Buscar

regra do metodo sociologico de durkhein

Prévia do material em texto

2017­9­15 Excertos ­ Durkheim ­ Disciplina ­ Sociologia
http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=228 1/3
Excertos ­ Durkheim
Estado
Fatos sociais
Suicídio
Solidariedade orgânica
Fatos sociais
"Antes de indagar qual é o método que convém ao estudo dos factos sociais, importa saber que factos designamos assim.
A questão é tanto mais necessária quanto nos servimos desta qualificação sem grande rigor. Empregamo­la correntemente para
designar, pouco mais ou menos, todos os fenómenos que ocorrem na sociedade, por pouco que apresentem, com uma certa
generalidade, algum interesse social. Mas, deste modo, não há, por assim dizer, acontecimentos humanos que não possam ser
apelidados de sociais. Todos os indivíduos bebem, dormem, comem, raciocinam, e a sociedade tem todo o interesse em que
estas funções se exerçam regularmente. Ora, se estes factos fossem sociais, a sociologia não teria um objecto que lhe fosse
próprio e o seu domínio confundir­se­ia com o da biologia e da psicologia. Mas, na realidade, há em todas as sociedades um
grupo determinado de fenómenos que se distinguem por características acentuadas dos estudados pelas outras ciências da
natureza.
Quando desempenho a minha tarefa de irmão, de esposo ou de cidadão, quando executo os compromissos que tomei, cumpro
deveres que estão definidos, para além de mim e dos meus actos, no direito e nos costumes. Mesmo quando eles estão de
acordo com os meus sentimentos próprios e lhes sinto anteriormente a realidade, esta não deixa de ser objectiva, pois não fui eu
que os estabeleci, antes os recebi pela educação.
Quantas vezes acontece ignorarmos o pormenor das obrigações que nos incumbem e, para as conhecer, termos de consultar o
Código e os seus intérpretes autorizados. Do mesmo modo, ao nascer, os fiéis encontram já formadas as crenças e práticas da
sua vida religiosa; se existiam antes deles é porque existem fora deles. O sistema de sinais de que me sirvo para exprimir o
pensamento, o sistema monetário que emprego para pagar as minhas dívidas, os instrumentos de crédito que utilizo nas minhas
relações comerciais, as práticas seguidas na minha profissão, etc., etc., funcionam independentemente do uso que deles faço.
Tomando, um após outro, todos os membros de que a sociedade se compõe, pode repetir­se tudo o que foi dito a propósito de
cada um deles. São, pois, maneiras de agir, de pensar e de sentir que apresentam a notável propriedade de existir fora das
consciências individuais.
Estes tipos de comportamento ou de pensamento são não só exteriores ao indivíduo, como dotados dum poder imperativo e
coercivo em virtude do qual se lhe impõem, quer queira, quer não." (DURKHEIM, 2003, p. 1).
"A nossa definição compreenderá, pois, todo o definido, se dissermos: Fato social é toda a maneira de fazer, fixada ou não,
susceptível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior: ou ainda, que é geral no âmbito de uma dada sociedade tendo
ao mesmo tempo uma existência própria, independente das suas manifestações individuais." (DURKHEIM, 2003, p. 13)
seta
voltar
ao
Voltar ao topo 
Suicídio
"Com efeito, se em lugar de apenas vermos os suicídios como acontecimentos particulares, isolados uns dos outros e que
demandam ser examinados cada um separadamente, nós considerássemos o conjunto dos suicídios cometidos numa
sociedade dada, durante uma unidade de tempo dada, constata­se que o total assim obtido não é uma simples soma de
unidades independentes, um todo de coleção, mas que ele constitui por si só um fato novo e sui generis, que possui sua
unidade e sua individualidade, conseqüentemente sua natureza própria, e que, ademais, é uma natureza eminentemente
social." (DURKHEIM, 1973c).
"A taxa de suicídios constitui, portanto, uma ordem de fatos única e determinada; é o que demonstram, ao mesmo tempo, sua
permanência e sua variabilidade. Já que esta permanência seria inexplicável se ela não se devesse a um conjunto de
caracteres distintivos, solidários uns com os outros, que, apesar da diversidade das circunstâncias ambientes, se afirmam
simultaneamente; e esta variabilidade testemunha a natureza individual e concreta destes mesmos caracteres, uma vez que
variam como a própria individualidade social." (DURKHEIM, 1973c).
"[...] os guerreiros dinamarqueses consideravam uma vergonha o fato de morrer na cama, de velhice ou de doença, e
suicidavam­se para escapar a essa infâmia. Os godos chegavam mesmo a acreditar que aqueles que morriam de morte natural
estavam destinados a viver eternamente em cavernas cheias de animais venenosos. Nos limites das terras dos visigodos havia
um grande rochedo, chamado O Rochedo dos Ancestrais, do alto do qual os velhos se lançavam quando estavam cansados da
vida." (DURKHEIM, 2003, p. 230).
seta
voltar
ao
Voltar ao topo 
2017­9­15 Excertos ­ Durkheim ­ Disciplina ­ Sociologia
http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=228 2/3
Solidariedade orgânica
seta
voltar
ao
Voltar ao topo 
Solidariedade social
seta
voltar
ao
Voltar ao topo 
Pedagogia
"O que reveste a autoridade da palavra do sacerdote é a alta idéia que ele possui de sua missão; pois ele fala em nome de um
deus no qual ele crê, em relação ao qual ele se sente mais próximo do que a multidão dos profanos. O mestre leigo pode e deve
ter alguma coisa deste sentimento. Da mesma forma que o sacerdote é o intérprete do seu deus, ele é o intérprete das grandes
idéias morais de seu tempo e de seu país." (DURKHEIM, 1977, p. 68).
Estado
"Destarte, a história parece, realmente, provar que o Estado não foi criado, e não tem o simples papel de impedir que o indivíduo
seja perturbado no exercício de seus direitos naturais; e, sim, que esses direitos, é o Estado que os cria, os organiza, os
transforma em realidades. E, com efeito, o homem não é homem senão porque vive em sociedade. Retiremos do homem tudo
quanto é de origem social, e só ficará um animal, análogo aos outros animais. Foi a sociedade que o elevou, a esse ponto,
acima da natureza física; e chegou a esse resultado porque, com agrupar de forças psíquicas individuais, a associação as
intensifica e as leva a um grau de energia e de produtividade infinitamente superior ao passível de ser por elas atingido se
permanecessem isoladas umas das outras." (DURKHEIM, 1983, pp. 55­56).
seta
voltar
ao
Voltar ao topo 
Sociologia
"Discutir para saber se uma ciência é possível e é viável é sempre uma perda de tempo. No que se refere à sociologia a questão
não só é desnecessária; ela está prejudicada. A sociologia existe; vive e progride; tem um objeto e um método; encerra uma
variedade suficientemente grande de problemas para justificar desde já uma divisão de trabalhos; suscitou trabalhos notáveis na
França como no estrangeiro, sobretudo no estrangeiro." (DURKHEIM, 1975a, p. 189). 
"Foi em vão que Comte e Spencer proclamaram que os fatos sociais são fatos da natureza, que as ciências sociais são ciências
da natureza. Quando, saindo dessas generalidades, eles aplicaram seus princípios, retornaram à concepção e ao método
antigo. Para Comte, a evolução social consiste na realização da idéia de humanidade; Para Spencer, a sociedade nada mais é
do que a realização da idéia de cooperação." (DURKHEIM, 1975b, p. 95). 
"A analogia é uma forma legítima de comparação, e a comparação é o único meio de que dispomos para tornar as coisas
inteligíveis. O erro dos sociólogos biologistas não foi o de a terem usado, mas de a terem usado mal. Eles quiseram, não
controlar as leis da sociologia através da biologia, mas induzir as primeiras a partir das segundas. Essas inferências não têm
valor, pois se as leis da vida se encontram na sociedade, é sob uma forma nova e com caracteres específicos que a analogia
não permite conjeturar, e que podemos atingir somente pela observação direta." (DURKHEIM, 1951, p. 1). 
"O ensino sociológico deveria terum lugar em todas as universidades, um lugar importante; ora, de fato, ele praticamente não é
representado. Existe atualmente somente uma cadeira de Sociologia; ela foi criada em 1896 na Faculdade de Letras de
Bordeaux. Em Lyon, existe um curso municipal, e em Montpellier, um curso complementar. É verdade que no Collège de France,
desde 1897 foi criada uma cadeira de Filosofia Social, que sob um nome diferente, poderia servir para o mesmo propósito; mas
o Collège de France é um estabelecimento científico e não pedagógico." (DURKHEIM, 1976, pp. 183­184). 
Referências
DURKHEIM, Émile. Sociologie et Philosophie. Paris: PUF, 1951.
2017­9­15 Excertos ­ Durkheim ­ Disciplina ­ Sociologia
http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=228 3/3
______. Mostesquieu et Rousseau: précurseurs de la Sociologie. Paris: Librarie Marcel Rivière, 1966.
______. Les formes elémentaires de la vie religieuse. Paris: PUF, 1968.
______. Journal sociologique. Paris: PUF, 1969.
______. Les règles de la méthode Sociologique. Paris: PUF, 1973a.
______. De la division du travail social. Paris: PUF, 1973b.
______. Le suicide. Paris: PUF, 1973c.
______. A Ciência Social e a ação. São Paulo: Difel, 1975a
______. Testes I. Paris: Minuit, 1975b.
______. Testes II. Paris: Minuit, 1975c.
______. Testes III. Paris: Minuit, 1975d.
______. Le Rôle de l'Université dans l’Education Sociale du Pays. Revue française de Sociologie, n. 2, v. XVII, abr./jun. 1976.
______. Education et Sociologie. Paris: PUF, 1977.
______. Lições de sociologia: a moral, o direito e o Estado. São Paulo: EDUSP, 1983.
______. Da divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
______. As regras do método sociológico. São Paulo: Martin Fontes, 2002.
______. Regras do método sociológico. São Paulo: Martin Claret. 2003.
______. La Educación Morale. México: Colofon, (s/d).

Continue navegando

Outros materiais