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Módulo III Filosofia classica Grécia e Roma

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Módulo III- Filosofia Clássica - Grécia e Roma
Neste módulo trataremos da Filosofia Clássica, portanto, abordaremos no decorrer do texto as concepções dos sofistas, Sócrates, Platão, Aristóteles, Cícero, estoicos.
A respeito do período socrático ou antropológico[1] é válido afirmar que com o desenvolvimento das cidades, do comércio, do artesanato e das artes militares, Atenas tornou-se o centro da vida social, política e cultural da Grécia, vivendo seu período de esplendor, conhecido como o Século de Péricles.
É a época de maior florescimento da democracia. A democracia grega possuía, entre outras, duas características de grande importância para o futuro da Filosofia:
A igualdade de todos os homens adultos perante as leis e o direito de todos de participar diretamente do governo da cidade, da polis. Como consequência, a democracia sendo direta e não por eleição de representantes.
A garantia de todos na participação do governo e aos que dele participavam, o direito de exprimir, discutir e defender em público suas opiniões sobre as decisões que a cidade deveria tomar.
Surge a figura política do cidadão.
 Nota: Estavam excluídos da cidadania o que os gregos chamavam de dependentes: mulheres, escravos, crianças e velhos. Também estavam excluídos os estrangeiros.
Para conseguir adesão nas assembleias, o cidadão precisava saber falar e ser capaz de persuadir. Com isso, uma mudança profunda vai ocorrer na educação grega.
Quando as famílias aristocráticas, senhoras das terras dominavam o poder, tudo lhes pertencia. Valendo-se dos dois grandes poetas gregos, Homero e Hesíodo, criaram um padrão de educação, próprio dos aristocratas que afirmava que o homem ideal ou perfeito era o guerreiro belo e bom. Belo: seu corpo era formado pela ginástica, pela dança e pelos jogos de guerra, imitando os heróis da guerra de Troia (Aquiles, Heitor, Ájax, Ulisses). Bom: seu espírito era formado escutando Homero e Hesíodo, aprendendo as virtudes admiradas pelos deuses e praticadas pelos heróis, a principal delas sendo a coragem diante da morte, na guerra. A virtude era a Arete (excelência e superioridade), própria dos melhores, os aristoi.
Quando, porém, a democracia se instala e o poder vai sendo retirado dos aristocratas, esse ideal educativo ou pedagógico também vai sendo substituído por outro. O ideal da educação do Século de Péricles é a formação do cidadão. A Arete é a virtude cívica.
O cidadão mais aparece e mais exerce sua cidadania, quando opina, discute, delibera e vota nas assembleias.
Assim, a nova educação estabelece como padrão ideal: a formação do bom orador, isto é, aquele que saiba falar em público e persuadir os outros na política.
Agora, compete-nos algumas considerações a respeito dos sofistas.  
Os sofistas - primeiros filósofos do período socrático - adotavam essa educação, substituindo a educação antiga dos poetas. Os sofistas mais importantes foram: Protágoras de Abdera, Górgias de Leontini e Isócrates de Atenas.
A palavra sofista deriva do grego sophistés, com o sentido original de habilidade específica em algum setor, ou homem que detém um determinado saber (do grego sóphos, «saber, sabedoria»).
A partir do século V a.C. surgiram os professores itinerantes de gramática, eloquência e retórica, que ofereciam seus conhecimentos para educar os jovens na prática do debate público. A educação tradicional era insuficiente para preparar o cidadão para a discussão política. Era preciso o domínio da linguagem e de flexibilidade e agudeza dialética para derrotar os adversários.
Apresentavam-se como mestres de oratória ou de retórica, afirmando ser possível ensinar aos jovens tal arte para que fossem bons cidadãos. Diziam que os ensinamentos dos filósofos cosmologistas estavam repletos de erros e contradições e que não tinham utilidade para a vida da polis.
Que arte era essa? A arte da persuasão. Os sofistas ensinavam técnicas de persuasão para os jovens, que aprendiam a defender a posição ou opinião A, depois a posição ou opinião contrária, não A, de modo que, numa assembleia, soubessem ter fortes argumentos a favor ou contra uma opinião e ganhassem a discussão.
O êxito desses tutores foi extraordinário. Passaram a ser então designados de sofistas, sábios capazes de elaborar discursos fascinantes, com intenso poder de persuasão. Por outro lado, foram recebidos com hostilidade e desconfiança pelos partidários do antigo regime aristocrático e conservador.
Pensadores como Sócrates, Platão, Xenofonte e Aristóteles passaram a atacar sistematicamente os sofistas. O termo que antes era um elogio adquire um sentido pejorativo: argumento sofístico ou sofisma é o mesmo que falso argumento ou argumento intencionalmente falacioso.
Na peça As Nuvens, Aristófanes diz que o sofista possui a habilidade de pronunciar um discurso justo e um discurso injusto sobre o mesmo tema. No caso de um homicídio, por exemplo, o sofista poderia argumentar com igual brilhantismo como advogado de defesa e como promotor de acusação.
Outro discípulo de Sócrates e contemporâneo de Platão, Xenofonte escreve nos Ditos e Feitos Memoráveis de Sócrates, que os sofistas eram comerciantes da sabedoria, e como tais comparáveis à venalidade da prostituição.
E Aristóteles, na obra Argumentos Sofísticos, acusa os sofistas de "traficantes de uma sabedoria aparente, não real". (Arg. Sof., I, 165a). Como se não bastasse, ainda o mesmo Platão em diálogos como Ménon e Crátilo, dirige aos sofistas as mesmas denúncias de vendedores caros de uma ciência não real, mas aparente.
Como homem de seu tempo, Sócrates, considerado o patrono da Filosofia, concordava com os sofistas em relação:
- à educação antiga do guerreiro belo e bom já não atendia às exigências da sociedade grega;
- aos filósofos cosmologistas, que defendiam ideias tão contrárias entre si que também não eram uma fonte segura para o conhecimento verdadeiro. 
Nota: Temos dificuldade para conhecer o pensamento dos grandes sofistas porque eles não deixaram textos. Restaram fragmentos apenas. Temos conhecimento do que eles disseram por meio de seus adversários - Platão, Xenofonte, Aristóteles. Portanto, não temos como saber se estes foram justos com os sofistas. Os historiadores mais recentes consideram os sofistas verdadeiros representantes do espírito democrático, isto é, da pluralidade conflituosa de opiniões e interesses, enquanto seus adversários seriam partidários de uma política aristocrática, na qual somente algumas opiniões e interesses teriam o direito para valer para o restante da sociedade.
Um dos maiores filósofos da antiguidade foi Sócrates e é sobre ele que falaremos agora.
Nasceu em 477 ou 469 a.C., em Atenas, filho de Sofrônico, escultor, e de Fenáreta, parteira. Dedicou-se inteiramente à meditação e ao ensino filosófico, sem recompensa alguma, não obstante sua pobreza. Desempenhou alguns cargos políticos e foi sempre modelo irrepreensível de bom cidadão. Foi, acima de tudo, um autodidata e alcançou a alta cultura ateniense da época.
O filósofo Sócrates, considerado o patrono da Filosofia, rebelou-se contra os sofistas, dizendo que não eram filósofos, pois não tinham amor pela sabedoria nem respeito pelaverdade, defendendo qualquer ideia, se isso fosse vantajoso. Corrompiam o espírito dos jovens, pois faziam o erro e a mentira valerem tanto quanto a verdade.
Apesar de ter sido um valioso soldado, manteve-se afastado da vida pública e da política contemporânea, na medida em que estas não se coadunavam com a postura crítica e ética que defendia. Acreditava que ao formar cidadãos sábios, honestos, temperados daria à pátria uma contribuição de valor singular. 
Sócrates propunha que, antes de querer conhecer a natureza e persuadir os outros, cada um deveria conhecer-se a si mesmo. A expressão “conhece-te a ti mesmo” que estava gravada no pórtico do templo de Apolo, patrono grego da sabedoria, tornou-se a divisa de Sócrates.
Por fazer do autoconhecimento a condição de todos os outros conhecimentos verdadeiros, é que se diz que o período socrático é antropológico,isto é, voltado para o conhecimento do homem, particularmente de seu espírito e de sua capacidade para conhecer a verdade.
O retrato que a história da Filosofia possui de Sócrates foi traçado por seu mais importante aluno e discípulo, o filósofo ateniense Platão. Nas obras de Platão temos o pensamento socrático, mas estas não nos podem dar o preciso retrato histórico do pensamento de Sócrates, na medida em que o retrato que o discípulo faz do mestre é necessariamente atravessado pela sua leitura. Ainda assim, cabe a Platão o privilégio de ter sido o grande historiador do pensamento de Sócrates. 
O Filósofo Platão, que foi discípulo de Sócrates, deixo-nos, o seguinte retrato de seu mestre:
Andava pelas ruas e praças de Atenas, pelo mercado e pela assembleia indagando a cada um: “Você sabe o que é isso que está dizendo?”, “Você sabe o que é isso em que acredita?”, “Você acha que conhece realmente aquilo em que acredita, aquilo em que está pensando, aquilo que está dizendo?”, “Você diz”, falava Sócrates, “que a coragem é importante, mas o que é a coragem? Você acredita que a justiça é importante, mas o que é a justiça? Você diz que ama as coisas e as pessoas belas, mas o que é a beleza? Você crê que seus amigos são a melhor coisa que você tem, mas o que é a amizade?”
Sócrates fazia perguntas sobre as ideias e os valores nos quais os gregos acreditavam e que julgavam conhecer. Isso os deixava embaraçados, irritados e curiosos, pois, quando tentavam responder ao célebre “o que é?”, descobriam, surpresos, que não tinham respostas, pois nunca haviam pensado em suas crenças, em seus valores e em suas ideias.
É importante salientar que uma das características, senão a mais marcante, de Sócrates foi a de ter consciência a respeito da própria ignorância. Assim, com a consciência da ignorância tem-se o começo da Filosofia.
Ademais, Sócrates procurava a definição daquilo que uma coisa, uma ideia, um valor é verdadeiramente. Procurava a essência verdadeira da coisa, da ideia, do valor. Procurava o conceito e não a mera opinião que temos de nós mesmos, das coisas, das ideias e dos valores.
Como se vê opinião e conceito não são a mesma coisa.
A opinião varia de pessoa para pessoa, de lugar para lugar, de época para época. É instável, mutável. 
O conceito, ao contrário, é uma verdade intemporal, universal e necessária que o pensamento descobre, mostrando que é a essência universal, intemporal e necessária de alguma coisa.
As perguntas de Sócrates tocaram ideias, valores, práticas e comportamentos que os atenienses julgavam certos e verdadeiros em si mesmos e por si mesmos. Suscitaram dúvidas, porque os fizeram pensar não só sobre si mesmos, mas também sobre a polis.
Assumia atitude de aprender com seu interlocutor, multiplicando perguntas até que este se deparasse com sua própria ignorância. Temos aí a ironia socrática. Por meio de perguntas, conduzia-o, por indução[2] dos casos particulares e concretos, um conceito, uma definição geral do objeto em questão. Em memória de sua mãe que era parteira, Sócrates deu a este processo pedagógico o nome de maiêutica, na medida em que ele provocava seus interlocutores de modo que as ideias neles e deles pudessem aflorar.
 
Assim, com essa dialética constante a certeza dá lugar à dúvida. 
Considerando que o poder é mais forte se ninguém pensar, se todos aceitarem as coisas como estas lhes são apresentadas e não necessariamente como são na realidade, Sócrates tornou-se um perigo em Atenas, pois fizera a juventude pensar. Sob a acusação que lhe foi imputada por Mileto, Anito e Licon no sentido de  desrespeitar os deuses, corromper os jovens e violar as leis, foi levado perante a assembleia. Contudo, não se defendeu das acusações que lhe foram impingidas porque não as reconheceu. Foi condenado a tomar veneno - a cicuta - e obrigado a suicidar-se.
Sócrates sabia que se apresentasse defesa, os juízes exigiriam que ele parasse de filosofar. Preferiu a morte a ter que renunciar à Filosofia.
O julgamento e a morte de Sócrates são narrados por Platão numa obra intitulada Apologia de Sócrates, isto é, a defesa de Sócrates, feita por seus discípulos, contra Atenas.
Veja-se, por exemplo, algumas das características gerais do período socrático:
a) A Filosofia se volta para as questões humanas no plano da ação, dos comportamentos, das ideias, das crenças, dos valores e, portanto, se preocupa com as questões morais e políticas.
b) O ponto de partida é a confiança no pensamento ou no homem como um ser racional, capaz de conhecer-se a si mesmo e, portanto, capaz de reflexão. Reflexão é a volta que o pensamento faz sobre si mesmo para se conhecer; é a consciência conhecendo-se a si mesma como capacidade para conhecer as coisas, alcançando o conceito ou a essência delas.
c) A preocupação se volta para estabelecer procedimentos capazes de permitir ao homem encontrar a verdade. O pensamento deve oferecer a si mesmo caminhos próprios, critérios próprios e meios próprios para saber o que é o verdadeiro e como alcançá-lo em tudo que é investigado.
d) A Filosofia está voltada para a definição das virtudes morais e das virtudes políticas, tendo como objeto central de suas investigações a moral e a política, isto é, as ideias e as práticas que norteiam os comportamentos dos seres humanos tanto como indivíduos quanto como cidadãos.
e) Cabe à Filosofia, portanto, encontrar a definição, o conceito ou a essência dessas virtudes, para além da variedade das opiniões. As perguntas filosóficas se referem a valores como: justiça, coragem, amizade, piedade, amor, beleza, temperança, prudência etc., que constituem os ideais do sábio e do verdadeiro cidadão.
f) É feita, pela primeira vez, uma separação radical entre opinião e ideias. 
A opinião e as imagens das coisas nos são trazidas pelos nossos órgãos dos sentidos,  nossos hábitos, pelas tradições, pelos interesses.
As ideias referem-se à essência íntima, invisível, verdadeira das coisas e só podem ser alcançadas pelo pensamento puro, que afasta os dados sensoriais, os hábitos recebidos, os preconceitos, as opiniões. 
g) A reflexão e o trabalho do pensamento são tomados como uma purificação intelectual, que permite ao espírito humano conhecer a verdade invisível, imutável, universal e necessária.
h) A opinião, as percepções e as imagens sensoriais são consideradas falsas, mentirosas, mutáveis, inconsistentes, contraditórias, devendo ser abandonadas para que o pensamento siga seu caminho próprio no conhecimento verdadeiro.
Sócrates é o fundador da ciência em geral, mediante a doutrina do conceito. É fundador, em particular, da ciência moral, mediante a doutrina de que eticidade significa racionalidade, ação racional. Virtude é inteligência, razão, ciência, não sentimento, rotina, costume, tradição, lei positiva, opinião comum. Tudo isso tem que ser criticado, superado, subindo até a razão, não descendo até a animalidade - como ensinavam os sofistas.
Por derradeiro quanto a filosofia socrática e sofisticas temos algumas diferenças: 
Os sofistas aceitam a validade das opiniões e das percepções sensoriais e trabalham com elas para produzir argumentos de persuasão. 
Sócrates e Platão consideram as opiniões e as percepções sensoriais, ou imagens das coisas, como fonte de erro, mentira e falsidade, formas imperfeitas do conhecimento que nunca alcançam a verdade plena da realidade.
Agora vamos abordar a Filosofia de Platão.
 
Platão, cujo nome verdadeiro era Aristócles, nasceu em Atenas, em 428 ou 427 a.C., em uma família de aristocratas abastados.
Dotado de temperamento artístico e dialético. Aos vinte anos, Platão começou a conviver com Sócrates que era quarenta anos mais mais velho do que ele. Durante oito anos, privou de seus ensinamentos e amizade. Depois de sua morte, Platão retirou-se com outros socráticos para Euclides, em Mégara.
Em Atenas, pelo ano de 387, Platão fundou a sua célebre escola, que, dos jardins de Academo, recebeu o nome de Academia. Seguindo uma veia familiar, Platão interessou-se política e pela filosofiapolítica. Tinha aspirações políticas, sob uma perspectiva utopista. Para ele, uma cidade-modelo deveria distribuir os seus habitantes em três segmentos: os sábios deveriam pertencem à ordem dos governantes, os corajosos, que deveriam zelar pela segurança, à ordem dos guardiões, e os demais, responsáveis pela agricultura e comércio, fariam parte da ordem dos produtores.
Em Atenas, Platão dedicou-se inteiramente à especulação metafísica, ao ensino filosófico e à redação de suas obras, atividade que manteve até sua morte. Morreu em 348 ou 347 a.C., com oitenta anos de idade.
Platão foi o primeiro filósofo antigo a deixar obras completas.
Desde Sócrates, a filosofia tinha um fim prático – moral e Platão inscreveu-se na mesma linha. Esse fim prático realiza-se, no entanto, intelectualmente, através da especulação, do conhecimento da ciência. Enquanto Sócrates debruçou-se sobre o campo antropológico e moral, Platão dedicou-se à indagação no campo metafísico e cosmológico, ou seja, à própria realidade.
O caráter humano em Platão acentua-se por sua viva sensibilidade em face do universal vir-a-ser, nascer e perecer de todas as coisas; em face do mal, da desordem que se manifesta em especial no homem, onde o corpo é inimigo do espírito, o sentido se opõe ao intelecto, a paixão contrasta com a razão.
Para Platão, o espírito humano é um mero prisioneiro na caverna do corpo. Será preciso transpor este mundo e libertar-se do corpo para realizar o seu fim, isto é, chegar à contemplação do inteligível, para o qual é atraído por um amor nostálgico, pelo eros platônico.
A gnosiologia platônica tem o caráter científico e filosófico. Segundo Platão, o conhecimento humano integral fica nitidamente dividido em dois graus: o conhecimento sensível, particular, mutável e relativo, e o conhecimento intelectual, universal, imutável, absoluto, que ilumina o primeiro conhecimento, mas que dele não se pode derivar.
Para o pensador, o conhecimento sensível, embora verdadeiro, não sabe que é, donde pode passar indiferentemente o conhecimento diverso, cair no erro sem o saber; ao passo que o segundo, além de ser um conhecimento verdadeiro, sabe que é, não podendo de modo algum ser substituído por um conhecimento diverso, errôneo.
Poder-se-ia também dizer que o primeiro sabe que as coisas estão assim, sem saber porque o estão, ao passo que o segundo sabe que as coisas devem estar necessariamente assim como estão, precisamente porque é ciência, isto é, conhecimento das coisas pelas causas.
Platão não admite que da sensação - particular, mutável, relativa - se possa de algum modo tirar o conceito universal, imutável, absoluto; e desenvolvendo, exagerando, exasperando a doutrina da maiêutica socrática, diz que os conceitos são a priori, inatos no espírito humano, donde têm de ser oportunamente tirados, e sustenta que as sensações correspondentes aos conceitos não lhes constituem a origem, e sim a ocasião para fazê-los reviver, relembrar conforme a lei da associação
Platão dá ao conhecimento racional, conceptual, científico, uma base real, um objeto próprio: as ideias eternas e universais, que são os conceitos, ou alguns conceitos da mente, personalizados. Do mesmo modo, dá ao conhecimento empírico, sensível, à opinião verdadeira, uma base e um fundamento reais, um objeto próprio: as coisas particulares e mutáveis, como eram pensadas pelos sofistas.
Deste mundo material e contigente, portanto, não há ciência, devido à sua natureza inferior, mas apenas é possível, no máximo, um conhecimento sensível verdadeiro - opinião verdadeira - que é precisamente o conhecimento adequado à sua natureza inferior. Pode haver conhecimento apenas do mundo imaterial e racional das ideias pela sua natureza superior. Esse mundo ideal, racional - no dizer de Platão - transcende inteiramente o mundo empírico, material, em que vivemos.
Platão dá à alma humana um lugar e um tratamento à parte, de superioridade, em vista dos seus impelentes interesses morais e ascéticos, religiosos e místicos. Considera a alma humana como um ser eterno. Deve, portanto, a alma humana libertar-se do corpo, como de um cárcere; essa libertação, durante a vida terrena, começa e progride mediante a filosofia, que é separação espiritual da alma do corpo, e se realiza com a morte, separando-se, então, na realidade, a alma do corpo.
A faculdade principal, essencial da alma é a de conhecer o mundo ideal, transcendental: contemplação em que se realiza a natureza humana e da qual depende totalmente a ação moral. Entretanto, sendo que a alma racional é, de fato, unida a um corpo, dotado de atividade sensitiva e vegetativa, deve existir um princípio de uma e outra. 
A alma não encontra no corpo o seu complemento, o seu instrumento adequado, mas a alma está no corpo como num cárcere, o intelecto é impedido pelo sentido da visão das ideias, que devem ser trabalhosamente relembradas e apenas mediante uma disciplina ascética do corpo, que o mortifica inteiramente e mediante a morte libertadora, que desvencilha para sempre a alma do corpo, o homem realiza a sua verdadeira natureza: a contemplação intuitiva do mundo ideal.
O mundo material, o cosmos platônico, resulta da síntese de dois princípios opostos, as ideias e a matéria. O dualismo dos elementos constitutivos do mundo material resulta do ser e do não ser, da ordem e da desordem, do bem e do mal, que aparecem no mundo. Da ideia - ser, verdade, bondade, beleza - depende tudo quanto há de positivo, de racional no vir-a-ser da experiência. Da matéria - indeterminada, uniforme, mutável, irracional, passiva, espacial - depende, ao contrário, tudo que há de negativo na experiência.
Platão desenvolveu uma teoria a respeito do conhecimento e é sobre isso que falaremos agora. Platão deixou-nos uma vasta obra filosófica que trata de temas diversos dentre os quais a questão do conhecimento merece especial atenção, sobretudo em função da influência que seu pensamento exerce ainda na atualidade, a despeito da significativa contribuição que deixou como legado no tocante a questões que versam sobre democracia, o valor da arte, as virtudes, o bem e a metafísica.
Sua busca é movida pela necessidade de alcançar o conhecimento da verdadeira natureza das coisas. Platão devota-se à busca da compreensão da essência das coisas. Vale a ressalva que não se trata de compreender as coisas sensíveis, mas sim a realidade abstrata e essencial.
Para o pensador, o homem entre dois mundos, o da aparente realidade e o da realidade verdadeira. É no mundo da realidade aparente que o homem lida com as coisas sensíveis, perpassado pelas opiniões, crença que geram a imperfeição e a imprecisão. O mundo sensível é imperfeito. É somente no mundo das ideias ou formas abstratas que o homem entra em contato com a verdade, sendo a alma o veículo para acessar o conhecimento verdadeiro.
Em sua obra, a "República", Platão complementa sua teoria da alma (psyché), conferindo-lhe funções cognitivas, intelectuais e morais.
A Academia de Platão em Atenas “operou”, por assim dizer, de 387 a.C até 529 d.C.; porém, com a decadência de Atenas, a emergência de inúmeras escolas filosóficas e as conquistas de Alexandre, a cultura grega se espalha num movimento que hoje chamamos de Helenismo.
Qual é a origem dos princípios racionais (identidade, não contradição, terceiro-excluído e razão suficiente)? De onde veio a capacidade para a intuição (razão intuitiva) e para o raciocínio (razão discursiva)? Inatos ou adquiridos pela educação e pelo costume? Seriam algo próprio dos seres humanos ou adquiridos através da experiência?
Durante séculos, a Filosofia ofereceu duas respostas a essas perguntas. A primeira ficou conhecida como inatismo e a segunda, como empirismo.
O inatismo afirma que nascemos trazendo em nossa inteligência não só os princípios racionais, mas também algumas ideias verdadeiras, que, por isso, são ideias inatas.
O empirismo afirma que a razão, com seus princípios, seus procedimentos e suas ideias, é adquirida por nós através da experiência. Em grego, experiência= empeiria. Assim, conhecimento empírico, isto é, conhecimento adquirido por meio da experiência.
 Vamos falar do inatismo tomando dois filósofos como exemplo: o filósofo grego Platão (século IV a.C.) e o filósofo francês Descartes (século XVII).
Platão defende a tese do inatismo da razão ou das ideias verdadeiras em várias de suas obras, mas as passagens mais conhecidas se encontram nos diálogos "Mênon" e "A República". Em "Mênon", Sócrates, ao fazer perguntas a um jovem escravo analfabeto, observa que ele demonstra sozinho um difícil teorema de Pitágoras. Verdades matemáticas surgem em reposta às perguntas de Sócrates que vai raciocinando com ele.
Para Platão, se o escravo não houvesse nascido com a razão e com os princípios da racionalidade isso não teria acontecido? O escravo não poderia ter adquirido esse conhecimento por experiência, pois jamais ouvira falar de geometria.
Em "A República", Platão desenvolve a teoria à qual se mencionara em "Mênon": a teoria da reminiscência. Nascemos com a razão e as ideias verdadeiras e a Filosofia nada mais faz do que nos relembrar essas ideias.
Relacionada à teoria do conhecimento desenvolvida por Platão temos a teoria da reminiscência.
O pastor Er, da região da Panfília, morreu e foi levado para o Reino dos Mortos. Ali chegando, encontra as almas dos heróis gregos, de governantes, de artistas, de seus antepassados e amigos. Ali, as almas contemplam a verdade e possuem o conhecimento verdadeiro.
Er fica sabendo que todas as almas renascem em outras vidas para se purificarem de seus erros passados até que não precisem mais voltar à Terra, permanecendo na eternidade. No caminho de retorno à Terra, as almas atravessam uma grande planície por onde corre um rio, o Lethé (que, em grego, quer dizer esquecimento), e bebem de suas águas. As que bebem muito esquecem toda a verdade que contemplaram; as bebem pouco quase não se esquecem do que conheceram.
Aqueles que escolheram vidas de rei, de guerreiro ou de comerciante rico são as que mais bebem das águas do esquecimento; outros, que escolheram a sabedoria, são as que menos bebem. Assim, as primeiras dificilmente se lembrarão, na nova vida, da verdade que conheceram, enquanto as outras serão capazes de lembrar e ter sabedoria, usando a razão.
- Conhecer é recordar a verdade que já existe em nós; é despertar a razão para que ela se exerça por si mesma, segundo Platão.
Sócrates fazia perguntas às pessoas para que elas pudessem lembrar-se da verdade e do uso da razão.
Platão considerava que o fato de nascermos com a razão e com a verdade é essencial para distinguirmos se nos encontramos diante de uma ideia verdadeira ao encontrá-la.
Feitas as considerações acerca do inatismo platônico vamos, agora, abordar o inatismo cartesiano.
Descartes discute a teoria das ideias inatas em várias de suas obras, mas as exposições mais conhecidas encontram-se em duas delas: no "Discurso do método" e nas "Meditações metafísicas". Nelas, Descartes mostra que nosso espírito possui três tipos de ideias que se diferenciam segundo sua origem e qualidade:
1. Ideias adventícias: vindas de fora – têm origem em nossas sensações, percepções, lembranças; em nossa experiência sensorial ou sensível das coisas a que se referem. São nossas ideias cotidianas e costumeiras, geralmente enganosas ou falsas, isso não corresponde à realidade das próprias coisas.
Ex.: O galho da árvore, à luz da luz, refletido na parede do quarto, a um primeiro olhar, dá origem a imagem de um branco muito comprido que entra pala janela para furtar a caixa de joias sobre uma mesa.
2. Ideias fictícias: são aquelas que criamos em nossa fantasia e imaginação, compondo seres inexistentes com pedaços ou partes de ideias adventícias que estão em nossa memória.
Ex.: cavalo alado, fadas, elfos, duendes, dragões, Super-Homem etc. São as fabulações das artes, da literatura, dos contos infantis, dos mitos, das superstições.
Nunca são verdadeiras, não correspondem a nada que exista realmente e sabemos que foram inventadas por nós, mesmo quando as recebemos já prontas de outros que as inventaram.
3. Ideias inatas: são aquelas que não poderiam vir de nossa experiência sensorial porque não há objetos sensoriais ou sensíveis para elas, nem poderiam vir de nossa fantasia, pois não tivemos experiência sensorial para compô-las a partir de nossa memória. São inteiramente racionais e só podem existir porque já nascemos com elas. Ex.: a ideia de infinito (pois não temos qualquer experiência do infinito)
Sobre as ideias inatas, Descartes afirma que:
são “a assinatura do Criador” no espírito das criaturas racionais e a razão é a luz natural inata que nos permite conhecer a verdade.
são colocadas em nosso espírito por Deus, serão sempre verdadeiras, isto é, sempre corresponderão integralmente às coisas a que se referem, e, graças a elas, podemos julgar quando uma ideia adventícia é verdadeira ou falsa e saber que as ideias fictícias são sempre falsas (ou seja, não correspondem a nada fora de nós), segundo Descartes.
são as mais simples que possuímos (simples não quer dizer “fáceis”, e sim não compostas de outras ideias).
a mais famosa das ideias inatas cartesianas é o “Penso, logo existo”. Por serem simples, as ideias inatas são conhecidas por intuição e são elas o ponto de partida da dedução racional e da indução, que conhecem as ideias complexas ou compostas.
Veja-se, portanto, que a tese central dos inatistas afirma que se não possuirmos em nosso espírito a razão e a verdade, nunca teremos como saber se um conhecimento é verdadeiro ou falso, isto é, nunca saberemos se uma ideia corresponde ou não à realidade a que ela se refere. Não teremos um critério seguro para avaliar nossos conhecimentos.
Contrariamente aos defensores do inatismo, os defensores do empirismo afirmam que a razão, a verdade e as ideias racionais são adquiridas por nós através da experiência. Antes da experiência, dizem eles, nossa razão é como uma “folha em branco”, onde nada foi escrito; uma “tábula rasa”, onde nada foi gravado. Somos como uma cera sem forma e sem nada impresso nela, até que a experiência venha escrever na folha, gravar na tábula, dar forma à cera.
Nossos conhecimentos começam com a experiência dos sentidos, isto é, com as sensações. Os objetos exteriores excitam nossos órgãos dos sentidos e vemos cores, sentimos sabores e odores, ouvimos sons, sentimos a diferença entre o áspero e o liso, o quente e o frio etc.
As percepções, por sua vez, se combinam ou se associam. A associação pode se dar por três motivos: por semelhança, por proximidade ou contiguidade espacial e por sucessão temporal. A causa da associação das percepções é a repetição, ou seja, de tanto algumas sensações se repetirem por semelhança, ou de tanto se repetirem no mesmo espaço ou próximas umas das outras, ou, enfim, de tanto se repetirem sucessivamente no tempo, criamos o hábito de associá-las. Essas associações são as ideias.
As ideias, trazidas pela experiência, isto é, pela sensação, pela percepção e pelo hábito, são levadas à memória e, de lá, a razão as apanha para formar os pensamentos.
A experiência escreve e grava em nosso espírito as ideias e a razão irá associá-las, combiná-las ou separá-las, formando todos os nossos pensamentos. Por isso, David Hume dirá que a razão é o hábito de associar ideias, seja por semelhança, seja por diferença.
No entanto, o inatismo apresenta alguns problemas.
Platão afirmava que a ideia de justiça era inata, vinha da contemplação intelectual do justo em si ou do conhecimento racional das coisas justas em si. Sendo inata, era universal e necessária.
Dizia que os seres humanos variam muito nas suas opiniões sobre o justo e a justiça, pois essas opiniões se formam por experiência e esta varia de pessoa para pessoa, de época para época, de lugar para lugar. Por isso mesmo, são simples opiniões.
Uma ideia verdadeira, ao contrário, por ser verdadeira, é inata, universal e necessária, não sofrendo as variações das opiniões, que, além de serem variáveis, são, no mais das vezes,falsas, pois nossa experiência tende a ser enganosa ou enganada.
 Platão, assim como os demais filósofos gregos da antiguidade debruçou-se sobre vários assuntos, dentre eles encontramos a ideia platônica sobre a justiça, moral e politica.
Moralmente, uma pessoa é justa (pratica a ideia universal da justiça) quando faz com que o intelecto ou a razão domine e controle inteira e completamente seus impulsos passionais, seus sentimentos e suas emoções irracionais. Isso se justifica porque o intelecto ou a razão é a parte melhor e superior de nossa alma ou espírito e deve dominar a parte inferior e pior, ligada aos desejos irracionais do nosso corpo.
Politicamente, uma sociedade é justa (isto é, pratica a ideia inata e universal de justiça) quando nela as classes sociais se relacionam como na moral. Em outras palavras, quando as classes inferiores forem dominadas e controladas pelas classes superiores. Em outras palavras, a organização social deve ser estabelecida de tal modo a propiciar a prática da justiça. O exemplo mais singular dessa questão é o livro "A República".
A sociedade justa cria uma hierarquia ou uma escala de classes sociais e de poderes, nas quais a classe econômica, mais inferior, deve ser dominada e controlada pela classe militar, para que as riquezas não provoquem desigualdades, egoísmos, guerras, violências; a classe militar, por sua vez, deve ser dominada e controlada pela classe política para impedir que os militares queiram usar a força e a violência contra a sociedade e fazer guerras absurdas. Enfim, a classe política deve ser dominada e controlada pelos sábios (a razão), que não deixarão que os políticos abusem do poder e prejudiquem toda a sociedade.
Justiça, portanto, é o domínio da inteligência sobre os instintos, os interesses e as paixões, tanto no indivíduo quanto na sociedade.
Freud, o pai da psicanálise, mostrou que não temos esse poder, que nossa consciência, nossa vontade e nossa razão podem menos que o nosso inconsciente, isto é, do que o desejo. Como uma ideia inata, afinal, perdeu a verdade?
O que acontece com a justiça política platônica quando alguns filósofos que estudaram a formação das sociedades e da política mostraram a igualdade de todos os cidadãos e afirmaram que nenhuma classe tem o direito de dominar e controlar outras, e que tal domínio e controle é, exatamente, a injustiça? Como uma ideia inata, afinal, perdeu a verdade?
Como uma ideia inata que deveria ter validade universal, ou seja, ser a mesma em todo lugar e em todos os tempos, pode mudar? Se era necessária, indispensável e única, como pôde haver outra capaz de questioná-la?
O avanço no processo do questionamento comprometeu a tese de Platão que definiu a ideia de justiça como inata. O inatismo platônico não se sustentou frente a novos questionamentos.
Tomemos, agora, um outro exemplo, vindo da filosofia de Descartes.
Descartes considera que a realidade natural é regida por leis universais e necessárias do movimento, isto é, que a natureza é uma realidade mecânica. Considera também que as leis mecânicas ou leis do movimento elaboradas por sua filosofia ou por sua física são ideias racionais deduzidas de ideias inatas simples e verdadeiras.
Quando comparamos a física de Descartes com a de Galileu, elaborada na mesma época, verificamos que a física galileana é oposta à cartesiana e é a que será provada e demonstrada verdadeira, a de Descartes sendo falsa. Como poderia isso acontecer, se as ideias da física cartesiana eram inatas?
Resumidamente os dois grandes problemas do inatismo são:
A própria razão pode mudar o conteúdo de ideias que eram consideradas universais e verdadeiras (é o caso da ideia platônica de justiça);
A própria razão pode provar que ideias racionais também podem ser falsas (é o caso da física cartesiana).
Se as ideias são racionais e verdadeiras, é porque correspondem à realidade. A realidade permanece a mesma e, no entanto, as ideias que a explicavam perderam a validade.
O inatismo se depara com o problema da mudança das ideias, feita pela própria razão e com o problema da falsidade das ideias, demonstrada pela própria razão.
No entanto, o empirismo também encontra problemas em suas concepções teóricas.
Se as ciências são apenas hábitos psicológicos de associar percepções e ideias por semelhança e diferença, bem como por contiguidade espacial ou sucessão temporal.
Assim, as ciências não possuem verdade alguma, não explicam realidade alguma, não alcançam os objetos e não possuem nenhuma objetividade.
O ideal racional da objetividade afirma que uma verdade é uma verdade porque corresponde à realidade das coisas e, portanto, não depende de nossos gostos, opiniões, preferências, preconceitos, fantasias, costumes e hábitos. Logo, não é subjetiva, não depende de nossa vida pessoal e psicológica. Essa objetividade, porém, para o empirista, a ciência não pode oferecer nem garantir.
A ciência, mero hábito psicológico ou subjetivo, torna-se afinal uma ilusão. A realidade tal como é em si mesma (isto é, a realidade objetiva) jamais poderá ser conhecida por nossa razão.
O problema que questiona o empirismo é o da impossibilidade do conhecimento objetivo da realidade.
Resumidamente temos o seguinte:
Do lado do INATISMO, o problema pode ser formulado da seguinte maneira:
Como são inatos, as ideias e os princípios da razão são verdades intemporais que nenhuma experiência nova poderá modificar.
Por definição, uma ideia inata é sempre verdadeira e não pode ser substituída por outra. 
A história (social, política, científica e filosófica) mostra que ideias tidas como verdadeiras e universais não possuíam essa validade e foram substituídas por outras.
Se for substituída, então, não era uma ideia verdadeira e, não sendo uma ideia verdadeira, não era inata.
Do lado do EMPIRISMO, o problema pode ser formulado da seguinte maneira:
A racionalidade ocidental só foi possível porque a Filosofia e as ciências demonstraram que a razão é capaz de alcançar a universalidade e a necessidade que governam a própria realidade, isto é, as leis racionais que governam a natureza, a sociedade, a moral, a política.
A marca própria da experiência é a de ser sempre individual, particular e subjetiva.
Se o conhecimento racional for apenas a generalização e a repetição para todos os seres humanos de seus estados psicológicos, derivados de suas experiências.
O que chamamos de Filosofia, de ciência, de ética etc. são nomes gerais para hábitos psíquicos e não um conhecimento racional verdadeiro de toda a realidade, tanto a realidade natural quanto a humana.
Problemas dessa natureza, frequentes na história da Filosofia, suscitam, periodicamente, o aparecimento de uma corrente filosófica conhecida como CETICISMO, para o qual a razão humana é incapaz de conhecer a realidade e por isso deve renunciar à verdade. O cético sempre manifesta explicitamente dúvidas toda vez que a razão tenha pretensão ao conhecimento verdadeiro do real.
Um conceito capital na ciência e no método científico é que toda evidência deve ser empírica, isto é, depende da comprovação feita pelos sentidos. Geralmente, são empregados termos que o diferenciam do empirismo filósofico, como o adjetivo empírico, que aparece em termos como método empírico ou pesquisa empírica, usado nas ciências sociais e humanas para denominar métodos de pesquisa que são realizados através da observação e da experiência (por exemplo, o funcionalismo).
A doutrina do empirismo foi definida explicitamente pela primeira vez pelo filósofo inglês John Locke no século XVII. Locke argumentou que a mente seria, originalmente, um "quadro em branco" (tábula rasa), sobre o qual é gravado o conhecimento, cuja base é a sensação; ou seja, todas as pessoas, ao nascerem, o fazem sem saber de absolutamente nada, sem impressão nenhuma, sem conhecimento algum. Todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido pela experiência, pela tentativa e erro.
Historicamente, o empirismo se opõe a escola conhecida como racionalismo, segundo a qual o homem nasceriacom certas ideias inatas, as quais iriam "aflorando" à consciência e constituiriam as verdades acerca do universo. A partir dessas ideias, o homem poderia entender os fenômenos particulares apresentados pelos sentidos. O conhecimento da verdade, portanto, independeria dos sentidos físicos. 
Agora vamos tratar da filosofia aristotélica[3] 
Aristóteles, filho de Nicômaco, médico e amigo do rei de Amintas II da Macedônia, nasceu em Estagira, colônia grega da Trácia, no litoral setentrional do mar Egeu, em 384 a.C. Aos dezoito anos, em 367, foi para Atenas e ingressou na academia platônica, onde ficou por vinte anos, até a morte do mestre. Nesse período, estudou também os filósofos pré-platônicos, que lhe foram úteis na construção do seu grande sistema.
Ao ingressar na Academia Platônica – que viria a frequentar durante vinte anos aproximadamente – Aristóteles já trazia, como herança de seus antepassados, acentuado interesse
Aristóteles fundou sua escola – Liceu. Ficou malvisto pelos atenienses e chegou a ser acusado de ateísmo. Para evitar a condenação, retirou-se voluntariamente para Eubéia. Aristóteles faleceu, após enfermidade, no ano seguinte, no verão de 322, com pouco mais de 60 anos de idade.
Aristóteles foi um homem de cultura, dedicado aos estudos e a pesquisas, que acabaram isolando-se da vida prática, social e política. A atividade literária de Aristóteles foi vasta e intensa. 
Aristóteles diverge profundamente de Platão quanto à sua teoria do conhecimento.  "Nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos”. 
Conhecer é perceber o que acontece sempre ou frequentemente. A razão abstrai, ou seja, classifica, separa e organiza os objetos segundo critérios.
Passados quase quatro séculos de Filosofia, Aristóteles apresenta uma verdadeira enciclopédia de todo o saber que foi produzido e acumulado pelos gregos em todos os ramos do pensamento e da prática considerando essa totalidade de saberes como sendo a Filosofia.
Escreveu com admirável propriedade todos os conhecimentos anteriores e acrescentou-lhes o trabalho próprio, fruto de muita observação e de profundas meditações. Escreveu sobre todas as ciências, constituindo algumas desde os primeiros fundamentos, organizando outras em corpo coerente de doutrinas e sobre todas espalhando as luzes de sua admirável inteligência. 
a. Escritos lógicos
b. Escritos sobre a física
c. Escritos metafísicos: compilação feita, após sua morte, à luz de seus apontamentos e manuscritos, referentes à metafísica geral e à teologia
d.  Escritos morais e políticos
e. Escritos retóricos e poéticos 
As obras de Aristóteles revelam um grande rigor científico por meio de exposição e expressão breve, clara, pontual e aguda.
Filosofia não é um saber específico sobre algum assunto, mas uma forma de conhecer todas as coisas, possuindo procedimentos diferentes para cada campo das coisas que conhece.
Cada saber, no campo que lhe é próprio, possui seu objeto específico, procedimentos específicos para sua aquisição e exposição, formas próprias de demonstração e prova. Cada campo do conhecimento é uma ciência (ciência, em grego, é episteme).
Aristóteles afirma que, antes de um conhecimento constituir seu objeto e seu campo próprios, seus procedimentos próprios de aquisição e exposição, de demonstração e de prova, deve, primeiro, conhecer as leis gerais que governam o pensamento, independentemente do conteúdo que possa vir a ter.
O estudo das formas gerais do pensamento, sem preocupação com seu conteúdo, chama-se LÓGICA. Aristóteles foi o criador da lógica como instrumento do conhecimento em qualquer campo do saber.
A lógica não é uma ciência, mas o instrumento para a ciência. É indispensável para a Filosofia.
Os campos do conhecimento filosófico segundo Aristóteles:
- Ciências produtivas: estudam as práticas produtivas ou as técnicas, isto é, as ações humanas cuja finalidade está para além da própria ação - todas as atividades humanas, técnicas e artísticas que resultam num produto ou numa obra. São elas:
Arquitetura (cujo fim é a edificação de alguma coisa), economia (cujo fim é a produção agrícola, o artesanato e o comércio, isto é, produtos para a sobrevivência e para o acúmulo de riquezas), medicina (cujo fim é produzir a saúde ou a cura), pintura, escultura, poesia, teatro, oratória, arte da guerra, da caça, da navegação etc.
- Ciências práticas: estudam as práticas humanas como ações que têm nelas mesmas seu próprio fim. São elas:
Ética, em que a ação é realizada pela vontade guiada pela razão para alcançar o bem do indivíduo, sendo este bem as virtudes morais (coragem, generosidade, fidelidade, lealdade, clemência, prudência, amizade, justiça, modéstia, honradez, temperança, etc.) e política, em que a ação é realizada pela vontade guiada pela razão para ter como fim o bem da comunidade ou o bem comum.
Para Aristóteles, como para todo grego da época clássica, a política é superior à ética.
A verdadeira liberdade, sem a qual não pode haver vida virtuosa, só é conseguida na polis, por isso, a finalidade da política é a vida justa, a vida boa e bela, a vida livre.
- Ciências teoréticas, contemplativas ou teóricas: estudam coisas que existem independentemente dos homens e de suas ações que só podem ser contempladas. Theoria, em grego, significa contemplação da verdade. Temos coisas da natureza e as coisas divinas.
Aristóteles classifica também por graus de superioridade as ciências teóricas, indo da mais inferior à superior: 
1. Ciência das coisas naturais submetidas à mudança ou ao devir: física, biologia, meteorologia, psicologia (pois a alma, que em grego se diz psychê, é um ser natural, existindo de formas variadas em todos os seres vivos, plantas, animais e homens);
2. Ciência das coisas naturais que não estão submetidas à mudança ou ao devir: as matemáticas e a astronomia (os gregos julgavam que os astros eram eternos e imutáveis);
3. Ciência da realidade pura, que não é nem natural mutável, nem natural imutável, nem resultado da ação humana, nem resultado da fabricação humana. Trata-se daquilo que deve haver em toda e qualquer realidade, seja ela natural, matemática, ética, política ou técnica, para ser realidade. É o que Aristóteles chama de ser ousubstância de tudo o que existe. A ciência teórica que estuda o puro ser chama-se metafísica;
4. Ciência teórica das coisas divinas que são a causa e a finalidade de tudo o que existe na natureza e no homem. Vimos que as coisas divinas são chamadas de theione, por isso, esta última ciência chama-se teologia.
A Filosofia, para Aristóteles, encontra seu ponto mais alto na metafísica e na teologia, de onde derivam todos os outros conhecimentos.
A partir da classificação aristotélica, definiu-se, no correr dos séculos, o grande campo da investigação filosófica, campo que só seria desfeito no século XIX da nossa era, quando as ciências particulares foram se separando do tronco geral da Filosofia. Assim, podemos dizer que os campos da investigação filosófica são três:
1. O do conhecimento da realidade última de todos os seres, ou da essência de toda a realidade. Como, em grego, ser se diz “on” e os seres se diz “ta onta”, este campo é chamado de ontologia (que, na linguagem de Aristóteles, formava-se com a metafísica e a teologia).
2. O do conhecimento das ações humanas ou dos valores e das finalidades da ação humana: das ações que têm em si mesmas sua finalidade, a ética e a política, ou a vida moral (valores morais), e a vida política (valores políticos); e das ações que têm sua finalidade num produto ou numa obra: as técnicas e as artes e seus valores (utilidade, beleza etc.).
3. O do conhecimento da capacidade humana de conhecer, isto é, o conhecimento do próprio pensamento em exercício.
Distinguem-se, portanto, a lógica, que oferece as leis gerais do pensamento; a teoria do conhecimento, que oferece os procedimentos pelos quais conhecemos; as ciências propriamente ditas e o conhecimento do conhecimento científico, isto é, a epistemologia.
Ser ou realidade, prática ou ação segundovalores, conhecimento do pensamento em suas leis gerais e em suas leis específicas em cada ciência: eis os campos da atividade ou investigação filosófica.
Segundo Aristóteles, a Filosofia é essencialmente teorética: deve decifrar o enigma do universo, em face do qual a atitude inicial do espírito é o assombro do mistério. O seu problema fundamental é o problema do ser, não o problema da vida. O objeto próprio da filosofia, em que está a solução do seu problema, são as essências imutáveis e a razão última das coisas, isto é, o universal e o necessário, as formas e suas relações.
A filosofia aristotélica é, portanto, conceitual como a de Platão, mas parte da experiência; é dedutiva, mas o ponto de partida da dedução é tirado - mediante o intelecto da experiência.
Partindo como Platão do mesmo problema acerca do valor objetivo dos conceitos, mas abandonando a solução do mestre, Aristóteles construiu um sistema inteiramente original. Os caracteres dessa grande síntese são: 
1. Observação fiel da natureza: Platão, idealista, rejeitara a experiência como fonte de conhecimento certo. Aristóteles, mais positivo, toma sempre o fato como ponto de partida de suas teorias, buscando na realidade um apoio sólido às suas mais elevadas especulações metafísicas.
2. Rigor no método: depois de estudadas as leis do pensamento, o processo dedutivo e indutivo aplica, com rara habilidade, em todas as suas obras, substituindo a linguagem imaginosa e figurada de Platão, em estilo lapidar e conciso, criando uma terminologia filosófica de precisão admirável. Pode considerar-se como o autor da metodologia e tecnologia científicas. Geralmente, no estudo de uma questão, Aristóteles procede por partes:
a. começa a definir-lhe o objeto;
b. passa a enumerar-lhes as soluções históricas;
c. propõe depois as dúvidas;
d. indica, em seguida, a própria solução;
e. refuta, por último, as sentenças contrárias. 
3. Unidade do conjunto: sua vasta obra filosófica constitui um verdadeiro sistema, uma verdadeira síntese. Todas as partes se compõem, se correspondem, se confirmam.
Por derradeiro a respeito da Filosofia Grega é necessário tecermos alguns comentários a respeito do período helenístico.
Trata-se do último período da Filosofia antiga, quando a polis grega desapareceu como centro político, deixando de ser referência principal dos filósofos, uma vez que a Grécia encontra-se sob o poderio do Império Romano.
Os filósofos dizem, agora, que o mundo é sua cidade e que são cidadãos do mundo. Em grego, mundo se diz cosmos e esse período é chamado o da Filosofia cosmopolita.
Essa época da Filosofia é constituída por grandes sistemas ou doutrinas, isto é, explicações totalizantes sobre a natureza, o homem, as relações entre ambos e deles com a divindade (esta, em geral, pensada como providência divina que instaura e conserva a ordem universal). Predominam preocupações com a física, a ética - pois os filósofos já não podem se ocupar diretamente com a política, uma vez que esta é privilégio dos imperadores romanos - e a teologia.
Datam desse período quatro grandes sistemas cuja influência será sentida pelo pensamento cristão, que começa a formar-se nessa época: estoicismo, epicurismo, ceticismo e neoplatonismo.
A amplidão do Império Romano, a presença crescente de religiões orientais no Império, os contatos comerciais e culturais entre ocidente e oriente fizeram aumentar os contatos dos filósofos helenistas com a sabedoria oriental. Podemos falar numa orientalização da Filosofia, sobretudo nos aspectos místicos e religiosos.
Feitas as considerações sobre a Filosofia desenvolvida na Grécia e já apontado o período helenístico vamos agora tratar da Filosofia Romana.
A respeito da Filosofia desenvolvida em Roma daremos ênfase às concepções de Cícero e dos Estoicos.
Túlio Cícero[4] - considerado o primeiro romano que chegou aos principais postos do governo com base na sua eloquência e ao mérito com que exerceu as suas funções de magistrado civil. Nasceu em Arpino em 106 a.C. em uma antiga família da classe do campo equestre. Após ter aprendido na escola pública e ter chegado à maioridade, passando a vestir a toga virilis, foi entregue aos cuidados do célebre senador e jurista romano Múcio Cévola que o pôs a par das leis e das instituições políticas de Roma.
Querendo manter-se neutro na feroz luta política da época tentou agradar aos dois campos, sem conseguir agradar a nenhum deles. Manteve-se sempre mais perto de Pompeu e do partido senatorial do que de César e do partido popular. De fato acabou por se decidir, mas muito timidamente, pelo campo senatorial. Após a batalha de Farsalia (48 a.C.) e a consequente fuga de Pompeu, bem como de sua morte no Egito, Cícero recusou-se a comandar tropas e regressou a Roma, governada por Antônio, representante pessoal de César. Cícero passou então a dedicar-se integralmente à filosofia e à literatura, sendo desta época o tratado De Republica.
Desde jovem cultivou interesse pela Filosofia. Estudou em Atenas onde travou grande conhecimento com os ensinamentos de seus antecessores. Abraçou a vida pública e demonstrou grande competência, sobretudo na oratória forense e política.
Cícero ocupou a posição de senador e chegou a ser figura proeminente da política romana, porém a perseguição política que sofreu com a política despótica de Júlio César o afastou do centro político romano, o que o levou a buscar a filosofia, sobretudo no exílio. 
Esse período de meditação e reclusão lhe permitiu deixar como legado um conjunto de obras sobre assuntos diversos, confirmando o ecletismo do pensador. São elas, Sobre os Fins, Controvérsias Tusculanas e Sobre os Deveres – versam sobre problemas éticos; Os Tópicos e Os Académicos - abordam questões lógicas; A Natureza dos Deuses, Sobre a Arte Adivinhatória e Sobre o Destino – tratam de temas da física.
Do ponto de vista da filosofia, essas são as principais obras escritas por Cícero no retiro forçado por César e vinham juntar-se a Sobre o Orador, escrito em 55 a.C., A República, redigida em 51 a.C., e Sobre as Leis, provavelmente da mesma época.
Esse conjunto de obras desempenharia papel de primeiro plano na história do pensamento porque fazia do latim um idioma filosófico. Contudo, não deixaram como legado um pensamento original, mas sim uma discussão sobre diferentes teorias filosóficas gregas, confirmando o seu ecletismo. 
No que concerne à teoria do conhecimento, Cícero não aceitou o cepticismo radical de Pirro de Elis (360 - 270 a.C.), tampouco filiou-se ao dogmatismo extremado. Defendeu como critério de verdade o probabilismo do consenso universal, isto é, aquela posição que acha possível ao homem chegar a algum conhecimento das coisas, sem, no entanto, atingir a verdade absoluta. 
Para Cícero, a verdade estaria naquilo que pode ser aceito por todos. As razões dessa posição são colocadas menos num plano puramente lógico do que no terreno das necessidades práticas do homem. Para Cícero, o problema do conhecimento não pode ser solucionado exclusivamente em sua estrutura interna. 
O homem necessita, todavia, admitir como verdadeiras algumas noções sem as quais não é possível manter a coesão da sociedade.
Em moral, Cícero adere às doutrinas estoicas sem, entretanto, aceitar todo o rigor da concepção segundo a qual o exercício da virtude basta-se a si mesmo e consiste na conformidade da conduta humana às leis racionais da natureza.
Aceita essas ideias, mas exige que tais normas sejam validadas pelo consenso universal. Esse consenso universal articula-se em torno de algumas ideias que dão fundamento à vida moral e social, principalmente a da existência de Deus e sua providência. Tais noções seriam comprovadas pela consciência natural dos homens e pela constatação de que na natureza os fenômenos organizam-se em torno de fins, os quais supõem a existência de um fim último de todas as coisas. Outra ideia com a mesma função de fundamentar a vida social e moral é a da essência espiritual e divina da alma e sua imortalidade. Essa ideia encontrar-se-ia confirmadana preocupação do homem com sua vida futura.
O assassinato de César em 44 a.C. permitiu que Cícero tentasse recuperar a influência política e a direção do partido senatorial. Contudo, o fato de Antonio ter ocupado o lugar de Júlio César levou Cícero a escrever as Filípicas - orações contra o sucessor de César. Octávio, filho adotivo de César, eleito cônsul, chegou a acordo com Antonio e Lépido, antigo general de Júlio César, formando-se o segundo triunvirato. Cícero retirou-se com alguns familiares para Túsculo, ao sul de Roma, onde ficou sabendo que Octávio o tinha abandonado e que Antonio não hesitara em colocar seu nome na lista dos proscritos, uma declaração de morte. Viajou para Fórmio, na costa adriática, com intenção de embarcar para a Grécia, mas acabou por ficar afirmando Moriar in patria soepe servata (Morra eu na pátria que tantas vezes salvei), o que aconteceu às mãos de soldados comandados por um seu antigo cliente. Cortaram-lhe a cabeça e as mãos por ordem de Antonio.
Apesar desse valor histórico, as obras de Cícero não contêm um pensamento original, limitando-se a amalgamar diferentes teorias filosóficas gregas. Cícero foi um típico eclético, discutindo os argumentos das diferentes doutrinas gregas correntes na época, sem vincular-se inteiramente a nenhuma. Ele conheceu essas correntes quando, na juventude, estudou em Atenas, antes de tornar-se conhecido advogado e homem público.
Cícero, em teoria do conhecimento, opôs-se tanto ao ceticismo radical de Pirro de Elis (360 - 270 a.C.) quanto ao dogmatismo extremado. Defendeu como critério de verdade o probabilismo do consenso universal, isto é, aquela posição que acha possível ao homem chegar a algum conhecimento das coisas, sem, no entanto, atingir a verdade absoluta. A verdade estaria naquilo que pode ser aceito por todos. As razões dessa posição são colocadas menos num plano puramente lógico do que no terreno das necessidades práticas do homem. Para Cícero, o problema do conhecimento não pode ser solucionado exclusivamente em sua estrutura interna. O homem necessita, todavia, admitir como verdadeiras algumas noções sem as quais não é possível manter a coesão da sociedade.
Em moral, Cícero adere às doutrinas estoicas sem, entretanto, aceitar todo o rigor da concepção segundo a qual o exercício da virtude basta-se a si mesmo e consiste na conformidade da conduta humana às leis racionais da natureza.
Aceita essas ideias, mas exige que tais normas sejam validadas pelo consenso universal. Esse consenso universal articula-se em torno de algumas ideias que dão fundamento à vida moral e social, principalmente a da existência de Deus e sua providência. Tais noções seriam comprovadas pela consciência natural dos homens e pela constatação de que na natureza os fenômenos organizam-se em torno de fins, os quais supõem a existência de um fim último de todas as coisas. Outra ideia com a mesma função de fundamentar a vida social e moral é a da essência espiritual e divina da alma e sua imortalidade. Essa ideia encontrar-se-ia confirmada na preocupação do homem com sua vida futura.
Agora, vamos tratar da Filosofia desenvolvida pelos Estoicos.
Depois de Cícero ter iniciado a história da filosofia em língua latina, formulando sua síntese eclética, o movimento de ideias mais importante dentro do pensamento romano foi o desenvolvimento das doutrinas estoicas, também originárias da Grécia, como o epicurismo e o ecletismo.
A escola estoica foi fundada por Zenão de Cicio (336 - 264 a.C.) e continuada por Cleanto de Assos (331 - 232 a.C.) e Crisipo de Solis (280 - 210 a.C). Posteriormente, a escola transformou-se, tendendo para uma posição eclética, com Panécio de Rodes (185 - 112 a.C.) e Possidónio de Apameia (135 - 51 a.C.).
O estoicismo grego propõe uma imagem do universo segundo a qual tudo o que é corpóreo é semelhante a um ser vivo, no qual existiria um sopro vital (pneuma), cuja tensão explicaria a junção e a interdependência das partes. No seu conjunto, o universo seria igualmente um corpo vivo provido de um sopro ígneo (sua alma), que reteria as partes e garantiria a coesão do todo. Essa alma é identificada por Zenão à razão e assim o mundo seria inteiramente racional. A Razão Universal (Logos), que tudo penetra e comanda, tende a eliminar todo tipo de irracionalidade, tanto na natureza, quanto na conduta humana, não havendo lugar no universo para o acaso ou a desordem.
A racionalidade do processo cósmico manifesta-se na ideia de ciclo, que os estoicos adotam e defendem com rigor. Herdeiros do pensamento de Heráclito de Éfeso (séc. VI a.C.), os estoicos concebem a história do mundo como feita por sucessão periódica de fases, culminando na absorção de todas as coisas pelo Logos, que é Fogo e Zeus. Completado um ciclo, começa tudo de novo: após a conflagração universal, o eterno retorno.
Tudo o que existe é corpóreo e a própria razão identifica-se com algo material, o fogo. O incorpóreo reduz-se a meios inactivos e impassíveis, como o espaço e o vazio; ou então àquilo que se pode pensar sobre as coisas, mas não às próprias coisas. 
Nesse universo corpóreo e dirigido pelo fatalismo dos ciclos sempre idênticos, tudo existe e acontece segundo predeterminação rigorosa como racional. Governada pelo Logos, a natureza é justa e divina e os estoicos identificam a virtude moral com o acordo profundo do homem consigo mesmo e, através disso, com a própria natureza, que é intrinsecamente a razão. Esse acordo consigo mesmo é o que Zenão chama "prudência" e dela decorrem todas as demais virtudes, como simples aspectos ou modalidades.
As paixões são consideradas pelos estoicos como desobediências à razão e podem ser explicadas como resultantes de causas externas às raízes do próprio indivíduo; seriam, como já haviam mostrado os cínicos, devidas a hábitos de pensar adquiridos pela influência do meio e da educação. É necessário ao homem desfazer-se de tudo isso e seguir a natureza, ou seja, seguir a Deus e à razão universal, aceitando o destino e conservando a serenidade em qualquer circunstância, mesmo na dor e na adversidade.
Os estoicos gregos não se limitaram a formular uma física e uma ética. Elaboraram também uma teoria do conhecimento de acentuada originalidade. As três formariam um conjunto sistemático que expressaria, no plano do conhecimento, a mesma racionalidade encontrada na natureza.
A teoria do conhecimento consiste, para os estoicos, em vincular estreitamente a certeza e a ciência ao plano do conhecimento sensível. A base de qualquer conhecimento seria as impressões recebidas pelos sentidos, mas já o nível do sensível estaria penetrado pela razão, sendo, portanto, predisposto à sistematização pela inteligência.
Ao lado das coisas sensíveis, os estoicos distinguem os "exprimíveis", isto é, aquilo que se pode pensar e dizer sobre as coisas. Os "exprimíveis" seriam objeto da dialética, disciplina que se ocuparia dos enunciados verdadeiros ou falsos a respeito das coisas e não sobre as próprias coisas.
Os mais simples enunciados, segundo os estoicos, são compostos por um sujeito (expresso por um substantivo ou um pronome) e um atributo (expresso por um verbo). Esses enunciados distinguem-se, assim, das proposições da lógica aristotélica, que estabelecem relações entre conceitos (por exemplo: "o homem é um animal racional"). Na lógica estoica, o sujeito é sempre singular (alguém, Pedro etc.) e o atributo indica sempre algo que ocorre com o sujeito. As ligações entre os enunciados, portanto, nunca assumem o caráter de juízo categórico, permanecendo como relacionamento entre eventos, cada qual expresso por uma proposição simples (por exemplo: "Está claro, é dia").
Os estoicos distinguem cinco tipos de juízos compostos que reúnem os enunciados simples. O juízo hipotético exprime relação entre antecedente e consequente ("Se há fumaça, há fogo"). O juízo conjuntivo simplesmente justapõe fatos ("É dia, está claro"). O juízo disjuntivo separa os enunciados, de modo que só um deles pode ser verdadeiro ("Ou é dia, ou é noite"). O juízo causal exprimerelação de causa e efeito ("Está claro porque é dia"). Finalmente, o quinto tipo de juízo expressa a ideia de mais e menos ("Fica menos claro quando é mais noite"). 
Não foi a lógica dos estoicos gregos, nem mesmo sua teoria do mundo físico que sobretudo atraiu o interesse dos estoicos romanos, foi sua moral da resignação, sobretudo nos aspectos religiosos que ela permitia desenvolver.
O primeiro representante do estoicismo romano, sem contar as ideias estoicas que se encontram no ecletismo de Cícero, foi Lucius Annaeus Séneca, nascido em Córdoba (Espanha), aproximadamente quatro anos antes da era cristã. Era filho de Annaeus Séneca (55 a.C.-39 a.D.) - conhecido como Séneca, o Velho -, que teve renome como retórico e do qual restou uma obra escrita (Declamações). O futuro filósofo Séneca foi educado em Roma, onde estudou a retórica ligada à filosofia. Em pouco tempo, tornou-se famoso como advogado e ascendeu politicamente, passando a ser membro do senado romano e depois nomeado questor.
O triunfo político, no entanto, não se fazia sem conflitos e o renome de Séneca suscitou a inveja do imperador Calígula, que pretendeu desfazer-se dele pelo assassinato. Séneca, contudo, foi salvo por sua saúde frágil; julgava-se que ele morreria muito cedo, de morte natural. O próprio Calígula é que faleceria logo depois e Séneca pôde continuar vivendo em relativa tranquilidade. Não duraria esse período muito tempo. Em 41 d.C, foi desterrado para a Córsega, sob acusação de adultério, supostamente praticado com Júlia Livila, sobrinha do novo imperador Cláudio César Germânico. Na Córsega, Séneca passaria quase dez anos em grande privação material.
Em 49 d.C., Messalina, primeira esposa do imperador Cláudio e responsável pelo exílio de Séneca, caiu em desgraça e foi condenada à morte. O imperador Cláudio casou-se com Agripina e esta mandou chamar Séneca para educar seu filho Nero. Em 54 d.C., quando Nero se torna imperador, Séneca passa a ser seu principal conselheiro. Esse período estende-se até 62 d.C., ano em que sua estrela começa a perder o brilho junto ao despótico soberano. Séneca deixa a vida pública e sofre a perseguição de Nero, que acaba por condená-lo ao suicídio, em 65 d.C.
As Cartas Morais de Séneca, escritas entre os anos 63 e 65 e dirigidas a Lucílio, misturam elementos epicuristas com ideias estoicas e contêm observações pessoais, reflexões sobre a literatura e crítica satírica dos vícios comuns na época. Entre os seus doze Ensaios Morais, destacam-se Sobre a Clemência, cautelosa advertência a Nero sobre os perigos da tirania, Da Brevidade da Vida, análise das frivolidades nas sociedades corruptas, e Sobre a Tranquilidade da Alma, que tem como assunto o problema da participação na vida pública. As Questões Naturais expõem a Física estoica vinculada aos problemas éticos.
Além dessas obras propriamente filosóficas, Séneca escreveu ainda nove tragédias e uma obra-prima da sátira latina, Apolokocintosis, que ridiculariza Nero e suas pretensões à divindade.
Todas essas obras revelam que Séneca foi, sobretudo, um moralista. A filosofia é para ele uma arte da ação humana, uma medicina dos males da alma e uma pedagogia que forma os homens para o exercício da virtude. O centro da reflexão filosófica deve ser, portanto, a ética; e a física e a lógica devem ser consideradas como seus prelúdios.
Sua concepção do mundo repete as ideias dos estoicos gregos sobre a estrutura puramente material da natureza. Contudo, a razão universal dos gregos Cleanto e Zenão transforma Séneca num deus pessoal, que é sabedoria, previsão e vigilância, sempre em ação para governar o mundo e realizar uma ordem maravilhosa. 
Cronologicamente, o segundo grande representante do estoicismo romano foi Epicteto (c. 50 – 130), escravo durante muitos anos e, posteriormente, professor de filosofia. Seu ensino foi recolhido pelo discípulo Ariano de Nicomédia, em oito livros. Chegaram até a atualidade quatro livros inteiros e apenas alguns fragmentos dos restantes.
Grande admirador de Epiteto foi o imperador Marco Aurélio Antonino, que, nas pausas tranquilas de seu conturbado governo, dedicou-se à reflexão filosófica e com isso tornou-se o terceiro e último grande expoente do estoicismo romano.
Marco Aurélio nasceu em 121, no seio de uma família aristocrática e muito cedo perdeu os pais. Foi adotado pelo tio, Aurélio Antonino. O tio tornar-se-ia imperador e nomearia Marco Aurélio seu sucessor, em 161.
Aos onze anos de idade, Marco Aurélio conheceu o estoicismo e adotou hábitos de vida austera, recomendados por aquela escola filosófica. Depois dos anos de formação passou a colaborar intimamente com o imperador, seu pai adotivo, ocupando o cargo de cônsul por três vezes. Em 161, Aurélio Antonino faleceu e Marco Aurélio tornou-se imperador.
O governo de Marco Aurélio - que se estendeu por quase vinte anos, até sua morte em 180 - foi perturbado por guerras sangrentas e prolongadas, com as consequentes dificuldades internas. Além disso, Roma foi vítima de inundações, tremores de terra e incêndios. Marco Aurélio conseguiu enfrentar todas as dificuldades, tendo sido excelente guerreiro e administrador e, ao mesmo tempo, humanizando profundamente o exercício do poder. Nos poucos momentos que os encargos de governo permitiam, recolhia-se à meditação filosófica e escrevia seus pensamentos em língua grega, que lhe parecia a mais apta a exprimir inquietações intelectuais e morais profundas. As Meditações (como posteriormente ficaram conhecidos aqueles pensamentos) são simples notas, apenas esboçadas.
O conteúdo das Meditações é a filosofia estoica, mas de um estoicismo bastante distante das doutrinas de Zenão, Cleanto e Crisipo. As especulações físicas e lógicas cedem lugar ao caráter prático dos romanos e ao aconselhamento moral. Em Marco Aurélio - como também nas Máximas de Epiteto - a questão central da filosofia é o problema de como se deve encarar a vida para que se possa viver bem. Esse problema assume a forma de intensa preocupação com o estado de sua própria alma, em virtude da natureza delicada e sensível do autor das Meditações, homem religioso e pouco interessado na investigação científica. Por essa razão, o estoicismo de Marco Aurélio frequentemente apresenta discrepâncias em relação às suas origens gregas. Marco Aurélio não chegou a ser um pensador original e não procurou resolver as inconsistências de sua própria posição. Enquanto a ortodoxia estoica levava-o na direção de um credo materialista, seu sentimento religioso impelia-o no sentido da força moral e da benevolência. Por isso, asMeditações, de Marco Aurélio, expressam-se através de uma linguagem que, por um lado, parece pressupor a aceitação de um panteísmo puramente físico; por outro, abandona os dogmas da escola estoica para seguir os ditames do coração.
A verdadeira chave para compreensão das oscilações de Marco Aurélio deve ser procurada menos em suas características psicológicas do que nas circunstâncias históricas em que viveu. O império romano estava perdendo o antigo esplendor e a cultura clássica greco-latina mostrava os últimos sinais de vitalidade. Cada vez mais ganhava corpo uma nova concepção do mundo: o cristianismo.
Marco Aurélio expressa claramente essa etapa de transição. Nele, a autossuficiência do antigo estoicismo grego cede lugar à falta de confiança em si mesmo e à consciência das próprias imperfeições. Com isso antecipa a virtude cristã da humildade e pouco se distanciava da concepção de um Deus único, antropomórfico e pessoal.
[1]Texto adaptado da obra Convite à Filosofia, Unidade 1, A Filosofia, Capítulo 3
Campos de investigação da Filosofia da autoria de Marilena Chauí, Editora Ática, São Paulo, 2000
[2]Indução - comparar vários indivíduos da mesma espécie, eliminar-lhes as diferenças individuais, as qualidades mutáveis e reter-lhes o elemento comum, estável, permanente, a natureza, a essência da coisa.
[3]Texto adaptado da obra Convite à Filosofia, Unidade 1, A Filosofia, Capítulo 3
Campos de investigação da Filosofia da autoria de MarilenaChauí, Editora Ática, São Paulo, 2000.
[4]Segundo Nalini (2008, p. 90) Por que Filosofia? São Paulo, Revista dos Tribunais.
 
Exercício 1:
Exercício 1
Quanto à figura política do cidadão considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa que contenha somente as assertivas que são incorretas.
I Estavam excluídos da cidadania aqueles que os gregos chamavam de dependentes: escravos, crianças e velhos.
II Também estavam excluídos da cidadania os estrangeiros.
III Para conseguir adesão nas assembléias, o cidadão precisava saber falar e ser capaz de persuadir.
IV O fato de os gregos precisarem aprender a falar e a ter habilidade de persuasão provocou uma mudança profunda na educação grega. 
A - A) Apenas a I   
B - B) Apenas a II.   
C - C) Apenas a III.   
D - D) Apenas a IV;   
E - E) Todas são corretas. 
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Exercício 2:
Exercício 2
Quanto a Sócrates, considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta
I  Propunha que, depois de mergulhar no conhecimento da natureza e das coisas, cada um deveria conhecer-se a si mesmo.
II Inaugura o período voltado para o conhecimento do homem, particularmente de seu espírito e de sua capacidade para conhecer a verdade, o que fez com que ficasse conhecido como período odo antropológico.
III Procurava a essência verdadeira da coisa, da ideia, do valor. Procurava o conceito e não a mera opinião que temos de nós mesmos, das coisas, das ideias e dos valores.
IV Ao tentarem responder ao célebre "o que é"? , os gregos descobriam, surpresos, que não tinham respostas, pois nunca haviam pensado em suas crenças, em seus valores e em suas ideias.
A - A) Apenas a I e a II.   
B - B) Apenas a II, a III e a IV.    
C - C) Apenas a III e a IV.   
D - D) Apenas a I, a III e a IV.   
E - E) Todas estão corretas. 
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Exercício 3:
Exercício 3
Sobre as características do período Socrático considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa que contenha somente as assertivas que são corretas.
I-A Filosofia se volta para as questões humanas no plano da ação, dos comportamentos, das ideias, das crenças, dos valores, das questões morais e políticas.
II-É fundamental conhecer a si mesmo para desenvolver a capacidade de conhecer as coisas, alcançando o conceito ou a essência delas.
III-A preocupação se volta para estabelecer procedimentos capazes de permitir ao homem encontrar a verdade. O pensamento deve oferecer a si mesmo caminhos próprios para saber o que é o verdadeiro.
IV-A Filosofia voltada para a definição das virtudes morais e das virtudes políticas, tendo como objeto central de suas investigações a moral e a política.
 
A - A) Apenas a I e a III;   
B - B) Apenas a II e a IV;   
C - C) Apenas a I e a IV;   
D - D) Apenas a III e a IV;   
E - E) Todas são corretas. 
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Exercício 4:
Exercício 4
Para Platão considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa que contenha somente as assertivas que são corretas.
I) a razão e as ideias são inatas e afloram a partir da reminiscência, levando à verdade que, por sua vez, tem caráter de validade universal.
II) o espírito humano é um mero prisioneiro na caverna do corpo. Somente quando deixar esse mundo poderá libertar-se do corpo para realizar o seu fim, isto é, chegar à contemplação do inteligível.
III) o conhecimento humano integral está dividido em dois graus: o conhecimento sensível, particular, mutável e relativo; e o conhecimento intelectual, universal, imutável, absoluto que o homem somente compreende pelas experiências, mas percebe apenas pela razão.
IV) no mundo material e contigente, não há ciência, devido à sua natureza inferior. É somente no mundo imaterial e racional das ideias que pode haver conhecimento pela sua natureza superior. Esse mundo ideal, racional transcende inteiramente o mundo empírico, imaterial, em que vivemos.
 
A - A) Apenas I é correta.   
B - B) Apenas I e II são corretas.  
C - C) Apenas II e III são corretas.   
D - D) Apenas II e IV são corretas. 
E - E) Todas são corretas. 
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Exercício 5:
Exercício 5
Platão dissera que não é possível ensinar o que são as coisas, mas apenas ensinar a procurá-las. Isso significa que:
I. o conhecimento filosófico e o científico dependem do método.
II. o conhecimento científico reside apenas em ideias sobre as coisas.
III. o conhecimento filosófico é inacessível e inatingível, porque não é sobre as coisas.
IV. o conhecimento científico sobre as coisas é falso.
 
 
A - A) Apenas II, III e IV são corretas.   
B - B) Apenas II é correta.    
C - C) Apenas I e III são corretas.   
D - D) Apenas I é correta.   
E - E) Todas são corretas. 
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Exercício 6:
Exercício 6
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa que contenha somente as assertivas que são corretas.
I. Platão deixou-nos uma vasta obra filosófica que trata de temas diversos, dentre os quais a questão do conhecimento merece especial atenção, sobretudo em função da influência que seu pensamento exerce ainda na atualidade, a despeito da significativa contribuição que deixou como legado no tocante a questões que versam sobre democracia, o valor da arte, as virtudes, o bem e a metafísica.
II. A busca de Platão é movida pela necessidade de alcançar o conhecimento da verdadeira natureza humana.
III. Platão devota-se à busca da compreensão da essência das coisas.
IV. Para o pensador, o mundo sensível é perfeito. É no mundo das ideias ou formas abstratas que o homem entra em contato com a verdade, sendo a alma o veículo para acessar o conhecimento verdadeiro.
 
 
A - A) Estão corretas apenas as alternativas I, II e III.   
B - B) Estão corretas apenas as alternativas II, III e IV.   
C - C) Estão corretas apenas as alternativas I e III.    
D - D) Estão corretas apenas as alternativas II e IV. 
E - E) Estão corretas apenas as alternativas I e IV. 
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