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BOBBIO, N. Poder p933 942

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PODER 933 
 
mais influente, como a interpretação sociológica mais 
correta da natureza específica da sociedade americana. 
As críticas dirigidas ao Pluralismo dizem respeito 
tanto ao seu valor teórico como ao seu valor 
ideológico. Sob o aspecto teórico, os pluralistas são 
acusados de ter apresentado uma imagem distorcida da 
realidade social (entenda-se da sociedade americana). 
Um dos críticos recentes das teorias pluralistas 
escreveu sentencialmente: "A teoria do Pluralismo 
faliu... A tecnologia coletivizou o que a geografia uma 
vez separara" (Kariel, The promise of politics, p. 49). 
Entre as obras de interpretação da sociedade americana 
que obtiveram maior sucesso nestes anos, hão de ser 
incluídas algumas que tiveram por principal objetivo a 
interpretação pluralista, como The power elite de C. 
Wright Mills (1956), The decline of American 
pluralism de Henry Kariel (1961), One-dimensional 
man de Herbert Marcuse (1964). As teorias pluralistas 
são acusadas de continuar a julgar verdadeira uma 
imagem da sociedade americana que, na melhor das 
hipóteses, corresponde a uma fase superada do 
desenvolvimento econômico, social e político dos 
Estados Unidos, e, portanto, de continuar a 
apresentarem-se como teorias científicas, quando já só 
mantêm uma função meramente ideológica, que é a de 
fazer crer, aos controlados, que ainda controlam, aos 
esbulhados, que ainda possuem pelo menos uma parte 
do poder, ao homem unidimensional que ele tem, 
participando de diversos grupos igualmente influentes, 
várias dimensões. Quanto à crítica da ideologia 
pluralista, isto é, ao Pluralismo como proposta de 
solução do problema tradicional dos limites do poder, 
podemos fazê-la partindo de duas vertentes diversas: 
no associonismo pluralista tanto se pode considerar 
seu aspecto contrário ao individualismo, como o que 
se opõe ao estatalismo. Do ponto de vista do 
indivíduo, o Pluralismo é acusado de não levar em 
conta que todo o grupo social tem uma tendência 
natural ao enrijecimento das estruturas, à medida que 
cresce o número dos seus membros e se estende o raio 
das suas atividades. Uma sociedade aparentemente 
pluralista é, na realidade, policrática, isto é, tem vários 
centros de poder, cada um dos quais fará valer as 
próprias pretensões sobre seus membros; 
conseqüentemente, quando o indivíduo crê ter-se 
libertado para sempre do Estado-patrão, torna-se servo 
de muitos patrões. Do ponto de vista do Estado, as' 
sociedades parciais, pelo menos desde que Rousseau 
sentenciou sua condenação, são consideradas 
culpáveis de impedir a formação da vontade geral e, 
por isso, de levar, quando não coibidas, à disgregação 
da unidade estatal. O .fenômeno que, quando julgado 
positivamente. 
é chamado Pluralismo, julgado negativamente, é 
apontado como um novo feudalismo, isto é, como 
falta de um verdadeiro centro de poder, como 
prevalência dos interesses setoriais ou corporativos 
sobre o interesse geral, das tendências centrífugas 
sobre as centrípetas: não como Pluralismo, mas como 
particularismo. 
BIBLIOGRAFIA. AUT. VÁR. The bias of pluralism. ao 
cuidado de W. E. CONNOLLY, Atherton Press. New 
York 1969; AUT. VÁR., Legal personality and political 
pluralism. ao cuidado de L. C. VERB. Melbourne 
University Press. Melbourne 1958; R. A. DAHL, 
Pluralist democracy in the United States. Conflict and 
consent. Rand McNally. Chicago 1967; R. EISFELD, 
Il pluralismo tra liberalismo e socialismo (1972). Il 
Mulino. Bologna 1976; W. KORNHAUSER. The polities 
of mass society, Free Press. New York 1959; KING 
CHUAN HSIAO. Political pluralism. A study in 
contemporary political theory, Kegan Paul. London 
1927; A. S. MCFARLAND. Power and leadership in 
pluralist systems. Stanford Univ. Press. Stanford 1969; 
R A. NISBET. La comunità e lo Stato (1953), Edizioni 
di Comunità. Milano 1957 Para a discussão do 
pluralismo na Itália e fundamental P. RESCIGNO, 
Persona e comunità. Il Mulino. Bologna 1966. 
[NORBERTO BOBBIO] 
Poder. 
1. DEFINIÇÃO. — Em seu significado mais geral, a 
palavra Poder designa a capacidade ou a possibilidade 
de agir, de produzir efeitos. Tanto pode ser referida a 
indivíduos e a grupos humanos como a objetos ou a 
fenômenos naturais (como na expressão Poder 
calorífico, Poder de absorção). 
Se o entendermos em sentido especificamente 
social, ou seja, na sua relação com a vida do homem 
em sociedade, o Poder torna-se mais preciso, e seu 
espaço conceptual pode ir desde a capacidade geral de 
agir, até à capacidade do homem em determinar o 
comportamento do homem: Poder do homem sobre o 
homem. O homem é não só o sujeito mas também o 
objeto do Poder social. E Poder social a capacidade 
que um pai tem para dar ordens a seus filhos ou a 
capacidade de um Governo de dar ordens aos 
cidadãos. Por outro lado, não é Poder social a 
capacidade de controle que o homem tem sobre a 
natureza nem a utilização que faz dos recursos 
naturais. Naturalmente existem relações significativas 
entre o 
934 PODER 
 
Poder sobre o homem e o Poder sobre a natureza ou 
sobre as coisas inanimadas. Muitas vezes, o primeiro é 
condição do segundo e vice-versa. Vamos dar um 
exemplo: uma determinada empresa extrai petróleo de 
um pedaço do solo terrestre porque tem o Poder de 
impedir que outros se apropriem ou usem aquele 
mesmo solo. Da mesma forma, um Governo pode obter 
concessões de outro Governo, porque tem em seu 
Poder certos recursos materiais que se tornam 
instrumentos de pressão econômica ou militar. 
Todavia, em linha de princípio, o Poder sobre o 
homem é sempre distinto do Poder sobre as coisas. E 
este último é relevante no estudo do Poder social, na 
medida em que pode se converter num recurso para 
exercer o Poder sobre o homem. 
Por isso não se podem aceitar as definições que, 
inserindo-se numa tradição que remonta a Hobbes, 
ignoram este caráter relacionai e identificam o Poder 
social com a posse de instrumentos aptos à 
consecussão de fins almejados. A definição de 
Hobbes, tal como se lê no princípio do capítulo décimo 
do Leviatã, é a seguinte: "O Poder de um homem... 
consiste nos meios de alcançar alguma aparente 
vantagem futura". Não é diferente, por exemplo, o que 
Gumplowicz afirmou: que a essência do Poder 
"consiste na posse dos meios de satisfazer as 
necessidades humanas e na possibilidade de dispor 
livremente de tais meios". Em definições como estas, o 
Poder é entendido como algo que se possui: como um 
objeto ou uma substância — observou alguém — que 
se guarda num recipiente. Contudo, não existe Poder, 
se não existe, ao lado do indivíduo ou grupo que o 
exerce, outro indivíduo ou grupo que é induzido a 
comportar-se tal como aquele deseja. Sem dúvida, 
como acabamos de mostrar, o Poder pode ser exercido 
por meio de instrumentos ou de coisas. Se tenho 
dinheiro, posso induzir alguém a adotar um certo 
comportamento que eu desejo, a troco de recompensa 
monetária. Mas, se me encontro só ou se o outro não 
está disposto a comportar-se dessa maneira por 
nenhuma soma de dinheiro, o meu Poder se desvanece. 
Isto demonstra que o meu Poder não reside numa coisa 
(no dinheiro, no caso), mas no fato de que existe um 
outro e de que este é levado por mim a comportar-se 
de acordo com os meus desejos. O Poder social não é 
uma coisa ou a sua posse: é uma relação entre pessoas. 
É preciso também notar que a expressão acima 
empregada, "Poder do homem sobre o homem", se 
entende mais exatamente como "Poder de um homem 
sobre um outro homem". Com tal especificação se 
exclui do nosso campo de pesquisa o Poder que um 
homempossa exercer sobre si mesmo. Sempre que, 
por exemplo, uma senhora 
se imponha uma certa dieta de emagrecimento e, não 
obstante os desejos, mantenha seu propósito, podemos 
dizer que ela exerce um Poder sobre si mesma. Neste 
caso, como em casos análogos, pelo menos se se 
considerarem em si mesmos, não se trata de uma 
relação de Poder entre pessoas, mas de um exercício 
de Poder que começa e termina no âmbito, digamos, 
de uma só pessoa; mas o Poder que nos interessa 
analisar em relação ao estudo da política é o que uma 
pessoa ou grupo tem ou exerce sobre outra pessoa ou 
grupo. 
Como fenômeno social, o Poder é portanto uma 
relação entre os homens, devendo acrescentar-se que se 
trata de uma relação triádica. Para definir um certo 
Poder, não basta especificar a pessoa ou o grupo que o 
detém e a pessoa ou o grupo que a ele está sujeito: 
ocorre determinar também a esfera de atividade à qual 
o Poder se refere ou a esfera do Poder. A mesma 
pessoa ou o mesmo grupo pode ser submetido a vários 
tipos de Poder relacionados com diversos campos. O 
Poder do médico diz respeito à saúde; o do professor, à 
aprendizagem do saber; o empregador influencia o 
comportamento dos empregados sobretudo na esfera 
econômica e na atividade profissional; e um superior 
militar, em tempo de guerra, dá ordens que comportam 
o uso da violência e a probabilidade de matar ou 
morrer. No âmbito de uma comunidade política, o 
Poder de A (que pode ser, por exemplo, um órgão 
público ou um determinado grupo de pressão) pode 
dizer respeito à política urbanística; o poder de B, à 
política exterior em relação a uma certa área 
geográfica; o poder de C dirá respeito, enfim, à política 
educacional, e assim por diante. A esfera do Poder pode 
ser mais ou menos ampla e delimitada mais ou menos 
claramente. O Poder que se funda sobre uma 
competência especial fica confinado ao âmbito dessa 
competência. Mas o Poder político e o Poder paterno 
abrangem, normalmente, uma esfera muito ampla. Por 
sua vez, a esfera de Poder de uma pessoa que ocupa 
um cargo numa organização formal (como é o caso do 
presidente ou do tesoureiro de uma associação) é 
definido de modo preciso e taxativo, enquanto que a 
esfera de Poder de um chefe carismático não é 
precisada por antecipação e tende a ser ilimitada. 
II. O PODER ATUAL. — Quando, no exercício do 
Poder, a capacidade de determinar o comportamento 
dos outros é posta em ato, o Poder se transforma, 
passando da simples possibilidade à ação. Assim, 
podemos distinguir entre o Poder como simples 
possibilidade (Poder potencial) e o Poder efetivamente 
exercido (Poder em ato ou atual). O Poder em ato 
(atual) é uma relação entre comportamentos. Consiste 
no comportamento 
PODER 
935 
 
do indivíduo A ou do grupo A que procura modificar o 
comportamento do indivíduo B ou do grupo B em 
quem se concretiza a modificação comportamental 
pretendida por A, abrangendo também o nexo 
intercorrente entre os dois comportamentos: um exame 
mais detalhado do Poder em ato comporta uma análise 
destes três aspectos do fenômeno. 
Num primeiro sentido se pode dizer que o 
comportamento de A visa a modificar a conduta de B: 
A exerce Poder quando provoca intencionalmente o 
comportamento de B. O requisito da intenção é 
amplamente aceito nos escritos de politologia e 
sociologia respeitantes ao Poder. Contudo, alguns 
autores excluem-no, julgando que se pode falar de 
Poder sempre que um dado comportamento provoque 
um outro, embora não de maneira intencional. Mas tal 
definição do Poder parece demasiado ampla. É correto 
afirmar que o pai exerce Poder sobre o filho, quando 
lhe dá, com êxito, uma determinada ordem; mas já não 
parece tão correto afirmá-lo, quando o filho não 
obedece e, em vez disso, se rebela ou abandona a 
família em decorrência da ordem paterna. Neste 
segundo caso, é ainda verdade que o comportamento 
do pai provoca o comportamento do filho; 
descreveremos todavia esta relação não como um 
exercício de Poder do pai sobre o filho, mas como uma 
tentativa malograda de exercer o Poder. 
Por outro lado, se pode distinguir uma posição 
intermédia que estenda a noção do Poder para além da 
modificação intencional do comportamento alheio, 
sem por isso se qualificar como Poder qualquer tipo de 
causalidade social não intencional. O conceito em que 
convém basear este alargamento da noção de Poder é o 
conceito de interesse, tomado em sentido subjetivo, 
isto é, como estado da mente de quem exerce o Poder. 
Diremos então que o comportamento de A, que exerce 
o Poder, pode ser associado, mais que à intenção de 
determinar o comportamento de B, objeto do Poder, ao 
interesse que A tem por tal comportamento. As 
relações de imitação, por exemplo, onde falta a 
intenção no imitado de se propor como modelo, se 
incluem em Poder, se a imitação corresponde ao 
interesse do imitado (como em certas relações entre 
pai e filho), mas não se incluem, se à imitação não 
corresponde o interesse do imitado (como pode 
acontecer, quando uma senhora vê que uma amiga 
imita o seu modo de vestir). 
O comportamento de B, que é sujeito de Poder, é 
dotado, no mínimo, de voluntariedade. Mas não se diz 
que B esteja consciente de que deverá agir de acordo 
com a vontade de A. Por um lado, portanto, trata-se de 
um comportamento voluntário. Mas isto não comporta 
necessariamente que 
o comportamento também seja "livre". No caso, por 
exemplo, do Poder coercitivo, B tem o comportamento 
desejado por A, só para evitar um mal de ameaça: 
embora o comportamento não seja livre, B executa-o e 
por isso é dotado de um mínimo de voluntariedade. Isto 
permite distinguir entre o exercício do Poder 
coercitivo e o emprego direto da força ou VIOLÊNCIA 
(V.). Neste último caso, A não modifica a conduta de 
B, mas modifica diretamente seu estado físico: mata-o, 
fere-o, imobiliza-o, aprisiona-o, etc. É sabido que, nas 
relações sociais e políticas, se recorre muitas vezes à 
força quando não se consegue exercer o Poder. Por 
outra parte, para se ter Poder, não é necessário que B 
tenha intencionalmente o comportamento pretendido 
por A. A pode provocar um determinado 
comportamento de B sem manifestá-lo explicitamente; 
pode até esconder de B que ele deseja esse 
comportamento e sem que B se dê conta de que se está 
comportando segundo a vontade de A. Isto pode 
verificar-se, por exemplo, em certos casos de 
propaganda camuflada. Este tipo de relação, que 
habitualmente é conhecido pelo nome de 
MANIPULAÇÃO (v.), entra, certamente, no âmbito do 
conceito do Poder. 
Falemos, enfim, da relação que intermedeia entre o 
comportamento de A e o de B. Para que exista Poder, é 
necessário que o comportamento do primeiro 
determine o comportamento do segundo, o que se pode 
exprimir de outra maneira dizendo que o 
comportamento de A é causa do comportamento de B. 
Deve-se, no entanto, explicar em que sentido é lícito 
usar aqui a noção de "causa". Antes de tudo, quando 
referida às relações do Poder social, a noção de causa 
não envolve em si uma perspectiva de determinismo 
mecanicista. As relações entre comportamentos são 
relações prováveis, não relações "necessárias". Por 
isso, neste contexto, o conceito de causa está 
desvinculado do conceito de "necessidade", devendo 
ser entendido como "causa provável". Em segundo 
lugar, pelo menos em muitos casos, a noção de Poder 
social serve para descrever uma determinada relação 
que intermedeia entre dois comportamentos 
particulares, sem que isso implique que a relação 
descrita seja um caso particular de uma lei universal ougeral. Em muitos casos, dizer que o comportamento a de 
A é causa do comportamento b de B não implica que 
todas as vezes que A adota um comportamento do tipo 
a, este seja seguido de um comportamento do tipo b de 
B, ou que sempre que B adote um comportamento do 
tipo b, lhe precede um comportamento do tipo a de A. 
B é induzido por A, por exemplo, a votar no partido 
socialista numa determinada disputa eleitoral; mas, nas 
eleições seguintes, B 
936 PODER 
 
pode votar no partido liberal, apesar de A tentar levá-
lo, mais uma vez, a votar nos socialistas; ou então B 
pode votar de novo no partido socialista, mas sem a 
interferência de A nesse sentido. Por conseguinte, 
afirmar que, dentro do exercício do Poder, o 
comportamento de A é causa do comportamento de B, 
é apenas dizer, pelo menos em numerosos tipos de 
relação, que a e causa de b naquele caso determinado. 
Outras vezes, contudo, um certo uso do Poder pode 
constituir um caso particular de uma lei ou de uma 
uniformidade geral. Isso se pode dizer, por exemplo, em 
determinadas situações, de uma particular relação de 
mando e obediência que liga ao "Governo" um 
membro da sociedade política, pelo menos num dos 
dois sentidos acima referidos: às injunções de tipo a 
do Governo é provável, em geral, que se sigam 
condutas de obediência de tipo b tanto desse como dos 
demais membros da sociedade política. 
Com as restrições agora mencionadas, pode-se, 
portanto, afirmar que a relação de Poder constitui um 
certo tipo de causalidade, particularmente um tipo de 
causalidade social. Mantém-se todavia aberta a questão 
de como entender, se bem que dentro dos limites 
referidos, o conceito de causa. Alguns autores 
entendem o nexo causai entre os comportamentos no 
sentido de que o comportamento de A é condição 
necessária do comportamento de B (o comportamento 
de B só ocorre, se ocorrer o comportamento de A). 
Outros, considerando demasiado rígida tal 
interpretação, entendem o nexo causai no sentido de 
que o comportamento de A é condição suficiente do 
comportamento de B (se se verifica o comportamento 
de A, verifica-se também o de B). Há ainda quem opta 
por uma orientação contrária, pensando que se deveria 
reformular o conceito de Poder equiparando-o à noção 
de condição necessária e suficiente (o comportamento 
de B se dá quando e só quando se dá o de A). 
Penso, com Oppenheim, que entre estas três noções 
de causa convém escolher a de condição suficiente, que 
é a que mais se conforma com a perspectiva provável. 
Por um lado, um comportamento a que seja condição 
necessária, mas não suficiente, de um subseqüente 
comportamento b, pode não ser um exercício de 
Poder. Por exemplo, a inclusão do meu nome nas 
listas eleitorais pelo funcionário comunal para isso 
designado é uma condição necessária para que eu vote, 
assim como para que eu vote por um certo partido. Mas 
certamente não se pode dizer que esse funcionário 
exerceu Poder sobre mim e isso, atente-se bem, mesmo 
no caso em que ele estivesse interessado na vitória 
eleitoral desse partido: eu, na verdade, poderia votar 
em outro partido ou abster-me de votar. Por outro 
lado, quando um comportamento 
a é condição suficiente de um subseqüente 
comportamento b, é razoável qualificar tal relação 
como exercício de Poder, mesmo que a não seja 
condição necessária de b. Com as bombas atômicas de 
Hiroshima e Nagasaki, os Estados Unidos exerceram 
um indubitável Poder sobre o Japão, no sentido de que 
o levaram à rendição (condição suficiente); mas não se 
pode afirmar que, sem essas bombas, o Japão não se 
teria rendido, pois não é possível excluir 
absolutamente que ele não se houvesse decidido à 
rendição de modo autônomo ou que não fosse 
induzido a isso movido por qualquer outro agente (a 
URSS, por exemplo). Concluindo este ponto, se pode, 
portanto, afirmar que, na prática do Poder, o 
comportamento a é a causa determinante, 
pragmaticamente decisiva, do comportamento b; ou 
seja, é a sua condição "suficiente", não a sua condição 
"necessária", nem, com maior razão, a sua condição 
"necessária e suficiente". 
Do fato de existir entre os comportamentos um nexo 
causai, alguns estudiosos pretendem deduzir também 
que a relação do Poder é assimétrica, no sentido de 
que se o comportamento de A é causa do 
comportamento de B, o comportamento de B não é 
causa do comportamento de A. Ora, é verdade que 
muitas relações de Poder possuem esta característica, 
sendo, por conseguinte, unidirecionais; mas existem 
também relações de Poder que se distinguem por um 
maior ou menor grau de reciprocidade. Pensemos, por 
exemplo, nas relações de Poder que intermedeiam 
entre dois partidos durante as negociações para a 
formação de um Governo de coalizão. Cada partido 
usa de diversos meios para influir no comportamento 
do outro e no resultado dos entendimentos; mas é 
claro que não pode deixar de fazer certas concessões 
(e de suportar, portanto, o Poder do outro partido) para 
arrancar também, por sua vez, algumas (e exercer, 
conseqüentemente, Poder sobre o outro partido). 
III. O PODER POTENCIAL. — O Poder potencial é a 
capacidade de determinar o comportamento dos 
outros. Enquanto o Poder atual é uma relação entre 
comportamentos, o potencial é uma relação entre 
atitudes para agir. De uma parte, A tem a possibilidade 
de ter um comportamento cujo objetivo é a 
modificação do comportamento de B. De outra parte, 
se esta possibilidade é levada a ato, é provável que B 
tenha o comportamento em que se concretize a 
modificação de conduta pretendida por A. Um chefe 
militar exerce Poder sobre seus soldados quando 
ordena o ataque e seus soldados executam a ordem. E 
tem Poder sobre eles se é provável que os soldados 
atacariam se o comandante ordenasse. Uma vez que 
exercer o Poder 
PODER 937 
 
implica necessariamente ter a possibilidade de exercê-
lo, o Poder social, em seu sentido mais amplo, é a 
capacidade de determinação intencional ou interessada 
no comportamento dos outros, 
Quando podemos dizer, de verdade, que tal 
capacidade existe? 
Antes de tudo, é necessário que A tenha à sua 
disposição recursos que podem ser empregados para 
exercer o Poder. Os recursos deste tipo são numerosos: 
riqueza, força, informação, conhecimento, prestígio, 
legitimidade, popularidade, amizade, assim como 
ligações íntimas com pessoas que têm altas posições 
de Poder. Mas não basta. A capacidade de A depende 
também da habilidade pessoal de converter em Poder 
os recursos à sua disposição. Nem todos os homens 
ricos têm a mesma habilidade em empregar recursos 
econômicos para exercer Poder. Uma favorita pode 
usar a sagacidade com fins de Poder, ao aproveitar seu 
íntimo relacionamento com o monarca, levando 
vantagem sobre outras que já ocuparam posição 
análoga. Esta habilidade pode dizer respeito à 
utilização de um determinado recurso ou de vários 
recursos. E no caso de A ser um grupo, deve ser 
utilizada a coesão e a coordenação do próprio grupo. 
Assim, nas relações internacionais, os Poderes 
recíprocos de dois Governos podem não ser 
proporcionais aos recursos humanos, econômicos e 
militares que os dois Governos têm respectivamente à 
disposição, porque um dos Governos é mais 
habilidoso na utilização de um recurso importante ou 
no emprego combinado de vários recursos, ou então 
porque um dos dois Governos tem maior grau de 
coesão e coordenação mais eficaz. 
Por outro lado, o fato de A ser dotado de recursos e 
de habilidades máximas não é suficiente para fazer 
que A tenha Poder sobre B. A pode ser riquíssimo e 
entretantonão ter Poder sobre o paupérrimo B, em 
relação a certos comportamentos, se o segundo não 
estiver disposto a ter tais comportamentos a troco de 
uma compensação. Analogamente, um homem que 
dispõe dos mais poderosos meios de violência não tem 
Poder sobre um inerme a respeito de um determinado 
comportamento, se o segundo prefere morrer a 
assumir tal ou tal comportamento. É o caso do mártir 
que recusa renegar seu Deus, ou o do conspirador que 
recusa revelar os nomes dos companheiros. Trata-se, 
sem dúvida, de casos de exceção, mas que têm o 
mérito de pôr em evidência que o Poder potencial, tal 
como o Poder atual, é uma relação entre seres 
humanos. Uma relação que se rompe se aos recursos 
de A e à sua habilidade em utilizá-los não 
corresponder a atitude de B para se deixar influenciar. 
Esta atitude — a probabilidade de B realizar o 
comportamento 
pretendido por A — depende, em última análise, da 
escala de valores de B. Se os instrumentos usados 
para exercer Poder forem de tipo generalizado dentro 
de um ambiente social, como é o caso do dinheiro, 
haverá também uma atitude mais ou menos 
generalizada, naquele âmbito social, para uma pessoa 
se deixar influenciar em certas esferas de atividade. 
Nesta hipótese, se para atingir seus fins A não precisa, 
especificamente, do comportamento de B, e não 
apenas do comportamento de B (como acontece no 
caso do mártir e do conspirador), mas do 
comportamento de B ou C ou de D ou de É..., a sua 
probabilidade de ter sucesso dependerá da escala de 
valores que prevalecer no ambiente social em que age. 
Com base nos conceitos desenvolvidos na análise do 
Poder potencial, podemos individualizar as relações de 
Poder estabilizado, particularmente importantes na 
vida social e política. O Poder diz-se estabilizado 
quando a uma alta probabilidade de que B realize com 
continuidade os comportamentos desejados por A, 
corresponde uma alta probabilidade de que A execute 
ações contínuas com o fim de exercer Poder sobre B. O 
Poder estabilizado se traduz muitas vezes numa 
relação de comando e obediência. E pode ser ou não 
acompanhado de um aparato administrativo com a 
finalidade de executar as ordens dos detentores do 
Poder. E o que acontece, respectivamente, nos casos 
do Poder governamental e do Poder paterno. Além 
disso, o Poder estabilizado pode fundar-se tanto em 
características pessoais do detentor de Poder 
(competência, fascínio, carisma) como na função do 
detentor do Poder. Quando a relação de Poder 
estabilizado se articula numa pluralidade de funções 
claramente definidas e estavelmente coordenadas entre 
si, fala-se normalmente de Poder institucionalizado. 
Um Governo, um partido político, uma administração 
pública, um exército, como norma, agem na sociedade 
contemporânea com base numa institucionalização do 
Poder mais ou menos complexa. 
 
IV. O PAPEL DAS PERCEPÇÕES SOCIAIS E 
DAS EXPECTATIVAS. — De tudo o que se disse até 
agora fica evidenciado que o Poder não deriva 
simplesmente da posse ou do uso de certos recursos 
mas também da existência de determinadas atitudes dos 
sujeitos implicados na relação. Essas atitudes dizem 
respeito aos recursos e ao seu emprego e, de maneira 
geral, ao Poder. Entre tais atitudes, devem ser 
colocadas as percepções e as expectativas que dizem 
respeito ao Poder, As percepções ou imagens sociais do 
Poder exercem uma influência sobre fenômenos do 
Poder real. A imagem que um indivíduo ou um grupo 
faz da distribuição do Poder, no âmbito social a que 
938 PODER 
 
pertence, contribui para determinar o seu 
comportamento, em relação ao Poder. Neste sentido, a 
reputação do Poder constitui um possível recurso do 
Poder efetivo. A pode exercer um Poder que excede os 
recursos efetivos que tem à disposição e a sua vontade 
e habilidade em transformá-los em Poder, se aqueles 
que estão debaixo do seu Poder reputam que A tem de 
fato mais Poder do que aquele que seus recursos, sua 
vontade ou sua habilidade mostram. Num confronto ou 
numa negociação internacional, se o Governo A acha 
que o Governo B tem um Poder maior do que ele, esse 
Governo tende naturalmente a sofrer, de fato, um 
maior Poder da parte do Governo B, até nos casos em 
que uma avaliação correta dos recursos disponíveis, por 
parte dos dois Governos, pudesse levar a um resultado 
mais favorável ao Governo A. 
No que toca às expectativas, deve dizer-se, de uma 
maneira geral, que, numa determinada arena de 
Poder, o comportamento de cada ator (partido, grupo 
de pressão. Governo, etc.) é determinado parcialmente 
pelas previsões do ator relativas às ações futuras dos 
outros atores e à evolução da situação em seu conjunto. 
Mas é nas relações de Poder que operam através do 
mecanismo das reações previstas que o papel das 
expectativas se torna mais evidente. 
O Poder age de modo previsível quando B modifica 
sua conduta de acordo com os desejos de A, não 
através da intervenção direta de A, mas porque B prevê 
que A adotaria reações desagradáveis, se ele não 
modificasse seu comportamento. Naturalmente, para 
que haja Poder, é necessário que A, embora não 
provoque intencionalmente o comportamento de B, 
nutra um interesse por tal comportamento. Por 
exemplo, um Governo está sujeito ao Poder de certos 
setores agrícolas influentes, mesmo sem a intervenção 
direta destes últimos, quando ao programar sua 
política agrícola não leva em consideração as reações 
desses setores e faz um planejamento que não prejudica 
os interesses dos agricultores. Como já observou Carl 
(. Friedrich, que. pela primeira vez, pôs em relevo a 
importância deste aspecto do Poder, o mecanismo das 
reações previstas constitui habitualmente um 
poderoso fator de conservação, uma vez que é muito 
mais fácil "avaliar e, portanto, conhecer as 
preferências de um indivíduo ou de um grupo no que 
diz respeito ao estado das coisas existentes do que 
conhecer a sua preferência no respeitante a um 
possível futuro e eventual estado das coisas". Este 
modo operacional do Poder torna ambíguas muitas 
situações concretas. Por exemplo, o fato de que as 
providências tomadas por um Governo, em matéria 
industrial, encontrem notável correspondência no 
comportamento dos 
empresários da nação, pode querer dizer que o 
Governo tem um grande Poder sobre eles, mas pode 
significar também, ao contrário, que os empresários 
usufruem de um grande Poder sobre o Governo, pela 
capacidade que têm de impedir, através do mecanismo 
das reações previstas, que sejam tomadas decisões que 
ponham em perigo seus interesses. 
Não estamos privados, entretanto, de instrumentos 
para desfiar a meada. Em primeiro lugar, podemos 
fazer um mapa dos interesses dos atores do sistema e 
procurar identificar, por este processo, as vigas 
mestras sobre as quais podem apoiar-se as previsões 
das reações e as respectivas relações de Poder. Em 
segundo lugar, deve ter-se presente que a ambigüidade 
depende do equilíbrio da situação. Se surgem conflitos 
relevantes entre os atores, torna-se possível averiguar a 
orientação fundamental da vontade dos mesmos e 
portanto a direção prevalente em que opera o Poder. 
V. MODOS DE EXERCÍCIO E CONFLITUALIDADE DO 
PODER. — Os modos específicos pelos quais os 
recursos podem ser usados para exercer o Poder, ou 
seja, os modos de exercício do Poder, são múltiplos: 
da persuasão à manipulação, da ameaça de uma 
punição à promessa de uma recompensa. Alguns 
autores preferem falar de Poder só quando a 
determinação do comportamento alheio se funda sobre 
a coação. Neste sentido, se distingue, às vezes, entre 
Poder e influência.Mas a palavra influência é 
empregada em muitos sentidos diferentes, tanto na 
linguagem comum, como na linguagem técnica. E são 
numerosos os casos em que se emprega o termo Poder 
para denotar relações não coercitivas: pode-se falar, 
por exemplo, de um Poder baseado na persuasão. A 
verdade é que neste aspecto, o problema essencial se 
arrisca a tomar-se uma simples questão de palavras. 
Para além dos termos empregados, o que importa é 
formular uma noção clara da determinação intencional 
ou interessada sobre a conduta alheia e identificar, 
dentro deste genus, a species particularmente 
importante da determinação do comportamento alheio 
fundado sobre a coerção (coação). A coerção pode ser 
definida como um alto grau de constrangimento (ou 
ameaça de privações). Ela implica que as alternativas 
de comportamento em que B se acha (e que sofre a 
coerção) são alteradas pela ameaça de sanções de A 
(que faz a coerção), de tal modo que o comportamento 
que este último deseja do primeiro termina por parecer 
a B como a alternativa menos penosa. É o caso daquele 
que é assaltado e dá a carteira para salvar a vida. No 
conceito de coerção pode incluir-se também um alto 
grau de aliciamento (promessa de vantagens). 
PODER 939 
 
Neste sentido sofre coerção, por exemplo, o indivíduo 
que, para sair de um estado de extrema indigência, 
aceita fazer um trabalho perigoso ou degradante. Para 
além da etiqueta terminológica, existe uma diferença 
entre o primeiro e o segundo caso. No primeiro, é o 
assaltante que coloca o assaltado em situação de ceder 
à ameaça; no segundo, não se diz que seja o aliciante a 
pôr o aliciado em estado de inferioridade que o força 
ceder à promessa. 
O problema da conflitualidade do Poder está ligado, 
ao menos parcialmente, com os modos específicos 
através dos quais se determina o comportamento alheio. 
As relações de Poder são necessariamente de tipo 
antagônico? Do conflito entre a vontade de A e de B 
podemos falar, referindo-nos ao momento em que A 
inicia a tentativa de exercer Poder sobre B ou tendo 
em conta o momento em que B executa o 
comportamento pretendido por A: no momento inicial 
ou no momento final do exercício do Poder. Ora, que 
exista um conflito inicial entre a vontade de A e a 
vontade de B está implícito na definição de Poder: B 
teria agido de maneira diferente daquela com que foi 
induzido a agir por A. C problema que interessa é saber 
se existe necessariamente um conflito entre a vontade 
de A e a de B, mesmo no momento final. Colocada 
assim em termos precisos, a pergunta não pode ter 
senão uma resposta negativa: a conflitualidade ou não 
conflitualidade depende do modo de exercer o Poder. 
Consideremos, por exemplo, um exercício baseado 
sobre a persuasão, de um lado, e um exercício baseado 
sobre a ameaça de uma punição, do outro. Em ambos 
os casos, por definição, B teria tido — não havendo 
intervenção de A — um comportamento (que chamados 
(a) diferente de (b)) que proviria como conseqüência 
de tal intervenção. Mas, no caso do Poder de 
persuasão, B, após a intervenção de A, prefere b a a e, 
tendo b, se comporta como é de seu agrado se 
comportar. Por outras palavras, B atribui maior valor 
ao comportamento que tem depois da intervenção de A 
do que ao comportamento que teria tido sem tal 
intervenção. Por conseqüência podemos dizer que não 
existe conflito de vontade entre A e B. Bem ao 
contrário, no caso do Poder baseado sobre ameaça de 
punição, B, após a intervenção de A, continua a 
preferir a a b e tem o segundo comportamento não 
porque o prefira simplesmente ao primeiro, mas 
prefere-o ao primeiro sem a ameaça de punição feita 
por A (a-p). Por outras palavras, B atribui menor valor 
ao comportamento que tem depois da intervenção de A 
do que ao comportamento que teria tido na ausência de 
tal intervenção. Podemos dizer, por isso, que nesta 
relação de Poder existe um conflito de vontade entre A 
e B. 
O caráter antagônico das relações de Poder pode 
derivar, porém, mais do que do conflito de vontade, 
acima referido, de outros aspectos do Poder. 
Na relação de manipulação, por exemplo, não surge 
imediatamente um conflito, mas existe, via de regra, 
um conflito potencial que se torna atual no momento 
em que B se der conta de que seu comportamento foi 
manipulado por A. E este conflito pode derivar da 
simples manipulação: do juízo negativo e do 
ressentimento de B em relação à manipulação de A. 
Também, num nível extremo de aliciamento, a 
conflitualidade da relação pode nascer do fato de B se 
sentir ferido e nutrir ressentimento pela grave 
desigualdade entre seus recursos e os recursos de A e 
também pelo fato de A tirar vantagem desta situação 
de desigualdade. O ressentimento derivado da 
desigualdade de recursos é, por isso, juntamente com o 
antagonismo das vontades, a segunda matriz que se 
evidencia na conflitualidade do Poder. Ela pode ser 
encontrada também nas relações de manipulação e 
aliciamento moderado e, de um modo geral, em todas 
as relações de Poder, particularmente se estabilizadas, 
uma vez que toda a forma de Poder é habitualmente a 
expressão de uma desigualdade de recursos. E quanto 
mais esta é sentida pelo sujeito passivo como um peso 
oneroso ou como uma vergonha infamante, tanto mais 
a relação de Poder tende a criar um antagonismo de 
atitudes e a preparar um conflito aberto. 
VI. A MENSURAÇÃO DO PODER. — Esclarecido o 
conceito de Poder, podemos aplicá-lo à realidade 
social e ver quando existe, de fato, uma relação do 
Poder. Mas em relação aos fenômenos reais, temos 
também necessidade de comparar entre si diversas 
relações de Poder e de saber se uma relação de Poder 
é, ao menos grosso modo, maior ou menor do que 
outra. Coloca-se assim o problema da mensuração do 
Poder. 
Um modo de medir o Poder é o de determinar as 
diversas dimensões que pode ter o comportamento em 
causa. Em tal sentido, uma primeira dimensão do 
Poder é dada pela probabilidade que o comportamento 
desejado se verifique. Quanto mais provável for que B 
reaja positivamente às ordens e às diretrizes de A, 
tanto maior é o Poder de A sobre B. Uma segunda 
dimensão é constituída pelo número dos homens 
submetidos ao Poder. Existem Poderes que se dirigem a 
uma só pessoa e Poderes que dizem respeito a 
milhares e" até a milhões de pessoas. Existe uma 
terceira dimensão que é a esfera do Poder. Com base 
na escala de valores prevalecentes numa determinada 
cultura, pode-se dizer que um Poder que diz respeito a 
uma certa esfera tem um peso maior ou 
940 PODER 
 
menor do que outro que se refere a uma esfera 
diversa. Por exemplo, na nossa cultura, o Poder de 
um bom costureiro sobre a forma de vestir é bem 
menor do que um Poder que diz respeito à vida e à 
morte e que pode ser, em certas ocasiões, o próprio 
Poder político. Uma quarta dimensão do Poder é dada 
pelo grau de modificação do comportamento de B (ou 
de B, C, D. . .) que A pode provocar dentro de uma 
certa esfera de atividades. Por exemplo, dois grupos 
de pressão têm ambos um certo Poder sobre o 
Governo no campo da instrução pública, mas um deles 
tem condições de influir sobre a política escolar em 
maior medida que o outro. 
Pode constituir-se ainda uma quinta dimensão a 
partir do grau em que o Poder de A restringe as 
alternativas de comportamento que restam abertas 
para B. 
A esta tentativa de mensuração do Poder que 
concentra sobre a entidade a atenção dos efeitos 
provocados em B foi objetado que, para medir o Poder 
de um modo adequado, convém levar em conta, 
também, os custos que pesam sobreA, para tentar 
exercer Poder sobre B e também a sua força, que 
seriam os custos que pesariam sobre B no caso de este 
se recusar a ter o comportamento desejado por A. E 
não há dúvida de que esta colocação do problema 
enriquece as possibilidades de mensuração fornecidas 
pelas dimensões do Poder anteriormente mencionadas. 
Deve-se acrescentar, finalmente, que foram feitas 
tentativas de elaboração de métodos para a mensuração 
da distribuição do Poder dentro de um sistema: de um 
modo particular para medir a distribuição do Poder 
entre os membros de um Comitê eleitoral, quando a 
decisão depende exclusivamente da própria votação e 
para medir o grau de concentração de Poder entre os 
participantes de um sistema político. 
VII. O PODER NO ESTUDO DA POLÍTICA. — Um 
dos fenômenos mais difundidos na vida social é 
exatamente o do Poder. Pode dizer-se que não existe 
praticamente relação social na qual não esteja presente, 
de qualquer forma, a influência voluntária de um 
indivíduo ou de um grupo sobre o comportamento de 
outro indivíduo ou de outro grupo. Não devemos nos 
surpreender ao verificar que o conceito de Poder foi 
empregado para interpretar os mais diversos aspectos 
da sociedade: desde os pequenos grupos da 
administração de produção e desde a família até às 
relações entre as classes sociais. Todavia, o campo em 
que o Poder ganha seu papel mais crucial é o da 
política; em relação aos fenômenos políticos, o Poder 
tem sido pesquisado e analisado continuamente e com 
a maior riqueza de métodos e de resultados. Isto é 
atestado pela longa história e tradição da filosofia 
política, e é atestado pelas ciências sociais 
contemporâneas, a partir da análise hoje tomada 
clássica que do Poder fez Max Weber. 
Para Weber, as relações de mando e de obediência, 
mais ou menos confirmadas no tempo, e que se 
encontram tipicamente na política, tendem a se basear 
não só em fundamentos materiais ou no mero hábito 
de obediência dos súditos, mas também e 
principalmente num específico fundamento de 
legitimidade. Deste Poder legítimo, que é muitas vezes 
designado pela palavra AUTORIDADE (V.), Weber 
especificou três tipos puros: o Poder legal, o Poder 
tradicional e o Poder carismático. O Poder legal, que é 
especificamente característico da sociedade moderna, 
funda-se sobre a crença na legitimidade de 
ordenamentos jurídicos que definem expressamente a 
função do detentor do Poder. A fonte do Poder é, 
portanto a lei, à qual ficam sujeitos não apenas aqueles 
que prestam obediência, como são os cidadãos e 
consócios, mas também aquele que manda. O aparelho 
administrativo do Poder é o da burocracia, com sua 
estrutura hierárquica de superiores e de subordinados, 
na qual as ordens são dadas por funcionários dotados 
de competência específica. O Poder tradicional funda-
se sobre a crença no caráter sacro do Poder existente 
"desde sempre". A fonte do Poder é portanto a 
tradição que impõe vínculos aos próprios conteúdos 
das ordens que o senhor comunica aos súditos. No 
modelo mais puro do Poder tradicional, o aparelho 
administrativo é de tipo patriarcal e composto de 
servidores ligados pessoalmente ao patrão. O Poder 
carismático, enfim, está fundado na dedicação afetiva à 
pessoa do chefe e ao caráter sacro, à força heróica, ao 
valor exemplar ou ao Poder de espírito e da palavra 
que o distinguem de modo especial. A fonte do Poder 
se conecta com o que é novo, com o que não existiu 
nunca, e por isso o Poder tende a não suportar vínculos 
predeterminados. Quem comanda é verdadeiramente o 
líder (o profeta, o herói guerreiro, o grande 
demagogo) e aqueles que prestam obediência são os 
discípulos. O aparelho administrativo é escolhido com 
base no carisma e na dedicação pessoal e não constitui, 
por isso, nem uma burocracia, nem um corpo de 
servidores. 
Depois de Weber, o interesse dos estudiosos pelo 
Poder se acentuou cada vez mais. Particularmente, no 
que se refere ao conceito de Poder, surgiu uma das 
principais correntes que deram vida à ciência política. 
Esta corrente, que teve seu maior representante em 
Harold Lasswell, se contrapôs às teorias jurídicas e 
filosóficas precedentes centradas em torno do conceito 
de Estado e concentrou a análise política no estudo do 
Poder 
PODER 941 
 
como fenômeno empiricamente observável. De uma 
parte, Lasswell viu no Poder o elemento distintivo do 
aspecto político da sociedade e construiu elaborado 
sistema conceptual para o estudo dos fenômenos do 
Poder no quadro da vida social cm seu conjunto. Por 
outra parte, utilizando conceitos psicanalíticos de 
origem freudiana, Lasswell examinou as relações 
existentes entre Poder e personalidade: identificou a 
personalidade política como sendo a que está orientada 
predominantemente para a busca do Poder; estudou 
sua dinâmica de formação, chegando à conclusão de 
que ela se funda numa transferência racionalizada, em 
termos de interesse público, de impulsos privados 
reprimidos, para objetos públicos; e analisou o marco 
deixado pelos aspectos neuróticos da personalidade 
sobre a participação na vida política e sobre suas 
diversas formas, como a do agitador e a do 
organizador. Destes estudos lasswellianos tomaram 
impulso as pesquisas sucessivas sobre a personalidade 
autoritária (v. AUTORITARISMO). 
Atualmente, o Poder é considerado como uma das 
variáveis fundamentais, em todos os setores de estudo 
da política. Isto se verifica, por exemplo, na análise das 
burocracias, e, mais genericamente, na análise das 
organizações, onde a estrutura hierárquica mais ou 
menos acentuada e as diversas formas que ela pode 
assumir colocam, naturalmente, em primeiro plano, o 
fenômeno do Poder. Verifica-se também a 
fundamentalidade do Poder no estudo das relações 
internacionais, onde o conceito de Poder, quando não é 
considerado como instrumento privilegiado de 
interpretação, fornece, de uma maneira, um critério de 
análise de que não se pode prescindir e verifica-se 
também, no estudo dos sistemas políticos nacionais e 
locais, onde o estudo do Poder termina no estudo da 
natureza e composição das elites políticas (v. ELITES, 
TEORIA DAS) e das relações que existem entre elites e 
outros setores da população. Neste último campo 
existem pouquíssimas pesquisas empíricas dirigidas 
para o estudo da distribuição do Poder, a nível do 
sistema político nacional. Por outro lado, existem 
numerosas pesquisas voltadas para o estudo da 
distribuição do Poder ao nível da comunidade política 
local. A propósito, sociólogos e politólogos, 
especialmente nos Estados Unidos, construíram 
técnicas de investigação mais ou menos elaboradas para 
identificar onde reside, de preferência, o Poder e quem 
governa nesta ou naquela cidade. Deveremos recorrer a 
este tipo de estudo para examinar os principais 
métodos de pesquisa empírica do Poder, adotados até 
agora. 
Mais recentemente, uma importante tentativa de 
construir uma teoria política geral fundada 
sobre o conceito de Poder foi realizada por Talcott 
Parsons. Identificando como função específica do 
sistema político no âmbito do funcionamento global da 
sociedade a "consecução de objetivos" ou a capacidade 
de tornar efetivos os objetivos coletivos, Parsons 
define o Poder, no sentido específico de Poder 
"político", como a "capacidade geral de assegurar o 
cumprimento das obrigações pertinentes dentro de um 
sistema de organização coletiva em que as obrigações 
são legitimadas pela sua coessencialidade aos fins 
coletivos e portanto podem ser impostas com sanções 
negativas, qualquer que seja o agente socialque as 
aplicar". Nesta perspectiva, o Poder, conservando 
embora sua característica relacionai fundamental, 
torna-se entretanto uma propriedade do sistema; torna-
se, precisamente, o "meio circulante" político, análogo 
à moeda na economia, ancorado por uma parte na 
institucionalização e na legitimação da autoridade e 
por outra na possibilidade efetiva do recurso à ameaça 
e, como extrema medida, ao uso da violência. 
VIII. MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA. — Um 
método de pesquisa do Poder que nas investigações 
mais recentes foi usado como instrumento secundário é 
o posicionai. Consiste na identificação das pessoas mais 
poderosas que têm uma posição formal de cúpula nas 
hierarquias públicas e privadas mais importantes da 
comunidade. O maior valor desta técnica de pesquisa é 
a sua grande simplicidade. Basta saber quem ocupa 
formalmente certas posições para estabelecer quem 
detém maior Poder. Mas é também nesta simplicidade 
que está o defeito fundamental do método. Na verdade, 
não foi dito que o Poder efetivo corresponde à posição 
ocupada formalmente. Dentro das estruturas de Poder 
formalmente reconhecidas, podem existir, e 
normalmente existem, estruturas informais de Poder 
que exercem sobre as primeiras uma influência maior 
ou menor. Por isso, o método não atinge diretamente o 
Poder. Dá somente um indicador indireto muito 
inadequado e inteiramente insuficiente. Todavia, isso 
não significa que o método seja inteiramente 
inservível. Ele pode ser usado utilmente, em particular 
para averiguação das posições de cúpula entre os 
ocupantes dos cargos mais elevados em diversas 
organizações. Poderá, assim, oferecer elementos muito 
úteis para identificar a existência de laços mais ou 
menos orgânicos entre diversas organizações e setores 
institucionais. 
Um outro método de pesquisa, que tem sido usado 
principalmente por sociólogos, é o da reputação. Ele 
se funda essencialmente na avaliação de alguns 
membros da comunidade estudada, os quais, quer 
pelas funções, quer pelos 
942 PODER 
 
cargos que exercem, são considerados bons 
conhecedores da vida política da comunidade. Por 
outras palavras, o pesquisador que adota este método 
se fia na "reputação" formulada por um certo número 
de juizes que previamente considera particularmente 
atendíveis. Os poderosos da comunidade são as 
pessoas que os "juizes" reputam como tais. Este 
método é relativamente econômico e de fácil 
aplicação. Ele foi submetido a numerosas e múltiplas 
críticas. Mas a mais importante e mais radical objeta 
que o método não atinge o Poder efetivo, mas só o 
Poder reputado. Este último pode corresponder ou não 
corresponder ao Poder real e, enquanto estivermos no 
âmbito da técnica reputacional, não é possível 
estabelecer a medida de tal correspondência. 
E desde que as reputações ou as percepções sociais 
do Poder são uma possível fonte de Poder, o método 
pode ser utilizado para averiguação desta fonte e, em 
tal caso, deverá ser dirigido não para as "reputações" 
de um certo número de juizes, mas para as reputações 
de indivíduos e grupos que participam mais ou menos 
ativamente do processo do Poder. Como técnica geral 
para averiguar a distribuição do Poder na comunidade, 
o método reputacional deve ceder o lugar a outros 
instrumentos mais objetivos, que estejam em 
condições de investigar o Poder de forma mais direta. 
A técnica reputacional se abaixa ao nível da técnica de 
reforço e de integração. Neste sentido, ela foi muito 
útil para especificar se em que medida existem 
fenômenos de Poder oculto na comunidade, a saber, 
relações de Poder que não são abertamente visíveis 
para que se verifiquem nos bastidores da cena da vida 
pública. 
Um terceiro método de investigação, que foi 
empregado especialmente por politólogos, é o 
decisional. Baseia-se sobre a observação e sobre a 
reconstrução dos comportamentos efetivos que se 
manifestam no processo público de decisões. Para 
determinar quais sejam as pessoas poderosas, alguns 
pesquisadores se limitam a considerar a participação 
ativa no processo de decisão, ou porque conseguem 
que seja tomada uma decisão agradável ou porque 
impedem que seja tomada uma decisão desagradável. 
Trata-se obviamente de um método menos simples e 
econômico do que os precedentes; e por isso pode ser 
utilizado apenas para estudar algumas decisões ou 
alguns setores de decisão que o investigador considera 
importantes e fundamentais. O enormíssimo valor 
desta técnica é o de pesquisar o Poder diretamente em 
seu real desenvolvimento. 
Mesmo assim, também o método decisional 
recebeu numerosas críticas, das quais destacamos duas 
particularmente incisivas. A primeira afirma que 
através do estudo de alguns setores de 
decisão, mesmo quando julgados importantes pelo 
pesquisador, não pode reconstruir-se de modo 
satisfatório a distribuição geral do Poder na 
comunidade. Isto é ainda mais verdadeiro se 
considerarmos, como sustenta a segunda crítica, que o 
processo de decisão pública não é todo o Poder, mas 
apenas uma parte. Quem exerce Poder, na verdade, é 
quem propugna, com sucesso, uma certa decisão; 
exerce Poder quem impede que seja tomada uma 
decisão proposta, mas também o exerce quem controla 
de fora todo o processo de decisão e impede, por 
exemplo, que certas decisões sejam propostas ou 
tomadas. Por outras palavras, o processo de decisão 
não tem lugar no vácuo mas num determinado contexto 
organizativo. Ele parte de instituições, de regras de 
jogo e de valores dominantes que pré-selecionam as 
propostas admissíveis ao processo de decisão e 
caracterizam a orientação geral da ação pública. E a 
delimitação e a orientação geral do processo de 
decisão, por sua vez, se apóiam sobre uma constelação 
de outros centros de Poder, como o econômico e o 
religioso, por exemplo, que condicionam, de modo 
relativamente estável, o Governo local. Ora estes 
condicionamentos estruturais, que são uma parte 
decisiva do Poder na comunidade, fogem inteiramente 
ao método decisional. Estas críticas atingem 
indubitavelmente o alvo e levam à conclusão de que o 
método decisional, embora constitua uma técnica 
indispensável para o estudo do Poder que se manifesta 
no processo de decisão, não pode definir, por si só, a 
distribuição geral do Poder. 
Em conclusão: ainda que a fertilidade relativa 
destes métodos de pesquisa seja muito diferente, 
nenhum dos que foram até agora utilizados conseguiu 
averiguar, de modo satisfatório, a distribuição do 
Poder dentro da comunidade ou, de forma geral, 
dentro de um sistema político, visto em seu conjunto. 
Isto parece indicar que, para estudar o Poder 
empiricamente, não é necessário utilizar simplesmente 
um dos métodos mencionados, mas usar um leque 
articulado de técnicas de pesquisa, dirigidas para a 
averiguação não só do dinamismo dos processos de 
decisão, mas também para os Poderes estruturais que 
condicionam esses dinamismos de uma forma mais ou 
menos profunda. 
BIBLIOGRAFIA. - Power and polítical theory. ao 
cuidado de B. BARRY. London 1976; Political power: a 
reader in theory and research. ao cuidado de R. BELL, 
D. V. EDWARDS e R H. WAGNER. New York 1969; P. M. 
BLAU. Exchange and power in social life. New York 
1964; R. A. DAHL, Who governs?. New Haven 1961; 
Id., Power, in International encyclopedia of the social 
sciences. New York 1968 (trad ital em apêndice a 
Introduzione alla scienza

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