).
“A ideia neoplatônica de um mundo imaterial de ideias e do bem ou uno 
como princípio primeiro de todo ser dava lugar para um criador 
espiritual que é causa de todas as coisas.” (Law, 2011:257)
4.2. A filosofia escolástica e São Tomás de Aquino
A filosofia medieval, que vai do século VIII ao século XIV, encontra um cenário 
diferente do período patrístico. As traduções dos gregos já são lidas por 
intermédio dos árabes, surge a liberdade de pensamento e de espírito nas 
universidades do século XIII, representando o deslocamento dos centros de 
estudos das abadias para as catedrais e cidades.
“Abrange pensadores europeus, árabes e judeus. É o período em que 
a Igreja Romana dominava a Europa, ungia e coroava reis, organizava 
Cruzadas à Terra Santa e criava, à volta das catedrais, as primeiras 
 
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universidades ou escolas. E, a partir do século XII, por ter sido 
ensinada nas escolas, a Filosofia medieval também passa a ser 
conhecida com o nome de escolástica.”( Chauí, 2010:47)
À discussão já presente na filosofia patrística – conexão entre a filosofia clássica 
e o Cristianismo – a escolástica acrescenta o Problema dos Universais. Segundo
Mattar (2011), os “universais” seriam conceitos que nos permitem utilizar a 
palavra “homem” para nos referirmos a todos os homens, e não apenas a um 
indivíduo, um homem individual. A questão que se estabelece como um 
“problema” é justamente se tais universais teriam uma existência objetiva, para 
além da mente do sujeito que se utiliza da linguagem. Essa pergunta poderia ser 
respondida de diversas formas a depender da corrente de pensamento. De um 
lado, afirmava-se que tais universais possuíam algum tipo de existência na 
realidade, além do próprio pensamento. De outro lado, acreditava-se que os 
universais seriam apenas características da linguagem, do pensamento, não 
possuindo existência na realidade. Trata-se, respectivamente, dos realistas e 
dos nominalistas. Na verdade, tal discussão persiste, desde então, nas reflexões 
ocidentais (Idem).
É nesse período que nasce propriamente a chamada filosofia cristã, que é, na 
verdade, a teologia. Um de seus temas mais recorrentes são as provas da 
existência de Deus e da imortalidade da alma (Chauí, 2010). 
Santo Ancelmo e Pedro Abelardo são considerados os fundadores da 
escolástica medieval e não mediram esforços para tentar compreender com a 
razão as verdades da revelação, ou seja, buscaram explicar racionalmente as 
verdades da fé. Mas é São Tomás de Aquino o representante do apogeu dessa 
filosofia. Seus esforços foram guiados no sentido de “cristianizar” a filosofia 
aristotélica.
Canonizado pelo Papa João XXII em 1323, São Tomás de Aquino nasceu em 
1225 em uma família nobre no reino de Nápoles e viveu até 1274. O autor da 
Suma Teológica buscou a unificação entre a filosofia e a teologia, valorizando o 
mundo sensível como fonte de conhecimento. Distinguiu dois caminhos para a 
aquisição do conhecimento: o raciocínio e a revelação. O conteúdo das verdades 
reveladas, no entanto, estaria acima da capacidade da razão natural. 
 
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Tanto a teologia quanto a filosofia poderiam tratar do mesmo objeto. Entretanto, 
a filosofia utilizaria as luzes da razão natural, enquanto a teologia se valeria das 
luzes da razão divina manifestada na revelação. Desse modo, São Tomás de 
Aquino parece encontrar o equilíbrio entre fé e razão, distinguindo-as, mas não 
as separando necessariamente (Costa, 1986).
“Há verdades sobre Deus que excedem toda capacidade da razão 
humana... Mas há algumas que a razão natural também é capaz de 
alcançar. Por exemplo, que Deus existe.” (Suma contra os gentios, 
Livro 1. Op Cit, Law, 2011:264)
4.3. Moral e religião na Idade Média
“Deus não é a fonte dos males... Eles existem devido ao pecado 
voluntário da alma, à qual Deus deu livre Escolha.” ( Santo Agostinho, 
Contra fortunatum manichaeum, Acta seu disputaio cap. 20. Op cit, 
Law, 2011:257)Com a expansão do Cristianismo, a cultura ocidental foi marcada pela tradição 
moral fundada nos valores religiosos e na crença em uma vida após a morte. 
Nesse contexto, os valores são entendidos como algo transcendente, posto que 
resultam de doação divina, o que leva à identificação da pessoa moral com o ser 
temente a Deus (Aranha e Martins, 2005).
Nessa construção do que Chauí (2010) chama de metafísica cristã, há algumas 
adaptações feitas a partir do neoplatonismo, do estoicismo e do gnosticismo.8
Embora este último tenha sido considerado herege, há duas ideias que foram 
conservadas e que nos são úteis para a discussão da moral, ambas refletem 
acerca da existência do “mal”: a primeira afirma que o Mal existe realmente, 
estando personificado na figura do demônio. A segunda considera que a matéria 
 
8 “O gnosticismo era um dualismo metafísico, isto é, afirmava a existência de dois princípios 
supremos de onde provinha toda a realidade: o Bem, ou a luz imaterial, e o Mal, ou a treva 
material. Para os gnósticos, o mundo natural ou o mundo sensível é resultado da vitória do Mal 
sobre o Bem e por isso afirmavam que a salvação estava em libertar-se da matéria (do corpo) 
através do conhecimento intelectual e do êxtase místico. Gnosticismo vem da palavra grega 
gnosis, que significa ‘conhecimento’.” (Chauí, 2010:193)
 
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seria o centro onde o demônio, ou o Mal, agiria sobe o mundo e sobre o homem.
A pergunta que se faz, portanto, é como lidar com esse problema do Mal? Na 
verdade, o que subjaz a essa pergunta é uma outra questão: se Deus é tão bom, 
por que teria criado o Mal?
Santo Agostinho a responde apontando um caminho um pouco distinto da 
tradição gnóstica: para ele, o mal não seria algo substantivo, mas uma privação 
ou falta de bem. Para ele, tudo o que Deus criou é bom, o mal só ocorreria 
quando sua criação fosse corrompida. Sendo assim, Deus não poderia ser 
considerado responsável pela criação do mal, já que este decorre das ações 
livres dos anjos e dos homens (Law, 2011).
“Para os cristãos, o homem é livre porque sua vontade é uma 
capacidade para escolher tanto o bem quanto o mal, sendo mais 
poderosa do que a razão e, pelo pecado original, destinada à 
perversidade a ao vício, de modo que a ação moral só será boa, justa 
e virtuosa se for guiada pela fé e pela revelação.” (Chauí, 2010:194)
Está também em São Tomás de Aquino a ideia de que a ação moral está ligada 
à vida virtuosa vivida no seio da comunidade, no esforço intelectual e na 
contemplação da essência de Deus. Sua ética parte da concepção de que todas 
as coisas criadas possuem um propósito, e a realização desse propósito é seu 
bem. 
 
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4.4. Praticando – Sugestões de Filmes
 
Em 1327, William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso 
von Melk (Christian Slater), um noviço, chegam a um remoto mosteiro no norte 
da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir 
se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por 
vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa 
a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos 
acreditarem que é obra do Demônio. William de Baskerville não partilha dessa 
opinião, mas antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray 
Abraham), o Grão-Inquisidor, chega no local e está pronto para torturar qualquer 
suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Como 
não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são 
diabolicamente influenciados. Essa batalha, junto com uma guerra ideológica 
entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos 
é lentamente solucionado.
Assista ao trailler: 
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-2402/trailer-19533939/
Fonte: http://www.adorocinema.com/
Acesso em: 11/2017
 
 
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FILOSOFIA E ÉTICA - ADM03012
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No século XII, Abelard (Derek De Lint), um respeitado filósofo e professor em 
Paris, é contratado para ser o tutor da bela e inteligente Heloise (Kim Thomson). 
Rapidamente eles se apaixonam, mas precisam manter seu relacionamento 
escondido de todos, porque Abelard está comprometido com o celibato.
Fonte: http://www.interfilmes.com/filme_20458_Em.Nome.de.Deus-(Stealing.Heaven).html
Acesso em: 11/2017
 
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Balian (Orlando Bloom) é um jovem ferreiro francês, que guarda luto pela morte 
de sua esposa e filho. Ele recebe a visita de Godfrey de Ibelin (Liam Neeson), 
seu pai, que é também um conceituado barão do rei de Jerusalém e dedica sua 
vida a manter a paz na Terra Santa. Balian decide se dedicar também a esta 
meta, mas após a morte de Godfrey ele herda terras e um título de nobreza em 
Jerusalém. Determinado a manter seu juramento, Balian decide permanecer no 
local e servir a um rei amaldiçoado como cavaleiro. Paralelamente, ele se 
apaixona pela princesa Sibylla (Eva Green), a irmã do rei.
Assista ao trailler: 
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-54205/trailer-19340632/ 
Fonte: http://www.adorocinema.com/
Acesso em: 11/2017

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