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Concausas: Causas Independentes e Relativamente Independentes

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Concausa
Para entender a superveniência de causa independente, precisa-se ter em mente que a causa é o que motivou o resultado. 
Essa causa pode ser:
1. Absolutamente independente da conduta do agente: é quando o resultado seria produzido mesmo sem a conduta do agente. Divide-se em:
Como descobrir se é absolutamente independente ou relativamente independente? Façam-se a pergunta: “O resultado aconteceria da mesma forma sem a conduta do agente?”, a resposta é sim, portanto estamos diante de uma causa absolutamente independente.
a) Preexistente: a causa do resultado existiu antes da conduta do agente. Ex.: Maria e Antônio não se dão bem, ela deseja-o matar, porém antes que Maria de fato o mate, ele toma um veneno, mas a ação de tomar o veneno é desconhecida por Maria. Desse modo, com a ideia de acabar com a rivalidade, ela resolve atirar em Antônio visando à morte dele, e esse acaba por morrer, mas não em decorrência do tiro e sim da doce de veneno.
Como descobrir se é preexistente? Façam-se a pergunta: “O fato de ele ter tomado veneno aconteceu antes, durante ou depois da conduta do agente?”, a resposta que você obtiver vai indicar quando aconteceu a real causa de sua morte, no caso, antes da conduta do agente. 
b) Concomitantes: a causa do resultado existiu junto com a conduta do agente Ex.: Tânia e Sandra, uma desconhecida da outra, simultaneamente atiram em Carmen. Nosso agente é Sandra. Tânia atinge o coração de Carmen, enquanto Sandra atinge de raspão o braço da vítima. Carmen morre decorrente ao tiro que atingiu seu coração (disparado por Tânia) e não pelo tiro disparado por Sandra.
Como descobrir se é concomitante? Façam-se a pergunta “O tiro que matou Carmen aconteceu antes, durante ou depois da conduta do agente (Sandra)?”, a resposta é durante/ao mesmo tempo que a conduta de sangra. 
c) Superveniente: a causa do resultado existiu depois da conduta do agente. Ex.: Maria, por volta das 20h, serve, insidiosamente, veneno para seu marido João. Antes mesmo do veneno fazer efeito, cai um lustre na cabeça de João, que descansava na sala, causando sua morte por traumatismo craniano. Maria responde por tentativa de homicídio, pois, eliminando seu comportamento do processo causal, a morte de João ocorreria do mesmo modo.
Como descobrir se é superveniente? Façam-se a pergunta “O que causou a morte de João (lustre caiu em sua cabeça) aconteceu antes, durante ou posterior a conduta do agente (Maria dar o veneno)?”, a resposta é posterior.
Nas três formas de causa absolutamente independente, como o agente responde? O agente só responde pelo resultado de seus atos já praticados. Nos exemplos de homicídios anteriores, os agentes não respondem por homicídio porque não foram os atos deles que levaram as mortes das vítimas, mas todos eles queriam ter o resultado de morte, respondem, portanto por tentativa de homicídio.
O que podemos observar então nas Concausas absolutamente independente: não importa a espécie (preexistente, concomitante ou superveniente) o comportamento paralelo será sempre punido de forma tentada.
2. Relativamente independente da conduta do agente: somatório de causa que não é causada pelo agente + a conduta do agente. Divide-se em:
Como descobrir se é relativamente independente? Façam-se a pergunta: “O resultado aconteceria da mesma forma sem a conduta do agente?”, a resposta é não, portanto estamos diante de uma causa relativamente independente.
a) Preexistentes: a causa do resultado aconteceu antes da conduta do agente. Ex.: Flávio tem hemofilia (sangue encontra dificuldade para coagular). Sabendo da doença de Flávio, Josué faz um corte em seu braço, que consequentemente morre em decorrência da dificuldade de seu sangue coagular, porém Flávio atingiu tal estado devido à ação de Josué. 
Como descobrir se é preexistente? Façam-se a pergunta: “A causa do resultado já existia antes da conduta do agente?”, nesse caso sim, a condição que resultou na morte da vítima foi a hemofilia e a vítima tinha a doença antes da conduta do agente. 
b) Concomitantes: a causa do resultado aconteceu em conjunto/ao mesmo tempo/ durante a conduta do agente. Ex.: João com a intenção de cometer homicídio contra Samanta, dispara nela, mas a atinge de raspão. Ela vai para o hospital e lá o médico afirma que sua morte foi em decorrência de um infarto. Logo, conclui-se que não foi o tiro que a matou, mas a somatória do susto e do tiro provocou o infarto na vítima. 
Como descobrir se é concomitante? Façam-se a pergunta “A causa do resultado foi causada durante a ação do agente?”, nesse caso a resposta é sim, tendo em vista que o somatório de susto e tiro causou o infarto (causa da morte).
Nas duas causas citadas de relativamente independente, como o agente responde? O agente responde pelo resultado produzido de acordo com sua vontade (dolo). Se a intenção nos dois casos fosse matar, eles respondem por homicídio. Se a intenção nos dois casos fosse ferir, respondem por lesão corporal seguida de morte.
c) Supervenientes: (esse é o tópico do §1° do Art. 13 especificamente) 
Art. 13 §1°: “A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.”
A causa do resultado aconteceu depois da conduta do agente. 
Que não produziu por si só o resultado: Ex.: Mateus leva uma facada de Sheila, que queria matar a vítima. Mateus vai para o hospital, lá contraí uma infecção por causa da facada. Morre em decorrência da facada.
A infecção precisou da conduta do agente para acontecer, ou seja, não produziu o resultado sozinho.
O agente responde pelo resultado produzido de acordo com sua vontade. Queria-se ferir, lesão corporal seguida de morte. Queria-se matar, responde por homicídio. 
Que por si só produziu o resultado: o sujeito não responde pelo crime, porém é tratado como se fosse uma causa absolutamente independente, logo o agente responde pelos atos praticados e não por sua intenção. 
Ex.: Safira leva um tiro de Arthur, não morre, mas vai para o hospital em uma ambulância, porém, no trajeto a ambulância sofre um acidente. Safira morre decorrente do acidente e não do tiro disparado por Arthur.
Ela morreu pelo acidente e não pelo tiro, o tiro não produziu resultado sozinho. Arthur responde por tentativa.

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