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Nutrição nas carências nutricionais e doenças infecciosas Profa. Msc. Milena Maia OBJETIVOS Compreender a nutrição como tratamento e ciência preventiva nas doenças carenciais e infecciosas; Identificar as carências nutricionais que acometem a população; Manter relação das carências nutricionais com a recomendações nutricionais; Reconhecer os protocolos para doenças carenciais no Brasil. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS E METABOLISMO DE MACRO E MICRONUTRIENTES; 2. NECESSIDADES E RECOMENDAÇÕES DE ENERGIA, NECESSIDADES E RECOMENDAÇÕES DE NUTRIENTES (EAR, RDA, AI E UL); 3. DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTÉICA 4. DOENÇAS CARENCIAIS POR HIPOVITAMINOSE A, HIPOVITAMINOSE C, HIPOVITAMINOSE D E DEFICIÊNCIA DE MINERAIS; 5. ANEMIAS NUTRICIONAIS; 6. PAPEL DOS NUTRIENTES E O SISTEMA IMUNOLÓGICO; 7. NUTRIÇÃO NAS DOENÇAS INFECCIOSAS AGUDAS E CRÔNICAS. METODOLOGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM • Aulas expositivas dialogadas empregando a utilização de: quadro branco e projetor multimídia. • Exemplificação contextualizada dos assuntos através de leituras de textos pré-selecionados. • Questionários de revisão CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Provas teóricas Trabalhos individuais e em grupo Nível de participação em sala de aula Assiduidade CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Provas 1 AVA 2 AVA 2ª chamada Final Pontuação : 0 - 10 04 a 10 de abril 04 a 08 de junho 13 a 19 de junho 21 a 28 de junho REFERÊNCIAS VITOLO, M.R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. Rubio, 2015. CHEMIN, S.M.S.S.; MURA, J.D.P. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2008. LANG, R.M.F.; TADDEI, J.A.; LONGO-SILVA, G.; TOLONI, M.H.A. Nutrição em Saúde Pública. Rio de Janeiro: Rubio, 2011. WARDLAW, G.M.; SMITH, A.M. Nutrição Contemporânea. 8ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política nacional de alimentação e nutrição. 2ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. Artigos e sites complementares Conceitos fundamentais e Metabolismo de Macro e Micronutrientes Aula 01 NUTRIÇÃO É a ciência que estuda os alimentos, seus nutrientes, bem como sua ação, interação e balanço em relação a saúde e doença, além dos processos de digestão, absorção, metabolismo e eliminação dos nutrientes. É um ato involuntário e ocorre apenas com a introdução do alimento no sistema digestório. NUTRIENTES São substâncias químicas que compõem o alimento que é utilizado pelo organismo. São carboidratos, lipídeos, proteínas, vitaminas e minerais. CLASSIFICAÇÃO DOS NUTRIENTES Macronutrientes (carboidratos, proteínas, lipídios) Fornecem energia ao organismo Recomendação em gramas Micronutrientes (vitaminas e minerais) Biorreguladores Modulam processos metabólicos Recomendação em miligramas, microgramas, UI ALIMENTAÇÃO É o processo pelo qual os seres vivos adquirem do mundo exterior os alimentos que compõem a dieta. É um processo voluntário. DIETA É o conjunto de alimentos que o indivíduo consome diariamente com seus nutrientes. CARBOIDRATOS Fórmula empírica é (CH2O)n Compõe em média 45% a 65% da dieta humana; Principais tipos: amido, sacarose e lactose CARBOIDRATOS - FUNÇÕES Fornecimento de energia 4kcal/g Reserva de energia (glicogênio hepático e muscular) Regula o metabolismo dos lipídios e das ptns; Fonte exclusiva de energia utilizada pelo SNC; Fibras – diversas funções Ação prebiótica CARBOIDRATOS COMPLEXOS • Cadeia longa e reta formada por unidades de glicose • 20% dos amidos • Fontes: vegetais, leguminosas, pães, massas, arroz • Cadeia muito ramificada formada por unidades de glicose • 80% dos amidos • Fontes: batata, inhame, tapioca • Digerida mais rapidamente • Cadeia de unidades de glicose com muitos ramos • Mais locais para ação enzimática* • Fígado e músculo FIBRAS AMIDOS X FIBRAS Ligações químicas e enzimas humanas Grupo ou fibra alimentar? DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS CHO Enzima Origem Efeito Amilase salivar Glândula salivar Início da quebra do polissacarídeo em dissacarídeos na boca Amilase pancreática Pâncreas No intestino delgado, o polissacarídeo é convertido em dissacarídeos Sacarase Células do intestino No intestino delgado, a sacarose é convertida em glicose e frutose Maltase Células do intestino No intestino delgado, a maltose é convertida em 2 moléculas de glicose Lactase Células do intestino No intestino delgado, a lactose é convertida em glicose e galactose Fonte: Adaptado de Silva & Mura, 2007. CARBOIDRATOS NOS ALIMENTOS AÇÚCARES NO MERCADO CARBOIDRATOS NOS ALIMENTOS CARBOIDRATOS NOS ALIMENTOS ASPARTAME + CAFEÍNA ASPARTAME + FENILCETONÚRIA FENILALANINA Intestino delgado • Dissacarídeos - secretadas na borda em escova hidrolisam em glicose, frutose e galactose; • Monossacarídeos – absorvidos no ID, por difusão simples ou transporte ativo sódio-dependente e transportados para o fígado; Doses grandes de frutose não são prontamente absorvidas e podem contribuir para a diarreia! Digestão e absorção de CHO Fígado metaboliza esses açúcares transformando os monossacarídeos galactose e frutose → glicose e: Libera a glicose diretamente para a corrente sanguínea para que ela seja transportada até órga ̃os como o cérebro, os músculos, os rins e os tecidos adiposos. Produz glicogênio para armazenamento de carboidrato. Produz gordura 1% Glicose plasmática 20% Glicogênio Hepático 79% Glicogênio Muscular ARMAZENAMENTO HORMÔNIOS – CONTROLE DA GLICEMIA HORMÔNIO EFEITO Insulina • Com o aumento da glicose sanguínea, ajuda a transportar para a célula • Ativa vias anabólicas Glucagon • Estimula a glicogenólise e gliconeogênese no fígado • Ativa vias catabólicas LIPÍDIOS Definição difere dos CHO e PTN; Estrutura química; Heterogeneidade dos compostos; Insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos Compõe em média 25% a 30% da dieta FUNÇÕES Fornecimento de energia 9kcal/g Proteção de órgãos vitais e de articulações Transporte e absorção de vitaminas lipossolúveis Isolante térmico Precursor hormonal Textura, sabor, palatabilidade, cor, conservação ÁCIDOS GRAXOS – CLASSIFICAÇÃO (de acordo com o grau de saturação) Saturadas – apenas ligações simples entre átomos de carbono Insaturadas – dupla ligações entre os átomos de carbono Monoinsaturados – apenas uma dupla ligação, em AGCL e AGCML Poliinsaturados – 2 a 6 duplas ligações, em AGCML Gordura trans x Gordura hidrogenada As principais fontes são margarina, gorduras culinárias em geral e frituras. Outras fontes: carnes, leite, manteiga. • Ácido linoléico conjugado ou CLA • Benefícios: • Prevenção do câncer • Diminuição da gordura corporal • Melhora dos níveis de insulina em pessoas diabe ́ticas ↑Gordura hidrogenada ↑ Gordura trans ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS 100ml - 4,5ml 100ml - 42ml Poliinsaturada = ômega 3 (algas, microalgas, linhaça, chia, canola, nozes, peixes, ovos) ômega 6 (milho, girassol, gorduras animais, cártamo) Proporção de ômega 6 e ômega 3 3:1 15:1 a 40:1 ÔMEGA 6 ácido araquidónico ÔMEGA 3 ácido eicosapentenóico (EPA) ácido docosahexanóico (DHA) ETAPAS DE DIGESTÃO 1. Emulsificação dos lipídeos da dieta 2. Hidrólise dos lipídeos da dieta 3. Formação de micelas DIGESTÃO- ETAPAS 1. Emulsificação dos lipídeos da dieta Bile (ácidos biliares + fosfolípides) → formação das gotas de emulsão; Produzida - no fígado Armazenada e concentrada – na vesícula biliar CCK (colecistoquinina) – estimula a contração da vesícula biliar DIGESTÃO - ETAPAS 2. Hidrólise dos lipídeos da dieta Boca – Lipase lingual Lactentes – leite possui triacilgliceróis com AGCC na posição sn-3 Estômago – Lipase gástrica Intestino Liberação dos sais biliares e lipase pancreática e outras enzimas; Triacilgliceróis – Lipase pancreática Colesterol esterificado - Colesterol hidrolase Fosfolipídes - Fosfolipase A2 DIGESTÃO - ETAPAS 3. Formação de micelas Principal veículo para transportar os lipídeos do lúmen para a superfície da mucosa do enterócito (ABSORÇÃO); Transportam as vitaminas lipossolúveis; DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS TG Sangue – Transporte feito por lipoproteínas Lipoproteínas PROTEÍNAS Se diferem dos CHO e dos LIP pela presença do nitrogênio Macromoléculas cujos monômeros, são os aminoácidos Compõe em média 10% a 15% da dieta FUNÇÕES Fornecimento de energia 4kcal/g Enzimas – catalisam reações químicas Transporte - Hemoglobina, transferrina... Defesa – imunoglobulinas, interferons Contrátil - miosina e actina Estrutural (colágeno e elastina) Controle, regulação - hormônios Aminoácidos/ Ligação peptídica Formada pela remoção de H2O do grupo carboxila de um aminoácido e do grupo alfa-amino do outro Classificação dos aminoácidos Combinações de Grupos de Vegetais Complementação de aminoácidos ETAPAS DE DIGESTÃO E ABSORÇÃO 1. Gástrica 2. Pancreática 3. Intestinal Digestão e Absorção das proteínas Ácido clorídrico (HCl) Desnaturação de proteínas ↑Susceptibilidade a ação da proteases Destruição de microrganismos Grandes peptídeos + aa livres (QUIMO) Liberação de colecistoquinina (CCK)e secretina Secreção de enzimas pelo Pâncreas aa livres (40%) Pequenos peptídeos (60%) Hidrolisados por enzimas presentes na memb. dos enterócitos aa livre Dipeptídeos Tripeptídeos Lúmen intestinalDuodeno Transporte ativo Aminoácidos livres Combinados nas proteínas necessárias pelo corpo Decompostos para necessidades de energia Liberados na circulação sanguínea ou convertidos em aminoácidos não essenciais, glicose ou gordura. BALANÇO NITROGENADO Balanço nitrogenado negativo + Nitrogênio é excretado do que o ingerido Jejum ou determinadas patologias; g de nitrogênio ingerido - g de nitrogênio perdido BALANÇO NITROGENADO BALANÇO NITROGENADO Balanço nitrogenado positivo Realimentação após jejum; Crianças em fase de crescimento → arginina, cisteína essenciais nessa fase; Gravidez; g de nitrogênio ingerido - g de nitrogênio perdido BALANÇO NITROGENADO VITAMINAS Lipossolúveis Absorção pelo intestino é facilitada pela existência de lipídios na alimentação (A, D, E e K); Hidrossolúveis Absorvidas em solução aquosa (complexo B e a vitamina C). VITAMINAS Ingestão Absorção Sistema linfático Corrente sanguínea Ingestão Absorção Corrente sanguínea Urina Bile Lipoproteínas Livremente absorvidas Transportadas livremente ou carreadas por ptn LIPOSSOLÚVEIS HIDROSSOLÚVEIS VITAMINAS ESTÁGIO PRELIMINAR Associado a ingestão insuficiente da vitamina na dieta, afetado pela biodisponibilidade; ESTÁGIO DA DEFICIÊNCIA BIOQUÍMICA Redução do conjunto de vitaminas, detecção por exames bioquímicos; ESTÁGIO DA DEFICIÊNCIA FISIOLÓGICA Associado ao aparecimento de sintomas subclínicos fraqueza, fadiga, inapetência; ESTÁGIO CLINICAMENTE MANIFESTO Sinais clínicos específicos Sais minerais FATORES INTRÍNSECOS Metabólicos (lactação, crescimento) Genéticos Idade Flora intestinal FATORES EXTRÍNSECOS Antagonismo competitivo Estado de oxidação Quelantes naturais Solubilidade Adsorção por fibras SAIS MINERAIS SAIS MINERAIS ATIVIDADE DO DISCENTE 1. Descrever o título do artigo, revista, volume e ano que foi publicado. 2. Qual foi o objetivo do trabalho? Na sua concepção, ele foi alcançado? Justifique sua resposta. 3. Qual metodologia adotada? 4. Quais foram os principais resultados e/ou tópicos descritos no artigo? 5. Quais as conclusões e/ou recomendações dos autores? DEBATE/DISCUSSÃO DO ARTIGO
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